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Sumario del 09/03/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja no Mundo

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Atualidades

Papa e Santa Sé



Exercícios espirituais: o perdão é o abraço entre Deus e o homem

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Cidade do Vaticano (RV) – O perdão de Deus “é amor autêntico” que ajuda o homem a se transformar “no melhor daquilo que pode ser”. Gira em torno desse fundamento de misericórdia a sétima meditação dos exercícios espirituais da Quaresma feita pelo Pe. Ermes Ronchi ao Papa Francisco e à Cúria Romana na cidade de Ariccia, nas proximidades de Roma. A passagem evangélica da mulher adúltera perdoada por Jesus, explicou o pregador, nos lembra que acusadores e hipócritas negam Deus, a Sua misericórdia.

Quem ama acusar, entusiasmando-se com os defeitos dos outros, sublinha Pe. Hermes, acredita de salvar a verdade lapidando aqueles que erram. Mas assim nascem as guerras. São provocados conflitos “entre as nações, mas também nas instituições eclesiásticas, nos conventos, nos escritórios”, onde as regras, constituições e decretos se transformam em rochas “para lapidar alguém”.

Hipócritas e acusadores colocam Deus contra o homem

Durante séculos, a passagem da adúltera foi ignorada pelas comunidades cristãs porque “escandalizava a misericórdia de Deus”. O nome da mulher não é revelado. “Representa todos”, é esmagada pelo poderes da morte que expressam a opressão dos homens sobre as mulheres.

Os fariseus colocam o pecado “ao centro da relação com Deus”, mas “a Bíblia não é um amuleto”: exige “inteligência e coração”. Os poderes que não hesitam em usar uma vida humana e a religião “colocam Deus contra o homem”. É essa “a tragédia do fundamentalismo religioso”. “O Senhor não suporta hipócritas, aqueles das máscaras, do coração duplo, os comediantes da fé, e não suporta acusadores e juízes”.

A vocação do cristianismo é, ao contrário, no abraço entre Deus e o homem. “Não se opõe mais”, “matéria e espírito se abraçam”. A doença que Jesus teme e que mais combate é “o coração de pedra” dos hipócritas: “violar um corpo, culpado ou inocente, com as pedras ou com o poder, é a negação de Deus que naquela pessoa vive”.

Onde há misericórdia, ali está Deus

O parecer contra a adúltera se transformou “num boomerang contra a hipocrisia dos juízes”. “Ninguém pode atirar a pedra, iria lançá-la contra si mesmo”. Onde há misericórdia, escrevia Santo Ambrósio, ali está Deus; onde há rigor e severidade talvez existam os ministros de Deus, mas não Deus”.

Jesus se ergue perante a mulher adúltera, “como quando se levanta para uma pessoa importante”. Ele se ergue para estar mais próximo dela, na proximidade, e fala com ela. Ninguém tinha falado com ela antes. “A sua história, o seu tormento interior, não interessavam”. Ao contrário faz Jesus, que recebe o profundo daquela alma. “A fragilidade é mestre de humanidade”:

“É a cura dos frágeis, é a cura dos últimos, dos portadores de deficiências e a atenção às pedras descartadas que indicam o grau de civilização de um povo, não as proezas dos fortes e dos poderosos”.

Para Jesus não interessa o remorso, mas a sinceridade do coração. O seu perdão é “sem condições, sem cláusulas, sem contrapartidas”. Jesus coloca ele mesmo no lugar de todos os condenados, de todos os pecadores. Rompe a “rede maléfica” ligada à ideia de “um Deus que condena e se vinga, justificando a violência”.

O amor de Deus muda a vida

O coração da história não é o pecado para ser condenado ou perdoado. Ao centro não há o mal, mas “um Deus maior do nosso coração” que não banaliza a culpa, mas faz repartir o homem de onde ele tenha parado. Abre sentimentos, recoloca na estrada certa, faz realizar um passo para frente, “escancara o futuro”.

Jesus realiza “uma revolução radical”, desordenando a tradicional ordem com “acima de todos um Deus que julga e castiga”. “Um Deus nu, na cruz, que perdoa, será o gesto comovente e necessário para desativar o pavio das infinitas bombas sobre as quais se sentou a humanidade”.

“Não o Deus onipotente, mas o Abba oni-amante. Não mais o dedo apontado, mas aquele que escreve sobre a pedra do coração: eu te amo”.

“Vai e, a partir de agora, não peque mais”. São as palavras suficientes para mudar uma vida. Aquilo que está para trás não importa mais. É o futuro agora que conta. “O bem possível de amanhã conta mais que o mal de ontem”. Deus perdoa “não como alguém sem memória, mas como um libertador”. O perdão não é ostentar benevolência, “mas recolocar uma vida no caminho”.

O perdão libera das escravidões do passado

Muitas pessoas vivem “como em uma prisão perpétua interior”, esmagadas pelos sentimentos de culpa por causa de erros feitos no passado. Mas “Jesus abre as portas das nossas prisões, desfaz as forcas sobre as quais frequentemente arrastamos nós mesmos e os outros”. “Jesus sabe que o homem não equivale ao seu pecado”. Ao Senhor não interessa o passado. “É Deus do futuro”.

As palavras de Jesus e os seus gestos quebram o esquema bons/maus, culpados/inocentes. Aos olhos que veem o pecado, concluiu o Pe. Ermes Ronchi, se pede de ver o sol: “a luz é mais importante do escuro”, “o grão vale mais que o joio”, “o bem pesa mais que o mal”.

(AC)

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Meditação de Quaresma: Igreja seja transparente sobre bens

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco e seus colaboradores da Cúria Romana entraram no quarto dia de reflexões propostas pelo Padre Ermes Ronchi durante os exercícios espirituais de Quaresma, em Ariccia.

