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Sumario del 14/03/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: quantos “vales tenebrosos”, mas o Senhor está conosco

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Cidade do Vaticano (RV) – O sem-teto morto de frio em Roma, as irmãs de Madre Teresa assassinadas no Iêmen, as pessoas que adoecem na “Terra do fogo”, perto de Nápoles. Na missa da manhã desta segunda-feira (14/04), o Papa citou alguns fatos dramáticos dos últimos dias. Diante destes “vales tenebrosos”, disse Francisco, a única resposta é confiar em Deus.

 

O Pontífice se inspirou na primeira leitura do dia, extraída do Livro de Daniel, em que Susana, uma mulher justa difamada pelas más intenções de dois juízes, prefere confiar em Deus e escolhe morrer inocente a fazer o que aqueles dois homens queriam.

Quantos vales tenebrosos

O Senhor, disse o Papa, sempre caminha conosco, nos quer bem e não nos abandona. E dirige o seu olhar aos “vales tenebrosos” do nosso tempo:

“Quando nós, hoje, olhamos para os muitos vales obscuros, tantas desgraças, tanta gente que morre de fome, de guerra, crianças com problemas, tantas.... você pergunta aos pais: ‘Mas que doença ele tem?’ – ‘Ninguém sabe: se chama doença rara’. Pensemos nos tumores da Terra do fogo … Quando você vê tudo isso, pergunta: onde está o Senhor? O Senhor caminha comigo? Este era o sentimento de Susana. Também o nosso. Você vê essas quatro freiras trucidadas: serviam por amor e acabaram trucidadas por ódio! Quando você vê que se fecham as portas aos prófugos e eles ficam ao relento, com o frio... Mas Senhor, onde você está?”

Por que uma criança sofre?

“Como posso confiar no Senhor – retomou o Papa – se vejo todas essas coisas? E quando as coisas acontecem comigo, cada um de nós pode dizer: mas como me entrego ao Senhor?” “A esta pergunta há uma resposta”, disse Francisco: “Não se pode explicar, eu não sou capaz”: 

“Por que uma criança sofre? Não sei: para mim é um mistério. Somente Jesus no Getsêmani me traz uma luz – não à mente, mas à alma: ‘Pai, este cálice, não. Mas seja feita a Sua vontade’. Entrega-se à vontade do Pai. Jesus sabe que tudo não termina com a morte ou com a angústia, e a última palavra da Cruz: ‘Pai, confio-me em Suas mãos!’, e morre assim. Entregar-se a Deus, que caminha comigo, que caminha com o meu povo, que caminha com a Igreja. E este é um ato de fé. Eu me entrego. Não sei: não sei porque isso acontece, mas eu confio. Você saberá porquê”.

O mal não é definitivo

E este, disse, “é o ensinamento de Jesus: quem se entrega ao Senhor que é Pai, não precisa de mais nada”. Ainda que caminhe por um vale tenebroso, acrescentou, “sabe que o mal é um mal momentâneo, o mal definitivo não existirá porque o Senhor ...‘porque Tu estás comigo. O Teu bastão e o Teu cajado me deixam tranquilo”. Esta, destacou, “é uma graça” que devemos pedir: “Senhor, ensinai-me a entregar-me nas Tuas mãos, a confiar em sua guia, mesmo nos maus momentos, nos momentos tenebrosos, no momento da morte”:

“Hoje nos fará bem pensar à nossa vida, aos problemas que temos e pedir a graça de nos entregarmos nas mãos de Deus. Pensar em tantas pessoas que não recebem um último carinho na hora de morrer. Três dias atrás morreu um aqui, nas ruas, um sem-teto: morreu de frio. Em plena Roma, uma cidade com todas as possibilidades para ajudar. Por que, Senhor? Sequer um carinho… Mas eu me entrego, porque Tu não desiludes”.

“Senhor – concluiu o Papa – não Te entendo. Esta é uma bela oração. Mesmo sem entender, me entrego nas Tuas mãos”.

(BF/RB)

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Pesar do Papa pelas vítimas do ataque na Costa do Marfim

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 Abidjan (RV) – O Papa Francisco expressou condolências pelas vítimas do ataque na Costa do Marfim e assegurou, num telegrama assinado pelo Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, a sua proximidade espiritual aos feridos e às famílias atingidas. O Papa, então, condenou a violência e o ódio em todas as formas e invocou a benção divina sobre o país africano.

