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Sumario del 29/02/2016

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Papa: que não haja lugar para o desprezo em nosso coração

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco iniciou a semana celebrando a missa na Casa Santa Marta. A sua homilia foi inspirada nas leituras do dia, que nos falam da indignação: Naamã, o sírio que se indigna por um leproso e pede ao profeta Eliseu que o cure, mas não aprecia o modo simples com que esta cura pode acontecer. E se indignam também os moradores de Nazaré diante das palavras de Jesus, seu conterrâneo. É a indignação diante do projeto de salvação de Deus que não segue os nossos esquemas. Não é como nós pensamos que seja a salvação, a salvação que todos queremos. Jesus sente o desprezo dos doutores da Lei que buscavam a salvação na casuística da moral e em tantos preceitos, mas o povo não tinha confiança neles: 

“Os saduceus que buscavam a salvação nos compromissos com os poderes do mundo, com o Império... uns com grupos de clérigos, outros com grupos de políticos, procuravam assim a salvação. Mas o povo percebia e não acreditava. Sim, acreditava em Jesus porque tinha ‘autoridade’. Mas por que este desprezo? Porque na nossa imaginação, a salvação deve provir de algo de grande, de majestoso; somente os poderosos nos salvam, aqueles que têm dinheiro, que têm poder: eles podem nos salvar. E o plano de Deus é outro! Se indignam porque não podem compreender que a salvação vem somente do pequeno, da simplicidade das coisas de Deus”. 

“Quando Jesus faz a proposta do caminho de salvação – prosseguiu o Papa – jamais fala de coisas grandes”, mas “de coisas pequenas”. São “os dois pilares do Evangelho” que se leem em Mateus, as Bem-aventuranças e, no capítulo 25, o Juízo final, “Vem, vem comigo porque você fez isto”:

“Coisas simples. Você não buscou a salvação ou a esperança no poder, nas negociações... não... fez simplesmente isto. E isto indigna a muitos. Como preparação à Páscoa, eu os convido – também eu o farei – a ler as Bem-aventuranças e a ler Mateus 25, e pensar e ver se algo disso me indigna, me tira a paz. Porque o desprezo é um luxo que somente os vaidosos, os orgulhosos podem se permitir. Se… no final das Bem-aventuranças, Jesus diz uma palavra que parece...  mas por que isso? ‘Bem-aventurado aquele que não se escandaliza comigo’, que não despreza isso, que não sente desprezo”. 

O Papa Francisco assim conclui a sua homilia:

“Fará bem a nós tomar um pouco de tempo – hoje, amanhã – ler as Bem-aventuranças, ler Mateus 25, e ficarmos atentos ao que acontece em nosso coração: se existe desprezo, e pedir a graça ao Senhor para entender que o único caminho da salvação é a ‘loucura da Cruz’, ou seja, a aniquilação do Filho de Deus, de Deus, e fazer-se pequeno. Representado, aqui, no banho no Jordão ou na pequena aldeia de Nazaré”. 

(CM/BF)

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Papa recebe Patriarca etíope: perseguição une os cristãos

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Cidade do Vaticano (RV) - A segunda-feira de Francisco, 29 de fevereiro, foi marcada por um encontro ecumênico. O Papa recebeu em audiência, no Vaticano, o Patriarca da Igreja Ortodoxa  Etíope Tewahido, Sua Santidade Abuna Matthias I. 

Em seu discurso, o Pontífice recordou os elos fraternos que unem as duas Igrejas, e os encontros precedentes entre o então Patriarca Abuna Paulos com S. João Paulo II e Bento XVI. Francisco citou ainda o trabalho levado avante pela Comissão Internacional conjunta entre a Igreja Católica e as Igrejas ortodoxas desde 2004. “Como já foi observado várias vezes, disse Francisco, aquilo que nos une é muito maior do aquilo que nos divide.”

Ecumenismo dos mártires

Atualmente, este elo se tornou ainda mais forte com o ecumenismo dos mártires, isto é, a perseguição e o assassinato de cristãos em todo o mundo. “Hoje, o sangue de tantos mártires pertencentes a todas as Igrejas se torna semente de unidade dos cristãos.”

