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Sumario del 15/02/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Francisco em Ecatepec: Quaresma, tempo de desmascarar tentações

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Ecatepec (RV) - Na segunda missa da Viagem Apostólica ao México, em Ecatepec, Francisco afirmou que a Quaresma é tempo de desmascarar três tentações: a riqueza, a vaidade e a pior delas - advertiu o Papa - orgulho. Recorrendo ao Evangelho, Francisco pediu que todos prestem atenção a não "tentar dialogar com o demônio", porque este vence sempre.

 

"Até que ponto nos acostumamos a um estilo de vida que considera a riqueza, a vaidade e o orgulho como a fonte e a força de vida?"

Na quarta-feira passada, começamos o tempo litúrgico da Quaresma; nele, a Igreja convida-nos a preparar-nos para a celebração da grande festa da Páscoa. É um tempo especial para lembrar o dom do nosso Batismo, quando fomos feitos filhos de Deus.

A Igreja convida-nos a reavivar o dom recebido para não o deixar cair no esquecimento como algo passado ou guardado em uma “caixa de recordações”.

Filhos do Pai

Este tempo de Quaresma é uma boa ocasião para recuperar a alegria e a esperança de nos sentirmos filhos amados do Pai. Este Pai que nos espera para nos livrar do cansaço, da apatia, da desconfiança e revestir-nos com a dignidade que só um verdadeiro pai e uma verdadeira mãe sabem dar aos seus filhos, as vestes que nascem da ternura e do amor.

O nosso Pai é pai de uma grande família: é Pai nosso. Sabe ter um amor, mas não gerar e criar “filhos únicos”. É um Deus que Se entende de família, de fraternidade, de pão partido e partilhado. É o Deus do “Pai Nosso”, não do “meu pai e padrinho de vocês».

Em cada um de nós, está inscrito, vive aquele sonho de Deus que voltamos a celebrar em cada Páscoa, em cada Eucaristia: somos filhos de Deus. Um sonho vivido por muitos irmãos nossos ao longo da história. Um sonho testemunhado pelo sangue de tantos mártires de ontem e de hoje.

Conversão

Quaresma: tempo de conversão, porque experimentamos na vida de todos os dias como tal sonho se encontra continuamente ameaçado pelo pai da mentira, por aquele que quer nos separar, gerando uma sociedade dividida e conflituosa, uma sociedade de poucos e para poucos.

Quantas vezes experimentamos na nossa própria carne ou na carne da nossa família, na dos nossos amigos ou vizinhos a amargura que nasce de não sentir reconhecida esta dignidade que todos trazemos dentro.

Quantas vezes tivemos de chorar e arrepender-nos, porque nos demos conta de não ter reconhecido tal dignidade nos outros. Quantas vezes – digo-o com tristeza – permanecemos cegos e insensíveis perante a falta de reconhecimento da dignidade própria e alheia.

Harmonização

Quaresma: tempo para regular os sentidos, abrir os olhos para tantas injustiças que atentam diretamente contra o sonho e o projeto de Deus. Tempo para desmascarar aquelas três grandes formas de tentação que rompem, fazem em pedaços a imagem que Deus quis plasmar.

Três tentações de Cristo... Três tentações do cristão que procuram arruinar a verdade a que fomos chamados. Três tentações que visam degradar e nos degradar.

1. A riqueza, apropriando-nos de bens que foram dados para todos, usando-os só para mim ou para “os meus”. É conseguir o pão com o suor alheio ou até com a vida alheia. Tal riqueza é pão que tem gosto de tristeza, de amargura e de sofrimento. Em uma família ou em uma sociedade corrupta, é o pão que se dá aos próprios filhos.

2. A vaidade: a busca de prestígio baseada na desqualificação contínua e constante daqueles que “não são ninguém”. A busca exacerbada daqueles cinco minutos de fama que não perdoa a “fama” dos outros. E, “alegrando-se com a desgraça alheia”, abre-se caminho à terceira tentação – a pior: o orgulho.

3. O orgulho, ou seja, colocar-se em um plano de superioridade de qualquer tipo, sentindo que não se partilha “a vida comum dos mortais” e rezando todos os dias: “Obrigado, Senhor, porque não me fizestes como eles”.

Três tentações de Cristo... Três tentações que o cristão enfrenta diariamente. Três tentações que procuram degradar, destruir e tirar a alegria e o frescor do Evangelho; que nos fecham em um círculo de destruição e pecado.

Por isso vale a pena perguntarmo-nos: Até que ponto estamos conscientes destas tentações na nossa vida, em nós mesmos?

Até que ponto nos acostumamos a um estilo de vida que considera a riqueza, a vaidade e o orgulho como a fonte e a força de vida?

Até que ponto estamos convencidos de que cuidar do outro, preocupar-nos e ocupar-nos com o pão, o bom nome e a dignidade dos outros seja fonte de alegria e de esperança?

