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Sumario del 10/02/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: Quaresma, tempo para podar a falsidade, mundanidade e indiferença

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco presidiu, na tarde desta quarta-feira (10/02), a missa de início da Quaresma, com o tradicional rito de imposição das Cinzas, na Basílica de São Pedro. Durante a celebração houve o envio dos Missionários da Misericórdia.

Em sua homilia, o pontífice sublinhou que “a Palavra de Deus, no início do caminho quaresmal, faz à Igreja e a cada um de nós dois convites. O primeiro, é o de São Paulo: Deixai-vos reconciliar com Deus.” 

Reconciliação

“Não é simplesmente um bom conselho paterno e nem uma sugestão. É uma verdadeira e própria súplica em nome de Cristo. Vos suplicamos em nome de Cristo: deixai-vos reconciliar com Deus. Por que um apelo assim tão solene e sincero? Porque Cristo sabe que somos frágeis e pecadores, conhece a fraqueza de nosso coração, o vê ferido pelo mal que cometemos e sofremos. Ele sabe que precisamos de perdão, sabe que precisamos nos sentir amados para realizar o bem. Sozinhos não somos capazes. Por isso, o Apóstolo não nos diz para fazer alguma coisa, mas para nos deixar reconciliar com Deus, permitir que Ele nos perdoe, com confiança, porque Deus é maior que o nosso coração. Ele vence o pecado e nos reergue das misérias, se as confiamos a Ele. Cabe a nós reconhecer que precisamos de misericórdia. É o primeiro passo do caminho cristão. Trata-se de entrar pela porta aberta que é Cristo, onde Ele mesmo nos espera, o Salvador, e nos oferece uma vida nova e alegre.”

Vergonha

Segundo Francisco, podem haver alguns obstáculos que fecham as portas do coração. Um deles é “a tentação de blindar as portas, ou seja, conviver com o próprio pecado, minimizando-o, justificando-se sempre, pensando em não ser pior que os outros. Assim, porém, se trancam as fechaduras da alma e se permanece fechado dentro, prisioneiros do mal. Outro obstáculo é a vergonha de abrir a porta secreta do coração. Na realidade, a vergonha é um bom sintoma, pois indica que queremos nos desligar do mal. Todavia, nunca deve se transformar em temor ou medo”.

O terceiro obstáculo, segundo o Papa, é o de nos distanciar da porta. “Isso acontece quando nos enfurnamos em nossas misérias, quando remoemos continuamente, ligando entre si as coisas negativas, até chegar aos lugares mais escuros da alma. Então a tristeza que não queremos nos torna familiar, nos desencorajamos e somos mais fracos diante das tentações. Isso acontece porque permanecemos sós conosco, nos fechando e fugindo da luz, enquanto somente a graça do Senhor nos liberta. Deixemo-nos então reconciliar, ouvindo Jesus que diz a quem está cansado e oprimido: venha a mim. Não permanecer em si mesmo, mas ir até Ele. Ali há descanso e paz”, disse o pontífice.

Missionários da Misericórdia

Estavam presentes na celebração os Missionários da Misericórdia que receberam o mandato de ser sinais e instrumentos do perdão de Deus. “Queridos irmãos, que vocês possam ajudar a abrir as portas dos corações, a vencer a vergonha e a não fugir da luz. Que as suas mãos abençoem e reergam os irmãos e irmãs com paternidade. Que através de vocês o olhar e as mãos do Pai pousem sobre os filhos e curem suas feridas”, frisou o Papa.

O Santo Padre falou sobre o segundo convite de Deus feito por meio do Profeta Joel: ‘Voltem para mim de todo o coração’. “Se é preciso voltar é porque nos distanciamos. É o mistério do pecado: nos distanciamos de Deus, dos outros e de nós mesmos. Não é difícil se dar conta: Todos vemos como fazemos esforço para ter realmente confiança em Deus, de nos confiar a Ele como Pai, sem medo. Como é difícil amar os outros, em vez de pensar mal deles. Como nos custa fazer o bem verdadeiro, enquanto somos atraídos e seduzidos por tantas realidades materiais que se disperdem e no final nos deixam pobres. Junto desta história de pecado, Jesus inaugurou uma história de salvação. O Evangelho que abre a Quaresma nos convida a ser protagonistas, abraçando três remédios, três medicamentos que curam do pecado”, disse ainda Francisco.

Oração, caridade e jejum

“Em primeiro lugar a oração, expressão de abertura e confiança no Senhor: É o encontro pessoal com Ele, que encurta as distâncias criadas pelo pecado. Rezar significa dizer: “Não sou autossuficiente, preciso de você. Você é a minha vida e minha salvação. Em segundo, a caridade para superar a estranheza em relação aos outros. O amor verdadeiro, de fato, não é um ato exterior, não é dar algo de forma paternalista para tranquilizar a consciência, mas aceitar quem precisa de nosso tempo, de nossa amizade e nossa ajuda. É viver o silêncio, vencendo a tentação de nos satisfazer. Em terceiro lugar o jejum, a penitência para nos libertar das dependências em relação ao que passa e nos treinar para ser mais sensíveis e misericordiosos. É um convite à simplicidade e partilha: tirar algo de nossa mesa e nossos bens para reencontrar o bem verdadeiro da liberdade.”

“Voltem para mim”, diz o Senhor, “de todo o coração”. “Não somente com algum ato exterior, mas do profundo de nós mesmos. De fato, Jesus nos chama para viver a oração, a caridade e a penitência com coerência e autenticidade, vencendo a hipocrisia.”

Quaresma, tempo para podar a falsidade
 
“Que a Quaresma seja um tempo benéfico para podar a falsidade, a mundanidade e a indiferença; para não pensar que tudo vai bem se eu estou bem; para entender que o que conta não é a aprovação, a busca de sucesso ou consenso, mas a limpeza do coração e da vida; para reencontrar a identidade cristã, ou seja, o amor que serve, não o egoísmo que se serve. Coloquemo-nos a caminho juntos, como Igreja, recebendo as Cinzas e mantendo fixo o olhar no Crucifixo. Ele, amando-nos, nos convida a nos deixar reconciliar com Deus e a retornar a Ele, para nos reencontrar”, concluiu o Papa. (MJ)

 

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Papa doa 500 terços aos detentos de prisão de Pádua

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Cidade do vaticano (RV) –  O Papa Francisco doou 500 terços aos detentos da prisão de Pádua, que serão entregues pessoalmente pelo Padre Marco Sanavio, que quis envolver “mais diretamente” os prisioneiros na iniciativa “Um momento de paz”, lançada há quatro anos na rede. Quem pediu os terços ao Santo Padre foi o jovem chinês Zhang Agostino Jianqing, detido precisamente nesta prisão, e que em 12 de janeiro passado havia participado em Roma do lançamento do livro “O nome de Deus é misericórdia”

Durante a Audiência na Praça São Pedro, Padre Marco apresentou ao Pontífice o seu projeto de “fazer circular na rede, por meio do WhatsApp e e-mail, breves mensagens tiradas do Evangelho do dia”, alcançando assim mais de cem mil pessoas em toda a Itália, e dando vida também a encontros para aqueles que, mesmo estando na periferia da fé, não perderam as referência espirituais.

