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Sumario del 08/03/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Pe. Ronchi: Jesus não é moralista, somos nós que moralizamos o Evangelho

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Ariccia (RV) - “Jesus não é um moralista. Somos nós que moralizamos o Evangelho.” Foi o que disse, na tarde desta terça-feira (08/03), o Pe. Ermes Ronchi na quinta meditação dos Exercícios espirituais para o Papa Francisco e a Cúria Romana, em andamento na Casa ‘Divino Mestre’, em Ariccia.
 
No Dia Internacional da Mulher o religioso recordou que no Evangelho muitas mulheres seguiam e serviam Jesus, lamentando a presença somente de homens no encontro.

“O Evangelho não é moralista”, sublinhou Pe. Ronchi partindo da passagem do Evangelho em que Jesus que tinha sido convidado à  casa de Simão, o fariseu, rompe toda convenção e deixa que uma mulher, por todos considerada pecadora, chore aos seus pés, os enxugue com os seus cabelos, beijando-os e ungindo-os com óleo perfumado. Diante desta surpresa de Simão, Jesus adverte: “Olha esta mulher”, de pecadora se torna “a perdoada que tanto amou”.

“No jantar na casa de Simão, o fariseu, começa um conflito surpreendente: o pio e a prostituta; o potente e a sem nome, a lei e o perfume, a regra e o amor em confronto. O erro de Simão foi o olhar que julga.”
“Jesus durante toda a vida ensinará o olhar que não julga, que inclui, o olhar misericordioso”.

“Simão coloca no centro da relação entre homem e Deus o pecado, o faz o eixo da religião”. 

“É o erro dos moralistas de todas as épocas, dos fariseus de sempre. Jesus não é moralista. Coloca no centro a pessoa com suas lágrimas e sorrisos, a sua carne dolorida ou exultante, e não a lei.”

“No Evangelho encontramos com mais frequência a palavra pobre do que a palavra pecador”, disse Pe. Ronchi.
“Adão é pobre antes que pecador; somos frágeis e custódios de lágrimas, prisioneiros de mil limites, antes que culpados. Somos nós que moralizamos o Evangelho”.

“No princípio não era assim: Pe. Vannucci diz isso muito bem. O Evangelho não é uma moral, mas uma libertação que abala e nos leva para fora do paradigma do pecado para nos conduzir para dentro do paradigma da plenitude, da vida em plenitude”.

Simão, o moralista, olha o passado da mulher, vê “uma história de transgressões”, “enquanto Jesus”, explicou Pe. Ronchi, “vê o muito amor de hoje e de amanhã”. 

“Jesus não ignora quem é, não faz de conta de não saber, mas a acolhe com as suas feridas e sobretudo com a sua centelha de luz, que Ele faz brotar”.

“No centro da cena deveria estar Simão pio e potente, e ao invés, o centro é ocupado pela mulher”.
“Somente Jesus é capaz de fazer esta mudança de perspectiva, de dar espaço aos últimos. Jesus muda o foco, o ponto de vista do pecado da mulher às faltas de Simão, o desestrutura, o coloca em dificuldade como fará com os acusadores da adúltera no templo”.

“Se Jesus perguntasse também a mim”, disse sorrindo Pe. Ronchi, “você vê esta mulher? Eu deveria responder: Não Senhor, aqui vejo somente homens”.

“Não é muito normal este reconhecer. Devemos tomar nota de um vazio que não corresponde à realidade da humanidade e da Igreja.”

“Não era assim no Evangelho” onde muitas mulheres seguiam e serviam Jesus, mas “no nosso séquito não as vejo”, disse Pe. Ronchi.

“O que nos faz tanto medo que temos de tomar distâncias desta mulher e das outras? Jesus era soberanamente indiferente ao passado de uma pessoa, ao gênero de uma pessoa, não raciocina nunca por categorias ou estereótipos. Penso que também o Espírito Santo distribua os seus dons sem olhar para o gênero das pessoas.”

Jesus, marcado por aquela mulher que o comoveu, não a esquece: Na última ceia repetirá o gesto da pecadora desconhecida e apaixonada, lavará os pés de seus discípulos e os enxugará”.
“O homem quando ama realiza gestos divinos, Deus quando ama realiza gestos humanos, e o faz com coração de carne”.

“É muito fácil para nós quando somos confessores não ver as pessoas, com as suas necessidades e suas lágrimas, mas ver a norma aplicada ou infringida. Generalizar, colocar as pessoas dentro de uma categoria, classificar. Assim, alimentamos a dureza do coração, a esclerocardia, doença que Jesus mais temia. Tornamo-nos burocratas das regras e analfabetos do coração. Não encontramos a vida, mas somente o nosso preconceito.” (MJ)

 

 

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Meditação de Quaresma: Igreja não acenda os refletores sobre si

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Cidade do Vaticano (RV) - A Igreja saiba “colocar-se à parte” para que no seu anúncio faça brilhar sempre o rosto de Deus – não ela mesma. É a exortação feita pelo Padre Ermes Ronchi na quarta meditação dos exercícios espirituais que ele prega ao Papa Francisco e à Cúria Romana, na Casa “Divino Mestre”, em Ariccia. A inspiração da reflexão da manhã desta terça-feira (08/03), veio da passagem em que Pedro faz a sua profissão de fé em Cristo. 

