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Sumario del 08/02/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Papa presidiu 13ª reunião do Conselho dos Nove Cardeais

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco presidiu na manhã desta segunda-feira, 8, à 13ª reunião do Conselho dos Nove Cardeais – o C9 - que o coadjuvam na reforma da Cúria e no governo da Igreja. O encontro concluir-se-á na terça-feira, 9.

Na última reunião, concluída em 12 de dezembro passado, foi apresentada ao Santo Padre a proposta sobre a criação do novo discastério “Leigos, família e vida”. A definição do dicastério dedicado à “Justiça, paz e migrações”, na avaliação dos Cardeais na ocasião, exigiria ainda maiores reflexões e aprofundamentos.

Reuniões previstas para 2016

Na última reunião, o Conselho havia estabelecido ainda o calendário das reuniões sucessivas e a agenda indicativa desta reunião de fevereiro de 2016. As reuniões de 2016, portanto, terão lugar nas seguintes datas:  8-9 de fevereiro; 11-12-13 abril; 6-7-8 junho; 12-13-14 setembro; 12-13-14 dezembro.

Reuniões precedentes

As reuniões precedentes do C9 tiveram lugar nos dias 1º à 3 de outubro de 2013, 3 à 5 dezembro de 2013, 17 à 19 de fevereiro de 2014, 27 à 30 de abril de 2014, 1º à 4 de julho de 2014, 15 à 17 setembro de 2014,  9 à 11 de dezembro de 2014, 9 à 11 de fevereiro de 2015, 13 à 15 de março 2015, 8 à 10 de junho de 2015 e 14 à 16 setembro, 10 à 12 dezembro de 2015. (JE)

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Papa reza junto às relíquias de São Padre Pio e São Leopoldo

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Cidade do Vaticano (RV) - Um encontro de devoção pessoal. Francisco deixou a Casa Santa Marta na tarde de sábado, 6 de fevereiro, para rezar junto às relíquias de São Padre Pio e São Leopoldo, na Basílica de São Pedro.  O Papa se recolheu em oração em silêncio por alguns minutos diante das relíquias que ficarão expostas até de 11 de fevereiro.

Em seguida, Francisco se uniu aos fiéis que recitavam o terço. Meia-hora depois, leu ainda junto com os fiéis uma oração escrita pelo Cardeal Angelo Comastri que dizia: Padre Pio, ajudai-nos a chorar diante da Cruz, ajudai-nos a acreditar diante do amor. Antes de deixar a Basílica, o Papa saudou alguns fiéis e frades capuchinhos.(RB)

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Frei Cantalamessa: Papa Francisco, dom imenso para a Igreja

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Cidade do Vaticano (RV) - Esta terça-feira (09/02), às 7h30 locais, o Papa Francisco celebra na Basílica de São Pedro a missa com os Capuchinhos do mundo inteiro, presentes em Roma por ocasião do traslado à Basílica Vaticana dos restos mortais de Pe. Pio e Pe. Leopoldo Mandić. A propósito, a Rádio Vaticano ouviu o pregador da Casa Pontifícia, o frade capuchinho, Pe. Raniero Cantalamessa. Eis o que disse:

Pe. Raniero Cantalamessa:- “É um grande evento, uma grande alegria para toda a Ordem. Serão – segundo se prevê – mais de 1.100 Capuchinhos, vindos não somente da Itália, mas, efetivamente, do mundo inteiro. Para muitos deles é uma ocasião para  ver o Papa, para celebrar com ele. E, certamente, não se pode negar que há uma grande alegria. Gostaria que não fosse triunfalismo, porque seria um erro, porém, estamos felizes por termos dado à Igreja duas pessoas que – sobretudo no Ano da Misericórdia – são verdadeiramente dois modelos de confessores misericordiosos."

RV: Vimos a alegria e a fé de tantas pessoas com a chegada a Roma dos restos mortais de Pe. Pio e Pe. Leopoldo. Porém, estes dias um jornal trouxe como manchete: “A Idade média voltou”...

Pe. Raniero Cantalamessa:- “’A Idade Média voltou’ poderia também significar voltou São Francisco! O grande São Francisco era da Idade Média. Não creio que alguém fosse contrário se tivéssemos outro São Francisco hoje. Portanto, dizer Idade Média é uma coisa muito ambígua, porque a Idade Média pode ser também uma coisa positiva, bonita. O que dizer disso? Certamente, a piedade popular tem características que não são feitas para os palatos afinados, cultos, por vezes secularizados do nosso mundo. Porém, desprezar aquilo que o povo ama é, a meu ver, um insulto ao povo. Não podemos recorrer ao povo toda vez que se discute alguma coisa, como fazem os políticos que sempre se referem ao povo – tudo é popular, os partidos populares, a voz do povo, voz de Deus... –, e depois, quando o povo se manifesta, como neste caso, se torna ‘provinciano’, medieval. Creio que haja uma certa presunção em tudo isso, um colocar-se acima de tudo. É claro que é preciso educar a piedade popular, porém, gostaria de ser suficientemente simples para poder imitar essa gente que tem aquela confiança em Deus, também na intercessão dos Santos.”

RV: Pe. Pio e Pe. Leopoldo, dois Santos da misericórdia muito diferentes. É o rosto da misericórdia que se declina de muitos modos...

