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Sumario del 22/03/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa vai lavar os pés de refugiados na Quinta-feira Santa

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco vai lavar os pés de 12 refugiados e refugiadas na próxima Quinta-feira Santa, durante o rito do lava-pés na Santa Missa da Ceia do Senhor. Foi o que anunciou nesta terça-feira a Sala de Imprensa da Santa Sé. A celebração da tarde de Quinta-feira Santa, início do Tríduo Pascal, vai se realizar no centro de requerentes de asilo de “Castelnuovo di Porto”, periferia norte de Roma, que acolhe, sobretudo, jovens refugiados.

 

O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, disse aos jornalistas que não estão previstas quaisquer alterações ao programa de celebrações da Semana Santa, apesar dos atentados desta terça-feira em Bruxelas.

A decisão do Papa

A decisão de celebrar a Missa da Ceia do Senhor, com o rito do lava-pés, fora do Vaticano já é uma tradição no atual pontificado: em 2015, Francisco foi ao complexo de Rebibbia, onde lavou os pés de alguns detentos, homens e mulheres. Em 2014, o Santo Padre deslocou-se ao Centro ‘Santa Maria della Provvidenza’, da Fundação Don Carlo Gnocchi, destinado à reabilitação de pessoas com deficiência e idosos; em 2013 esteve em uma casa de detenção juvenil da capital italiana.

Mudança no rito

Uma das mudanças promovidas pelo Papa Francisco, em nível litúrgico, foi a decisão anunciada este ano de modificar o rito do Missal Romano relativo ao lava-pés, estabelecendo que a participação no mesmo não seja limitada só aos homens e jovens.

A Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos publicou o Decreto que comunicou a mudança decidida pelo Papa, que altera a prática estabelecida em 1955, sobre a reforma da Semana Santa.

O Missal Romano passa a deixar de fazer referência aos “homens escolhidos”, passando a falar nos “escolhidos entre o povo de Deus”, de maneira que os responsáveis pelas comunidades católicas “possam escolher um grupo de fiéis que represente a variedade e a unidade de cada porção do povo de Deus”. (SP)

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A Semana Santa de Francisco no sinal da misericórdia

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Cidade do Vaticano (RV) - Dias únicos pela densidade de compromissos e intensidade espiritual. É o que vivem os cristãos à véspera da Páscoa no momento em que o ano litúrgico convida a mergulhar na Semana Santa e especialmente no Tríduo Pascal. Um período, este, marcado pela reflexão do Papa sobre o Jubileu da Misericórdia, que Francisco abrirá com a Missa da Ceia do Senhor na tarde da Quinta-feira Santa em São Pedro.

 

Os eventos dos próximos dias no Vaticano

Misericórdia. A alma e a carne do próximo Tríduo pascal serão rigorosamente guiadas por este valor sobre o qual o Papa Francisco quis incardinar a Igreja presente em todo o mundo durante um ano inteiro. Já o Domingo de Ramos mostrou a marca jubilar impressa pelo Papa também para a Semana Santa – a sua síntese sobre os suplícios individuais da Paixão sublimados pelo amor sem medida de Cristo, que tudo perdoa e cobre de misericórdia, também no momento em que a dor é abissal.

“Eu preciso ser lavado pelo Senhor”

Francisco disse também que a Semana Santa é a História de um Deus que por amor do homem escolhe aniquilar-se. E o clímax, onde a espoliação de Jesus parece sobrepor-se e misturar-se quase com a de seu Vigário na terra é quando, na Quinta-feira Santa, Francisco - como faz desde o início do Pontificado – inclina-se para lavar e beijar os pés dos socialmente descartados. Neste ano o Papa lavará e beijará os pés de migrantes. Francisco celebrará a Santa Missa da Ceia do Senhor no dia 24 de março, mas pensando ao Jubileu retorna à mente a humildade de suas palavras do ano passado aos detentos do Cárcere de Rebibbia, pouco antes de ajoelhar-se diante deles:

“Mas também eu preciso ser lavado pelo Senhor e por isso rezem durante esta Missa para que o Senhor lave também as minhas sujeiras, para que eu me torne mais escravo de vocês, mais escravo no serviço das pessoas, como foi Jesus.”