“Aquilo que mais fere o povo cristão – observou Padre Ronchi – é o apego do clero ao dinheiro”, enquanto “o que faz o povo cristão feliz é o pão compartilhado”.

Neste contexto, a transparência dos bens da Igreja, a luta contra à fome e contra o desperdício de alimentos foram os principais temas que conduziram a sexta meditação na manhã desta quarta-feira (09/03).

 

“Existem pessoas tão famintas que para elas Deus não pode não ter outra forma a não ser a de um pão”. Estas foram as palavras iniciais da meditação de Padre Ronchi. A vida tem início com a fome, disse, “estar vivo é ter fome”. E se a visão se amplia, vê-se uma fome das massas, “o assédio dos pobres”, milhões de punhos cerrados que pedem algo para comer, não pedem “uma definição religiosa”.

- E a Igreja, como responde?

Não às cortinas de fumaça

As palavras do Evangelho com as quais Padre Ronchi intercala as suas são aquelas da multiplicação dos pães e dos peixes e da pergunta de Jesus aos discípulos: “Quantos pães vocês têm? Vejam!”. Jesus, observa Padre Ronchi, “é muito prático”, pede “para fazer as contas”.

“Isso é pedido a todos os discípulos também hoje, e a mim: quanto tens? Quanto dinheiro, quantas casas? Que padrão de vida? Vejam, verifiquem. Quantos carros ou quantas joias em forma de cruz e de anéis? A Igreja não deve temer a transparência, não deve ter nenhum medo da clareza sobre os seus pães e peixes, seus bens. Cinco pães e dois peixes”.

Compartilhar é multiplicar

“Com a transparência se é verdadeiro. E quando se é verdadeiro se é também livre”, afirma o pregador dos exercícios. Como Jesus, que “não se fez comprar por ninguém”, e “jamais entrou nos palácios dos potentes, somente quando prisioneiro”.

Quando não se tem, nota Padre Ronchi, procura-se reter, como aquelas Ordens religiosas que tentam administrar os bens como se isso pudesse produzir aquela segurança corroída pela crise das vocações. Ao invés, a lógica de Jesus é aquela do dom. “Amar” no Evangelho se traduz em um verbo seco: “dar”. O milagre da multiplicação diz isto, que Jesus “não se preocupa com a quantidade” do pão, aquilo que quer é que o pão seja compartilhado:

De acordo com uma misteriosa regra divina: quando o meu pão passa a ser o nosso pão, também o pouco passa a ser suficiente. E, ao contrário, a fome começa quando restrinjo o meu pão a mim, quando o Ocidente saciado restringe seu pão, seus peixes, os seus bens para si (...) Alimentar a terra, toda a terra, é possível, há pão em abundância. Não é preciso multiplicá-lo, basta distribuí-lo, começando por nós. Não são necessárias multiplicações prodigiosas, mas derrotar a Gula do egoísmo, do desperdício de alimento e do acúmulo de poucos”.

“A fome dos outros tem direitos sobre mim”

“Dai e vos será dado. Uma medida boa, socada, sacudida e transbordante será colocada na dobra da vossa veste...”. Nesta promessa de Jesus está contida, reitera Padre Ronchi, “a misteriosa, imensa economia do dom e do cêntuplo, que é o diferencial de todas as balanças. Isto “me conforta – disse – porque mostra que a verdade última segue a lógica do dom, não aquela da observância”. E a “pergunta última será: doaste pouco ou doaste muito à vida”. “Disto depende a vida, não dos bens”, conclui Padre Ronchi. E são suficientes cinco pães doados para mudar o mundo:

“O milagre são os cinco pães e os dois peixes que a Igreja nascente coloca nas mãos de Cristo confiando-se, sem calcular e sem reter qualquer coisa para si e para o próprio jantar. É pouco mas é tudo aquilo que tem, é pouco mas é o jantar completo dos discípulos, é uma gota no mar, mas é aquela gota que pode dar sentido e pode dar esperança à vida”. (rb)

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Cardeal Pietro Parolin: a misericórdia não é "bondosismo"

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Cidade do Vaticano (RV) - A misericórdia não é “bondosismo”, simplesmente porque não é obra nossa. Os santos conhecem esta verdade por experiência direta e a testemunharam com a vida; compreenderam com os fatos que a misericórdia de Deus é luz de amor e ternura, portadora intrínseca de seu perdão.

É o que afirma o cardeal secretário de Estado, Pietro Parolin, ao fazer o prefácio do livro “Os santos da misericórdia. Itinerários em Roma e arredores”, de autoria de Laura Badaracchi, um guia que sugere – aos peregrinos do “Jubileu extraordinário da misericórdia” – itinerários espirituais e pontos de meditação sobre numerosos santos.

A misericórdia “é o caminho privilegiado para favorecer a compreensão entre as diferenças e para fazer com que dos conflitos possa brotar a paz”, afirma o purpurado. Não se trata de boas intenções: em sua carne viva, os santos –homens e mulheres, adolescentes e crianças – tiveram o olhar manso de Cristo sobre a realidade, sobre situações concretas, sobretudo, sobre pessoas que cruzaram seu caminho terreno.

No Jubileu extraordinário da misericórdia, os peregrinos que virão a Roma poderão repercorrer os passos feitos por alguns santos, usufruindo das sugestões deste guia, continua o Cardeal Parolin.

O cardeal secretário de Estado observa que os itinerários propostos no guia poderão ser feitos também por quem não terá a possibilidade de ir pessoalmente às igrejas, mosteiros e túmulos que constituem as memórias visíveis sintetizadas no volume.

“Descobrir ou redescobrir as figuras de mártires dos primeiros séculos e de santos cronologicamente mais próximos da nossa época é, em primeiro lugar, um estímulo a sondar sua espiritualidade, o carisma, mas, sobretudo, a capacidade de abandonar-se a Deus para realizar obras de misericórdia corporal e espiritual.”

