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Sumario del 07/03/2016

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Pe. Ermes Ronchi: a Igreja se doe e viva para os outros

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Ariccia (RV) - Segundo dia de exercícios espirituais para o Papa e a Cúria Romana na Casa do Divino Mestre de Ariccia, nas proximidades de Roma. As perguntas do Evangelho encontram-se no centro das meditações quaresmais, propostas por Pe. Ermes Ronchi, dos Servos de Maria.

As meditações da parte da tarde desta segunda-feira partiram do texto de Mateus: “Vós sois o dal da terra. Mas se o sal perde sabor com o que se tornará salgado?”

Desde o mundo antigo o sal era elemento precioso e denso de significados, mas sempre símbolo da conservação daquilo que vale e merece durar, como se dá em relação aos alimentos.

Os discípulos como o sal, afirmou Pe. Ermes Ronchi, preservam aquilo que alimenta a vida na terra, a Palavra de Deus, o Evangelho que, penetrando nas coisas fazem-na durar.

Sal da terra e luz do mundo, diz Jesus no Evangelho. A humildade do sal e da luz é modelo para a Igreja e os discípulos:

“Eis a humildade do sal e da luz. Que não atraem a atenção sobre si, não se colocam no centro, mas valorizam aquilo que encontram. Assim a humildade da Igreja, dos discípulos do Senhor, que não devem dirigir a atenção para si, mas para o pão e a casa, para o enorme acampamento dos homens, para a fome destes por vezes tão grande que para eles Deus não pode ter outra forma senão de um pão.”

Como a luz, também nós devemos ter olhares luminosos explicou Pe. Ronchi, que quando se voltam para as pessoas evidenciam tudo aquilo que há de mais bonito no homem, e como o sal, também nós não devemos ter valor senão no encontro:

“Observemos o sal. Enquanto permanece em sua confecção, fechado numa gaveta da cozinha não serve para nada. Sua finalidade é sair e perder-se para melhorar as coisas. Doa-se e desaparece. Igreja que se doa, se dissolve, que acende, que vive para os outros… se me fecho no meu eu, mesmo se sou adornado de todas as virtudes mais bonitas, e não participo da existência dos outros, como o sal e a luz, se não sou sensível e não me abro, posso ser desprovido de pecados, no entanto, vivo numa situação de pecado. Sal e luz não têm a finalidade de perpetuar a si mesmos, mas de difundir-se. Assim é a Igreja: não um fim, mas um meio para tornar a vida das pessoas melhor e mais bonita.

“Somos sal que perdeu o sabor se não somos pessoas resolutas, se não nos libertamos de máscaras e medos. As pessoas querem colher do discípulo de Jesus fragmentos de vida, não fragmentos de pensamento ou de doutrina.

O pregador dos exercícios espirituais ao Papa e à Cúria Romana recordou também a grande confiança de Deus nos homens: “Jesus não diz “esforcem-se para tornar-se luz, para ter sabor”, mas “saibam que já se tornaram” tais. A luz é o “dom natural de quem respirou Deus” e “ter um sabor de vida é o dom de quem habitou o Evangelho”. (RL)

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"Fé e medo" disputam o coração do homem

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Ariccia (RV) – Prosseguem, em Ariccia, nas proximidades de Roma, os exercícios espirituais do Papa com seus colaboradores da Cúria Romana. Depois da primeira meditação, domingo (06/03), na chegada, esta manhã o pregador, Padre Ermes Ronchi, propôs como tema o trecho evangélico de Marcos “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?”.  

O medo é a falta de confiança em Deus

“Medo e fé” – afirmou o religioso servita – são “os antagonistas que disputam eternamente o coração do homem. A Palavra de Deus, do início ao fim da Bíblia, conforta e insiste: não temeis, não tenhais medo!”. “O medo não é tanto a falta de coragem, mas a falta de confiança. O medo de Deus é porque temos uma imagem errada Dele, como Adão e Eva que creem num “Deus que tira e não num Deus que ama”:

“Creem num Deus que rouba liberdade, ao invés de dar possibilidades; creem num Deus a quem interessa mais a lei do que a alegria de seus filhos; num Deus que julga, do qual fugir e não correr atrás; um Deus, no fundo, de quem não se deve confiar. O primeiro de todos os pecados é o pecado contra a fé”.

