Noticiário da Rádio Vaticano Noticiário da Rádio Vaticano
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Sumario del 16/03/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa pede que portas se abram aos migrantes, exilados de hoje

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Cidade do Vaticano (RV) – Misericórdia e consolação: duas palavras que nortearam a reflexão do Papa na Audiência geral da quarta-feira, (16/03), na Praça São Pedro. 

Diante de mais de 25 mil fiéis, Francisco recordou os capítulos 30 e 31  do profeta Jeremias, conhecidos como “livro da consolação”, no qual “a misericórdia de Deus se apresenta com toda a sua capacidade de confortar e abrir o coração dos aflitos à esperança”.

Deus, por meio do profeta Jeremias, dirige-se aos israelitas exilados em terra estrangeira para pré-anunciar o retorno à pátria. “O exílio foi uma experiência devastante para Israel”, afirmou Francisco: a fé de Israel vacilou, sentiu-se abandonado por Deus e, vendo a pátria destruída, era “difícil continuar a acreditar na bondade do Senhor”.

“Mas me vem à mente o pensamento da Albânia e, como depois de tanta perseguição e destruição, o País conseguiu reerguer-se na dignidade e na fé”, recordou Francisco, que visitou o país do leste Europeu em setembro de 2014.

“Também nós – acrescentou o Papa – podemos viver um tipo de exílio quando a solidão, o sofrimento, a morte nos fazem pensar que fomos abandonados por Deus.

“Quantas vezes ouvimos essa palavra: Deus se esqueceu de mim. Tantas vezes: pessoas que sofrem e que se sentem abandonadas”.

Migrantes

Neste ponto, com a voz embargada porém firme, Francisco citou os migrantes – exilados de hoje – que vivem uma real e dramática situação, longe de sua pátria, com o olhar marcado pelas ruínas das suas casas, com o coração cheio de medo e a dor da perda dos entes queridos!

“Quantos tentam chegar em outros lugares e lhes fecham as portas. E estão ali na fronteira, porque tantas portas e tantos corações estão fechados. Os migrantes de hoje que sofrem, que sofrem a céu aberto, sem alimento, e não podem entrar, não sentem a acolhida. Como gosto quando vejo as nações, os governantes que abrem o coração e abrem as portas”.

O Papa então voltou ao “livro da consolação” para afirmar que Deus não está ausente e não se deve ceder ao desespero: “o Senhor secará todas as lágrimas e nos libertará de todos os temores”.

“O Senhor é fiel, não abandona à desolação. Deus ama com um amor sem limites, que tampouco o pecado pode frear, e graças a Ele o coração do homem se enche de alegria e de consolação”, afirmou o Francisco, que concluiu:

“O verdadeiro e radical retorno do exílio e a confortante luz após a escuridão da crise de fé, acontece na Páscoa, na experiência cheia e definitiva do amor de Deus, amor misericordioso que doa alegria, paz e vida eterna”.  (rb)

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Papa indica preparação para a Jornada Mundial da Juventude

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Cidade do Vaticano (RV) – As saudações do Papa aos fiéis de língua árabe e polonesa trouxeram mensagens especiais durante a Audiência geral da quarta-feira (16/03).

Ao recordar os jovens poloneses reunidos em Cracóvia no evento jubilar “Jovens e Misericórdia”, Francisco orientou como deve ser a preparação para a Jornada Mundial da Juventude, em julho:

“Passando pela Porta da Misericórdia, celebrando o sacramento da penitência, recolhendo-se em adoração do Santíssimo Sacramento e na meditação sobre o Bom Samaritano, vocês seguem Cristo misericordioso”.

E acrescentou: “Acolhendo os seus coetâneos durante a próxima JMJ, para que sejam autênticos testemunhos de Cristo”.

Oriente Médio

Durante a reflexão geral, Francisco recordou os exilados de hoje, os migrantes que encontram as portas fechadas na Europa. E, na hora da saudação em árabe, ao dirigir-se em especial aos peregrinos do Oriente Médio, bandeiras da Palestina flamularam na Praça São Pedro.

“A consolação do Senhor está próxima a quem sabe atravessar a dolorosa noite da dúvida, apegando-se e esperando na aurora da misericórdia de Deus, que toda a obscuridade e a injustiça não poderão derrotar jamais”. (rb)

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Bento XVI fala da misericórdia como ideia central da atual história cristã

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Cidade do Vaticano (RV) – Um livro com participação do Papa emérito Bento XVI, organizado pelo jesuíta Daniele Libanori, chega às bancas com o título “Per mezzo della fede. Dottrina della giustificazione ed esperienza di Dio nella predicazione della Chiesa” (Através da fé. Doutrina da justificação e experiência de Deus na evangelização da Igreja). “Para mim é um sinal dos tempos o fato que a ideia da misericórdia de Deus seja sempre mais central e dominante”, afirma Bento XVI que fala de Francisco na obra.