Escolhemos Cristo

Escolhemos, não o diabo, mas Jesus; Se recordarmos do que escutamos no Evangelho, veremos que Jesus não contesta o demônio com nenhuma palavra própria e sim com as palavras de Deus, com as palavras da Escritura porque, irmãos e irmãs, tenhamos em nossas mentes, com o demônio não se dialoga, não se pode dialogar porque ele vai vencer sempre. Somente a força da Palavra de Deus pode derrotá-lo. Escolhemos Cristo, não o demônio.

Queremos seguir os Seus passos, mas sabemos que não é fácil. Sabemos o que significa ser seduzidos pelo dinheiro, a fama e o poder.

Por isso, a Igreja oferece-nos este tempo da Quaresma, convida-nos à conversão com uma única certeza: Ele está à nossa espera e quer curar o nosso coração de tudo aquilo que o degrada, degradando-se ou degradando.

Misericórdia

É o Deus que tem um nome: misericórdia. O seu nome é a nossa riqueza, o seu nome é a nossa fama, o seu nome é o nosso poder. E é no seu nome que repomos a nossa confiança, como diz o Salmo: “Vós sois o meu Deus, em Vós confio”. Podemos repetir isto juntos: “Vós sois o meu Deus, em Vós confio”.

Que, nesta Eucaristia, o Espírito Santo renove em nós a certeza de que o seu nome é misericórdia e nos faça experimentar, em cada dia, que “o Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus”, sabendo que com Ele e n’Ele “renasce sem cessar a alegria” (Exort. ap. Evangelii gaudium, 1).

 

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Angelus em Ecatepec: criar oportunidades para um México de vanguarda

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Ecatepec (RV) – Ao final da Missa em Ecatepec, a segunda celebrada pelo Papa no México, neste domingo (14/02), Francisco exortou os mexicanos a recordarem dos sofrimentos do passado para construírem oportunidades para um país melhor, de vanguarda.

Citando Paulo VI, Francisco defendeu um México capaz de dar emprego e cultura ao seu próprio povo, para que seja uma nação “que não tenha de chorar homens e mulheres, jovens e crianças que acabam destruídos nas mãos dos traficantes da morte”.

Abaixo, a íntegra da alocução de Francisco.

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Queridos irmãos!

Na primeira leitura deste domingo, Moisés recomenda ao povo: no momento da colheita, no momento da abundância, no momento das primícias, não te esqueças das tuas origens.

A ação de graças nasce e cresce em uma pessoa e em um povo que seja capaz de recordar: tem as suas raízes no passado que, entre luzes e sombras, gerou o presente.

No momento em que podemos dar graças a Deus porque a terra deu o seu fruto e assim é possível fazer o pão, Moisés convida o seu povo a fazer memória enumerando as situações difíceis pelas quais teve de passar (cf. Dt 26, 5-11).

Neste dia, neste dia de festa, podemos celebrar o Senhor que foi tão bom para conosco. Damos graças pela oportunidade de estarmos reunidos para apresentar ao Pai Bom as primícias dos nossos filhos e netos, dos nossos sonhos e projetos; as primícias das nossas culturas, das nossas línguas e tradições; as primícias do nosso compromisso...

Quanto tiveram de enfrentar, cada um de vocês, para chegar aqui! Quanto tiveram de “caminhar” para fazer deste dia uma festa, uma ação de graças! E quanto caminharam outros que não puderam chegar, mas, graças a eles, pudemos continuar em frente.

Hoje, seguindo o convite de Moisés, queremos como povo fazer memória, queremos ser povo com a memória viva da passagem de Deus por meio do seu povo, no seu povo. Queremos olhar os nossos filhos, sabendo que herdarão não só uma terra, uma língua, uma cultura e uma tradição, mas sobretudo herdarão o fruto vivo da fé que recorda a passagem certa de Deus por esta terra; a certeza da sua proximidade e solidariedade. Uma certeza que nos ajuda a levantar a cabeça e, com vivo desejo, esperar a aurora.

Também eu me uno com vocês à esta memória agradecida, a esta recordação viva da passagem de Deus em nossas vidas.

Olhando os seus filhos, tenho vontade de repetir as palavras que um dia o Beato Paulo VI dirigiu ao povo mexicano:

“Um cristão não pode deixar de manifestar a sua solidariedade e de dar o melhor de si mesmo, para resolver a situação daqueles a quem ainda não chegou o pão da cultura ou a oportunidade de encontrar um trabalho honrado (...), não pode ficar insensível enquanto as novas gerações não encontrarem o caminho para realizar as suas legítimas aspirações”.

E continua com um convite a estar “sempre na vanguarda em todos os esforços (…) para melhorar a situação daqueles que padecem necessidade”, a ver “em cada homem um irmão e, em cada irmão, a Cristo” (Rádio mensagem no 75º aniversário da coroação de N.S. de Guadalupe, 12 de Outubro de 1970).