Deus não nos salva da cruz, mas na cruz

Citando o teólogo luterano alemão Bonhoeffer, Padre Ronchi disse que “Deus não salva do sofrimento, mas no sofrimento, não protege da dor, mas na dor, não salva da cruz, mas na cruz. Deus não traz a solução de nossos problemas, traz a si mesmo e doando-se, nos da tudo. Pensávamos que o Evangelho resolveria os problemas do mundo ou pelo menos reduziria as violências e as crises da história, mas não é assim. Ao contrário, o Evangelho trouxe consigo a negação, as perseguições e outras cruzes; por exemplo, pensemos nas 4 religiosas mortas em Aden”.

“Jesus – observou o pregador – nos ensina que existe um único modo para derrotar o medo: a fé!. E a missão da Igreja, também em seu interno – é liberar do medo que nos leva a vestir máscaras diferentes com os nossos parentes, colegas e superiores. Quem transmite a fé deve educar a não ter medo, não incutir medo e libertar do medo":

A Igreja e a fé mesclada com o medo

“Por muito tempo, a Igreja transmitiu uma fé mesclada de medo, que rodava ao redor do paradigma culpa/ castigo, e não do florescimento/plenitude. O medo nasceu em Adão porque ele não soube imaginar a misericórdia e seu fruto, que é a alegria. O medo, por sua vez, produz um cristianismo triste, um Deus sem alegria. Libertar do medo significa trabalhar para retirar o véu de medo do coração de tantas pessoas: o medo do outro, o medo do estrangeiro. Passar da hostilidade, que pode ser instintiva, à hospitalidade; da xenofobia à xenofilia... e libertar os fiéis do medo de Deus, ser anjos que libertam do medo”. 

(CM)

 

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Exercícios espirituais: Deus é alegria, não deixamos que morra nas igrejas

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Ariccia (RV) – Segundo dia de exercícios espirituais para o Papa e a Cúria Romana. O retiro quaresmal teve início na tarde de domingo (06/03), na Casa do Divino Mestre de Ariccia. Este ano, as meditações são guiadas pelo sacerdote Ermes Ronchi, da Ordem dos Servos de Maria. 

Cerca de sessenta membros da Cúria Romana, entre responsáveis de dicastérios, bispos e cardeais, estão refletindo sobre as “Perguntas abertas do Evangelho”, eixo central das meditações. A primeira pergunta foi extraída do Evangelho de João “Jesus vol­tou-se para trás e, vendo que eles o seguiam, perguntou-lhes: “Que procurais?”  (Jo, 1, 38)

"A proposta para esses dias juntos – disse o padre servita - é deter-nos à escuta de um Deus de perguntas: não mais interrogar o Senhor, mas deixar-se interrogar por Ele. E ao invés de correr logo em busca da resposta, parar para viver bem as perguntas, as abertas perguntas do Evangelho. Amar as perguntas, estas já são revelação". "As perguntas são (...) o outro nome da conversão", afirmou.

Mais questionamentos, menos afirmações

"Jesus – disse padre Ronchi – educa à fé mais por meio de questionamentos do que de afirmações". Os quatro evangelhos – prosseguiu – trazem mais de 220 perguntas do Senhor: “A pergunta é a comunicação não violenta, que não emudece o outro, mas propõe o diálogo, o envolve e, ao mesmo tempo, o deixa livre. O próprio Jesus é uma interrogação. A sua vida e a sua morte nos interpelam sobre o sentido último das coisas, nos interrogam sobre aquilo que faz feliz a vida. E a resposta ainda é Ele”.

Padre Ronchi prosseguiu recordando que Jesus não nos pede renúncias ou sacrifícios, mas pede em primeiro lugar para entrar em nosso coração, para compreender aquilo que mais desejo, aquilo que me faz feliz. Buscar a felicidade é buscar Deus e “a paixão por Deus nasce da descoberta da beleza de Cristo. Deus me atrai não porque é onipotente, não me seduz porque é eterno ou perfeito”, mas “me seduz com a face e a história de Cristo, o homem da vida bela e beata, amor e livre como ninguém. Ele é a boa nova que diz: é possível viver melhor, para todos. E o Evangelho possui a chave para isso”.

