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Sumario del 03/04/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Formação

Papa e Santa Sé



Papa: somos chamados a tornar-nos escritores viventes do Evangelho

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Cidade do Vaticano (RV) - O Evangelho da misericórdia procura “bons samaritanos”, pede servos generosos e alegres, que amam gratuitamente sem nada pretender em troca: foi o que disse o Papa Francisco na missa celebrada na manhã deste II Domingo da Páscoa, festa da Divina Misericórdia.

Após a vigília de oração da tarde precedente, a Praça São Pedro voltou a lotar-se este domingo para a missa com o Santo Padre, na qual Francisco reiterou que “tudo o que Jesus disse e fez é expressão da misericórdia do Pai”. 

O Evangelho é o livro da misericórdia de Deus, disse o Papa, acrescentando que “o Evangelho da misericórdia permanece um livro aberto, onde se há de continuar a escrever os sinais dos discípulos de Cristo, gestos concretos de amor, que são o melhor testemunho da misericórdia”.

“Todos somos chamados a tornar-nos escritores viventes do Evangelho, portadores da Boa Nova a cada homem e mulher de hoje. Podemos fazê-lo praticando as obras corporais e espirituais de misericórdia, que são o estilo de vida do cristão. Através destes gestos simples e vigorosos, mesmo se por vezes invisíveis, podemos visitar aqueles que passam necessidade, levando a ternura e a consolação de Deus.”

Deste modo damos continuidade ao que fez Jesus no dia de Páscoa, “quando derramou, nos corações assustados dos discípulos, a misericórdia do Pai, o Espírito Santo que perdoa os pecados e dá a alegria”, frisou.

Atendo-se ao Evangelho deste segundo domingo da Páscoa, no qual Jesus, oito dias após sua Ressurreição, apareceu a seus discípulos, o Papa chamou a atenção para um contraste evidente: por um lado – disse –, “temos o medo dos discípulos, que fecham as portas da casa; por outro, temos a missão, por parte de Jesus, que os envia ao mundo para levarem o anúncio do perdão”.

O mesmo contraste pode verificar-se também em nós: “uma luta interior entre o fechamento do coração e o chamado do amor para abrir as portas fechadas e sair de nós mesmos”, observou.

Francisco ressaltou que a estrada que o Mestre ressuscitado nos aponta é estrada de sentido único, segue-se apenas numa direção: “sair de nós mesmos, para testemunhar a força sanadora do amor que nos conquistou. Muitas vezes vemos, diante de nós, uma humanidade ferida e assustada, que tem as cicatrizes do sofrimento e da incerteza”.

Cada doença pode encontrar na misericórdia de Deus um auxílio eficaz. Com efeito, prosseguiu o Santo Padre, a sua misericórdia não se detém à distância: “quer vir ao encontro de todas as pobrezas e libertar de tantas formas de escravidão que afligem o nosso mundo. Quer alcançar as feridas de cada um, para medicá-las.”

“Ser apóstolos de misericórdia significa tocar e acariciar as suas chagas, presentes hoje também no corpo e na alma de muitos dos seus irmãos e irmãs.”

O Papa disse ainda que ao cuidar destas chagas, professamos Jesus, tornamo-Lo presente e vivo; permitimos a outros que palpem a sua misericórdia, e O reconheçam ‘Senhor e Deus’, como fez o apóstolo Tomé.

“O Evangelho da misericórdia, que se deve anunciar e escrever na vida, procura pessoas com o coração paciente e aberto, «bons samaritanos» que conhecem a compaixão e o silêncio perante o mistério do irmão e da irmã; pede servos generosos e alegres, que amam gratuitamente sem nada pretender em troca.”

Após lembrar a saudação de paz que Cristo leva aos seus discípulos, “A paz esteja convosco!”, e enfatizar que é a mesma paz que esperam os homens do nosso tempo, o Papa caracterizou a paz de Cristo, aquela paz que somente Ele pode nos dar:

“Não é uma paz negociada, nem a suspensão de algo errado: é a sua paz, a paz que brota do coração do Ressuscitado, a paz que venceu o pecado, a morte e o medo. É a paz que não divide, mas une; é a paz que não deixa sozinhos, mas faz-nos sentir acolhidos e amados; é a paz que sobrevive no sofrimento e faz florescer a esperança. Esta paz, como no dia de Páscoa, nasce e renasce sempre do perdão de Deus, que tira a ansiedade do coração.”

