Noticiário da Rádio Vaticano Noticiário da Rádio Vaticano
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Sumario del 04/04/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Papa: cristão seja homem do “sim” a Deus

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Cidade do Vaticano (RV) – Após as celebrações pascais, o Papa Francisco retomou nesta segunda-feira (04/04), as Missas matutinas na Casa Santa Marta.

 

O Pontífice dedicou sua homilia à hodierna solenidade da Anunciação do Senhor, celebrada no Vaticano. Aliás, disse ele, a história da humanidade foi feita de uma “corrente” de “sim” a Deus, à esperança do Senhor, a partir de Abraão e Moisés.

Abraão obedece ao Senhor, aceita o seu chamado e parte de sua terra sem saber onde chegaria. Isaías, quando o Senhor lhe pede que fale a seu povo, responde que tem os “lábios impuros”. Então o Senhor purifica os seus lábios e Isaías diz "sim!". O mesmo vale para Jeremias, que se considerava incapaz de falar, mas depois diz “sim" ao Senhor:

O "sim" de Nossa Senhora

“E hoje, o Evangelho nos fala do final desta corrente de sim, e do início de outro “sim”, que começa a crescer: o ‘sim’ de Maria. E este ‘sim’ faz com que Deus não somente olhe para o homem, não somente caminhe com o seu povo, mas que se faça um de nós e tome a nossa carne. O ‘sim’ de Maria que abre a porta ao sim de Jesus: ‘Eu venho para fazer a Tua vontade’, este ‘sim’ que acompanha Jesus toda a vida, até à Cruz”. 

Francisco se detém no sim de Jesus que pede ao Pai para afastar dele o cálice, mas acrescenta: “Seja feita a tua vontade”.  Em Jesus Cristo “está o sim de Deus: Ele é o sim”.

“Este é um dia bonito para agradecer ao Senhor por nos ter ensinado este caminho do sim, mas também para pensar em nossa vida”, disse o Pontífice. Um pensamento que o Papa dirige em particular a alguns sacerdotes presentes, que celebram 50 anos de ordenação. 

Festa do "sim"

“Todos nós, todos os dias, devemos dizer sim ou não e pensar se sempre dizemos sim ou se muitas vezes nos escondemos, com a cabeça baixa, como Adão e Eva, para não dizer não, mas fazer como aquele que não entende, que não entende o que Deus pede. Hoje, é a festa do sim. No sim de Maria se encontra o sim de toda a História da Salvação e começa ali o último sim do homem e de Deus.” 

Ali, acrescentou o Papa, “Deus recria, como no início que com um sim fez o mundo e o homem, aquela Criação bonita” e agora com este sim “maravilhoso recria o mundo, recria todos nós. É o sim de Deus que nos santifica, que nos faz ir adiante em Jesus Cristo”: 

“É um dia para agradecer ao Senhor e nos perguntar: Sou homem ou mulher do sim, ou sou homem ou mulher do não, ou sou homem ou mulher que olha para o outro lado para não responder? Que o Senhor nos dê a graça de entrar neste caminho de homens e mulheres que souberam dizer sim.” (BF/MJ)

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Coleta em prol da Ucrânia: situação permanece crítica

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Cidade do Vaticano (RV) – O apelo do Papa em prol da Ucrânia feito no Regina Coeli de último domingo (03/04) foi feito num momento em que se fala pouco desta crise, não obstante a situação no país permaneça dramática. 

As pessoas que necessitam de ajuda são cerca de 800 mil nas regiões sob controle do governo ucraniano, e 2 milhões e 700 mil nos territórios fora do controle governamental.

Saúde

A situação mais crítica é no campo da saúde. As mulheres grávidas são as mais afetadas, enquanto aumenta o risco da difusão da aids e tuberculose. Faltam anestésicos e insulina. Com frequência, as cirurgias são realizadas sem anestesia. Mais de 2 milhões de pessoas necessitam de remédios e tratamentos. Alimentos e água potável também são obtidos com dificuldade, enquanto gás e energia elétrica estão racionados. De cada quatro crianças ucranianas, uma é refugiada.

Diante deste cenário, o Papa Francisco pediu a contribuição de todas as Igrejas na Europa para um coleta especial no dia 24 de abril. A gestão do fundo arrecadado será deita pelo Pontifício Conselho Cor Unum. A ajuda será distribuída sobretudo através das comunidades religiosas, em prol de todos necessitados, sem distinção. Os católicos, que no país são cerca de 10% da população, mesmo sendo uma pequena minoria na região atingida têm estruturas eficientes e se mobilizaram para a assistência aos necessitados. (bf)

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Papa lança apelo por um mundo sem minas terrestres

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Cidade do Vaticano (RV) – Nesta segunda-feira, 4 de abril, celebra-se o Dia Internacional para a Conscientização sobre as Minas Terrestres.

