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Sumario del 25/02/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: É uma graça ver o pobre que bate à porta de nosso coração

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco celebrou a missa na Casa Santa Marta, na manhã desta quinta-feira (25/02).  

No Evangelho do dia, Jesus conta a parábola do homem rico “que se vestia com roupas finas e elegantes e fazia festas esplêndidas todos os dias” e não percebia que à sua porta havia um pobre, chamado Lázaro, cheio de chagas. O Papa convidou a fazer-se a seguinte pergunta: “Sou um cristão que caminha na estrada da mentira, somente do dizer, ou sou um cristão que segue o caminho da vida, ou seja, das obras, do fazer?” Este homem rico, de fato, ressalta Francisco, “conhecia os mandamentos, certamente todos os sábados ia à sinagoga e uma vez por ano ao templo”. Tinha uma certa religiosidade”:

Bolha de vaidade

“Mas era um homem fechado, fechado em seu pequeno mundo, o mundo dos banquetes, das roupas, da vaidade, dos amigos. Um homem fechado numa bolha de vaidade. Não tinha a capacidade de olhar além, mas somente ao seu próprio mundo. E este homem não percebia o que acontecia fora de seu mundo fechado. Não pensava, por exemplo, nas necessidades de muitas pessoas ou na necessidade de companhia dos doentes, somente pensava nele, em suas riquezas, em sua vida boa: se entregava à boa vida.”

Era, portanto, um religioso aparente, “não conhecia nenhuma periferia, era fechado em si mesmo. Não conhecia a periferia que estava próxima à sua porta de casa. Percorria o caminho da mentira, porque confiava somente em si mesmo, em suas coisas, não confiava em Deus”. Um homem que não deixou herança, não deixou vida, porque somente era fechado em si mesmo. É curioso, sublinha o Papa Francisco, que tinha perdido o nome. O Evangelho não diz como se chamava, somente diz que era um homem rico, e quando o seu nome é somente um adjetivo é porque você perdeu a substância, perdeu a força”: 

O pobre é o Senhor que bate à porta 

“Este é rico, este é potente, este pode fazer tudo, este é um sacerdote de carreira, um bispo de carreira. Quantas vezes nós nominamos as pessoas com adjetivos, não com os nomes, porque não têm substância. Mas eu me pergunto: “Deus que é Pai, não teve misericórdia deste homem? Não bateu à porta de seu coração para movê-lo? Sim, o Senhor estava ali na porta, na pessoa de Lázaro, que tinha um nome. Este Lázaro com as suas necessidades e suas misérias, suas doenças, era o Senhor que batia à porta para que aquele homem abrisse o coração e a misericórdia pudesse entrar. Mas ele não via, estava fechado: para ele além da porta não havia nada”.

Estrada da vida ou da mentira

Estamos na Quaresma - recorda o Papa - e nos fará bem perguntarmo-nos que caminho estamos percorrendo:

“Eu estou no caminho da vida ou no caminho da mentira? Quantos fechamentos tenho ainda em meu coração? Onde está a minha alegria: no fazer ou no dizer? No sair de mim mesmo para ir ao encontro dos outros, para ajudar? As obras de misericórdia, hein! Ou a minha alegria é ter tudo organizado, fechado em mim mesmo? Peçamos ao Senhor, enquanto pensamos nisto, na nossa vida, a graça de ver sempre os Lázaros que estão à nossa porta, os Lázaros que batem no coração, e sair de nós mesmos com generosidade, com gestos de misericórdia, para que a misericórdia de Deus possa entrar em nosso coração!”. (MJ)

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Padre sequestrado por terroristas na Síria na missa com o Papa

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Cidade do Vaticano (RV) - O sacerdote franciscano Dhiya Azziz, Pároco de Yacoubieh na Síria, libertado em janeiro após ter sido sequestrado por terroristas islâmicos, participou na missa na Casa Santa Marta, na manhã desta quinta-feira (25/02).

Na metade do ano passado, Padre Azziz, iraquiano de 42 anos, já havia sido vítima de um sequestro relâmpago, que se concluiu de forma positiva em poucos dias com a sua libertação. Em um primeiro momento as suspeitas se concentraram em militantes de al-Nusra, um ramo de al-Qaeda na Síria; no entanto, os líderes do movimento negaram qualquer envolvimento.