O nome de Deus é alegria

A fé é buscar “um Deus sensível ao coração, que faz feliz o coração, cujo nome é alegria, liberdade e plenitude. Deus é belo. Cabe a nós anunciar um Deus belo, desejável e interessante”. Talvez – acrescentou - “tenhamos empobrecido a face de Deus, às vezes o reduzimos em miséria, relegado a revistar no passado e no pecado do homem. Talvez um Deus que se venera e se adora, mas não aquele envolvido e envolvente, que ri e brinca com os seus filhos”.

Deus pode morrer de tédio em nossas igrejas

“Todo homem – concluiu Padre Ermes Ronchi – busca um Deus envolvente. Deus pode morrer de tédio nas nossas igrejas. É preciso restituir sua face solar, um Deus a ser saboreado, desejável. Será como beber nas fontes da luz, na beira do infinito. O que buscam? Por quem vocês caminham? Busco um Deus desejável, caminho por alguém que faz feliz o coração”. 

(BF)

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Três anos com o Papa Francisco

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Roma (RV) - Uma maratona de oração de 24 horas, em Roma, por ocasião do terceiro ano de pontificado do Papa Francisco. Esta é a iniciativa que se realizará na Igreja de São Lourenço, a poucos metros da Praça S. Pedro. O Pontífice foi eleito em 13 de março de 2013. 

“Três anos com o Papa Francisco” se realizará no sábado, 12 de março, às 22h com a adoração eucarística. A seguir, haverá a missa às 23h, que dará início oficial à “maratona” de oração, que se concluirá a meia-noite do dia sucessivo. A particularidade do evento, no ano do Jubileu da Misericórdia, é a possibilidade de confissão durante toda a vigília, com sacerdotes que se alternarão para conceder o perdão do Senhor.

Além da oração ininterrupta, estão programados outros eventos, como a participação no Angelus dominical com o papa Francisco na Praça S. Pedro, o terço recitado pelas crianças marcado para as 14h e um jantar com os sem-teto às 20h30.

“Convidamos com alegria todos os jovens, os grupos de oração, associações ou ordens religiosas a participarem conosco deste momento de oração pelo Sumo Pontífice e pelo bem de toda a Igreja!”, afirmam os jovens organizadores da iniciativa.  “Um evento promovido para confiar a Jesus o pontificado e a vida do  Santo Padre como ele mesmo nos pede em cada ocasião: 'Rezem por mim!'. Esta é a nossa resposta do coração”. Cerca de 20 movimentos e ordens já confirmaram sua participação.

A Igreja de São Lourenço há 33 anos é a guardiã da Cruz original que João Paulo II doou aos jovens por ocasião da primeira Jornada Mundial da Juventude em 1983.

(BF)

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Com Francisco, de uma sinodalidade da cátedra a uma sinodalidade do caminho

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Cidade do Vaticano (RV) - Três anos com o Papa Francisco. Celebra-se no próximo domingo, 13 de março, o terceiro aniversário da eleição de Jorge Mario Bergoglio à Cátedra de Pedro. Também este terceiro ano de Pontificado foi vivido por Francisco com grande intensidade. Do Sínodo sobre a Família à Carta encíclica “Laudato si”, das viagens apostólicas ao Jubileu extraordinário da Misericórdia, o Santo Padre prossegue no caminho traçado desde a tarde de sua eleição: um pastor que caminha com o povo rumo ao encontro com o Senhor. A Rádio Vaticano ouviu o arcebispo de Campobasso-Bojano – sul da Itália –, Dom Giancarlo Maria Bregantini, que foi anfitrião do Papa na visita de Francisco em 5 de julho de 2014 a esta arquidiocese da região italiana do Molise. Eis o que disse:

Dom Giancarlo Maria Bregantini:- “Apreciei imensamente a ‘Laudato si’; sinto que este é um documento de grandíssimo valor e, ao mesmo tempo, a afirmação sempre maior “Evangelii gaudium”, inclusive após seu magistral pronunciamento em Florença, no Congresso Eclesial Nacional. Ademais, no dia a dia, a maravilhosa experiência da misericórdia que entra no quotidiano e que este domingo revivemos plenamente com a parábola do Pai misericordioso e dissemos: ‘Obrigado a este Papa, que nos mostrou que não é uma parábola antiga, mas é uma parábola de hoje’. Outro elemento, o terceiro, é a experiência de suas viagens.”

RV: A misericórdia é, de certo modo, a lente através da qual podemos olhar toda a ação de Francisco?