“Esta iniciativa cresceu sem que nos déssemos conta – explica o sacerdote – e se expandiu sempre mais através do boca-a-boca”. Ao Papa, o sacerdote levou para a Audiência “um fascículo com todas as orações que as pessoas escrevem na internet, respondendo ao pedido de que rezem por ele”. Estas intenções pelo Papa – explicou – “as entregam também as comunidades orantes para que as façam próprias”. (JE)

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Audiência: para ser verdadeiro, Jubileu deve chegar ao bolso

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Cidade do Vaticano (RV) – Nesta Quarta-feira de Cinzas (10/02), o Papa Francisco se reuniu com os fiéis para a Audiência Geral. 

Cerca de 15 mil peregrinos compareceram na Praça S. Pedro, aos quais o Pontífice saudou a bordo de seu papamóvel antes de sua catequese. A eles, Francisco se dirigiu desejando um bom caminho quaresmal e refletiu sobre a instituição do Jubileu, que se encontra nas Sagradas Escrituras.

Origem do jubileu

A instituição do Jubileu acontecia de 50 em 50 anos como um momento culminante da vida religiosa e social do povo de Israel, explicou o Pontífice.

"Se uma pessoa tivesse sido obrigada a vender a sua terra ou a sua casa, no Jubileu recuperava a posse delas, e se alguém contraía dívidas que não pôde saldar e foi reduzido à escravidão, pondo-se ao serviço do credor, no Jubileu podia voltar livre para a sua família e reaver todas as suas propriedades. Era uma espécie de 'perdão geral', que permitia a cada pessoa voltar à sua situação original"

Quem empobrecia voltava a ter o necessário para viver e quem enriquecia restituía ao pobre o que lhe apanhou. O objetivo era criar uma sociedade assente na igualdade e na solidariedade, onde a liberdade, a terra e o dinheiro voltassem a ser um bem para todos e não só para alguns, “como acontece agora”, ponderou Francisco.

Jubileu deve chegar ao bolso

“As cifras não são exatas, mas 80% das riquezas da humanidade estão nas mãos de menos de 20% das pessoas. É um jubileu – e isso o digo recordando nossa história de salvação – para converter-se para que o nosso coração se torne maior, mais generoso, mais filho de Deus, com mais amor. Mas lhes digo uma coisa: se o jubileu não chegar até ao bolso, não é um verdadeiro jubileu, entenderam? E isso está na Bíblia, não é este Papa que inventa: está na Bíblia.”

Francisco explicou ainda a lei concernente às primícias, isto é, quando a parte mais preciosa da colheita era compartilhada. Traduzindo para a época atual, disse Francisco, também hoje é importante compartilhar com quem não tem o resultado do trabalho, do salário, de tantas coisas que se possui e depois se desperdiça

“Isso acontece também hoje! Na Esmolaria apostólica chegam tantas cartas com um pouco de dinheiro, escrito: “esta é uma parte do meu salário para ajudar os outros”. E isso é belo; ajudar os outros, as instituições de beneficência, os hospitais, as casas de repouso; dar também aos forasteiros, aos estrangeiros e aos que estão de passagem. Jesus esteve de passagem no Egito.

Agiotagem é pecado grave

E pensando justamente nisso, a Sagrada Escritura exorta com insistência a responder generosamente aos pedidos de empréstimo, sem fazer cálculos mesquinhos e sem pretender juros impossíveis.”

Este ensinamento, disse o Papa, é sempre atual:

“Quantas famílias estão na rua, vítimas da agiotagem! Por favor, rezemos para que neste Jubileu o Senhor tire do coração de todos essas nossa vontade de ter sempre mais que a agiotagem provoca. Que se volte a ser generosos, grandes.”

No desespero, afirmou Francisco, muitas pessoas acabam cometendo suicídio, porque não encontram uma mão estendida, somente a mão da cobrança. “A agiotagem é um pecado grave. O Senhor, recordou ele, recompensa em dobro, não em dinheiro, mas em tantas outras coisas.”

O Jubileu tinha por função ajudar o povo a viver uma fraternidade concreta, feita de mútua ajuda. Podemos dizer que o jubileu bíblico era um “jubileu de misericórdia”.

A mensagem bíblica é muito clara, concluiu o Papa: abrir-se com coragem à partilha entre compatriotas, entre famílias, entre povos, entre continentes. “Contribuir para realizar uma terra sem pobres quer dizer construir sociedades sem discriminações, assentes na solidariedade que leva a partilhar aquilo que se possui numa divisão dos recursos fundada na fraternidade e na justiça.”

Orações para a viagem ao México

Após a catequese, ao saudar os grupos presentes, Francisco recordou que nos próximos dias visitará o México. O Papa pediu aos fiéis que acompanhem com a oração esta sua peregrinação e o encontro com o Patriarca Kirill em Cuba.

Dia Mundial do Enfermo

O Papa lembrou ainda o 24º Dia Mundial do Enfermo, cujo ápice será em Nazaré. Citando sua mensagem para a ocasião, Francisco destacou que na solicitude de Maria se espelha a ternura de Deus e a imensa bondade de Jesus Misericordioso.

“Convido a rezar pelos doentes e a fazer com que sintam o nosso amor. A mesma ternura de Maria esteja presente na vida de tantas pessoas que se encontram ao lado dos doentes, sabendo colher suas necessidades, também aquelas mais imperceptíveis, porque vistos com olhos repletos de amor.”

(BF)

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Papa recebe Premiê iraquiano: tutelar as minorias

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu em audiência na manhã desta quarta-feira (10/02), no Escritório da Sala Paulo VI, o Primeiro Ministro do Iraque, Haydar al-Abadi, que sucessivamente encontrou o Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, acompanhado pelo Secretário para as Relações com os Estados, Dom Paul Gallagher.