Desde o início do conflito sírio, as milícias jihadistas e os grupos de combatentes sequestraram expoentes da comunidade cristã local. Entre eles os Bispos Ortodoxos Boulos Yazigi e Mar Gregorios Youhanna Ibrahim, sequestrados em 22 de abril de 2013; Padre Paolo Dall'Oglio - ainda sem pistas do seu paradeiro - e o sacerdote Padre Jacques Mourad, da Igreja sírio-católica, que ficou nas mãos do autoproclamado Estado islâmico durante cinco meses, antes de ser liberado. (RB)

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Papa: perguntas de crianças fazem adultos amadurecer

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Cidade do Vaticano (RV) – “As perguntas mais difíceis a mim feitas não foram nas provas com os professores, e sim aquelas que me fizeram as crianças”. É o que disse o Papa ao receber crianças e organizadores por ocasião do lançamento do livro “O Amor antes do Mundo”, nesta quinta-feira (25/02), na Itália. 

Um documento multicultural que reflete as ideias de crianças de todos os continentes. Elas escreveram cartas com perguntas ao Papa, que as respondeu. As respostas do Papa foram recolhidas pelo jesuíta Antonio Spadaro e o conteúdo final foi compilado  pela editora Loyola Press, da Companhia de Jesus dos EUA. A previsão é que o livro seja lançado no Brasil em março.

“Responder, às vezes, à pergunta de uma criança, pode nos colocar em dificuldade, porque a criança tem algo que vê o essencial e o pergunta diretamente, e isso produz um efeito de maturação interior em que escuta a pergunta. Ou seja, as crianças fazem os adultos amadurecer com suas perguntas”, disse ainda o Pontífice.

Após responder algumas perguntas de crianças de 9 países, Francisco confessou algo que lhe causa muita dor e comoção: quando encontra as crianças doentes nas Audiências gerais.

“Me faço a pergunta que já se fazia o grande Dostoievsky: ‘Por que as crianças sofrem?’. E lhes asseguro que eu, o Papa, aquele que parece que sabe tudo e que tem todo o poder, não sei responder a esta pergunta. A única coisa que me ilumina é olhar esta Cruz, ver por que sofreu Jesus, a única resposta que encontro”.

E concluiu com um pedido: “Minha mensagem aos adultos é que estejam próximos das crianças que sofrem, e que ensinem às crianças a estarem próximas daquelas que sofrem”. (RB)

Abaixo, a íntegra de algumas respostas do Papa às perguntas das crianças feitas durante o encontro nesta quinta-feira.

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Qual é o aspecto favorito em ser Papa?

Papa Francisco: Eu disse que as crianças fazem as perguntas mais difíceis de se responder. Estar com as pessoas, gosto muito de estar próximo às pessoas, porque estás com um idoso, com uma criança, com jovens e adultos. E cada um deles te ensina alguma coisa da vida e te faz viver a vida, e assim nos relacionamos com as pessoas. Sempre que estou com as pessoas aprendo algo, sempre. E isso é muito importante, também para a vida. Quando me encontro com uma pessoas, posso me perguntar: O que esta pessoa tem de bom? O que de bonito me ensinou? Ou, O que não gostei e que não tem que ser feito, ou mudar? Agora vou fazer uma pergunta para todos: O que é melhor, estar com as pessoas ou estar separado delas: (R: Próximos). Por isso, repito uma palavra que disse outro dia: Para ser feliz na vida é preciso fazer pontes com as outras pessoas.

Se não fosses Papa quem queria ser e porque?

Papa Francisco: Digo a verdade? Quanto tinha a sua idade, sem mais ou menos, a tua. Quando tinha a tua idade ia com a minha mãe ou com a minha avó ao mercado para comprar as coisas. Naquela época não existia o supermercado e sim o mercado de rua, a feira, onde havia o lugar para a verdura, para as frutas, para a carne. Eu gostava de ver como o açougueiro cortava a carte, com qual arte. Então, disse que queria ser açougueiro, depois estudei química, mas esta foi a primeira vocação.

Qual o Santo que mais admiras?

Papa Francisco: Tenho vários santos amigos, não sei a qual admiro mais, mas sou amigo de Santa Terezinha do Menino Jesus, sou amigo de Santo Inácio, sou amigo de São Francisco – eu não sei se eles são meus amigos – e admiro cada qual por alguma coisa, mas diria que são os três, talvez, que mais me chegam ao coração.

Como é ser Papa?

