Noticiário da Rádio Vaticano Noticiário da Rádio Vaticano
RedaÇão +390669883895 e-mail: brasil@vatiradio.va

Sumario del 16/02/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja no Mundo

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa às famílias: "Solidão e isolamento, maus conselheiros"

◊  

Tuxtla Gutiérrez (RV) – Encerrando esta segunda-feira (15/02), o Papa cumpriu um evento que consta quase sempre na agenda de suas viagens internacionais: o encontro com as famílias.

Antes de ingressar no estádio de Tuxtla Gutiérrez, o Papa deu voltas com o papamóvel, aproximando-se das milhares de pessoas que estavam nas redondezas. Dentro do estádio, mais de 50 mil o aguardavam cantando o hino preparado para a visita, “Francisco, amigo”, e dançando músicas típicas. O encontro começou com uma saudação do Arcebispo Fabio Martínez Castilla, que entregou como presente a Francisco uma estola bordada com rostos de crianças. A seguir, foi a vez de quatro famílias darem o seu testemunho.

Famílias diversas, iguais testemunhos de amor

O primeiro testemunho foi o de Manuel, 14 anos, vítima de distrofia muscular. Ele agradeceu ao Papa por ser amigo dos jovens e por levar a sua mensagem ao povo do Chiapas e lhe pediu para rezar por todos os adolescentes que vivem desanimados e atravessam momentos difíceis.

Em seguida, um casal ofereceu um depoimento sobre a sua vida de seus pais, que têm 50 anos de casados. Falaram da aliança matrimonial, do amor fiel e de sua participação nos sacramentos.

A terceira família era formada por um casal de divorciados e recasados civilmente, que não têm acesso à comunhão, mas participam da comunidade e têm a percepção de recebê-la, segundo revelaram, através do serviço a seus irmãos mais carentes, doentes ou encarcerados.

O último testemunho foi o de Beatriz, enfermeira e mãe solteira, de origem simples, que renunciou ao aborto várias vezes e criou seus filhos sozinha. Ela pediu a Deus que, assim como ela foi amada e acolhida pela Igreja, outras mulheres tenham esta mesma bênção.

Obrigado por nos deixar sentar em suas mesas

O Papa iniciou seu discurso agradecendo estas famílias, que “nos permitiram sentar à sua ‘mesa’ onde partilham o pão que as alimenta e o suor perante as dificuldades diárias: o pão das alegrias, da esperança, dos sonhos, e o suor perante as amarguras, as decepções e as quedas: Obrigado por nos ter permitido sentar à sua mesa e conhecer o seu lar”.

Partindo das palavras de Manuel, que se “encheu de vontade” para a vida, Francisco refletiu que “é isto o que Deus sempre sonhou: quando chegou a plenitude dos tempos, Deus Pai encheu de vontade a humanidade para sempre, dando-nos o seu Filho”. O Papa emocionou todos ao citar o exemplo dos pais de Manuel, que ouviram ajoelhados o testemunho do menino.

E sempre com mais vigor, Francisco disse, quase gritando, que “Deus Pai encheu de vontade a nossa vida, porque o seu nome é amor, é dom gratuito, é dedicação, é misericórdia. Ele nos mostrou isso tudo, em toda a sua força e clareza, no seu Filho Jesus, que gastou a sua vida até à morte para tornar possível o Reino de Deus; um Reino que tem sabor de família, que tem sabor de vida partilhada”.  

Precariedade e isolamento, maus conselheiros

Lembrando o testemunho de Beatriz, Francisco afirmou que “a precariedade ameaça não só o estômago (o que é já muito!), mas pode ameaçar também a alma, pode insinuar-se em nós sem nos darmos conta: é a precariedade que nasce da solidão e do isolamento; e o isolamento é sempre um mau conselheiro”.

A receita para combater esta situação, que nos torna vulneráveis a muitas soluções aparentes, pode ser concretizada, por exemplo, por meio de leis que protejam e garantam o mínimo necessário para que as famílias e cada pessoa cresçam através do estudo e de um trabalho digno. Outro caminho é o compromisso pessoal, como sublinharam os testemunhos de Humberto e Cláudia: transmitindo o amor de Deus no serviço e na assistência aos outros. “Leis e engajamento pessoal são um binômio muito útil para romper a espiral de precariedade”, frisou o Pontífice.

Abordando as dificuldades que fragilizam as famílias hoje e que tornam suas vidas por vezes árduas e dolorosas, o Papa disse preferir uma família ferida que cada dia procura harmonizar o amor, a uma sociedade doente pelo confinamento e a comodidade do medo de amar. E criticou a "colonização ideológica que apresenta a família como um 'modelo superado'". 

"Prefiro famílias feridas"

“Prefiro uma família que procura uma vez e outra recomeçar a uma sociedade narcisista e obcecada com o luxo e o conforto. Prefiro uma família com o rosto cansado pelos sacrifícios aos rostos embelezados que nada entendem de ternura e compaixão”.

Terminando seu discurso, Francisco pediu a todos que rezassem com ele a Ave Maria e levou flores a uma imagem da Sagrada Família.

Outro momento tocante foi quando o Papa interrompeu o andamento do encontro e às beiras do palco, pediu que erguessem um menino com deficiências, cadeirante, até o ponto em que o pudesse tocar e beijar. Em vários momentos do evento, o Pontífice trocou o seu carinho com as crianças presentes.

Promessas matrimoniais renovadas

Na sequência, cerca de 200 casais com mais de 50 anos de matrimônio renovaram suas promessas matrimoniais diante do Papa e cantaram o hino “Amar é entregar-se”. Uma família fez uma oração, cantaram todos juntos o Pai Nosso e o Papa concedeu a bênção, encerrando o encontro.

Em seguida, o Papa se dirigiu ao aeroporto da cidade, de onde voou até Cidade do México, para passar a noite na Nunciatura Apostólica. 

