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Sumario del 21/02/2016

Papa e Santa Sé

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Papa e Santa Sé



Papa: nenhuma condenação à morte seja executada neste Ano Santo da Misericórdia

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Cidade do Vaticano (RV) - O Jubileu extraordinário da Misericórdia é uma ocasião oportuna para promover no mundo formas mais maduras de respeito da vida e da dignidade de toda pessoa. Foi o que disse o Papa no Angelus deste II Domingo da Quaresma (21/02), no qual a liturgia da Igreja nos apresenta o Evangelho da Transfiguração.

Referindo-se ao Congresso internacional que se realizará esta segunda-feira em Roma intitulado “Por um mundo sem a pena de morte”, o Santo Padre fez um veemente apelo em favor da abolição da pena capital. 

O mandamento "não matar" tem valor absoluto

“Efetivamente, as sociedades modernas têm a possibilidade de reprimir eficazmente o crime sem tirar definitivamente a quem o cometeu a possibilidade de redimir-se. O problema deve ser enquadrado na ótica de uma justiça penal que seja sempre mais conforme à dignidade do homem e ao desígnio de Deus sobre o homem e sobre a sociedade e também a uma justiça penal aberta à esperança da reinserção na sociedade. O mandamento “não matar” tem valor absoluto e diz respeito tanto ao inocente quanto ao culpado.”

Mesmo o criminoso mantém inviolável o direito à vida, dom de Deus, frisou o Papa dirigindo-se em seguida aos governantes:

“Faço um apelo à consciência dos governantes, a fim de que se chegue a um consenso internacional em prol da abolição da pena de morte. E proponho àqueles que entre estes são católicos que realizem um gesto corajoso e exemplar: que nenhuma condenação seja executada neste Ano Santo da Misericórdia.”

Em seguida, o Papa Francisco fez uma exortação não somente aos cristãos, mas também a todos os homens de boa vontade: “Todos os cristãos e os homens de boa vontade são hoje chamados a trabalhar não somente pela abolição da pena de morte, mas também a fim de melhorar as condições carcerárias, no respeito pela dignidade humana das pessoas privadas da liberdade.”

Viagem ao México: experiência de transfiguração

Na alocução que precedeu a oração mariana, atendo-se à liturgia deste domingo na qual nos é apresentado o Evangelho da Transfiguração, o Santo Padre lembrou a sua recente viagem apostólica ao México dizendo ter sido uma experiência de transfiguração:

“A viagem apostólica que realizei nos dias passados ao México foi uma experiência de transfiguração. Como assim? Porque o Senhor mostrou-nos a luz da sua glória através do corpo da sua Igreja, do seu Povo santo que vive naquela terra. Um corpo muitas vezes feridos, um Povo muitas vezes oprimido, desprezado, violado em sua dignidade. Efetivamente, os vários encontros vividos no México foram repletos de luz: a luz da fé que transfigura os rostos e ilumina o caminho.”

Francisco explicou que o “baricentro” espiritual desta sua peregrinação foi o Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe.

“Permanecer em silêncio diante da imagem de Mãe era aquilo a que propunha por primeiro. E agradeço a Deus por ter-me concedido. Contemplei e deixei que me olhasse Aquela que traz impressos em seus olhos os olhares de todos os seus filhos, e recolhe as dores pelas violências, os sequestros, os assassinatos, os vilipêndios em detrimento de tanta gente pobre, de tantas mulheres.”

Guadalupe: Santuário mariano mais visitado do mundo

O Papa ressaltou que Guadalupe é o Santuário mariano mais visitado do mundo e que de todo o Continente americano “vão ali rezar onde a Virgem Morenita se apresentou ao índio São Juan Diego, dando início à evangelização do continente e à sua nova civilização, fruto do encontro entre diferentes culturas”.

E esta é propriamente a herança que o Senhor entregou ao México, ressaltou o Santo Padre:

“Proteger a riqueza da diversidade e, ao mesmo tempo, manifestar a harmonia da fé comum, uma fé sincera e robusta, acompanhada de uma grande carga de vitalidade e de humanidade.”

Encontro entre Francisco e Kirill: evento é luz profética de Ressurreição

Aludindo à viagem de ida ao México, o Pontífice acenou também o encontro ocorrido em Cuba entre ele e o Patriarca de Moscou e de todas as Rússias, Kirill, em encontro pelo qual disse elevar um louvor especial à Santíssima Trindade.