Contemplar as últimas horas

Uma escravidão que pela “indiferença” das autoridades – como afirmou Francisco no Domingo de Ramos – torna-se cruel espetáculo no Gólgota. É o que a Igreja irá meditar durante a Sexta-feira Santa com o Papa na Basílica vaticana às 17 horas locais, 13 horas de Brasília, durante a celebração da Paixão do Senhor, revivida algumas horas depois, no Coliseu de Roma durante a Via-Sacra. E outra noite, a do Sábado Santo, “Mãe de todas as Vigílias”, antecipará com os ritos da bênção da água e do fogo, a vida nova da Ressurreição, com Francisco que preside a celebração em São Pedro a partir das 20h30 hora local, 16h30m hora de Brasília.

Enfim, domingo, 27 de março, Páscoa da Ressureição, a Missa do dia na Praça São Pedro, às 10h, será encerrada como sempre, ao meio-dia com a Benção Urbi et Orbi do Papa Francisco, do balcão central da Basílica Vaticana.

A resposta não banal

O início da Semana Santa é, portanto, a porta de entrada de um mistério que, entre o Cenáculo e Sepulcro, pede à fé para ser fogo e não água parada. “Levemos a sério o nosso ser cristãos, e nos esforcemos para viver como fiéis”, escreve Francisco no seu tweet desta terça-feira. O motivo ele explicou no ano passado durante a Vigília:

“Entrar no mistério significa ir além da comodidade das próprias seguranças, além da preguiça e da indiferença que nos paralisam, e pôr-se à procura da verdade, da beleza e do amor, buscar um sentido não óbvio, uma resposta não banal para as questões que põem em crise a nossa fé, a nossa lealdade e nossa razão”. (SP)

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Homilias na Santa Marta: o coração do pontificado de Francisco completa 3 anos

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Cidade do Vaticano (RV) – Em 22 de março de três anos atrás, Papa Francisco celebrava a sua primeira missa com homilia na Casa Santa Marta perante um grupo de operários e garis do Serviço de Jardinagem do Vaticano. Naquela manhã, segundo muitos observadores, começava a palpitar o coração pulsante do pontificado.

A Rádio Vaticano conversou sobre o dom de comunicar do Papa Francisco com a jornalista Elisabetta Piqué do argentino “La Nación”, que também escreveu a biografia de Jorge Mario Bergoglio.

Piqué – Segundo o meu ponto de vista, o sucesso está neste modo extraordinário de comunicar do Papa: todos conseguem entender aquilo que ele diz, e as homilias são seguidas no mundo todo! São seguidas no mundo todo, e não somente por fiéis, mas também pela diplomacia. Ele faz o Evangelho viver, isto é, volta ao essencial e o explica num modo compreensível, muito fácil de entender por todos, e o conecta ao mundo de hoje e assim chega ao coração das pessoas. Nesse sentido, faz bem lembrar que essas homilias se transformaram em livros públicos no mundo todo. Essas homilias são o coração deste pontificado: esse “voltar ao essencial”.

RV – Muitos dos conteúdos do pontificado de Francisco, também algumas ideias, nascem exatamente nas homilias na Santa Marta...

Piqué – Sim, sim. Tudo isso confirma porque todos nós, jornalistas, mas não somente os jornalistas, também quem segue o Vaticano, sabe que deve seguir antes de tudo essas homilias da manhã da Santa Marta, onde tem realmente a essência da mensagem deste Papa.

RV – As homilias na Santa Marta são também um grande exemplo de comunicação e de compartilhamento, têm também uma grande popularidade nas redes sociais...

Piqué – Isso, eu acredito que seja também um reflexo dos tempos em que vivemos e, nesse sentido, acredito que este Papa saiba muito bem os tempos em que vive. Isso demonstra também o fato de ter chegado poucos dias atrás no Instagram... Também me lembro que ele, voltando de uma das suas viagens, disse: “Ah, eu me sinto um pré-histórico perante todas essas redes sociais, tuítes, etc”. Ele sabe, de qualquer modo, que vivemos num mundo onde existe o “social” e onde o Papa sabe que a sua mensagem deve ser também “compreensível”, que inclusive uma criança deve poder entender. E isso reflete também porque inclusive nas “redes sociais” este Papa tem sucesso.

RV – Você conhece Jorge Mario Bergoglio muito antes que fosse eleito Papa. Que lembrança tem das suas homilias em Buenos Aires? Você encontra alguma diferença ou, ao contrário, existe uma continuidade nas expressões, nas imagens que ele utiliza?