Pe. Raniero Cantalamessa:- “Sim, se declina segundo as personalidades de quem a administra. Certamente, porém, Pe. Leopoldo e Pe. Pio eram diferentes, mas todos dois convergentes, no sentido que o Senhor usava o caráter de cada um para poder obter os frutos que queria: Pe. Leopoldo era brando, generoso, bom, acolhedor com todos, de tal modo brando que alguns criticavam-no por isso; e Pe. Pio, pelo contrário, se sabe que por vezes era brusco no acolhimento aos penitentes e algumas vezes os mandava de volta inclusive de modo ríspido sem absolvição. A meu ver existe uma explicação. Para além do caráter de Pe. Pio, ele tinha o dom místico de saber escrutar os corações. Ele lia os corações, bem sabia que deste modo as pessoas, depois, seriam induzidas a refletir melhor, a ser menos superficiais, a não ir ali somente para vê-lo. Efetivamente, a maioria depois retornava a confessar-se com outras disposições de coração. Nós, sacerdotes, devemos imitar Pe. Pio, sobretudo em sua heroica dedicação ao Sacramento, não tanto nos modos bruscos que deixamos aos Santos místicos que sabem como usá-los. Pe. Pio é um mártir da Confissão, porque, contrariamente do que o povo pensa – que seja interessante ouvir os pecados dos outros –, o ministério da Confissão é um dos mais árduos e enfadonhos que existe para um sacerdote. Admiro imensamente pessoas que passam horas e horas como Pe. Pio – até 19, 20 horas por dia – no confessionário. Não significa somente ouvir os pecados das pessoas, mas é um mundo de sofrimento que recai sobre o sacerdote – a humanidade sofredora, ensanguentada, que vai ali pedir misericórdia – e o sacerdote deve despojar-se de si mesmo, se está cansado, se faz calor dentro do confessionário, se faz frio, para ouvir as pessoas. É um verdadeiro martírio e creio que estes dois Santos espiritualmente são mártires da Confissão.”

RV: Há 36 anos o senhor é pregador da Casa Pontifícia. Em que o Papa Francisco está mexendo com a Igreja? Alguns têm dificuldades de acompanhá-lo...

Pe. Raniero Cantalamessa:- “Todos têm dificuldade, eu inclusive, porque isso nos impele a um passo que não é cômodo. Conheci Bergoglio antes de ser eleito Papa e fiquei impressionado com sua humildade, a simplicidade, mas agora vi o que há por trás: há um homem de Deus, que a meu ver é um dom imenso para a Igreja. Francisco está nos encaminhando nas pegadas do Evangelho, não há dúvida nenhuma sobre isso.”

RV: O que o senhor diria àqueles católicos que têm dificuldade de acolher a mensagem do Papa Francisco?

Pe. Raniero Cantalamessa:- “Diria que não se deixem impressionar, sobretudo, por parte de meios de comunicação leigos. Mostram do Papa somente algumas coisas que conseguem entender, que são coisas, talvez, muito secundárias. Não partilham, sobretudo, a fé profunda do Papa, e isso muda tudo. Evidentemente, aquilo que acolhem é distorcido, já de início, porque não partilham as motivações do Papa. Portanto, ao invés de ater-se ao que dizem os jornais, é necessário ver aquilo que o Papa faz e diz autenticamente. Então se darão conta de que existe uma continuidade perfeita entre aquilo que prepararam os Papas precedentes e o Papa Francisco. Ele tem a força e a coragem de superar os obstáculos e de passar à realização daquelas coisas que todos, já de há muito, viam como necessárias fazer.” (RL)

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Rádio Vaticano com o Papa no México

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Cidade do Vaticano (RV) – A equipe do Programa Brasileiro da Rádio Vaticano está pronta para a cobertura especial da Viagem Apostólica do Papa Francisco ao México, entre 12 e 18 de fevereiro.

Na redação, na Cidade do Vaticano, a equipe entra em regime de plantão para transmitir ao vivo os principais eventos do Papa no México. Ao todo, serão 11 transmissões extraordinárias.

Na Cidade do México, nosso enviado especial acompanhará de perto os passos do Papa Francisco que, em sua primeira visita à terra de Nossa Senhora de Guadalupe, chega como peregrino de paz e misericórdia.

Programação (Horário de Brasília)

Sábado, 13 de fevereiro

Cidade do México (CDMX)

14h – Encontro com as Autoridades, Sociedade Civil e Corpo Diplomático

(Áudio – Vídeo – Texto)

15h – Encontro com os Bispos

(Áudio – Vídeo – Texto)

20h45 – Santa Missa na Basílica de Guadalupe

 

Domingo, 14 de fevereiro

Ecatepec

15h – Santa Missa

(Áudio – Vídeo – Texto)

Cidade do México (CDMX)

21h30 – Visita ao Hospital Pediátrico “F. Gomez”

(Áudio – Vídeo – Texto)

 

Segunda-feira, 15 de fevereiro

San Cristóbal

14h – Santa Missa com as comunidades indígenas de Chiapas

(Áudio – Vídeo – Texto)

Tuxtla-Gutiérrez

20h – Encontro com as famílias

(Áudio – Vídeo – Texto)

 

Terça-feira, 16 de fevereiro

13h45 – Morelia

Santa Missa com sacerdotes, religiosos, consagrados e seminaristas

(Áudio – Vídeo – Texto)

20h15 – Morelia

Encontro com os jovens

(Áudio – Vídeo – Texto)

 

Quarta-feira, 17 de fevereiro

Ciudad Juárez

15h15 – Visita à Penitenciária Estatal

(Áudio – Vídeo – Texto)

16h45 – Encontro com o mundo do trabalho

(Áudio – Vídeo – Texto)

20h45 – Santa Missa

(Áudio – Vídeo – Texto) 

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Papa: vou ao México como missionário da misericórdia

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa iniciará, na próxima sexta-feira (12/02), sua 12ª viagem Apostólica internacional que desta vez o levará ao México. 