Durante os cordiais colóquios, foram feitas referências às boas relações bilaterais, à vida da Igreja no país e a situação dos cristãos e das minorias étnicas e religiosas, com particular referência à importância da presença deles no território e à necessidade de tutelar os seus direitos. Foi recordado, após, o papel do diálogo inter-religioso e a responsabilidade das comunidades religiosas na promoção da tolerância e da paz.

Em tal contexto, foi reiterada a importância do processo de reconciliação em andamento entre os vários componentes sociais do país e sobre a situação humanitária nacional e regional. (JE)

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Mensagem do Papa vai abrir iniciativa jovem nas redes sociais

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa corrobora a ideia de jovens de Pompeia, na Itália, ao enviar uma mensagem (íntegra abaixo) à iniciativa “KeepLent”, que vai anunciar o Evangelho nas redes sociais durante o período quaresmal.

 

As mensagens serão difundidas por meio do app Telegram. Todas as manhãs, os inscritos vão receber um texto com um trecho do Evangelho do dia e uma mensagem de voz – em italiano –, com cerca de 1 minuto e meio.

A primeira meditação será a do Papa Francisco. Na sequência, caberá a sacerdotes, catequistas e educadores da Ação católica italiana, professores de ensino religioso, responsáveis por movimentos e associações e integrantes da Pastoral Jovem.

Todos os domingos, o comentário do Evangelho será feito por Dom Tommaso Caputo, arcebispo de Pompeia, com as ilustrações de Padre Giovanni Berti. As mensagens também poderão ser acessadas nas redes sociais da Pastoral Jovem de Pompeia

Íntegra da mensagem do Papa

Caros jovens,

Jesus disse aos seus discípulos, “estejam atentos em não praticar a vossa justiça diante dos homens para serem admirados por eles”... “Quando dás esmola, não anuncie”... “O Pai que está nos céus e que vê os segredos te recompensará”.

“A palavra de Deus nos dá a justa orientação para viver bem a Quaresma. Quando fazemos algo bom, às vezes somos tentados a receber  apreciação e de ter uma recompensa: a glória humana. 

Mas se trata de uma falsa recompensa porque nos projeta em direção àquilo que os outros pensam de nós. Jesus nos pede para fazer o bem porque é bem. Nos pede para sentirmo-nos sempre sob o olhar do Pai que está nos céus e de viver em relação com Ele, não em relação com o julgamento dos outros. 

Viver na presença do Pai è uma alegria muito mais profunda de uma glória mundana. O nosso comportamento nesta Quaresma seja, portanto , aquele de viver no segredo onde o Pai nos vê, nos ama e nos aguarda. 

Certamente, também as coisas exteriores são importantes, mas devemos sempre escolher e viver na presença de Deus.

Façamo-lo na oração, na mortificação e na caridade fraterna aquilo que podemos, humildemente, diante de Deus. Assim seremos dignos da recompensa de Deus Pai. 

Boa Quaresma, que Nossa Senhora de Pompeia lhes guarde e, por favor, rezem por mim. 

***

(RB)

 

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Rádio Vaticano com o Papa no México

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Cidade do Vaticano (RV) – A equipe do Programa Brasileiro da Rádio Vaticano está pronta para a cobertura especial da Viagem Apostólica do Papa Francisco ao México, entre 12 e 18 de fevereiro.

Na redação, na Cidade do Vaticano, a equipe entra em regime de plantão para transmitir ao vivo os principais eventos do Papa no México. Ao todo, serão 11 transmissões extraordinárias.

Na Cidade do México, nosso enviado especial acompanhará de perto os passos do Papa Francisco que, em sua primeira visita à terra de Nossa Senhora de Guadalupe, chega como peregrino de paz e misericórdia.

Programação (Horário de Brasília)

 

Ao vivo com comentários em português 

Ao vivo com áudio internacional

 

Sexta-feira, 12 de fevereiro

Havana, Cuba

1ª Parte 16h45 | 2ª Parte 19h55 – Encontro do Papa e do Patriarca de Moscou e todas as Rússias 

(Áudio – Vídeo – Texto)

 

Sábado, 13 de fevereiro

Cidade do México (CDMX)

14h – Encontro com as Autoridades, Sociedade Civil e Corpo Diplomático

(Áudio – Vídeo – Texto)

15h – Encontro com os Bispos

(Áudio – Vídeo – Texto)

20h45 – Santa Missa na Basílica de Guadalupe

 

Domingo, 14 de fevereiro

Ecatepec

15h – Santa Missa

(Áudio – Vídeo – Texto)

Cidade do México (CDMX)

21h30 – Visita ao Hospital Pediátrico “F. Gomez”

(Áudio – Vídeo – Texto)

 

Segunda-feira, 15 de fevereiro

San Cristóbal

14h – Santa Missa com as comunidades indígenas de Chiapas

(Áudio – Vídeo – Texto)

Tuxtla-Gutiérrez

20h – Encontro com as famílias

(Áudio – Vídeo – Texto)

 

Terça-feira, 16 de fevereiro

13h45 – Morelia

Santa Missa com sacerdotes, religiosos, consagrados e seminaristas

(Áudio – Vídeo – Texto)

20h15 – Morelia

Encontro com os jovens

(Áudio – Vídeo – Texto)

 

Quarta-feira, 17 de fevereiro

Ciudad Juárez

15h15 – Visita à Penitenciária Estatal

(Áudio – Vídeo – Texto)

16h45 – Encontro com o mundo do trabalho

(Áudio – Vídeo – Texto)

20h45 – Santa Missa

(Áudio – Vídeo – Texto) 

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Card. Koch: Passo corajoso de Kirill. Encontro dará bons frutos ao diálogo ecumênico

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Cidade do Vaticano (RV) – Um passo corajoso que trará bons frutos ao diálogo ecumênico. Palavras do Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt Koch, ao comentar o histórico encontro entre o Papa Francisco e o Patriarca de Moscou e de todas as Rússias Kirill, a se realizar em Havana, em 12 de fevereiro. O inesperado anúncio do encontro foi realizado em 5 de fevereiro:

“Obviamente é uma surpresa o fato de que, pela primeira vez na história um Patriarca russo-ortodoxo e o Bispo de Roma, como Pontífice da Igreja universal Católica, se encontrem; naturalmente, tudo estava previsto há muito tempo”.

RV: Por que o encontro se realizará em Cuba e não na Europa?