 

O livro traz a publicação de manifestações feitas num convênio teológico promovido em outubro de 2015 em Roma. Numa entrevista proposta na obra, o Papa emérito cita a santa polonesa Faustina Kowalska (1905-1938), que das suas visões refletem “o desejo da bondade divina que é exatamente do homem do hoje”. Bento XVI também faz referência a São João Paulo II que canonizou a sua conterrânea e publicou uma encíclica sobre o tema: “Deus, rico de misericórdia” (1980).

Papa Francisco e a misericórdia

O Papa emérito explica no livro que o seu sucessor, Papa Francisco, se encontra “de acordo com essa linha (que põe a misericórdia ao centro da mensagem cristã). A sua prática pastoral se expressa sobre o fato que ele nos fala continuamente da misericórdia de Deus”.

E Bento XVI conclui: “os homens de hoje sabem de ter necessidade da misericórdia de Deus e da sua delicadeza. Na dureza do mundo tecnicista, no qual os sentimentos não contam mais nada, aumenta a espera por um amor divino que venha doado gratuitamente. Parece-me que no tema da misericórdia divina se expresse em um modo novo aquilo que significa a justificação pela fé”.

(AGI/AC)

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Igreja no Brasil



Dois novos bispos para o Brasil

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco nomeou dois bispos para o Brasil.

A Arquidiocese de São Paulo ganhou um novo Auxiliar: trata-se do sacerdote Luiz Carlos Dias, do clero da diocese de São João da Boa Vista (SP), até então membro do Secretariado-Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

 

Dom Luiz Carlos Dias nasceu em 16 de setembro de 1964 em Caconde (SP). Estudou Filosofia (1984-1986) e Teologia (1987-1990) no “Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto” (CEARP). Licenciou-se em Filosofia na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma (2002-2004). Foi ordenado sacerdote em 5 de abril de 1991 e incardinado na diocese de São João da Boa Vista, na qual desempenhou inúmeros cargos como pároco, reitor do seminário propedêutico e do seminário de Teologia, vigário paroquial, diretor do Instituto de Filosofia. Também foi coordenador da pastoral missionária e  membro do Conselho Presbiteral. Além disso, colaborou como professor nos Institutos de Filosofia das dioceses de São João da Boa Vista e de Guaxupé e da Arquidiocese de Brasília.

De 2010 a 2015 foi Secretário-executivo da “Campanha da Fraternidade” e da “Campanha da Evangelização” na CNBB e atualmente é Membro do Secretariado-geral da Conferência.

Manaus

A outra nomeação de Francisco diz respeito à Arquidiocese de Manaus (AM), que também ganha um novo Auxiliar: Pe. José Albuquerque de Araújo, até então Reitor do Seminário Maior de Manaus.

Dom José Albuquerque de Araújo nasceu em 17 de julho de 1968 em Manaus. Frequentou o Curso de Filosofia na Universidade Católica de Brasília (1989-1991) e Teologia no Centro de Estudos do Comportamento Humano (CENESCH) em Manaus (1992-1995). Além disso, obteve a Licenciatura em Teologia Dogmática, com especialização em Liturgia, na Pontifícia Faculdade “Nossa Senhora da Assunção” em São Paulo (1996-1997) e um mestrado em Gestão Educacional no SENAC de Manaus (2007). Também frequentou a Escola para Formadores na Associação “Transcender” em São Paulo (1996-1997).

Foi ordenado sacerdote em 4 de agosto de 1996 e incardinado na Arquidiocese de Manaus. No decorrer do seu ministério sacerdotal, desempenhou os inúmeros cargos, entre eles o de administrador paroquial de várias paróquias, pároco e formador. Atualmente, é Reitor do Seminário Arquidiocesano “São José” e Docente de Teologia no Instituto de Teologia Pastoral e Ensino Superior da Amazônia (ITEPES).

(BF)

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Igreja na América Latina



Bispos argentinos: enfrentar os problemas dos cárceres no país

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Buenos Aires (RV) - “Mudar a mentalidade e enfrentar, de forma concreta, a situação das pessoas privadas de sua liberdade, sobretudo aquelas que pertencem aos setores sociais mais vulneráveis.”

Segundo a Agência Sir, este é o convite da Conferência Episcopal Argentina no documento da 110ª assembleia plenária, aprovado em novembro passado, mas divulgado nesta terça-feira (15/03).

No texto, intitulado “Estava na prisão e viestes me visitar”, a Igreja na Argentina exorta a desarraigar toda forma de violência institucional e a percorrer os caminhos da reconciliação e amizade social. 