O grupo Al-Qaeda assumiu o ataque de domingo (13) à região turística de Grand Bassam, a cerca de 40 quilômetros da capital, que deixou ao menos 18 mortos, entre eles, um francês e um alemão. "Eu vi sete pessoas mortas que eu filmei. Estava nadando na piscina quando o tiroteio começou e eu comecei a fugir", disse Dramane Kima, ao mostrar para a reportagem da Reuters o vídeo que gravou.

Uma nota divulgada pela Presidência da França diz que o país “forneceu seu apoio logístico e de inteligência à Costa do Marfim e intensificará a sua cooperação com seus sócios na luta contra o terrorismo". Em entrevista à Rádio Vaticano, o especialista Alberto Negri comentou o ataque que ocorreu quase dois meses depois de combatentes islâmicos matarem dezenas de pessoas num hotel frequentado por estrangeiros na capital da vizinha Burkina Faso, em Ouagadougou.

As novas fronteiras da Europa

AN – Precisamos nos preocupar porque os europeus não entendem que as suas fronteiras sofreram transformações não somente agora delimitadas com a Síria e a Turquia, mas inclusive com aqueles países que antes estavam a mil quilômetros abaixo de Kadhafi. Com a queda de Kadhafi na Líbia, essas fronteiras se afundaram em mil quilômetros. Hoje as fronteiras da Europa estão em Mali, Burkina Faso, Costa do Marfim, Mauritânia, tanto é que esse atentado na Costa do Marfim foi organizado pelo exército de Mokhtar Belmokhtar, personagem que conhecemos há anos, que era ligado aos grupos armados islâmicos na Argélia nos anos 90 e que depois se transformou em um dos grandes chefes da área do Sahel. A que atentados conduz? Àqueles com objetivos ocidentais de marca qaedista, porque é também “em concorrência” com o Estado Islâmico; protege de qualquer maneira, como dizer, a preeminência de Al-Quaeda naquela área que significa inclusive controle do narcotráfico, dos migrantes, vastos tráfegos. Isso gera uma área absolutamente instável e perigosa.

Franceses se tornaram alvo

RV – Então, tem a mesma mão dos ataques a Bamako de alguns meses atrás...

NA – Sem sombra de dúvida. A reivindicação é mais ou menos a mesma, porque se fala do grupo de Al-Murabitun. Trata-se de um grupo jihadista islâmico que se afiliou ao Al-Qaeda no Magrebe, que conduziu o ataque a Bamako, a Ouagadougou e, por último, na Costa do Marfim, almejando sobretudo objetivos ocidentais – porque está na filosofia do Al-Qaeda – em específico aos interesses de um país como a França que, naquela área, tem fortíssimos interesses do ponto de vista da segurança. O país se deslocou com as suas forças em Mali e em outros países africanos e, além de tudo, tem superioridade econômica: precisamos lembrar que aquela é a famosa área do Franco Cfa (moeda corrente usada em doze países africanos); 14 países têm 80% das suas reservas bancárias exatamente em Paris. Então, é claro que o objetivo é muito próximo a ser aquele de desestabilizar a presença francesa.

(AC)

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Quase 3 milhões de fiéis nos primeiros 100 dias do Jubileu

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Cidade do Vaticano (RV) – Na manhã desta segunda-feira (14/03), se realizou a coletiva de imprensa de apresentação do balanço dos primeiros 100 dias do Ano Santo. Os dados foram ilustrados pelo Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella, e pelo Prefeito interino de Roma, Franco Gabrielli. 

De acordo com a última atualização (11/03), desde o início do Jubileu Roma acolheu dois milhões e 802 mil peregrinos. Quase três milhões de fiéis, portanto, levando em consideração o afluxo somente na Praça S. Pedro. Não foram calculadas as pessoas que passaram pelas Basílicas de São Paulo fora dos Muros, Santa Maria Maior, São João de Latrão ou pelo Santuário do Divino Amor.

Somente para a exposição dos restos de S. Pio de Pietralcina, a cidade acolheu meio milhão de peregrinos. Cerca de 40% eram estrangeiros.

Na coletiva, Dom Fisichella fez questão de reiterar a necessidade de se inscrever para atravessar a Porta Santa da Basílica Vaticana, não obstante alguns meios de comunicação tenham escrito o contrário. Para se inscrever, é necessário acessar o site ou se dirigir diretamente à sede do Pontifício Conselho, na “Via dela Conciliazione”.