Desejo convidar-nos novamente hoje a estar na vanguarda, a “primeirear” em todas as iniciativas que possam ajudar a fazer desta abençoada terra mexicana uma terra de oportunidades; onde não haja necessidade de emigrar para sonhar; onde não haja necessidade de se deixar explorar para ter emprego; onde não haja necessidade de fazer do desespero e da pobreza de muitos ocasião para o oportunismo de poucos.

Uma terra que não tenha de chorar homens e mulheres, jovens e crianças que acabam destruídos nas mãos dos traficantes da morte.

Esta terra tem o sabor da «Guadalupana», Aquela que sempre nos precedeu no amor; digamos-Lhe: Virgem Santa, “ajudai-nos a brilhar com o testemunho da comunhão, do serviço, da fé ardente e generosa, da justiça e do amor aos pobres, para que a alegria do Evangelho chegue até aos confins da terra e nenhuma periferia fique privada da sua luz” (Exort. ap. Evangelii gaudium, 288).

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Papa destaca a importância da "carinhoterapia" na recuperação das crianças doentes

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Cidade do Vaticano (RV) – O último compromisso do Papa Francisco neste domingo, terceiro dia em terras mexicanas, foi a visita ao Hospital pediátrico Federico Gomez, um centro de excelência na Cidade do México, voltado ao atendimento das crianças mais pobres do país. Anualmente são 255 mil as crianças atendidas e seis mil as internações.

Sempre acompanhado pela Primeira Dama Angelica Rivera e pelo Diretor do Hospital, Dr, José Alberto Garcia Aranda, Francisco percorreu diversas alas do Hospital. Inicialmente, saudou 36 crianças, acompanhadas de familiares, no primeiro andar do hospital, onde pronunciou seu discurso. O Papa saudou uma a uma as crianças, dando a elas de presente um terço. Para o encontro foram preparadas catequeses, quer para as crianças, como para alguns funcionários e médicos do hospital. O recurso do teatro, com uma história que falava sobre o Papa Francisco, foi usada para preparar as crianças.

Após as breves palavras de acolhida da Primeira Dama, o Papa dirigiu algumas palavras às crianças e aos funcionários, onde destacou a importância da “carinhoterapia” e das palavras “bendizer e agradecer”.

Após depositou flores aos pés de uma imagem de São Francisco, no pátio do hospital, dirigindo-se então ao Setor de Oncologia, onde encontrou crianças que fazem quimioterapia. Uma delas cantou Ave Maria em latim para o Papa, num dos momentos comoventes do encontro.

A entrada de Francisco na Sala do Sino foi outro momento forte. O badalar indica a cura de uma criança. Na verdade, foram duas badaladas já que, recentemente, duas crianças ficaram curadas. Uma delas é a pequena Helena Luz, que no sábado, 13, completou 7 anos. O som produzido pelo sino é como que uma advertência ao céu, um agradecimento, de que uma criança foi curada. O gesto é realizado na presença de crianças em tratamento para servir de encorajamento e esperança.

 

A seguir, o Papa encontrou de forma privada pacientes em tratamento. As imagens, por desejo do Pontífice, não foram transmitidas. Por fim, o Papa deixou o Hospital rumo à Nunciatura, onde pernoitará.

Eis a íntegra do discurso:

Senhor Presidente,

Senhora Primeira Dama,

Senhora Secretária da Saúde,

Senhor Diretor,

Membros do Patronato,

Famílias aqui presentes,

Amigas e amigos, queridas crianças,

boa tarde!

Agradeço a Deus que me dá a oportunidade de vir visitar-vos, de me encontrar convosco e as vossas famílias neste Hospital; de poder partilhar um pouco da vossa vida, da vida de todas as pessoas que trabalham como médicos, enfermeiros, funcionários e voluntários que vos atendem, tanta gente que está trabalhando por vocês.

Há uma passagem no Evangelho que nos narra a vida de Jesus quando era criança. Era bem pequenino, como alguns de vós. Um dia os seus pais, José e Maria, levaram-No ao Templo para O apresentarem a Deus. Então encontram um ancião que se chamava Simeão, que ao ver o Menino, com muita determinação e velhinho e com grande alegria e gratidão, toma-O nos braços e começa a bendizer a Deus. Ao ver o menino Jesus, duas coisas nasceram nele: um sentimento de gratidão e o desejo de bendizer.Ou seja, dar graças a Deus e teve vontade de bendizer.

Simeão é o «avô» que nos ensina estas duas atitudes fundamentais: agradecer e bendizer.

Aqui, eu digo para vocês. ps médicos bendizem vocês, cada vez que cuidam de vocês as enfermeiras, todo o pessoal, todos os que trabalham bendizem vocês, as crianças. Porém vocês também têm que aprender a bendizê-los e  pedir a Jesus que cuide deles, porque eles cuidam de vocês. Eu aqui sinto-me (e não só pela idade) muito identificado com estes dois ensinamentos de Simeão. Por um lado, ao atravessar aquela porta e ver os vossos olhos, os vossos sorrisos, os vossos rostos, veio-me o desejo de dar graças. Obrigado pelo carinho com que me recebeis; obrigado pelo afeto com que sois cuidados e acompanhados. Obrigado pelo esforço de muitos que estão a dar o seu melhor para poderdes recuperar rapidamente. É muito importante sentir-se cuidados e acompanhados, sentir-se amados e saber que estão procurando a melhor maneira de cuidar de nós. Por todas estas pessoas, digo obrigado.