“Estamos convencidos de que numa sociedade onde se multiplicam os crimes, a solução não seja alcançada somente com penas severas e com novos cárceres. Acreditamos que o caminho seja outro: Mais políticas de inclusão social que, na busca do bem comum, ofereçam oportunidades iguais a todos os membros da sociedade em favor de seu desenvolvimento integral”, escrevem os prelados.

A Conferência Episcopal Argentina destaca no documento que “ninguém pelo fato de delinquir perde a sua condição de pessoa, Filho de Deus e membro da família humana. Deve ser, portanto, tratado como tal. Nunca se deve submeter o respeito pela dignidade da pessoa a nenhuma outra finalidade, como por exemplo, a correção ou a reparação do dano. Deve ser reafirmado o valor da justiça, no respeito das garantias do processo regular e do direito à defesa justa, segundo o direito”. 

No texto emerge a denúncia de celas de total isolamento inadmissíveis nos cárceres da Argentina e uma corrupção que não permite aos detentos terem acesso à alimentação, assistência médica, educação, religiosidade, ligações com a família, recreação e arte. 

“E preciso mudar urgentemente”, concluem os bispos, desejando que a sociedade argentina possa construir lações de comunhão e pertença tais que, diante do crime, a resposta não seja somente a prisão e a negligência dos detentos”. (MJ)

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Igreja no Mundo



Crise econômica afeta projetos da Igreja no Sahel

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Dacar (RV) – Realizou-se na semana passada em Dacar, no Senegal,  a reunião anual do Conselho de Administração da Fundação João Paulo II para o Sahel. 

A Fundação compreende nove países: Burkina-Fasso, Níger, Mali, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Mauritânia, Senegal, Gâmbia e Chade. De língua portuguesa, participaram o brasileiro Dom Pedro Carlos Zilli, Bispo de Bafatá (Guiné-Bissau) e o Bispo de Santiago (Cabo Verde) Cardeal Arlindo Gomes Furtado.

Em entrevista à Rádio Nova, Dom Arlindo avalia positivamente a reunião anual, não obstante haja projetos atrasados desde 2013 por falta de verbas.

A fundação promove projetos contra a desertificação, gestão e desenvolvimento de unidades agrícolas, energias renováveis e purificação das águas, ao sul do deserto do Saara. Foi instituída por João Paulo II em 22 de Fevereiro de 1984 para ajudar as populações do Sahel.

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Formação



Salette abre Porta Santa nos 170 anos da aparição

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Cidade do Vaticano (RV) – A Congregação dos Missionários de Nossa Senhora da Salette celebra os 170 anos da aparição da Virgem Maria nos alpes franceses. Dentro do Jubileu da Misericórdia, será aberta no santuário em La Salette, na França, no próximo domingo, a Porta Santa.

 

O Vigário-geral dos missionários saletinos, Padre Adílson Schio, explicou à Rádio Vaticano que devido à altitude do Santuário, que está a 1.800 metros acima do nível do mar, durante o inverno a peregrinação não é possível e, portanto, somente agora Porta Santa será aberta.

“No dia de São José abre-se a Porta Santa, justamente para que os peregrinos que sobem ao Santuário possam fazer também seu caminho de conversão e misericórdia, de acolher no coração a misericórdia do Senhor”, declarou.

O Superior-geral da Congregação, Padre Silvano Marisa, revelou ter convidado pessoalmente o Papa a visitar o Santuário por ocasião dos 170 anos da aparição. Convites reiterados também pelo bispo de Grenoble, na França, e pela prefeita de La Salette, Gilda Perin, que receberá em breve um convite oficial para uma audiência com o Pontífice.

(rb)

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Concílio Vaticano II, um divisor de águas na Igreja

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Cidade do Vaticano (RV) - No nosso espaço Memória História - 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos começar a tratar dos grandes documentos do Concílio, fazendo na edição de hoje, uma breve síntese do evento conciliar e do contexto histórico em que foi realizado. 

O Concílio Ecumênico Vaticano II foi o mais representativo dos 21 da história da Igreja, com a participação de mais de dois mil bispos (Padres Conciliares), vindos de todo o mundo, e do qual resultaram 16 documentos. O Concílio, realizado entre 1962 e 1965, foi aberto pelo Papa João XXIII e concluído por Paulo VI.