No Regina Coeli do último domingo, o Papa Francisco recordou que as minas ainda continuam matando e mutilando demasiadas pessoas. De fato, segundo dados das Nações Unidas, as minas matam cerca de 10 pessoas por dia e deixam um número muito maior de feridos. Das vítimas, 40% são crianças. 

Em sua alocução, o Pontífice citou também os homens e mulheres “corajosos que arriscam a vida” para recuperar os terrenos minados”. De acordo com a ONU, em 2015, foram desativadas minas numa extensão de 64 km². “Renovemos o compromisso por um mundo sem minas”, foi o apelo final de Francisco.

Já em sua mensagem para a ocasião, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, lamenta que conflitos em muitos países estão criando um novo legado de minas terrestres e explosivos improvisados.

Segundo Ban, desativar minas e investir em ações do tipo é investir na humanidade. O secretário-geral lembra que essas medidas criam sociedades pacíficas e ajudam refugiados e deslocados internos a retornar com segurança para suas casas.

Sudão do Sul

A ONU tem várias ações em ambientes de alto risco. No Sudão do Sul, mais de 14 milhões de metros quadrados de territórios ficaram livres das minas terrestres.

Assim, 3 mil km de rodovias do país tornaram-se seguras e foram destruídos 30 mil minas e explosivos remanescentes de guerras. Com isso, foi possível entregar comida e água para os civis que fogem de conflitos.

Mundo Livre

O secretário-geral cita também a Síria como exemplo: desde agosto de 2015, foram destruídos 14 toneladas de explosivos. Mais de 5,4 mil pessoas receberam tratamento para reabilitação física.

Mas os sírios continuam tendo de enfrentar, todos os dias, a ameaça fatal das minas terrestres. Ban Ki-moon pede apoio urgente neste sentido. Ele menciona a Conferência Humanitária Mundial, que ocorre em maio na Turquia.

O chefe da ONU lembra que em dezembro, a Assembleia Geral aprovou uma resolução sobre a necessidade da ação contra as minas continuar no topo da agenda internacional, especialmente durante crises humanitárias.

(BF/Rádio ONU)

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Papa Francisco recorda solicitude de Paulo VI pelos florentinos inundados

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco enviou um telegrama ao arcebispo de Florença, Cardeal Giuseppe Betori, por ocasião do 45º aniversário de inauguração da “Casa para idosos Paulo VI”, doação do Beato Montini à capital da região italiana da Toscana e sinal da solicitude do então Pontífice no difícil momento da reconstrução da cidade, após a devastadora enchente de 4 de novembro de 1966. 

No telegrama, assinado pelo Cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin, o Papa dirige seus votos de felicitações, “expressando satisfação pela providencial realização que, nascida do coração de Bom Pastor do Beato Papa, continuou seu fecundo serviço aos anciãos, animado por sentimentos de sincera caridade cristã e pelo amor ao próximo”.

A proximidade do Beato Paulo VI aos cidadãos de Florença

O Cardeal Betori presidiu, na capela da “Casa para idosos Paulo VI”, a uma solene celebração eucarística na presença das autoridades florentinas.

Em sua homilia, o purpurado recordou “o afeto e o amor que Paulo VI teve por Florença e os florentinos por ocasião da enchente de 1966, não somente vindo celebrar a missa de Natal em nossa cidade, mas deixando à cidade um presente significativo: esta Casa para idosos, que traz o seu nome, como demonstração de sua proximidade a todos os florentinos e, em particular, aos anciãos, que muito sofreram, talvez mais que todos os outros, naquela ocasião”, frisou.

Um presente que foi e é “sinal concreto da atenção que a Igreja e os Papas do Séc. XX sempre tiveram para com os anciãos”, concluiu o purpurado.

Celebrações pelos 450 anos de nascimento de "Santa Maria Maddalena de' Pazzi"

Contextualmente, o Papa Francisco enviou ao arcebispo de Florença também um segundo telegrama, assinado pelo Cardeal Parolin, pelos 450 anos de nascimento de “Maria Maddalena de’ Pazzi”, religiosa carmelita florentina que viveu no Séc. XVI e foi canonizada pelo Papa Clemente IX.