(CM)

inizio pagina

Papa no Chiapas: mundo de hoje precisa reaprender valor da gratuidade

◊  

San Cristóbal de Las Casas (RV) - “Entre os pobres mais abandonados e maltratados, conta-se a nossa terra oprimida e devastada, que geme e sofre as dores do parto”: foi o que disse o Papa Francisco na missa esta segunda-feira (15/02) com as comunidades indígenas do Chiapas, em San Cristóbal de Las Casas, numa liturgia celebrada em espanhol e nas línguas indígenas tseltal, ch’ol e tsotsil, que contou também com a participação de numerosos fiéis guatemaltecos. 

Na saudação dirigida ao Pontífice, um homem e uma mulher representando as comunidades indígenas do Chiapas, do México e da Guatemala agradeceram ao Papa por ter aprovado o uso de suas línguas nativas na liturgia.

No altar papal apoiado na pirâmide de Palenque – evocação da cultura e história mayas – simbolizada pelos degraus que partem da terra até o altar, a expressão de que a fé cristã não elimina as raízes das culturas, não se separa da terra e da história, mas as torna plenas em Jesus, faz crescer e amadurecer em Cristo. A fé não destrói nem a história nem a cultura, mas as assume, para transformá-las em Cristo.

Ao encontrar uma realidade de exclusão social de um povo que vive à margem do progresso e do desenvolvimento, o Papa levou uma palavra de fé e de esperança, enaltecendo a riqueza e valores dos povos indígenas, que muito têm a nos ensinar diante da ganância do lucro e do domínio despótico do homem sobre os bens da criação.

“A violência, que está no coração humano ferido pelo pecado, vislumbra-se nos sintomas de doença que notamos no solo, na água, no ar e nos seres vivos”, disse o Santo Padre em sua homilia, norteada pelo tema do cuidado da criação.

“O desafio ambiental que vivemos e as suas raízes humanas têm a ver com todos nós (cf. ibid., 14) e interpelam-nos. Não podemos permanecer indiferentes perante uma das maiores crises ambientais da história. Nisto, vós tendes muito a ensinar-nos. Os vossos povos, como reconheceram os bispos da América Latina, sabem relacionar-se harmoniosamente com a natureza, que respeitam como «fonte de alimento, casa comum e altar do compartilhar humano».”

No entanto, disse Francisco, “muitas vezes, de forma sistemática e estrutural, os vossos povos acabaram incompreendidos e excluídos da sociedade”.

“Alguns consideram inferiores os vossos valores, a vossa cultura e as vossas tradições. Outros, fascinados pelo poder, o dinheiro e as leis do mercado, espoliaram-vos das vossas terras ou realizaram empreendimentos que as contaminaram. Que tristeza! Como nos seria útil a todos fazer um exame de consciência e aprender a pedir perdão!”

Francisco havia iniciado sua reflexão partindo Salmo 18 “A lei do Senhor é perfeita, reconforta a alma”, lei que o povo de Israel recebera das mãos de Moisés, um povo que experimentara a escravidão e a tirania do Faraó, que experimentara a amargura e os maus-tratos, até que Deus disse basta e ouviu o clamor de seu povo.

“Manifesta-se aí o rosto do nosso Deus, o rosto do Pai que sofre com a dor, os maus-tratos, a injustiça na vida de seus filhos; e a sua Palavra, a sua lei torna-se símbolo de liberdade, símbolo de alegria, sabedoria e luz”, afirmou o Papa.

“No coração do homem e na memória de muitos dos nossos povos, está inscrito o anseio por uma terra, por um tempo em que o desprezo seja superado pela fraternidade, a injustiça seja vencida pela solidariedade e a violência seja cancelada pela paz”, acrescentou o Pontífice.

O nosso Pai não só compartilha este anseio, mas Ele mesmo o suscitou e suscita dando-nos o seu filho Jesus Cristo. N’Ele encontramos a solidariedade do Pai, que caminha ao nosso lado.

“N’Ele vemos como aquela lei perfeita assume uma carne, assume um rosto, assume a história, para acompanhar e sustentar o seu povo; faz-se Caminho, faz-se Verdade, faz-se Vida, para que as trevas não tenham a última palavra e a aurora não cesse de vir sobre a vida dos seus filhos.

“De muitas formas e maneiras se procurou silenciar e cancelar este anseio, de muitas maneiras procuraram anestesiar-nos a alma, de muitas formas pretenderam pôr em letargo e adormecer a vida das nossas crianças e jovens com a insinuação de que nada pode mudar ou trata-se de sonhos impossíveis.”

Contra estas formas, a própria criação sabe levantar a sua voz:

“Esta irmã clama contra o mal que lhe provocamos por causa do uso irresponsável e do abuso dos bens que Deus nela colocou. Crescemos a pensar que éramos seus proprietários e dominadores, autorizados a saqueá-la (...). Por isso, entre os pobres mais abandonados e maltratados, conta-se a nossa terra oprimida e devastada, que “geme e sofre as dores do parto.”

“O mundo de hoje, espoliado pela cultura do descarte, necessita de vós”, disse o Papa na conclusão exortando os jovens a conservarem a sabedoria dos anciãos:

“Os jovens de hoje, expostos a uma cultura que tenta suprimir todas as riquezas e características culturais tendo em vista um mundo homogéneo, precisam que não se perca a sabedoria dos vossos anciãos. O mundo de hoje, prisioneiro do pragmatismo, tem necessidade de voltar a aprender o valor da gratuidade.”

Ao término da celebração, as palavras comoventes de agradecimento ao Papa Francisco feitas por dois representantes das comunidades indígenas.

“Mesmo se muitas pessoas nos desprezam, quiseste visitar-nos e levar-nos em consideração, como fez a Virgem de Guadalupe com San Juan Dieguito”, disse ele.

“Mesmo se vives em Roma, ti sentimos muito próximo de nós. Continuas a transmitir-nos a alegria do Evangelho e a ajudar-nos a cuidar da nossa irmã e mãe terra, que Deus nos doou. E recorda-te de nós em tuas orações, a fim de que possamos realizar as obras de misericórdia”, pediram os representantes indígenas. (RL)

inizio pagina

Francisco em Chiapas: "Vamos ver o Papa"

◊  

San Cristóbal de Las Casas (RV) – Cantam, cantam e ser abraçam entre elas. Brilham os olhos de tanta alegria. Possuem sorrisos de adolescentes. Posam diante das portas da Catedral de San Cristóbal e voltam a cantar, proferem gritos em voz baixa. Quem olha para elas, quem as vê passear pelo centro histórico da cidade poderiam pensar que são adolescentes. Caminham juntas e se colocam sob uma enorme cruz na entrada da igreja. Fazem selfies. Uma delas sai do grupo e pede para ser fotografada abraçada à cruz. Sorri muito. Não se importa em posar para as fotos de quem passa. Abraça o símbolo de sua paixão.