Antes de entrarmos no estudo dos grandes documentos do Concílio, nós pedimos ao Padre Gerson Schimdt, jornalista, e incardinado na Arquidiocese de Porto Alegre, para que nos fizesse uma breve síntese deste evento histórico e do contexto em que foi convocado e realizado:

"O Concílio Vaticano II realmente foi um marco fundamental para a Igreja, num período profundo de crise e de pós-guerras, em que a sociedade se esfacelava e se encontrava em profundas mudanças, numa liberdade de pensamento, que gerou um homem niilista, que não acreditada em nada e que perdeu a fé, e um outro homem socialista, que buscou a transformação das estruturas sociais injustas, por meio das ideologias, que conforme palavras do Papa Bento XVI, na busca desse homem de construir m paraíso terrestre. Havia uma crise muito grande de fé, de moral, de costumes, no mundo Ocidental. O lema que se tinha era: “É proibido proibir”. Houve, uma verdadeira revolução de pensamentos, um questionamentos dos valores. Uma sociedade permissiva. Tudo é permitido. Não há mais ética, dogma, leis ou normas. “Vale tudo”, como Tim Maia, expressa numa de suas canções. E sabemos que em Paris, na França, é o polo onde essas ideias de liberdade, diga-se sem a verdade, se difundem por toda a Europa. Na Igreja havia, uma esperança de renovação, com teólogos, bispos e pessoas muito boas que tomavam a frente dos movimentos de renovação litúrgica, bíblica, ecumênica, pastoral e teológica. Precisava haver uma mudança para que o Evangelho pudesse responder aos novos desafios, num diálogo com o mundo, e que a Igreja pudesse ser realmente um fermento no mundo, mergulhado por tantas filosofias e correntes de pensamento. Essa crise também atingiu a Igreja. Parecia que tudo o que havia antes estava errado. Alguns hoje falam de nessa época ter havido “uma adolescência na Igreja”, que como a rebeldia de um adolescente, nega tudo, os pais, as normas, o que vem de cima. Parecia que na Igreja “tudo era estável, tudo estava aberto para uma revisão”, conforme palavras de Ratzinger, analisando essa época de crise, por volta dos anos 60.

Na época do pré-concilio, bem verdade, a Igreja precisava abrir as portas e janelas das catedrais engessadas para que entrasse uma nova brisa, o sopro do Espírito Santo e houvesse um verdadeiro “aggiornamento”, como expressou o Papa, e agora já Santo, João XXIII, que deu abertura ao grande Concilio. Aggiornamento é uma palavra italiana que significa renovação, atualização, uma nova expressão e atuação da fé cristã, novo empenho em apresentar Jesus Cristo ao homem moderno, devolvendo ao mundo a alma que lhe estava faltando, como depois em outras palavras também pediria, em 1991, o Papa João Paulo II, por meio da Nova Evangelização, em outras palavras para a virada do milênio, quando falou de “novos métodos, nova expressão, novo ardor apostólico”. Desde o momento em que o Papa João XXIII manifestou a um grupo de cardeais a ideia de realizar um Concílio, ele começou a ser preparado, embora tenha sido convocado somente em 25 de dezembro de 1961 e iniciado em outubro do ano seguinte. Neste período, foram criadas várias comissões com a finalidade de sugerir temas a serem discutidos.

O evento Concílio Vaticano II teve início em 11 de outubro de 1962 e conclusão em 08 de dezembro de 1965, e foi realizado através de quatro sessões que aconteceram sempre entre os meses de setembro a dezembro desses anos. O Santo Papa João XXIII participou apenas da primeira sessão, pois morreu em 3 de junho de 1963. Paulo VI tornou-se Papa em 21 de junho de 1963 e convocou, para setembro do mesmo ano, a segunda sessão, participando também das sessões seguintes e da conclusão do Concílio que definiu 16 documentos, sendo eles, quatro Constituições, as mais importantes, nove Decretos e três Declarações.

O Concílio Vaticano II foi sem dúvida, para a Igreja Católica, o maior acontecimento do século XX, inaugurando um novo período de sua milenar História. Ele emergiu como o divisor de águas, fundamental para a Igreja, originando um processo de abertura, renovação e participação, sobretudo dos leigos, que foi determinante para as dioceses do mundo inteiro. Diga-se que o Concilio contou com a presença de alguns cristãos leigos como observadores e, sem sombra de dúvidas, foi o primeiro Concílio a receber tão numerosa participação de Igrejas e seus representantes, além dos leigos. O Concílio foi fantástico! Mas foi um momento crítico também. Houve dois movimentos nessa época, sobretudo na interpretação do Concílio: um que queria romper com tudo, numa descontinuidade, numa quebra com toda a história da Igreja de dois mil anos e outro movimento de renovação e reforma, mas dando continuidade a tudo o que a Igreja já tinha vivido e buscado até então. O grande problema foi a má interpretação do Concílio, as deturpações feitas nos primeiros anos, diante da instabilidade e adaptações, frente às aberturas propostas por esse Concilio, que não quis ser dogmático, mas pastoral, propondo uma Igreja no mundo, para o mundo, sem ser do mundo, como Jesus aponta na Oração Sacerdotal, no capítulo 17 de São João. Houve muita desorientação. A Igreja não estava preparada, por exemplo, para responder aos jornalistas ou as interrogações que surgiram depois do Concílio. Passados 50 anos, vemos que, apesar dos apuros iniciais de mudanças e atualizações propostas, sabemos que os frutos agora são já sentidos e colhidos, trazendo uma esperança muito grande na Igreja, de participação, comunhão, renovação e atualização". 