PiquéAcredito que exista uma grande continuidade, porque quero dizer que ele sempre teve essa característica de ser um padre que pregava num modo realmente atraente. E isso é lembrado inclusive por pessoas que agora têm 40 anos, mas que conheceram o Pe. Jorge quando ensinava catecismo ou a quem deu a comunhão: lembram desse grande maestro no pregar, que faz com que a Palavra, isto é, o Evangelho, possa ser totalmente compreensível e totalmente atual. Acredito que esse seja um dom que ele sempre teve, esse de comunicar. Antes mesmo até de ser ordenado sacerdote, quando era mestre de literatura e de psicologia no Colégio da Imaculada Concepção de Santa Fé, os alunos lembram dele com um grandíssimo mestre que fazia crescer, que fazia pensar. Acredito que essa seja uma habilidade que sempre teve. Obviamente, como Papa, terá seguramente mais inspiração do Espírito Santo e isso o ajudará; mas é um dom, uma habilidade, esse saber comunicar, saber explicar, saber chegar no coração das pessoas, que acredito sempre tenha tido.

(AC)

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Em telegrama a Bruxelas, Papa condena “violência cega”

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Cidade do Vaticano (RV) – “O Santo Padre condena novamente a violência cega que causa tanto sofrimento”, lê-se no telegrama enviado pela Secretaria de Estado ao Arcebispo de Bruxelas, Dom Jozef De Kesel, na manhã em que a capital belga sofreu três ataques terroristas a bomba.

 

“O Papa Francisco confia as vítimas à misericórdia de Deus e une-se em oração à dor dos familiares”, prossegue o texto assinado pelo Cardeal Pietro Parolin.

A mensagem termina afirmando que Francisco “implora a Deus o dom da paz, e invoca sobre as famílias e todos os belgas as bênçãos divinas”. (rb)

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Ordinários católicos da Terra Santa concluem Assembleia

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Amã (RV) - O estado das relações entre Santa Sé e Reino da Jordânia e a emergência refugiados no país; o Acordo global entre Santa Sé e Estado da Palestina selado em junho de 2015; a celebração em Nazaré do Dia Mundial do Enfermo; a diminuição das peregrinações na Terra Santa; a difícil situação das escolas cristãs em Israel; a próxima JMJ em Cracóvia. Estes foram os temas que nortearam a Assembleia dos Ordinários Católicos da Terra Santa, reunidos dias atrás em Amã, na Jordânia.

Felicitações do Patriarca Twal ao Papa Francisco

Os trabalhos foram introduzidos pelo Patriarca Latino de Jerusalém, Dom Fouad Twal, que aproveitou a ocasião para fazer suas felicitações ao Papa Francisco pelo terceiro ano de Pontificado, expressar seus melhores votos de bom êxito para o próximo Sínodo pan-ortodoxo a realizar-se em Creta (Grécia) e para agradecer ao Frei Pe. Pierbatista Pizzaballa, que em abril próximo conclui seu mandado de Custódio da Terra Santa, refere o comunicado final.

O estado das relações Santa Sé-Jordânia e Santa Sé-Palestina

Em seguida, teve lugar o pronunciamento do núncio apostólico em Amã, Dom Alberto Ortega, que falou acerca das boas reações existentes entre a Santa Sé e o Reino da Jordânia, e da situação político-social do país às presas com a emergência refugiados sírios e iraquianos, ressaltando que a Jordânia permanece sendo um país tranquilo no turbulento tabuleiro médio-oriental e que a comunidade cristã é respeitada e goza de plena liberdade religiosa.

Por sua vez, o núncio em Israel e delegado apostólico em Jerusalém, Dom Giuseppe Lazzarotto, apresentou o texto do Acordo global entre Santa Sé e Estado da Palestina selado em 26 de junho do ano passado, evidenciando que o mesmo seria um modelo a ser seguido em outros países árabes. Além disso, precisou que proximamente serão retomadas também as negociações para a assinatura dos acordos bilaterais com Israel.

Outros temas: a diminuição das peregrinações e a participação na JMJ

Com relação à vida da Igreja na Terra Santa, a assembleia mostrou grande satisfação pelo bom êxito das celebrações, em Nazaré, em 11 de fevereiro, do Dia Mundial do Enfermo. O evento teve a participação de uma delegação pontifícia guiada pelo presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde, Dom Zygmunt Zimowski.

Outro ponto evidenciado durante os trabalhos foi a significativa diminuição das peregrinações à Terra Santa, que contudo continuam, apesar das violências, e se caracterizam por uma maior variedade de proveniências.

Em seguida, os ordinários ouviram um relatório do auxiliar do Patriarcado Latino de Jerusalém, Dom William Shomali, sobre a próxima JMJ em Cracóvia, na Polônia, da qual se espera a participação de 700 jovens das dioceses da Jordânia, Palestina, Israel e Chipre.