Dom Giancarlo Maria Bregantini:- “Sim, com certeza. Sentimos a lente que obviamente não é gélida, fria, mas é o calor do sol que aquece o mundo de hoje. Se não tivéssemos a Misericórdia, como poderíamos encarar o tema da Líbia, da Síria e as dinâmicas tão complicadas da Europa para qual hoje rezamos que não se levantem os muros, mas se comece a raciocinar em termos de misericórdia!”

RV: O Papa Francisco costuma reiterar a necessidade de uma Igreja sinodal, uma Igreja que viva ‘a beleza do caminhar juntos’. A seu ver, quais efeitos esta visão do Papa poderá ter na vida da Igreja?

Dom Giancarlo Maria Bregantini:- “Creio que terá um grande efeito, nós o estamos preparando aqui na arquidiocese. O encorajamento que ele nos deu, sobretudo a modalidade – que não seja propriamente um documento, um estudo ad hoc – com a qual entrar em sintonia entre os sacerdotes, com os fiéis, com os pobres, com a Criação, é uma sinodalidade alargada: passou, com seu apelo, de uma sinodalidade da cátedra a uma sinodalidade ‘do caminho’, como realmente indica sua palavra originária. Isso restituiu ao evento do Sínodo nas dioceses não mais algo de gigantesco que produz grandes volumes, mas aquele sorriso, aquela carícia, aquele acompanhar do qual precisamos. Aí retorna a palavra exortar, a exortação: não é possível acompanhar sem a palavra exortar, e exortar produz o acompanhar. Um dos sinais que terá um impacto crescente é a reforma do tribunal diocesano para a verificação da nulidade das causas matrimoniais. É uma modalidade de abordagem inovadora entre os fiéis e o bispo, entre as famílias e a comunidade, entre as feridas e quem as cura. Sente interiormente que a misericórdia aí se torna realmente, também juridicamente, um rosto novo: Misericordiae vultus”. (RL) 

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Reunida Fundação caritativa do Papa para países do Sahel

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Cidade do Vaticano (RV) – A reunião anual do Conselho Administrativo da Fundação João Paulo II para o Sahel se inicia nesta segunda-feira (07/11) em Dacar, no Senegal. A Fundação depende do Pontifício Conselho Cor Unum (encarregada da caridade) desde sua criação, em 1984.

 

Até sexta-feira (11/03), a reunião examinará e decidirá os projetos que deve financiar. Em 2015, foram subvencionados 91 projetos, num total de quase 1 milhão de dólares.

O bispo brasileiro Dom Pedro Zilli é membro da Fundação

Os membros do Conselho Administrativo da Fundação são bispos do Sahel: Burquina Fasso, Cabo Verde, Gâmbia, Mali, Mauritânia, Níger, Senegal, Chade e Guiné-Bissau. Deste país, o representante é o bispo de Bafatá, o brasileiro Dom Pedro Carlos Zilli.

A Fundação promove projetos contra a desertificação, gestão e desenvolvimento de unidades agrícolas, energias renováveis e purificação das águas. Também oferece recursos para a formação de pessoal especializado em seus próprios países.

No curso dos anos, a Fundação se tornou um instrumento de diálogo inter-religioso: a maioria de seus beneficiários pertence hoje à religião muçulmana.

Escassez de recursos e violência na área

O Sahel é uma das regiões mais pobres do planeta: 100 milhões de habitantes, 24 dos quais em condições de precariedade nutricional; 6 milhões de crianças menores de 5 anos desnutridas. Os recursos hídricos são cada vez mais escassos: o aquífero que alimenta cerca de 2,5 milhões de pessoas entre Nigéria, Camarões, Níger e Chade teve a superfície reduzida em 80% nos últimos 50 anos. Além disso, a área é alvo de grupos terroristas que ali instalaram campos de treinamento e praticam violência contra a população.

Os maiores financiadores da Fundação João Paulo II para o Sahel são as Conferências Episcopais da Alemanha e da Itália. 

(CM)

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A RV com o Papa na Semana Santa. Confira nossa programação

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco presidirá publicamente as seguintes cerimônias, em março. Os horários referem-se ao de Brasília.