“Um encontro muito desejado também por meus Predecessores. Também esse evento é uma luz profética de Ressurreição, da qual hoje o mundo precisa mais do que nunca. A Santa Mãe de Deus continue a guiar-nos no caminho da unidade. Rezemos a Nossa Senhora de Kazan, da qual o Patriarca kirill me presentou um ícone.”

Por fim, o Papa presentou mais uma vez, aos que estavam na Praça São Pedro, a “medicina espiritual” chamada Misericordinha: uma caixinha que contém a coroa do Terço e imagem de Jesus Misericordioso. Francisco concedeu a todos a sua Bênção apostólica, desejou um bom domingo, bom almoço e pediu que rezassem por ele. (RL)

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Abolição pena de morte: apelo do Papa chama em causa governantes católicos

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Cidade do Vaticano (RV) - “Um consenso internacional para abolir a pena de morte”: o premente apelo do Papa Francisco no Angelus deste domingo (21/02) foi recebido com entusiasmo e satisfação pela Comunidade romana de Santo Egidio, que há décadas faz um trabalho excepcional em prol da abolição da pena capital no mundo e que esta segunda-feira realiza em Roma um Congresso com o tema “Por um mundo sem a pena de morte”. A Rádio Vaticano entrevistou o presidente da Comunidade, Marco Impagliazzo. Eis o que disse:

Marco Impagliazzo:- “Um apelo forte que chama em causa católicos, presidentes ou chefes de governo, homens políticos porque – como o Papa já disse no voo de retorno do México – se alguém se declara cristão, isso deve ser verificado também nas escolhas concretas. Nós, cristãos, acreditamos no Mandamento “Não matar”. Portanto, creio que este apelo do Papa realmente vai mexer com muitas consciências no mundo, a começar dos EUA. Eu me recordo muito bem, em 1986, João Paulo II, quando convocou as religiões para o encontro de Assis para rezar pela paz, pediu um dia de trégua mundial das guerras, que efetivamente se verificou. Por conseguinte, olho para este apelo do Papa com a mesma esperança.”

RV: O Papa acrescentou que na opinião pública tem sido cada vez mais difusa a contrariedade à pena de morte. Também este é um ulterior sinal de esperança...

Marco Impagliazzo:- “Exatamente, e me parece haver no discurso do Papa verdadeiramente um apelo a uma justiça que se renova, em que atos como os da vingança do Estado – representada pela pena de morte – são atos do passado. Portanto, este pronunciamento do Papa olha para o futuro e dá uma responsabilidade a todos aqueles que governam os países em que ainda vigora a pena de morte a colocar-se na idade contemporânea, na idade de hoje, em que os direitos humanos deveriam ser plenamente assegurados.”

RV: Olhando para a situação atual da pena de morte no mundo, quais são os dados mais relevantes?

Marco Impagliazzo:- “Hoje há tentativas de reintrodução da pena de morte por parte de alguns Estados, ou mesmo de sua aplicação em países que a tinham abolido de fato, porque o terrorismo e a violência difusa apresentam novos problemas. Hoje, depois da Europa, que é o primeiro Continente livre da pena de morte, graças ao trabalho da Comunidade de Santo Egidio e de outras organizações, a África está se encaminhando para ser o segundo Continente. Ademais, existe a grande evolução que começa a verificar-se em alguns Estados dos EUA, que recentemente aboliram a pena de morte. Portanto, essa evolução positiva poderia ter uma influência importante.” (RL)

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Igreja no Brasil



A graça da Transfiguração - III Catequese da Quaresma

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Rio de Janeiro (RV) - O tema desta III Catequese da Quaresma é "A graça da Transfiguração":

Caríssimos irmãos e irmãs,

O caminhar de Jesus na Terra é sempre um peregrinar para a Casa do Pai, da humilhação à exultação na luz divina. Com razão, seguir a Cristo implica refazer em primeira pessoa o mesmo caminho pascal: a semente que morre produz muito fruto. O percurso vai da cruz à glória, do sofrimento à plena alegria, nossa pátria definitiva (cf. Fl. 3,17-41), afinal somos chamados para as coisas do alto.

Eis o tempo favorável para a nossa conversão, tempo propício para deixarmos o homem velho e revestirmo-nos do “homem novo”. Visto que Jesus Cristo é o cumprimento do Antigo Testamento e o realizador do novo. Só em Jesus resplandece a fisionomia do “homem novo” em plena comunhão com Deus. Porquanto, a Transfiguração de Jesus no Monte Tabor, que o Evangelho do segundo domingo da quaresma nos recorda — Lc 9,18b-36 —, nos fala que do esforço e da penitência quaresmal por seguir Cristo na sua Paixão chegaremos também nós à alegria da sua Ressurreição gloriosa .