“É necessário fazer duas considerações. Uma que o Santo Padre Francisco, no voo de retorno da sua visita à Turquia, à Constantinopla, disse claramente: “Desejo encontrar o Patriarca Ortodoxo Kirill; ele pode decidir onde e como e eu vou”. Depois disto houve aquela coincidência de que o Papa iria ao México e que o Patriarca tinha em programa a visita a Cuba: portanto, chegou-se a esta solução. Nos bastidores, porém, o que ocorreu é que o Metropolita Hilarion mencionou claramente na coletiva de imprensa de apresentação do evento: da parte ortodoxa não se desejava que este encontro se realizasse na Europa, porque a Europa é o continente das divisões das Igrejas, enquanto estes encontros não são voltados a sublinhar as divisões, mas sim indicar a superação de tais divisões. Por isto foi escolhida esta localidade”.

RV: Serão tratados também os “temas quentes”? Se falará também daquilo que é obstáculo à unidade?

“Obviamente, em uma conversa de duas horas não se pode falar de tudo, mas seguramente se falará das questões que dizem respeito aos dois Chefes das Igrejas, de um ponto de vista pessoal e eclesial”.

RV: A questão ucraniana será um dos temas tratados?

“Precisamente a Ucrânia foi por muito tempo a razão pela qual não se conseguiu organizar este encontro, pelo lado ortodoxo. O Patriarca Ortodoxo russo está muito tocado pela situação na Ucrânia, e por outro lado também o Papa ficou muito tocado pelo conflito que está em andamento na Ucrânia e pelas dificuldades existentes nas relações entre Igreja Greco-católica e as Igrejas Ortodoxas, porque a Igreja Greco-católica é parte da nossa Igreja. Tudo isto toca e preocupa muito o Papa. Penso que seja possível encontrar-se sem falar de tais questões”.

RV: Quais serão os próximos passos? Este é um encontro, mas obviamente se espera que traga progressos no campo ecumênico...

“Seguramente irá forjar as relações dentro da ortodoxia. Até agora, com muitos dos Patriarcas Ortodoxos, não temos contatos – entre o Papa e estes Patriarcas – e este encontro poderá contribuir também para aprofundar as relações intra-ortodoxas, precisamente em vista do Concílio Panortodoxo que se realizará em junho, em Creta. Neste ponto, seguramente trará bons frutos para o diálogo teológico, que nós conduzimos não somente como Igrejas particulares, mas com o conjunto da ortodoxia; e no momento em que houver relações melhores, uma melhor compreensão mútua entre Roma e Moscou, isto seguramente poderá ter reflexos positivos no diálogo teológico”.

RV: Levantam-se também vozes críticas, em particular no campo ortodoxo russo; também os comentários dos greco-católicos nem sempre são positivos... existem temores. Qual a sua opinião a respeito destas reservas?

“Acredito que o Patriarca russo-ortodoxo esteja profundamente consciente desta atmosfera, destas reações, e esta é a mais forte confirmação da vontade de realizar este encontro. Neste sentido, gostaria de dizer que este gesto do Patriarca é seguramente um passo corajoso”. (JE)

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Direto do México: país espera Francisco de braços abertos

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Cidade do México (RV) – Sobre as ruínas de Tenochtitlan, a cidade antiga asteca, a cerca de 2.200 metros acima do nível do mar surge a Cidade do México. Uma cidade fascinante que seduz à primeira vista. É uma das maiores manchas urbanas do mundo. Sua imensidão é percebida por quem chega à noite de avião: aos seus pés, um interminável e fascinante tapete de luzes. ​ 

Esta cidade é uma miscelânea de diferentes grupos étnicos, a maioria ameríndios e mestiços, que vivem juntos e se misturam dando vida ao orgulhoso povo mexicano. E é a este povo que o Papa Francisco se fará peregrino. De fato, entre os dias 12 e 17 de fevereiro Bergoglio realizará a sua 12ª Viagem Apostólica internacional para confirmar na fé uma nação que na sua história teve momentos radiantes e escuros. Basta pensar na visita da Mãe Guadalupe ao indígena Juan Diego, em 12 dezembro de 1531, e depois a violência contra a Igreja, com muitos mártires que derramaram seu sangue por causa da fé em Cristo.

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Francisco anunciou ao mundo a sua intenção de visitar o México, em 12 de dezembro último, durante a celebração Eucarística na Basílica Vaticana na festa de Nossa Senhora de Guadalupe. Uma visita esperada e desejada.

O slogan escolhido para esta viagem é “Papa Francisco: Missionário da misericórdia e da paz” que deseja reunir os temas recorrentes das suas viagens apostólicas e, em geral, de todo o seu pontificado, ou seja, a misericórdia, a justiça, o compromisso, a paz e a esperança.

Em síntese, o slogan significa que Francisco vem ao encontro de todos, como missionário da misericórdia, sobretudo, entre os mais necessitados, para que possam encontrar o Amor de Deus e a Sua esperança de paz.

Visita especial

Significativas, neste sentido, as etapas da sua visita; ao Chiapas, onde o Papa encontrará os mais pobres, a Morelia, onde estará ao lado daqueles que “sofrem violências”, à Ciudad Juárez, onde encontrará aqueles que foram “obrigados a abandonar a própria casa” e enfim, à Basílica de Guadalupe, onde levará “a consolação de Cristo”, expressão do Amor do Pai, e de sua Mãe, que intercede por todos e é exemplo de discipulado missionário que sabe acolher o povo de Deus sob o seu manto.

O Papa Francisco irá percorrer mais de 400 quilômetros em território mexicano nos cinco Estados do México que visitará, em veículos abertos ou fechados para estar mais próximo do povo. E nos caminhos desta sua “peregrinação” Francisco será cuidado por cerca 390 mil voluntários. Somente na capital mexicana, entre deslocamentos de ida e volta do aeroporto à Nunciatura e até a Basílica de Guadalupe, ao Palácio Nacional ou a Catedral Metropolitana, serão 225 quilômetros.

Milhões de fiéis

Outro dado interessante para se ter ideia da magnitude desta viagem de Bergoglio: para ver o Papa em algum dos 9 eventos previstos nas seis cidades mexicanas, foram impressos mais de 1 milhão de ingressos gratuitos, repartidos entre as 93 dioceses de todo o país. Em seus deslocamentos em meio ao público, o Santo Padre usará cinco papamóveis, que nada mais são do que veículos modificados.

O povo mexicano exprime grande alegria pela viagem de Francisco, pois a presença de “Pedro” os confirmará na fé, na esperança e na caridade e ajudará a Igreja deste país a continuar a “Missão Permanente”, nascida no Encontro de Aparecida. O Papa encorajará os que creem e os que não creem a se comprometerem na construção de um México mais justo, solidário, reconciliado e pacífico.