Não, não são “teenagers” com mochilas nas costas provenientes de escolas católicas que estão de férias pela cidade. São monjas provenientes de Puebla para ver o Papa. Não há muito entusiamo pelas ruas da cidade, não há uma espécie de “papamania” entre os milhares de transeuntes que vão e vem pelo lugar onde nesta segunda passará o Papa Francisco.

“Estamos muito felizes! Vamos ver o Papa”! diz uma delas, idosa, com óculos fundo de garrafa, por causa da vista cansada – “Ele é o Vigário de Cristo”.

Aproxima-se a Madre Superiora: “não vimos ainda o Papa”. “Esperamos vê-lo nesta segunda, de perto, porque Deus nos abençoou em toda a nossa viagem. Estamos felizes”...

Toma mais uma vez a palavra a religiosa idosa, sem soltar o braço da jovem monja que a acompanha: “Viemos em peregrinação de fé, como disse o Papa Francisco. Deus o abençoe”.

Caminham em direção da cruz cantando e lançando vivas. “Viva Maria”, grita uma dela aos pés da cruz. “Viva Cristo Rei, Viva o Papa”.

Caminham traquilas, normalmente.

Nesta segundo o sonho realizado: viram de perto Papa Francisco. Agora o retorno a casa será mais suave e alegre. (Silvonei José)

inizio pagina

Jesuítas mexicanos doam ao Papa relíquias do mártir Miguel Pro

◊  

Cidade do México (RV) – O Papa Francisco teve um encontro fora de programa no domingo (14/02), na Nunciatura Apostólica, com seis membros da comunidade jesuíta mexicana.

O Pontífice e seus confrades – declarou o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi – tiveram um breve colóquio, após a visita de Francisco ao Hospital Pediátrico Federico Gomez.

Durante o encontro, os jesuítas doaram ao Papa as relíquias do Beato mártir Miguel Augustin Pro, jesuíta de Guadalupe, assassinado em 1927 durante as perseguições anticatólicas perpetradas pelo regime anticlerical de Plutarco Elías Calles. (JE)

inizio pagina

Crime de abuso sexual deve ser denunciado às autoridades, diz Comissão para Menores

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Existe “a responsabilidade moral e ética em denunciar às autoridades civis os supostos abusos” cometidos por sacerdotes contra menores. Este é o teor da declaração divulgada nesta segunda-feira (15/02), pela Pontifícia Comissão para a Proteção dos Menores, escrita pelo seu Presidente, o Cardeal estadunidense Sean O'Malley, OFM Cap, juntamente com os outros membros.

“Como o Papa Francisco afirmou claramente” em 27 de setembro – lê-se no comunicado – “os crimes e pecados dos abusos sexuais contra menores nunca devem ser mantidos em segredo. Garanto a zelosa vigilância em proteger as crianças e a promessa da plena responsabilidade para todos”.

Responsabilidade moral e ética em denunciar às autoridades

O texto prossegue afirmando que “nós, o Presidente e os outros membros da Comissão, desejamos afirmar que as nossas obrigações, de acordo com o direito civil, devem ser certamente respeitadas, mas além de tais vínculos, temos todos a responsabilidade moral e ética de denunciar os supostos abusos às autoridades civis que têm a missão de proteger a nossa sociedade”.

Obrigatoriedade em denunciar nos EUA

“Nos Estados Unidos – prossegue a declaração – a Carta dos nossos bispos sobre a proteção das crianças e dos jovens (adotada em Dalas em 2002 e atualizada em 2011), afirma claramente a obrigação para todas as dioceses/eparquias e para todo o pessoal, de denunciar às autoridades civis os suspeitos de abusos. Esta obrigação é reafirmada a cada ano durante a nossa assembleia de novembro, em uma sessão de formação para os novos bispos e em cada mês de fevereiro a Conferência Episcopal organiza um segundo programa de formação para os novos bispos onde reitera de modo claro e explícito tal obrigação”.

Iniciativas de prevenção e material educativo

“Como Comissão consultiva do Santo Padre para a Tutela dos Menores – explica o comunicado – recentemente compartilhamos com o Papa Francisco uma vasta panorâmica das iniciativas educativas por ela promovida no decorrer dos últimos dois anos pelas Igrejas locais, e reiterada a disponibilidade de seus membros em fornecer este material para cursos oferecidos em Roma, compreendido, entre outros, o programa anual de formação para os novos bispos e para os  escritórios da Cúria Romana para que possam utilizá-los em seu trabalho para a proteção dos menores”.

(JE)

inizio pagina

Papa no México: dois novos albergues para migrantes

◊  

San Cristóbal de Las Casas (RV) – “Por ocasião da visita do Papa a San Cristóbal de Las Casas, no Ano da Misericórdia, construiremos dois albergues para os migrantes, a partir do momento que não diminui a passagem daqueles que, provenientes de várias partes do sul, sobretudo de Honduras, El Salvador e Guatemala, tentam alcançar os Estados Unidos, arriscando a vida”. É o que anuncia Dom Felipe Arizmendi Esquivel, Bispo de San Cristóbal de Las Casas, onde o Papa Francisco celebra em 15 de fevereiro a Missa com as comunidades indígenas do Chiapas.

No texto do comunicado, o Bispo destaca que os migrantes “estão sujeitos a extorsões, roubos, estupros, mentiras, sequestros e todo tipo de abuso”. Diante disso, “não podemos permanecer indiferentes e a nossa pastoral da migração aumentou os seus serviços”.

Na nossa diocese, prossegue Dom Arizmendi Esquivel, temos três albergues para os migrantes: em Palenque, Comitan e San Cristóbal. “Todavia, necessitamos urgentemente construir outros dois, em Frontera Comalapa e em Salto de Agua, porque nesses locais chegam e passam centenas deles, e queremos oferecer um local onde repousar, comer, lavar as roupas e dormir e, assim, seguir viagem. Em vários casos, oferecemos assistência jurídica e apoio econômico”.