Portas Santas

No total, foram abertas pelo menos 10 mil “portas santas” nas 2.089 dioceses de todo o planeta – dos prófugos no Curdistão iraquiano, aos fiéis na China ou na Amazônia. Esta é a diferença principal em relação ao Jubileu do Ano 2000. Francisco quis que o Jubileu não fosse centralizado em Roma.

A peregrinação indicada pelo Papa na Bula de convocação é, antes de tudo, interior, através também das obras de misericórdia corporais e espirituais. Pela  primeira vez na história dos Jubileus, o Pontífice decidiu abrir a primeira Porta Santa fora de Roma. Antes do dia oficial de 8 de dezembro, o Jubileu teve início em 29 de novembro em Bangui, na Rep. Centro-Africana. A conclusão deste Ano Extraordinário está marcada para o dia 20 de novembro. 

(BF)

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Cardeal Secretário de Estado Parolin visitará a Macedônia e Bulgária

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Cidade do Vaticano (RV) - O secretário de Estado vaticano, Cardeal Pietro Parolin, vai realizar, de 18 a 22 deste mês março, uma visita oficial à Macedônia e à Bulgária a convite das autoridades locais e da Igreja católica em ambos os países balcânicos.

A primeira etapa será a capital macedônia Skopje

A primeira etapa será a capital macedônia Skopje, onde o purpurado encontrará as autoridades máximas do Estado.

Está previsto para a próxima sexta-feira (18/03), às 18h locais, uma missa na Catedral católica do “Sagrado Coração de Jesus”. Após a celebração, se terá a apresentação do livro do Papa Francisco “O nome de Deus é misericórdia”, traduzido em língua macedônia.

Além disso, o Cardeal Parolin vai inaugurar a nova residência episcopal de Skopje e terá um encontro com o clero e os religiosos da Diocese de Skopje e do Exarcado apostólico para os católicos de rito bizantino.

Em seguida, o secretário de Estado vaticano visitará a comunidade católica em Strumica, sede dos católicos de rito bizantino na Macedônia.

As etapas da visita à Bulgária

A visita à Bulgária terá início no próximo domingo (20/03) com a consagração, às 10h locais, em Sófia – capital do país balcânico –, da renovada igreja “Dormitio Mariae”, centro do Exarcado apostólico dos católicos de rito bizantino na Bulgária.

Na parte da tarde, ainda na capital búlgara, o Cardeal Parolin visitará a concatedral de rito bizantino dedicada a João XXIII, construída num terreno adquirido pelo próprio Angelo Roncalli (nome de batismo de João XXIII) quando este era delegado apostólico na Bulgária.

Em seguida, o purpurado visitará o mosteiro adjacente das Irmãs da Eucaristia e o Centro Médico “João Paulo II”, administrado pelas religiosas, onde são oferecidos tratamentos médicos também a pessoas em dificuldade e aos refugiados do centro de acolhimento, situado nas proximidades do centro médico.

Ainda na noite de domingo o Cardeal Parolin presidirá em Sófia à missa do domingo de Ramos na concatedral de rito latino “São José”. Depois, terá um encontro com o clero e os religiosos católicos da Bulgária.

Na segunda-feira (21/03), o secretário de Estado vaticano encontrará o Patriarca Neofit e alguns membros do Santo Sínodo, o Presidente da República Rossen Plevneliev, o Premier Boiko Borissov, e o Grão-mufti Mustafa Hadzi. (RL)

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A RV com o Papa na Semana Santa. Confira nossa programação

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco presidirá publicamente as seguintes cerimônias, em março. Os horários referem-se ao de Brasília.

Domingo, 20, Praça São Pedro

Santa Missa de Domingo de Ramos, a partir das 5h25

Quinta-feira, 24, local a ser definido

Santa Missa da Ceia do Senhor e rito do Lava Pés, a partir das 12h55

Sexta-feira, 25, Basílica Vaticana

Celebração da Paixão do Senhor, a partir de 12h55

Sexta-feira, 25, Coliseu

Via Sacra, a partir de 17h05

Sábado, 26, Basílica Vaticana

Vigília Pascal na Noite Santa, a partir das 16h25

Domingo, 27, Praça São Pedro

Santa Missa de Páscoa e Bênção Urbi et Orbi, a partir das 5h05

O Programa Brasileiro transmitirá todos os eventos integralmente e ao vivo, com comentários em português. As cerimônias podem ser acompanhadas por Rádio, TV e Player. 