O Papa falou da história da Igreja Ortodoxa etíope, que foi desde o início uma Igrejas de mártires. “E ainda hoje, são testemunhas de uma violência devastadora contra os cristãos e contra outras minorias no Oriente Médio e em algumas partes da África. Não podemos nos eximir de pedir, mais uma vez, aos que detêm o futuro político e econômico do mundo que promovam uma coexistência pacífica baseada no respeito recíproco e na reconciliação, no mútuo perdão e na solidariedade.”

Preservação do meio ambiente

Francisco mencionou ainda os esforços da Etiópia para melhorar as condições de vida da população e para construir uma sociedade sempre mais justa, baseada também no respeito do papel das mulheres. De modo especial, o Papa falou do problema da falta de água, com as suas graves repercussões sociais e econômicas e da possibilidade de fortalecer a cooperação neste campo entre as duas Igrejas.

Nova era

Por fim, Francisco fez votos de que este encontro marque um novo tempo de amizade, pedindo perdão pelas incompreensões do passado. “Que o Espírito Santo continue alimentando em nós a esperança do dia em que estaremos unidos em volta do altar do Sacrifício de Cristo, na plenitude da comunhão eucarística.”

O discurso do Papa foi precedido por um colóquio privado e pela apresentação da delegação etíope. Após os pronunciamentos dos dois líderes, houve a troca de dons.

(BF)

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Papa aos Carabineiros: serviço indispensável em São Pedro

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta segunda-feira (29/02), na Sala Clementina, no Vaticano, os Carabineiros (Polícia Militar Italiana) da Companhia Roma-São Pedro.

O Pontífice agradeceu aos militares pelo serviço desafiador e indispensável que prestam à comunidade, dedicando suas energias na tutela da segurança e da ordem pública, junto com outras forças. 

“Graças também a vocês as pessoas são ajudadas a respeitar as leis que regulam a convivência serena e harmoniosa. A sua presença no território se torna um elo da solidariedade concreta de toda a comunidade. Em particular, as pessoas desfavorecidas podem encontrar uma ajuda preciosa em suas dificuldades”, disse o Papa. 

Grandes eventos

Francisco destacou que os militares da Companhia Roma-São Pedro colaboram com os organismos competentes da Santa Sé no andamento tranquilo dos eventos que, durante o ano, se realizam na Praça São Pedro e redondezas. 

“Agradeço-lhes pelo seu trabalho que se coloca a serviço dos peregrinos e turistas. Trata-se de uma atividade que requer profissionalismo e sentido de responsabilidade, como também atenção às pessoas, muitas das quais idosas, paciência contínua e disponibilidade para com todos. São qualidades não fáceis para as quais é importante contar com a ajuda de Deus”, disse ainda o Pontífice. 

“O Ano Santo da Misericórdia abre a todos nós a possibilidade de se renovar, partindo de uma purificação interior que se reflete na maneira de se comportar e também no exercício das atividades cotidianas. Esta dimensão espiritual do evento jubilar impulsiona cada um de nós a se perguntar acerca do compromisso real ao responder às exigências de fidelidade ao Evangelho, ao qual o Senhor nos chama a partir de nosso estado de vida. O Jubileu se torna desta forma uma ocasião propícia de verificação pessoal e comunitária, e o paradigma sobre o qual nos avaliar são as obras de misericórdia corporais e espirituais”, reiterou o Papa.

Acolhida

Francisco recordou aos militares as seguintes palavras de Jesus:  ‘Todas as vezes que vocês fizeram isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizeram.’

“Que este ensinamento de Jesus sirva de guia também para vocês, responsáveis pela tutela da ordem pública, e lhes ajude a ser em toda circunstância promotores de solidariedade, especialmente com os fracos e indefesos; a serem custódios do direito à vida, através do compromisso com a segurança e incolumidade das pessoas”, frisou o Papa. 