E, ao mesmo tempo, quero abençoar-vos. Quero pedir a Deus que vos abençoe, que acompanhe a vós e aos vossos familiares, a todas as pessoas que trabalham nesta casa e procuram que estes sorrisos continuem a crescer cada dia; a todas as pessoas que, não só com medicamentos mas sobretudo com a «carinhoterapia», ajudam para que este tempo seja vivido com maior alegria. Tão importante "a carinhoterapia"! Tão importante" às vezes um carinho ajuda tanto a recuperar-se

Conheceis o índio Juan Diego? Levante a mão quem o conhece..... Quando o tio de Juanito, Juan Diego, caiu doente, este ficou muito preocupado e angustiado. Naquele momento, aparece a Virgem de Guadalupe e diz-lhe: «Não se perturbe o teu coração, nem te inquiete coisa alguma. Não estou aqui Eu, que sou tua Mãe?»

Temos a nossa Mãe. Peçamos-Lhe que nos ofereça ao seu Filho Jesus. E agora vou pedir às crianças uma coisa, fechem os olhos, fechemos os olhos e peçamos aquilo que deseja o nosso coração hoje; um pouqinho de silêncio com os olhos fechados e dentro peçamos o que queremos. E agora juntos digamos para nossa Mãe: Ave Maria…

Que o Senhor e a Virgem de Guadalupe sempre vos acompanhem. Muito obrigado! E, por favor, não vos esqueçais de rezar por mim”.

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Papa no Hospital Infantil: mensagem de fé aos que sofrem

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Cidade do México (RV) – No final da tarde deste domingo o Papa visita o Hospital Infantil Federico Gomez, na Cidade do México.

 

A Rádio Vaticano conversou com o diretor do hospital, José Aranda, que explicou ao nosso enviado ao México que a estrutura atende mais de 255 mil crianças por ano e são registrados mais de 6 mil internações. “Aqui as crianças mais pobres do México são atendidas”, destacou Aranda.

O Hospital é referência nacional no tratamento do câncer infantil, principalmente leucemia. A média de cura das crianças com a doença chega a 80%.

Aranda revela que quando soube da visita do Papa, ficou desapontado por não ter nenhum caso de cura para apresentar para Francisco e tocar o “sino da cura”.

Todavia, “Deus proveu”, afirmou:

“Na semana passada, duas crianças foram declaradas curadas do câncer! Então, essas duas crianças vão entrar na sala especial e tocar o sino da cura diante do Papa”.

Sobre o significado que visita do Papa traz às crianças e aos pais, o diretor recorda as palavras do próprio Pontífice.

“O Papa traz uma mensagem de esperança, de fé e de misericórdia como disse recentemente, a todos os que sofrem. E estas crianças que são pobres, que têm uma doença grave, sofrem muitíssimo. Isso é o principal que vemos na visita do Papa, trazer esperança para essas crianças e seus pais.” (SP/RB)

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Francisco no México: o carinho às crianças com câncer

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Cidade do México (RV) – Terceiro dia do Papa Francisco em terras mexicanas. Neste domingo o Santo Padre depois de saudar os colaboradores e benfeitores da Nunciatura Apostólica se transfere para o Centro de Estudos Superiores de Ecatepec onde presidirá a Santa Missa. A área ao redor do Centro pode conter cerca de 400 mil pessoas. No final da tarde um encontro muito especial.

Francisco vai ao Hospital Pediátrico “Federico Gomez” de Cidade do México. Uma estrutura de excelente nível e especializada em doenças oncológicas e má formações de nascença.  Um hospital público que se ocupa das crianças mais pobres do País. E Francisco vai até essa estrutura para se encontrar com esses pequenos que carregam na sua jovem idade, um fardo de sofrimento não indiferente. O Hospital atende todos os anos cerca de 255 mil crianças: são 6 mil internações ao ano. Ali Francisco irá se encontrar com as crianças internadas e seus familiares. No primeiro momento encontrará 36 crianças e depois se dirigirá ao setor oncológico onde será recebido por 25 crianças com câncer.

Neste lugar há uma ludoteca onde as crianças brincam. No centro da sala um símbolo, um sino. Este sino é somente tocado quando uma criança fica curada do câncer. E é ela mesmo quem o toca: é como se a criança chamasse a atenção do Céu comunicando que ela ficou curada da terrível doença, como se agradecesse a graça recebida. E isso vai ocorrer também na tarde deste domingo quando duas crianças tocarão o sino diante do Papa Francisco. Uma delas chama-se Luz Helena e completou ontem 7 anos, 3 dos quais combatendo a doença.