Em sua mensagem, o Pontífice faz votos de que este aniversário “suscite renovada adesão a Cristo e generoso testemunho cristão seguindo o exemplo da mística florentina”, significativa figura de discípula do Evangelho e mestra de espiritualidade”.

O aniversário de nascimento da religiosa florentina foi celebrado com uma Missa presidida pelo Cardeal Betori no mosteiro de Careggi, onde repousam os restos mortais da Santa. (RL)

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Papa encontra Superior da Fraternidade Pio X

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Cidade do Vaticano (RV) – A Sala de Imprensa da Santa Sé confirmou esta segunda-feira, 4, o encontro ocorrido no Vaticano entre o Superior Geral da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, Dom Bernard Fellay, e o Papa Francisco.

Segundo referido pela própria Fraternidade, Dom Fellay, acompanhado pelo Padre Alain-Marc Nély (segundo Assistente Geral da FSSPX), foi recebido pelo Santo Padre na tarde de 1º de abril, na Casa Santa Marta.

No sábado 2 de abril, por sua vez, Dom Fellay esteve reunido com o Secretário da Comissão Pontifícia “Ecclesia Dei”,  Arcebispo Dom Guido Pozzo. (JE)

 

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Igreja no Brasil



Rádio Yandê: a primeira webrádio indígena do Brasil

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Rio de Janeiro (RV) - Yandê significa “você” ou “todos nós”. Como diz o ditado, tudo que fazemos juntos fica melhor, e é com esse conceito que o Grupo de Comunicação Yandê trabalha.

A Rádio Yandê é educativa e cultural. Tem o objetivo da difusão da cultura indígena através da ótica tradicional, mas agregando a velocidade e o alcance da tecnologia e da internet. 

A grade de programação conta programas informativos e educativos que oferecem um pouco da realidade indígena do Brasil, desfazendo antigos estereótipos e preconceitos ocasionados pela falta de informação especializada em veículos de comunicação não indígenas.

A programação musical da Yandê é abrangente e traz artistas de todos os tipos, como o produtor e rapper estadunidense Frank Waln, da etnia Lakota, e a cantora amazonense Djuane Tikuna.

A sede é no Rio de Janeiro, mas a rede de comunicação é nacional.

O site Noisey montou uma playlist que ilustra a programação da Yandê, que vai do rap chileno até uma parceria da cantora maranhense Zahy Guajajara com o coletivo Digitaldubs.  

A iniciativa de criar a Yandê partiu de três amigos que já tinham experiência em ONGs, coletivos e blogs relacionados ao tema: Anápuáka Tupinambá, Renata Tupinambá e Denilson Baniwa. Certos de que uma convergência de mídias é possível, mesmo nas mais remotas aldeias e comunidades indígenas, a Rádio quer ser uma forma de valorização e manutenção cultural.

O jornalismo também tem espaço na grade da Rádio: notícias indígenas são trazidas por correspondentes em Brasília e no Mato Grosso. Além deles, existem outros 70 colaboradores pelo país.

Ouça a reportagem clicando aqui: 

(Noisey/Operamundi/CM)

 

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Igreja na América Latina



Colômbia: bispos otimistas com diálogo entre Governo e Eln

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Bogotá (RV) - “Os bispos colombianos estão otimistas em relação ao acordo alcançado para a abertura de tratativas entre o Governo e os guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional (Eln) com o objetivo de chegar a um acordo de paz”, foi o que disse o Arcebispo de Tunja, Dom Luis Augusto Castro, Presidente da Conferência Episcopal Colombiana. 

As negociações futuras se unem às tratativas com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), próximas a uma conclusão positiva.
 
“A nossa esperança é de que o Eln chegue, como resultado deste caminho, a se integrar com a sociedade, de modo que termine esta guerra insensata”, disse o prelado que divulgou ter recebido nos dias passados uma carta desse grupo que pedia à Igreja colombiana para estar presente na mesa de negociações, visto que são públicas. 

“Depois de consultar o presidente da República e a Comissão para a Paz respondemos positivamente e apoiaremos em tudo o que for possível tal diálogo, esperando fornecer uma contribuição positiva”, disse Dom Castro.
  
Por outro lado, o Ministério das Relações Exteriores da Colômbia anunciou que os colóquios se realizarão no Equador, Venezuela, Chile, Brasil e Cuba. O presidente colombiano, Juan Manuel Santos,  ressaltou que os colóquios iniciarão somente depois que algumas “questões humanitárias forem resolvidas”, dentre as quais o fim dos sequestros da parte dos rebeldes. 