A pergunta que Jesus faz aos discípulos ressoa no reparo do “lugar afastado” para onde o Mestre conduziu os discípulos. Por qualquer momento nada de reuniões e o barulho da multidão, mas somente “silêncio, solicitude e oração”. Somente um momento de intimidade “entre eles e entre eles e Deus”. E neste silêncio, aquela pergunta de Jesus que parece uma sondagem de opinião: “Mas quem dizeis vós que Eu sou?”.

O melhor negócio da minha vida

No silêncio análogo do retiro em Ariccia, Padre Ermes Ronchi coloca o Papa e sues colaboradores da Cúria diante da mesma solicitação. E, sobretudo, àquele “mas” que Jesus acrescenta, que percorre a alma: “Mas quem dizeis vós que Eu sou?”. Um modo para dizer aos seus – observa Padre Ronchi, de não se contentar daquilo que dizem as pessoas, porque “a fé não avança por ter ouvido falar”:

“A resposta que Jesus procura não são palavras. Ele procura pessoas. Não definições, mas envolvimentos: o que te aconteceu, quando me encontraste? Jesus é o mestre do coração, Jesus não dá lições, não sugere respostas, conduz com delicadeza a procurar dentro de nós. E eu gostaria de poder responder: te encontrar foi o melhor negócio da minha vida. Foste a melhor coisa que jamais me aconteceu”.

A fé caminha

“Quem sou eu para ti”? é uma pergunta de “enamorados”, diz o pregador dos exercícios. E o que surpreende é que Jesus “não doutrina ninguém”. Os discípulos não devem temer em dar respostas prontas àquela pergunta, “não há nenhum Credo a ser composto”, afirma Padre Ronchi. A Jesus interessa saber se os seus abriram o coração. Afirmar, como faz Pedro, que Cristo é “o filho do Deus Vivo” é uma verdade que tem sentido se Cristo “está vivo dentro de nós”.

“O nosso coração – diz ainda o pregador – pode ser o berço ou a sepultura de Deus”:

“Querem realmente saber algo sobre mim, diz Jesus, e ao mesmo tempo sobre vocês? Temos um compromisso: um homem na cruz. Um que é colocado no alto. Antes ainda, quinta-feira, o compromisso de Cristo será um outro: um que está em um lugar abaixo. Que pega um pano e se inclina para lavar os pés dos seus (...) Razão a Paulo: o cristianismo é escândalo e loucura. Agora entendemos quem é Jesus: é beijo a quem o trai. Não divide ninguém, divide a si mesmo. Não derrama o sangue de ninguém, derrama o seu sangue. Não sacrifica ninguém, sacrifica a si mesmo”.

“Refletores” em Cristo

Até o momento daquela pergunta feita no silêncio, o discípulos não tinham ainda entendido o que estava prestes a acontecer a seu Mestre. Por isso Jesus é rigoroso ao impor-lhes de não dizer nada a ninguém. “Um comando severo” que “chega a toda a Igreja”, destaca o pregador, “porque às vezes já pregamos um rosto deformado de Deus”.

Nós, eclesiásticos, nota Padre Ronchi, “parecemos todos iguais” – mesmos gestos, palavras, vestidos. Mas as pessoas se perguntam: “Diga-me a sua experiência de Deus”. E Cristo, prossegue, “não é aquilo que digo Dele mas aquilo que vivo Dele”. “Não somos nós o mediadores entre Deus e a humanidade, o verdadeiro mediador é Jesus”, conclui o pregador. Como João Batista, devemos preparar a estrada e “colocar-nos à parte”.

“Pensem na beleza de um igreja que não acende os refletores sobre ela mesma – como nestes dias aqui recolhidos – mas sobre um Outro. Temos ainda um caminho a percorrer. Diminuir (...) Jesus não diz “pegue a minha cruz”, mas a sua, cada um a sua (…) O sonho de Deus não é um cortejo sem medidas de homens, mulheres e crianças, cada um com a sua cruz sobre os ombros. Mas de pessoas encaminhadas em direção a uma vida boa, contente e criativa. Uma vida que tem um preço tenaz de compromisso e perseverança. Mas também um preço doce, de luz: no terceiro dia ressuscitará”.

(AC/RB)

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Pe. Lombardi: Francisco, líder crível

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Cidade do Vaticano (RV) - Celebra-se no próximo domingo, 13 de março, o terceiro aniversário da eleição de Jorge Mario Bergoglio à Cátedra de Pedro. A nossa emissora entrevistou o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, que faz um balanço do Pontificado, com atenção aos desafios que Francisco está enfrentando neste momento.