Entretanto, o ponto alto do dia de ontem da visita de Francisco ao México foi a celebração da Santa Missa na Basílica de Guadalupe durante a qual, na sua homilia evocou a aparição de Nossa Senhora e disse que Deus se aproxima do coração daqueles que perderam seus filhos. O Papa pronunciou palavras de consolo e esperança às vítimas da violência e da dor, ao afirmar que 2as lágrimas dos que sofrem não são estéreis”. As lágrimas “são uma oração silenciosa que sobem até o céu”. Na conclusão da missa o momento de oração em privado do Papa diante da imagem de Nossa Senhora de Guadalupe.

Nestes três dias de Francisco em terras mexicanas pudemos notar o grande amor e carinho que se tem pelo Papa. Um amor recíproco que Bergoglio também demonstra com suas palavras e principalmente gestos. A carícia, o olhar, o beijo, a benção. Tudo a significar a importância que Francisco dá a cada um, singularmente. Os mexicanos entenderam isso e expressam seu amor, enchendo as ruas de Cidade do México com cantos e expressões como “Viva Francisco”.

Mas como se prepararam os mexicanos para esta viagem do Papa? Sobre isso nós conversamos com Padre Manoel Durantes da Sala de Imprensa da viagem papal.

“As pessoas, na sua maioria, se prepararam espiritualmente, com milhares de terços oferecidos por esta visita, adoração eucarística, comunhões. O povo se preparou para recebe o Vigário de Cristo”.

O que esperam os mexicanos desta visita?

“O povo mexicano deve ser protagonista da sua própria história. O Papa vem num momento crítico da sua história. Na sociedade temos muitos problemas. O Papa não vem solucioná-los e os mexicanos não esperam que ele seja um mago, que faça um gesto e os problemas desapareçam. Não é assim, é mais complexa a realidade. Mas o que o Papa vai encontrar é terra fértil. Os mexicanos estão prontos a escutá-lo, escutar a sua mensagem de esperança, a sua mensagem de paz e de misericórdia que ele traz. O Papa vai lançar as sementes e dará indicações de como os mexicanos podem mudar a história do seu país e ser realmente mensageiro da esperança. Assim o povo encontrará no Papa a inspiração e o fundamento para que as novas gerações de mexicanos possam construir uma nova nação, um novo México, um México de misericórdia e de paz”.

Amanhã, segunda-feira, Francisco deixa Cidade do México com destino a Tuxtla Gutiérrez e em seguida a San Cristóbal de Las Casas, onde celebrará a Santa Missa com as comunidades indígenas de Chiapas.

Francisco almoçará com representantes de indígenas. Visitará ainda a Catedral de San Cristóbal, onde estarão reunidos grupos de idosos e enfermos. O dia do Santo Padre em Chiapas termina com o encontro com as famílias no Estádio de Tuxtla Gutiérrez. Depois retorna a Cidade do México.

Dos estúdios da Rádio Vaticano, Cidade do México, Silvonei José.

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Papa no México: libertados 124 prisioneiros

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Cidade do Vaticano (RV) – O governo do Estado de Chiapas liberou 124 prisioneiros de diferentes prisões a pedido dos bispos de Tuxtla Gutiérrez e San Cristóbal de las Casas. Dom Felipe Arizmendi Esquivel, Bispo da Diocese de San Cristóbal de las Casas, explicou que com a visita do Papa Francisco se promove ainda mais a justiça. “Isso que estamos fazendo é o que mais agrada a Deus. Se o Papa vem e não há gestos como estes de justiça e de fraternidade, não tem motivo para vir”, disse. 

Dom Arizmendi ressaltou que “o Papa vem para promover mais justiça, por isso solicitamos, que por ocasião da visita do pontífice se fizesse justiça para estas pessoas”.

Após a liberação dos presos, acrescentou que no exterior da Catedral de San Cristóbal de las Casas apareceu uma escrita dizendo: “queremos justiça, não Papa”; o que pode representar algo ofensivo, porém “não é, porque o Papa vem precisamente para isso, para promover mais justiça”.

Entretanto, Dom Fabio Martinez Castilla, Arcebispo de Tuxtla Gutiérrez, pediu aos ex-prisioneiros que assumam sua nova condição com compromisso porque “a liberdade é um dom maravilhoso que deve ser vivido com responsabilidade, alegria e fecundidade para fazer o bem”.

Ao entregar nos dias passados os documentos de libertação a 112 homens e 12 mulheres – 35 deles indígenas e sete estrangeiros (guatemaltecos e hondurenhos) – o governador de Chiapas Manuel Velasco exortou-lhes a se reintegrarem na vida produtiva com o apoio de seus familiares.

Já o Presidente do Poder Judiciário de Chiapas, o Juiz Rutilio Escandón, destacou que nos últimos 3 anos 1.725 detentos foram libertados através de acordos na mesa de reconciliação, acordos ligados a mecanismos da justiça.