“No desempenho desta missão, recordem que toda pessoa é amada por Deus, é sua criatura e merece acolhimento e respeito. Possa a graça do Jubileu Extraordinário da Misericórdia renovar o espirito com o qual vocês se dedicam à sua profissão, conduzindo-os a vivê-la com um suplemento de atenção, dedicação e generosidade”, concluiu Francisco. (MJ)

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Pe. Lombardi despede-se da RV: ver com confiança reforma da mídia vaticana

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Cidade do Vaticano (RV) - Missão, conversão e comunhão. Esses foram os três pontos da homilia que o porta-voz vaticano, Pe. Federico Lombardi, pronunciou na “Igreja de Santa Maria in Traspontina” – situada a poucos passos da Rádio Vaticano – por ocasião da conclusão de seu serviço como diretor geral da emissora do Papa. Numa igreja lotada, nosso diretor geral exortou a comunidade da emissora pontifícia a olhar com esperança e confiança para a reforma da mídia vaticana, num renovado serviço ao Papa e à Cúria Romana.

Entre os concelebrantes encontravam-se o prefeito e o secretário da Secretaria para a Comunicação, respectivamente, Mons. Dario Edoardo Viganò, e Mons. Lucio Adrian Ruiz.

Após a missa, na Sala Marconi da Rádio Vaticano teve lugar, para Pe. Lombardi e Alberto Gasbarri – diretor administrativo –, o momento de despedida da nossa comunidade de trabalho. A ambos foi dirigido o agradecimento da Secretaria de Estado, através do substituto da Secretaria de Estado, Dom Angelo Becciu, presente na cerimônia.

Foram muitos os que participaram da celebração de ação de graças na de conclusão dos 25 anos de Pe. Lombardi na Rádio Vaticano.

De fato, participaram não somente funcionários na ativa, mas também muitos colegas já aposentados, bem como jornalistas e funcionários de outros organismos vaticanos que ao longo destes anos colaboraram com o sacerdote jesuíta engajado no vasto mundo da comunicação. Um serviço que o religioso continua como diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé.

Missão da Rádio Vaticano: levar o Evangelho aos confins da Terra

Na homilia, Pe. Lombardi deteve-se sobre três pontos: missão, conversão e comunhão. Em primeiro lugar, ressaltou que jamais se deve perder de vista, como comunicadores a serviço da Igreja, qual é a missão: anunciar a Palavra de Deus a todos.

Durante décadas, recordou, o levar o Evangelho até os confins da Terra foi representado pelas antenas da Rádio Vaticano; agora é preciso trabalhar com os novos instrumentos e novas linguagens que possam levar a Boa Nova até os confins geográficos da Terra e às periferias existenciais. Esta é a missão, levar Jesus ao coração de todos:

“Missão: creio que seja oportuno, também para nós, rezar sobre este tema; entender a que fomos chamados também nós, em nossa vida e com o nosso serviço. Jesus veio para esta salvação até os confins da Terra; a Igreja continua sua obra para isso; os papas – o Papa – continua servindo a esta missão; nós fomos chamados a colaborar com esta missão, mediante nossa pequena contribuição.”

Conversão sempre necessária – ser disponíveis e responsáveis

Em seguida, Pe. Lombardi constatou que, neste momento de transição para a mídia vaticana – muitos vivem a situação com um sentimento misto de disponibilidade e de perplexidade:

“Tenhamos cuidado também com os riscos, por vezes, de desconfiança e de dúvida, de medo, por vezes de divisão, por vezes dos mexericos oriundos das incertezas e da falta de conhecimento claro do futuro. Neste tempo, nesta situação que porém é também riquíssima de pontencialidades, porque no novo o Senhor continua sempre a chamar-nos, devemos rezar e rezar muito; devemos assumir a atitude justa da disponibilidade, da responsabilidade, da esperança e da confiança.”

Neste tempo quaresmal, ressaltou que é preciso encontrar na oração os caminhos para servir da melhor forma possível na missão a que fomos chamados.

Construir uma comunidade de “comunicadores em saída”

Por fim, Pe. Lombardi evidenciou o espírito de comunhão que deve caracterizar este momento de passagem. Somos chamados, disse nosso diretor geral em sua despedida, a construir sempre mais uma “comunidade de comunicadores”.

Encorajados por aquilo que o Papa nos pede, não devemos ter medo, reiterou. De fato, Francisco nos pede que sejamos, também na comunicação, uma Igreja em saída, em movimento:

"Peçamos verdadeiramente, também em nossa oração, para continuar construindo comunidades e sempre mais, uma comunidade que agora se encontra num momento também de evolução e de mudança, porque será de certo modo diferente daquela que vimos e construímos até então falando de ‘Rádio Vaticano’. É a comunidade dos comunicadores a serviço da missão, em união com o Papa, sob a guia do novo Dicastério."

