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Sumario del 23/02/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Atualidades

Papa e Santa Sé



"O Cristianismo é a religião do fazer, não do dizer", afirma Papa

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Cidade do Vaticano (RV) – Depois da viagem ao México, o Papa Francisco retomou esta terça-feira (23/02) a celebração da Missa na Casa Santa Marta. 

Comentando a liturgia do dia, Francisco afirmou em sua homilia que a vida cristã é concreta, não uma religião feita de hipocrisia e vaidade. “Deus é concreto”, mas são muitos os cristãos “de aparência”, que fazem da pertença à Igreja um adorno sem compromisso, uma ocasião de prestígio, ao invés de uma experiência de serviço aos mais pobres.

O Papa entrelaça o trecho litúrgico do profeta Isaías com a passagem do Evangelho de Mateus para explicar mais uma vez a “dialética evangélica entre o dizer e o fazer”. A ênfase de Francisco recai sobre as palavras de Jesus, que desmarcara a hipocrisia dos escribas e fariseus, convidando os discípulos e a multidão a observarem aquilo que eles ensinam, mas não a se comportarem como eles:

"Religião do dizer"

“O Senhor nos ensina o caminho do fazer. E quantas vezes encontramos pessoas – também nós, eh! – na Igreja: 'Oh, sou muito católico!'. 'Mas o que você faz?' Quantos pais se dizem católicos, mas nunca têm tempo para falar com os próprios filhos, para brincar com eles, para ouvi-los. Talvez seus pais estejam num asilo, mas estão sempre ocupados e não podem ir visitá-los e os abandonam. ‘Mas sou muito católico, eh! Eu pertenço àquela associação’. Esta é a religião do dizer: eu digo que sou assim, mas faço mundanidade”.

O “dizer e não fazer”, afirmou o Papa, “é uma enganação”. As palavras de Isaías, destacou, indicam o que Deus prefere: “Deixai de fazer o mal, aprendei a fazer o bem”. “Socorrei o oprimido, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva”. E demonstram também a infinita misericórdia de Deus, que diz à humanidade: “Vinde, debatamos. Ainda que vossos pecados sejam como púrpura, tornar-se-ão brancos como a neve”:

Fazer a vontade de Deus

“A misericórdia do Senhor vai ao encontro daqueles que têm a coragem de discutir com Ele, mas discutir sobre a verdade, sobre as coisas que fazem ou não fazem, só para corrigir. E este é o grande amor do Senhor, nesta dialética entre o dizer e o fazer. Ser cristão significa fazer: fazer a vontade de Deus. E, no último dia – porque todos nós teremos um, né? – naquele dia, o que o Senhor nos pedirá? Dirá: 'O que disseram de mim?'. Não! Ele nos perguntará sobre as coisas que fizemos”.

A este ponto, o Papa mencionou o capítulo do Evangelho de Mateus sobre o juízo final, quando Deus pedirá contas ao homem sobre o que fez em relação aos famintos, sedentos, encarcerados, estrangeiros. “Esta – exclama Francisco – é a vida cristã. Dizer, somente, nos leva à vaidade, a fazer de conta de ser cristão. Mas não, não se é cristão assim”.

“Que o Senhor nos dê esta sabedoria de entender bem aonde está a diferença entre dizer e fazer e nos ensine o caminho do fazer e nos ajude a percorrê-lo, porque o caminho do dizer nos leva ao lugar aonde estavam os doutores da lei, os clérigos a quem gostava se vestir e ser como majestades, não? E esta não é a realidade do Evangelho! Que o Senhor nos ensine este caminho”. 

(BF/CM)

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Trabalhar no Vaticano: privilégio ou serviço humilde?

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Cidade do Vaticano (RV) – Os funcionários do Vaticano celebraram o seu Jubileu da Misericórdia no dia da festa da Cátedra de S. Pedro (22 de fevereiro). 

Cardeais, bispos, mas sobretudo sacerdotes, religiosos, religiosas e inúmeros leigos atravessaram a Porta Santa da Basílica Vaticana e participaram da missa presidida pelo Papa Francisco. Os funcionários da Santa Sé (que trabalham em congregações, pontifícios conselhos, nunciaturas ao redor do mundo e dicastérios vários) e do Estado da Cidade do Vaticano somam mais de quatro mil.