Na diocese, foi feita uma coleta para construir os dois novos albergues, e o dinheiro arrecadado será entregue ao Papa durante a Missa que celebrará em San Cristóbal. “O Papa não levará a Roma essas ofertas – explica o Bispo -, que apresentamos como oferta da comunidade para os pobres, neste caso para os migrantes. O Papa considerou muito bela a iniciativa neste Ano da Misericórdia, porque o que deseja promover é o ser misericordiosos, sobretudo com aqueles que sofrem, como os migrantes”. (BF/Agência Fides)

inizio pagina

Pe. Lombardi: Papa tem o dom de expressar a ternura

◊  

Cidade do México (RV) – Diante de 300 mil pessoas presentes na Missa de Ecatepec, o Papa Francisco voltou a falar das “três tentações que tentam nos degradar”. Sobre o terceiro dia do Papa em terras mexicanas, a Rádio Vaticano conversou com o Diretor da emissora, Padre Federico Lombardi: 

“O que eu vi, particularmente bem organizado, foi a acolhida ao longo das ruas. Do heliporto até chegar ao local da Missa, havia tantíssima gente. Acredito que até mesmo mais do que no local da Missa. Portanto, uma acolhida extremamente festiva e também bem preparada: havia cantos, havia grupos com cartazes onde estava desenhada a bandeira do México, também as cores do Vaticano e assim por diante, tudo junto em um modo coreográfico. Foi um itinerário de 9 km realmente muito agradável e entusiasmante. Acredito que impressionava também ao Papa chegar de helicóptero nesta extensão infinita de casas sem interrupções. Como se anuncia a fé hoje para esta grande humanidade, este grande povo que vive nas megalópoles? Como se faz uma pastoral em uma situação deste gênero? São problemas grandiosos, evidentemente, que o Papa conhece pessoalmente, porque foi bispo de uma grandíssima cidade como Buenos Aires, grande como a Cidade do México”.

RV: Do ponto de vista dos conteúdos, houve um forte chamado à centralidade da mensagem cristã...

“Esta era a Missa do primeiro Domingo da Quaresma e o Papa, como de costume, em sua homilia é muito fiel aos textos. Portanto, entrou realmente um pouco no coração da mensagem cristã, que nos é apresentada no primeiro Domingo da Quaresma como uma mensagem de conversão. As tentações de Cristo são realmente uma porta para entrar no discernimento, no exame da própria consciência e da sociedade que está ao nosso redor. A tentação de ter, a tentação da vaidade, a tentação do poder e do querer impor-se sobre os outros são de tal forma fundamentais e radicais que valem sempre”.

RV: Passando para a visita ao hospital, o que o senhor percebeu, além do que foi mostrado pelas imagens da TV?

“Esta grande desejo do Papa e esta grande capacidade do Papa de demonstrar, de levar próximo o amor do Senhor por meio do amor vivido na vida cristã por parte de quem recebe o amor e o comunica aos outros. Portanto, o Papa tem um dom, certamente, de manifestar proximidade e ternura também de forma física, de fazer carinho, abraçar; tocar o encontro com um grande afeto, com um amor generoso e terno, como o Papa consegue manifestar, é naturalmente de grande conforto”. (JE)

inizio pagina

Papa no Chiapas: esperança à região mais pobre do México

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Quarto dia da visita do Papa Francisco ao México. Depois da missa ontem em Ecatepec na presença de mais de 300 mil fiéis e do encontro emocionante com as crianças doentes de câncer em um hospital pediátrico, que entoaram o slogan, “Francisco 'hermano', o Papa é mexicano”, nesta segunda-feira, o Santo Padre deixa a Cidade do México com destino a Tuxtla Gutiérrez e, em seguida, vai a San Cristóbal de Las Casas, onde celebrará a Santa Missa com as comunidades indígenas de Chiapas.  

Este Estado, o mais meridional dos Estados mexicanos, permanece ainda hoje, apesar de seus grandes recursos naturais, um dos menos desenvolvidos, com uma grande pobreza e analfabetismo. Cerca de 36% de seus habitantes fala exclusivamente a sua própria língua indígena. Por isso, o Papa irá entregar um documento que autoriza o uso das línguas locais nas celebrações eucarísticas, tseltal, ch’ol e tsotsil.

Estarão presentes fiéis, na grande maioria indígenas, provenientes de todo o Estado de Chiapas.

Francisco almoçará com 8 representantes de indígenas e com a comitiva papal. Na parte da tarde fará uma visita à Catedral de San Cristóbal, onde estarão reunidos grupos de idosos e enfermos. O Papa irá oferecer uma homenagem floreal à imagem de Nossa Senhora.

O dia do Santo Padre em Chiapas termina com o encontro com as famílias no Estádio de Tuxtla Gutiérrez. A estrutura pode conter cerca de 40 mil pessoas. Antes de entrar no estádio, o Papa receberá do governador do Estado de Chiapas as chaves da cidade.

Durante o encontro com as famílias, a renovação das promessas de matrimônio.

Depois, em direção do aeroporto, irá descerrar uma placa comemorativa da visita. Retorna em seguida para Cidade do México.

Nos dias passados o governo do Estado de Chiapas liberou 124 prisioneiros de diferentes prisões a pedido dos bispos de Tuxtla Gutiérrez e San Cristóbal de las Casas. Dom Felipe Arizmendi Esquivel, Bispo da Diocese de San Cristóbal de las Casas, explicou que com a visita do Papa Francisco se promove ainda mais a justiça.

Dom Arizmendi ressaltou que “o Papa vem para promover mais justiça, por isso solicitamos, que por ocasião da visita do pontífice se fizesse justiça para estas pessoas”.

Entretanto, foram milhares e milhares de mexicanos que vieram a Cidade do México nos últimos dias provenientes das cidade que o Papa não irá visitar durante a sua passagem pelo México, enfrentando o frio e a espera de horas para só para ver o Papa por alguns segundos e gravar as imagens de Francisco sorridente e abençoando.