Ordinários avaliam também a situação das escolas cristãs em Israel

Por fim, foi dedicada uma ampla reflexão à situação das escolas cristãs, sobretudo em Israel, onde estas foram fortemente penalizadas pelos cortes das subvenções públicas destes anos, com consequente aumento dos custos para as famílias, que pesa sobretudo para as famílias árabes israelenses com rendas abaixo da média nacional.

Ao término da reunião os ordinários visitaram o “Restaurante da Misericórdia” inaugurado em 21 de dezembro passado pela Diocese de Amã e pela Caritas, por ocasião do Jubileu, e que serve de 300 a 500 refeições por dia aos pobres e necessitados. (RL)

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Igreja no Brasil



Dia da Água: CNBB pede nova consciência ecológica

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Brasília (RV) - A Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nota por ocasião do Dia Mundial da Água, celebrado no dia 22 de março desde 1992. No contexto das comemorações, a Comissão deseja unir-se “a todos os que trabalham pela preservação deste bem natural”.

O texto, assinado pelo bispo de Ipameri e presidente da Comissão, dom Guilherme Werlang, recorda que a água, como direito humano, deve ser assegurada de forma universal e gratuita a todas as populações. A nota também aborda os problemas de abastecimento causados pelo desmatamento e a tragédia em Mariana (MG), que contaminou a bacia do Rio Doce.

Alerta

Dom Werlang alerta para fatores que desequilibram o ciclo da geração e qualidade da água: a expansão do agronegócio; o aumento do uso de agrotóxicos; o uso de fontes, córregos, rios, poços artesianos para irrigação com vistas à produção e ao lucro; a ausência de ações de saneamento básico nas cidades e comunidades rurais.

“A Campanha da Fraternidade Ecumênica deste ano ajuda-nos a tomar consciência desta realidade ao recordar-nos que o cuidado com a Casa Comum é responsabilidade de todos.  Para tanto, é nosso dever lutar por políticas públicas que garantam o direito de todos ao saneamento básico que implica o acesso à água potável com qualidade e um eficaz tratamento do esgoto a fim de que se preservem os rios e córregos”, diz um trecho da nota.

Leia na íntegra:

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DIA MUNDIAL DA ÁGUA

“Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5,24)

Nas comemorações do Dia Mundial da Água, a Comissão Episcopal para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), une-se a todos que trabalham pela preservação deste bem natural, fonte da vida em todas as suas expressões. A água é um direito humano, por isso, deve ser assegurada de forma universal e gratuita a todas as populações.

Com 12% da água potável do mundo, o Brasil é um país privilegiado em recursos hídricos. Ainda assim, convive com o drama da falta de água em inúmeras regiões. O desmatamento da Mata Atlântica, do Cerrado e da Amazônia para a expansão do agronegócio; o aumento do uso de agrotóxicos; o uso de fontes, córregos, rios, poços artesianos para irrigação com vistas à produção e ao lucro; a ausência de ações de saneamento básico nas cidades e comunidades rurais são alguns fatores do desequilíbrio no ciclo da geração e da qualidade da água.

A tragédia ocorrida em Mariana, em novembro do ano passado, com o rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco, ceifando vidas e contaminando toda a Bacia do Rio Doce, é um alerta para os riscos de atividades que exploram o solo sem levar em conta a preservação do meio ambiente e o respeito à vida.  

É urgente estancar esses problemas que comprometem os cursos d´água e sua qualidade, atingindo especialmente os mais pobres. Agrava essa situação a ameaça de privatização da água como nos alerta o papa Francisco. “Enquanto a qualidade da água disponível piora constantemente, em alguns lugares cresce a tendência para se privatizar este recurso escasso, tornando-se uma mercadoria sujeita às leis do mercado. Na realidade, o acesso à água potável e segura é um direito humano essencial, fundamental e universal, porque determina a sobrevivência das pessoas e, portanto, é condição para o exercício dos outros direitos humanos. Este mundo tem uma grave dívida social para com os pobres que não têm acesso à água potável, porque isto é negar-lhes o direito à vida, radicado na sua dignidade inalienável” (Laudato Si, 30).

A Campanha da Fraternidade Ecumênica deste ano ajuda-nos a tomar consciência desta realidade ao recordar-nos que o cuidado com a Casa Comum é responsabilidade de todos.  Para tanto, é nosso dever lutar por políticas públicas que garantam o direito de todos ao saneamento básico que implica o acesso a água potável com qualidade e um eficaz tratamento do esgoto a fim de que se preservem os rios e córregos.