O cansaço, obscuridade, medos, incertezas do nosso peregrinar não podem nos confundir e nem nos enganar quanto à nossa meta luminosa da comunhão com Deus . A graça da transfiguração da vida, em força do ouvir o divino chamado, é o nosso testemunho da obra de Deus em nós. Tenhamos como modelo da fé a figura emblemática de Abraão – pai de todos os crentes, que sabe ouvir e mesmo sendo difícil, confia totalmente na promessa de Deus, e Ele jamais deixou de cumprir a Sua Palavra . A promessa de Deus a Abraão é gratuita e incondicional.

A exemplo de Jesus, temos a oração que nos alimenta e renova a nossa fidelidade à missão. Jesus passa noites e noites de solidão e medita sobre Moisés e os profetas. Nas suas noites escuras de angústias encontra consolo no Pai. Pedro, Tiago e João testemunham a agonia de Jesus no Getsêmani, ouvem a mesma voz do Monte Tabor. E por este testemunho não temos escândalo da Paixão. Afinal, é grande a tentação em rejeitar a Cruz e cedermos às coisas terrenas .

Deus se compromete com os homens e mulheres, como o fez com Abraão, e eis o nosso convite: construir a existência com serenidade e confiança; mesmo que haja ventos contrários e alguma tempestade, Deus nos sopra ao lugar certo pela inspiração do Espírito Santo de Deus. Assim Paulo, mesmo preso, entende e, por isso, é capaz de agradecer a preocupação dos filipenses. Não somos chamados para o corruptível e mortal, teremos um dia um corpo transfigurado pela ressurreição. No entanto, hoje temos que fazer esta transfiguração acontecer, principalmente no acolhimento do outro, mesmo que ele venha a nós como o Cristo Crucificado. Tenhamos a certeza de que precisamos acolher e abraçá-lo, pois só assim ele será transfigurado. Hoje, o Cristo crucificado se apresenta no irmão viciado, desprezado, marginalizado, excluído da sociedade e das famílias. É nestes que acolhemos e que, muitas vezes, chegam a nossas paróquias e comunidades e que serão transfigurados quando forem verdadeiramente acolhidos. Em nosso abraço, poderemos transfigurar estes irmãos excluídos, tornando momento de graça e de bênção, momento de misericórdia verdadeira.

Precisamos, mais do que nunca, nos tornar sinal de misericórdia neste mundo, homens novos que constroem uma nova civilização do amor – apregoado pelo Papa Paulo VI –, desde que tenhamos a coragem de nos entregar totalmente por amor, que muda o mundo egoísta, individualista e comodista. Precisamos mudar o nosso coração, seja por meio de um jejum verdadeiro que nos faça ver além das nossas necessidades. Só por meio desta radical mudança de coração é que poderemos ter a vida nova de homens novos, transfigurados pela ressurreição.

Transfiguração não acontece isolada ou solitariamente. Três dos amigos de Jesus partilham desta experiência, que se dá quando nos afastamos um pouco. Eis o momento propício para nos afastar um pouco: – a Quaresma! Transfigurar é anúncio da vida nova que nasce, ressurreição! Não transfiguramos para ficarmos no alto, mas para descermos e lutarmos até o fim para que todos tenham a vida. A religião não é ópio ou analgésico aos problemas e dores do dia a dia, mas compromisso com Deus, que se compromete com amor pelo mundo e pelos homens e mulheres.

Transfigurar significa unir-se, como a Campanha da Fraternidade propõe neste ano, ou seja, “unir igrejas de diferentes expressões religiosas e pessoas de boa vontade na promoção da justiça e do direito ao saneamento básico; estimular o conhecimento da realidade local em relação aos serviços de saneamento básico; incentivar o consumo responsável dos dons da natureza, principalmente da água; apoiar e incentivar os municípios para que elaborem e executem o seu Plano de Saneamento Básico; acompanhar a elaboração e a execução dos Planos Municipais de Saneamento Básico; desenvolver a consciência de que políticas públicas na área de saneamento básico apenas tornar-se-ão realidade pelo trabalho e esforço em conjunto; desenvolver a compreensão da relação entre ecumenismo, fidelidade à proposta cristã e envolvimento com as necessidades humanas básicas” . E atualmente acrescentamos todo o compromisso no combate contra o aedes aegypti que tantas doenças traz para a nossa população. Eis o transfigurar-se na concretude do dia a dia, quando teremos e temos de descer do monte Tabor e ir à missão, por conservar e cuidar deste mundo . Porquanto, não apenas cantamos o hino da CF/2016, mas vivemos:

“Eis, ó meu povo o tempo favorável, da conversão que te faz mais feliz; da construção de um mundo sustentável, “casa comum” é teu Senhor quem diz: Quero ver, como fonte, o direito a brotar, a gestar tempo novo: e a justiça, qual rio em seu leito dar mais vida pra vida do povo”.