Sobre o diálogo de paz se expressou também o Arcebispo de Cali, Dom Darío de Jesús Monsalve Mejía, segundo o qual as tratativas devem ser acompanhadas por “um compromisso sério pela verdade”. Segundo Dom Monsalve, esta nova negociação é uma oportunidade para consolidar os progressos que se desenvolveram em Havana durante as tratativas com as Farc. 

Os primeiros contatos entre Governo colombiano e Eln iniciaram, em 2014, mas por causa das ações violentas do grupo guerrilheiro, se concretizaram somente nestes dias. O Eln foi autor das ações mais sangrentas nos últimos tempos da história colombiana. Formado em 1964, o grupo conta mais de 2 mil homens. (MJ)

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Igreja no Mundo



Núncio na Ucrânia agradece apelo do Papa: conflito no país foi esquecido

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Kiev (RV) – Cirurgias sem anestesia, jovens mães abandonadas nem orfanatrófios após abusos de guerra, luta pela sobrevivência na zona do front. Estes e outros dramas são vividos diariamente na Ucrânia, diante do silêncio quase total da mídia. A respeito da situação vivida no país, a Rádio Vaticano ouviu o Núncio Apostólico na Ucrânia, Dom Claudio Gugerotti, que agradeceu, em nome da população, o apelo do Papa Francisco lançado no Angelus do domingo e a coleta em favor da Ucrânia nas igrejas católicas europeias a ser realizada no dia 24 de abril:

“Na Ucrânia, atua a Igreja Greco-católica, de rito bizantino, que é amplamente majoritária no país, e a Igreja latina, também esta muito ativa e presente no país. Na região onde existem as dificuldades mais relevantes, esta nossa presença católica é minoritária. Foi construída uma rede de ajuda e de apoio, que é reconhecida amplamente e com gratidão pelas autoridades governamentais. A Igreja Católica está muito mobilizada, muito além das próprias forças, com centros de vários tipos, dos quais se ocupa sobretudo a Caritas, mas não somente. Assim, refeitórios para os pobres, centros de reabilitação para as crianças, casas de acolhida sobretudo para as mães com crianças nascidas em condições graves, porque a violência desencadeada nestes territórios criou situações dramáticas, com as jovens que ficaram grávidas, sem ninguém, nos orfanatrófios e as Irmãs de Dom Orione – por exemplo – que têm uma casa para estas jovens mães, ocupam-se delas. Existe depois, uma grande necessidade de remédios: muito frequentemente se realiza cirurgias sem anestésicos, porque não chegam.... A Igreja mostra realmente uma atividade e uma atenção caritativa extremamente louvável”.

RV: Comove muito o fato de que ontem, em seu apelo, o Papa Francisco, no âmbito do grande sofrimento que vive a população ucraniana, tenha ressaltado a condição de duas categorias particulares: as crianças e os ancião....

“Sim, 60% das vítimas são pessoas idosas. As crianças são abandonadas se perderam os pais  ou se em casa têm somente a mãe – e são muitos os casos – porque o acesso aos jardins de infância é somente para 40% dos pedidos. Assim a mãe, nestas circunstâncias, não pode trabalhar e não pode manter a família, porque deve estar com as crianças.... Estas pessoas estão completamente abandonadas e isto por duas razões. Naquela região, uma parte considerável das pessoas em idade de trabalhar foi embora e ninguém se ocupa dos que ficaram e que não são independentes. Outro aspecto, muito delicado, é o fato de que os subsídios são distribuídos pelas autoridades ucranianas somente no território sob controle ucraniano, mas muitas pessoas tornam-se pendulares constantemente, é um vai e vem diário, sobretudo mulheres idosas. Eu vi – porque o Papa me pediu para ir visitar estas zonas na Páscoa, na zona não controlada pelas forças ucranianas e onde ainda existem operações bélicas – que existem filas, filas de mulheres que, após terem percorrido quilômetros à pé, atravessam o check-point, na zona controlada pelas forças ucranianas, para receber a pensão e comprar alguma coisa a preços acessíveis. E sabes, com o clima que existe nestas terras, sem nenhum tipo de abrigo, em uma zona totalmente circundada por minas, isto constitui um perigo constante! Existem casos de pessoas que não sobreviveram a este esforço contínuo. Encontrei crianças da terceira classe elementar que esqueceram completamente como se escreve e como se lê... É uma coisa que progride há muito tempo. Todas as noites se fazem disparos, existe uma instabilidade total, existe o medo de qualquer coisa... As crianças naturalmente absorvem isto de modo dramático e será necessária uma reabilitação de anos para conseguir ajudá-las a superar esta crise”.