Papa Francisco: Me sinto tranquilo e Deus me deu a graça de não perder a paz, esta é uma graça de Deus.  E sinto que estou terminando a minha vida assim, com muita paz.  Me sinto bem por isso, porque sinto que Deus me dá paz. E também me dá alegria, por exemplo, este encontro com vocês me traz muita alegria. Quando o padre Spadaro me contou sobre isso, de convidar as crianças aqui, eu disse: “Estás louco”. Este encontro, porém, tem um grande significado, porque se fez uma ponte com cada um de vocês.

O que lhe inspirou a se tornar Papa?

Papa Francisco: Ao meu lado estava um grande amigo, um brasileiro, que hoje tem mais de oitenta anos, o cardeal Hummes, e quando viu que poderia sair a eleição neste sentido, ele me disse: Não te preocupes, assim age o Espírito Santo. Depois, quando fui eleito, ele mesmo me abraçou e me disse: Não te esqueças dos pobres. Então, este meu amigo colocou diante de mim duas personagens: o Espírito Santo e os pobres. Então, isso me moveu a aceitar e a colocar-me o nome de Francisco.

Que amor provas por Jesus Cristo, por Deus?

Papa Francisco: Eu não sei se amo verdadeiramente Jesus Cristo, procuro amá-Lo, mas não tenho certeza se Ele me ama, disto não tenho certeza.

Antes de ser Papa eras tão religioso como és agora?

Papa Francisco: Bom, eu sou idoso, tenho 80 anos, no final do ano. A vida de uma pessoas não é assim sempre, a vida de uma pessoa, é assim: existem momentos de alegria e existem momentos em que estás para baixo, existem momentos de grande amor a Jesus e aos companheiros, e a todas as pessoas, e existem momentos em que o amor às pessoas não existe e tu és um pouco traidor do amor de Jesus, existem momentos que te parece de ser mais santo e outros momentos em que tu és mais pecador. Mas minha vida é assim. Não te assustes se viveres um momento feio, não te assustes se pecares, o amor de Jesus é maior que tudo isso, vá até Ele, e deixa-te abraças por Ele. Entendes?

Qual é sua idade?

Papa Francisco: Tenho 79, e em dezembro, 80, não 100, como disse esse mentiroso. (Risos. Refere-se ao intérprete).

É difícil ser Papa?

Papa Francisco: É fácil e é difícil, como a vida de qualquer pessoa. É fácil porque tens muita gente que te ajuda. Por exemplo, vocês, me estão ajudando agora, porque meu coração está mais feliz e vou poder trabalhar melhor e fazer coisas melhores. E existem momentos difíceis porque as dificuldades existem em todos os trabalhos. Há as duas coisas. 

Porque te chamaste Francisco?

Papa Francisco: Chamei-me Francisco porque este cardeal brasileiro que estava ao meu lado, quando fui eleito, me abraçou e me disse: Não te esqueças dos pobres. E comecei a refletir naquele momento que tive: pobres, pobres e São Francisco de Assis. E aí escolhi o nome.

Porque vives em Roma e não em outro lugar?

Papa Francisco: Porque o Papa é o Bispo de Roma. Então, o Papa é Papa porque é o Bispo de Roma. Primeiro é Bispo de Roma, e porque é o Bispo de Roma, é o Papa. Mas o principal, o primeiro é ser Bispo de Roma.

Quantas vezes reza por dia e como?

Papa Francisco: Rezo, pela manhã, quando me levanto, o livro de orações que rezam todos os sacerdotes, que se chama “Breviário”. Depois, rezo quando celebro a missa. Depois rezo o Terço. E lhes aconselho que levem sempre um Terço com vocês, eu o carrego no bolso, depois vou lhes mostrar outra coisa. Depois, à tarde, faço Adoração do Santíssimo Sacramento. Estes são os momentos formais, mas eu gosto de rezar pelas pessoas que encontro, gosto disso. Lhes mostrei o Terço que tenho no bolso, e vou lhes dar um para cara, para que o tenham. Mas também trago no bolso – e vocês do Quênia, de Nairóbi, se lembram disso – uma Via-Sacra, que é o caminho da Cruz de Jesus, e quando vejo tudo o que Jesus sofreu, por mim e por todos nós, porque gosta muito de nós, isso me leva a ser melhor e menos ruim.

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Não existem barreiras para a caridade, escreve Bento XVI aos participantes do Congresso sobre a Deus Caritas est

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Cidade do Vaticano (RV) – Dez anos após a publicação da Encíclica Deus Caritas est, foi aberto no Vaticano o Congresso Internacional voltado a examinar as perspectivas teológicas e pastorais para o mundo de hoje da primeira Encíclica de Bento XVI. “A caridade nunca terá fim” foi o título escolhido para o encontro, para ressaltar que a mensagem do Deus-amor, contida no texto, é válida em todos os tempos. Os organizadores do Pontifício Conselho Cor Unum e os participantes das diversas Conferências Episcopais e dos numerosos organismos de caridades católicos, estarão em audiência com o Papa Francisco esta sexta-feira, 26.