Numa vídeo mensagem aos mexicanos, divulgada nesta segunda-feira (08/02), Francisco disse estar muito feliz em realizar esta visita. “Sempre recordei de modo especial todos os mexicanos em minha oração. Carrego-os em meu coração e agora irei visitá-los e pisar nesta terra abençoada, tão amada por Deus, e tão querida à Virgem Maria”, sublinhou.

Missão

“Vocês podem se perguntar: O que o Papa pretende com esta viagem? A resposta é imediata e simples: Desejo ir como missionário da misericórdia e da paz; encontrar-me com vocês para confessar nossa fé em Deus e partilhar uma verdade fundamental em nossas vidas: Que Deus nos ama muito, que nos ama com um amor infinito, além de nossos méritos. Quero estar o mais próximo possível a vocês, mas especialmente daqueles que sofrem, abraçá-los e dizer-lhes que Jesus os ama, que Ele está sempre ao seu lado.”

O Papa ficou feliz ao saber que os mexicanos estão se preparando para esta visita com muita oração. “A oração amplia o nosso coração e o prepara para receber os dons de Deus. A oração ilumina os nossos olhos para aprender a ver os outros com os olhos de Deus, para amar como Deus ama. Muito obrigado e rezem por mim, pois preciso”, disse.

Guadalupe

“Qual é um dos meus maiores desejos? Poder visitar a casa da Virgem Maria. Como um filho, me aproximarei da Mãe e colocarei aos seus pés tudo o que levo em meu coração. É bom poder visitar a casa materna e sentir a ternura de sua presença bondosa. Ali, quero olhar para ela e pedir para que nos olhe com misericórdia, porque ela é nossa Mãe do Céu. A ela confio desde agora a minha viagem e todos vocês, meus queridos irmãos mexicanos”, concluiu o Papa.

Acompanhe a Viagem apostólica do Papa ao México com a Rádio Vaticano. Clique para ver a programação completa.

(MJ)

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Mexicanos criam corredor iluminado para o Papa

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Cidade do Vaticano (RV) – Os mexicanos poderão formar, na chegada do Papa Francisco sexta-feira (12/02), a maior ‘corrente’ de smartphones iluminados da história. Quando chegar à Cidade do México, à noite, o Pontífice será acompanhado do aeroporto até a Nunciatura aonde pernoitará por um corredor de luzes.

O comitê de organização da visita planificou a passagem do papamóvel num percurso iluminado de 19 km. “Queremos acolher o Santo Padre com um ‘muro especial’, que nós chamamos ‘muro de luzes e de orações’, adiante Roberto Delgado, um dos membros do comitê. “Se conseguirmos encher os dois lados das ruas, será como 38 km... isto nunca foi feito antes em nenhum país”.

Quando o veículo do Papa passar, os fiéis mexicanos serão chamados a rezar com o rosário nas mãos e iluminar o seu caminho. Por razões de segurança, as velas estão proibidas. Daí teve-se a ideia de usar os smartphones, do mesmo modo como suas telas iluminam os grandes concertos.

Quem não dispõe de um smartphone está convidado a participar da corrente usando uma lanterna pequena. 

(CM)

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Pedofilia: Comissão vaticana pede respostas diretas às vítimas

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Cidade do Vaticano (RV) – Após sete dias de trabalho intenso, em Roma, a Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores terminou o seu encontro com a elaboração de propostas e políticas a serem apresentadas ao Santo Padre. Será feito um pedido ao Papa para que reitere às autoridades da Igreja a importância de dar uma resposta direta às vítimas e sobreviventes que se aproximam deles; e a instituição de um Dia Universal de Oração e uma liturgia penitencial.

As atividades da Comissão

Um comunicado divulgado à imprensa sobre as atividades da Comissão, aponta que ao longo deste ano estão programados seminários sobre aspectos ligados à tutela de menores com a participação de colaboradores externos, a fim de estabelecer uma maior transparência nos processos canônicos. Informa-se também que os membros da Comissão estão ativamente em contato com numerosas Conferências Episcopais no mundo. Na próxima Assembleia Plenária, no final do ano, serão preparados um relatório e novas recomendações e será ativado um novo site para difundir as ‘boas normas’ para a proteção de menores em todo o mundo. 

Curso para tutela dos menores

“A Comissão recebeu positivamente o recente anúncio de que na próxima semana terá início o primeiro curso de estudos para obtenção de um diploma de tutela dos menores. O curso terá 19 participantes de quatro continentes: África, Europa, América e Ásia”, prossegue a nota. 

O encontro da Comissão em setembro de 2016 terá o objetivo estratégico de tutelar os menores nas escolas católicas, e serão convidados especialistas da América Latina, Inglaterra e Gales. 

A responsabilidade das Igrejas particulares

Enfim, a Comissão reafirma que “suas tarefas são propor ao Papa as iniciativas mais oportunas para a proteção de menores e adultos vulneráveis – e realizar todo o possível para assegurar que crimes como os ocorridos não se repitam na Igreja – e promover, em conjunto com a Congregação para a Doutrina da Fé, a responsabilidade das Igrejas particulares neste sentido”. 