RV: Esta sua descrição faz pensar que o conflito ucraniano tenha retornado à atenção geral, sobretudo graças às palavras do Papa Francisco, de outra forma, teria acabado entre os assim chamados “conflitos esquecidos” pela mídia...

“Me dói dizê-lo, mas somente pela intervenção do Papa Francisco! Há tempos não se fala mais deste conflito na mídia. Absolutamente! E esta é uma coisa gravíssima, porque entre outras coisas, é um conflito na Europa, de proporções amplas e dramáticas. É, entre outras coisas, um conflito que coloca em risco a estabilidade de toda a região e não somente da zona europeia. Quando não se fala de uma coisa, a coisa não existe.... Naturalmente, a Ucrânia é muito agradecida ao Papa, porque é um apelo para uma coleta feita na Europa e é muito interessante isto: diz que estamos na Europa e a Europa faz uma coleta para si mesma. O Santo Padre não se limita a fazer avaliações de caráter estratégico, mas onde existe sofrimento, ele fala e quer estar alí”. (JE)

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Patriarca maronita invoca misericórdia para o Líbano e Oriente Médio

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Beirute (RV) - O Líbano não poderá sair da sua atual crise político-institucional e econômica e as guerras no Oriente Médio não acabarão sem a misericórdia de Deus. Foi o conceito central expresso este domingo (03/04) pelo Patriarca de Antioquia dos Maronitas, Cardeal Béchara Boutros Raï, durante a santa missa na festa da Divina Misericórdia.

Sem a misericórdia o Líbano não poderá salvar-se

“É inútil esperar salvar o Líbano se a misericórdia não habita no coração de nossos dirigentes”, disse o purpurado na homilia, referindo-se ao impasse político que há quase dois anos impede a eleição do novo Presidente da País dos Cedros.

Também somente da misericórdia poderá vir uma solução política dos conflitos na Palestina, Iraque, Síria, Iêmen e da crise dos refugiados, acrescentou o Patriarca Raï, ressaltando que a fé cristã deve ser refletida nas obras.

Cúpula entre cristãos em Bkerké sobre situação no Líbano e Oriente Médio

A situação no Líbano e em toda a região esteve no centro do encontro de cúpula entre cristãos realizado esta segunda-feira (04/04) em Bkerké, sede do Patriarcado maronita, com o objetivo de definir uma posição comum das comunidades cristãs libanesas sobre as várias questões à mesa, a começar da vacância presidencial.

Segundo o diário L’Orient-le-jour e a agência Apic, entre os pontos discutidos, destacam-se: a defesa da unidade nacional do Líbano; os vários focos de violência no Oriente Médio; o combate ao extremismo religioso e ao terrorismo; a preocupação com a deterioração das relações com os países árabes; a questão palestina e o acolhimento aos refugiados.

Urgente a eleição do novo presidente. O êxodo dos cristãos um genocídio

No comunicado final da reunião os líderes cristãos libaneses reiteram a urgência da eleição do novo presidente, ressaltando que o “vazio presidencial recai de modo fortemente negativo sobre o funcionamento das instituições do Estado”.

Além disso, eles denunciam mais uma vez o êxodo dos cristãos da Síria e do Iraque, que comparam ao genocídio dos armênios sob o Império otomano.

Quanto à emergência refugiados – que já superou a cifra recorde de dois milhões, entre sírios, iraquianos e palestinos –, as Igrejas cristãs libanesas pedem uma solução política que permita o retorno destes a seus respectivos países, vez que o Líbano não é mais capaz de acolhê-los. (RL)

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Mosteiro de Mar Elian semi-destruído na reconquista de Qaryatayn

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Damasco (RV) – No deserto da Síria, os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) escreveram em um muro ainda em pé do Mosteiro de Mar Elian, "os leões do califado vieram para devorá-los". Mas este fim de semana, eles foram obrigados a fugir diante da ofensiva do Exército sírio, apoiado por russos e membros do Hezbollah libanês.

Símbolo da convivência pacífica entre cristãos e muçulmanos

O mosteiro de Mar Elian está localizado na cidade de Al-Qaryatayn, e era um símbolo da convivência pacífica entre cristãos e muçulmanos na Síria. Erecta no século V, uma das duas igrejas do mosteiro, construída com pedras secas e tijolos de barro, nada mais é hoje do que um amontoado de escombros, constatou uma equipe da AFP, que visitou o local esta segunda-feira, 4. A igreja foi destruída pelo Estado Islâmico em agosto de 2005, com o uso de explosivos e de escavadeiras, “sob o pretexto de que as pessoas adoravam ali um outro deus que não o Deus verdadeiro".