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Laudato Si. De 238 ao fim

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Cidade do Vaticano - 7. A Trindade e a relação entre as criaturas

238. O Pai é a fonte última de tudo, fundamento amoroso e comunicativo de tudo o que existe. O Filho, que O reflecte e por Quem tudo foi criado, uniu-Se a esta terra, quando foi formado no seio de Maria. O Espírito, vínculo infinito de amor, está intimamente presente no coração do universo, animando e suscitando novos caminhos. O mundo foi criado pelas três Pessoas como um único princípio divino, mas cada uma delas realiza esta obra comum segundo a própria identidade pessoal. Por isso, «quando, admirados, contemplamos o universo na sua grandeza e beleza, devemos louvar a inteira Trindade».[169] 

239. Para os cristãos, acreditar num Deus único que é comunhão trinitária, leva a pensar que toda a realidade contém em si mesma uma marca propriamente trinitária. São Boaventura chega a dizer que o ser humano, antes do pecado, conseguia descobrir como cada criatura «testemunha que Deus é trino». O reflexo da Trindade podia-se reconhecer na natureza, «quando esse livro não era obscuro para o homem, nem a vista do homem se tinha turvado».[170] Este santo franciscano ensina-nos que toda a criatura traz em si uma estrutura propriamente trinitária, tão real que poderia ser contemplada espontaneamente, se o olhar do ser humano não estivesse limitado, obscurecido e fragilizado. Indica-nos, assim, o desafio de tentar ler a realidade em chave trinitária.

240. As Pessoas divinas são relações subsistentes; e o mundo, criado segundo o modelo divino, é uma trama de relações. As criaturas tendem para Deus; e é próprio de cada ser vivo tender, por sua vez, para outra realidade, de modo que, no seio do universo, podemos encontrar uma série inumerável de relações constantes que secretamente se entrelaçam.[171] Isto convida-nos não só a admirar os múltiplos vínculos que existem entre as criaturas, mas leva-nos também a descobrir uma chave da nossa própria realização. Na verdade, a pessoa humana cresce, amadurece e santifica-se tanto mais, quanto mais se relaciona, sai de si mesma para viver em comunhão com Deus, com os outros e com todas as criaturas. Assim assume na própria existência aquele dinamismo trinitário que Deus imprimiu nela desde a sua criação. Tudo está interligado, e isto convida-nos a maturar uma espiritualidade da solidariedade global que brota do mistério da Trindade.

8. A Rainha de toda a criação

241. Maria, a mãe que cuidou de Jesus, agora cuida com carinho e preocupação materna deste mundo ferido. Assim como chorou com o coração trespassado a morte de Jesus, assim também agora Se compadece do sofrimento dos pobres crucificados e das criaturas deste mundo exterminadas pelo poder humano. Ela vive, com Jesus, completamente transfigurada, e todas as criaturas cantam a sua beleza. É a Mulher «vestida de sol, com a lua debaixo dos pés e com uma coroa de doze estrelas na cabeça» (Ap12, 1). Elevada ao céu, é Mãe e Rainha de toda a criação. No seu corpo glorificado, juntamente com Cristo ressuscitado, parte da criação alcançou toda a plenitude da sua beleza. Maria não só conserva no seu coração toda a vida de Jesus, que «guardava» cuidadosamente (cf.Lc2, 51), mas agora compreende também o sentido de todas as coisas. Por isso, podemos pedir-Lhe que nos ajude a contemplar este mundo com um olhar mais sapiente.

242. E ao lado d’Ela, na sagrada família de Nazaré, destaca-se a figura de São José. Com o seu trabalho e presença generosa, cuidou e defendeu Maria e Jesus e livrou-os da violência dos injustos, levando-os para o Egipto. No Evangelho, aparece descrito como um homem justo, trabalhador, forte; mas, da sua figura, emana também uma grande ternura, própria não de quem é fraco mas de quem é verdadeiramente forte, atento à realidade para amar e servir humildemente. Por isso, foi declarado protector da Igreja universal. Também Ele nos pode ensinar a cuidar, pode motivar-nos a trabalhar com generosidade e ternura para proteger este mundo que Deus nos confiou.