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Igreja no Mundo



Santa Sé: liberdade religiosa cada vez mais em risco no mundo

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Cidade do Vaticano (RV) - A comunidade internacional deve “reafirmar o direito à liberdade religiosa e condenar todo tipo de discriminação e tolerância por motivos religiosos em todos os cantos da terra”: foi o premente apelo lançado esta segunda-feira (14/03) pelo secretário vaticano das Relações com os Estados, Dom Paul Richard Gallagher, num encontro de formação missionária. 

Centralizado no tema “A nossa Igreja é Igreja dos mártires”, o evento foi promovido e organizado pelo Centro Diocesano de Roma para a Cooperação Missionária entre as Igrejas.

Discriminações em aumento. É preciso ação concertada entre os Estados

Em eu discurso, o prelado expressou preocupação pelo atual contexto em que se registra “um aumento exponencial de casos de intolerância, discriminação, extremismo, fundamentalismo, riscos para as liberdades individuais, sobretudo no que tange à liberdade religiosa e de expressão, aos quais se acrescentam “os ataques e as ameaças contínuas do terrorismo de diferentes origens”.

Trata-se de desafios que requerem “uma ação enérgica e concertada entre os Estados para salvaguardar os direitos humanos, todo o sistema democrático de cada país e a segurança internacional”, disse Dom Gallagher.

Leis sobre blasfêmia e tráfico ilícito de armas causam fundamentalismo

Em seguida, o arcebispo deteve-se sobre os fatores subjacentes do extremismo e fundamentalismo religiosos, como, por exemplo, a promulgação de leis sobre a blasfêmia, “fácil pretexto” para perseguir quem professa um credo diferente do da maioria; os regimes autoritários ou totalitários que limitam a liberdade religiosa; a “chaga do tráfico ilícito de armamentos, a produção e a venda de armas por parte de sujeitos de direito internacional” que prolongam os conflitos.

O prelado apontou, ainda, a “contínua desestabilização do Oriente Médio” que “agravou as violências” contra as minorias religiosas, inclusive cristãs, obrigadas “a abandonar suas casas para fugir dos horrores da guerra e das perseguições”.

Assegurar direitos plenos e igual dignidade aos cristãos

Trata-se de “um êxodo forçado”, reiterou Dom Gallagher, recordando que tal drama atinge também outros países, como a Líbia e a Nigéria, provocando “uma hemorragia irrefreável”.

Os cristãos “como cidadãos de iguais dignidade, deveriam ter asseguradas todas as condições para permanecer em suas terras de origem ou a elas retornar”, com a garantia do “pleno direito de participar da vida pública do país”.

E nem mesmo o Ocidente é poupado, acrescentou o prelado, porque nesta parte do mundo as formas de discriminação muitas vezes se verificam em nome da chamada defesa dos valores democráticos.

Liberdade religiosa deve ser promovida, não limitada

Em seguida, recordando que os cristãos são o grupo religioso que apresenta “o número mais elevado de vítimas”, Dom Gallagher afirmou, com pesar, que tal questão “não foi tomada em séria consideração” e que “somente recentemente” a comunidade internacional começou a refletir e a tomar posição sobre o assunto.

Por sua vez, a Santa Sé “sempre defendeu a importância do respeito pela liberdade religiosa, que deve ser promovida, não limitada”.

Efetivamente, “baseado nessa liberdade, entendida como direito fundamental, se pode criar espaços mais amplos de diálogo”, favorecendo “as condições necessárias para construir sociedades mais inclusivas e estáveis”, porque “a religião é parte da identidade de um país e o Estado deve preocupar-se em manter e respeitar essa identidade”, destacou o secretário vaticano das Relações com os Estados. (RL)

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Dom Shomali pede misericórdia para a Terra Santa

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Jerusalém (RV) - “A Terra Santa precisa de uma misericórdia sem confins que abrace e envolva todas as comunidades religiosas presentes.” Foi o apelo lançado pelo Vigário Patriarcal de Jerusalém, Dom William Shomali, durante uma conferência inter-religiosa promovida, no último dia 10, na Pontifícia Universidade Salesiana de Jerusalém, no âmbito do Ano Jubilar.