Aos salesianos de Dom Bosco foram confiados o sistema fotográfico oficial do Vaticano, o jornal L’Osservatore Romano e a Tipografia Vaticana.

À frente desta gráfica, com cerca de 100 funcionários, está o catarinense Pe. Renato dos Santos. Ao fazer a impressão de todos os documentos oficiais do Papa e da Santa Sé, Pe. Renato não fala de privilégio, mas de humildade ao servir a Igreja.

Em entrevista ao Programa Brasileiro, ele comenta também a satisfação de participar de momentos históricos, como a impressão em russo da encíclica Laudato Si (somente 100 exemplares), que foi entregue por Francisco ao Patriarca Kirill.

E relata ainda um propósito fixado para este Ano Santo: atravessar diariamente a Porta Santa da Basílica Vaticana, sempre com uma intenção de oração diferente. Clique acima para ouvir.

(BF)

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Card. Ravasi recorda Umberto Eco, um talento fascinado pelo sagrado

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Milão (RV) – Realizou-se na tarde desta terça-feira, 23, no Castelo Sforzesco de Milão, o funeral de Umberto Eco, intelectual, semiólogo, escritor, falecido em 19 de fevereiro, aos 84 anos. Para uma recordação da personalidade de Eco e de seu interesse por temas religiosos, a Rádio Vaticano entrevistou o Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, Cardeal Gianfranco Ravasi, e que por longo tempo frequentou a Biblioteca Ambrosiana de Milão: 

“A herança fundamental é a de ter sido capaz de mover-se em um horizonte muito amplo. Mesmo tendo competências muito específicas, nunca fechou-se dentro de um perímetro no qual pudesse somente explicitar a sua especialização. Era um homem realmente de grandes horizontes e neste sentido – falávamos isto frequentemente entre nós – se havia uma semelhança, mesmo na grande distância entre os dois, estava no fato de que ambos eram ecléticos, de múltiplos interesses”.

RV: E como era a relação de Eco com temas religiosos, com o sagrado? No fundo, ela obteve um grande sucesso literário precisamente com esta temática...

“Nunca se deve esquecer que Umberto Eco teve uma matriz profundamente católica, tendo sido até mesmo responsável pelos jovens da Ação Católica em Alexandria, quando vivia lá... Mais tarde, em um determinado momento, houve uma espécie de ruptura. Mas ele continuou a ter um interesse muito forte, criativo também, naquele âmbito que ele havia deixado um pouco para trás. E sobretudo, eu diria, são dois os campos nos quais o seu interesse se manifestava e que eu pude ininterruptamente verificar com ele, dentro dos espaços da Biblioteca Ambrosiana: uma biblioteca histórica como aquela não podia ser, senão que uma espécie de jardim – para ele – das maravilhas. Por um lado o amor pela Bíblia, pelos Textos Sagrados: famosa aquela sua declaração precisamente por apoiar o retorno da Bíblia ao ensino escolar, prescindindo das questões confessionais: “Por que os nossos jovens devem saber tudo sobre os heróis de Homero e não devem saber de Moisés? Por que a Divina Comédia, e não o Cântico dos Cânticos ou a Bíblia, estão no programa?”. O outro lado, pelo contrário, é o da cultura medieval: em particular, nós sabemos, a sua tese de láurea sobre a estética de Tomás de Aquino e, neste horizonte um pouco particular, havia também a sua paixão por Raimundo Rullo, este personagem de diálogo com o Islã, que conhecia árabe, que tinha interesse – este filósofo catalão – pelo mundo que passava da lógica à cavalaria, ao diálogo do gentio com os três sábios, um pagão e três sábios... Assim, este personagem era um outro dos componentes que constituía a sua curiosidade”.

RV: Portanto, poderíamos falar de um ateu que, porém, cultivava o diálogo com os crentes, como demonstrou a sua relação, o seu diálogo com o Cardeal Martini....

“Ele sempre estava interessado também em ver como uma pessoa que trabalhava no mundo da cultura pudesse estabelecer um equilíbrio entre Atenas, por um lado, e por outro Moisés ou Cristo. A fé e a razão. E assim as interrogações eram frequentes, sobretudo depois quando se tratava de questões do tipo ético, do tipo moral”.

RV: Alguns interpretam “O nome da rosa” também como uma advertência para desconfiar dos fanatismos religiosos, dos dogmatismos. Neste sentido, seria um ensinamento que Eco deixou também aos crentes?