9. Para além do sol

243. No fim, encontrar-nos-emos face a face com a beleza infinita de Deus (cf.1 Cor13, 12) e poderemos ler, com jubilosa admiração, o mistério do universo, o qual terá parte connosco na plenitude sem fim. Estamos a caminhar para o sábado da eternidade, para a nova Jerusalém, para a casa comum do Céu. Diz-nos Jesus: «Eu renovo todas as coisas» (Ap 21, 5). A vida eterna será uma maravilha compartilhada, onde cada criatura, esplendorosamente transformada, ocupará o seu lugar e terá algo para oferecer aos pobres definitivamente libertados.

244. Na expectativa da vida eterna, unimo-nos para tomar a nosso cargo esta casa que nos foi confiada, sabendo que aquilo de bom que há nela será assumido na festa do Céu. Juntamente com todas as criaturas, caminhamos nesta terra à procura de Deus, porque, «se o mundo tem um princípio e foi criado, procura quem o criou, procura quem lhe deu início, aquele que é o seu Criador».[172] Caminhemos cantando; que as nossas lutas e a nossa preocupação por este planeta não nos tirem a alegria da esperança.

245. Deus, que nos chama a uma generosa entrega e a oferecer-Lhe tudo, também nos dá as forças e a luz de que necessitamos para prosseguir. No coração deste mundo, permanece presente o Senhor da vida que tanto nos ama. Não nos abandona, não nos deixa sozinhos, porque Se uniu definitivamente à nossa terra e o seu amor sempre nos leva a encontrar novos caminhos. Que Ele seja louvado!

* * *

246. Depois desta longa reflexão, jubilosa e ao mesmo tempo dramática, proponho duas orações: uma que podemos partilhar todos quantos acreditam num Deus Criador Omnipotente, e outra pedindo que nós, cristãos, saibamos assumir os compromissos para com a criação que o Evangelho de Jesus nos propõe.

Oração pela nossa terra

Deus Omnipotente,
que estais presente em todo o universo
e na mais pequenina das vossas criaturas,
Vós que envolveis com a vossa ternura
tudo o que existe,
derramai em nós a força do vosso amor
para cuidarmos da vida e da beleza.
Inundai-nos de paz,
para que vivamos como irmãos e irmãs
sem prejudicar ninguém.
Ó Deus dos pobres,
ajudai-nos a resgatar
os abandonados e esquecidos desta terra
que valem tanto aos vossos olhos.
Curai a nossa vida,
para que protejamos o mundo
e não o depredemos,
para que semeemos beleza
e não poluição nem destruição.
Tocai os corações
daqueles que buscam apenas benefícios
à custa dos pobres e da terra.
Ensinai-nos a descobrir o valor de cada coisa,
a contemplar com encanto,
a reconhecer que estamos profundamente unidos
com todas as criaturas
no nosso caminho para a vossa luz infinita.
Obrigado porque estais connosco todos os dias.
Sustentai-nos, por favor, na nossa luta
pela justiça, o amor e a paz.

Oração cristã com a criação

Nós Vos louvamos, Pai,
com todas as vossas criaturas,
que saíram da vossa mão poderosa.
São vossas e estão repletas da vossa presença
e da vossa ternura.
Louvado sejais!

Filho de Deus, Jesus,
por Vós foram criadas todas as coisas.
Fostes formado no seio materno de Maria,
fizestes-Vos parte desta terra,
e contemplastes este mundo
com olhos humanos.
Hoje estais vivo em cada criatura
com a vossa glória de ressuscitado.
Louvado sejais!

Espírito Santo, que, com a vossa luz,
guiais este mundo para o amor do Pai
e acompanhais o gemido da criação,
Vós viveis também nos nossos corações
a fim de nos impelir para o bem.
Louvado sejais!

Senhor Deus, Uno e Trino,
comunidade estupenda de amor infinito,
ensinai-nos a contemplar-Vos
na beleza do universo,
onde tudo nos fala de Vós.
Despertai o nosso louvor e a nossa gratidão
por cada ser que criastes.
Dai-nos a graça de nos sentirmos
intimamente unidos
a tudo o que existe.
Deus de amor,
mostrai-nos o nosso lugar neste mundo
como instrumentos do vosso carinho
por todos os seres desta terra,
porque nem um deles sequer
é esquecido por Vós.
Iluminai os donos do poder e do dinheiro
para que não caiam no pecado da indiferença,
amem o bem comum, promovam os fracos,
e cuidem deste mundo que habitamos.
Os pobres e a terra estão bradando:
Senhor, tomai-nos
sob o vosso poder e a vossa luz,
para proteger cada vida,
para preparar um futuro melhor,
para que venha o vosso Reino
de justiça, paz, amor e beleza.
Louvado sejais!
Amen.

Dado em Roma, junto de São Pedro, no dia 24 de Maio – Solenidade de Pentecostes – de 2015, terceiro ano do meu Pontificado.