Pastor

O Núncio Apostólico no México, Dom Christophe Pierre, recebendo a Rádio Vaticano disse que a viagem do Papa Francisco ao país tem um objetivo pastoral e não político. “O Papa não vem como uma interferência na vida política, é preciso conservar a noção de respeito. Ele vem fazer uma visita pastoral”. Ele não vem – como disseram vários meios de comunicação locais – para resolver o problema da violência, o problema dos desaparecidos. O Papa não tem a pretensão de vir para resolver os problemas do México disse o Núncio Apostólico.

Ainda segundo Dom Christophe Pierre o Pontífice não aceitou o convite para visitar a sede do Senado mexicano porque não quis criar um precedente e por isso não considerou oportuno. Dom Pierre recordou que a Igreja é para todos e por isso os políticos que quiserem poderão participar das Santas Missas.

Mas qual México Francisco irá encontrar? Eis o que nos disse Dom Pierre...

“Um México, todavia, com seus valores particularmente valores que são relacionados com a história de fé, uma história de religião, mas também um México difícil, com muitos problemas. Problemas grandes, como a pobreza de muitos, como dizem as estatistas e podemos ver, 50 milhões de pobres, 10 milhões de muito pobres. Também as manifestações de violência. Particularmente a violência gerada pelos conflitos ao redor do crime organizado, ao redor também da corrupção, que também é um dos instrumentos dos criminosos para obter os seus objetivos. É uma sociedade em transição”.

São mais de 4 mil os jornalistas nacionais e internacionais acreditados para cobrir a visita de Francisco ao México.

Dos estúdios da Rádio Vaticano, na Cidade do México, Silvonei José.

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Igreja no Brasil



Saneamento básico em toda a 'Casa Comum', pede a CF2016

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Cidade do Vaticano (RV) - Quarta-feira de Cinzas, 10 de fevereiro, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic) abrem, oficialmente, a Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE) 2016, com o tema “Casa Comum, nossa responsabilidade” e o lema “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5.24), com foco na questão do saneamento básico.  

O arcebispo de Brasília (DF) e presidente da CNBB, Dom Sergio da Rocha; o presidente do Conic, Flávio Irala; o ministro das Cidades, Gilberto Kassab; o diretor geral da Misereor, Mons. Pirmim Spiegel; e a secretária-geral do Conic, pastora Romi Bencke, participam do evento.

Pela quarta vez, a Campanha da Fraternidade é realizada juntamente com o Conic. As outras CFEs ocorreram em 2000, 2005 e 2010. Este ano, a Campanha conta com o apoio da Misereor, entidade episcopal da Igreja Católica na Alemanha que trabalha na cooperação para o desenvolvimento de países da Ásia, da África e na América Latina.

O objetivo da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016 é assegurar o direito ao saneamento básico para todas as pessoas e debater políticas públicas e ações que garantam a integridade e o futuro da Casa Comum.

Com a falta de saneamento básico, não sofrem só os moradores das periferias, mas sofre toda a comunidade que vive na Casa Comum, com os rios poluídos, a carência de água potável, o elevado gasto na saúde pública para combater as epidemias causadas pela falta dele. Cuidar da natureza ou da Casa Comum é cuidar da dignidade de vida do ser humano e de toda a criação. À luz da fé, não podemos ficar indiferentes. A natureza é obra de Deus. Ao concluí-la, Ele viu que tudo era bom e a confiou ao nosso cuidado. Como estamos realizando esta missão? Quais atitudes nossas estão destruindo a obra de Deus, a Casa Comum? Quaresma é tempo de reflexão e de conversão. Vamos juntos cuidar da vida e da Casa Comum que nos acolhe.

(CM-CNBB)

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Igreja no Mundo



Dia de oração e jejum: a paz, único desejo na Síria e Iraque

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Aleppo (RV) – Nesta Quarta-feira de Cinzas é realizado o Dia Mundial de Oração e Jejum pela paz na Síria e no Iraque, convocado pela fundação de direito pontifício Ajuda à Igreja que Sofre. Todos os cristãos do mundo são convidados a aderir à iniciativa intitulada “Carregarás a cruz deles por um dia?”.

O único desejo dos civis sírios e iraquianos é voltar a viver em paz. Após tantos anos de guerra, as populações consideram que agarrar-se à esperança tornou-se um gesto quase impossível. No entanto, foi reconquistada na terça-feira a cidade iraquiana de Ramadi, o que deu força ao Premier Al-Abadi, hoje em Roma, de poder afirmar que “até o final do ano, se deseja colocar fim à presença do Daesh no Iraque”. O mesmo tom não pode ser usado ao se tratar da Síria onde, há cinco anos do início da guerra, cada dia é testemunha de horrores. Algumas ONGs informaram que há cerca de dez dias, na ofensiva lançada contra os jihadistas em Aleppo, ao menos 500 civis foram mortos, entre eles muitas crianças. Com o sangue derramado, corre também o fluxo das milhares de pessoas que fogem dos bombardeios e que se comprimem na fronteira com a Turquia, ainda fechada. A este propósito, são dramáticas as palavras do Padre Firas Lufti, franciscano da Custódia da terra Santa e Vigário Paroquial da comunidade latina de Aleppo:

“Como o Papa Francisco reiterou em diversas ocasiões, a oração é a nossa verdadeira arma – por assim dizer – para enfrentar aquelas forças da negatividade, do mal, que hoje ameaçam a nossa presença e o nosso testemunho como cristãos. Portanto, qualquer iniciativa que um cristão queira tomar, antes deve ser preparada, antecipada por este recarregar de energia e da relação com o Senhor. Como costumamos dizer, nós que vivemos no Oriente Médio, e particularmente no Iraque e na Síria, diante do mal que nos atinge, diante do drama da guerra, nos apoiamos sobretudo na oração, na ajuda que vem do alto, na paz que é dom do Senhor, mas que é também uma obra humana”.

RV: Aleppo é a cidade mártir e o senhor está vivendo precisamente aí neste momento. O que está realmente acontecendo?

“Sim, infelizmente Aleppo é a cidade mais martirizada da Síria. E não é somente pela falta de água, de alimentos, que faz sofrer. Isto podemos até mesmo suportar, mesmo que não seja fácil. O problema de fundo é sobretudo a insegurança. Não existe nem mesmo um lugar onde possamos dizer: “Aqui estamos bem, porque estamos tranquilos, porque não existem bombas e não tem aquelas bombas de gás que as milícias do EI e outros grupos terroristas lançam sobre nós”. Aqui estamos sob bombardeio, dia e noite. É claro que existe esta hemorragia de inteiras famílias que pensam em deixar o país. Infelizmente, é uma ofensiva e uma contraofensiva, de uma parte a outra. Quando os “grandes” se colocam a brincar com armas, os inocentes, os “pequenos”, as crianças, as mulheres, são aqueles que mais sofrem com as consequências. E também o fluxo destes inocentes que atravessam a fronteira com a Síria  em busca de um abrigo, é um drama, é “o” drama... Estamos vivendo um calvário”.