Sarcófago danificado

O crânio e os ossos do Mar Elian, um santo cristão de Homs (centro da Síria, martirizado pelos romanos por ter se recusado a abjurar da sua fé, continuam em um sarcófago de pedra. Mas sua tampa decorada com duas cruzes, foi quebrada.

"Trata-se precisamente de seu sarcófago e de seus ossos", confirmou o Padre Jacques Mourad, responsável pelo mosteiro sírio-católico, entrevistado por telefone na Itália depois de ver as fotos que foram enviadas a ele por AFP via WhatsApp.

O sacerdote havia conseguido escapar das garras de EI em outubro de 2015, depois de passar 84 dias nas mãos desta organização que prometeu matá-lo caso se recusasse a se converter ao Islã.

Silêncio, melhor resposta diante dos fatos

"Estou cheio de dor e minha posição é de estar em silêncio, porque diante de tudo isto que acontece, o silêncio é a palavra mais adequada”, afirmou.

A entrada e interior do novo igreja do mosteiro, inaugurada em 9 de setembro de 2006, na presença de líderes religiosos cristãos e muçulmanos, estão totalmente carbonizados. As vigas que sustentam o teto e a pedra que servia de altar estão quebrados.

O mosteiro, com seus 16 quartos, está parcialmente destruído por bombardeios e no refeitório estão amontoadas panelas e pratos utilizados pelos jihadistas para a sua cozinha.

Em uma pequena sala, estão guardados ossos em sacos, encontrados anteriormente por arqueólogos em dois cemitérios mamelucos e otomanos, ligados ao mosteiro, declarou à AFP May Mamarbachi, que participou há dez anos da restauração do local.

De acordo com Padre Mourad, outras duas igrejas no centro da cidade de Al-Qaryatayn, uma sírio-ortodoxa e outra católica, foram queimadas na primeira semana da chegada dos jihadistas.

Localização estratégica

Al-Qaryatayn foi reconquistada pelo exército no último domingo, 3, e era um dos últimos redutos do EI em Homs, a maior província da Síria

Um general no local disse à AFP que a cidade de 30.000 habitantes antes da guerra (incluindo 900 cristãos) era importante por encontrar-se no cruzamento das Províncias de Damasco, Homs e as Montanhas de Qalamoun, que abrangem a Síria e Líbano. "Com a captura desta cidade, o exército cortou todas as estradas que o Daesh (acrônimo em árabe para EI) usava para se locomover", explicou. "A batalha foi facilitada após a tomada, há uma semana, de Palmyra", a 90 km ao leste.

Dos 900 cristãos, 277 permaneceram na cidade apesar da chegada do EI. Entre eles, um foi executado, 10 foram mortos no bombardeio e cinco ainda estão presos. O resto conseguiu escapar ao final de 2015, segundo Padre  Mourad.

Al-Qaryatayn ( "as duas aldeias em árabe) era o símbolo da coexistência entre cristãos e muçulmanos.

Diz a lenda que, com a chegada dos árabes no século 6, uma das duas principais famílias da cidade cristão convertido ao islamismo, o outro Christian restante, para proteger uns aos outros. (JE/AFP)

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Filipinos aguardam em festa relíquias de Santo Antônio de Pádua

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Manila (RV) - Vinte anos após a última visita, as relíquias de Santo Antônio de Pádua voltam às Filipinas. Os fiéis de todo o país – único junto com Timor-Leste a ter maioria católica no continente asiático – têm uma devoção especial pelo santo franciscano, de tal modo que suas relíquias serão expostas em 20 igrejas em todo o território nacional.

A “viagem” dos restos mortais do Santo terá início 20 de abril e se concluirá em 2 de maio. Numa recente videomensagem enviada à Igreja nas Filipinas, Pe. Mario Conte – um dos 52 frades prepostos à administração da Basílica do Santo de Pádua, bem como diretor do “Mensageiro de Santo Antônio” –, explica que as duas relíquias que serão enviadas à Ásia estão “entre as mais amadas e as mais importantes”.