Foi o caso de centenas de mexicanos vindos da cidade de Veracruz que lotaram cinco ônibus acompanhados pelo seu bispo. Como não com conseguiram entrar no “Zócalo” (a praça central da capital onde se encontra a catedral e o palácio presidencial) para saudar o Papa no último sábado, se reuniram numa das avenidas onde passaria o papamóvel. Ficaram esperando três horas e a alegria deles foi enorme só ao ver o Papa passar, acenar para eles e as abençoar. E tudo foi gravado nos celulares e enviado aos familiares e amigos que ficaram em Veracruz.

Aliás, é este o desejo do Papa: encontrar mais pessoas possíveis. Apesar de ser cansativo, ele faz questão de andar de papamóvel para que as pessoas possam vê-lo.

Assim o Papa Francisco continua a sua Viagem Apostólica ao grande país católico das Américas. Nos últimos dias foram muitas e autênticas as demonstrações de fé, admiração e carinho que o povo mexicano deu ao ilustre hóspede. O México é um país com grandes problemas, marcado pela desigualdade e onde uma grande parcela da população vive em condições de extrema pobreza. Um país que enfrenta a violência gerada pela delinquência organizada e pela falta de respeito pelos direitos humanos. Porém, não é um país paralisado pelos problemas e dificuldades, pois busca soluções aos grandes desafios que a modernidade apresenta. E Papa Francisco, na sua visita ao país vai a lugares significativos que apresentam o grande espectro da sociedade mexicana. Vai e leva esperança.

A pergunta é evidente em um Estado que se diz laico. Até onde o Papa poderá com suas mensagens e gestos ajudar esse povo a mudar as coisas? Não sabemos, mas certamente o que vemos nestes dias nos lugares por onde passa Francisco é uma boa indicação de uma incansável vontade de mudança.

Dos Estúdios da Rádio Vaticano, Cidade do México, Silvonei José

inizio pagina

Papa: "carinhoterapia" decisiva na recuperação de crianças doentes

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – O último compromisso do Papa Francisco neste domingo (14/02), terceiro dia em terras mexicanas, foi a visita ao Hospital pediátrico Federico Gomez, um centro de excelência na Cidade do México, voltado ao atendimento das crianças mais pobres do país. Anualmente são 255 mil as crianças atendidas e 6 mil as internações. 

Sempre acompanhado pela Primeira Dama Angelica Rivera e pelo Diretor do Hospital, Dr, José Alberto Garcia Aranda, Francisco percorreu diversas alas do Hospital. Inicialmente, saudou 36 crianças, acompanhadas de familiares, no primeiro andar do hospital, onde pronunciou seu discurso. O Papa saudou uma a uma as crianças, dando a elas de presente um terço. Em um dos pequenos pacientes, com um pequeno conta-gotas, pingou uma medicação em sua boca. Emoção, gestos de carinho e atenção especial a cada um dos pequenos marcou o encontro.

Para o encontro foram preparadas catequeses, quer para as crianças, como para alguns funcionários e médicos do hospital. O recurso do teatro, com uma história que falava sobre o Papa Francisco, foi usada para preparar as crianças.

Após as breves palavras de acolhida da Primeira Dama, o Papa dirigiu algumas palavras às crianças e aos funcionários, onde destacou a importância da “carinhoterapia” e das palavras “bendizer e agradecer”.

Após, depositou flores aos pés de uma imagem de São Francisco, no pátio do hospital, dirigindo-se então ao Setor de Oncologia, onde encontrou crianças que fazem quimioterapia. Uma delas cantou Ave Maria em latim para o Papa, num dos momentos comoventes do encontro.

A entrada de Francisco na Sala do Sino foi outro momento forte. O badalar indica a cura de uma criança. Na verdade, foram duas badaladas já que, recentemente, duas crianças ficaram curadas. Uma delas é a pequena Helena Luz, que no sábado, 13, completou 7 anos. O som produzido pelo sino é como que uma advertência ao céu, um agradecimento, de que uma criança foi curada. O gesto é realizado na presença de crianças em tratamento para servir de encorajamento e esperança.

***

A seguir, o Papa encontrou de forma privada pacientes em tratamento. As imagens, por desejo do Pontífice, não foram transmitidas. Por fim, o Papa deixou o Hospital rumo à Nunciatura, onde pernoitará.

Eis a íntegra do discurso:

Senhor Presidente,

Senhora Primeira Dama,

Senhora Secretária da Saúde,

Senhor Diretor,

Membros do Patronato,

Famílias aqui presentes,

Amigas e amigos, queridas crianças,

boa tarde!

Agradeço a Deus que me dá a oportunidade de vir visitar-vos, de me encontrar convosco e as vossas famílias neste Hospital; de poder partilhar um pouco da vossa vida, da vida de todas as pessoas que trabalham como médicos, enfermeiros, funcionários e voluntários que vos atendem, tanta gente que está trabalhando por vocês.

Há uma passagem no Evangelho que nos narra a vida de Jesus quando era criança. Era bem pequenino, como alguns de vós. Um dia os seus pais, José e Maria, levaram-No ao Templo para O apresentarem a Deus. Então encontram um ancião que se chamava Simeão, que ao ver o Menino, com muita determinação e velhinho e com grande alegria e gratidão, toma-O nos braços e começa a bendizer a Deus. Ao ver o menino Jesus, duas coisas nasceram nele: um sentimento de gratidão e o desejo de bendizer.Ou seja, dar graças a Deus e teve vontade de bendizer.

Simeão é o «avô» que nos ensina estas duas atitudes fundamentais: agradecer e bendizer.

Aqui, eu digo para vocês. ps médicos bendizem vocês, cada vez que cuidam de vocês as enfermeiras, todo o pessoal, todos os que trabalham bendizem vocês, as crianças. Porém vocês também têm que aprender a bendizê-los e  pedir a Jesus que cuide deles, porque eles cuidam de vocês. Eu aqui sinto-me (e não só pela idade) muito identificado com estes dois ensinamentos de Simeão. Por um lado, ao atravessar aquela porta e ver os vossos olhos, os vossos sorrisos, os vossos rostos, veio-me o desejo de dar graças. Obrigado pelo carinho com que me recebeis; obrigado pelo afeto com que sois cuidados e acompanhados. Obrigado pelo esforço de muitos que estão a dar o seu melhor para poderdes recuperar rapidamente. É muito importante sentir-se cuidados e acompanhados, sentir-se amados e saber que estão procurando a melhor maneira de cuidar de nós. Por todas estas pessoas, digo obrigado.