“Temos dez anos de Deus Caritas est para trás, é uma bonita meta, porém, pensemos que é um texto ainda atual!”. Assim Dom Giampietro dal Toso, Secretário do Pontifício Conselho Cor Unum, explica o motivo do Congresso. Assim, não é a comemoração de um texto, mas a perspectiva que ele abre no mundo de hoje dominado frequentemente pela dimensão da utilidade:

“A caridade abre uma perspectiva de gratuidade, mas, se quisermos, ainda mais profundamente, esta mensagem da caridade responde no fundo àquilo que é o homem, porque cada homem no profundo de seu coração pede para ser amado e para amar. E sentir que Deus é caridade é uma mensagem que pode fazer o bem”.

A Caridade é o coração da fé e da vida da Igreja e o serviço da caridade é constitutivo dela, como são os Sacramentos e a Palavras. Caridade – explica o Cardeal Gerhard Ludwig Müller, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, não é “simplesmente apelo moral”, nem “obrigação religiosa”, nem uma espécie de “assistência social”. A partir do amor sublime que une homem e mulher no matrimônio, em uma “comunhão físico espiritual” “natural” – em relação à qual, qualquer outro tipo de união representa uma falsa ideologia imposta pela política – o amor verdadeiro é dedicação e perdão, é dom ao próximo enquanto recebido de Deus. E na medida em que soubermos ser testemunhos deste amor – sublinha o purpurado – levaremos a luz de Deus ao mundo.

“Não existem barreiras para a caridade, cuja missão interna é precisamente fazer sentir a bondade de Deus além de qualquer fronteira”, escreve o Papa Emérito Bento XVI aos participantes do Congresso. “Ninguém é indiferente aos olhos de Deus” e isto é traço comum entre as religiões, de forma a poder constituir uma plataforma para o diálogo e um trabalho comum. Pelo mundo judaico, fala o Rabino David Shlomo Rosen do American Jewish Committee:

“Não existe uma palavra somente no hebraísmo para indicar a caridade.... A mais comum é o conceito de “Sadaqah”, que significa justiça. Em outras palavras, é o modo correto de comportar-se. Não é algo pelo qual tu recebes um tapa nas costas, mas deveria ser automaticamente o modo natural de comportar-se, com generosidade de espírito. É radicada no reconhecimento que todo ser humano é criado à imagem divina. Em outras palavras, a presença de Deus se encontra nos últimos, e por isto a nossa resposta aos outros é a resposta a Deus. Mas existe também uma palavra mais profunda e é a palavra “Hesed”, que significa mais do que simplesmente caridade, “graça”, no sentido mais próximo ao conceito cristão desta expressão, e se refere não somente às nossas interações humanas de bondade amorosa e misericordiosa, mas sobretudo à atitude de Deus em relação ao nós: de amor ilimitado, que sempre nos perdoa”.

RV: Pode ser instrumento de diálogo entre as religiões?

“Certamente, também no conceito de “Sadaqah”, que é verdade porque o momento em que reconhecemos que cada ser humano foi criado à imagem divina, então reconhecemos que não podemos realmente servir a Deus se não servimos os nossos irmãos; não podemos amar a Deus, se não nos amamos uns aos outros”.

Palavras que encontram eco nas afirmações do Professor Saeed Ahmed Khan, da Wayne State University:

“Frequentemente o conceito de “caridade” é limitado pelo modo em que as pessoas a descrevem: pensam, de fato, que signifique dar algo a alguém que está em necessidade e geralmente isto é colocado em termos de necessidades materiais: dar comida, abrigo, roupas.... Pelo contrário, “caridade” é uma expressão muito mais ampla e que ainda, no Islã, é considerada uma bênção, um instrumento para manifestar o amor e a misericórdia e a empatia em relação à humanidade. O Profeta Maomé disse que até mesmo um sorriso pode ser uma forma de “caridade””.