É igualmente importante que o estado brasileiro desenvolva programas de educação que ajudem na formação de uma nova consciência social, politica e ecológica comprometida com a preservação do Planeta Terra, nossa Casa Comum.

Maria, Mãe e Rainha da Criação, nos ajude a contemplar e proteger cuidadosamente este mundo que o Pai nos confiou!

Dom Guilherme Werlang, MSF

Bispo de Ipameri/GO
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz

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ONU: “muito a ser feito” sobre direitos dos índios no Brasil

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Genebra (RV) – Após uma visita de 11 dias que marcou a volta de um representante da ONU sobre os direitos dos povos indígenas ao Brasil após 8 anos, a Relatora Especial Victoria Tauli-Corpuz disse que ainda há muito a ser feito para que esses direitos sejam plenamente respeitados. 

 “A busca de interesses econômicos de uma maneira que subordina ainda mais os direitos dos povos indígenas cria um risco potencial de efeitos etnocidas que não pode ser desconsiderado nem subestimado”, advertiu a relatora após visitar Brasília, Mato Grosso do Sul, Bahia e Pará. 

Ausência de avanços

“No passado, o Brasil tinha uma liderança mundial no que se refere à demarcação dos territórios indígenas,” disse a experta, lembrando que sua missão foi uma visita de seguimento à visita de 2008 feita por seu predecessor, James Anaya.

“Entretanto, nos oito anos que se seguiram a esta visita, há uma ausência de avanços na solução de antigas questões de vital importância para os povos indígenas e para a implementação de suas recomendações”, afirmou. 

Violência

Uma preocupação premente da relatora é a grande quantidade de ataques documentados e relatados contra povos indígenas. Em 2007, 92 líderes indígenas foram assassinados, ao passo que em 2014 este número havia aumentado para 138, sendo Mato Grosso do Sul o estado onde se registrou o maior número de mortes.

A experta lembrou que os ataques e assassinatos constituem frequentemente represálias em contextos nos quais os povos indígenas reocuparam terras ancestrais depois de longos períodos de espera da conclusão dos processos de demarcação. 

Justiça

“Eu considero extremamente alarmante que uma série desses ataques, que envolveram tiroteios e feriram populações indígenas nas comunidades de Kurusu Ambá, Dourados e Taquara, no Mato Grosso do Sul, tenham ocorrido após minhas visitas a essas áreas” disse a experta. “Eu condeno esses ataques e exorto o Governo a pôr um fim a essas violações de direitos humanos, bem como investigar e submeter os mandantes e autores desses atos à justiça.” 

A este respeito, a Relatora Especial elogiou algumas medidas adotadas pelas autoridades brasileiras, como o papel construtivo e proativo da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e do Ministério Público Federal, apesar de terem de atuar em circunstâncias difíceis, bem como o estabelecimento de um quadro jurídico e administrativo internacionalmente reconhecido para a demarcação de terras. 

Decisões positivas

A representante da ONU também observou uma série de decisões do Supremo Tribunal Federal para evitar os despejos de povos indígenas; a organização da Primeira Conferência Nacional de Política Indigenista em 2015; e o estabelecimento do Conselho Nacional de Política Indigenista. 

No entanto, a relatora destacou alguns dos principais desafios que enfrentam muitos povos indígenas no Brasil em relação aos direitos humanos, o que inclui as propostas de emendas à Constituição PEC 215 e outras legislações que solapam os direitos dos povos indígenas a terras, territórios e recursos. A experta também comentou a interpretação equivocada dos artigos 231 e 232 da Constituição na decisão judicial sobre o caso Raposa Serra do Sol. 

Demarcações

Da mesma forma, a experta chamou a atenção sobre a introdução de um marco temporal e a imposição de restrições aos direitos dos povos indígenas de possuir e controlar suas terras e seus recursos naturais; e a interrupção dos processos de demarcação, incluindo 20 terras indígenas pendentes de homologação pela Presidência da República, como a terra indígena Cachoeira Seca, no estado do Pará. 

Durante sua visita oficial ao Brasil, a relatora se reuniu com o Governo e com funcionários da ONU, diversas organizações da sociedade civil e de direitos humanos, e outros atores não-estatais, incluindo aqueles que trabalham sobre os direitos dos povos indígenas. Ela também visitou comunidades indígenas para ouvir diretamente delas quais são seus problemas e preocupações. 