A Comissão para a Proteção de Menores foi criada com um quirógrafo do Papa em março de 2014.  

(CM)

 

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Card. Parolin: celibato sacerdotal, caminho de liberdade

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Cidade do Vaticano (RV) – O celibato sacerdotal é uma vocação, um dom de Deus, e é particularmente conveniente para a missão da Igreja. Foi o que afirmou o Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, ao encerrar o Encontro iniciado na quinta-feira, 4, na Pontifícia Universidade Gregoriana, sobre o tema “O celibato sacerdotal, um caminho de liberdade”.

A escolha do celibato nem sempre é compreendida no que diz respeito à vida sacerdotal, sendo mesmo criticada, pois ligada à queda no número de ordenações.

Um caminho de liberdade

O Cardeal Parolin sublinha que todo discípulo avança sempre no encontro com Deus, não considerando nunca algo como conquistado “uma vez para sempre”. Assim, o sacerdote está a caminho, e a cada dia deve renovar a oferta da própria vida a Cristo e a Igreja, vigiando sobre si mesmo. E a livre oferta cotidiana de si mesmo, renovada pela oração, permite ao mesmo tempo um crescimento e um amadurecimento de toda a pessoa. Cristo – afirma o purpurado –  quer homens livres, interiormente serenos, com uma estrutura pessoal equilibrada e madura, conscientes das exigências do chamado e livremente disponíveis, com a ajuda da Graça, a vivê-lo livremente. Somente um homem livre pode ser também serenamente solteiro e, portanto, o celibato é um caminho de liberdade que dura toda a vida.

O mistério do padre: homem configurado a Cristo

O celibato está intimamente ligado à própria identidade presbiteral. O sacerdote, de fato, é “um homem configurado a Cristo”, e  a sua identidade – continua o Cardeal – é o seu “não pertencer a si”. O padre é padre, somente na medida em que a sua vida é totalmente voltada àquele que o chama. Como Cristo, o sacerdote está para servir os irmãos, como Cristo é sinal do amor total e para a sua esposa, a Igreja. Longe de ser uma renúncia ou uma separação da humanidade, o celibato, pelo contrário, manifesta a profunda ligação entre o sacerdote e o povo.

Celibato, vocação para a missão

A vocação ao celibato – afirma o Secretário de Estado -  não é contrária aos desejos de felicidade e de plenitude e pode ser acolhida somente em uma relação com o Mestre. O celibato, de fato, é exigido como uma norma disciplinar, mas esta norma tem um fundamento vocacional. Não se dá a própria vida para respeitar uma regra, mas para oferecê-la a uma pessoa, ao próprio Deus, e assim fazer dela um dom para todos os homens, para a Igreja e para o mundo. Para o sacerdote que a acolheu, a vocação ao celibato, no equilíbrio e na disciplina dos afetos, se alimenta na vida cotidiana por meio de uma série de relações: com o Senhor, com os próprios entes queridos – os confrades, os familiares e os outros amigos – assim como os fieis, a ele confiados em razão do ministério.

A “especial conveniência” do celibato para a missão apostólica

O Cardeal Parolin explica que a Igreja Latina continua, não obstante todas as dificuldades e as objeções levantadas ao longo dos séculos, a considerar conveniente fazer a escolha de conferir a Ordem Presbiteral somente a homens que deem prova de serem chamados por Deus ao dom da castidade, no celibato absoluto e perpétuo”. E explica as razões disto: no celibato, o sacerdote é livre para amar todos em Cristo. O celibato constitui, para o sacerdote, a oportunidade de assumir, em profundidade e verdade (…), as pessoas e as situações que encontra, em razão de seu ministério. O seu amor, portanto, é livre, porque não contém o desejo da posse. Para a sua vida e a sua missão – conclui o cardeal – o celibato é “um viajar leve” para chegar a todos, levando somente o amor de Deus. (JE)

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Tráfico humano: religiosas brasileiras pedem conversão

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Cidade do Vaticano (RV) - Celebra-se esta segunda-feira, 8 de fevereiro, o II Dia de oração e reflexão contra o tráfico de pessoas. A iniciativa é promovida pelos Pontifícios Conselhos da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes e por Justiça e Paz, e também pelas Uniões internacionais femininas e mascuilinas dos superiores e superioras gerais. A escolha da data é significativa, pois no dia 8 se celebra a memória litúrgica da Santa Josefina Bakhita, escrava sudanesa que, quando libertada, se tornou religiosa.

No Brasil, um grupo de consagradas acompanha e luta contra o tráfico: é a Rede Um Grito pela Vida. Para uma mensagem para esta ocasião, o Programa Brasileiro contatou a coordenadora da Rede, a Ir. Eurides Alves de Oliveria: 

“Penso que o dia 8 de fevereiro é um dia de profunda comunhão com o Deus da vida, presente nesta vida sofrida e ferida do tráfico humano. E este ano desejo, de fato, que seja um dia de oração, de contemplação, mas sobretudo de conversão à misericórdia e ao compromisso com as vítimas do tráfico humano. E que haja uma abertura de coração e uma adesão maior do que a gente teve no ano passado, que foi o primeiro ano. Que as paróquias, as dioceses, as igrejas, a vida religiosa, outras confissões religiosas possam pensar na presença do Deus misericordioso neste universo do tráfico humano, neste rosto das pessoas. E que a gente consiga fazer uma mobilização orante que seja fecunda também para alimentar e fortalecer a mística e a nossa ação profética neste campo.”