“É o que deseja o próprio Papa Francisco, que convocou o Ano Santo extraordinário para renovar o impulso de conversão em cada fiel”, recorda o Cardeal Parolin.

O Santo Padre não se cansa de recordar-nos que seremos julgados propriamente sobre estas obras de misericórdia, que promanam de uma profunda renovação interior e não feitas por legalismo: se autênticas, revelam-nos como o amor de Deus nos transformou a ponto de gerar um verdadeiro acolhimento aos outros em nossa vida, continua o purpurado.

Ser discípulos do Senhor significa colocar o Evangelho em prática todos os dias. Desse modo, humildade e misericórdia tornam-se o estilo para anunciar a Boa Nova com a nossa vida. Porque o cristianismo é uma história de homens e mulheres, não uma lista de conceitos, recorda o cardeal no prefácio.

Os santos ajudam-nos a compreender que ser abraçados pela misericórdia é uma experiência tal que inverte positivamente a qualidade das relações, abrindo-nos à doação de nós mesmos, caminho para a felicidade duradoura.

O Cardeal Parolin conclui recordando que após séculos, os santos, curados por Cristo, nos fazem bem e nos mostram com os fatos que as pessoas feridas têm uma esperança se permitem ao Senhor acariciar seus corações fadigados e cansados. Esta experiência gratuita da misericórdia suscita dinâmicas surpreendentes que, espero, os peregrinos e leitores possam experimentar. (L’Osservatore Romano / RL)

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Igreja no Brasil



Arquidiocese de Diamantina tem novo arcebispo

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa nomeou Arcebispo Metropolitano de Diamantina (MG), Dom Darci José Nicioli, C.SS.R, até então Bispo auxiliar da arquidiocese de Aparecida.

O Pontífice aceitou a renúncia por limite de idade ao governo pastoral da arquidiocese mineira apresentada por Dom João Bosco Óliver de Faria.

Dom Nicioli nasceu em 1º de maio de 1959 em Jacutinga, na arquidiocese de Pouso Alegre, em Minas Gerais. Emitiu a profissão religiosa como integrante da Congregação do Santíssimo Redentor (Redentoristas), em 31 de janeiro de 1982 e foi ordenado sacerdote em 8 de março de 1986.

Estudos e funções

Concluiu os estudos de Filosofia na Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1977-1980) e de Teologia no Instituto Teológico São Paulo (ITESP) entre 1982 e 1985. Obteve a Licença em Teologia Sacramentaria no Pontifício Ateneu Santo Anselmo em Roma (1986-1988).

Ao longo do seu ministério, Dom Darci desempenhou as seguintes funções: Vigário paroquial; Professor de Teologia; Reitor do Seminário de Filosofia; Superior de Comunidade religiosa; Conselheiro provincial; Superior da Casa Geral dos Redentoristas em Roma; Administrados e Reitor do Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida; Vice-Provincial.

Em 14 de novembro de 2012 foi nomeado Bispo titular de Fico e Auxiliar da arquidiocese de Aparecida, recebendo a ordenação episcopal em 3 de fevereiro de 2013. No âmbito da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), é o atual Presidente da Comissão para a Comunicação Social.

(br)

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A homenagem da CNBB às mulheres

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Brasília (RV) - “Que cada vez mais a Igreja possa valorizar e reconhecer as mulheres pelo que são e pelo que fazem”, disse o arcebispo de Brasília (DF) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Sergio da Rocha, na celebração de abertura da primeira reunião do Conselho Permanente da entidade neste ano, iniciada nesta terça-feira, dia 8.

A celebração, com homenagem às mulheres, também foi dedicada à reflexão sobre a misericórdia. “A Igreja tem a missão de anunciar a misericórdia de Deus, coração pulsante do Evangelho, que por meio dela deve chegar ao coração e à mente de cada pessoa”, propôs a motivação inicial.

Os presidentes das Comissões Episcopais Pastorais e dos dezoito regionais da CNBB estão presentes na reunião. A celebração contou com a presença dos colaboradores do secretariado geral da entidade, além dos representantes de Pastorais e organismos vinculados à Conferência.

Após uma leitura bíblica e a recitação do cântico de Colossenses, Dom Sergio fez uma breve reflexão. O presidente da CNBB lembrou que a Igreja, fiel a Jesus Cristo, à sua missão evangelizadora e que parte de Cristo, na força do Espírito, como propõe o objetivo geral da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, “é uma Igreja que se mostra como mãe amorosa, como mãe acolhedora, como mãe que abre o coração e as portas da casa para acolher a todos”.

“E nós sabemos como que as mulheres na Igreja nos ajudam a revelar essa face misericordiosa. Por isso que nós bendizemos a Deus pela Igreja, mãe misericordiosa, mas por todos aqueles, especialmente aquelas, que nos ajudam a viver como mãe misericordiosa, a revelar sempre mais o rosto misericordioso de Deus”, disse Dom Sergio.

Antes da bênção final, foram apresentadas preces pela Igreja, pelas mulheres, pela casa comum, pelos gritos das mulheres que clamam por respeito e dignidade e pela experiência da misericórdia a partir dos exercícios quaresmais.

Após a oração da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2016, Dom Sergio finalizou a celebração com uma frase do Papa Francisco: “A Igreja reconhece a contribuição indispensável da mulher na sociedade, com uma sensibilidade, uma intuição e certas capacidades peculiares que normalmente são mais características nas mulheres do que nos homens. Vejo com prazer como muitas mulheres oferecem novas contribuições para a reflexão teológica”.

Dom Sergio agradeceu, de forma especial, as que atuam na sede da CNBB, na ação Pastoral e nas famílias e na sociedade.