 

Pe. Lombardi: “Tenho a impressão de que a credibilidade do Papa cresce como mestre da Igreja e da humanidade, numa perspectiva global, porque durante este ano o Papa tocou quase todos os continentes. Está presente num horizonte global e trata com credibilidade as questões da humanidade e da Igreja de hoje. Fala sobre os temas da paz e da guerra que tocam realmente todos. Fala sobre os grandes temas da sociedade atual no contexto da globalização, ‘a cultura do descarte’, a justiça e a participação. Na Encíclica ‘Laudato si’ conseguiu dar uma visão global das perguntas urgentes e cruciais da humanidade de hoje e da humanidade de amanhã. Este é o aspecto que eu vejo, ou seja, que a humanidade olha ao Papa Francisco como uma pessoa que ajuda a encontrar a orientação, a encontrar mensagens de referência numa situação de grande incerteza. Um líder e mestre crível que fazendo o seu serviço, de caráter especificamente religioso e moral, dá uma ajuda eficaz. É ouvido pelos potentes da terra. Para ele, os potentes e pobres são igualmente importantes e necessários para olhar ao caminho da humanidade rumo ao amanhã.”

A misericórdia é o coração deste terceiro ano de Pontificado ou talvez de todo o ministério petrino de Francisco. Quais são os traços marcantes que o Papa está dando a este Jubileu?

Pe. Lombardi: “Efetivamente, acredito que este tema do anúncio do amor de Deus nesta palavra específica da misericórdia, este anúncio da presença e proximidade do amor de Deus seja a característica da mensagem e do serviço que o Papa Francisco dá à humanidade. Isto desde o início de seu Pontificado. Ele encontrou esta forma, vamos dizer, nova e original de um Jubileu que é um Jubileu espalhado pelo mundo. Não é um jubileu centralizado: Roma é como o coração natural do caminho da Igreja, mas a misericórdia de Deus pode ser encontrada passando pelas portas que se encontram em todos os lugares do mundo. As obras de misericórdia corporais e espirituais dão também concretude a esta atenção aos pobres, às periferias, às pessoas descartadas e objeto de marginalização aos quais o Papa sempre dedicou a sua atenção porque estão no coração de Cristo e do Evangelho. Com este Jubileu, estamos no coração espiritual deste Pontificado que é o Pontificado de uma espiritualidade que encarna, porque se traduz imediatamente em obras de caridade.”

No Angelus de 8 de novembro passado, Francisco disse que “Vatileaks 2” não tira a sua atenção do trabalho de reforma que prossegue com confiança. Por que para o Papa a reforma é tão importante?

Pe. Lombardi: “A reforma é uma tarefa permanente na Igreja, ‘Ecclesia semper reformanda’, isso porque ninguém pode pensar ser perfeitamente fiel ao Evangelho e suas exigências profundas. O Papa, vindo de longe, dá uma perspectiva nova e tem uma grande capacidade de ver todas as expectativas de renovação da Igreja e suas estruturas de governo em função da missão universal, e ir ao encontro das exigências da Igreja em várias partes do mundo. Esta é uma tarefa que o Papa sabe que lhe foi confiada pelos cardeais quando o elegeram Pontífice. Durante as congregações, antes do Conclave, disseram a ele e o Papa sabe disso, e o faz com uma perspectiva espiritual muito característica e importante para entender bem aquilo que faz; num clima de busca contínua de obediência ao Espírito Santo que o leva a enfrentar os problemas com espírito de obediência ao Evangelho, confiança, esperança e liberdade. Os Sínodos são característicos deste comportamento e ter enfrentado um tema central como o da família nos Sínodos mostra o desejo de ir com confiança e coragem ao coração das grandes questões pastorais da vida cristã, encarnada no cotidiano, deixando-se interpelar pelos problemas apresentados pelo tempo de hoje, mas sempre guiado pelo Evangelho.”

Também este ano, não obstante a grande popularidade, não faltaram críticas ao Papa, inclusive de ambientes católicos. Como o senhor explica isso?

Pe. Lombardi: “Explico simplesmente com o fato de que o caminhar em terrenos novos, buscar responder a questões que são colocadas com urgência por um mundo que está mudando, é algo que naturalmente provoca preocupação, temor e incerteza. Caminha-se num campo que, em muitos aspectos, é obscuro. Por isso, o mover-se com coragem, apoiando-se na fé e na esperança, na convicção de que o Espírito Santo acompanha a Igreja no colocar em prática a vontade de Deus no tempo novo, não é assim simples. Nisso, o Papa certamente é um mestre que nos guia, com coragem e realidade. Ele mesmo disse muitas vezes que ao colocar a Igreja a caminho ele não saiba com clareza total qual seria o ponto de chegada ou qual o desígnio global que deve ser alcançado. Não, ele sabe que se coloca a caminho, mas muitas vezes sem saber exatamente para onde. Essa é também a condição de Abraão, a condição do caminho na fé desde sempre.”