(BF)

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Igreja no Mundo



Terra Santa: Nazaré se prepara para o Dia Mundial do Enfermo

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Nazaré (RV) - A cidade de Nazaré se prepara para o Dia Mundial do Enfermo 2016 que será celebrado na próxima quinta-feira (11/02).

O Papa Francisco indicou Nazaré como sede do dia dedicado aos doentes. A delegação pontifícia, guiada pelo Presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde, Dom Zygmunt Zimowski, chegou à Terra Santa no último sábado (06/02). 

O programa do evento prevê uma série de celebrações litúrgicas em várias cidades da Terra Santa que tiveram início, no último domingo, em Ramallah, durante as quais os doentes presentes receberão o Sacramento da Unção dos Enfermos.
 
Também faz parte do programa um simpósio dedicado às problemáticas ligadas ao cuidado dos doentes terminais e a questões éticas do fim da vida. O encontro se realizará na terça-feira (09/02), no Centro Nossa Senhora de Jerusalém e contará com a participação de especialistas internacionais.

Os bispos católicos convidam todos os religiosos e religiosas presentes na Terra Santa a participarem das celebrações, favorecendo sobretudo a participação dos membros enfermos das respectivas comunidades. (MJ)

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Igreja recorda o martírio dos 21 coptas na Líbia

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Cairo (RV) – A diocese copta de Samalot prepara-se para recordar o primeiro aniversário do martírio dos 21 cristãos egípcios mortos em uma praia da Líbia por jihadistas do autoproclamado Estado Islâmico. As celebrações – segundo fontes egípcias – terão seu ponto alto com a celebração de uma solene Liturgia na terça-feira, 16 de fevereiro. No entanto, ao longo de toda a semana, serão celebradas missas, encontros de oração e de reflexão na diocese da qual faziam parte a maior parte dos coptas martirizados.

O nome de Jesus, última palavra pronunciada pelos 21 mártires

Os 21 coptas egípcios haviam sido sequestrados no início de janeiro de 2015. O vídeo da decapitação foi postado em sites jihadistas em 15 de fevereiro. “O vídeo – observou na ocasião o Bispo copta católico de Gizé, Dom  Anba Antonios Aziz Mina – foi construído com uma arrepiante técnica cinematográfica, com a intenção de espalhar o terror. Mesmo assim, naquele produto diabólico de ficção e de horror sanguinário, é possível ver que alguns dos mártires, no momento da sua bárbara execução, repetem “Senhor Jesus Cristo”. O nome de Jesus foi a última palavra que saiu de seus lábios. Como na paixão dos primeiro mártires, confiaram-se àquele que pouco depois os acolhei. E assim celebraram a sua vitória, a vitória que nenhum carnífice poderá tirar deles”. (JE)

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Roma parou para ver a chegada das relíquias dos santos confessores

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Cidade do Vaticano (RV) - Roma parou para ver a chegada das relíquias de São Padre Pio e São Leopoldo Mandic, na sexta-feira, 5 de fevereiro. Uma longa procissão partiu da Igreja de São Salvador, no centro da capital italiana, atravessou a Ponte Santo Ângelo para, de forma solene, entrar na Via da Conciliação.

Em clima devoção, a passagem das relíquias dos santos confessores foi acompanhada por centenas de milhares de pessoas que lotaram as imediações do Vaticano, até a chegada à Praça São Pedro, onde foram acolhidos com a recitação do terço.

As relíquias dos santos permanecem na Basílica Vaticana, para a veneração dos fiéis, até a manhã de 11 de fevereiro, neste que é um dos grandes momentos do Jubileu da Misericórdia convocado pelo Papa Francisco. (RB)

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Bakhita, Santa inspiradora do Dia de Oração contra o tráfico de seres humanos

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Cidade do Vaticano (RV) – “Romper as pesadas correntes” e “a intolerável vergonha” de quem ainda hoje compra e vende seres humanos. Palavras usadas pelo Papa Francisco no Angelus ao recordar o II Dia de Oração e Reflexão contra o Tráfico de Pessoas, celebrado esta segunda-feira. A data de 8 de fevereiro coincide com a memória litúrgica de Santa Josefina Bakhita, a escrava sudanesa que se tornou religiosa canossiana.

Quando estava com uma amiga nas proximidades de sua aldeia, situada na região de Darfur, no oeste do Sudão, dois homens surgiram improvisadamente entre os campos. Um deles pediu-lhe que fosse pegar um pacote que esquecera no bosque vizinho e disse à sua companheira que podia continuar o caminho, pois ela logo a alcançaria.

"Eu não duvidava de nada, obedeci imediatamente, como sempre fazia com a minha mãe", contou ela. Ameaçando-a com um punhal, levaram-na à força, desaparecendo no meio da floresta. O medo fez com que a menina de 8 anos esquecesse de tudo, até mesmo os nomes de seus pais e o próprio.

Escrava

Os mercadores de escravos decidiram rebatizá-la como Bakhita, fortunata (“sortuda”). A menina sudanesa, que levava uma vida serena com seus pais, torna-se objeto de troca, abatida pela fome e pelo chicote, mercadoria humana que passa de mão em mão nos mercados de El Obeid e Kartum. Certa vez, quando a serviço de um general turco, é “tatuada” com golpes de uma lâmina, 114 cortes, e as feridas são cobertas com sal para que fiquem evidentes.