Em procissão da capela até o auditório Dom Helder Câmara, seguiram colaboradores, bispos e assessores, com a imagem de Nossa Senhora Aparecida à frente e entoando a música “Santa Mãe, Maria”. A celebração foi encerrada com as felicitações às mulheres, que receberam das mãos dos bispos uma rosa.

Conselho Permanente

A pauta principal desta reunião do Conselho Permanente é a preparação da 54ª Assembleia Geral da CNBB, que acontecerá de 6 a 15 de abril em Aparecida (SP). O tema central será “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade”.

(CNBB-CM)

 

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Igreja no Mundo



Bispos europeus trabalham documento sobre segurança comum

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Bruxelas (RV) - Os bispos europeus estão trabalhando um relatório, que será publicado no final deste mês de março, com o qual pretendem contribuir com a definição de uma estratégia global da União Europeia no setor da política externa e da segurança comum.

É o que foi divulgado ao término da plenária da Comissão dos Episcopados da Comunidade Europeia (Comece), realizada estes dias em Bruxelas, na Bélgica, durante a qual foi feita também a nomeação do novo secretário-geral, Pe. Olivier Poquillon, e de dois vice-presidentes suplementares: Dom Czeslaw Kozon e Dom Rimantas Norvila.

Intitulado “A vocação da Europa para a promoção da paz no mundo”, o documento está sendo preparado conjuntamente pelo Secretariado da Comece e pela Comissão Justiça e Paz Europa e contém recomendações concretas em relação às principais emergências: da gestão dos fluxos migratórios ao combate ao terrorismo fundamentalista, ocupando-se também de políticas para o desenvolvimento voltadas para os países mais pobres.

O relatório será transmitido ao Serviço europeu para a ação exterior, coordenado pela Alto representante da União Europeia para os assuntos exteriores, Federica Mogherini.

Durante os trabalhos da plenária a Alto representante  Mogherini participou de um encontro com os bispos da Comece, no qual “ressaltou expressamente que o diálogo e a reconciliação em nível nacional e regional são essenciais para uma eficaz educação para a paz”, divulgou um comunicado da organização eclesial.

Mogherini se disse convencida do “papel crucial das Igrejas na prevenção da radicalização” e expressou o desejo de dialogar sobre esses temas com as comunidades religiosas. (L’Osservatore Romano / RL)

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Santuário de Fátima: recorde de grupos organizados

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Fátima (RV) - O Santuário de Fátima registrou um número recorde de peregrinações organizadas em 2015, num total de 4.390 grupos, com 587.128 peregrinos. Destes, de acordo com o Serviço de Peregrinos do Santuário, 125.829 vieram do exterior, de 90 países diferentes.

No total, 6,7 milhões de pessoas participaram das quase 10 mil celebrações realizadas no Santuário de Fátima em 2015.

“O mês de maio registrou o maior número de grupos portugueses e outubro, o maior número de grupos estrangeiros”, acrescenta o comunicado. Janeiro é mês que registra menor afluência de peregrinos.

O Santuário de Fátima, localizado na Cova da Iria, freguesia de Fátima Portugal, é um dos mais importantes santuários marianos do mundo. Seu atual reitor é Padre Carlos Manuel Pedrosa Cabecinhas.

(CM/Ecclesia)

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Bispos portugueses: vida humana não admite muros

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Fátima (RV) - A Igreja Católica em Portugal reforçou em Fátima a necessidade de uma “aceleração” no processo de acolhimento aos refugiados na Europa.

“É impensável continuar a ver e a sentir toda esta gente que passa mal, morre, passa fome e tudo aquilo que é condenável para a dignidade da pessoa humana”, frisou na terça-feira (08/03) o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), Padre Manuel Barbosa.

A posição dos bispos católicos surge numa semana em que o país recebe cerca de uma centena de refugiados, na sua maioria da Síria e do Iraque, homens, mulheres e duas dezenas de crianças que vão ser acolhidas em várias cidades portuguesas.

O Padre Manuel Barbosa destaca o “esforço” que está a ser feito em nível nacional e internacional. Mas alerta para a necessidade de uma maior “prontidão” no acolhimento e de todos os países da Europa trabalharem em conjunto por uma solução, em vez de fecharem as suas fronteiras ou confinarem os refugiados em campos improvisados na periferia do território.

“Diante de uma vida humana, não pode haver bloqueios, a humanidade, a dignidade da pessoa não admite qualquer bloqueio nem qualquer muro, seja farpado, seja de cimento, seja o que for”, apontou.

Durante a reunião do Conselho Permanente da CEP, os bispos analisaram também o último relatório da Cáritas Portuguesa, que alertou para o agravamento da pobreza e da exclusão social em Portugal, mesmo em pessoas com emprego.

“Todas as políticas governativas deveriam ser para que não acontecessem essas situações”, referiu o Padre Manuel Barbosa, recordando as “pessoas e famílias que passam mal” e que merecem todo “o esforço da sociedade civil, também política e da Igreja para que as coisas mudem”.

(BF/Agência Ecclesia)

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Formação



Madre Assunta Marchetti é destaque do programa "Porta Aberta"

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Cidade do Vaticano (RV) – O destaque desta semana do programa “Porta Aberta no Ano da Misericórdia” é Madre Assunta Marchetti, cofundadora das scalabrianas.

A Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeu, em parceria com a Embaixada do Brasil junto à Santa Sé promoveram na terça-feira (08/03) o seminário “Migração feminina: resolver emergências atuais olhando para o passado. O modelo de Madre Assunta”.

A Rádio Vaticano esteve lá e conversou com a postuladora da causa de canonização de Madre Assunta, Ir. Leocádia Mezzomo, que ressalta a figura da missionária à luz das obras de misericórdia espirituais e corporais. Ir. Leocádia fala também da atualidade do modelo Madre Assunta para enfrentar o desafio da migração.