Portanto, rezando a Jesus Cristo, “construamos juntos a comunidade mais ampla de trabalho dos comunicadores.”

Daí, é preciso seguir adiante com confiança e esperança. No momento das intenções de oração, Pe. Lombardi dirigiu um pensamento aos responsáveis da Secretaria para a Comunicação, Mons. Viganò por primeiro, a fim de que desempenhem da melhor forma possível aquilo que o Papa lhes confiou.

A celebração concluiu-se com o agradecimento de Pe. Lombardi aos presentes e aos que se faziam próximos espiritualmente, acompanhado de um longo aplauso de todos.

Despedida de Pe. Lombardi e Gasbarri: a comunicação é coração da Igreja

Efetivamente, após a missa, Pe. Lombardi e Gasbarri – diretor administrativo – se despediram da nossa comunidade de trabalho.

A cerimônia informal, da qual participou também o Arcebispo Becciu e os responsáveis da Secretaria para a Comunicação, se realizou na sede da nossa emissora.

Pe. Lombardi agradeceu àqueles que nestes anos trabalharam com ele na Rádio e com a Rádio. Por sua vez, Gasbarri evidenciou a missão desempenhada pela Rádio Vaticano, reiterando que a comunicação não pode ser um acessório, mas uma centralidade na missão da Igreja. Os esforços da Companhia de Jesus nos últimos 50 anos foram feitos nesta direção, frisou:

“Na Santa Sé a comunicação é central, porque ela não faz outra coisa senão divulgar uma mensagem. Portanto, se cai uma comunicação, cai tudo. Se não comunicam, a Santa Sé e a Igreja tornam-se fábrica de bispos e de padres que não fazem nada! Aquilo que no passado se chamava pregação, hoje se chama comunicação.”

Gasbarri concluiu agradecendo a todos e fazendo votos a Mons. Viganò de que ele consiga fazer com que entendam que a comunicação é uma centralidade da Santa Sé. (RL)

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Doenças raras: Santa Sé pede mais pesquisa e solidariedade

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Cidade do Vaticano (RV) – Por ocasião do Dia das Doenças Raras, celebrado em 29 de fevereiro, o Pontifício Conselho para a Pastoral dos Agentes de Saúde divulgou uma mensagem para ressaltar a importância de investir em pesquisas científicas e também na solidariedade.

O tema desta edição é “No centro a voz do paciente. Unam-se a nós para fazer ouvir a voz das doenças raras”. Este tema, escreve o Presidente do Pontifício Conselho, Card. Zygmunt Zimowski, destaca a necessidade de tornar essas pessoas sempre mais protagonistas e, ao mesmo tempo, sensibilizar as autoridades competentes, os pesquisadores e a indústria farmacêutica.

Mesmo que a incidência seja mínima ou rara numericamente falando, as pessoas afetadas não podem nos deixar indiferentes”, recorda o Presidente, pedindo que seja rompida a cortina de silêncio em torno de um problema que diz respeito a toda a sociedade. Neste empenho, também a Igreja se sente envolvida, garantiu o Card. Zimowski, “continuamente impulsionada pelo Papa Francisco a crescer e a caminhar na solidariedade”.

Negligência

O Cardeal polonês anuncia na mensagem que o Pontifício para a Pastoral dos Agentes de Saúde dedicará sua próxima Conferência Internacional, de 10 a 12 de novembro, justamente às doenças raras e negligenciadas.

“Esta iniciativa, quase na conclusão do Jubileu extraordinário da Misericórdia, será uma ocasião a mais para valorizar a obra de misericórdia corporal de assistência aos enfermos”, escreve Card. Zimowski, acrescentando que a Conferência se realizará no sinal da proximidade solidária para com as pessoas afetadas por patologias raras e as populações pobres e vulneráveis marcadas por doenças ignoradas, que com frequência vivem em zonas rurais entre as mais remotas do mundo.