Entretanto, tudo está pronto para receber o Papa Francisco nesta segunda-feira informou o governo de Chiapas. (SP)

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Rádio Vaticano com o Papa no México

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Cidade do Vaticano (RV) – A equipe do Programa Brasileiro da Rádio Vaticano está pronta para a cobertura especial da Viagem Apostólica do Papa Francisco ao México, entre 12 e 18 de fevereiro.

Na redação, na Cidade do Vaticano, a equipe entra em regime de plantão para transmitir ao vivo os principais eventos do Papa no México. Ao todo, serão 11 transmissões extraordinárias.

Na Cidade do México, nosso enviado especial acompanhará de perto os passos do Papa Francisco que, em sua primeira visita à terra de Nossa Senhora de Guadalupe, chega como peregrino de paz e misericórdia.

Programação (Horário de Brasília)

 

Ao vivo com comentários em português 

Ao vivo com áudio internacional

 

Sexta-feira, 12 de fevereiro

Havana, Cuba

1ª Parte 16h45  – Encontro do Papa e do Patriarca de Moscou e todas as Rússias 

(VídeoTexto)

 2ª Parte 19h55

(Vídeo – Texto)

Sábado, 13 de fevereiro

Cidade do México (CDMX)

14h – Encontro com as Autoridades, Sociedade Civil e Corpo Diplomático

(ÁudioVídeoTexto)

15h – Encontro com os Bispos

(Áudio – Vídeo – Texto)

20h45 – Santa Missa na Basílica de Guadalupe

(Áudio – Vídeo – Texto)

Domingo, 14 de fevereiro

Ecatepec

15h – Santa Missa

(Áudio – Vídeo – Texto)

Cidade do México (CDMX)

21h30 – Visita ao Hospital Pediátrico “F. Gomez”

(Áudio – Vídeo – Texto)

 

Segunda-feira, 15 de fevereiro

San Cristóbal

14h – Santa Missa com as comunidades indígenas de Chiapas

(Áudio – Vídeo – Texto)

Tuxtla-Gutiérrez

20h – Encontro com as famílias

(Áudio – Vídeo – Texto)

 

Terça-feira, 16 de fevereiro

13h45 – Morelia

Santa Missa com sacerdotes, religiosos, consagrados e seminaristas

(Áudio – Vídeo – Texto)

20h15 – Morelia

Encontro com os jovens

(Áudio – Vídeo – Texto)

 

Quarta-feira, 17 de fevereiro

Ciudad Juárez

15h15 – Visita à Penitenciária Estatal

(Áudio – Vídeo – Texto)

16h45 – Encontro com o mundo do trabalho

(Áudio – Vídeo – Texto)

20h45 – Santa Missa

(Áudio – Vídeo – Texto) 

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Papa: Deus consola pais de filhos arrebatados pelo crime

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Cidade do México (RV) - O santuário de Deus é a vida dos seus filhos, especialmente dos jovens sem futuro e dos idosos sem reconhecimento: disse o Papa na missa celebrada este sábado no Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe, num dos eventos mais aguardados desta sua 12ª viagem apostólica internacional, qual peregrino da misericórdia e da paz em terras mexicanas. 

Uma visita à casa da Mãe expressamente desejada pelo Pontífice. De fato, o motivo principal da visita de Francisco ao México: venerar o ícone de Nossa Senhora de Guadalupe, diante do qual deteve-se longamente em oração após a santa missa.

“O santuário de Deus são as nossas famílias que precisam do mínimo necessário para se poderem formar e sustentar. O santuário de Deus é o rosto de tantos que encontramos no nosso caminho”, afirmou o Pontífice.

Partindo do Evangelho da liturgia própria da Santíssima Virgem de Guadalupe, Francisco havia iniciado a homilia recordando o episódio da visita de Nossa Senhora a sua prima Isabel para traçar em seguida a figura de Maria como a mulher do sim, um sim de entrega a Deus e aos irmãos.

“Escutar esta passagem do Evangelho nesta casa tem um sabor especial. Maria, a mulher do sim, também quis visitar os habitantes desta terra da América na pessoa do índio São Juan Diego. Assim como se moveu pelas estradas da Judeia e da Galileia, da mesma forma alcançou Tepeyac, com as suas roupas, usando a sua língua, para servir esta grande nação. Assim como acompanhou a gravidez de Isabel, acompanhou e acompanha a gestação desta abençoada terra mexicana.”

Francisco acrescentou que também hoje Maria continua a fazer-se presente junto de todos nós, especialmente daqueles que sentem que «não valem nada».

Referindo-se à apresentação de Maria ao humilde Juanito, o Papa disse que “naquela madrugada de dezembro de 1531, tinha lugar o primeiro milagre que se tornará depois a memória viva de tudo o que guarda este Santuário. Naquele amanhecer, naquele encontro, Deus despertou a esperança de seu filho Juan, a esperança do seu povo”.