O Arcebispo de São Paulo, Card. Odilo Pedro Scherer, também participou do evento, recordando a beatificação de Madre Assunta em outubro de 2014, na Catedral da Sé. Entrevistado por Silvonei José, Dom Odilo falou da tradição da Arquidiocese e da cidade de São Paulo em receber os migrantes e analisa os três anos do pontificado de Francisco à luz do tema da misericórdia.

Como sempre, o programa de encerra com as obras de misericórdia. Ainda sobre o tema da migração,  a Ir. Márian Ambrósio, Superiora da Congregação da Divina Providência, comenta a obra que ela considera mais atual, que é justamente abrigar o forasteiro. 

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O Decreto Apostolicam actuositatem e o Apostolado dos leigos

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Cidade do Vaticano (RV) - No nosso Espaço Memória Histórica - 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos concluir na edição de hoje, a reflexão sobre o Decreto Apostolicam actuositatem sobre o Apostolado dos Leigos, promulgado pelo Papa Paulo VI em 18 de novembro de 1965. 

No programa passado, falamos dos vários campos do apostolado leigo, tratados no Capítulo III do documento conciliar Apostolicam actuositatem. Na edição de hoje, Dom Severino Clasen, Bispo de Caçador (SC) e Presidente da Comissão Episcopal para o Laicato da CNBB, que tem nos acompanhado na explanação do documento, nos faz uma apreciação do IV Capítulo, que trata das várias formas do Apostolado:

"O capítulo IV tem nas suas várias formas de apostolado aborda precisamente o tema do apostolado individual e do apostolado do grupo. Os leigos podem exercer a sua ação apostólica quer individualmente quer também associados em várias comunidades ou associações e isto nós encontramos, por exemplo, no número 15, quando diz o seguinte: "Os leigos podem exercer a sua ação apostólica quer individualmente, quer associados em várias comunidades ou associações". E o apostolado individual, que transborda de uma vida verdadeiramente cristã, é visto como princípio e a condição de todo o apostolado dos leigos, mesmo do apostolado organizado e nada pode substituí-lo. E por exemplo, no Evangelho de São João, nós temos no capítulo 4, quando fala também da Samaritana. E aí que está a base, eu diria a essência desta mensagem do apostolado individual, quando no versículo 14 diz, no Evangelho de São João: "Mas quem beber da água que eu vou dar, nunca mais terá sede e a água que eu lhe der vai se tornar nele uma fonte de água, que jorra para a vida eterna". Quer dizer, este apostolado faz com que o cristão leigo, ele assemelha, adere à vida de Jesus Cristo. E também no n. 16 da Apostolicam actuositatem, nlogo no começo diz: "O apostolado individual que promana exuberantemente da fonte de uma vida verdadeiramente cristã, é o princípio e a condição de todo o apostolado dos leigos, mesmo do apostolado organizado, e nada pode substituí-lo". Esta é a beleza da vocação do leigo cristão. Ele adere, ele assume, pela graça do Batismo, assume a vida em Jesus Cristo. E esta ação, que é o seu testemunho, a sua ação ele também pode ser característica de um testemunho emanado da fé, esperança e caridade".

Testemunho de grupo

"O testemunho de grupo fundamenta-se na natureza social do ser humano e da Igreja, povo de Deus, corpo de Cristo. Nas atuais circunstâncias, em diversos ambientes, o apostolado exige muitas vezes, uma ação de conjunto, por exemplo, no número 18 do Apostolicam actuositatem, ele mostra exatamente esta vertente, aonde é preciso a gente assim buscar que "os fieis são chamados a exercer o apostolado individual nas diversas condições da sua vida. Lembrem-se, porém, de que o homem é, por sua natureza social, e que aprouve a Deus reunir a todos que creem em Cristo, para fazer deles Povo de Deus". Isto nós também encontramos na I de São Pedro, na Carta. E um só corpo, e aí já em Coríntios. E aí nós podemos perceber que esta figura do corpo, da pertença, os cristão leigos e leigas pertencem a este corpo místico onde Cristo é a cabeça. E isto forma a Igreja. Não é pertencer à Igreja, mas sim ser Igreja. Esta é a riqueza que o texto quer nos apresentar”.

Quando o documento foi escrito, a Ação Católica era muito forte. Hoje, os leigos estão mais organizados em associações, organizações, novas comunidades. Neste sentido, o documento oferece subsídios para a ação dos leigos.

"....Assim é evidente, nós podemos ver toda esta pertença também à hierarquia, esta direção da própria hierarquia também deve ser sensibilizada na valorização dos cristãos leigos e leigas. Não são dois movimentos. Os leigos vivem dentro de sua natureza de seu testemunho de vida cristã na sociedade, no século, no mundo. E a hierarquia, e aí entra o pedido também, que o clero, os bispos, apoiem os leigos nesta missão. Muitas vezes nós percebemos que são dois movimentos. Os leigos de um lado, e a hierarquia do outro lado. Esta divisão, seja esta  dicotomia, muito mais prejudica, do que sensibiliza, do que ajuda e acrescenta na evangelização. Quando crescermos dentro desta compreensão, aí este Decreto Apostolocam actuositatem, mostra que é uma força muito grande para a cristianização da sociedade do mundo de hoje. Que Deus possa sempre inspirar os cristãos leigos e leigas dentro desta visão que este Decreto nos apresenta, para assim melhorarmos as relações na família, no trabalho, nas Igrejas, nas comunidades de fé e em todos os ambientes onde os cristãos se encontrarem".