“Eu acredito que sim, que esta tenha sido uma das chaves de leitura significativa deste romance que, por motivos diversos, era de certa forma uma primeira tentativa dele de entrar na narrativa. Eu penso que, por exemplo, mais elaborado seja “O pêndulo de Foucault”. Porém, sem sombra de dúvida, que esta dimensão – e devo dizer que ele mesmo me dizia isto – da religião que ultrapassa as barreiras progressivamente, até tornar-se não mais busca, um testemunho, mas sobretudo pesadelo, um pesadelo de morte até mesmo, seja um dos tantos fios condutores deste romance polimorfo. Foi ele que me fez recordar uma frase, que eu cito frequentemente, do filósofo inglês David Hume: “Os erros da filosofia são sempre ridículos, os erros da religião são sempre perigosos”. (JE)

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Cor Unum: congresso internacional sobre a Deus caritas est

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Cidade do Vaticano (RV) - O Pontifício Conselho Cor Unum promove nos dias 25 e 26 deste mês, no Vaticano, o congresso internacional sobre o tema “A caridade nunca terá fim. Perspectivas há 10 anos da Encíclica Deus caritas est”. 

Jubileu da Misericórdia

A conferência se insere no programa de eventos do Jubileu da Misericórdia e tem como objetivo examinar e aprofundar as perspectivas teológicas e pastorais da encíclica para o mundo de hoje, sobretudo em relação ao trabalho daqueles que exercem o serviço de caridade da Igreja.

Participam do encontro representantes de vários países das conferências episcopais e de organismos caritativos da Igreja. 

Deus caritas est, uma leitura teológica

O Secretário de Cor Unum, Dom Giampietro Dal Toso, dará as boas-vindas aos participantes na próxima quinta-feira, 25. O encontro contará com a presença do Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal Gerhard Ludwig Müller, que fará uma conferência sobre o tema “A Encíclica Deus caritas est: uma leitura teológica”. A seguir, a palestra do Presidente da confederação internacional São Vicente de Paulo, Michel Thio, e os testemunhos da Diretora da Caritas de Cabo Verde, Marina Almeida Costa, e do Diretor executivo da Syrian Society for Social Development, Roy Moussalli.

Na parte da tarde, para uma leitura do significado do amor dentro das três religiões monoteístas, tomarão a palavra o Rabino David Shlomo Rosen, diretor do Departamento de Assuntos religiosos de American Jewish Committee de Jerusalém, o Prof. Saeed Ahmed Khan, professor na Wayne State University de Detroit, EUA, e o filósofo Fabrice Hadjadj, Diretor do Instituto Philanthropos de Friburgo, Suíça.

Deus caritas est no serviço da Igreja hoje

A sexta-feira, 26, segundo dia, será aberta com a palestra do Arcebispo de Manila, Cardeal Luis Antonio G. Tagle, Presidente da Caritas Internacional, sobre o tema “A importância da Deus caritas est no serviço da Igreja hoje”. A seguir, os testemunhos de Alejandro Marius, Presidente da Asociación Civil Trabajo y Persona, Venezuela, e Eduardo M. Almeida, Representante no Paraguai da Inter-American Development Bank. 

Ao meio-dia, os participantes serão recebidos em audiência pelo Papa Francisco na residência apostólica. Na parte da tarde, será dado espaço ao Rev. Paolo Asolan, professor na Pontifícia Universidade Lateranense, e ao Prof. Rainer Gehrig, docente na Universidade Católica de Murcia, na Espanha. 

Os trabalhos serão moderados, pela manhã, por Martina Pastorelli, presidente de Catholic Voices Italia, e na parte da tarde por Luca Tuninetti, professor na Pontifícia Universidade Urbaniana. 

Campo Santo Teutônico

Os dois dias de trabalho se concluem na Igreja de Santa Maria da Piedade em Campo Santo Teutônico, situada dentro da Cidade do Vaticano, com a celebração eucarística. 