“Naquele amanhecer, Deus aproximou-Se e aproxima-Se do coração atribulado mas resistente de tantas mães, pais, avós que viram os seus filhos partir, viram-nos perdidos ou mesmo arrebatados pela criminalidade.”

Na construção do outro santuário – o santuário da vida, o das nossas comunidades, sociedade e culturas –, ninguém pode ser deixado de fora. “Todos somos necessários – observou o Papa –, sobretudo aqueles que normalmente não contam porque não estão à «altura das circunstâncias» ou não «contribuem com o capital necessário» para a sua construção.”

“O santuário de Deus é a vida dos seus filhos, de todos e em todas as condições, especialmente dos jovens sem futuro, expostos a uma infinidade de situações dolorosas e arriscadas, e dos idosos sem reconhecimento, esquecidos em tantos cantos. O santuário de Deus são as nossas famílias que precisam do mínimo necessário para se poderem formar e sustentar. O santuário de Deus é o rosto de tantos que encontramos no nosso caminho...”

Após citar um Hino Litúrgico dedicado a Maria, que expressa a proteção consoladora da Virgem, Francisco lembrou as palavras asseguradoras da Mãe, que nos dão a certeza de que “as lágrimas daqueles que sofrem, não são estéreis. São uma oração silenciosa que sobe até ao céu e que, em Maria, encontra sempre lugar sob o seu manto”.

N’Ela e com Ela, Deus faz-Se irmão e companheiro de estrada, carrega conosco as cruzes para não deixar as nossas dores esmagar-nos.

Francisco concluiu ressaltando que também hoje Maria volta a enviar-nos; hoje repete para nós: “Sê o meu mensageiro, sê o meu enviado para construir muitos santuários novos acompanhar tantas vidas, consolar tantas lágrimas”:

“Sê o meu mensageiro – diz-nos – dando de comer aos famintos, de beber aos sedentos; oferece um lugar aos necessitados, veste os nus e visita os doentes. Socorre os prisioneiros, perdoa a quem te fez mal, consola quem está triste, tem paciência com os outros e sobretudo implora e invoca o nosso Deus.”

Os milhares de fiéis e peregrinos presentes, mais de 40 mil ao todo, viveram com grande emoção e participação a visita do Papa Francisco ao maior santuário mariano do mundo, todos os anos visitado por vinte milhões de peregrinos. A celebração marcou o ponto alto e último compromisso deste primeiro dia de atividades do Santo Padre em terras mexicanas. (RL)

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México: 1 milhão de pessoas já viu o Papa Francisco

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Cidade do México (RV) – O jornal estadunidense New York Times e vários meios de comunicação mexicanos publicam em suas páginas deste domingo que mais de 1 milhão de pessoas já viu e gravou com seus celulares a passagem do Papa pelas ruas da Cidade do México no sábado.

Por sua vez, o jornal da capital, La Prensa, titula na capa: “Fiéis não se incomodam vir de longe, enfrentar o frio e esperar horas só para ver o Papa por alguns segundos e gravar as imagens de Francisco sorridente e abençoando”. E relata a aventura de centenas de mexicanos vindos da cidade de Veracruz, que o Papa não verá. Eles lotaram cinco ônibus acompanhados pelo seu bispo. Como não com conseguiram entrar no “Zócalo” (a praça central da capital onde se encontra a catedral e o palácio presidencial) para saudar o Papa, se reuniram numa das avenidas onde passaria o papamóvel. Ficaram esperando três horas e a alegria deles foi enorme só ao ver o Papa passar, acenar para elas e as abençoar. E tudo foi gravado nos celulares e enviado aos familiares e amigos que ficaram em Veracruz.

Aliás, é este o desejo do Papa: encontrar mais pessoas possíveis. Apesar de ser cansativo, ele faz questão de andar de papamóvel para que as pessoas possam vê-lo. Ele não se nega a este encontro com os mexicanos porque sente e percebe claramente que o povo o ama e a única forma que ele tem para agradecer este carinho, esta atenção e este amor das pessoas é estar no meio delas. Por este motivo todos os dias faz questão de abençoar e saudar as centenas de pessoas que o esperam à saída ou à entrada da Nunciatura quando sai para uma atividade pública ou quando entra para as refeições e o descanso. (SP)

 

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Igreja no Mundo



Kirill visita Fidel em Havana

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Havana (RV) - O líder Fidel Castro recebeu em sua residência na tarde de sábado, o Patriarca da Igreja Ortodoxa de Moscou e de todas as Rússias, Kirill. Durante a visita de cortesia, o ex-presidente cubano reconheceu “a importante contribuição do líder da Igreja Ortodoxa no fortalecimento da amizade entre o povo de Cuba e o povo russo e os valores comuns que os unem”, informou este domingo o jornal “Juventud Rebelde”.