Dentre os vários momentos e imagens deste terceiro aniversário de Pontificado existe um que o senhor recorda com emoção particular?

Pe. Lombardi: “São muitos. É um Pontificado tão infinitamente rico de gestos concretos e imagens particulares que identificar um não sei, não sou capaz. Porém, existe uma categoria de experiências e também de imagens e gestos que considero característico: a atenção aos doentes, o abraçar os sofredores. O fato de que o Papa saiba manifestar de maneira concreta e livre, e com gestos físicos a sua proximidade é um sinal que deixa transparecer a proximidade de Deus. São gestos que falam realmente a toda a humanidade e nos toca profundamente. Somos imensamente gratos a ele.” (MJ)

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Busto de Bento XVI é vandalizado na Alemanha

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Cidade do Vaticano (RV) – Um busto em homenagem ao Papa emérito foi pichado de cor-de-rosa, no último domingo, em Traunstein, na Bávaria. 

A polícia disse não ter pistas dos vândalos tampouco da motivação do ataque à escultura de bronze, colocada diante da paróquia católica de Santo Osvaldo, local em que o padre Joseph Ratzinger celebrara sua primeira missa.

A escultura foi desvelada em 2007.

(RB)

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"O que as mulheres querem": 8 de março no Vaticano

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Cidade do Vaticano (RV) – Neste dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, no coração do Vaticano se realiza o festival de narração feminina “Vozes de Fé”, com o tema “A misericórdia requer coragem”. Serão apresentadas e celebradas mulheres de extraordinária fé, provenientes de nove países, que com sua história pessoal constituem um exemplo de coragem para viver uma vida de misericórdia.

As relatoras desta terceira edição tratarão o tema do melhoramento da situação socioeconômica das mulheres que viveram, em primeira pessoa, o tráfico de seres humanos, o deslocamento forçado, a violência, as desabilidades físicas, a falta de uma moradia, a imposição de um matrimônio precoce e a falta de acesso à educação pelo simples fato de ser mulher.

"As nossas relatoras demonstram nos fatos que é preciso coragem para vencer as adversidades e conquistar uma posição de relevo ", declarou Chantal Götz, promotora da iniciativa através da Fundação Fidel Götz (FGF).

Debate

A segunda parte do evento “Vozes de Fé” apresentará um grupo de mulheres católicas que debaterão a liderança feminina na Igreja, sobre o tema “O que as mulheres querem”. O debate será moderado pelo Diretor do Serviço Jesuíta para Refugiados (JRS), Pe. Thomas H. Smolich SJ.

A Fundação e o JRS estão promovendo a iniciativa “Misericórdia em ação” (Mercy in Motion). Trata-se de uma campanha de arrecadação de fundos para dar acesso à educação até o ano de 2020 a 100.000 refugiados a mais do aqueles já assistidos por JRS, prestando particular atenção à população feminina.  

O evento Vozes de Fé poderá ser acompanhado em live streaming a partir das 15h (11h de Brasília). 

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Madre Teresa de Calcutá rumo à santidade

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Cidade do Vaticano (RV) – O Consistório convocado pelo Papa para a próxima terça-feira, (15/03), marcará a assinatura do decreto para a canonização de Madre Teresa de Calcutá. Na ocasião, o Pontífice também deverá  promulgar a data para a celebração. 

Anjezë Gonxhe Bojaxhiu nasceu em 1910, em Skopje, atual capital da Macedônia, e faleceu em setembro de 1997. João Paulo II a beatificou em 19 de outubro de 2003. 

Brasileiro miraculado

O milagre que abriu caminho para a canonização de Madre Teresa de Calcutá – atestado pela Congregação das Causas dos Santos – é atribuído à intercessão da Beata no caso de um homem brasileiro de 35 anos, afetado por uma grave doença no cérebro que se curou de uma forma inexplicável.

A Fundadora das Missionárias da Caridade, na Índia e prêmio Nobel da Paz em 1979, Madre Teresa absorveu o estilo de vida bengali e se dedicou aos pobres e doentes de hanseníase trabalhando nas ruas de Calcutá sempre com seu sari branco debruado de azul, a imagem com que o mundo se habituou a vê-la.

A Congregação cresceu rapidamente m hoje conta cerca de 4,5 ml religiosas em mais de 130 países, nos quais mantém cerca de 700 casas dedicadas a ajudar os mais desfavorecidos. 

O pesar do Papa, domingo

Após o assassinato das quatro missionárias em Áden, no Iêmen, na sexta-feira (04/03), as Missionárias da Caridade comunicaram na segunda-feira que não abandonarão sua obra no país do Oriente Médio, e continuarão a servir os pobres e necessitados.