Segundo a Agência Fides, o encontro contou com a participação de vários representantes religiosos, incluindo o líder islâmico Qadi Iyad Zahalka, juiz junto ao Tribunal da Charia de Jerusalém, e do rabino David Rosen, que abordaram o tema “Misericórdia sem confins. Celebrar a Misericórdia de Deus no Hebraísmo, Cristianismo e Islamismo”.

Dom Shomali citou o Papa Francisco sobre o tema da Misericórdia, recordando que ela é reconhecida pelas três religiões monoteístas como “um dos mais importantes atributos de Deus”. “Existe um aspecto da misericórdia que vai além dos confins da Igreja Católica”, disse o bispo, observando que “a misericórdia expulsa toda forma de violência e discriminação”. Por isso, segundo o vigário, “constitui uma abordagem e critério relevantes para a Terra Santa, o onde o ódio e violência superaram a compaixão e a misericórdia, e demais áreas do Oriente Médio”.

O bispo sublinhou a necessidade de conciliar misericórdia e justiça, notando a importância de ensinar e difundir na educação dos jovens o paradigma da “misericórdia para com os outros”. 

“A educação”, disse Dom Shomali, “tem um papel importante em favorecer a paz ou o ódio, a compaixão ou a vingança”. O prelado convidou a remover do programa escolar toda passagem que danifique a imagem do outro ou contribuía para aumentar a exclusão.
 
“Precisamos criar novos programas de aprendizagem, usando textos que contenham valores partilhados, como por exemplo, a misericórdia”, concluiu. (MJ) 

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Paquistão: cristãos dizem não à repatriação de refugiados afegãos

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Islamabad (RV) - “O governo paquistanês não repatrie os refugiados afegãos que, por causa das difíceis condições de vida e das terríveis condições de segurança, deixaram há anos o seu país estabelecendo-se no Paquistão”, é o pedido das organizações cristãs paquistanesas e demais Ongs da sociedade civil. 

Conforme explicado à Agência Fides pelo católico paquistanês Aftab Alexander Mughal, responsável pela revista “Minority Concern of Pakistan”, o Paquistão hospeda há mais de três anos cerca de 1,7 milhões de refugiados registrados oficialmente, e 1,3 milhões de refugiados não registrados. 

O Alto Comissariado da ONU para Refugiados estipulou um acordo com o Paquistão para facilitar a repatriação voluntária dos refugiados afegãos. No primeiro semestre do ano passado, mais de 50 mil refugiados afegãos registrados foram repatriados. Muitos, porém, não querem voltar, pois o Afeganistão é ainda perigoso. 

Sarfarz Clement e Javaid Nazir ativistas cristãos da Ong “Action Against Poverty” iniciaram uma campanha pedindo ao governo para não repatriar esses refugiados e fornecer-lhes ajuda em suas necessidades. 

Cerca de 36% dos refugiados afegãos vivem ainda nos campos de refugiados. “A sua vida não é fácil, mas ainda não há esperança de uma condição de vida melhor no Afeganistão. Existem muitos afegãos cujas famílias plantaram raízes no Paquistão. Os seus filhos nasceram ali e acreditam que sua terra mãe seja o Paquistão. Eles abandonaram completamente a ideia de voltar ao Afeganistão”, explicou Aftab. 

O Paquistão, como signatário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, “tem a obrigação de fornecer a proteção necessária aos refugiados e garantir-lhes assistência e ajuda”, concluiu. (MJ) 

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Assembleia Anual do Conselho Missionário Nacional

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Brasília (RV) - Avaliar a caminhada dos Conselhos Missionários Regionais e Diocesanos (Comires e Comidis) e fortalecer seu protagonismo na animação e cooperação missionária na Igreja local. Este foi o objetivo da 33ª Assembleia Anual do Conselho Missionário Nacional (Comina) realizada neste final de semana, dias 11 a 13, na sede das POM em Brasília (DF). O encontro reuniu 50 pessoas entre bispos, coordenadores dos Conselhos Missionários Regionais (Comires) e representantes de organismos missionários de todo o Brasil.

Segundo Padre Sidnei Marco Dornelas, assessor da Comissão para a Ação Missionária da CNBB e secretário executivo do Comina, “um encontro como esse, com pessoas que articulam as forças missionárias em todo país é uma ótima oportunidade para sondar os anseios das comunidades nesse momento em que falar de missão está de moda”. O padre Sidnei, que coordenou os trabalhos da Assembleia, ressalta ainda que, “todos sentem a necessidade de articular as novas forças missionárias como as missões populares, a infância missionária e os jovens para a missão além-fronteiras”.