Sexta-feira, 4, Basílica Vaticana

Celebração penitencial, a partir das 12h55

Domingo, 20, Praça São Pedro

Santa Missa de Domingo de Ramos, a partir das 5h25

Quinta-feira, 24, local a ser definido

Santa Missa da Ceia do Senhor e rito do Lava Pés, a partir das 12h55

Sexta-feira, 25, Basílica Vaticana

Celebração da Paixão do Senhor, a partir de 12h55

Sexta-feira, 25, Coliseu

Via Sacra, a partir de 17h05

Sábado, 26, Basílica Vaticana

Vigília Pascal na Noite Santa, a partir das 16h25

Domingo, 27, Praça São Pedro

Santa Missa de Páscoa e Bênção Urbi et Orbi, a partir das 5h05

O Programa Brasileiro transmitirá todos os eventos integralmente e ao vivo, com comentários em português. As cerimônias podem ser acompanhadas por Rádio, TV e Player. 

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Papa: greco-católicos ucranianos exemplo de fidelidade nas tribulações

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Cidade do Vaticano (RV) - Gratidão e reconhecimento à Igreja greco-católica ucraniana que, nas tribulações, manteve-se sempre fiel à Igreja e ao Sucessor de Pedro. É o que escreve o Papa Francisco em uma mensagem à Sua Beatitude Sviatoslav Shevchuk, Arcebispo-Mor de Kiev-Halyč por ocasião da triste comemoração dos 70 anos do pseudo-sínodo de Lviv, que, em 1946, colocou na ilegalidade a Igreja greco-católica ucraniana. O Arcebispo Shevchuk foi recebido sábado, no Vaticano, pelo Papa junto com os membros do Sínodo Permanente da Igreja greco-católica ucraniana.

“Setenta anos atrás, – disse o Papa Francisco na sua mensagem aos greco-católicos ucranianos - o contexto ideológico e político, bem como as ideias contrárias à própria existência da sua Igreja, levaram à organização de um pseudo-Sínodo em Lviv, provocando nos Pastores e nos fiéis décadas de sofrimento”. Na triste “recordação desses eventos”, continua o Papa, “inclinamos nossas cabeças com profunda gratidão àqueles que, também à custa de tribulações e até mesmo do martírio, no decorrer do tempo testemunharam a fé, vivida com dedicação na sua igreja e em união indefectível com o Sucessor de Pedro”.

Reconhecimento aos greco-católicos ucranianos pela sua fidelidade

Ao mesmo tempo, escreve o Papa, “com os olhos iluminados pela mesma fé, olhamos para o Senhor Jesus Cristo, colocando n’Ele, e não na justiça humana, toda a nossa esperança. Ele é a verdadeira fonte de nossa confiança para o presente e para o futuro, pois temos certeza de que somos chamados a anunciar o Evangelho também em meio a quaisquer sofrimentos ou dificuldades”. Francisco, então expressa “profunda gratidão” pela fidelidade dos greco-católicos ucranianos e encoraja-os a serem “testemunhas incansáveis daquela esperança que faz com que torne mais luminosa a nossa existência e de todos os irmãos e irmãs em torno a nós”.

Solidariedade a pastores e fiéis em tempo de guerra e tribulações

O Papa também renova a sua “solidariedade aos Pastores e fiéis por aquilo que eles estão fazendo neste momento difícil, marcado pelas dificuldades da guerra, para aliviar os sofrimentos da população e buscar os caminhos da paz para a querida terra ucraniana”. “No Senhor - conclui - estão a nossa coragem e a nossa alegria. É a ele a quem me dirijo, por intercessão da Bem-Aventurada Virgem Maria e dos mártires da sua Igreja, para que a consolação divina ilumine os rostos de suas comunidades na Ucrânia e em outras partes do mundo”. (SP)

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Igreja na América Latina



Bispos mexicanos: investir na educação dos jovens contra a violência

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Cidade do México (RV) - Misericórdia, não vingança. Construir, não destruir. Dois bispos mexicanos voltam a denunciar o clima de violência que se respira no país. “O mundo de hoje não nos leva a cultivar a misericórdia”, afirmam os prelados, citados pelo jornal vaticano L’Osservatore Romano.

“Pelo contrário, leva-nos a ser juízes e executores enérgicos, de modo que a violência é resolvida com uma ação ainda mais violenta, e isso é arrogância e prepotência. Assim, com estes critérios, o mundo humano está se tornando selvagem”, observam.