E, ao mesmo tempo, quero abençoar-vos. Quero pedir a Deus que vos abençoe, que acompanhe a vós e aos vossos familiares, a todas as pessoas que trabalham nesta casa e procuram que estes sorrisos continuem a crescer cada dia; a todas as pessoas que, não só com medicamentos mas sobretudo com a «carinhoterapia», ajudam para que este tempo seja vivido com maior alegria. Tão importante "a carinhoterapia"! Tão importante" às vezes um carinho ajuda tanto a recuperar-se

Conheceis o índio Juan Diego? Levante a mão quem o conhece..... Quando o tio de Juanito, Juan Diego, caiu doente, este ficou muito preocupado e angustiado. Naquele momento, aparece a Virgem de Guadalupe e diz-lhe: «Não se perturbe o teu coração, nem te inquiete coisa alguma. Não estou aqui Eu, que sou tua Mãe?»

Temos a nossa Mãe. Peçamos-Lhe que nos ofereça ao seu Filho Jesus. E agora vou pedir às crianças uma coisa, fechem os olhos, fechemos os olhos e peçamos aquilo que deseja o nosso coração hoje; um pouqinho de silêncio com os olhos fechados e dentro peçamos o que queremos. E agora juntos digamos para nossa Mãe: Ave Maria…

Que o Senhor e a Virgem de Guadalupe sempre vos acompanhem. Muito obrigado! E, por favor, não vos esqueçais de rezar por mim”.

inizio pagina

Rádio Vaticano com o Papa no México

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – A equipe do Programa Brasileiro da Rádio Vaticano está pronta para a cobertura especial da Viagem Apostólica do Papa Francisco ao México, entre 12 e 18 de fevereiro.

Na redação, na Cidade do Vaticano, a equipe entra em regime de plantão para transmitir ao vivo os principais eventos do Papa no México. Ao todo, serão 11 transmissões extraordinárias.

Na Cidade do México, nosso enviado especial acompanhará de perto os passos do Papa Francisco que, em sua primeira visita à terra de Nossa Senhora de Guadalupe, chega como peregrino de paz e misericórdia.

Programação (Horário de Brasília)

 

Ao vivo com comentários em português 

Ao vivo com áudio internacional

 

Sexta-feira, 12 de fevereiro

Havana, Cuba

1ª Parte 16h45  – Encontro do Papa e do Patriarca de Moscou e todas as Rússias 

(VídeoTexto)

 2ª Parte 19h55

(Vídeo – Texto)

Sábado, 13 de fevereiro

Cidade do México (CDMX)

14h – Encontro com as Autoridades, Sociedade Civil e Corpo Diplomático

(ÁudioVídeoTexto)

15h – Encontro com os Bispos

(VídeoTexto)

20h45 – Santa Missa na Basílica de Guadalupe

(ÁudioVídeo – Texto)

Domingo, 14 de fevereiro

Ecatepec

15h – Santa Missa

(ÁudioVídeoTexto)

Cidade do México (CDMX)

21h30 – Visita ao Hospital Pediátrico “F. Gomez”

(ÁudioVídeoTexto)

 

Segunda-feira, 15 de fevereiro

San Cristóbal

14h – Santa Missa com as comunidades indígenas de Chiapas

(Áudio – Vídeo – Texto)

Tuxtla-Gutiérrez

20h – Encontro com as famílias

(Áudio – Vídeo – Texto)

 

Terça-feira, 16 de fevereiro

13h45 – Morelia

Santa Missa com sacerdotes, religiosos, consagrados e seminaristas

(Áudio – Vídeo – Texto)

20h15 – Morelia

Encontro com os jovens

(Áudio – Vídeo – Texto)

 

Quarta-feira, 17 de fevereiro

Ciudad Juárez

15h15 – Visita à Penitenciária Estatal

(Áudio – Vídeo – Texto)

16h45 – Encontro com o mundo do trabalho

(Áudio – Vídeo – Texto)

20h45 – Santa Missa

(Áudio – Vídeo – Texto) 

inizio pagina

Igreja no Brasil



Rio de Janeiro: encontro sobre Direito Canônico e a família

◊  

Rio de Janeiro (RV) - O Pontifício Instituto Superior de Direito Canônico do Rio de Janeiro realiza, entre os dias 15 a 18 de fevereiro, o Simpósio Internacional de Direito Canônico, no Centro de Estudos Sumaré. O encontro terá como tema: “As reformas processuais na Igreja e o Sínodo da Família – O direito ao encontro da misericórdia”.

“Sem perder a santificidade do processo, o Papa pediu mais celeridade aos juristas, tribunais e câmaras eclesiásticas, e que os casos fossem tratados com amor”, declarou o diretor do Pontifício Instituto Superior de Direito Canônico, cônego José Gomes. Segundo ele, o encontro será frutuoso e a discussão enriquecerá, de forma particular, a Arquidiocese do Rio de Janeiro.

Os conferencistas serão o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, Cardeal Francesco Coccopalmerio, do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos, e Dom Dimitrios Salachas, Exarca da Igreja Greco-Católica.

O Sínodo da Família, concluído em outubro do ano passado, será outro assunto repercutido no simpósio. O Pontífice se reuniu em Roma com bispos do mundo para discutirem o papel da família na Igreja e no mundo. Do encontro produziram algumas diretrizes de atuação, como a decisão de dar a cada padre o “discernimento” de conceder ou não a comunhão a pessoas divorciadas.