A relatora especial apresentará um relatório com suas conclusões e recomendações ao Governo brasileiro e ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em setembro de 2016. (Onu/rb)

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Igreja na América Latina



Igreja argentina recorda 40 anos do golpe militar

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Buenos Aires (RV) – “Uma data para não esquecer”: esta é a declaração da Conferência Episcopal Argentina (CEA) por ocasião dos 40 anos do golpe militar no país.

“No próximo 24 de março se completam 40 anos da ruptura da Ordem Constitucional e do Estado de Direito. Um fato que nunca mais deve se repetir nem podemos esquecer”, escrevem os bispos. 

E acrescentam: “Era um momento complexo e difícil para toda a sociedade. A Argentina via uma escalada de violência que culminou no terrorismo de Estado, protagonista de crimes de diversa índole, entre eles: tortura, assassinato, desaparecimento de pessoas e sequestro de crianças”. 

O Episcopado considera que os argentinos não podem deixar de se perguntar como se pôde chegar ao período mais obscuro da história do país. “Suas consequências de confronto, dor e morte ainda permanecem e nos são apresentadas como um passado que temos que enfrentar e sanar". 

Democracia

“O regresso à democracia marcou o início de um caminho de verdade, de justiça e de encontro entre todos, que é preciso seguir transitando para alcançar a concórdia e a amizade social”, destaca a nota. 

“O reconhecimento do valor da vida, da dignidade e dos direitos inalienáveis da pessoa constitui a base indispensável de toda convivência humana e do destino feliz de um povo”, acrescentam os bispos. 

A Conferência Episcopal recorda que a “memória de 24 de março” coincide este ano com a celebração da Quinta-Feira Santa, dia de dor, mas dia também que “Jesus manifestou seu amor até entregar a sua vida por nós”. “Que o exemplo de Jesus ajude os argentinos a cicatrizar suas feridas na verdade, no arrependimento, na reparação na justiça e no anseio de alcançar misericórdia”, é a exortação final dos bispos.

(BF)

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Formação



Visitar os presos: obra de misericórdia desafiadora

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Cidade do Vaticano (RV) – Por que eles e não eu? Esta é a pergunta recorrente que o Papa Francisco faz ao entrar em uma prisão.

“É o mistério da misericórdia divina”, disse o Pontífice em seu último encontro com os detentos em Ciudad Juárez, em sua recente visita ao México. “Não há lugar onde a sua misericórdia não possa chegar, não há espaço nem pessoa que ela não possa tocar”.

Na Quinta-feira Santa de um ano atrás, Francisco escolheu justamente uma penitenciária para realizar o tradicional rito do lava-pés.

Para a Superiora da Congregação da Divina Providência, Ir. Márian Ambrósio, visitar os prisioneiros é uma das obras corporais de misericórdia mais desafiadoras, uma periferia existencial. Ouça a sua reflexão:

 

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Textos da Via-Sacra: Deus é misericórdia

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Cidade do Vaticano (RV) - “Deus é misericórdia”: este é o título das meditações para a Via-Sacra no Coliseu de Roma, que será presidida na próxima Sexta-feira Santa pelo Papa Francisco. Os textos deste ano foram escritos pelo Cardeal italiano Gualtiero Bassetti, Arcebispo de Perugia.

As reflexões do cardeal evidenciam que, diante dos medos do homem, da dor, das perseguições e da violência, a misericórdia é o canal da graça que, de Deus, chega a todos. No decorrer das 14 estações, o Arcebispo de Perugia indica que o corpo flagelado e humilhado de Jesus é o caminho da justiça, “a justiça de Deus que transforma o sofrimento mais atroz na luz da ressurreição”.

Perseguição e violência

Os textos propõem meditações sobre as perseguições e a violência que atingiram a humanidade no passado e a atingem também hoje: há referências aos cristãos perseguidos, ao holocausto dos judeus na II Guerra Mundial e ao drama dos migrantes.

O autor das meditações recorda ainda o sofrimento das famílias em crise, dos casamentos falidos, de quem não tem trabalho ou dos jovens com empregos precários. Os textos falam ainda das “crianças profanadas na sua intimidade”, que sofreram abusos ou foram desrespeitadas na sua dignidade.

A celebração tem início marcado para às 21h15 de Roma (17h15 – horário de Brasília), com transmissão ao vivo pela Rádio Vaticano, com comentários em português. O livreto da Via-Sacra (em português) pode ser baixado aqui. O texto completo em português pode ser encontrado neste link.