“Possa cada anseio que nasce no coração de quem sofre encontrar escuta e solidariedade por parte de cada fiel e em toda pessoa de boa vontade”, conclui o Presidente do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Agentes de Saúde, Card. Zygmunt Zimowski.

(BF)

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Pe. Zollner sobre o Spotlight: ter a coragem de encarar o problema de frente

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Cidade do Vaticano (RV) –  “Papa Francisco: é hora de proteger as crianças e restaurar a fé”. Assim manifestou-se Michael Sugar, Produtor do filme “O caso Spotlight”, vencedor do Oscar de melhor filme, ao retirar a estatueta na noite de 28 de fevereiro no palco da Academy Awards. O filme é dedicado aos jornalistas do Boston Globe, que há 14 anos revelaram o acobertamento de numerosos casos de abusos contra menores cometidos por sacerdotes nos Estados Unidos. A este respeito a  Rádio Vaticano entrevistou o jesuíta Padre Hans Zollner, membro da Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores e Presidente do Centro para a Proteção de Menores da Pontifícia Universidade Gregoriana:

“Se vê claramente que, quer o produtor como todos aqueles que estiveram envolvidos na produção do filme, trabalharam para transmitir esta mensagem e é uma mensagem ligada com aquilo que o filme conta, um chamado para que a Igreja faça aquilo que desde 2002 - contemporaneamente a estes acontecimentos que o filme conta - começou a fazer. Desde o final dos anos 90, o Cardeal Ratzinger,  como Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, havia percebido que a Igreja não podia mais, nem tolerar estes abusos e nem o acobertamento deles por parte dos bispos. E assim, Joseph Ratzinger, depois como Papa Bento, deu grandes passos para tornar a Igreja uma instituição transparente e comprometida na luta contra os abusos. Depois, o Papa Francisco seguiu na linha do Papa Bento, fortalecendo a legislação da Igreja, instituindo a Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores. O Papa já colocou em prática algumas medidas e aguardamos ulteriores progressos nesta mesma linha, que darão certamente a mensagem clara de que a Igreja Católica na sua liderança se deu conta da gravidade da situação e quer e deve continuar a luta pela justiça e para que não existam mais vítimas de abuso”.

RV: Portanto, podemos dizer que desde os acontecimentos que foram narrados pelo filme, muito foi feito pela proteção dos menores, pela Santa Sé e pelas Igrejas locais em todo o mundo?

“Sim, aquilo que a Santa Sé fez é muito evidente: temos outras normas, temos leis mais severas, temos as cartas circulares da Congregação para a Doutrina da Fé que pedem a todas as Conferências Episcopais para enviarem os esboços de suas linhas de ação sobre como encontrar as vítimas, o que fazer com os que abusaram, com trabalhar para a prevenção dos abusos. Muito foi feito, por parte da Santa Sé, e depois também por algumas Igrejas locais. Motivo pelo qual, um filme como este e também as palavras pronunciadas na premiação, certamente dão um ulterior impulso a este nosso trabalho que, por exemplo, iniciamos a partir de 2012 aqui na Gregoriana com encontro internacional, o Simpósio internacional “Rumo à cura e à renovação”, que contou com a participação de 110 bispos de todas as Conferências Episcopais do mundo e que foi um primeiro passo também para as áreas da África e da América Latina, onde o tema, naquela época, ainda não havia chegado. Com a instituição do nosso  “Centre for Child Protection”, o Centro para a proteção dos Menores, queremos trabalhar para construir pouco a pouco uma competência local, isto é, pessoas que saibam como reagir, como criar espaços seguros para as crianças e os adolescentes....”.

RV: Que acolhida teve este filme por parte dos homens da Igreja que foram – e estão – comprometidos em enfrentar os abusos sexuais?