As inscrições já estão encerradas, mas pode-se obter mais informações sobre o evento através dos telefones: 2516-5920 / 2516-5786 ou pelo e-mail projeto@pisdc.org.br. (SP)

 

 

inizio pagina

Igreja no Mundo



Papa e Kirill, encontro é um símbolo para o novo milênio

◊  

Moscou (RV) – Uma conversa “entre irmãos”, por uma unidade que “se faz caminhando”. Palavras do Papa Francisco pronunciadas logo após o encontro no Aeroporto José Martí, de Havana, com o Patriarca da Igreja Ortodoxa de Moscou e de todas as Rússias, Kirill. Na Declaração comum, firmada ao final do colóquio, o Pontífice e o Patriarca deram destaque a alguns temas de particular importância, em um período de “mudança epocal” para a civilização humana: recordaram, entre outros, as perseguições aos cristãos no Oriente Médio, a violência e o terrorismo, a crise da família em muitos países.

A reflexão à Rádio Vaticano do Núncio Apostólico na Federação Russa e Uzbequistão - e recém-nomeado Observador Permanente da Santa Sé junto à ONU em Genebra - o Arcebispo Ivan Jurkovič, parte precisamente da voz em defesa dos cristãos perseguidos:

“Isto me parece que seja o conteúdo mais profundo de todo o encontro, que é um evento por si só extraordinário, esperado, desejado, mas também um encontro de emergência. A comunidade cristã é sempre responsável por aqueles que sofrem e até mesmo tem a obrigação solene de recordar também quantos são mortos”.

RV: Existe, portanto, um “ecumenismo de sangue”, como definido pelo Papa Francisco...

“O Papa explicou também que nenhum perseguidor dos cristãos pergunta à qual confissão este pertençe. O que quer dizer que aqueles que odeiam o cristianismo nos consideram unidos”.

RV: Que consequência pode ter o apelo conjunto à Comunidade internacional, para colocar fim à violência e o terrorismo e trabalhar para restabelecer a paz no Oriente Médio na mesa de negociações?

“As complicações da vida internacional nos últimos anos foram um choque. Ninguém esperava que a vida internacional, as relações internacionais, pudessem se deteriorar assim tão rapidamente e sem encontrar respostas eficazes. Tudo o que se consegue fazer, talvez, seja postergar um pouco, mas as soluções não existem. Trata-se, sem sombra de dúvida, de duas personalidades muito notórias no mundo – o Papa e o Patriarca Kirill – e o efeito que terá a Declaração deles vai muito além das formulações verbais.

Trata-se, isto é, de um símbolo: existe uma verdadeira, serena solidariedade entre os cristãos, construtiva, não vingativa, não agressiva, com uma preocupação que deve ser acolhida e que deve ser acompanhada, talvez, também pela ação da comunidade internacional. O que me parece importante é que este valor simbólico que se sente também no povo, é enorme. A imagem do encontro no Aeroporto de Havana permanece quase um símbolo para o novo milênio. Trata-se, isto é, de uma nova maturidade também da comunidade dos crentes cristãos, maturidade que leva a esta direta responsabilidade com o destino do mundo”.

RV: Emerge ainda uma forte preocupação pela crise da família, portanto, família entendida como construída sobre o matrimônio, como ato de amor de um homem e uma mulher diante de outras formas de convivência que – como se diz – são colocadas no mesmo patamar....

“A Igreja Ortodoxa Russa, a tradição ortodoxa, sente-se forte, mesmo sofrendo as mesmas angústias que sofre a sociedade moderna, especialmente a instabilidade do vínculo matrimonial e tantas outras coisas ligadas à moral familiar. Mas a coisa interessante, é que o mundo oriental preservou esta solidez diante da lei de Deus. Mesmo, portanto, se não se sabe interpretar, mesmo se talvez não siga com a mesma disciplina, permanece este respeito pelo sagrado, enquanto a Europa perdeu este respeito radicalmente.

Os ortodoxos, pelo que ouvi por estes dias, repetiram que foram como “um pronto socorro” para a Igreja Católica, que se encontra em um ambiente muito descristianizado, onde os valores eternos são tão frágeis. Eu penso que existe um pouco de verdade nisto, mesmo se não se deva simplificar nada: todos vivemos em uma transformação da sociedade, que deveremos enfrentar serenamente, antes de tudo, com a vida cristã”.

RV: O que une as duas comunidade, em relação aos fundamentos da existência humana? Faz-se referência ao “direito inalienável à vida” diante do aborto, da eutanásia, manipulação por meio de técnicas de procriação...

“Penso naquilo que sempre foi o sentido comum, o sentido cristão: um olhar sereno à uma instituição tradicional tão importante como a família. Como se dissesse: quando nos olhamos nos olhos – mesmo que as Igrejas sejam estruturadas, tenham um líder, um responsável, bispos – me parece existir uma concordância total, não tanto no sentido dos detalhes, mas em não tocar aquilo que é fundamento antropológico da família cristã, aquilo que era depois também a família tradicional. Todo o território asiático-europeu é baseado no mesmo conceito da família, que agora é colocado em grave perigo pelas novas propostas com as quais, para uma pequena minoria de pessoas, procura-se mudar o conceito global de uma coisa tão preciosa, tão histórica”.

RV: Diz-se um “não” ao proselitismo. Depois, existe o capítulo das tensões entre greco-católicos e ortodoxos, o que não é negado...

“Declarações do gênero são declarações que constituem uma mensagem para a comunidade, mas as dificuldade são melhor compreendidas, de forma mais adequada, quando se está in loco. Para nós é um apelo a estar atentos àquilo que acontece in loco. Frequentemente, de fato, existem interpretações que modificam a verdade. Não é necessário, portanto, entrar em afirmações polêmicas, mas procurar sair desta situação não fácil com este novo olhar, este novo otimismo, também com um novo desejo de superar as posições quer de uma parte como da outra. Que coisa melhor do que um encontro assim para estimular um novo início de algo positivo?”

RV: “A unidade se faz caminhando”, disse o Papa com Kirill. Qual será o próximo passo?