No dia 25, a missa será presidida pelo Presidente emérito de Cor Unum, Cardeal Paul Josef Cordes, e no dia 26, pelo Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Cardeal Robert Sarah. (MJ)

 

 

 

 

 

 

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Recursos de país muçulmano financiam restauração de catacumbas

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Roma (RV) – Afrescos extraordinários das Catacumbas romanas dos Santos Marcelino e Pedro, num vasto sítio arqueológico aberto recentemente ao público, recuperaram seu antigo esplendor. Na sede do Pontifício Conselho da Cultura foram apresentados na manhã desta terça-feira os resultados da complexa obra de restauração, cujos custos foram cobertos em parte pela Fundação “Heydar Aliyev”, presidida pela Sra. Mehriban Aliyeva, esposa do Presidente muçulmano do Azerbaijão.

As Catacumbas dos Santos Marcelino e Pedro, na Via Casilina, 641, são uma extraordinária pinacoteca subterrânea. Terceiras catacumbas em Roma em extensão, abrigam em uma área de mais de 18 mil m² pinturas paleocristãs únicas no mundo,  dentro do complexo arqueológico “Ad duas lauros”. O recente e precioso trabalho de restauração permite contemplar excepcionais afrescos em suas cores originais. Estas Catacumbas, ligadas ao martírio dos Santos Marcelino e Pedro, foram por séculos, assim como neste Ano Santo da Misericórdia, metas privilegiadas de peregrinação.

Os Santos Marcelino e Pedro

Pedro era um jovem exorcista que recusou-se abjurar da própria fé e de adorar outros deuses. Por isto foi torturado e encarcerado. Entre os carcereiros havia um homem especial, Artêmio, que profundamente tocado pela fé de Pedro, converteu-se ao cristianismo. Converteram-se também muitos outros detentos, carcereiros e famílias inteiras. Pedro não podia administrar o batismo e um sacerdote, Marcelino, foi até a prisão para batizar.

O martírio dos Santos Marcellino e Pedro

Marcelino e Pedro foram condenados à morte, sendo mortos em 304 d.C. por ordem do Imperador Diocleciano, que considerava o cristianismo um obstáculo para o desenvolvimento econômico e social do Império. Os dois mártires foram obrigados, antes da decapitação, a escavar o próprio túmulo com as mãos em uma densa floresta, conhecida como Floresta Negra, para que o local em que haviam sido enterrados permanecesse ignorado.

Restos mortais transferidos para o cemitério “Ad duas lauros”

Uma romana chamada Lucila, conseguiu transferir os restos mortais daquela área – que atualmente é chamada de Floresta Candida, em honra aos dois mártires – para um Cemitério cristão na Via Casilina, na localidade de “Ad duas lauros”. O lugar, mais tarde dedicado à memória dos dois Santos, tornou-se meta de peregrinação. No período carolíngio, as relíquias dos dois Santos foram levadas à Alemanha, na cidade de Seligenstadt, onde são guardados até hoje.

Os afrescos salvos pelas obras de restauração

A vinda dos recursos da Fundação “Heydar Aliyev”, foi possível graças aos acordos firmados em 2012, o que permitiu, com o uso de avançadas técnicas de conservação, a restauração de extraordinários monumentos pictóricos, como o Cubículo de Susana e o coveiro; o nicho de Daniele; o Arcosolium de Sabina; o Arcosolium de Orfeu; o Cubículo de Nossa Senhora com os dois Magos; o Cubículo da dama orante, que mostra uma mulher com a cabeça velada e os braços abertos. Uma joia pictórica que antecipa a iconografia medieval das Nossas Senhoras da Misericórdia.

Prevista restauração das Catacumbas de São Sebastião

A colaboração entre a Santa Sé e o Azerbaijão prosseguirá com outros importantes projetos. Hoje, em particular, foi selado um protocolo de intenção para obras de restauração e a valorização do complexo monumental de São Sebastião fora dos Muros, na Via Apia Antiga. O acordo diz respeito, entre outros, a uma extraordinária coleção de sarcófagos.

Ao ser questionada sobre o por quê de uma fundação de um país muçulmano financiar a restauração de patrimônios cristãos, a Sra. Mehriban Aliyeva explicou:

“O Azerbaijão é um país entre a Europa e Ásia, entre o Ocidente e Oriente, e esta posição geográfica influenciou a profunda diversidade que caracteriza o país. A amizade e a fraternidade sempre acompanharam os povos que viveram no país. A nossa grande riqueza também é constituída pela presença de múltiplas confissões religiosas. Em particular, a restauração das Catacumbas dos Santos Marcelino e Pedro insere-se neste projeto de uma colaboração entre a Santa Sé e o Azerbaijão. No futuro, a nossa Fundação estará sempre pronta a prosseguir com esta cooperação”.