Misericórdia não é fraqueza

O bispo de Tehuacán, Dom Rodrigo Aguilar Martínez, num breve colóquio com a imprensa local, usou estas palavras para expressar seu pensamento diante de dois violentos assassinatos ocorridos no território de sua diocese: o linchamento de um homem na localidade Aquiles Serdán, no município de Chapulco, no Estado de Puebla, e o assassinato de outra pessoa em Palmar de Bravo.

Comentando estes dramáticos eventos, Dom Aguilar Martínez ressaltou que “a misericórdia é considerada uma fraqueza”. O agressor “sempre considera agir de modo justo e da melhor maneira possível para resolver o problema”.

É preciso uma mudança cultural

O bispo quis expressar seu pesar por tantos outros casos de violência verificados em sua diocese, o que ocorreu dias atrás em Tehuacán, onde um grupo de pessoas agrediu um jovem de forma brutal por motivos fúteis.

Para mudar este clima de violência, que acaba sendo visto como se fosse a “normalidade”, é preciso uma mudança cultural e intervir na educação dos jovens.

Propriamente por isso está suscitando preocupação também o fenômeno dos chamados “narcocorridos”, que promovem, sobretudo entre os mais jovens, músicas cujos textos incitam à criminalidade.

Alarme pelos “nacocorridos”, músicas que incitam à criminalidade

O bispo de Terreón, Dom José Guadalupe Galván Galindo, pronunciou-se sobre este fenômeno. Para o prelado “é preciso saber construir e não destruir” e “este tipo de música que agora faz sucesso influenciará o estado de ânimo de muitos adolescentes. Se estes ouvem os ‘narcocorridos’, buscarão seguir estas pessoas em suas ações ilícitas”.

Dom Galván Galindo está apoiando a iniciativa do governador do Estado de Coahuila de Zaragoza de proibir a distribuição e a promoção destas músicas que, no estilo narrativo, recorrem a um gênero particularmente popular no México.

Enquanto originalmente os textos faziam referência a situações positivas e jocosas, agora exaltam atividades ilícitas e eventos ligados a ações criminosas, como o tráfico de drogas, que são apresentadas como ações dignas de serem imitadas. (L’Osservatore Romano / RL)

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Igreja no Mundo



JMJ de Cracóvia: presença de 5 jovens de Gaza

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Jerusalém (RV) - Haverá também 5 jovens de Gaza, três católicos e dois ortodoxos, entre os participantes da próxima Jornada Mundial da Juventude, que se realizará em Cracóvia, Polônia, de 25 a 31 julho de 2016. Quem confirmou à Agência Sir é o Padre Mario da Silva, pároco brasileiro da paróquia latina da Sagrada Família, a única da Faixa de Gaza, um “pequeno rebanho” formado por pouco mais de 130 católicos. No entanto, adverte o religioso, “tudo é deixado à decisão das autoridades israelense, se nos darão ou não a permissão para sair de Gaza. Se isso acontecesse, e rezamos todos os dias por esta intenção, seria a primeira vez que o jovens cristãos “gazawi” participam de uma JMJ”.

Testemunhas do sofrimento

Para estes jovens, diz o sacerdote, “seria uma importante oportunidade de crescimento e conhecimento, eles que nunca saíram a Faixa de Gaza. Eles poderão testemunhar seu sofrimento. Esta participação seria um grande presente para todos os cristãos de Gaza”. De acordo com Dom William Shomali, Vigário geral do Patriarcado Latino de Jerusalém, que irá acompanhar o grupo a Cracóvia, “chegaremos facilmente a mais de 600 participantes, embaixadores de misericórdia da terra de Jesus. Aos jovens palestinos, de diversos ritos presentes na Terra Santa, se acrescentarão outros de Israel e Jordânia, além daqueles do Caminho Neocatecumenal da Galiléia. Em Cracóvia, estarão presentes jovens de todas as Igrejas”.

No programa, visita ao campo de Auschwitz
Os jovens da Terra Santa aos participantes da JMJ também vão visitar o campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau, como confirmou à SIR o pároco da aldeia cristã de Beit Sahour, Padre Iyad Twal: “será um momento importante para os nossos jovens. Naquela ocasião, vamos enfatizar toda a nossa oposição ao mal, ao sofrimento, à dor, à injustiça e todo o nosso apoio à vida, ao direito, à justiça, à liberdade para todas as pessoas, sem qualquer distinção. Somos contra o mal e a guerra, e a favor da paz. Nós também temos o direito à nossa independência e liberdade. A memória do passado deve servir para construir um presente e um futuro melhor e mais justo para toda a humanidade”. (SP)

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Formação



Voluntariado na África: a experiência de um jovem médico italiano

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Cidade do Vaticano (RV) – “Os doentes não têm religião”. A afirmação é do médico cirurgião italiano Salvatore Guarino que, após três voluntariados no Djibuti, diz ter “operado mais em 6 meses ali do que em 6 anos na Itália”.