RV: Como a população reage diante das polêmicas internacionais sobre os bombardeios russos que apoiam as forças leiais à Assad?

“Mesmo que eu não seja um político, levo aquilo que as pessoas querem agora, atualmente, e posso assegurar a você que a única coisa que querem é a paz. Independente se “com” ou “contra” Assad, se são simpáticos ou antipáticas, se são “pró” ou “contra”, não importa. O único desejo que uma pessoa normal, uma pessoa que sofreu e foi submetida a cinco anos de guerra, o único desejo que nutre no coração, é o de ter finalmente o dom da paz. É claro que a situação, do ponto de vista político, é muito complexa. O drama é muito entrelaçado, existem interesses, existem alianças de uma parte e também de outra. E se bem que, infelizmente a Síria tenha dividido o mundo em duas partes, não é isto que interessa ao cidadão sírio e à nossa presença cristã na Síria. Um cristão – por exemplo – tem medo que estes do Estado Islâmico ataquem e prevê que tenha que fugir de sua casa, ele, a mulher, os filhos, somente com as vestes do corpo. Se não consegue fugir, é submetido à decapitação, à morte e torturas. Eu asseguro a você que todo cidadão tem agora no coração um único desejo: o de  ver finalmente uma paz verdadeira, autêntica e também duradoura, que coloque fim a este sofrimento, a esta intolerância, a esta guerra. O problema é que existem muitos interesses no cenário sírio: geopolíticos, econômicos, portanto, não voltados ao homem, à pessoa e aos cidadãos que vivem na Síria. Assim, talvez isto dê sentido ao nosso jejum, à nossa oração de hoje. Devemos rezar por todos os responsáveis, pelos políticos, por aqueles que têm nas mãos as decisões da sorte do povo, sobretudo à nível internacional: que possa o Senhor tocar as suas mentes e os seus corações, e que possam, quando se sentam, desinteressar-se ao lucro e ao poder, mas olhar sobretudo o bem das pessoas, dos inocentes”. (JE)

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Suíça: ternura e misericórdia para com os doentes e sofredores

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Genebra (RV) - “Ternura e misericórdia para com os doentes e sofredores.” Este é o mandato da Conferência Episcopal Suíça (CES) aos fieis em vista do Dia Mundial do Enfermo que será celebrado na próxima quinta-feira, 11 de fevereiro.

Fé, chave de leitura da doença

No âmbito local, a Igreja na suíça celebrará o Dia Mundial do Enfermo no domingo, 6 de março. Recordando a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do Enfermo, a CES afirma: “É evidente que o estar gravemente doente é algo que testa a própria fé. Por outro lado, a fé  desenvolve todo o seu potencial benéfico quando se confronta com uma situação de precariedade, porque oferece ao enfermo a chave de leitura da doença como caminho possível para alcançar uma amizade mais estreita com Jesus.”

Maria, símbolo de proximidade 

Os prelados suíços sublinham que a mensagem papal se concentra no episódio do Evangelho sobre as Bodas de Caná, onde emerge o papel da Virgem Maria: “Ela nos apresenta a chave da fé. Maria é o símbolo da Igreja, de sua maternidade, ternura e misericórdia. Não está ali olhando onde se encontra o sofrimento, mas age. Esta é uma diretriz do pontificado de Francisco. Não tanto o julgamento, mas o sim à proximidade messiânica de quem se encontra na necessidade.”

Compaixão e humanidade

“Num sistema de saúde que pretende cada vez mais regular tudo nos parâmetros econômicos, onde se escondem o inestimável fator ‘homem’, a compaixão sem lucro e o sentimento de humanidade?”, se perguntam os bispos, que exortam os fieis a serem “colaboradores de Deus para que Ele possa cumprir os seus prodígios, muitas vezes escondidos”. 

A CES deseja, neste Ano Extraordinário da Misericórdia, na esteira das reflexões pontifícias, que “cada hospital ou casa de repouso seja sinal visível e lugar para promover a cultura do encontro e da paz”. (MJ)

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Formação



Artigo: Quarta-feira de Cinzas

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Juiz de fora (RV) - A Quaresma é um período que vai da Quarta-feira de Cinzas até a Missa da Ceia do Senhor exclusive. São quarenta dias dedicados à preparação para a celebração da Páscoa, que a Igreja relaciona com os quarenta anos de peregrinação do povo hebreu rumo à Terra Prometida, os quarenta dias de jejum total de Moisés, no Monte Sinai, preparando-se para receber a Lei da Aliança; os quarenta dias em que Elias seguia a caminho do Monte Horeb, fugindo da perseguição e o retiro de Jesus no deserto, onde passa quarenta dias e noites em jejum, preparando-se para sua vida pública.

A Quaresma é o tempo que precede e predispõe à celebração da Páscoa. Tempo de escuta da Palavra de Deus e de conversão, de preparação e de memória do Batismo, de reconciliação com Deus e com os irmãos, de recorrer com mais frequência à oração, ao jejum e à esmola.

A cor litúrgica própria é o roxo e não se canta o Glória, nem o Aleluia, que voltarão a ser entoados somente na Vigília Pascal. Nesse período, devemos nos abrir para acolher a Palavra de Deus e intensificar a prática da caridade em busca da conversão de nossos pecados.

O povo cristão percebe claramente que durante a Quaresma, é preciso orientar os ânimos para as realidades que verdadeiramente importam. Por isso exige-se empenho evangélico e coerência de vida, traduzida em boas obras, em formas de renúncia àquilo que é supérfluo, em manifestações de solidariedade com os sofredores e os necessitados.

A palavra de Cristo ressoa em nossos ouvidos no momento da imposição das cinzas: “Convertei-vos e crede no Evangelho.” As cinzas são sinais de que a vida depende de Deus e que, sem Ele, nada podemos nada somos. Somos frágeis e pecadores, mas a graça de Deus se realiza na vida de quem se dispõe a ouvir, acolher e viver o ensinamento de Cristo. O convite é para que reconstruamos a vida e, por isso, o Tempo da Quaresma é a grande oportunidade, pura graça divina que está ao nosso alcance.

A oração, o jejum, a penitência e fundamentalmente a escuta da Palavra do Senhor devem nos conduzir para a prática do bem, da caridade, da misericórdia, fazendo do mundo “nossa casa comum”.