A luz

Bakhita sobrevive a tudo até que, um dia, um raio de luz ilumina o inferno em que vivia. Callisto Legnami, este é o nome do agente consular que a compra dos traficantes de Kartum. Assim, naquele dia, Bakhita-Fortunata veste pela primeira vez um vestido, entra em uma casa, a porta é fechada e 10 anos de brutalidade ficam para trás.

O oásis dura dois anos, quando então o funcionário italiano, que a trata com afeto, é obrigado a deixar o país pela revolução mahdista. Bakhita recordará daquele momento: “Me atrevi a pedir a ele para me levar junto para a Itália”. Callisto Legnami aceita e, em 1884, Bakhita desembarca na península, onde para a pequena ex-escrava, lhe aguarda um destino inimaginável. Torna-se a babá de Alice, a filha do casal Michieli, amigos de Legnami, que viviam em Zianigo, território de Mirano Veneto.

Liberdade

Em 1888, o casal que a hospeda deve partir para a África e por 9 meses Bakhita e Alice são confiadas à Congregação das Filhas da Caridade de Santa Madalena de Canossa (Canossianas), de Veneza. Depois do corpo, Bakhita começa a revestir também a alma. Conhece Jesus, aprende o catecismo, liberta-se para sempre da sua condição de “objeto”. A senhora Michieli, então, retorna para a Itália para buscar sua filha Alice e a babá. Mas Bakhita se opõe: não a acompanhará à África. Após serem procurados pela mulher, o Patriarca de Veneza, Dom Domenico Agostini e o Procurador do Rei dizem à ela que “na Itália não se comercializa escravos”.

Irmã “Moreta”

Em 9 de janeiro de 1890 recebe do próprio Patriarca de Veneza o Batismo, o Crisma e a Primeira Comunhão, com o nome de Josefina Margarida Fortunata (“sortuda”). Em 1893, entra no noviciado das Canossianas, três anos mais tarde professa os votos e por 45 anos será cozinheira, sacristã e sobretudo porteira do Convento de Schio, onde aprenderá a conhecer as pessoas e as pessoas, por sua vez, a apreciarem o seu sorriso, a bondade e a fé daquela “moréta”, “morreta”. E as crianças querem conhecer a “irmã de chocolate”.

“Beijo as mãos dos negreiros”

Quando Josefina Bakhita faleceu aos 78 anos, em 8 de fevereiro de 1947, devido a uma pneumonia, o luto toma conta de toda a cidade de Schio. Realmente “sortuda” na sua vida, ela mesmo dirá: “Se eu encontrasse de novo aqueles negreiros que me sequestraram e também aqueles que me torturaram, me ajoelharia para beijar as suas mãos, porque, se não tivesse acontecido isto, eu não seria agora cristã e religiosa”.

Em 1969 o corpo incorrupto de Bakhita recebeu sepultura definitiva sob o altar da Igreja do Convento em Schio. Foi beatificada em 1992 e canonizada em Roma, pelo Papa João Paulo II, em outubro de 2000. (JE)

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Vésperas em rito latino em Londres aproximam católicos e anglicanos

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Londres (RV) – Uma celebração litúrgica, segundo o rito latino da Igreja Católica, será realizada na Capela Real do Hampton Court Palace, em Londres, mais de 450 anos após o cisma anglicano. O histórico evento foi organizado graças à colaboração entre a  “Genesis Foundation” e a “Choral Foundation”, duas entidades voltadas à tutela da arte e dos artistas, e que desejaram dar um tom ecumênico na celebração. As Vésperas, quase que totalmente em latim, serão celebradas pelo Arcebispo de Westminster, Cardeal Vincent Nichols, enquanto o Rev. Richard Chartres, Bispo de Londres e Decano da Capela de Sua Majestade, pronunciará um sermão. O Cardeal Nichols contou aos microfones da Rádio Vaticano a origem esta celebração:

“Como os eventos em si mesmos, e como grande parte da nossa história, tem uma origem complexa. Penso que em parte a inspiração para este evento surja da iminência do aniversário dos 500 anos do início da Reforma, e em parte reflete o desejo de encontrar uma justa colocação à exploração da música daquele período e também reside no fato de que o Bispo de Londres é o Decano da Capela Real de Hampton Court, e portanto, existe uma ligação pessoal entre nós”.

RV: A celebração das Vésperas será dedicada à São João Batista e será desenvolvida em latim, na maior parte da liturgia. O senhor poderia fornecer algum detalhe sobre a liturgia?

“Na realidade segue a fórmula normal das Vésperas, as mesmas Vésperas que celebramos na Catedral a cada domingo. A música foi escolhida em consonância com a história da “Chapel Royal”, e este é um dos aspectos mais intensos do evento. A música, na maior parte, é de Thomas Tallis e de William Byrd, compositores entre os séculos XV e XVI. Primeiro nasce Talli, que depois se torna o tutor de Byrd. Ambos viveram as turbulências do início da Reforma em 1535 e depois dos anos sucessivos, quando a situação na Inglaterra era ainda muito instável e pouco consistente. Obviamente, a rejeição do papado por parte de Henrique VIII, havia aberto as portas para uma grande mudança cultural, mas a imposição da liturgia anglicana reformada ocorreu gradualmente, e quer Tallis como Byrd, escreveram músicas quer “católicas” como “anglicanas”, também em inglês. Souberam assim mover-se de uma margem à outra. De qualquer forma, “Chapel Royal”  recolheu este tipo de “fluidez”, de incerteza e também das ambiguidades da época”.