Eis um gesto pessoal para a Quaresma: evite o consumismo, o desperdício dos alimentos, façamos o jejum, mas doando aos mais pobres o que iríamos consumir neste dia de jejum. Assim acolheremos o outro e o ajudaremos a transfigurar, como cada um de nós foi acolhido por Deus, e aí seremos a beleza eterna de Deus, sem desfigurações, mas transfigurados. O encanto do primeiro acolhimento logo nos primeiros capítulos, o livro do Gênesis mostra-nos como e quanto Deus é acolhedor das suas criaturas. É com uma exclamação cheia de encanto e de deslumbramento, terna e amorosa, que Deus acolhe o homem e a mulher, a obra-prima da sua criação, à sua imagem e semelhança: “E Deus viu que era muito bom e belo” (Gn 1,31)! E o capítulo segundo, num estilo narrativo-simbólico, põe-nos a contemplar Deus como o Artista divino que modelou o homem e lhe “soprou um alento de vida” (Gn 2,7). O verbo “soprar”, na língua original (naphah), admite também o significado de “dar um beijo”: a criatura humana recebe no seu rosto um beijo de Deus, símbolo de ternura e intimidade, tal como o primeiro beijo da mãe ao acolher, em seus braços, o filho que acaba de dar à luz!

Em seguida, é-nos apresentado o homem na sua solidão existencial: “Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2,18). Esta solidão prepara-o para o acolhimento da mulher, o seu semelhante, que não encontrara no mundo infra-humano. E como que despertando de um sono e de um sonho ansiado, o homem acolhe-a com um hino de júbilo: “Finalmente, esta é carne da minha carne, osso dos meus ossos” (Gn 2,23). O ser humano adverte que, só acolhendo o outro, se torna plenamente humano. Criando-os à Sua imagem e semelhança, Deus inscreveu no coração de cada homem e de cada mulher a capacidade e a vocação de amar, de acolher. Deus continua a acolher o homem ao longo da história, com as suas alegrias e tristezas, com as suas fragilidades e fadigas. Jesus, o Filho de Deus feito homem, é um ser de acolhimento.

Portanto, tudo que fizermos façamos inspirados pelo Espírito Santo, lutando por dignidade, justiça e lealdade, a fim de que preservemos a beleza da criação de Deus e que tenhamos um saudável ambiente como Deus nos ofereceu na criação. Eis o grande desafio da transfiguração que hoje somos chamados. Não deixemos de rezar, pois é questão de vida. Uma vez que quem reza, quem realmente se entrega e confia plenamente a Deus com amor filial, poderá entrar na vida eterna que se inicia no hoje, no aqui e agora.

Não estamos sós, como Jesus não estava só quando rezava. Tenhamos esta certeza certa, e ouçamos o Filho, como nos pede a voz que vem da nuvem. Tenhamos ouvidos para ouvir e colocar em prática este mandamento. Ouvir o outro é algo bem difícil em nossos tempos! Acolher o que o outro diz, sem preconceitos ou filtros, mais difícil ainda. Só existe diálogo verdadeiro se houver escuta, e escutar aqui é ter paciência no que o outro diz, fazer-se e ter-se um pouco de silêncio para ouvir mesmo. Como é difícil termos silêncio hoje para ouvirmos; estamos como Pedro, falando e falando, muitas vezes sem sentido. Diríamos, hoje, estamos teclando e teclando com muitos, falando, mas pouco ou nada ouvindo, e o mais difícil silêncio que não praticamos é o silêncio interior. Quaresma é tempo de ouvirmos Jesus, na Lei (Moisés) e nos Profetas (Elias). Precisamos nos tornar mais presentes, como Jesus se fez e faz, pois sua presença se torna uma palavra de fato. Toda a Revelação tem o seu cumprimento em Jesus, daí “escutar o Filho” é preciso, porque n’Ele encontramos tudo o que Jesus quer dizer-nos hoje. Aproveitemos o tempo da Quaresma para fazer também silêncio interior e escutar a Palavra de Deus. Fiquemos atentos a Jesus, a cada um(a) dentre nós.