“Uma voz muito autoritativa que se pronunciou é a do Arcebispo de Malta, Dom Charles Scicluna, que por dez anos foi Promotor de Justiça e foi a pessoa empenhada na investigação destes crimes cometidos por sacerdotes. Ele, há alguns dias, disse publicamente que recomendaria a todos, também aos bispos, para assistirem este filme. O mesmo disse também um bispo australiano... Existe portanto um grande apreço pelo filme e obviamente também um apreço pela mensagem e o modo como é transmitida a mensagem. Estes bispos recomendam aos seus irmãos para assistirem este filme, portanto é um forte convite para refletir e a levar a sério a mensagem central, isto é, que a Igreja Católica pode e deve ser transparente, justa e comprometida na luta contra os abusos e que deve comprometer-se para que não se verifiquem mais. É importante entender que devemos mudar o nosso comportamento que em italiano pode ser expresso com aquela famosa palavra: “omertá”. Não falar, querer resolver tudo varrendo prá baixo do tapete, esconder-se e pensar que tudo passará. É necessário entender que não passará: devemos nos dar conta de que devemos ter muita coragem e capacidade de enfrentar as coisas, encarando-as de frente, ou um dia, cedo ou tarde, seremos obrigados a fazê-lo. E penso que esta seja uma das mensagens centrais deste filme”. (JE)

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Igreja na América Latina



Bispo denuncia isolamento do povo do Alto Paraguai

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Alto Paraguai (RV) – O Bispo do Vicariato Apostólico do Chaco, Dom Gabriel Escobar, exortou os residentes do Alto Paraguai a pedir com maior decisão às autoridades que cumpram seus deveres, diante do isolamento em que vivem as várias comunidades da região por falta de estradas e da ausência do Estado.

Segundo a nota recebida pela Fides, Dom Escobar falou a este propósito domingo (28/02), durante a Missa celebrada na Catedral de Fuerte Olimpo, capital do Alto Paraguai.

"Não podemos continuar a viver nesta situação aqui na região do Chaco, diante da total indiferença das autoridades nacionais e estaduais", disse Dom Escobar, acrescentando que se deve combater a pobreza cultural e é preciso apresentar lamentações concretas às autoridades "com base em fatos reais e não somente através das redes sociais, como geralmente estamos acostumados".

A falta de instrução representa uma vantagem para as autoridades, enquanto os cidadãos não são capazes de expor os próprios pedidos e reclamações, destacou. "Uma característica do povo paraguaio é resistir e sofrer, mas não se pode mais tolerar esta situação, as pessoas desta parte do país merecem uma vida melhor", concluiu Dom Gabriel Escobar.

O Alto Paraguai conta uma população de 18 mil habitantes. O problema mais grave é a falta de estradas: só se pode chegar a vários centros habitados percorrendo o rio Paraguai com pequenas embarcações, que prestam este serviço uma vez por semana. Na região, não há investimentos do Estado para melhorar a situação.

As poucas vezes que as autoridades quiseram promover algum projeto, a corrupção acabou por bloquear tudo. Além disso, a região está muito sujeita ao mau tempo e aos grandes prejuízos consequentes, assim no período das chuvas as poucas estradas existentes são canceladas ou se tornam impraticáveis.  (Fides)

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Bispos colombianos: "Levar ética à sério"

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Bogotá (RV) – "Nos preocupa a situação no campo... O primeiro ponto dos acordos de paz abre uma janela com a finalidade de gerar uma política completa de desenvolvimento agrário": assim afirma o comunicado da Conferência Episcopal Colombiana (CEC), distribuído ontem em muitas paróquias do país. "Aquilo que se busca, no fundo, é um enorme planejamento de desenvolvimento rural que deveria ser aplicado durante o pós-conflito.

Mesmo que o custo ainda não tenha sido quantificado, e menos ainda orçamentado, se sabe desde já que é imenso, que implica grandes mudanças em termos fiscais”, afirmam os Bispos. “Gostaríamos que o Ministério da Agricultura mudasse o seu modelo e estabelecesse um novo, mais apto às exigências dos produtores", se lê no texto dos Bispos enviado à Agência Fides.

O comunicado corresponde ao que foi discutido pelos Bispos de 15 a 19 de fevereiro, na assembleia de n. 100 da CEC. Os Bispos debateram ainda as realidades e a missão episcopal e sacerdotal, e seu empenho pela paz no país, a justiça de transição e a corrupção da sociedade.

O comunicado se conclui com o pedido de considerar a ética no país: "A ética deve ser levada a sério se quisermos construir a nova Colômbia pós-conflito. O país deve ser construído sobre fundamentos éticos como honestidade, espirituais como o perdão e a reconciliação, e culturais como a cultura da vida, dos direitos humanos e a cidadania".