Cardeal Ravasi fala da ampla colaboração

A colaboração entre a Santa Sé e o Azerbaijão tem uma ampla abrangência, sublinha o Cardeal Gianfranco Ravasi, Presidente do Pontifício Conselho da Cultura e da Pontifícia Comissão de Arqueologia Sacra:

“A colaboração tem o seu cerne principal nas Catacumbas dos Santos Marcelino e Pedro e agora na de São Sebastião. Mas o compromisso da Fundação “Aliyev” e, em particular da sua presidente, ampliou-se também para a Biblioteca Apostólica Vaticana, com a restauração de muitos manuscritos azeris, e aos Museus Vaticanos, onde tiveram início  trabalhos de restauração, sobretudo de uma imponente estátua de Júpter. A segunda consideração diz respeito ao fato de que eu mesmo, certa vez, visitei o Azerbaijão e tive  a oportunidade de lá encontrar várias comunidades religiosas. Portanto, trata-se de uma rede de colaboração muito difundida”. (JE)

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Igreja no Brasil



Última meditação de Dom Orani sobre o Jubileu especial para a RV

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Cidade do Vaticano (RV) – A Rádio Vaticano apresenta a última reflexão especial que Dom Orani preparou ad hoc para o Jubileu da Misericórdia.

Nesta terça-feira (23/02), publicamos o vídeo em que o cardeal fala sobre o Jubileu no Brasil.

As reflexões de Dom Orani oferecem um ponto de vista fundamental para a boa compreensão deste Ano Santo, convocado pelo Papa Francisco, que terminará em 20 de novembro.

Dentro na playlist Jubileu da Misericórdia em VaticanBR, é possível assistir às reflexões precedentes em que o Arcebispo do Rio de Janeiro refletiu sobre o Jubileu; o Jubileu no Rio; O significado do Jubileu; o Jubileu na História da Igreja e o Jubileu no Velho e Novo Testamento. (RB)

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Igreja na América Latina



Primavera de justiça: Doc. do Conselho Latino-Americano de Igrejas

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Lima (RV) - “É possível construir outra ‘primavera’ capaz de abrir novos caminhos e gerar novos projetos junto com outros organismos cristãos, redes regionais e organizações ecumênicas de cooperação.”

Conclui-se com estas palavras o documento “Perspectivas e desafios para o movimento ecumênico”, publicado para esta Quaresma pelo Conselho Latino-Americano de Igrejas (Clai), organização nascida em Lima, no Peru, em 1982, e que reúne mais de 150 Igrejas batistas, episcopais, evangélicas unidas, luteranas, menonitas, ortodoxas, pentecostais, presbiterianas, reformadas, valdenses, e outros organismos engajados na pastoral da juventude, para a educação teológica e a educação cristã.

O texto quer oferecer uma leitura especial da situação socioeconômica da América Latina e indicar o papel original do diálogo ecumênico e inter-religioso na formulação de percursos novos capazes de remover as desigualdades que geram pobreza e violência.

O documento se inicia com uma descrição dos efeitos econômicos e sociais da chamada “primavera” que investiu a América Latina.

Para o Conselho Latino-Americano de Igrejas o recurso à definição “primavera” para definir esses percursos não ajuda, porém, a compreender o que realmente ocorreu na América Latina, onde muitas vezes as novidades políticas não levaram a melhorias sociais efetivas.

Diante da persistência de um modelo de desenvolvimento econômico que continua gerando pobreza e marginalização, devem ser construídos percursos alternativos nos quais colocar em discussão a concepção segundo a qual o ser humano é o senhor incontrastável da criação e que a própria Criação não é nada mais que “a mulher gerada da costela do homem”.

Esta concepção buscou um fundamento religioso recorrendo a uma leitura fundamentalista da Escritura, de modo a formular a ideia de que o ser humano tinha “o poder de usar e de abusar de tudo aquilo que o circundava, fosse este um ser humano ou parte da natureza”.

Diante desta situação, muitos cristãos propuseram uma leitura diferente da relação entre homem e Criação, colocando no centro a pessoa humana e a sua dignidade. Nesta linha foi se desenvolvendo um diálogo ecumênico que promoveu “o respeito e a convivência na diversidade e na pluralidade religiosa”.