“Madre Teresa sempre esteve nos rincões mais remotos do mundo, independentemente da situação”, recordaram em Calcutá, na Casa-mãe da Congregação, onde as religiosas celebraram uma Eucaristia em sufrágio de suas 4 irmãs mortas no ataque dos fundamentalistas islâmicos. 

(CM)

 

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Igreja no Brasil



Nova meditação de Dom Orani sobre o Jubileu especial para a RV

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Cidade do Vaticano (RV) – A Rádio Vaticano apresenta a nova reflexão do Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, especial para o Ano da Misericórdia.

Nesta conversa aberta, Dom Orani recorda o Jubileu na Bíblia.

As reflexões de Dom Orani oferecem um alicerce fundamental para a boa compreensão deste Ano Santo, convocado pelo Papa Francisco, e que vai terminar em 20 de novembro.

Dentro na playlist Jubileu da Misericórdia em VaticanBR, é possível assistir às reflexões precedentes em que o Arcebispo do Rio de Janeiro refletiu sobre o Jubileu; o Jubileu no Rio; O significado do Jubileu; o Jubileu na História da Igreja, o Jubileu no Velho e Novo Testamento e o Jubileu no Brasil. (RB)

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Igreja na América Latina



Morte de ativista hondurenha comove organizações mundiais

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Esperanza (RV) – A morte da ativista hondurenha, Berta Cáceres, tem provocado indignação internacional. A ambientalista foi assassinada a tiros, por dois homens armados que entraram na sua casa, durante a madrugada da última quinta-feira (3), na cidade de Esperanza, oeste de Honduras. “Ela era uma mulher comprometida na luta pela defesa do meio ambiente e dos territórios dos povos indígenas, bem como com a luta comum”, disse à agência católica CNS, o padre jesuíta Ismael Moreno, diretor da Rádio Progresso e do centro jesuíta Team for Reflection, Research and Communication. 

As ações de Cáceres enfureciam as elites em Honduras, um dos países mais pobres do hemisfério e com um dos mais altos índices de homicídio no mundo. O padre jesuíta conta que ela protestava contra as concessões dadas a empresas mineradoras estrangeiras e que era, talvez, a crítica mais conhecida de um conceito chamado “cidades-modelo”, que cria regiões dentro de Honduras que possuem leis e instituições diferentes do resto do país, num esforço para atrair investimentos internacionais.

Cáceres também protestava contra projetos mineradores e hidrelétricos, os quais eram planejados por empresas estrangeiras. Segundo alguns apoiadores, ela lidava com ameaças de latifundiários e autoridades.

A morte é "mensagem perigosa"

A polícia inicialmente atribuiu a morte de Cáceres a uma tentativa de roubo, informando depois que foi morta com quatro tiros. “Uma mensagem forte e perigosa foi enviada hoje”, disse Mike Allison, especialista em política centro-americana e professor da Universidade de Scranton, instituição jesuíta na Pensilvânia. “É escandaloso que, após vários anos de investigação internacional e, por vezes, condenação, pessoas sem escrúpulos estejam mandando matar”, comentou ele.

Em declaração conjunta, a Rede Eclesial Pan-amazônica, REPAM, e o Movimento Católico Mundial pelo Clima, MCMC, condenaram a morte de Cáceres e pediram justiça “a esse ato infeliz e doloroso” que roubou do mundo uma “brava mulher, mãe, esposa, ativista e defensora dos direitos humanos”.

O presidente do país, Juan Orlando Hernandez, condenou o assassinato e prometeu uma investigação completa. Via Twitter, ele escreveu: “este ato é motivo de luto para todos nós”.

Prêmio Ambiental 2015

Cáceres fundou o Conselho dos Povos Indígenas de Honduras, em 1993, e foi vencedora do Prêmio Ambiental Goldman 2015 – considerado o Prêmio Nobel para ações ecológicas. Em 2014, ela participou do Encontro Mundial de Movimentos Populares no Vaticano. (CNS/AC)

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Igreja no Mundo



Tragédia no Iêmen: missionárias decidem não abandonar os pobres

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Áden (RV) – As missionárias da Caridade não irão abandonar a obra no Iêmen, mesmo depois do massacre de quatro delas. As irmãs “continuarão servindo os pobres e necessitados” como fazia Madre Teresa que “sempre esteve nos lugares mais remotos do mundo, independentemente da situação local”. Já o sacerdote salesiano Tom Uzhunnalil continua desaparecido desde sexta-feira (4) quando aconteceu o ataque terrorista que matou 4 missionárias e um mínimo de 10 colaboradores. As informações são da Agência Fides.

Em entrevista à Rádio Vaticano, o assistente do vigário apostólico da Arábia do Sul, Pe. Thomas Sebastian, comentou sobre a tragédia que aconteceu na cidade de Áden.