No Congresso será dado espaço também aos testemunhos de projetos concretos de caridade, vindos de Cabo Verde, Síria e América Latina. O Congresso trata também das perspectivas antropológicas e filosóficas da caridade. (JE)

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Apresentada estampa oficial do Jubileu da Misericórdia

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Cidade do Vaticano (RV) – Chama-se Misericordieae Vultus, assim como a Bula de convocação do Jubileu, a estampa oficial e celebrativa do Ano da Misericórdia. A obra - realizada segundo a uma antiga técnica por Pierluigi Isola e pelo mestre em gravuras Patrizio di Sciullo, em colaboração com a Biblioteca Apostólica Vaticana e o Governatorato – foi impressa em 200 cópias, com a intenção de ser presenteada aos Chefes de Estado e de Governo recebidos pelo Papa no Vaticano.

As “sete igrejas de Roma”, meta tradicional das peregrinação ao alto; as obras de misericórdia, coração deste Ano Santo, na parte inferior. Um duplo registro figurativo para uma inédita vista da Urbe. Uma obra realizada a partir dos desenhos de Pierluigi Isola, que explica o maior desafio na idealização da estampa:

“Certamente, procurar colocar juntos todos estes elementos, conferindo a eles uma imagem unitária e fazendo de modo que não fossem fragmentos dispostos de maneira arbitrária, mas que resultassem uma imagem coerente, mesmo contendo toda uma série de elementos que depois, também era bastante difícil colocar juntos: a ideia dos Sacramentos, das obras de misericórdia, das sete igrejas... Um elemento que evoca a Colunata de Bernini, dentro da qual são acolhidas figuras que representam peregrinos, um elemento que é a mesa preparada e um elemento que é a porta de uma prisão”.

Árvores e animais recordam a Encíclica Laudato Si, enquanto ao lado da Porta Santa de São Pedro, tendo ao alto o brasão do Papa Francisco, uma cena representa o lava-pés. Uma escolha particularmente significativa, afirma o Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, que junto com o Cardeal Giuseppe Bertello, Presidente do Governatorato, e expoentes da Biblioteca Apostólica Vaticana, contribuiu para a realização da obra:

“Uma obra que eu gosto muito e que encorajei desde o início, quando me trouxeram o primeiro esboço, desenhado somente pela metade... Depois, nasceu a ideia, precisamente, das Obras de Misericórdia. O autor conseguiu fazer uma referência praticamente a todas elas. E depois tem esta ideia do lava-pés, que resume todas elas: a misericórdia de Deus em relação a nós, porque aquele que lava os pés é o Senhor, o que deve traduzir-se – de nossa parte – em obras de misericórdia, porque Ele disse: “Logo, se eu, vosso Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar-vos os pés uns aos outros”.

A estampa Misericordiae Vultus se insere em uma tradição secular, pela qual aos peregrinos vindos a Roma para o Jubileu era entregue um mapa atualizado de Roma. Já no ano 2000 foi realizada com o mesmo métodos desta estampa, uma "Forma urbis Romae", planta monumental da cidade, iniciativa replicada em 2007 com o mapa da Cidade do Vaticano. Mons. Jean-Louis Bruguès, Arquivista e Bibliotecário da Santa Romana Igreja:

“Procuramos representar em modo explícito o que é a misericórdia e antes de tudo, a misericórdia em Roma, portanto, a peregrinação. Aqui estão as Basílicas e em baixo as obras da misericórdia. Tudo aquilo que faz parte da tradição. Nós sempre ilustramos o Ano do Jubileu com um desenho particular”. (JE)

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Igreja no Brasil



Bispos visitam obras de transposição do Rio São Francisco

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Cidade do Vaticano (RV) - Um grupo de bispos, padres e pessoas ligadas às pastorais sociais, organizações da sociedade civil e representantes de universidades e do governo federal fará uma visita às obras do Eixo Norte do Projeto de Integração das Bacias do Rio São Francisco, de 29 de fevereiro a 3 de março. 

Participarão da caravana Dom Jaime Vieira Rocha, arcebispo de Natal; Dom Mariano Manzana, bispo de Mossoró; Dom Antônio Carlos, de Caicó; Dom Gabriel Marchesi, de Floresta (PE); Dom José Luiz, de Pesqueira (PE); Dom Magnus Lopes, de Salgueiro (PE); Dom Antônio Tourinho, bispo auxiliar de Recife (PE); e Mons. Agripino Ferreira, de Cajazeiras (PB). O grupo será acompanhado por técnicos do DNOCS e dos Ministérios da Integração Nacional, do Meio Ambiente e Reforma Agrária.