A primeira é composta por um fragmento de pele de Santo Antônio, conservado num relicário que tem o formato de um pequeno busto do próprio franciscano; a outra é um fragmento de sua costela. Esta última foi recebida por Irmã Lúcia – última dos videntes de Fátima a morrer – quando do seu envio a Portugal para a veneração pública em Coimbra, em 1995.

O pequeno fragmento de costela foi acolhido em Buenos Aires pelo então arcebispo da capital argentina, Cardeal Jorge Mario Bergoglio, hoje Papa Francisco.

Para atender ao grande número de devotos que esperam poder aproximar-se das relíquias e pedir uma graça, a peregrinação será incessante: começará por Pasay City, no Santuário de Santa Teresinha, para depois chegar a Manila, passando em seguida por Makati, Leyte, Guiuan, Mandaluyong e muitas outras cidades.

A missa conclusiva para despedir-se das relíquias do “Santo casamenteiro” será celebrada na capela de Santo Ezequiel Moreno, em Las Pinas. (RL)

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Curso em Roma prepara sacerdotes exorcistas

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Roma (RV) – Teve início esta segunda-feira, 4, no Pontifício Ateneo Regina Apostolorum, em Roma, o novo curso  “Exorcismo e oração de libertação”, organizado pelo Instituto Sacerdos. Trata-se de um seminário de atualização, proposto como suporte para os bispos, na preparação dos sacerdotes designados para o ministério do exorcismo. A este respeito a Rádio Vaticano conversou com o Secretário Nacional de Pesquisa e Informação Sócio-religiosa na Itália e fundador do curso, Prof. Giuseppe Ferraris: 

“A ideia de promover um curso de nível universitário nasceu precisamente para buscar resolver as dificuldades em que se encontram diversos sacerdotes, quando devem enfrentar os problemas ligados a pessoas que desejam libertar-se do contato com o mundo do oculto, da magia, do satanismo, ou mesmo que, por motivos diversos, sentem ter algo relacionado com a ação do demônio. O primeiro curso remonta ao ano 2004-2005”.

RV: Quais os conteúdos que serão estudados nestes dias?

“É um curso do tipo multidisciplinar. São abordadas muitas temáticas e o exorcismo é visto sob diversos pontos de vista. Por exemplo, existe o ponto de vista eclesial, teológico, bíblico, litúrgico, catequético, canônico e depois o médico e psicológico, o jurídico e criminalístico, o farmacológico e outros ainda. Por isto dá uma preparação muito ampla a quem se inscreve”.

RV: Vivendo em uma sociedade secularizada, tem-se a tentação sempre mais de se abrir as portas ao ocultismo....

“A sociedade, por um determinado período de tempo, foi levada a esquecer a ideia do demônio, a não falar mais do diabo, a considerá-lo como algo de supersticioso e basta. Porém, no decorrer dos anos, o fenômeno explodiu de maneira improvisada e com um crescimento exponencial, tanto é verdade que muitos jovens se aproximam hoje de temáticas ligadas ao oculto e ao satanismo; são atraídos por coetâneos que os levam por estes caminhos. Parecia ter desaparecido, mas ao invés disto, retornou mais forte ainda. E que o interesse do demônio tenha novamente explodido, pode ser demonstrado também pelo impacto que este curso teve nos meios de comunicação. Desde o primeiro curso, todos os mais importantes meios de comunicação se pronunciaram, participaram. Chegaram dos cinco continentes e até mesmo um filme – “O rito” – interpretado por Anthony Hopkins – foi inspirado por este curso. Este filme baseia-se no romance escrito por Matt Baglio, que participou da primeira e da segunda edição do curso. Desde o início, ninguém queria mais falar do demônio, nem a teologia protestante nem a católica. Muitos sacerdotes, no entanto,  viram-se despreparados, pois não eram mais formados nos seminários das faculdades teológicas e não sabiam mais como enfrentar o problema. Iam até eles fieis preocupados porque tinham parentes envolvidos em atividades e grupos satânicos, ou porque se sentiam obcecados ou possuídos pelo demônio e os párocos não sabiam o que fazer a este respeito. A ideia deste curso nasceu também em função disto, para dar uma mão aos sacerdotes, formá-los para saber como agir em modo correto neste campo”. (JE)

 

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Angola: a paz devolve o sonho de uma nova mentalidade

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Lubango (RV) - O bispo da Arquidiocese do Lubango, Dom Gabriel Mbilingue, afirmou sexta-feira (01/04) que a paz devolveu aos angolanos o sonho da reconstrução de uma Pátria nova de mentalidade, nova no acolhimento e na convergência de esforços para a sociedade e solidária.