 

“Operativamente falando, para mim era um carrossel. Fazia 10 intervenções por dia”, disse.

O Djibuti é um ponto nevrálgico para as estratégias políticas e econômicas do Ocidente. Posicionado na entrada do Mar Vermelho, é um centro de combate ao terrorismo. Última colônia francesa a obter a independência, ainda hoje abriga uma base da França e, mais recentemente, dos EUA. Apesar da presença ocidental, mais de 95% da população é muçulmana e a presença dos extremistas islâmicos do Al Shabaab é uma ameaça latente.  

Neste contexto de ausência ou inexistência de estruturas sanitárias, aos 35 anos Salvatore pode dizer ter vivido na pele as dificuldades de um dos países mais pobres da África na realidade do único hospital italiano no país do Chifre da África.

Diante da doença, diante do cirurgião, aliás, aprecia ainda mais o cirurgião cristão a quem não importa se o doente é muçulmano, hindu ou judeu, mas vai lá para curar, operar, sem distinções. Eles são ainda mais gratos. Dizem: como é possível que tu venhas da Europa, branco e cristão, e estás aqui me operando, eu que sou negro, africano, muçulmano e faz tudo isso sem tampouco ser retribuído. Eles, então, constroem um mito em torno da figura do médico que te transforma em algo similar a um dos seus deuses”, explicou.

Mesmo tendo ficado 20 dias sem tomar um banho “de verdade”, Salvatore diz que gostaria de fazer um novo voluntariado na África e incentiva jovens médicos a viverem tal experiência. Contudo, alerta para o momento em que utopia de um trabalho voluntário na África se dissolve diante da cruel realidade.

“Há momentos em que percebes que és impotente diante de certas coisas. Por exemplo: havia duas crianças que morreram sem sequer serem operadas por um quadro médico estúpido. Um quadro que na Europa seria tratado com uma dose de antibiótico. Mas lá não tinha esse antibiótico e as crianças morreram. E esta é uma frustração. Pensas: não há médicos para operar, não há sala operatória, ok. Mas não tem o antibiótico e a criança morreu por decorrência de perfuração de tifo, algo que na Europa não aconteceria jamais. É uma sensação de impotência que te destrói”.

- Voltarias?

Sim, voltaria. Voltarei!

(RB)

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Pequenas comunidades: um povo que partilha a própria vida e cresce na fé

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, voltamos ao nosso quadro semanal “O Brasil na Missão Continental”. Continuamos com a participação do bispo da Diocese de Quixadá, Dom Ângelo Pignoli, há 9 anos à frente desta Igreja particular do Ceará. 

Originário de Cappella di Picenardi, província italiana de Cremona – região da Lombardia –, Dom Pignoli chegou ao Brasil quando tinha apenas 14 anos. Foi ordenado padre em março de 1976, e como sacerdote do clero da Diocese de Franca, SP, em 2007 foi nomeado bispo de Quixadá.

Na edição passada Dom Ângelo falou-nos sobre como se tem vivido a experiência da “Missão Continental” em sua diocese. Hoje, ele nos fala sobre a realidade da “paróquia enquanto rede de comunidades” – um dos temas da Conferência de Aparecida.

Fala-nos de uma realidade difícil em sua diocese: “agregadas a uma paróquia de 20 mil ou até 50 mil habitantes, temos 40 ou 50 pequenas comunidades”, afirma. O bispo de Quixadá diz tratar-se de localidades do interior com estradas de difícil acesso, o que dificulta o atendimento destas comunidades, dificuldade esta que se junta ao escasso número de sacerdotes e de agentes de pastoral, e diz que a diocese tem procurado trabalhar a preparação destes.

Dom Pignoli afirma não tratar-se propriamente de rede de comunidades como se verifica em realidades mais favoráveis, mas, contudo, “é um povo que se reúne, celebra, partilha a própria vida, que cresce na fé”. Vamos ouvir. (RL)

Ouça clicando acima

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