Nesta passagem, o documento manifesta uma profunda sintonia com as instâncias ecumênicas do Papa Francisco, de quem é explicitamente citado um dos discursos na viagem apostólica à América Latina, realizada em julho passado.

O diálogo ecumênico e inter-religioso teve, portanto, que se confrontar com aquelas formas de fundamentalismo que provocaram intolerância e violência, muitas vezes nascidas de “preconceitos, ignorância e sectarismo”.

Apesar destas dificuldades, o diálogo assumiu um “significado estratégico” no repensar da sociedade diante da crise, vez que provoca uma ação comum para a dignidade humana e para a solidariedade social.

Para o Conselho Latino-Americano de Igrejas, as comunidades cristãs devem renovar seu compromisso a tornar a América Latina e o Caribe “uma região que promove uma nova forma de pensar o mundo de modo a possibilitar relações humanas fundadas na justiça socioeconômica e ecológica”.

Os cristãos devem participar da definição de modelos de desenvolvimento econômico alternativos aos presentes que considerem a tradição judaico-cristã do Deus criador e da salvaguarda da natureza. Neste empenho cotidiano se deve também refletir sobre como construir a unidade numa estação de crise não somente econômica.

Para o Conselho Latino-Americano de Igrejas, construir a unidade significa testemunhar a experiência ecumênica de modo globalizado num tempo de pós-modernidade, incerteza e crise.

Por fim, o documento indica perspectivas de colaboração ecumênica para favorecer novos modelos de desenvolvimento econômico e social: viver a unidade na diversidade reconciliada; reforçar uma diaconia ecumênica a serviço da justiça; pensar numa educação ecumênica que seja “uma verdadeira escola de dirigentes apaixonados e formados a fim de promover aquelas transformações sociais que são necessárias para alcançar a plenitude da vida com abundância e dignidade”. (L’Osservatore Romano / RL)

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Igreja no Mundo



Arcebispo sírio-católico pede refúgio para cristãos do Oriente Médio

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Jerusalém (RV) - A destruição do mosteiro de Santo Elias, em 2 de janeiro, em Mosul, foi um dos últimos atos terroristas do auto-proclamado Estado islâmico. O mosteiro de Santo Elias, o mais antigo mosteiro cristão do Iraque, havia sido construído pelos monges assírios no séc. VI.

O calvário dos cristãos, todavia, começou em julho de 2014, quando da tomada da cidade do norte do Iraque pelos terroristas do auto-proclamado Estado islâmico (EI). Desde então, os cristãos que lá viviam foram obrigados a converter-se ao Islã ou a abandonarem a cidade.

Com a vida em risco, milhares de cristãos fugiram das suas casas e das suas aldeias abandonando as suas comunidades e deixando para trás uma herança milenar.

O Arcebispo sírio-católico de Mosul, Dom Yohanna Petros Mouché, esteve recentemente em Jerusalém, onde em uma entrevista divulgada conduzida por Sacher Kawas, do Patriarcado Latino, voltou a falar a tomada da cidade, do encontro com o Papa e traçou um panorama da atual situação dos cristãos no Iraque.

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PL: Durante o Verão de 2014, a cidade de Mosul foi tomada pelo Estado Islâmico (EI), pode-nos contar o que viveu nesses momentos?

Dom Yohanna: Depois da fuga do nosso exército iraquiano, o EI conquistou a cidade de Mosul no início de junho de 2014. Assustada pela presença do EI, a maior parte dos cristãos, assim como um grande número de muçulmanos, deixou a cidade de Mosul e dirigiu-se para o Curdistão e para as aldeias da planície de Nínive.

No início, as forças do EI mostraram-se simpáticas para com os cristãos, só uns dias depois anunciaram as condições que permitiriam aos cristãos viverem sob o seu domínio. Tornarmo-nos muçulmanos e, assim, teríamos todos os direitos, pagarmos uma taxa, tornamo-nos cidadãos de 2ª, ou abandonarmos a terra e todos os nossos bens sem os quais as nossas vidas correriam perigo.

A situação não era simples de ser avaliada, sobretudo porque aqui os nossos cristãos vêm pedir uma solução ao seu bispo. Como o governo central estava ausente, entrei em contato com os responsáveis curdos que estavam conosco. Quando do primeiro ataque do EI a Qaraqoche, a maior cidade cristã, com o fim de expulsarem os Peshemergats, o exército curdo encontrava-se a postos para defender a nossa zona. Exerci então o papel de mediador entre os responsáveis do EI e os do Peshemergats, mas sem qualquer resultado.