Durante a visita, Fidel e o Patriarca trataram de temas como “a causa da pobreza, a luta contra a discriminação e a preservação da paz”, acrescenta um comunicado da Prensa Latina, ao mesmo tempo em que ressaltaram “as boas relações existentes entre a Rússia e Cuba”.

Fontes russas, por outro lado, recordaram que Kirill colheu a ocasião para agradecer ao ex-Presidente pelo templo ortodoxo “com o qual a nossa comunidade pode contar já há algum tempo”.

Após o encontro com Fidel e a histórica assinatura de uma Declaração conjunta com o Papa, o Patriarca da Igreja Ortodoxa de Moscou e de todas as Rússia segue sua visita pela Ilha. No dia 19, o Patriarca chega ao Brasil, após cumprir etapa no Chile.

O Patriarca da Igreja Ortodoxa chegou à Cuba na tarde de quinta-feira e na sexta-feira encontrou-se com o Papa Francisco no Aeroporto José Martí, onde foi assinada uma Declaração, que representou um marco na relação entre as duas Igrejas, separadas desde o Grande Cisma de 1054.

O líder cubano completará 90 anos em 13 de agosto. Nas fotos, ele e Kirill aparecem acompanhados da esposa de Fidel, Dalia Soto del Valle, e dos tradutores na sala da residência, onde recebe com frequência visitas internacionais. (JE)

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Formação



Reflexão dominical: quaresma, tempo de conversão e purificação

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Cidade do Vaticano (RV) - Iniciamos nosso tempo quaresmal com a reflexão sobre a gratidão a Deus pelos frutos recebidos, expressada pela restituição ao Senhor, através de seus pobres, das primícias dos frutos do trabalho. Essa atitude reconhecedora de que tudo o que temos vem de Deus, reafirma nossa absoluta dependência Dele. 

No passado, as primícias eram entregues aos representantes de Deus: os levitas, os estrangeiros, os órfãos, as viúvas, enfim a todos aqueles que não possuíam terras, que eram socialmente pobres.

Não basta a profissão de fé, mas é imperiosa a solidariedade e a generosidade em favor dos necessitados. Reconheço a bondade de Deus, sua generosidade para comigo, partilhando com os pobres o que Dele recebi.

O Evangelho nos fala das tentações a que o ser humano é exposto. Lucas nos mostra Jesus, o Homem por excelência, vivenciando essas tentações e saindo imune dessas ações demoníacas.

A primeira tentação é em relação à comida, à subsistência. Todos precisamos nos alimentar para viver. Todavia Jesus passa um longo tempo sem se alimentar e, apesar da fome, não dá vazão aos apelos do próprio corpo para que se alimente e se mantém fiel a Deus.

Se tivesse usado seus poderes para saciar suas necessidades, teria sido um vencedor aos olhos do mundo, mas um derrotado aos olhos do Pai. Jesus rebate o Mal com um pequeno texto da Sagrada Escritura: “Não só de pão viverá o homem!” 

Somente aquele que considera sua vida à luz da Palavra de Deus está em condições de atribuir às realidades terrenas seu exato valor!

A segunda tentação está voltada ao modo de nos relacionarmos com as pessoas. Somos levados a uma escolha entre dominar ou servir, competir ou solidarizar, explorar ou disponibilizar-se. O intelectual, o rico, o mais forte, todos esses podem se transformar em opressores daqueles que não tiveram oportunidades.

Onde quer que se espezinhe a dignidade humana, aí entra a lógica do diabo. Para Jesus, grande não é o bem sucedido, aquele perante a quem o mundo se ajoelha, mas aquele que se ajoelha para lavar os pés do irmão mais pobre.

A terceira tentação é a que deturpa o relacionamento entre o homem e Deus. Satanás usa a palavra de Deus, o famoso “Está escrito ...”  para desviar Jesus do caminho. Com isso o Mal corrói os fundamentos da relação com Deus. Colocar Deus à prova, incutir no ser humano a dúvida quanto à fidelidade do Senhor, fazer o homem desejar ter provas da existência e da bondade do Pai. Jesus se mantêm firme em toda e qualquer situação, inclusive no momento final da grande provação, a  da agonia no horto e crucifixão.

Somos tentados cotidianamente e o seremos também no final de nossa vida, como foi o Mestre.

A segunda leitura nos alenta diante desses espinhos diários. Diz-nos o Apóstolo: “Se, pois, com tua boca confessares Jesus como Senhor e, no teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo!”  As obras só têm valor em virtude da união com Cristo. É ele quem dá a dimensão transformadora dos bens materiais em espirituais.

Nossa relação com Deus é expressa em relacionamentos fraternos com os homens  e no bom uso dos bens materiais. Se formos livres, já ressuscitados, a maturidade espiritual falará mais alto, mas se formos imaturos, escravos de nossos desejos, o egocentrismo ditará nossas escolhas.

Que esta quaresma , tempo de conversão, seja uma caminhada feliz, alegre que purifique e intensifique nosso relacionamento com Deus! (Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para o I Domingo da Quaresma)

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