RV: É importante recordar que a “Chapel Real” faz referência não à construção, ao edifício, mas ao coral, aos músicos que seguiam o soberano onde quer que ele fosse. Torna-se, portanto, um ponto de referência chave para o desenvolvimento da tradição coral inglesa…

“Sim, é absolutamente verdade. De fato, os cantores da “Chapel Royal” cantaram em diversos lugares e de muitos deste lugares se fala hoje simplesmente como de “Chapel Royal”. Por “Chapel Royal” na realidade, se entende o corpo dos músicos, está absolutamente correto. Neste sentido, o fato de que hoje nos encontramos com uma tradição musical que se sobrepõe é muito importante no que diz respeito à busca daquilo que temos em comum. Recordo, por exemplo, que em uma recente visita do Coral de Westminster Abbey, ao Vaticano, eles cantaram, acredito, o “Ave Verum” de Byrd, na Basílica de São Pedro. Portanto, naquela ocasião houve o coral de uma Igreja que tem suas raízes na Reforma, e que cantou peças clássicas da música litúrgica romana na Basílica de São Pedro.. Neste sentido, a música pode nos ajudar a redescobrir as nossas raízes e o nosso patrimônio comum. E isto é muito importante”. (JE)

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Igreja vietnamita em campo em favor dos pobres e dos órfãos

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Hanói (RV) - Por ocasião do novo Ano lunar, que teve início esta segunda-feira (08/02), a Igreja vietnamita lançou uma série de projetos caritativos e sociais para ajudar os mais de 18 milhões de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza, ou seja, com menos de um dólar por dia.

O vice-presidente da Comissão para as atividades caritativas da Conferência Episcopal Vietnamita, Dom Josep Nguyễn Văn Yến, deu o exemplo, visitando, semanas atrás, muitas paróquias nas zonas pobres e rurais do país do sudeste asiático.

Apoio particular às crianças e anciãos

Em particular, Dom Văn Yến se ocupa do apoio a crianças e anciãos nas paróquias de Vô Hốt e Phúc Châu, na província de Ninh Bình, ao sul de Hanói.

Por ocasião do Ano da misericórdia, convocado pelo Papa Francisco, o bispo fez um apelo a todas as 26 dioceses do país a realizar obras de auxílio aos órfãos que vivem em situações proibitivas.

A Caritas do distrito de Phú Tho, na Diocese de Ho Chi Minh City, convidou a associação de médicos Thiên Đức a visitar as paróquias para doar medicamentos a 400 pacientes pobres, incluindo anciãos sozinhos, órfãos e portadores de deficiência.

Além de oferecer visitas médicas gratuitas, os profissionais da saúde oferecem também assistência psicológica e conselhos para aumentar a higiene da comunidade.

Ajudas especiais para auxiliar as mulheres desempregadas

Há 20 anos, por ocasião do novo Ano lunar, uma delegação da Diocese de Phát Diêm, pouco ao sul de Hanói, visita os leprosários de Trai Phong Cấm Thủy. Nestes anos, as atividades da Caritas local envolveu numerosas congregações religiosas, masculinas e femininas, bem como pessoas leigas desejosas de ajudar o próximo.

A Diocese de Phan Thiết, ao sul do país, ao norte de Ho chi Minh City, é especializada em pequenos grupos de crédito, que poupam para garantir bolsas de estudo aos jovens mais pobres. Chin Huynh Thi, mulher que trabalha num destes grupos, conta: “Graças a esses fundos, os projetos ajudaram algumas mulheres a enfrentar as dificuldades causadas pela perda do trabalho”.

20% da população vive abaixo da linha da pobreza

“Graças a essa atividade também a minha família é mais estável e me sinto mais serena”, explica ela. “As cifras que arrecadamos não são grandes, mas servem para as famílias das áreas rurais, obrigadas a tomar dinheiro emprestado com juros que chegam a 20%”, acrescenta.

O Vietnã é um país de 90 milhões de pessoas. Segundo as estatísticas do governo, 18 milhões (20% da população) vivem abaixo da linha da pobreza e detêm 6% da riqueza nacional. Outros 18 milhões são as pessoas consideradas ricas, que detêm 54% dos bens. O restante 60% da população possui 40% dos recursos. (RL)

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Formação



Ousadia para combater o tráfico humano, pede Rede Talitha Kum

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Cidade do Vaticano (RV) - “Penso em especial em muitas mulheres e homens e tantas crianças! É preciso fazer todo os esforço possível para debelar este crime e esta intolerável vergonha”: palavras de Francisco no Angelus do último domingo para recordar o Dia de oração e reflexão contra o tráfico de pessoas, celebrado neste dia 8 de fevereiro.

Para o Papa, trata-se de uma oportunidade para ajudar os novos ‘escravos’ de hoje a romper as pesadas correntes da exploração e se apropriarem de sua dignidade e liberdade. 

A Rádio Vaticano contatou a Irmã italiana Gabriella Bottani, coordenadora da Rede Internacional da Vida Consagrada contra o Tráfico de Pessoas – Talitha Kum. Em entrevista ao Programa Brasileiro, Ir. Gabriella, que foi morou dez anos no Brasil, fala das áreas geográficas que mais preocupam a Rede:

“Acredito que as regiões que mais continuam preocupando pelo aumento do tráfico são as regiões da Ásia, do Pacífico, e vem aumentando também as denúncias no contexto africano. Claro que não podemos esquecer também a América Latina e todos os continentes, mas acredito que essas regiões são aquelas que são mais marcadas pelo tráfico e são os maiores países de origem, junto com o Leste europeu.”