“Ser portadora da sua paz: esta e a missão confiada à Igreja no dia de Páscoa”, disse o Pontífice, acrescentando que “nascemos em Cristo como instrumentos de reconciliação, para levar a todos o perdão do Pai, para revelar o seu rosto de amor nos sinais da misericórdia”.

Por fim, lembrando que “O amor do Senhor é para sempre”, proclamado no Salmo Responsorial da celebração (Sl 117), enfatizou a certeza que temos de que “Deus não nos abandona: permanece para sempre”.

Francisco pediu a graça de não nos cansarmos de tomar a misericórdia de Deus e levá-la pelo mundo: “peçamos para sermos misericordiosos, a fim de irradiar por todo o lado a força do Evangelho, para escrever aquelas páginas do Evangelho que o apóstolo João não escreveu”, concluiu o Pontífice, aludindo às palavras com as quais o ‘discípulo amado’ encerra esta página do Evangelho – “Muitos outros sinais miraculosos realizou ainda Jesus, na presença dos seus discípulos, que não estão escritos neste livro”, Jo 20, 30.

(RL)

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Regina Caeli: Francisco faz apelo em favor da paz na Ucrânia

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Cidade do Vaticano (RV) - Ao término da missa que o Papa presidiu na Praça São Pedro na manhã deste segundo Domingo da Páscoa, festa da Divina Misericórdia, Francisco conduziu a oração mariana do Regina Caeli, na qual dirigiu seu pensamento “a todas as populações que têm sede de reconciliação e de paz” e, em particular, lançou um apelo em favor da paz na Ucrânia. 

“Penso, em particular, no drama de quem sofre as consequências da violência na Ucrânia: daqueles que permanecem nas terras abaladas pelas hostilidades que já causaram milhares de mortos, e daqueles – mais de um milhão – que foram levados a deixá-las por causa da grave situação que perdura.

“Os envolvidos são, sobretudo, anciãos e crianças. Além de acompanhá-los com meu constante pensamento e com minha oração, decidi promover um apoio humanitário em favor deles.”

Com esta finalidade, prosseguiu o Pontífice, no domingo, 24 de abril, será feita uma coleta especial em todas as igrejas católicas da Europa.

“Convido os fiéis a se unirem a esta iniciativa do Papa com uma generosa contribuição. Este gesto de caridade, além de aliviar os sofrimentos materiais, quer expressar a minha proximidade e solidariedade pessoal e de toda a Igreja à Ucrânia. Veementemente, faço votos de que isso possa, sem mais tardar, ajudar a promover a paz e o respeito ao direito naquela terra tão provada.”

Francisco aproveitou a ocasião para lembrar que esta segunda-feira (04/04), celebra-se o Dia Internacional de Sensibilização para o Problema das Minas e Ajuda à Ação Anti-minas.

“É muito alto número de pessoas que continuam sendo mortas ou  mutiladas por estas terríveis armas, e homens e mulheres corajosos colocam a vida em risco para bonificar os terrenos minados. Renovemos o compromisso por um mundo sem minas.”

O Santo Padre concluiu saudando todos os que tinham participado da Santa Missa, em particular, os grupos que cultivam a espiritualidade da Divina Misericórdia, e a todos concedeu a sua Bênção apostólica. (RL)

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Igreja no Brasil



Cardeal Orani fala sobre "Pátio dos Encontros" no Rio de Janeiro

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Cidade do Vaticano (RV) - A Arquidiocese do Rio de Janeiro acolherá esta semana, de quarta a sexta feira (6, 7 e 8 de abril), o evento denominado “Pátio dos Encontros”, uma iniciativa do Pontifício Conselho para a Cultura que tem como objetivo incentivar o diálogo, especialmente entre crentes e não-crentes, nas áreas de interesse comum a ambos os grupos. O evento terá a participação, entre outros, do presidente do referido dicastério vaticano, Cardeal Gianfranco Ravasi.