O ponto inicial da viagem será a Barragem Armando Ribeiro, no município de Itajá (RN), às 7h30 da segunda-feira, 29. De lá, o grupo vai conhecer as obras da Barragem Oiticica, em Jucurutu, onde conversará com as famílias atingidas pela construção, na capela da comunidade Barra de Santana. À tarde, do mesmo dia, se deslocarão para Cajazeiras.

Na manhã de terça-feira, 1º de março, a comitiva irá à Barragem Engenheiro Ávidos (conhecido como Boqueirão), no município de São José de Piranhas (PB), um dos reservatórios que receberá as águas do Velho Chico. Ainda naquela manhã, os integrantes conhecerão a Vila Produtiva Rural Cacaré. À tarde, seguirão para o estado do Ceará, onde farão uma visita ao Açude Jati e o Canal Eixo Norte, no município de Jati. Desse reservatório, construído para receber água do São Francisco, partirão os canais que levarão água para a Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. Ainda, no Ceará, a caravana conhecerá algumas vilas produtivas.

No dia 2, seguirão para Salgueiro (PE). Lá, irão ao escritório do Ministério da Integração, onde conversarão com representantes da pasta sobre o Projeto da Integração das Bacias. Nesse mesmo dia, visitarão a Estação de Bombeamento da água do Velho Chico, em Salgueiro. No final da tarde, irão ao Rio São Francisco, onde acontecerá uma celebração.

A viagem termina na manhã do dia 3, com uma missa na Catedral, na cidade de Salgueiro, e um momento de diálogo com representantes da sociedade civil, órgãos públicos, envolvidos com o Projeto de Integração das Bacias e representantes do assentamento Baixa Verde (de Jati-CE) e de uma comunidade Quilombola, de Salgueiro (PE).

A obra de transposição do Rio São Francisco prevê a construção de mais de 700 km de canais de concreto em dois grandes eixos (norte e leste) ao longo do território de quatro estados (Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte) para o desvio das águas do rio. Ao longo do caminho, o projeto prevê a construção de nove estações de bombeamento de água.

(Pascom/CM)

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Igreja no Mundo



Card. Tagle: aprender a misericórdia além da Igreja

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Roma (RV) - “Que este ano especial do Jubileu da Misericórdia, como dito pelo Papa Francisco na bula de convocação `Misericordiae vultus´, supere os confins da Igreja católica”. É o parecer do cardeal-arcebispo de Manilha, Luis Antonio Tagle, que participou quarta-feira (24/02), na Universidade Gregoriana, da apresentação do livro “Religião e Política”.
 
“Em primeiro lugar – disse o cardeal filipino – o Jubileu nos convida a sermos misericordiosos não apenas com os membros da Igreja, mas também com quem está além de seus confins. Ou seja, a reconhecer como irmão principalmente quem sofre, quem tem necessidades. Nas injustiças, por exemplo, nas vítimas da falta de misericórdia. É preciso ocupar-se destas pessoas, são nossos irmãos”. 
 
Um segundo aspecto, acrescentou o cardeal, “é que temos que olhar para nossas tradições religiosas e vermos aonde está a misericórdia nelas, para estudar como as várias religiões a concebem e o que podem ensinar à Igreja católica em termos de misericórdia”. Sobre este tema, Dom Tagle citou um exemplo eloquente: “Os monges budistas, por exemplo, vão pelas cidades, pedem alimentos e depois colocam tudo em uma mesa à disposição dos mais pobres. Não pedem para si, mas para os pobres... quando sobra, eles também comem”.
 
“Precisamos aprender deles - sublinhou Tagle -, pedir ajuda não para nós, mas para os outros, e assim, tocar o coração das pessoas. Isto é o que fez Jesus, mas é uma prática budista que nos faz redescobrir o que Jesus fez”. 
 
O cardeal, enfim, convidou a olharmos para a África, “aonde existem muitas famílias com cônjuges de religiões diferentes: situações que nos chamam a ser misericordiosos”. “A família – concluiu – pode portanto, ser escola de misericórdia, em especial as famílias inter-religiosas”. 

(CM)

 

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Igreja alemã propõe curso de prevenção de abusos

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Colônia (RV) -  “Ele lhes enxugará dos olhos toda a lágrima”: este é o título, inspirado no livro do Apocalipse, do sexto seminário de formação programado em Colônia, na Alemanha, nos dias 2 e 3 de março. O congresso será dirigido a todos os engajados, nas dioceses alemãs, na prevenção de abusos sexuais. Em especial, a reflexão vai se concentrar nos “desafios pastorais e percursos de cura” em relação a estes crimes. O evento será coordenado pelo bispo de Treviri, Dom Stephan Ackermann. 