Franciscus

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Confissão é tema do programa "Porta Aberta"

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Cidade do Vaticano (RV) – O destaque da edição desta quarta-feira (16/03) do “Porta Aberta no Ano da Misericórdia” é o sacramento da reconciliação.

O Programa Brasileiro recebeu em seus estúdios o Padre Vanderley de Oliveira, da Diocese de Volta Redonda (RJ). Doutorando em Roma, Padre Vanderley é estudante do Colégio Pio Brasileiro e um dos missionários da misericórdia neste Ano Jubilar.

Na Bula de convocação, Francisco manifestou o desejo de que a Igreja disponibilizasse “missionários da misericórdia”, isto é, sacerdotes para dispensar o amor de Deus, com a faculdade inclusive de perdoar pecados reservados à Santa Sé. “Sinal vivo de como o Pai acolher a todos aqueles que andam à procura do seu perdão”, escreve Francisco.

Nesta entrevista, Padre Vanderley fala da figura desses missionários e, sobretudo, da misericórdia infinita do Pai, que nunca se cansa de perdoar.

O “Porta Aberta” traz também o teor da catequese que Francisco pronunciou esta quarta na Audiência Geral e Audiência jubilar de sábado passado, cujo tema foi misericórdia e serviço.

O Programa se encerra com a reflexão da Ir. Márian Ambrósio, Superiora da Congregação da Divina Providência, que comenta mais uma obra de misericórdia corporal – assistir os enfermos - e orienta quem quiser colocar em prática as obras de misericórdia.

(BF)

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Atualidades



Líbia: história em quadrinhos alerta crianças para risco de bomba

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Bengasi (RV) – A missão da ONU na Líbia lançou uma campanha dirigida, em especial, às crianças de Bengasi, no front da batalha na Líbia onde age o grupo autoproclamado Estado Islâmico. A intenção é colocar os pequenos em alerta contra bombas de guerra que possam estar instaladas e prontas para serem acionadas na cidade, onde acontecem diariamente os combates. A ONU estima que, atualmente, há cerca de 3 mil combatentes do EI no país.

Na quarta-feira (16), violentos combates em Bengasi foram registrados entre militares fiéis ao governo de Tobruk e militantes jihadistas. Segundo fontes militares, o intenso bombardeamento de artilharia deixou ao menos 7 mortos.

História em quadrinhos alerta o perigo

A campanha da ONU faz circular manifestos e cartazes com slogans que dizem: “atenção ao perigo silencioso, fiquem em segurança, não se aproximem, não toquem em nada”. Os ‘personagens’ das histórias em quadrinhos são duas crianças que explicam através das imagens quais são os perigos para os pequenos e os engenhos explosivos não detonados que poderiam encontrar pelo caminho. 

Resgate de 615 migrantes

Na direção contrária, o perigo também é constante para quem tenta emigrar da Líbia e fugir para a Europa. Nesta quarta-feira (16), a marinha alemã anunciou que 615 migrantes que tentavam atravessar o Mediterrâneo com botes infláveis foram resgatados no dia anterior.

(Ansa/AC)

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Mianmar: Parlamento elege novo presidente e vice cristão

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Yangun (RV) - O Parlamento de Mianmar elegeu U Kyaw Htin, líder histórico da “Liga Nacional pela Democracia (LND)”, como o novo presidente da nação, com 360 votos. U Kyaw Htin, homem de confiança da líder Aung San Suu Kyi, torna-se o primeiro presidente da nação eleito democraticamente, depois de quase cinquenta anos de ditadura militar.

Os expoentes da Liga concentraram os votos sobre U Kyaw Htin, 69 anos, intelectual e fiel companheiro de dissidência de Aung San Suu Kyi. “O resultado de hoje é um triunfo para Aung San Suu Kyi e para a democracia”, disse U Kyaw Htin, deixando o Parlamento depois da votação.

Os dois vice-presidentes eleitos são o ex-general U Myint Swe, candidato dos militares, eleito com 213 votos, e o cristão Henry Van Thio, também membro da Liga, pertencente à minoria étnica chin, que se torna o segundo vice-presidente, com 79 votos. 

Aung San Suu Kyi, que levou seu partido à vitória, não poderia se candidatar para presidente por causa de uma cláusula “a título pessoal”, contida na Constituição. Ela continuará sendo líder moral do país e tendo uma relação política estreita com o Presidente.

Entrevistado pela Agência Fides, o Diretor da Caritas na Diocese de Banmaw, no norte do país, Pe. Paul Wang Dang, disse: “Temos grandes esperanças agora. É um passo importante na história do país, porque o Governo volta para as mãos dos civis. Aos novos líderes pedimos para trabalharem imediatamente pela reconciliação nacional com as minorias étnicas.” 