(BF)

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Atualidades



Papel positivo da Igreja nas relações EUA-Cuba tem valor continental

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Havana (RV) – Em seu terceiro dia em Havana, Barack Obama fez um discurso à nação, com transmissão ao vivo pela televisão e rádio em Cuba. A visita histórica à ilha é a primeira de um presidente estadunidense depois de quase 90 anos. 

Na segunda-feira (21), no Palácio da Revolução em Havana, aconteceu o histórico aperto de mãos entre o presidente dos EUA e Raul Castro. Esse último solicitou a anulação do embargo da parte americana, enquanto o chefe da Casa Branca exortou o respeito aos direitos humanos.

Em entrevista à Rádio Vaticano, o historiador Agostino Giovagnoli, docente da Universidade Católica Sacro Cuore de Milão, comentou o significado da visita e o papel da Igreja no desgelo EUA-Cuba.

Prof. Agostino – Não há dúvidas que se trata de uma notícia importante e muito positiva, porque marca o final daquela hostilidade que dividiu os Estados Unidos e Cuba por mais de 50 anos, e que representou um fator de tensão fortíssima, também em relação à toda realidade norte-americana. Estamos, então, a caminho, numa estrada que é extremamente positiva, uma estrada de paz e de colaboração; inclusive se, como sublinhou tanto o presidente Barack Obama como Raul Castro, trata-se de um percurso do qual ainda não se veem claramente as saídas.

RV – Esta visita de Obama a Cuba também tem um forte significado simbólico: existe uma imagem que lhe marcou de maneira especial?

Prof. Agostino – Certamente, do ponto de vista protocolar, é interessante que tenha ocorrido o encontro com o Card. Ortega bem ao início da visita. Sublinhando, mais uma vez, que atrás dessa mudança, atualmente em curso, um papel importante teve a Igreja católica em Cuba, e ainda mais o Papa Francisco e a Santa Sé.

RV – Obama bem lembrou o papel de Francisco nessa construção de pontes entre Cuba e Estados Unidos: segundo o senhor, qual papel poderá ter agora a Igreja católica e os católicos cubanos no futuro das relações entre os cubanos e os americanos?

Prof. Agostino – Esse é um papel muito importante, porque a Igreja sempre desenvolveu uma ação positiva, reconhecida pela realidade cubana e pelas mesmas autoridades do país. Então, esse papel positivo pode prosseguir. Inclusive porque é um papel, de uma parte de apoio à vida do povo cubano, de desenvolvimento no sentido do crescimento econômico e assim por diante, mas é também um papel que tende a desatar os nós da conflitualidade, da hostilidade, que foram tão difíceis por tanto tempo e que continuam a ser. Em outras palavras, é um papel específico, mas que tem um valor continental: tem reflexos sobre toda a realidade latino-americana.

RV – Muitos observadores têm notado que com a chegada de Obama em Cuba também chegou a Google. Em qualquer maneira Cuba se abre ao mundo também através da Internet, um pouco como desejava  São João Paulo II na sua histórica visita em 1998...

Prof. Agostino – Sim, efetivamente, é uma confirmação do fato que as visitas dos papas tenham sido um “precursor” desse lento, mas feliz percurso, como vemos hoje. As aberturas no plano econômico são certamente muito importantes. O acordo com a Google acrescenta inclusive alguma coisa a mais, porque obviamente a Internet quer dizer comunicação, então, também ligações internacionais. Certo, Cuba hoje se encontra em meio a uma questão de direitos humanos não ainda resolvida em relação à democracia e à liberdade, e ao risco de que melhorar as relações com os EUA se transforme num tipo de novo protetorado, não mais político, mas econômico. Essa não seria certamente a coisa mais desejada por essa ilha que, ao contrário, deve se transformar num laboratório importante num mundo que, ao contrário, é abalado por tantos conflitos e por tantos contrastes.

(AC)

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ONU condena atentados em Bruxelas

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Nova Iorque (RV) - O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, condenou de forma veemente os atentados terroristas desta terça-feira no aeroporto e metrô de Bruxelas, capital da Bélgica.

Ban enviou condolências às famílias das vítimas e expressou solidariedade à população e ao governo belga.

Justiça

O chefe da ONU afirmou que "os ataques desprezíveis desta terça-feira atingiram o coração do país e centro da União Europeia". Ele espera que os responsáveis pela ação sejam levados rapidamente à justiça.

Ban tem plena confiança no compromisso da Bélgica e da UE com os direitos humanos, a democracia e a coexistência pacífica. Segundo ele, esses princípios vão servir de base para a resposta ao ódio e à violência dos quais o país foi vítima.