A questão do ponto de vista espiritual 

“É sempre mais importante ocupar-se dos aspectos espirituais” neste contexto - diz o comunicado divulgado pela Conferência Episcopal alemã - aprendendo a enfrentar as questões ligadas ao senso de culpa e ao perdão, e a saber se abrir à possibilidade de cura por meio da fé e da espiritualidade. Dentre os relatores do seminário, estão confirmados Karlijn Demasure, membro do Centro para a proteção da infância da Pontifícia Universidade Gregoriana, e Hildegund Keul, responsável do Setor de pastoral das mulheres da Conferência Episcopal alemã. 

Incrementar a colaboração e o conhecimento sobre a prevenção

Tais seminários – concluem os bispos alemães – servem para criar “mais colaboração e conhecimento” no campo da prevenção dos abusos, com o objetivo de “fazer uma síntese entre os estudos e os conhecimentos adquiridos na elaboração teórica e as problemáticas práticas da atualidade”. 

(CM)

 

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Jubileu na Índia: Franciscanos pedem liberdade para mil prisioneiros

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Nova Délhi (RV) - Libertar mil prisioneiros, detidos por pequenos crimes nos cárceres indianos, concedendo aos presos um ‘indulto’ especial no Ano Jubilar. 

Este foi o pedido que os franciscanos indianos fizeram ao governo, desejando que também a sociedade indiana possa ter uma marca do Ano Santo da Misericórdia convocado pelo Papa Francisco. 

Segundo a Agência Fides, a iniciativa parte da “Associação de Famílias Franciscanas da Índia” (AFFI), uma rede  que une no âmbito nacional mais de 50 mil franciscanos de várias congregações religiosas, masculinas e femininas, e também os leigos. Reunidos em sua assembleia nacional, em Bangalore, nos dias passados, os representantes de AFFI refletiram sobre o tema “Ser franciscanos: rosto da misericórdia de Cristo neste mundo”.

Os franciscanos na Índia se comprometeram principalmente na ajuda aos pobres e marginalizados através de instituições educacionais, médicas e obras sociais. “Como já estão envolvidos em obras de misericórdia corporais e espirituais, seguindo as pegadas de São Francisco e Santa Clara de Assis, o convite do Papa Francisco para o Jubileu da Misericórdia renovou uma motivação especial à missão dos franciscanos na Índia”, disse o Coordenador da Associação de Famílias Franciscanas da Índia, Pe. Nithiya Sagayam OFM Cap.

Agora, os franciscanos focalizaram a sua atenção na libertação dos prisioneiros detidos por pequenos crimes. Algumas obras sociais administradas pelos religiosos já acolheram presos ou ex presos que tiveram a pena comutada em serviços sociais. Agora, pretende-se iniciar negociações com as autoridades governamentais para obter um pequeno indulto, mas também para “guiar os ex detentos e fazer com que retomem a vida com dignidade e esperança”, concluiu Pe. Sagayam. (MJ)

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Líderes religiosos etíopes condenam ataques a locais de culto cristãos

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Adis Abeba (RV) – Diversos túmulos e lugares de culto cristão foram incendiados ou destruídos e seus bens saqueados em diversas localidades no Estado de Oromia, Etiópia Ocidental. É o que reporta a Agência etíope Ethpress citada pela Agência AOIC. Episódios semelhantes foram verificados também nas regiões de Gambella e de Amhara, no nordeste do país.

Conselho Inter-religioso condena os ataques

Imediata a condenação do Conselho Inter-religioso da Etiópia (IRCE) que atribui os ataques a grupos que não representam as populações locais. Em uma declaração conjunta, os líderes religiosos etíopes recordam que estes atos profanos são contrários aos ensinamentos de todas as religiões, e manifestam o temor de que possam perturbar o clima de convivência religiosa pacífica no país.

“A história, as relações seculares, a cultura de tolerância religiosa e o respeito recíproco devem ser preservados” – advertem – exortando o Governo e a população, em particular os jovens, a trabalharem juntos para garantir a segurança nestas regiões. (JE)

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Formação



Na esteira do Concílio, uma Igreja misericordiosa, no signo de Francisco

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, na edição de hoje do quadro “Nova Evangelização e Concílio Vaticano II concluímos a participação do arcebispo de Palmas, Dom Pedro Brito Guimarães, que esteve conosco estes neste espaço de formação e aprofundamento. 