“Aqui, em Banmaw, temos milhares de refugiados e lutando contra uma guerra civil ainda em andamento”, disse ainda o sacerdote. “A presença de um vice-presidente cristão de etnia chin é um bom sinal. Ele vem de uma das mais pequenas minorias e de uma área pobre. Pedimos que a paz seja a prioridade”, concluiu Pe. Dang. (MJ)

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1909: os beneditinos chegam à Amazônia. Ouça

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Cidade do Vaticano (RV) – Vamos entrar hoje num túnel do tempo e do espaço, voltando até os primeiros anos do século XX, em Roraima, e mais exatamente, à Missão do Rio Branco. Quem nos conduz, nesta viagem, é o Padre Vanthuy Neto, teólogo com mestrado em história das missões, diretor executivo do  Instituto de Teologia de Ensino Superior da Amazônia, em Manaus. O Padre é autor de uma tese de estudos sobre “a missão dos Beneditinos junto aos povos indígenas de Roraima”, a partir de 1909.

Nesta entrevista, Padre Vanthuy conta, no detalhe, a obra desta Ordem junto aos povos indígenas, na tentativa de preservar sua cultura, a língua, a tradição, os costumes.    

(CM)

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Museu multimídia sobre cristãos na Terra Santa abre nesta quinta

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Jerusalém (RV) – A inauguração do museu dedicado à presença cristã na Terra Santa está marcada para esta quinta-feira (17) no Convento da Flagelação. Documentos, arqueologia, música e tecnologia multimídia estarão juntas para inserir os peregrinos e turistas na história da cidade santa.

O percurso do “Terra Sancta Museum” levará às origens da fé, além de restituir vida às pedras, testemunhas da revelação divina. Padre Eugenio Alliata, arqueólogo franciscano  da Custódia da Terra Santa falou do museu em entrevista à Rádio Vaticano.

Pe. Eugenio – A primeira seção a ser aberta será do tipo multimídia: é aquela de mais fácil acesso a todos peregrinos porque, além de um estímulo cultural e arqueológico, dará também um estímulo emocional. Será dedicada à Via Dolorosa, a rua que, segundo a tradição secular, identifica a Via Crucis, por onde Jesus percorreu com a cruz sobre as costas até o Calvário.

RV – O que os visitantes irão ver em relação a essa seção multimídia da Via Dolorosa­?

Pe. Eugenio – Então, preparamos um ambiente do antigo Convento da Flagelação, um ambiente que conserva aquelas partes que foram encontradas no lugar da construção do mesmo. Em especial, conserva as partes da Fortaleza Antônia, o lugar tradicional da condenação de Jesus em Jerusalém. Depois se passa para um percurso de vídeo, música e voz que acompanha o visitante no decorrer da história do lugar. É nesse momento que a apresentação fica mais emotiva porque o peregrino é convidado a se identificar a outros peregrinos que fizeram o percurso antes dele: ‘os apóstolos, as almas de santos”...

RV – Então, um percurso fortemente sugestivo para redescobrir as raízes da presença cristã na Terra Santa, mas também favorecer o diálogo com outras culturas e religiões já que o museu é dirigido a todos, é aberto a todos.

Pe. Eugenio – Não somente em geral é dirigido a todos, mas fizemos um esforço particular para preparar os textos em diversas línguas. Entre elas, inclusive aquela hebraica e árabe para que a população local, sejam de hebreus ou de árabes, possa se sentir envolvida na apresentação.

RV – Estamos falando da primeira parte do museu que prevê uma extensão da área nos próximos anos...

Pe. Eugenio – Esperamos que sim, que ao terminar esse primeiro passo em Jerusalém, possamos estender o mesmo conceito em outros santuários da Terra Santa, como Nazaré, por exemplo. O projeto é grande, mas sabemos que não devemos realizá-lo todo de uma vez só, mas realizá-lo aos poucos e segundo as possibilidades do ponto de vista prático.

RV – Certamente que iniciativas como essa fazem a experiência da peregrinação à Terra Santa mais rica e envolvente, já que nos últimos anos ocorreu uma diminuição de visitantes...

Pe. Eugenio – Sobretudo da Europa e de outros países ocidentais teve uma diminuição notável devido a muitos fatores. Mas a experiência do passado nos ensina que esses são momentos de flexão. A Terra Santa tem uma atração tão forte! Temos certeza que a peregrinação voltará o quanto antes.

RV – Pensando na celebração da Páscoa, este museu oferece uma riqueza a mais para quem for à Terra Santa...

Pe. Eugenio – Justamente pensamos em fazer a abertura antes da Páscoa, quando o fluxo dos peregrinos é maior em Jerusalém.

(AC)

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