“Renascia assim o sonho onde as almas pudessem falar em ordem da reconstrução de uma pátria nova, nova na partilha dos dons e bens que Deus, na sua bondade, dotou Angola e os angolanos, nova na justiça (…)”, acrescentou.

Ao dissertar numa conferência sobre o tema “A visão da Igreja sobre a paz”, o prelado disse que no dia 4 de abril Angola virou uma importante página da sua história e deu início à era da restauração nos domínios da vida social, política, econômica, cultural e religiosa.

Considerou ainda que, com esta conquista, os angolanos viram renascer a esperança de viver em paz e com dignidade: “Passamos, desde então, a ter diante de nós o desafio da consolidação da paz, da unidade e da reconciliação nacional”.

Para Dom Gabriel Mbilingue, a paz é “dom do nosso Deus Pai, que não quer ver seus filhos viverem desavindos, mas em harmonia; Ele se serve dos acontecimentos, das pessoas para realizar o seu desígnio de amor e da libertação do homem e da mulher”.

“A paz de Cristo de que fala a Igreja é antes de tudo a reconciliação com o Pai, que se realiza mediante a missão apostólica confiada por Jesus aos seus discípulos”, enfatizou.

Sobre a visão da Igreja sobre a paz, disse ser necessariamente uma visão cristã, apoiada na certeza de que nos vem da confiança em Deus, Pai misericordioso e Senhor da história feita pelos homens. A organização foi da Rádio Nacional de Angola. Na ocasião, foram também honrados a memória e o sacrifício de todos os que se engajaram nas diferentes frentes para que a paz hoje fosse realidade. 

(CM)

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Quênia recorda primeiro aniversário do ataque de Garissa

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Garissa (RV) – Em 2 de abril de 2015, homens armados invadiram a Universidade de Garissa, no Quênia, matando pelo menos 147 pessoas. Os terroristas afirmaram serem membros do grupo militante Al-Shabaab e que atacaram a instituição pois ela estava em território muçulmano colonizado por não-muçulmanos. Os militantes tomaram vários alunos como reféns, libertando os muçulmanos, mas retendo os cristãos.

 “A diocese recorda o aniversário do massacre no domingo, 3 de abril, na missa. Rezamos – explica Dom Joseph Alessandro, bispo de Garissa, no Quênia, por nossos irmãos e irmãs vítimas daquele ataque e por seus entes queridos que ainda sofrem com a perda de tantos jovens cristãos”.

“Gostaria de lembrar que estamos no Ano da Misericórdia e domingo, aniversário do massacre da universidade, é o Dia da Divina Misericórdia. Pedimos a Misericórdia de Deus para todos nós, para sermos capazes de mostrar misericórdia também a quem perpetrou estes massacres. Rezamos também por nossos irmãos terroristas, para que um dia possam se arrepender de suas ações e construir um mundo melhor, baseado no respeito das pessoas que creem em outras religiões. Peçamos esta graça, no Ano do Jubileu; e domingo, Dia da Divina Misericórdia, estamos certos de que Deus ouve esta nossa oração”.

O terrorismo islâmico no Quênia

“Há medo em todo o Quênia, mas sobretudo no noroeste, aonde está a nossa diocese. A segurança foi reforçada durante as festividades pascais, mas graças a Deus – prossegue o Bispo de Garissa – não aconteceu nada. A segurança levou à sério as ameaças dos atentados anunciados. A situação está sob controle, mas em meio aos cristãos existe ainda o medo que algo aconteça de um dia para o outro”. Entretanto, “os cristãos são fortes na fé e isto dá coragem”, conclui Dom Alessandro.  

(CM)

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Formação



Missão Continental: formando missionários do Marajó e para o Marajó

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, continuamos no quadro “O Brasil na Missão Continental” desta semana com a participação do bispo da Prelazia do Marajó, Dom José Luis Azcona Hermoso, OAR. 

Após ter-nos falado sobre a ação evangelizadora nesta Igreja particular do Pará no signo do espírito missionário da Conferência de Aparecida, nesta edição Dom Azcona nos fala sobre outra experiência missionária, que são “as escolas para a formação de missionários do Marajó e para o Marajó”.

“A Missão Continental entre nós é um momento crescente, aprofundando-se cada vez mais e levando-nos de verdade ao acontecimento daquilo que queria Aparecida: um novo Pentecostes para a América Latina e o Caribe – bênção sobre bênção”, nos diz o bispo do Marajó. Vamos ouvir (ouça clicando acima).

(RL)

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