Papa no México

Na entrevista, Ir. Gabriella fala ainda da escolha do Papa Francisco em visitar, no México, um diocese de fronteira com os Estados Unidos, em que há denúncias de tráfico humano entre os migrantes:

“A escolha do México é um escolha estratégica importante, é um dos pontos em que se encontram muitos migrantes que sofrem, sobretudo da América Latina, e que encontram uma barreira no México que cria situações que vão favorecendo a exploração e o tráfico de pessoas. Acredito que esta escolha do Papa é muito importante, esperamos que também a vida religiosa possa ser fortalecida. Nós temos em programa para setembro de 2016 nosso primeiro curso formativo para organizar a rede também no México.”

Iniciativa

Ir, Gabriella apresenta a iniciativa de Talitha Kum para celebrar o dia 8 de fevereiro: trata-se de uma construção coletiva de uma imagem no site da Rede. “Construirmos juntos esta imagem tem um sentido simbólico, para ajudar a entender que temos que nos reencontrar, começar a ousar algo diferente.”

Clique acima para ouvir a reportagem completa. 

(BF)

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Piedade popular: promover e valorizar, sem minimizar sua importância

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, voltamos ao nosso quadro semanal “O Brasil na Missão Continental”, projeto de animação missionária fruto da Conferência de Aparecida (maio de 2007) que, como se tem ressaltado, deu novo impulso à ação evangelizadora da Igreja na América Latina e no Caribe.

Na edição de hoje vamos nos ater a um dos temas de relevante importância na Conferência de Aparecida, ou seja, a religiosidade popular.

Traço característico da religiosidade dos nossos povos da América Latina e do Caribe, Aparecida buscou valorizar, resgatar e incentivar a piedade popular na ação evangelizadora da Igreja no âmbito da "Missão Continental". 

Para tratar do assunto, partimos do discurso do Papa Francisco, em 21 de janeiro próximo passado, no Vaticano, a cerca de três mil participantes no Jubileu dos Agentes de Peregrinações e Reitores de Santuários, ocasião em que sublinhou a importância da peregrinação, “uma das expressões  mais eloquentes da fé do povo de Deus e que manifesta a piedade de gerações de pessoas”, disse o Pontífice.

“Esta religiosidade popular é uma forma genuína de evangelização, que precisa ser cada vez mais promovida e valorizada, sem minimizar a sua importância”, observou.

"Nos santuários, de fato, a nossa gente vive a sua profunda espiritualidade, aquela piedade que durante séculos moldou a fé com devoções simples, mas muito significativas.”

Seria, portanto, um erro pensar que aqueles que vão em peregrinação vivem uma espiritualidade não pessoal, mas "de massa", pois o peregrino leva consigo a própria história, a própria fé, luzes e sombras da própria vida, porque o santuário é realmente um espaço privilegiado para encontrar o Senhor e fazer a experiência da sua misericórdia, ressaltou o Santo Padre.

O Papa citou uma curiosidade: o Beato Paulo VI, na “Evangellii nuntiandi”, fala de “religiosidade popular”, mas diz que é melhor dizer “piedade popular”. E depois, disse Francisco, o episcopado latino-americano no Documento de Aparecida dá um passo a mais e fala de “espiritualidade popular”. "Os três conceitos são válidos, mas juntos", observou.

E a propósito do Documento de Aparecida, recorremos diretamente a ele para ver o que nos diz a respeito:

“Em nossa cultura latino-americana e caribenha conhecemos o papel tão nobre e orientador que a religiosidade popular desempenha, especialmente a devoção mariana, que contribuiu para nos tornar mais conscientes de nossa comum condição de filhos de Deus e de nossa comum dignidade perante seus olhos, não obstante as diferenças sociais, étnicas ou de qualquer outro tipo” (DA, 37).

“Esta maneira de expressar a fé está presente de diversas formas em todos os setores sociais, em uma multidão que merece nosso respeito e carinho, porque sua piedade reflete uma sede de Deus que somente os pobres e simples podem conhecer. A religião do povo latino-americano é expressão da fé católica. É um catolicismo popular, profundamente inculturado, que contem a dimensão mais valiosa da cultura latino-americana”, lê-se no DA, 258.

Por fim, em sua conclusão no nº 549 o documento afirma que “Para nos converter em uma Igreja cheia de ímpeto e audácia evangelizadora, temos que ser de novo evangelizados e fiéis discípulos. Conscientes de nossa responsabilidade pelos batizados que deixaram essa graça de participação no mistério pascal e de incorporação no Corpo de Cristo sob uma capa de indiferença e esquecimento, é necessário cuidar do tesouro da religiosidade popular de nossos povos para que nela resplandeça cada vez mais “a pérola preciosa” que é Jesus Cristo e seja sempre novamente evangelizada na fé da Igreja e por sua vida sacramental. É preciso fortalecer a fé “para encarar sérios desafios, pois estão em jogo o desenvolvimento harmônico da sociedade e da identidade católica de seus povos”.

E com esta passagem do Documento de Aparecida concluímos “O Brasil na Missão Continental de hoje”. Até a próxima, se Deus quiser. (RL)

Ouça clicando acima

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