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Laudato Si: De 229 a 237

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Cidade do Vaticano (RV) -  Os sinais sacramentais e o descanso celebrativo

229. É necessário voltar a sentir que precisamos uns dos outros, que temos uma responsabilidade para com os outros e o mundo, que vale a pena ser bons e honestos. Vivemos já muito tempo na degradação moral, baldando-nos à ética, à bondade, à fé, à honestidade; chegou o momento de reconhecer que esta alegre superficialidade de pouco nos serviu. Uma tal destruição de todo o fundamento da vida social acaba por colocar-nos uns contra os outros na defesa dos próprios interesses, provoca o despertar de novas formas de violência e crueldade e impede o desenvolvimento duma verdadeira cultura do cuidado do meio ambiente. 

230. O exemplo de Santa Teresa de Lisieux convida-nos a pôr em prática o pequeno caminho do amor, a não perder a oportunidade duma palavra gentil, dum sorriso, de qualquer pequeno gesto que semeie paz e amizade. Uma ecologia integral é feita também de simples gestos quotidianos, pelos quais quebramos a lógica da violência, da exploração, do egoísmo. Pelo contrário, o mundo do consumo exacerbado é, simultaneamente, o mundo que maltrata a vida em todas as suas formas.

231. O amor, cheio de pequenos gestos de cuidado mútuo, é também civil e político, manifestando-se em todas as acções que procuram construir um mundo melhor. O amor à sociedade e o compromisso pelo bem comum são uma forma eminente de caridade, que toca não só as relações entre os indivíduos, mas também «as macrorrelações como relacionamentos sociais, económicos, políticos».[156] Por isso, a Igreja propôs ao mundo o ideal duma «civilização do amor».[157] O amor social é a chave para um desenvolvimento autêntico: «Para tornar a sociedade mais humana, mais digna da pessoa, é necessário revalorizar o amor na vida social – nos planos político, económico, cultural – fazendo dele a norma constante e suprema do agir».[158] Neste contexto, juntamente com a importância dos pequenos gestos diários, o amor social impele-nos a pensar em grandes estratégias que detenham eficazmente a degradação ambiental e incentivem uma cultura do cuidado que permeie toda a sociedade. Quando alguém reconhece a vocação de Deus para intervir juntamente com os outros nestas dinâmicas sociais, deve lembrar-se que isto faz parte da sua espiritualidade, é exercício da caridade e, deste modo, amadurece e se santifica.

232. Nem todos são chamados a trabalhar de forma directa na política, mas no seio da sociedade floresce uma variedade inumerável de associações que intervêm em prol do bem comum, defendendo o meio ambiente natural e urbano. Por exemplo, preocupam-se com um lugar público (um edifício, uma fonte, um monumento abandonado, uma paisagem, uma praça) para proteger, sanar, melhorar ou embelezar algo que é de todos. Ao seu redor, desenvolvem-se ou recuperam-se vínculos, fazendo surgir um novo tecido social local. Assim, uma comunidade liberta-se da indiferença consumista. Isto significa também cultivar uma identidade comum, uma história que se conserva e transmite. Desta forma cuida-se do mundo e da qualidade de vida dos mais pobres, com um sentido de solidariedade que é, ao mesmo tempo, consciência de habitar numa casa comum que Deus nos confiou. Estas acções comunitárias, quando exprimem um amor que se doa, podem transformar-se em experiências espirituais intensas.

6. Os sinais sacramentais e o descanso celebrativo

233. O universo desenvolve-se em Deus, que o preenche completamente. E, portanto, há um mistério a contemplar numa folha, numa vereda, no orvalho, no rosto do pobre.[159] O ideal não é só passar da exterioridade à interioridade para descobrir a acção de Deus na alma, mas também chegar a encontrá-Lo em todas as coisas, como ensinava São Boaventura: «A contemplação é tanto mais elevada quanto mais o homem sente em si mesmo o efeito da graça divina ou quanto mais sabe reconhecer Deus nas outras criaturas».[160]

234. São João da Cruz ensinava que tudo o que há de bom nas coisas e experiências do mundo «encontra-se eminentemente em Deus de maneira infinita ou, melhor, Ele é cada uma destas grandezas que se pregam».[161] E isto, não porque as coisas limitadas do mundo sejam realmente divinas, mas porque o místico experimenta a ligação íntima que há entre Deus e todos os seres vivos e, deste modo, «sente que Deus é para ele todas as coisas».[162] Quando admira a grandeza duma montanha, não pode separar isto de Deus, e percebe que tal admiração interior que ele vive, deve finalizar no Senhor: «As montanhas têm cumes, são altas, imponentes, belas, graciosas, floridas e perfumadas. Como estas montanhas, é o meu Amado para mim. Os vales solitários são tranquilos, amenos, frescos, sombreados, ricos de doces águas. Pela variedade das suas árvores e pelo canto suave das aves, oferecem grande divertimento e encanto aos sentidos e, na sua solidão e silêncio, dão refrigério e repouso: como estes vales, é o meu Amado para mim».[163]

235. Os sacramentos constituem um modo privilegiado em que a natureza é assumida por Deus e transformada em mediação da vida sobrenatural. Através do culto, somos convidados a abraçar o mundo num plano diferente. A água, o azeite, o fogo e as cores são assumidas com toda a sua força simbólica e incorporam-se no louvor. A mão que abençoa é instrumento do amor de Deus e reflexo da proximidade de Cristo, que veio para Se fazer nosso companheiro no caminho da vida. A água derramada sobre o corpo da criança baptizada, é sinal de vida nova. Não fugimos do mundo, nem negamos a natureza, quando queremos encontrar-nos com Deus. Nota-se isto particularmente na espiritualidade do Oriente cristão. «A beleza, que no Oriente é um dos nomes mais queridos para exprimir a harmonia divina e o modelo da humanidade transfigurada, mostra-se em toda a parte: nas formas do templo, nos sons, nas cores, nas luzes, nos perfumes».[164] Segundo a experiência cristã, todas as criaturas do universo material encontram o seu verdadeiro sentido no Verbo encarnado, porque o Filho de Deus incorporou na sua pessoa parte do universo material, onde introduziu um gérmen de transformação definitiva: «O cristianismo não rejeita a matéria; pelo contrário, a corporeidade é valorizada plenamente no acto litúrgico, onde o corpo humano mostra sua íntima natureza de templo do Espírito Santo e chega a unir-se a Jesus Senhor, feito também Ele corpo para a salvação do mundo».[165]