Tecendo suas considerações acerca dos 50 anos do Concílio, Dom Pedro nos disse, entre outras coisas, que estamos vivendo o tempo da colheita, depois de termos plantado, regado, “agora estamos colhendo os frutos, que é essa Igreja viva, missionária, participativa”, diz o arcebispo de Palmas, ressaltando o ser uma “Igreja misericordiosa” o fruto mais bonito do Vaticano II, 50 anos depois.

Esse rosto misericordioso da Igreja tem sido nos últimos tempos evidenciado, de modo particular, pelo Papa Francisco, e agora de modo especial durante este “Ano extraordinário da Misericórdia” por ele convocado.

Pois bem, Dom Pedro Brito aponta esta Igreja misericordiosa como fruto do Concílio Vaticano II. O Concílio, como se sabe, é considerado uma Primavera na vida da Igreja, um sopro do Espírito Santo, assim como hoje muitos veem no Pontificado do Papa Francisco uma nova Primavera na vida da Igreja.

Nesta participação conclusiva do arcebispo de Palmas ele nos diz que Francisco chegou na hora certa: “rezamos para isso e Deus nos mandou um Papa à altura, estávamos precisando”, ressalta.

Dom Pedro Brito nos faz tais considerações respondendo ao colega Silvonei José sobre como o Papa Francisco é visto no Brasil e sobre sua aceitação. Vamos ouvir. (RL)

Ouça clicando acima

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Atualidades



Comunidade Terapêutica Dom Orione, providencial no Ano da Misericórdia

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Cidade do Vaticano (RV) - Estamos de volta em nosso espaço “O caminho da Misericórdia” desta quinta-feira (25/02). Nos estúdios Mariangela Jaguraba.

Recentemente, foi inaugurada na ‘Fazenda Campo Alegre’, no Município de Morada Nova (MG), a Comunidade Terapêutica São Luís Orione, que trabalha na recuperação de dependentes químicos.  

Esta iniciativa é uma concretização do projeto da Congregação Religiosa Pequena Obra da Divina Providência, fundada por Dom Orione, para atender as novas formas de pobreza, atualizando na história o carisma de São Luís Orione, que é o amor incondicional aos pobres.

Para enfrentar uma das maiores formas de miséria da atualidade, a Comunidade Terapêutica Dom Orione, nascida em berço católico e inspirada no carisma de São Luís Orione, surgiu em 2011 para acolher homens, maiores de 18 anos, dependentes de droga, álcool e outros, independentemente, de suas convicções religiosas ou estado de vida.

O tratamento de recuperação adotado se baseia no trabalho, na convivência fraterna e na espiritualidade, como forma de encontrar um sentido para a vida e promover a reinserção familiar, social e ocupacional dos residentes.

O nosso convidado no programa de hoje é o Provincial Orionita da Província Nossa Senhora de Fátima - Brasil Norte, Pe. Tarcísio Vieira, que nos fala sobre a Comunidade Terapêutica São Luís Orione. (MJ/www.orionitas.com.br)

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Recorde mexicano: os números da viagem do Papa

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Cidade do México (RV) - Recorde mexicano: assim o jornal vaticano L’Osservatore Romano intitula uma reportagem com o balanço final da visita de Francisco ao México.

Segundo dados da Conferência Episcopal do país, mais de 10 milhões e meio de pessoas saudaram o Papa no decorrer dos 400 quilômetros percorridos entre as seis cidades visitadas pelo Pontífice de 12 a 17 de fevereiro.

No total, foram 134 os bispos mexicanos e 37 aqueles provenientes de outros países, em especial os da América Central e dos Estados Unidos, que participaram das celebrações litúrgicas e de outros encontros durante a viagem papal.

Os eventos com maior participação popular foram a missa em Ecatepec (cidade satélite da capital) com 300.000 pessoas, e em Ciudad Juárez, na fronteira com os Estados Unidos, com 210.000 fiéis. Seguem o encontro com as famílias em Tuxtla Gutiérrez (109.000 fiéis) e a missa com as comunidades indígenas (100.000 participantes) em San Cristóbal de Las Casas, ambos no Estado meridional do Chiapas, além do encontro no estádio de Morelia, em Michoacán, com 85.000 jovens – definidos pelo Papa a verdadeira riqueza do México.

No Angelus do último domingo, Francisco voltou a falar de sua peregrinação, definindo-a “uma experiência de transfiguração”, e elogiando a fé robusta do seu povo, muitas vezes oprimido.

Com Silvonei José, recorde uma das etapas mais significativas: o Estado do Chiapas, para o encontro com os indígenas:

 

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