“Sem sombra de dúvida, é promissor. Alguém já falou que talvez com isto se abra um diálogo mais sereno com toda a ortodoxia, mesmo que algumas Igrejas Ortodoxas tenham dificuldades em se relacionar com Roma, mas não todas. E este seria o primeiro passo: superar esta divisão radicalmente. Que depois não é uma divisão de princípio, mas sim de tradições. Isto foi completamente superado pelo evento de Cuba. Eu penso: normalizar, isto é, não fazer de um evento assim normal, como o de um encontro entre dois irmãos, algo de extraordinário. Este é um evento familiar, este é um evento mesmo relativamente frequente, se falarmos de um 'irmão', de algo assim tão normal, tão humano e tão necessário”. (JE)

inizio pagina

Atualidades



Hospitais bombardeados na Síria

◊  

Damasco (RV) – “Nós da UNICEF estamos desconcertados pelas notícias dos ataques contra quatro estruturas de saúde na Síria, duas das quais recebiam apoio da UNICEF. Uma das quais é um hospital materno-infantil, onde algumas crianças foram mortas e muitas evacuadas com urgência”. É o que declara o órgão da ONU para a infância deplorando os bombardeios ocorridos em Azaz, Aleppo e em Idlib, onde um dos hospitais foi alvo de ataques quatro vezes.

Somente na cidade de Azaz foram bombardeadas também duas escolas, com pelo menos seis crianças mortas. Na Síria, um terço dos hospitais e um quarto das escolas – 5.000 – foram destruídos ou inutilizados por ataques, informa a UNICEF, que chama a atenção para o fato de que, além de todas as considerações diplomáticas e obrigações da proteção da infância, segundo o direito internacional humanitário, “as maiores vítimas são as crianças”.

Milhares sem acesso a serviços de saúde

“Parece ser um ataque deliberado contra a estrutura de saúde e o condenamos com a maior força possível”, disse por sua vez Massimiliano Rebaudengo, responsável pela missão da Ong Médicos Sem fronteiras. “A destruição deste hospital deixa uma população de cerca 40 mil pessoas sem acesso aos serviços sanitários em uma zona de conflito”. O hospital em Idlib, com 30 leitos, contava com um staff de 54 pessoas, duas salas de cirurgia, um ambulatório e um Pronto Socorro. A Médicos Sem fronteiras está dando suporte ao hospital desde setembro de 2015 e cobriu todas as suas necessidades, incluindo médicos e custos de gestão.

Atingido Hospital em Azaz

É de pelo menos 10 civis mortos o saldo do ataque aéreo russo na zona de Azaz, no norte da Síria, na fronteira com a Turquia. Segundo refere o Observatório sírio para os direitos humanos, entre as vítimas estão duas mulheres (uma grávida) e três menores. Os bombardeios atingiram o hospital de Azaz e o povoado de Kalyibrin. A cidade de Azaz é martirizada há dias por bombardeios. O Premier Ahmet Davutoglu disse que um míssil balístico russo atingiu a localidade. Mas a zona é atacada há 48 horas pelas forças armadas turcas. Ankara diz que o objetivo é impedir que a localidade seja conquistada pelos curdos. (JE)

 

 


 

inizio pagina

Voluntário da Caritas morto em Aleppo

◊  

Aleppo (RV) – A Caritas Internationalis, através de um tweet divulgado na tarde desta segunda-feira, noticiou a morte de Elias Abiad.

O jovem de 22 anos, voluntário da Caritas na Síria, foi morto em Aleppo em 13 de fevereiro. Em 2015, também na Síria, havia sido morto o leigo voluntário da Caritas  Safouh Al-Mosleh.

 

inizio pagina

Mestrado aprofunda doutrina e espiritualidade de Joseph Ratzinger

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Conhecer a figura, a doutrina e a espiritualidade do teólogo Joseph Ratzinger através de suas obras e o seu ministério. Este é o objetivo do Master “Joseph Ratzinger. Estudos e espiritualidade”, organizado pela Fundação vaticana Joseph Ratzinger – Bento XVI e pelo Instituto Patrístico Augustinianum de Roma, e que terá início esta terça-feira, 16, no Augustinianum.

O sacerdote agostiniano Padre Mauricio Saavedra, Diretor do curso, explica que “a figura de Joseph Ratzinger sempre teve um particular sucesso pelo seu rigor teológico e pela indiscutível qualidade científica de suas obras, acendendo em todos os âmbitos importantes discussões doutrinais e exegéticas que ainda sentem a sua influência. O pensamento deste Papa abriu horizontes que consideramos importante estudar e analisar em uma perspectiva contemporânea na visão de uma Igreja jovem, mas sem bem radicada nas suas antigas raízes cristãs”.

O Master é voltado à todos que já possuem um diploma em um curso superior e aos estudantes que possuem um diploma de bacharelado em Filosofia ou em teologia ou outros títulos de estudo equivalentes e tem como finalidade conhecer a figura, a doutrina e a espiritualidade de Joseph Ratzinger.

O Master é realizado em dois semestres, durante o  ano letivo de fevereiro de 2016 à janeiro de 2017, sendo necessário a apresentação de um trabalho escrito acompanhado por um orientador personalizado e acompanhado por um dos professores do programa.

Constituído por 8 módulos temáticos, divididos cada um em um ciclo de três lições, será oferecido em italiano e inglês, com base nas preferências de cada estudante.

As disciplinas propostas no âmbito do Master levarão em consideração os vários aspectos da doutrina e da espiritualidade de Ratzinger, partindo propriamente de seu trabalho exegético, estudando a Revelação e a exegese nos Padres da Igreja antiga e medieval. Após será dada atenção ao aspecto do tecido social e o contexto histórico e cultural do cristianismo dentro da discussão com os judeus e os gentios. Neste ponto serão aprofundados alguns princípios essenciais do cristianismo e do pensamento do Pontífice, como a comunhão, o primado, a eclesiologia, o ecumenismo, a liturgia.

Tais lições – explica Padre Mauricio Saavedra – terão como objetivo levar o estudante a entender com maturidade os elementos mais complexos da teologia e do método teológico de Ratzinger, por meio de sua experiência direta no Concílio Vaticano II e na história do século passado. “Somente depois de adquirir estes detalhes, se poderá entrar no mérito da sua Teologia fundamental e da sua Cristologia”.

Os docentes são estudiosos de renome internacional, especializados em temas teológicos e bíblicos. O Master será concluído com um ciclo de três dias dedicado a Santo Agostinho e ao seu pensamento, encerrando assim “uma perfeita ligação entre Joseph Ratiznger e o grande pensador patrístico de Hipona”, explica o sacerdote. (JE)

inizio pagina