Pe. Thomas – No convento de Áden tinha 5 irmãs e 60 pacientes idosos e outros: alguns trabalhadores e voluntários provenientes da Etiópia e do Iêmen. Tinha um sacerdote indiano salesiano. Agora ele está desaparecido. Não sabemos onde está, se foi sequestrado ou se escondeu em algum lugar. Não temos nenhuma notícia. Das cinco irmãs, quatro foram mortas pelos terroristas e uma, indiana, conseguiu fugir. As quatro irmãs mortas eram provenientes de diferentes países: uma da Índia, duas de Ruanda e uma do Quênia. Essas irmãs mortas ainda estão no hospital; estão sendo organizados os funerais. Talvez os militares devam enterrar onde foram sepultadas as irmãs mortas em 98. Mas não sabemos quando, talvez daqui a alguns dias. A outra irmã que escapou está bem e em boa saúde. Ela vai sair do Iêmen em um ou dois dias, e vai para Omã, onde está a casa provincial dessas irmãs.

RV – O que dizer do eco da população sobre essa tragédia?

Pe. Thomas – Nos jornais indianos eu vi imagens de uma manifestação, um protesto em frente ao escritório das forças de segurança, por não terem oferecido segurança suficiente para salvar as irmãs e as pessoas que se encontravam no convento. Isso significa que as pessoas sabiam do acontecido também ali. Não sei se têm testemunhas que viram exatamente o que aconteceu. O que sabemos é dos jornais de vários países e da televisão. Mas tudo o que nós lemos não é sempre a verdade!

RV – Segundo o senhor, por que atingir irmãs tão dedicadas aos necessitados?

Pe. Thomas – Essa é a pergunta que todos nós nos fazemos. Talvez existem inimigos dos cristãos que não querem a presença das irmãs. Essa é a nossa impressão, porque para o governo não criava nenhum problema a presença dos nossos missionários, irmãs e sacerdotes. Inclusive os rebeldes que lutam contra o governo nunca tiveram problemas com os nossos colaboradores. Então, quem fez isso? Talvez, há outros grupos que não querem a presença dos sacerdotes e das irmãs. O sacerdote talvez tenha sido sequestrado por dinheiro, não sei.

RV – A oração que tem no coração...

Pe. ThomasEncontrar o sacerdote que foi sequestrado ou que talvez está se escondendo em algum lugar e levá-lo para fora do Iêmen. Essa é a nossa preocupação e o nosso desejo. Rezamos por isso.

RV – Pensando a padre Tom, qual é a característica da sua personalidade, do seu empenho?

Pe. ThomasEsse sacerdote salesiano é um homem santo. Ele era o único sacerdote naquela parte do Iêmen, em Áden. Ajudava as irmãs, celebrava a missa, se preocupava com quem havia necessidades. Celebrava a missa para as famílias indianas e católicas. Era responsável também de outras três igrejas que foram fechadas durante a guerra. Nessas igrejas não são celebradas cerimônias litúrgicas. Em Áden, o sacerdote morava no campo das irmãs, onde tem o centro para os idosos, ajudava como diretor espiritual. É um homem santo: isso é o que ouvi das irmãs, mas também o conheci porque trabalhava na nossa missão. Eu o vi aqui mais de uma vez, somos do mesmo país e da mesma diocese. Vem da Índia, de Kerala, da diocese de Palai. Ele, no entanto, é salesiano, enquanto eu sou capuchinho. (AC)

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Padre abandona paróquia na Alemanha depois de racismo e ameaças

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Zorneding (RV) – Um sacerdote nascido na República Democrática do Congo vai deixar a paróquia de Zorneding, na Baviera, por ter recebido ameaças de morte de motivação xenófoba. Ele fez o anúncio aos fieis no domingo (6), durante a missa.

Ameaças de morte

O padre congolês Olivier Ndjimbi-Tshiende, que está na Alemanha desde 2005 e possui nacionalidade alemã, passou a ser hostilizado após se posicionar contra ofensas de políticos conservadores a refugiados no sul daquele país. O padre de 66 anos recebeu cinco ameaças de morte nos últimos meses. Segundo o jornal Süddeutsche Zeitung, entre àquelas contidas nas cartas recebidas pelo sacerdote estava escrito "que te mandem para Auschwitz".

O posicionamento do sacerdote foi contra declarações xenófobas da então líder da União Social Cristã (CSU) na cidade, Sylvia Boher. O partido só existe na Baviera e é coirmão da União Democrata Cristã, da chanceler federal Angela Merkel. Numa publicação do partido, Sylvia Boher escreveu que a Baviera está sendo invadida por refugiados e qualificou os imigrantes provenientes de Eritreia como pessoas que só querem fugir do serviço militar.