Nesse sentido, o documento de Estudo 108 da CNBB sobre “Missão e Cooperação Missionária”, elaborado pelo Comina no ano passado, traz orientações claras para a articulação das várias forças de animação da Igreja no Brasil.

Dom Esmeraldo Barreto de Farias, presidente da Comissão Episcopal para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB e bispo auxiliar de São Luís (MA), agradeceu a participação dos leigos e leigas, religiosos e religiosas, bispos referenciais para a missão, presbíteros, diácono e seminarista. “Essa representatividade é muito importante para uma maior integração na vivência da missão”, avalia o bispo.

O encontro teve como tema “Cuidar da nossa Casa para ser Igreja em saída” que foi apresentado pelo assessor teológico do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o padre Paulo Suess, retomando a Encíclica Laudato si` do papa Francisco.

Dom Esmeraldo destaca que os impulsos missionários vindos dessa Encíclica nos ajudam a perceber o chamado para cuidar da Casa Comum que é o mundo também como o lugar onde vivemos. “Precisamos redescobrir a missão que Deus nos dá a partir desse lugar”. Por isso, “somos chamados a ir ao encontro das pessoas nessas realidades que são tão exigentes”. O bispo sublinha ainda, a partilha feita pelos regionais com suas realizações e desafios. “Sentimos um apelo para aprimorar o trabalho dos Comires, incentivar os Comidis e ajudar a ciar ou fortalecer os Conselhos Missionários Paroquiais (Comipas). Tudo isso, sem deixar de lado os seminaristas na preparação de missionários presbíteros para assumir a missão da Igreja”.

Pela primeira vez os seminaristas tiveram um membro dos Conselhos Missionários de Seminaristas (Comises), na Assembleia. Coube a João Luiz da Silva, da Arquidiocese de Mariana (MG), representar a Comissão Nacional dos Comises, uma realidade que vem crescendo em todo o Brasil. João Luiz recordou os impulsos vindos do 2º Congresso Missionário Nacional de Seminaristas realizado no ano passado e a importância do envolvimento dos futuros presbíteros na missão.

A Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) foi representada pela sua presidente, a Irmã Maria Inês Vieira, a Irmã Maria de Fátima Kapp, do setor Missão e a Irmã Vanderléia Corrêa de Mello, que esta segunda-feira, 14, parte para o Haiti onde vai reforçar a Equipe Intercongregacional. Realizado em comunhão com a CNBB, esse Projeto é um sinal do envolvimento do Brasil com a missão além-fronteiras.

Entre outras iniciativas, no caminho de preparação para o 5º Congresso Missionário Americano (CAM 5), o Brasil deverá realizar o seu 4º Congresso Missionário Nacional, com o objetivo de incentivar a missão ad gentes. O evento está marcado para acontecer nos dias 7 a 10 de setembro de 2017, em Recife (PE). O diretor das POM, padre Camilo Pauletti, apresentou o tema do CAM 5: “A alegria do evangelho, coração da missão profética, fonte de reconciliação e comunhão”. Estão previstas também, muitas ações nos regionais e dioceses.

Ao presidir a missa, no 5º domingo da Quaresma, Dom Oderil José Magri, Bispo de Chapecó (SC), fez um apelo para manter acesa a chama da missão e recordou que “a missão se faz com os pés dos que partem, com os joelhos dos que rezam e com as mãos dos que ajudam”. Animar esse espírito é um dos objetivos do Comina.

Ao redor da Cruz da Missão, um dos símbolos do CAM 5, os participantes da Assembleia encerraram os trabalhos com um momento de oração quando renovaram seu compromisso de seguir trabalhando por uma Igreja em saída.

A próxima Assembleia do Comina deve acontecer no mês de março de 2017. (SP-CNBB)

 

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Formação



Diocese de Quixadá: caminhar para Cristo que é o nosso Salvador

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, voltamos ao nosso quadro semanal “O Brasil na Missão Continental”, trazendo um pouco deste projeto de animação missionária na realidade eclesial de nossas Igrejas particulares. 

Na edição de hoje continuamos com a participação do bispo da Diocese de Quixadá, Dom Ângelo Pignoli, desde 2007 à frente desta Igreja particular do Ceará.