A iniciativa, que já se realizou em várias cidades da Europa e da América com o nome “Pátio dos Gentios”, terá lugar pela primeira vez no Brasil, tendo como anfitriã, de fato, a “Cidade Maravilhosa”, que em agosto sediará os Jogos Olímpicos de 2016.

Para nos falar sobre a expectativa da Igreja local acerca destes dois eventos, o colega Silvonei José conversou com o arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, que tratou também do andamento Ano Santo na arquidiocese neste Jubileu extraordinário da Misericórdia.

Inicialmente, Dom Orani nos explica porque “Pátio dos Encontros”: 

“Ética e transcendência” será o tema central do “Pátio dos Encontros”. Silvonei ouviu também o bispo auxiliar do Rio de Janeiro, Dom Paulo César Costa, que nos fala, entre outros, sobre os preparativos para o evento e as perspectivas em torno do mesmo: 

(RL)

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Formação



Reflexão dominical: fortalecimento da fé na ressurreição

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Cidade do Vaticano (RV) - No início do Evangelho de hoje, que nos relata o cair da tarde no domingo da ressurreição, os discípulos estão amedrontados e se encontram reunidos a  portas fechadas. Nada adiantou os relatos daqueles que tiveram a experiência do Cristo Ressuscitado, mas o receio, o medo da morte falava mais alto. 

Nesse ambiente o Senhor lhes aparece e lhes dá a paz. Em seguida, para confirmar sua ressurreição, lhes mostra as marcas da paixão em seu corpo. Como sempre, nas aparições após a ressurreição, o Senhor lhes dá a missão de anunciarem sua vitória sobre a morte e, agora, lhes dá uma missão até então não conferida: com a efusão do Espírito Santo lhes dá o poder de perdoar os pecados!

O Senhor morreu e ressurgiu para a nossa alegria, para a nossa felicidade ainda neste mundo, por isso o dom da paz, o dom do perdão dos pecados, o dom do Espírito.

Contudo, na comunidade reunida, falta alguém – Tomé.

Por que será que o autor do quarto evangelho relata essa ausência de Tomé, para criticá-lo?

Certamente não! Não havia motivo para isso. João aproveita esse episódio para fortalecer nossa fé na ressurreição de Jesus.

Como vimos nos relatos anteriores, apesar de Jesus preveni-los em relação à sua ressurreição, eles não crêem, mesmo com os relatos de Madalena, dos dois de Emaús, é muito difícil para eles. Assim também foi na primeira Comunidade e é para muitos de nosso meio. Por isso João escreve no final do Evangelho: “Mas estes foram escritos para que acrediteis que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome.”

Muitos desejam ver para crer. Contudo, Jesus ressuscitado não pode ser visto com nossos olhos, tocado com nossas mãos, mas apenas é visto e tocado com nossa fé! Se eu vejo, se toco, não preciso ter fé, pois vi e toquei! É aceitar o evidente! Mas o que não vi e nem toquei e, mesmo assim, acredito que exista, isso é fé.  À exclamação de Tomé “Meu Senhor e meu Deus!”, Jesus reage: “Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!” Isso supõe uma fé genuína, pura. Acreditar somente na palavra de Jesus, por crer em Jesus!

Hoje o Senhor também solicita nossa resposta de amor ao seu Amor. Ele nos ama e está sempre ao nosso lado. Tenhamos para com nosso Senhor um relacionamento afetivo, ele é o nosso maior amigo, é o nosso Senhor e nosso Deus! (Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para o II Domingo da Páscoa)

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Dom Orani: Misericordiosos como o Pai

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Rio de Janeiro (RV) - A Festa da Misericórdia é celebrada no domingo seguinte à Solenidade de Páscoa em todas as Igrejas do mundo. A data foi instituída pelo, na época, Papa João Paulo II, em 30 de abril do ano de 2000. O Domingo da Misericórdia é dedicado, especialmente, para o grande anúncio do amor misericordioso de Deus, que vem até nós em Jesus Cristo, Nosso Senhor. Para isso, além das indulgências do Ano Santo, também neste Segundo Domingo da Páscoa concede-se indulgência plenária aos que participam da Eucaristia e procuram se configurar sob as condições pré-estabelecidas: Confissão Sacramental, Comunhão Eucarística e orações segundo a intenção estabelecida pelo Sumo Pontífice.