O Presidente da Assembleia Geral da ONU, Mogens Lykketoft também condenou os atentados. Ele lembrou que nas últimas semanas, o mundo "presenciou atrocidades na Turquia, na Costa do Marfim e agora na Bélgica".

Ameaça

Lykketoft disse que os atos de terrorismo são injustificáveis e que eles representam a ameaça mais séria à paz e à segurança internacionais.

A Organização Mundial do Turismo foi mais uma a condenar os atentados terroristas.

O Secretário-Geral da OMT, Taleb Rifai, divulgou comunicado em nome da comunidade internacional do turismo expressando pêsames às famílias e amigos das vítimas.

Rifai afirmou que "esse não foi um ataque contra a Bélgica, mas sim um ataque contra todos".

Segundo ele, esses eventos trágicos lembram, mais uma vez, que a comunidade internacional está diante de uma ameaça mundial que precisa ser enfrentada globalmente. (SP-RadioONU)

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Bruxelas sob ataque: bombas explodem no aeroporto e no metrô

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Bruxelas (RV) – Nível máximo de alerta contra o terrorismo na Bélgica após as explosões no aeroporto de Bruxelas e no metrô, na manhã desta terça-feira (22/03), provocadas por homens-bomba.

No aeroporto Zaventem, duas explosões por volta das 8h30 locais, deixaram 14 mortos e 80 feridos. Na estação Maelbeek, a 500 metros dos prédios da União Europeia, outra explosão foi registrada por volta das 9h15 e deixou 20 mortos e 106 feridos. O sistema de transportes foi paralisado em todo o país. 

O porta-voz dos bispos da Bélgica, Padre Tommy Scholtes, declarou:

"Os bispos compartilham a angústia de milhares de passageiros e suas famílias, das tripulações aéreas e das equipes de emergência que se encontram mais uma vez na linha de frente. Confiam à oração toda esta situação dramática, em particular a todas as vítimas". 

Igreja Católica da Bélgica acompanha a tragédia e deve publicar em breve o testemunho do capelão do aeroporto, Michel Gaillard.

No Facebook, o aeroporto de Bruxelas anunciou que todos os voos foram cancelados.

A Rádio Vaticano contatou o jornalista brasileiro que vive em Bruxelas, Adriano Luís Leite. 

(rb/bf/agências)

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Com Francisco na Semana Santa. Confira nossa programação

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco presidirá publicamente as seguintes cerimônias, em março. Os horários referem-se ao de Brasília. 

Quinta-feira, 24, local a ser definido

Santa Missa da Ceia do Senhor e rito do Lava Pés, a partir das 12h55

Sexta-feira, 25, Basílica Vaticana

Celebração da Paixão do Senhor, a partir de 12h55

Sexta-feira, 25, Coliseu

Via Sacra, a partir de 17h05

Sábado, 26, Basílica Vaticana

Vigília Pascal na Noite Santa, a partir das 16h25

Domingo, 27, Praça São Pedro

Santa Missa de Páscoa e Bênção Urbi et Orbi, a partir das 5h05

O Programa Brasileiro transmitirá todos os eventos integralmente e ao vivo, com comentários em português. As cerimônias podem ser acompanhadas por Rádio, TV e Player. 

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Jesuíta português será novo reitor da Universidade Gregoriana

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Roma (RV) – A Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma terá um português como reitor a partir do próximo dia 1º de setembro. O Papa Francisco nomeou para o cargo o jesuíta Nuno da Silva Gonçalves.

O religioso, antigo provincial dos Jesuítas em Portugal, era decano da Faculdade de História e Bens Culturais da Igreja da Pontifícia Universidade Gregoriana desde 2012.

O atual reitor, Padre François-Xavier Dumortier, realça as “notáveis qualidades de coração e de inteligência” do seu sucessor, que foi estudante da Gregoriana entre 1983 e 1995.

Nascido em Lisboa, em 1958, o Padre Nuno Gonçalves é doutor em História da Igreja e foi responsável pelo departamento nacional dos Bens Culturais da Igreja, em Portugal, bem como decano da Faculdade de Filosofia da Universidade Católica Portuguesa; publicou vários estudos sobre a história missionária portuguesa e da Companhia de Jesus.

A Universidade Gregoriana é uma instituição da Igreja Católica, com sede em Roma, especializada em ciências teológicas e filosóficas. Nela estudam inúmeros brasileiros.

(BF/Ecclesia)

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