Nova paróquia

O porta-voz do arcebispado de Munique e Freising, Bernhard Kellner, anunciou que o padre Ndjimbi-Tshiende assumirá uma nova comunidade a partir de 1º de abril. "Lamentamos muito e estamos do lado dele", disse Kellner. A polícia está investigando as ameaças. (RW/AC)

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Paquistão: Completado e divulgado o Catecismo da Igreja em urdu

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Lahore (RV) – “Depois de treze anos de intenso trabalho, o Catecismo da Igreja Católica, inteiramente traduzido em urdu, foi aprovado pela Santa Sé, enviado à impressão e recém-publicado no Paquistão. Estamos felizes que esta obra tenha sido completada no Ano do Jubileu. Será um texto útil para os cristãos e também para muçulmanos”: com estas palavras, o Padre Robert Mc Culloch, hoje Procurador geral da Sociedade de São Colombano, missionário no Paquistão durante 34 anos, anuncia à Agência Fides que a Igreja no Paquistão completou a preciosa obra. 

“A primeira edição do Catecismo, aprovada pela Santa Sé e pela Conferência Episcopal do Paquistão, será agora distribuído a todas as dioceses e paróquias da nação, com um preço bastante acessível (equivalente a cinco dólares EUA) e será um instrumento muito útil para a catequese, em todos os níveis, para crianças, jovens e adultos. Será também frutífero para o diálogo inter-religioso: muitos líderes muçulmanos paquistaneses se felicitaram e o usarão para compreender melhor a fé e a Igreja católica”, acrescenta o missionário, que se dedicou ao longo e difícil trabalho de tradução com o leigo católico paquistanês Emmanuel Neno, Secretário da Comissão Episcopal para a Catequese. 

Ajuda

A obra é também fruto do esforço de Dom Sebastian Shaw, Arcebispo de Lahore e responsável pela Comissão para a Catequese da Conferência Episcopal do Paquistão, que apoiou e acompanhou a finalização e a publicação, ocorridas com a ajuda econômica de entidades como a Conferência Episcopal Italiana e a seção internacional da Fundação “Ajuda à Igreja que Sofre”. 

Pe. Robert Mc Culloch explica à Fides também o esforço no campo das terminologias. “Nenhum termo do Catecismo foi deixado em latim ou em outra língua. Houve, sim, um trabalho de criatividade: criamos novas palavras na língua urdu, como o significado do conceito de ‘trans-substanciação’ ou outros conceitos próprios da fé católica”.

O Arcebispo Shaw, feliz pela publicação, auspicia “uma renovação da catequese, um empenho que toca e envolve sacerdotes, religiosos, missionários e leigos: isto será possível graças à nova edição do Catecismo da Igreja Católica em urdu”. “O Catecismo, conclui, é um instrumento que ajuda a crescer rumo à santidade e no Ano Jubilar é uma verdadeira obra de misericórdia para a comunidade católica no Paquistão”. (SP)

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Formação



Respeito e promoção da dignidade das mulheres, em todo âmbito

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Roma (RV) – No Dia Internacional da mulher, a União mundial das organizações femininas católicas (Umofc/Wucwo) se felicita pela anunciada canonização de Madre Teresa de Calcutá e dedica o pensamento às 4 irmãs da sua Congregação barbaramente mortas no Iêmen.

Em comunicado enviado à Agência Fides, a Umofc se dirige às mulheres perseguidas; às que são alvo de violência em suas casas e nas ruas, às que devido a seu estado de indigência e pobreza são vítimas do tráfico e da exploração sexual, às submetidas à ‘barriga de aluguel’: “Queremos expressar a nossa solidariedade – escreve em carta dirigida a todas as organizações a Presidente mundial da Umofc, Maria Giovanna Ruggieri – às mulheres que são obrigadas a deixar seus países por causa das guerras, das perseguições, das mudanças climáticas, da pobreza”.

A Umofc é um organismo fundado em 1910 para promover a presença, a participação e a corresponsabilidade da mulher na Igreja e na sociedade. Hoje, aderem à União 100 organizações de todos os continente, envolvendo mais de 5 milhões de mulheres. A organização colabora com diversos Pontifícios Conselhos da Santa Sé, representa a voz de mulheres católicas na ONU em Nova York e Genebra, na Unesco em Paris e na Fao em Roma e é comprometida na Coatnet, uma rede que combate o tráfico de seres humanos. 
(CM)

 

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Abrigar o migrante: a obra de misericórdia mais atual

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Cidade do Vaticano (RV) - No encontro com os fiéis no último domingo (06/03), quando rezou a oração do Angelus, o Papa mais uma vez falou da migração. Ele enalteceu a iniciativa dos “corredores humanitários” para refugiados, praticada ultimamente na Itália. 

“Este projeto-piloto, que une solidariedade e segurança, permite ajudar pessoas que fogem da guerra e da violência, como os 100 refugiados que já foram transferidos para a Itália, dentre os quais crianças doentes, pessoas com deficiências, viúvas de guerra com filhos e pessoas idosas”, disse o Pontífice.