Trazendo-nos um pouco sobre a realidade desta Igreja, procuramos saber também de Dom Pignoli sobre aquela expressão da fé do nosso povo que chamamos de “piedade popular”.

Como se sabe, a religiosidade popular no Ceará é fortemente marcada por romarias e peregrinações, de modo particular no âmbito da grande devoção ao Padre Cícero Romão Batista, no Juazeiro do Norte, mas não só.

De fato, também as romarias a São Francisco das Chagas de Canindé, município de Canindé – sertão Central do Ceará –, constituem expressão forte desta religiosidade.

Falando-nos sobre esta realidade em sua diocese, o bispo de Quixadá destaca o Santuário de Nossa Senhora Imaculada Rainha do Sertão, cuja festa tem seu enceramento em 11 de fevereiro, com a participação das paróquias.

Dom Ângelo diz que sua diocese é passagem para os romeiros que vão para Juazeiro, bem como para Canindé. “Apesar de o acesso ser um pouco difícil, há bastante romaria nesse sentido”, observa.

Dom Pignoli diz tratar-se de um povo que busca com ansiedade o religioso, mas que carece de uma fé mais amadurecida, e ser este o trabalho que realizam, de “alimentar a religiosidade popular e crescer nela”, de “caminhar para Cristo que é o nosso Libertador e Salvador”. Vamos ouvir.

(RL)

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Atualidades



Dom Murilo: "Sem bons políticos, caminho fica aberto para os medíocres"

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Cidade do Vaticano (RV) – Milhões de brasileiros saíram às ruas no domingo em protesto contra os escândalos de corrupção que têm corroído as instâncias de poder no país. 

A Rádio Vaticano pediu ao Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, que também é Vice-presidente da CNBB, uma análise dos fatos.

O arcebispo fala da ausência de políticos com "grandeza de estadistas", faz uma observação crítica sobre a formação pela Igreja de leigos "que levem as dimensões da fé para a sua atuação política" e cita o Papa Francisco ao diferenciar pecado de corrupção. 

Dom Murilo: Penso que ficou muito claro que não são e não foram manifestações ideológicas porque também políticos da oposição foram vaiados, não foram aceitos como participantes das manifestações. Na verdade, essas manifestações, de norte a sul, manifestaram uma indignação do povo com a situação em que chegamos. Porque, de um lado, estão os políticos pensando apenas em si e não no projeto em favor do Brasil e de seu povo, e de outro, a própria corrupção, e as consequências estão aí.

RV: Acredita que o término do atual governo seja a solução para a crise?

Não necessariamente. Porque também as perspectivas que temos pós este governo também não são das mais otimistas. Eu penso que seria a hora de os nossos políticos pararem, se sentar e dizer: vamos esquecer que somos cada um de um partido diferente, mas há uma realidade que é maior do que nós: buscar o que é melhor para o Brasil. Mas isso exigiria uma grandeza de estadista que, infelizmente, grande parte de nossos políticos não tem, e isso é mau. Porque, ontem, os próprios partidos políticos foram rechaçados. Ora, não existe democracia sem partido político, aí começa a ter aquele medo da força militar, ou pior, violência para tentar, pela violência, conseguir alguma mudança. Então, isso é muito triste que os próprios partidos tenham perdido a sua pouca credibilidade.

RV: Os bispos do Brasil se reunirão em Assembleia Geral no mês que vem. Novos contextos para serem analisados?

Dom Murilo: Sim, e aí não serão mais os 40 bispos do nosso Conselho, e sim 300 bispos a manifestar a sua posição. Tenho certeza que desta contribuição de cada um, porque na verdade, a grande riqueza de uma Assembleia como a nossa, com visões tão diferenciadas, faz com que as nossas notas sejam muito equilibradas. Para mim, sempre, participar da elaboração de uma nota, de um documento na CNBB, é participar de uma verdadeira ação do Espírito Santo, onde não se manifesta o desejo de um ou de outro, mas aquilo que realmente é a síntese do pensamento do episcopado brasileiro. Provavelmente também deverá sair uma nota, uma manifestação, sobre o momento do Brasil. Nós queremos ao menos dizer: acreditamos que para obtermos o que queremos o caminho deverá ser este.

RV: Neste momento de crise, também a CNBB olha para dentro de si para promover alguma mudança? Qual o senhor acredita que seja uma mudança necessária.?