A batalha durou três dias, a maioria dos nossos cidadãos abandonou então a vila à exceção de uma centena de habitantes, do meu clero e de eu mesmo.

O EI não conseguiu tomar-nos e foi em um segundo ataque, no dia 6 de agosto, que o EI se apoderou de todas as nossas cidades e aldeias depois da nossa fuga e da retirada do exército. Assim, deixamos tudo e dirigimo-nos para o Curdistão para salvarmos as nossas vidas e salvaguardar a nossa fé e a nossa integridade.

PL: Foi nesta altura que enviou uma mensagem ao Papa Francisco e ao mundo. Qual foi a resposta? Se tivesse de lançar um outro apelo hoje, como o faria?

Dom Yohanna: Durante o meu encontro com o Santo Padre, na quarta-feira 30 de setembro, entreguei uma carta a sua Santidade para lhe agradecer as suas orações e todas as graças que nos deu e pedindo-lhe que exercesse a sua influência junto dos dirigentes mundiais para que libertassem, sem demora, as nossas cidades e aldeias e encontrassem um lugar provisório para nós em países como a França, Espanha e outros onde pudéssemos viver e manter a nossa liturgia e os nossos costumes.

A nossa emigração e a nossa situação parecem travadas no tempo, se fossemos acolhidos em grupo o nosso regresso seria mais fácil no caso de os nossos territórios serem efetivamente libertados e os nossos direitos assegurados.

No meu testemunho sobre o respeito da vida e da pessoa humana, em Jerusalém, por ocasião do Dia Mundial do Doente, repeti o meu apelo ao Papa Francisco e a todos os homens de boa vontade.

PL: O que nos pode dizer acerca da vida quotidiana dos cristãos que ainda vivem no Iraque? O que lhes pode dar ainda alguma esperança?

Dom Yohanna: Na verdade, a nossa situação é difícil, o futuro negro, as pessoas estão cansadas. Esperam uma solução para que possam ter de volta a sua dignidade e em que a sua vida, o seu futuro e o dos seus filhos seja protegido. É por esta razão que muitos já deixaram o país e que muitos outros pensam nisso.

Amamos o nosso país enquanto a vida lá for possível. Temos orgulho na nossa religião, e esperamos que as nossas cidades, as nossas aldeias sejam libertadas e que venhamos a ter uma zona protegida na qual possamos usufruir de todos os nossos direitos. Caso contrário, encontraremos um refúgio em um outro lugar, em outros países, mas isso seria uma perda para a nossa comunidade e para o nosso patrimônio herdados dos nossos ancestrais.

(PL/RB)

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Quaresma: coleta da Igreja estadunidense

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Washington (RV) - Realiza-se no domingo, 6 de março, a coleta da Quaresma promovida pela ‘Catholic Relief Services’ (Crs), obra caritativa da Igreja estadunidense. 

Os fiéis de todas as dioceses do país são convidados a dar a sua contribuição aos numerosos projetos humanitários e de desenvolvimento promovidos pela organização caritativa católica em favor dos povos afetados pelas perseguições, pobreza e desastres naturais, e de duas iniciativas de apoio aos migrantes e de promoção da paz e reconciliação nas áreas de conflito. 

Segundo o Arcebispo de Mobile, Dom Thomas John Rodi, presidente da Comissão episcopal para as coletas nacionais, “a iniciativa é uma ocasião para partilhar de maneira concreta, neste Ano Jubilar, o amor de Cristo que cura e a misericórdia salvífica de Deus com os nossos irmãos e irmãs que sofrem”.

São cinco os organismos da Conferência Episcopal Estadunidense destinatários dos fundos arrecadados: a Catholic Relief Services, o Departamento para os migrantes e refugiados (Mrs); o Secretariado para a diversidade cultural; o Departamento para a justiça, paz e desenvolvimento humano e a rede católica para os imigrantes. A estes organismos se acrescenta o Pontifício Conselho Cor Unum, organismo vaticano que administra as obras de caridade do Papa. (MJ)

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Bispos Benin: a corrupção ameaça a democracia e é prejudicial à paz

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Cotonou (RV) - “A corrupção ameaça a democracia”: foi o que recordou a Conferência Episcopal do Benin, cuja população no próximo domingo (28/02) irá às urnas para eleger o presidente da nação do oeste da África, que deverá substituir o chefe de Estado Thomas Yayi Boni, não mais elegível após dois mandatos consecutivos de cinco anos.