Apesar desta Festa ter sido instituída como festa universal somente no ano de 2000, ela já era realizada pela Irmã Faustina Kowalska desde a década de 30, na Polônia. Segundo os escritos, Santa Faustina foi inspirada para que fosse realizada a Festa da Misericórdia em toda a Igreja; pedido apontado pelo menos em 15 momentos nas anotações, como cita um trecho retirado do diário da religiosa. "Desejo que a Festa da Misericórdia seja refúgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os pecadores. Nesse dia estão abertas as entranhas da minha Misericórdia. Derramo todo o mar de graças nas almas que se aproximarem da fonte da minha Misericórdia. A alma que se confessar e comungar alcançará o perdão das culpas e castigos. Nesse dia estão abertas todas as comportas divinas, pelas quais fluem as graças... Desejo que seja celebrada solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa. A humanidade não terá paz enquanto não se voltar à fonte da minha Misericórdia". (Diário nº. 699).

A Imagem da Misericórdia é um quadro de Jesus, pintado à mão por um pintor renomado naquele tempo, a partir das descrições feitas pela Irmã. A obra traz a seguinte inscrição: “Jesus, eu confio em vós”! (Jezu, ufam Tobie!). Após uma acurada análise dos escritos e da vida da santa, a Santa Sé autorizou, em 1978, a Devoção da Divina Misericórdia. Em 1994, Irmã Faustina foi beatificada e em 2000 foi canonizada com o título: Santa Maria Faustina do Santíssimo Sacramento.

São João Paulo II instituiu, no ano 2000, a Festa da Misericórdia no 2º Domingo da Páscoa. O Pontífice faleceu no dia 02 de abril de 2005, que na época coincidiu com a véspera desta festividade. João Paulo II e João XXIII foram canonizados em 27 de abril de 2014, durante o Domingo da Misericórdia.

Neste ano, temos a graça especial de celebrarmos o Ano Santo da Misericórdia. O lema escolhido para esse jubileu extraordinário é um chamado à vivência concreta da fé e a misericórdia: “Misericordiosos como o Pai” (Lc 6,36). O Papa estabelece que em todas as Dioceses, Santuários, Paróquias, Comunidades cristãs aconteça a celebração deste ano santo como um acontecimento de graça e renovação espiritual. Além disso, o Santo Padre recomenda a revitalização das obras de misericórdia corporal e espiritual fixadas pela Igreja, para entrarmos no coração do Evangelho, onde os pobres são os privilegiados da misericórdia divina. Obras de misericórdia corporal: “dar comida aos famintos, bebida aos sedentos, vestir os nus, acolher os peregrinos, visitar os doentes e enterrar os mortos”. Muitas dessas obras podem ser incrementadas participando de algumas pastorais e movimentos. Obras de misericórdia espiritual: “aconselhar os indecisos, ensinar os ignorantes, admoestar os pecadores, consolar os aflitos, perdoar as ofensas, suportar com paciência as pessoas inconvenientes, rezar pelos vivos e defuntos”. (MV n.15). Aprendamos, portanto, no Ano Santo da Misericórdia, a ser misericordiosos uns com os outros para merecermos a misericórdia de Deus.

Neste Domingo da Misericórdia somos chamados a participar da Celebração Eucarística e, se possível, dos encontros realizados em nossas paróquias espalhadas por vários lugares em nossa Arquidiocese. Merece especial destaque o Santuário Arquidiocesano da Divina Misericórdia em Vila Valqueire. Mas teremos o grande evento, solene, na nossa Catedral Metropolitana de São Sebastião, na Avenida Chile, a partir das 14 horas, e encerrando com a missa às 16hs, em que toda a Igreja Arquidiocesana é convidada a participar.

Devemos neste dia acolher a misericórdia em nossas paróquias, famílias e, sobretudo, em nosso coração. Que Jesus misericordioso, o Senhor Ressuscitado, seja a luz em nosso caminho e faça com que sejamos luz para toda a humanidade que tanto necessita do amor, da paz, da união e, sobretudo, da misericórdia.

 

Orani João, Cardeal Tempesta, O.Cist.

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

            

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