Dom Murilo: Em primeiro lugar, teremos um documento que está sendo preparado para ser aprovado sobre os leigos. Qual o seu papel dentro da Igreja e fora da Igreja. Eu penso que muita coisa que está acontecendo é porque nós não temos leigos devidamente preparados e conscientes de sua missão de ser a presença da Igreja no mundo. Por isso, que volta e meia, nasce a tentação de algum padre de querer se candidatar para ajudar a melhorar o Brasil: não é função do padre. Para isso, devemos formar leigos que levem as dimensões da fé para a sua atuação política. Não queremos formar um grupo de parlamentares católicos para defender interesses da Igreja Católica, isso não existe, nunca quisemos isso, e não queremos. Queremos sim que o leigo que optar pela política porque sente vocação para isto, assuma decididamente o seu papel, e lute por um país justo, fraterno, solidário. Nós sabemos que se bons políticos não ocuparem o espaço da política, abre-se um caminho imenso, aberto, para os medíocres que se interessam em ocupar este espaço. Estamos vendo aí o resultado disso. Portanto, diferentemente de outras igrejas, a Igreja Católica não lança candidatos e nem diz ao povo: é preciso votar no a, no b ou no c. Não. Nós queremos que o nosso católico também olhe com consciência na hora de votar e escolha aqueles que ele julga que sejam capazes de realmente representá-lo, e representá-lo bem.

RV: Principalmente num contexto em que a cultura política foi sempre marcada pela corrupção em nosso país, infelizmente...

Dom Murilo: Este é o grande desafio. Aquilo que o Papa fala da diferença entre o pecado e a corrupção: pecado são atos, a corrupção é um estado, uma mentalidade que pervade a sociedade. E é em função desta mentalidade que quem detém o poder acaba pensando: eu tenho direito de me aproveitar porque eu estou no poder. E a gente está vendo no Brasil todos os dias novas notícias de desvio de dinheiro, e não se fala mais em milhões de reais, mas de dezenas, centenas de milhões de reais. O povo vê isso, de um lado falta saúde adequada, não tem escola, o transporte é precário. Claro que o povo se levanta e vai para as ruas. Graças a Deus foi para a rua de uma forma pacífica, mas a gente sabe que nesta hora, se pessoas inescrupulosas conseguirem pegar essa insatisfação e canalizar em função de seus objetivos nada dignos, é um perigo para o país, são momentos assim de crise, mas de uma crise que pode levar para uma opção pelo bem, mas que pode levar também para uma opção pelo mal.

(rb)

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Card. Scherer: trabalho do Papa envolve toda humanidade

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Cidade do Vaticano (RV) – Três anos vividos intensamente: assim o Arcebispo de São Paulo, Card. Odilo Pedro Scherer, analisa o Pontificado do Papa Francisco, eleito em 13 de março de 2013.

Em entrevista ao Programa Brasileiro, o Cardeal considera “sumamente positivo” que o Pontífice tenha envolvido toda a humanidade em seu trabalho. E como marcas desses três anos, Dom Odilo cita a Exortação apostólica Evangelii gaudium, a Encíclica Laudato si, os Sínodos sobre a família, o Ano da Misericórdia:

 

(BF/SP)

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Voluntária brasileira incentiva inscrição na JMJ de Cracóvia

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Cidade do Vaticano (RV) –  A nossa convidada hoje no espaço Juventude é Michele Magalhães. Baiana de Senhor do Bonfim, ela é voluntária e missionária em Cracóvia. Michele é referência para os peregrinos de língua inglesa que ligam para o setor de inscrições da JMJ 2016.

 

Ela fala sobre as dúvidas mais comuns que os peregrinos têm e de como é possível pedir auxílio ao fundo de solidariedade. No final, Michele “lamenta” não ter conhecido antes a Jornada Mundial da Juventude: “se tivesse conhecido, teria participado desde pequena”, disse a voluntária que esteve nas edições de Madri e do Rio de Janeiro.

“Eu gostaria de motivar ainda mais os peregrinos que sonham em vir para que façam sua inscrição. E que, com alegria, motivem cada vez mais outros jovens para não perder essa oportunidade. Por mais que a situação financeira não seja tão fácil, quando a gente pede a Deus a graça e se decide, com certeza, esses jovens também poderão vir. Então, que os jovens formem seus grupos e não deixem de experimentar essa graça no próximo ano”. (RB)

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