Somente reconhecendo a infinita misericórdia do Pai e com humildade e sinceridade de coração, confiantes em seu perdão, podemos de fato recomeçar a vida e tornar-nos verdadeiramente livres.

+ Eurico dos Santos Veloso

Arcebispo Emérito de Juiz de Fora, MG.

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Porta Aberta: confira os eventos que marcam o Jubileu no Vaticano

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Cidade do Vaticano (RV) – Quaresma, missionários da misericórdia e tráfico humano: esta é a edição de quarta-feira, 10 de fevereiro, do especial “Porta Aberta no Ano da Misericórdia”.

O programa, de 29 minutos de duração, dá destaque aos eventos que marcaram a última semana no Vaticano e não só, começando com Audiência Geral que o Papa vem dedicando ao tema Jubileu.

Há uma reportagem especial sobre os missionários da misericórdia, falando de seu perfil e da audiência que Francisco concedeu a eles na terça-feira (09/02).

Outro evento que merece atenção foi a realização, na última segunda-feira, 8 de fevereiro, do II dia de oração e reflexão contra o tráfico de seres humanos. A escolha da data é significativa, pois no dia 8 se celebra a memória litúrgica da Santa Josefina Bakhita, escrava sudanesa que, quando libertada, se tornou religiosa.

A Rádio Vaticano contatou a Irmã italiana Gabriella Bottani, coordenadora da Rede Internacional da Vida Consagrada contra o Tráfico de Pessoas – Talitha Kum. Em entrevista ao Programa Brasileiro, Ir. Gabriella, que morou dez anos no Brasil, faz um reflexão deste fenômeno à luz deste Jubileu.

No Brasil, um grupo de consagradas acompanha e luta contra o tráfico: é a Rede Um Grito pela Vida. O Programa Brasileiro contatou a coordenadora da Rede, a Ir. Eurides Alves de Oliveira, que também faz a sua reflexão inspirada no Jubileu da Misericórdia convocado pelo Papa Francisco.

O programa abre espaço também para evento que parou a cidade de Roma: a chegada das relíquias dos santos padre pio e São Leopoldo, para a celebração do Jubileu dos confessores. Milhares de fiéis vieram ao Vaticano para este evento extraordinário, que teve início na última sexta-feira.

O Porta Aberta se encerra com a contribuição do reitor do Colégio Pio Brasileiro, Pe. Geraldo Maia, que nesta edição fala da misericórdia no Novo Testamento.

Clique abaixo para ouvir: 

 

 

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Laudato Si: De 191 a 199

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Cidade do Vaticano (RV) - As religiões no diálogo com as ciências 

191. Quando se colocam estas questões, alguns reagem acusando os outros de pretender parar, irracionalmente, o progresso e o desenvolvimento humano. Mas temos de nos convencer que, reduzir um determinado ritmo de produção e consumo, pode dar lugar a outra modalidade de progresso e desenvolvimento. Os esforços para um uso sustentável dos recursos naturais não são gasto inútil, mas um investimento que poderá proporcionar outros benefícios económicos a médio prazo. Se não temos vista curta, podemos descobrir que pode ser muito rentável a diversificação duma produção mais inovadora e com menor impacto ambiental. Trata-se de abrir caminho a oportunidades diferentes, que não implicam frenar a criatividade humana nem o seu sonho de progresso, mas orientar esta energia por novos canais.

192. Por exemplo, um percurso de desenvolvimento produtivo mais criativo e melhor orientado poderia corrigir a disparidade entre o excessivo investimento tecnológico no consumo e o escasso investimento para resolver os problemas urgentes da humanidade; poderia gerar formas inteligentes e rentáveis de reutilização, recuperação funcional e reciclagem; poderia melhorar a eficiência energética das cidades... A diversificação produtiva oferece à inteligência humana possibilidades muito amplas de criar e inovar, ao mesmo tempo que protege o meio ambiente e cria mais oportunidades de trabalho. Esta seria uma criatividade capaz de fazer reflorescer a nobreza do ser humano, porque é mais dignificante usar a inteligência, com audácia e responsabilidade, para encontrar formas de desenvolvimento sustentável e equitativo, no quadro duma concepção mais ampla da qualidade de vida. Ao contrário, é menos dignificante e criativo e mais superficial insistir na criação de formas de espoliação da natureza só para oferecer novas possibilidades de consumo e de ganho imediato.

193. Assim, se nalguns casos o desenvolvimento sustentável implicará novas modalidades para crescer, noutros casos – face ao crescimento ganancioso e irresponsável, que se verificou ao longo de muitas décadas – devemos pensar também em abrandar um pouco a marcha, pôr alguns limites razoáveis e até mesmo retroceder antes que seja tarde. Sabemos que é insustentável o comportamento daqueles que consomem e destroem cada vez mais, enquanto outros ainda não podem viver de acordo com a sua dignidade humana. Por isso, chegou a hora de aceitar um certo decréscimo do consumo nalgumas partes do mundo, fornecendo recursos para que se possa crescer de forma saudável noutras partes. Bento XVI dizia que «é preciso que as sociedades tecnologicamente avançadas estejam dispostas a favorecer comportamentos caracterizados pela sobriedade, diminuindo as próprias necessidades de energia e melhorando as condições da sua utilização».[135]

194. Para que apareçam novos modelos de progresso, precisamos de «converter o modelo de desenvolvimento global»[136], e isto implica reflectir responsavelmente «sobre o sentido da economia e dos seus objectivos, para corrigir as suas disfunções e deturpações».[137] Não é suficiente conciliar, a meio termo, o cuidado da natureza com o ganho financeiro, ou a preservação do meio ambiente com o progresso. Neste campo, os meios-termos são apenas um pequeno adiamento do colapso. Trata-se simplesmente de redefinir o progresso. Um desenvolvimento tecnológico e económico, que não deixa um mundo melhor e uma qualidade de vida integralmente superior, não se pode considerar progresso. Além disso, muitas vezes a qualidade real de vida das pessoas diminui – pela deterioração do ambiente, a baixa qualidade dos produtos alimentares ou o esgotamento de alguns recursos – no contexto dum crescimento da economia. Então, muitas vezes, o discurso do crescimento sustentável torna-se um diversivo e um meio de justificação que absorve valores do discurso ecologista dentro da lógica da finança e da tecnocracia, e a responsabilidade social e ambiental das empresas reduz-se, na maior parte dos casos, a uma série de acções de publicidade e imagem.