236. A criação encontra a sua maior elevação na Eucaristia. A graça, que tende a manifestar-se de modo sensível, atinge uma expressão maravilhosa quando o próprio Deus, feito homem, chega ao ponto de fazer-Se comer pela sua criatura. No apogeu do mistério da Encarnação, o Senhor quer chegar ao nosso íntimo através dum pedaço de matéria. Não o faz de cima, mas de dentro, para podermos encontrá-Lo a Ele no nosso próprio mundo. Na Eucaristia, já está realizada a plenitude, sendo o centro vital do universo, centro transbordante de amor e de vida sem fim. Unido ao Filho encarnado, presente na Eucaristia, todo o cosmos dá graças a Deus. Com efeito a Eucaristia é, por si mesma, um acto de amor cósmico. «Sim, cósmico! Porque mesmo quando tem lugar no pequeno altar duma igreja da aldeia, a Eucaristia é sempre celebrada, de certo modo, sobre o altar do mundo».[166] A Eucaristia une o céu e a terra, abraça e penetra toda a criação. O mundo, saído das mãos de Deus, volta a Ele em feliz e plena adoração: no Pão Eucarístico, «a criação propende para a divinização, para as santas núpcias, para a unificação com o próprio Criador».[167] Por isso, a Eucaristia é também fonte de luz e motivação para as nossas preocupações pelo meio ambiente, e leva-nos a ser guardiões da criação inteira.

237. A participação na Eucaristia é especialmente importante ao domingo. Este dia, à semelhança do sábado judaico, é-nos oferecido como dia de cura das relações do ser humano com Deus, consigo mesmo, com os outros e com o mundo. O domingo é o dia  da Ressurreição, o «primeiro dia» da nova criação, que tem as suas primícias na humanidade ressuscitada do Senhor, garantia da transfiguração final de toda a realidade criada. Além disso, este dia anuncia «o descanso eterno do homem, em Deus».[168] Assim, a espiritualidade cristã integra o valor do repouso e da festa. O ser humano tende a reduzir o descanso contemplativo ao âmbito do estéril e do inútil, esquecendo que deste modo se tira à obra realizada o mais importante: o seu significado. Na nossa actividade, somos chamados a incluir uma dimensão receptiva e gratuita, o que é diferente da simples inactividade. Trata-se doutra maneira de agir, que pertence à nossa essência. Assim, a acção humana é preservada não só do activismo vazio, mas também da ganância desenfreada e da consciência que se isola buscando apenas o benefício pessoal. A lei do repouso semanal impunha abster-se do trabalho no sétimo dia, «para que descansem o teu boi e o teu jumento e tomem fôlego o filho da tua serva e o estrangeiro residente» (Ex 23, 12). O repouso é uma ampliação do olhar, que permite voltar a reconhecer os direitos dos outros. Assim o dia de descanso, cujo centro é a Eucaristia, difunde a sua luz sobre a semana inteira e encoraja-nos a assumir o cuidado da natureza e dos pobres.

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Atualidades



Rádio Vaticano: o pesar pela notícia da morte de Frei Moser

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Cidade do Vaticano (RV) – A Rádio Vaticano expressa seu pesar pela notícia da morte de Frei Antonio Moser, ocorrida na manhã desta quarta-feira (09/03), no Rio de Janeiro.

Frei Antonio Moser em muitas ocasiões colaborou com a Rádio Vaticano ajudando a refletir sobre o caminho da Igreja. Uma de suas últimas participações foi durante o Sínodo para as Famílias, em outubro do ano passado.

Em 5 de outubro de 2015, Frei Moser explicava aos microfones de Silvonei José a sua convocação para o Sínodo e as funções que desempenharia ao longo das duas semanas de trabalho. 

(rb)

O diretor técnico da tipografia Vaticana, Pe. Renato dos Santos (catarinense Salesiano de Dom Bosco), conheceu de perto Frei Moser. Entrevistado pelo Programa Brasileiro, Pe. Renato nos traz seu testemunho sobre o religioso franciscano: 

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Salesianos confiam em libertação de sacerdote no Iêmen

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Roma (RV) - Pe. Francesco Cereda, Vigário do Reitor-Mor dos Salesianos – Pe. Ángel Fernández Artime –, disse em entrevista que existe muita confiança de “que há muitas possibilidades para a libertação do Pe. Tom Uzhunnalil”, sequestrado na última sexta-feira depois do ataque ao convento das Missionárias da Caridade em Áden (Iêmen), durante o qual assassinaram quatro religiosas.

Pe. Cereda indicou que “é difícil compreender por que levaram o Pe. Tom como prisioneiro. Isto pode ser considerado como resquícios de esperança em meio de uma situação particularmente sombria, pois, se quisessem matá-lo, poderiam ter feito junto com os outros 16”.

O sacerdote também disse que o governo central da Índia, através do Ministério das Relações Exteriores, está investigando o caso; e que as autoridades do Estado de Kerala, onde nasceu o sacerdote, além da Conferência Episcopal, estão seguindo o caso.