(Fides)

 

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Igreja no Mundo



Seul: abertas as Portas Santas nos santuários dos mártires coreanos

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Seul (RV) - A Arquidiocese de Seul abriu três Portas Santas no âmbito da celebração dos 150 anos do início da feroz perseguição anticristã conhecida como Byeong-in. A abertura das Portas Santas foi feita em três santuários dedicados aos primeiros mártires da Igreja católica coreana.

A iniciativa se insere no Ano dedicado à celebração do martírio proclamado pelo arcebispo de Seul, Cardeal Andrew Yeom Soo-jung.

Na homilia, o purpurado disse: “Se olharmos para os mártires de 150 anos atrás, reconheceremos que a nossa fé é menos forte do que a deles. O Senhor nos ajude a seguir o exemplo dos nossos predecessores na fé”.

A grande perseguição Byeong-in teve início por ordem do reino coreano em 23 de fevereiro de 1866. Assustados com a mensagem cristã, que prega a igualdade entre os homens e, por conseguinte, contradiz o ensino confuciano, os líderes coreanos da época ordenaram uma espécie de operação pente-fino em todo o território contra os católicos.

Cerca de nove mil pessoas – aproximadamente a metade de toda a população católica da época – morreram de morte violenta por ordem do rei.

No mesmo dia, 150 anos depois, foram abertas as Portas Santas nos três santuários arquidiocesanos dedicados à memória dos mártires. O Mausoléu de Jeoldusan; o Santuário de Saenamteo; a Igreja Católica de Yakhyeon.

Segundo o Departamento de Comunicações da Arquidiocese de Seul, as cerimônias de abertura das Portas Santas tiveram cerca de dois mil fiéis em cada santuário.

Por sua vez, o Cardeal de Seul abriu o Ano dedicado à memória dos mártires na Catedral Myeongdong, no coração da capital: “Se olharmos para os católicos de 150 anos atrás, a nossa fé hoje parece mais fraca, apesar da liberdade religiosa que temos. Por isso, devemos recordar nossos predecessores, que conservaram a fé e continuaram crendo, mesmo nas situações mais dolorosas”.

É importante , concluiu o Cardeal Yeom, “meditar sobre esse exemplo. Não podemos seguir adiante sem refletir sobre o nosso passado. O Senhor nos ajude a seguir o exemplo dos mártires, e a viver uma vida a serviço dos outros”. (RL)

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Formação



Jovens consagrados, homens e mulheres da cultura do encontro

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Cidade do Vaticano (RV) – Muitos consagrados brasileiros participaram dos eventos do encerramento do Ano da Vida Consagrada, no início de fevereiro.

 

Eles tiveram a oportunidade de encontrar o Papa mais de uma vez. Em uma Audiência na Sala Paulo VI, puderam ouvir Francisco deixar de lado o discurso pronto, falar daquilo que lhe vinha ao coração, para refletir sobre profecia da obediência, a proximidade e a esperança.

Na Basílica Vaticana, escutaram do Papa que os consagrados são “homens e mulheres de encontro”.  A Cultura do Encontro, que Francisco tem promovido desde o início do seu Pontificado contra Cultura do Descarte, se alicerça no Evangelho.

O jovem padre Wellington Silva, missionário redentorista, conversou com a Rádio Vaticano. Para ele, o Evangelho abarca a profecia e a esperança, tema que motivou o Ano da Vida Consagrada.

“Quem conhece o Evangelho reconhece a Jesus, busca ser profeta como Ele foi e passa a ser um semeador de esperança no coração das pessoas, em um mundo que se fecha às realidades do outro”, afirmou padre Wellington.  (RV)

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A Missão Continental na realidade eclesial da Diocese de Quixadá

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, voltamos ao nosso quadro semanal “O Brasil na Missão Continental”. Nesta edição continuamos dando voz aos nossos pastores, à frente de nossas Igrejas espalhadas por todo o Brasil. Hoje vamos ao nordeste, mais precisamente à Diocese de Quixadá.

Quem nos fala sobre a Missão Continental nesta diocese cearense é o seu bispo, Dom Ângelo Pignoli, à frente desta Igreja particular desde janeiro de 2007. Vamos ouvir: 

(RL)

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