195. O princípio da maximização do lucro, que tende a isolar-se de todas as outras considerações, é uma distorção conceptual da economia: desde que aumente a produção, pouco interessa que isso se consiga à custa dos recursos futuros ou da saúde do meio ambiente; se o derrube duma floresta aumenta a produção, ninguém insere no respectivo cálculo a perda que implica desertificar um território, destruir a biodiversidade ou aumentar a poluição. Por outras palavras, as empresas obtêm lucros calculando e pagando uma parte ínfima dos custos. Poder-se-ia considerar ético somente um comportamento em que «os custos económicos e sociais derivados do uso dos recursos ambientais comuns sejam reconhecidos de maneira transparente e plenamente suportados por quem deles usufrui e não por outras populações nem pelas gerações futuras».[138] A mentalidade utilitária, que fornece apenas uma análise estática da realidade em função de necessidades actuais, está presente tanto quando é o mercado que atribui os recursos como quando o faz um Estado planificador.

196. Qual é o lugar da política? Recordemos o princípio da subsidiariedade, que dá liberdade para o desenvolvimento das capacidades presentes a todos os níveis, mas simultaneamente exige mais responsabilidade pelo bem comum a quem tem mais poder. É verdade que, hoje, alguns sectores económicos exercem mais poder do que os próprios Estados. Mas não se pode justificar uma economia sem política, porque seria incapaz de promover outra lógica para governar os vários aspectos da crise actual. A lógica que não deixa espaço para uma sincera preocupação pelo meio ambiente é a mesma em que não encontra espaço a preocupação por integrar os mais frágeis, porque, «no modelo “do êxito” e “individualista” em vigor, parece que não faz sentido investir para que os lentos, fracos ou menos dotados possam também singrar na vida».[139]

197. Precisamos duma política que pense com visão ampla e leve por diante uma reformulação integral, abrangendo num diálogo interdisciplinar os vários aspectos da crise. Muitas vezes, a própria política é responsável pelo seu descrédito, devido à corrupção e à falta de boas políticas públicas. Se o Estado não cumpre o seu papel numa região, alguns grupos económicos podem-se apresentar como benfeitores e apropriar-se do poder real, sentindo-se autorizados a não observar certas normas até se chegar às diferentes formas de criminalidade organizada, tráfico de pessoas, narcotráfico e violência muito difícil de erradicar. Se a política não é capaz de romper uma lógica perversa e perde-se também em discursos inconsistentes, continuaremos sem enfrentar os grandes problemas da humanidade. Uma estratégia de mudança real exige repensar a totalidade dos processos, pois não basta incluir considerações ecológicas superficiais enquanto não se puser em discussão a lógica subjacente à cultura actual. Uma política sã deveria ser capaz de assumir este desafio.

198. A política e a economia tendem a culpar-se reciprocamente a respeito da pobreza e da degradação ambiental. Mas o que se espera é que reconheçam os seus próprios erros e encontrem formas de interacção orientadas para o bem comum. Enquanto uns se afanam apenas com o ganho económico e os outros estão obcecados apenas por conservar ou aumentar o poder, o que nos resta são guerras ou acordos espúrios, onde o que menos interessa às duas partes é preservar o meio ambiente e cuidar dos mais fracos. Vale aqui também o princípio de que «a unidade é superior ao conflito».[140]

5. As religiões no diálogo com as ciências

199. Não se pode sustentar que as ciências empíricas expliquem completamente a vida, a essência íntima de todas as criaturas e o conjunto da realidade. Isto seria ultrapassar indevidamente os seus confins metodológicos limitados. Se se reflecte dentro deste quadro restrito, desaparecem a sensibilidade estética, a poesia e ainda a capacidade da razão perceber o sentido e a finalidade das coisas.[141] Quero lembrar que «os textos religiosos clássicos podem oferecer um significado para todas as épocas, possuem uma força motivadora que abre sempre novos horizontes (...). Será razoável e inteligente relegá-los para a obscuridade, só porque nasceram no contexto duma crença religiosa?»[142] Realmente, é ingénuo pensar que os princípios éticos possam ser apresentados de modo puramente abstracto, desligados de todo o contexto, e o facto de aparecerem com uma linguagem religiosa não lhes tira valor algum no debate público. Os princípios éticos que a razão é capaz de perceber, sempre podem reaparecer sob distintas roupagens e expressos com linguagens diferentes, incluindo a religiosa.

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Atualidades



'São' Sepé Tiarajú, o nosso 'Moisés gaúcho'

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São Gabriel/RS (RV) – O município de São Gabriel, Diocese de Bagé, RS, foi o cenário da 39ª edição da Romaria da Terra, nesta terça-feira, 9 de fevereiro. Com o tema “Cuidar da Terra, Casa Comum”, o evento celebrou os 260 anos do martírio do índio Sepé Tiaraju e de seus mil e quinhentos companheiros em sua luta pela Terra e pela vida. 

Neste sentido, a Romaria propôs uma reflexão sobre o cuidado com a Terra diante da realidade de violência, de exploração e de esgotamento.

Sepé Tiaraju é um símbolo da luta por uma Terra Sem Males. O guerreiro Guarani lutou até as últimas consequências em defesa de seu povo e pelo direito de viver em paz em seu território. Sepé enfrentou no seu tempo os dois grandes impérios da época, Espanha e Portugal, com seus interesses econômicos e políticos sobre os territórios. Sepé não lutou sozinho junto a ele encontravam-se milhares de Guarani e indígenas que não aceitaram deixar sua terra, seu território em troca daqueles interesses.

Sepé foi morto no dia 7 de fevereiro de 1756 pelos exércitos de Espanha e Portugal e no dia 10 do mesmo ano em Caiboaté foram massacrados mais de 1500 Guarani que lutavam em defesa de sua terra.

Nosso hóspede neste espaço é Dom Roque Paloschi, arcebispo de Porto Velho e Presidente do Conselho Indigenista Missionário. Dom Roque presidiu a Romaria e em sua pregação, define o indígena como “o nosso Moisés gaúcho”: São Sepé Tiaraju, já canonizado pelo senso de fé  do povo gaúcho; o Libertador missioneiro, o patriarca de nossa fé, o juiz bíblico de nosso tribalismo, o mártir de uma luta justa e contrária a ofensiva injusta de dois impérios europeus, que unidos pretendiam massacrar o seu povo. 

Sepé não atacou ninguém, não fez guerra de conquista, apenas exerceu o direito legítimo de defender o seu povo. Tal como os juízes bíblicos, fez guerra de defesa. Nós também, queremos a terra e não a guerra.

Para ouvir Dom Roque Paloschi, clique aqui:

  

(CM)

 

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