Neste domingo, pois, brotemos para um tempo novo, dando mais vida, oferecendo a água viva, como veremos na próxima vez, quando falaremos da água pura. Durante este tempo quaresmal peçamos a Maria, mãe da máxima ternura, mãe e mestra da vida espiritual, que nos ensine a rezar como fazia o seu Filho, a fim de que nossa existência seja transfigurada pela luz de sua presença.

Rezemos: “Pai Santo, Pai querido, Pai Amado, que jamais descuidais daquilo que criastes, escutai nossa oração: concedei-nos conhecer a profundidade do mistério pascal de Cristo, vosso Filho e nosso Irmão Maior, para que, renovados nos pensamentos e obras, o sigamos com fiel docilidade e o amemos sinceramente nos nossos irmãos e irmãs”.

Rio de Janeiro, RJ, 20 de fevereiro de 2016

Orani João, Cardeal Tempesta, O.Cist.

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

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Formação



Reflexão dominical: "Cruz e Missão: encontro salvífico com Deus"

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Cidade do Vaticano (RV)A aliança, o pacto, são gestos humanos que traduzem confiança, promessa, fidelidade, obrigação. A primeira leitura nos fala da aliança de Deus com Abraão.  O Senhor gratuitamente propôs aliança com Abraão e ele confiou plenamente em Deus, embora muitas vezes as circunstâncias lhe pudessem levar ao contrário. Deus é fiel e mesmo que rompamos nosso pacto, o Senhor se mantém fiel.

 

No Evangelho, Jesus, como de costume, vai rezar. Nessa oração, fica mais claro qual é sua missão. São Lucas diz que durante a oração seu rosto mudou de aspecto. Isso sinaliza que o Senhor estava muito unido ao Pai e nos recorda Moisés quando se encontrava com Deus.

Todo encontro com Deus deixa sinais visíveis nas pessoas. Podemos experienciar isso quando rezamos de verdade, quando nos abrimos ao Senhor e não colocamos resistências. Sentimo-nos mais integrados, mais felizes, mais esperançosos e generosos. Sabemos perdoar e desejamos o bem para todos.

Nessa oração, especialmente, Jesus teve consciência de sua missão.  Quando São Lucas escreve que Moisés e Elias conversam sobre a paixão de Jesus, está nos dizendo que é nesse momento que Jesus se conscientiza de sua missão, de que deveria passar pelo sofrimento para cumprir sua vocação redentora.

Também o sono dos discípulos é muito simbólico. Eles terão sono também no horto, quando Jesus está se preparando para sofrer. Sono aí significa desconhecimento do que está acontecendo e reação ao sofrimento.

Poderemos fazer, neste momento, uma reflexão: se Jesus aceitou a cruz, aceitou sofrer por todos nós, haverá outro caminho para os homens resolverem seus problemas que não seja através desta, através do sacrifício pelo outro?

Será que nossos problemas familiares, nossos problemas de relacionamento, nossos problemas econômicos e sociais não deverão ser solucionados através da cruz, isto é, através da renúncia, da entrega generosa de nossa vida? Só através do caminho da cruz conquistaremos a vida! Verdadeiramente a cruz é a árvore da Vida, de onde pendeu Jesus!

A segunda leitura nos ajuda a entendermos que é na cruz que está a vida. Viver egoisticamente não leva à felicidade. Esta consiste em fazer morrer dentro de nós o egoísmo,  em não nos apoiarmos apenas no cumprimento da Lei, em sacrificarmos o mundo e a nós mesmos pelo amor de Cristo e dos irmãos.

Deveremos ver na cruz o grande sinal da aliança de Deus com os homens. É nela que está nossa salvação, nosso futuro, nossa felicidade eterna. A cruz de Jesus deverá iluminar nossa vida e ser o crivo por onde passam todas as nossas decisões, seja qual for nosso estado de vida, se religioso, sacerdotal ou leigo.

Será através da cruz que cumpriremos nossa missão e nos encontraremos com Deus. De fato, pende da cruz a redenção da criação, a salvação do mundo e de cada um de nós. (Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para o II Domingo da Quaresma)

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Atualidades



Espaço interativo: especial México

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Cidade do Vaticano (RV) - No especial deste domingo (21/02), selecionamos os melhores comentários em nossas redes socias durante a cobertura especial da Viagem Apostólica de Francisco ao México.  

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