Os corredores consentiram até agora a entrada na Itália de 97 refugiados sírios do Líbano, que viajaram de modo seguro, não arriscando as vidas em barcos no Mediterrâneo e nem alimentando a exploração de traficantes de seres humanos. Nos próximos meses, graças a um acordo com o governo italiano, chegarão cerca de mil pessoas vulneráveis.

Abrigar o migrante, aliás, é uma das obras corporais de misericórdia, que o Papa pede com insistência para colocar em prática este Ano Jubilar. E segundo a Superiora da Congregação da Divina Providência, Ir. Márian Ambrósio, é a mais atual de todas.

Na semana passada, Ir. Márian falou de três das sete obras: dar de comer ao faminto, dar de beber ao sedento e vestir os nus. Ouça a sua reflexão sobre a obra “abrigar o forasteiro”.

 

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Comunidade Terapêutica Dom Orione, providencial no Ano da Misericórdia

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Morada Nova (RV) - Recentemente, foi inaugurada na ‘Fazenda Campo Alegre’, no Município de Morada Nova (MG), a Comunidade Terapêutica São Luís Orione, que trabalha na recuperação de dependentes químicos.

 
 
O tratamento de recuperação adotado se baseia no trabalho, na convivência fraterna e na espiritualidade, como forma de encontrar um sentido para a vida e promover a reinserção familiar, social e ocupacional dos residentes.

Em entrevista ao Programa Brasileiro Pe. Tarcísio Vieira, Provincial Orionita da Província Nossa Senhora de Fátima - Brasil Norte, nos disse que a Comunidade Terapêutica São Luís Orione é providencial no Ano da Misericórdia. (MJ/Orionitas)

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Atualidades



A RV com o Papa na Semana Santa. Confira nossa programação

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco presidirá publicamente as seguintes cerimônias, em março. Os horários referem-se ao de Brasília.

Sexta-feira, 4, Basílica Vaticana

Celebração penitencial, a partir das 12h55

Domingo, 20, Praça São Pedro

Santa Missa de Domingo de Ramos, a partir das 5h25

Quinta-feira, 24, local a ser definido

Santa Missa da Ceia do Senhor e rito do Lava Pés, a partir das 12h55

Sexta-feira, 25, Basílica Vaticana

Celebração da Paixão do Senhor, a partir de 12h55

Sexta-feira, 25, Coliseu

Via Sacra, a partir de 17h05

Sábado, 26, Basílica Vaticana

Vigília Pascal na Noite Santa, a partir das 16h25

Domingo, 27, Praça São Pedro

Santa Missa de Páscoa e Bênção Urbi et Orbi, a partir das 5h05

O Programa Brasileiro transmitirá todos os eventos integralmente e ao vivo, com comentários em português. As cerimônias podem ser acompanhadas por Rádio, TV e Player. 

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"No Brasil, impunidade é regra e não exceção", aponta ONU

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Genebra (RV) – O Relator Especial de Direitos Humanos da ONU sobre tortura, Juan E. Méndez, apresenta esta terça-feira (8) ao Conselho de Direitos Humanos da Organização, em Genebra, um relatório sobre a sua visita ao Brasil, que se realizou em agosto de 2015. O documento já está disponível nos seis idiomas oficiais da ONU.

O relatório aponta que o Brasil realizou progressos importantes em matéria de legislação. Todavia, torturas e maus-tratos, e às vezes assassinatos por parte da polícia e de agentes penitenciários, continuam sendo "alarmantemente habituais", sobretudo contra pessoas pertencentes a minorias raciais, sexuais, de gênero e outros grupos minoritários.

“As condições de reclusão constituem tratos cruéis, desumanos ou degradantes”, lê-se no início do relatório. O grave confinamento faz com que a situação nos estabelecimentos seja caótica e afeta enormemente as condições de vida dos reclusos e seu acesso a alimentos, água, assistência letrada, atenção médica, apoio psicossocial e oportunidades profissionais e educativas, assim como à luz natural, ar fresco e atividades de espairecimento."

O relatório é taxativo: “A impunidade segue sendo a regra, e não a exceção”.

O Relator Especial da ONU pede à comunidade internacional que apoie os esforços do Brasil para acabar com o abismo que existe entre ambiciosas leis e políticas do país e a situação cotidiana das pessoas privadas de liberdade, em particular velando pela aplicação plena e efetiva das leis e políticas novas e aquelas já existentes.

Méndez realizou uma missão oficial de 12 dias ao Brasil, onde fez visitas não anunciadas a locais de detenção, como delegacias, locais de prisão temporária, penitenciárias, centros de detenção juvenil, bem como instituições de saúde mental.

A apresentação do relatório é feita durante a 31a sessão regular do Conselho de Direitos Humanos da ONU, que se realiza entre os dias 29 de fevereiro e 24 de março. (BF)

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