Dias atrás a Conferência episcopal realizou um debate público dedicado à “necessidade de combater a corrupção eleitoral e suas mazelas”.

Sistema corrupto é prejudicial à paz

Os bispos afirmaram que “o contexto nacional é marcado por uma corrupção tão vasta que a Igreja católica sentiu a necessidade de lançar o alarme” justamente para evitar que “a paz seja fortemente ameaçada” por um sistema corrupto.

Mais de cem pessoas provenientes de todo o país e membros de diferentes confissões religiosas participaram do encontro da Conferência Episcopal do Benin.

Destaca-se, entre os presentes, o arcebispo de Cotonou  e presidente dos bispos beninenses, Dom Antoine Ganye, a quem foi solicitado que endereçasse uma carta aberta ao presidente Boni pedindo-lhe que fizesse todo o possível para acabar com a corrupção.

Predomínio do dinheiro, primeiro flagelo social e político

Ademais, a Conferência episcopal chamou a atenção para a necessidade de um maior envolvimento das organizações da sociedade civil na formação dos funcionários eleitorais. Já no início deste mês os bispos beninenses tinham difundido uma Carta pastoral dedicada ao combate à corrupção.

Intitulada “Diante do olhar de Deus”, a missiva exortava os fiéis a combater este “mal social”, bem como o egocentrismo; o predomínio do dinheiro, primeiro flagelo social e político; o poder vivido como ambição e autoritarismo. Por fim, os bispos convidavam à conversão e ao perdão no seio da nação. (RL)

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Atualidades



Papa dá visibilidade a problemas como pobreza e imigração

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco tem papel chave em visibilizar a pobreza: é o que afirmam os membros da Comissão Europeia (CE) e da Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR). Para a vice-presidente da CE, Kristalina Georgieva, “a melhor contribuição que a Santa Sé realiza é conseguir que estas situações sejam visíveis”. 

“O Papa, em sua viagem à República Centro-africana, atraiu a atenção global para o sofrimento do povo nas áreas de conflito”, recordou numa coletiva de imprensa no Vaticano. “A Igreja ajuda para que estas situações difíceis tenham maior impacto. A melhor mensagem é a empatia, a solidariedade e a amabilidade”, declarou. 

Na mesma linha, o responsável pela ACNUR, o italiano Filippo Grandi, sublinhou que em sua viagem à ilha de Lampedusa (sul da Itália) o Papa enviou uma ‘mensagem poderosa’, focalizando a atenção do mundo no problema da imigração. 

Que os ricos ajudem os pobres

Na coletiva participou também o Secretário da Pontifícia Academia das Ciências Sociais, o arcebispo argentino Marcelo Sánchez Sorondo, que apontou que “o principal trabalho da Santa Sé é convencer os ricos que ‘para salvarem suas almas’ têm que ajudar com seu dinheiro”. 

Além do papel desempenhado pelo Vaticano em dar visibilidade às crises mundiais, para Georgieva “é necessária uma mobilização da comunidade internacional para frear a pobreza, a fim de que os números não aumentem cada vez mais”. 

Segundo a vice-presidente da CE, mais atenção política e maiores recursos econômicos são necessários: “Se não ajudarmos as crianças refugiadas a entrar nas escolas e os refugiados adultos a trabalhar e atuarmos agora, poderemos evitar que a miséria e a pobreza cresçam ainda mais”. 

(CM)

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Tabagismo, principal causa de morte evitável no mundo

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Cidade do Vaticano (RV) - O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a principal causa de morte evitável em todo o mundo. A OMS estima que um terço da população mundial adulta, isto é, 1 bilhão e 200 milhões de pessoas, dentre as quais 200 milhões de mulheres, sejam fumantes. Pesquisas comprovam que aproximadamente 47% de toda a população masculina e 12% da população feminina no mundo fumam. 

 

Para falar sobre este tema, nós contatamos em Haia, na Holanda, a epidemiologista clínica Dra. Miriam Sommer de Porto Alegre no Rio Grande do Sul. Ela começa falando sobre o que é o tabagismo. (MJ)

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