“Acreditamos que todos estes esforços não serão em vão. Entretanto, na sociedade tão fragmentada do Iêmen, as negociações serão complicadas e não podemos prognosticar quando conseguiremos a libertação do Pe. Tom”.

“Estamos oferecendo orações pela sua libertação em todos os lugares salesianos do mundo”, disse ainda Pe. Cereda.

O caos social do Iêmen e os missionários salesianos

Os salesianos são responsáveis pela chamada Missão do Iêmen desde 1997. Antigamente, esta fazia parte do Vicariato Apostólico de Áden, estabelecido pelo Papa Leão XIII em 1885. Os salesianos são os únicos sacerdotes católicos que trabalham na região e estão presentes em quatro cidades do Iêmen: na capital Sana, Áden, Holeida e Taiz.

“Os salesianos estavam presentes neste local a fim de atender as necessidades espirituais e sacramentais da grande quantidade de imigrantes católicos da Índia, das Filipinas e em todas as partes… Sua presença era também um grande apoio para as Missionárias da Caridade”, comentou o Pe. Cereda.

Entretanto, o diálogo com as outras confissões religiosas era difícil. “Portanto, os salesianos limitaram seus serviços principalmente às instituições nas quais trabalhavam as irmãs e para a população católica migrante”, precisou o Vigário.

Depois da chamada “primavera Árabe” de 2011, a população iemenita se levantou contra o presidente Abdallah Saleh. Isto fez com que a situação se tornasse difícil e caótica. Desde 2015, Iêmen está imerso em uma guerra civil causada pelo conflito entre duas facções que reclamam o governo. Além disso, o país é terreno de operações para os terroristas da Al Qaeda e do Estado Islâmico. (SP)

 

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Iraque. Patriarca Sako: não às milícias cristãs contra o EI

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Bagdá (RV) - “Pensar que a nossa vitória possa depender da criação de facções armadas isoladas para defender os nossos direitos poderia levar a outro 'holocausto'", como já aconteceu no passado, quando as milícias cristãs "combateram as guerras dos outros." Enquanto o caminho a seguir é "aprender as lições da história", e, eventualmente, apoiar as forças armadas regulares. Foi o que disse o Patriarca caldeu Louis Raphael I exprimindo o seu nítido distanciamento dos grupos que nas comunidades cristãs, assírias e caldeias apoiam a necessidade de defender os seus direitos comunitários e lutar contra as forças jihadistas através da formação de grupos armados confessionais.

Sako convida alistar-se nas forças armadas regulares

Em uma ampla mensagem a todos os caldeus, divulgada através dos canais oficiais do Patriarcado e retomada pela agência Fides, o Primaz da Igreja caldeia diz claramente que essas milícias confessionais são, na verdade “patrocinadas e apoiadas pelos mesmos poderes que desencadearam o conflito” enquanto a única solução legítima e eficaz - afirma o Patriarca, em seu discurso - é a de alistar-se nas forças armadas regulares, como o exército iraquiano ou aquele que pertence à região autónoma do Curdistão iraquiano, para “cooperar com eles para a libertação da terra ocupada. Nós, - prossegue o Primaz da Igreja caldeia – “devemos levar em consideração que o nosso destino está ligado ao de todos os iraquianos, e esta é a única maneira de assegurar o nosso futuro juntos, onde os xiitas são chamados a oferecer sua própria vida junto com os curdos, os sunitas, cristãos e turcomanos”.

O extremismo islâmico, fenômeno “anômalo e politicamente controlado”

Na mesma mensagem, o patriarca caldeu define o extremismo islâmico que está agitando os cenários do Oriente Médio como um fenômeno “anômalo e politicamente comandado”, e com força repete sua certeza de que “nada vai expulsar o cristianismo do Oriente Médio, apesar das dificuldades, até quando haverá cristãos determinados a ficar em sua terra natal, orgulhoso de sua identidade e missão nesta parte do mundo”. (SP)

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Migração feminina é tema de simpósio em Roma

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Cidade do Vaticano (RV) – A migração feminina foi tema de um simpósio realizado na tarde da terça-feira, 8 de março, em Roma. 

Promovido pela Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeu, em parceria com a Embaixada do Brasil junto à Santa Sé, os relatores debateram o tema olhando para o passado, para o modelo de Madre Assunta Marchetti, cofundadora das scalabrianas.

O Programa Brasileiro estava lá e conversou com a Superiora-Geral da Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeu, Ir. Neusa de Fátima Mariano, que ressaltou algumas características da migração moderna, principalmente no que diz respeito às mulheres e aos menores desacompanhados.

O Arcebispo de São Paulo, Card. Odilo Pedro Scherer, também participou do evento, recordando a beatificação de Madre Assunta em outubro de 2014, na Catedral da Sé. Entrevistado por Silvonei José, Dom Odilo falou da tradição de Arquidiocese e da cidade de São Paulo em receber os migrantes.

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Santa Sé reitera compromisso em defesa da dignidade da mulher

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Roma (RV) – O Cardeal Peter Turkson, Presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz, discursou na terça-feira, (08/03), em um seminário que debateu a saúde e a sexualidade nas metas de desenvolvimento sustentável e nos ensinamentos da Igreja Católica.

O cardeal Turkson reafirmou o comprometimento da Santa Sé na defesa da vida e da dignidade da mulher. Citando alguns trechos da Encíclica Laudato si do Papa Francisco, alertou que a tecnologia baseada no conhecimento científico gera à humanidade um poder “tremendo sobre si mesma” e, por isso, “é preciso trabalhar juntos com empenho para assegurar que isto seja usado sabiamente”.

O evento foi organizado pela Aliança Jovem Mundial (WYA), que trabalha com crianças e adolescentes em mais de 160 países, com o apoio do Pontifício Conselho. A Aliança recebeu o reconhecimento de Fundação Papal no ano passado.

(RB)

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