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Sumario del 09/04/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Audiência jubilar: a esmola é um aspecto essencial da misericórdia

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Cidade do Vaticano (RV) – O Santo Padre presidiu, na manhã deste sábado (09/4) na Praça São Pedro, no Vaticano, à Audiência Jubilar, por ocasião do Ano Santo da Misericórdia.O tema de sua catequese foi "Esmola e misericórdia".

 

Entre os numerosos peregrinos e fiéis, provenientes de diversas partes da Itália e do mundo, encontravam-se os membros da Federação Italiana dos Semanais Católicos, por ocasião dos seus 50 anos de atividades, que reúne os principais jornais diocesanos da ação pastoral da Igreja na Itália.

Estiveram presentes também cerca de 1500 representantes da Universidade Católica do Sagrado Coração e da Fundação Policlínico Gemelli de Roma, por ocasião da Jornada Universitária, que se realiza neste domingo em toda a Itália. A Universidade Católica do Sagrado Coração, a maior universidade não estatal da Europa, foi fundada em 1921.

Em seu discurso, o Papa partiu da liturgia do dia, que permite descobrir um aspecto essencial da misericórdia: a esmola.

“Dar esmola pode parecer uma coisa simples, mas devemos fazer atenção para não esvaziar o grande conteúdo deste gesto. A palavra ‘esmola’, em grego, significa exatamente ‘misericórdia’. Logo, ela traz consigo toda a riqueza da misericórdia”.

O dever de dar esmola, explicou Francisco, é antigo como a Bíblia. O sacrifício e a esmola eram dois deveres obrigatórios para uma pessoa religiosa, que deveria recordar-se, de modo especial, dos pobres, dos estrangeiros, dos órfãos e das viúvas. Era como um estribilho bíblico. E o Papa acrescentou:

“Isto significa que a caridade requer, antes de tudo, uma atitude de alegria interior. Praticar a misericórdia não deve ser um peso ou um tédio, do qual livrar-nos rapidamente. Jesus deixou-nos um ensinamento insubstituível: não dar esmola para sermos louvados e admirados pela nossa generosidade”.

Não é a aparência que conta, adverte o Santo Padre, mas a capacidade de parar e olhar no rosto de quem pede esmola. Logo, não devemos identificar a esmola com uma simples moeda dada, sem olhar para quem a recebe e sem se informar sobre as suas necessidades. E o Papa concluiu:

“A esmola é um ato de amor que fazemos a quem encontramos; é um gesto de atenção sincera a quem pede ajuda. Tal gesto deve ser feito secretamente. Somente Deus pode ver e compreender o seu valor. Há maior alegria em dar do que em receber”.

Ao término da sua catequese, o Papa Francisco passou a cumprimentar os diversos grupos de peregrinos presentes na Praça São Pedro. Eis a saudação que fez aos fiéis de língua portuguesa:

“Com grande afeto, saúdo os peregrinos de língua portuguesa, em particular os grupos de Pontal e do Colégio São Bento do Rio de Janeiro, com votos de que possais vós todos dar-vos sempre conta do dom maravilhoso que é pertencer à Igreja. Vele sobre o vosso caminho a Virgem Maria e vos ajude a ser sinal de confiança e instrumento de caridade no meio dos vossos irmãos. Sobre vós e vossas famílias desça a Bênção de Deus. (MT)

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Papa: A esmola deve trazer consigo toda a riqueza da misericórdia

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Cidade do Vaticano (RV) – Na manhã deste sábado, 9, o Papa Francisco presidiu na Praça São Pedro a mais uma Audiência Jubilar, onde falou do valor da esmola e sua íntima ligação com a misericórdia. Eis sua catequese na íntegra:

“Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

O Evangelho que escutamos nos permite descobrir um aspecto essencial da misericórdia: a esmola. Pode parecer uma coisa simples dar esmola, mas devemos prestar atenção para não esvaziar este gesto do grande conteúdo que possui. De fato,  a expressão “esmola”, deriva do grego e significa “misericórdia”. A esmola, portanto, deveria trazer consigo toda a riqueza da misericórdia. E como a misericórdia tem mil caminhos, mil modalidades, assim a esmola se expressa também em tantas maneiras, para aliviar o mal-estar de todos que estão na necessidade.

A obrigação da esmola é tão antiga quanto a Bíblia. O sacrifício e a esmola eram duas obrigações às quais uma pessoa religiosa deveria ater-se. Existem páginas importantes no Antigo Testamento, onde Deus exige uma atenção particular pelo pobres que, de tanto em tanto, são os que nada possuem, os estrangeiros, os órfãos e as viúvas. E na Bíblia este é um refrão contínuo: o necessitado, a viúva, o estrangeiro, o forasteiro, o órfão... é um refrão. Porque Deus quer que o seu povo olhe para estes nossos irmãos; eu diria mesmo que estão precisamente no centro da mensagem: louvar a Deus com o sacrifício e louvar a Deus com a esmola.

Junto com a obrigação de recordar-se deles, é dada também uma indicação preciosa: “Dê generosamente e, quando doas, que o teu coração não se entristeça” (Dt 15,10). Isto significa que a caridade requer, antes de tudo, uma atitude de alegria interior. Oferecer misericórdia não pode ser um peso ou um tédio do qual devemos nos libertar rapidamente. E quanta gente justifica a si mesma para não dar esmola dizendo: “mas como será isto? Este a quem eu darei, irá comprar vinho para se embriagar”. Mas se ele se embriaga, é porque não tem um outro caminho! E tu, o que fazes escondido, que ninguém vê? E tu és o juiz daquele pobre homem que te pede uma moeda para um copo de vinho? Gosto de recordar o episódio do velho Tobias que, depois de ter recebido uma grande soma de dinheiro, chamou o seu filho e o instruiu com estas palavras: “Dê esmolas daquilo que você possui, e não sejas mesquinho (...) Se você vê um pobre, não desvie o rosto e Deus não afastará o rosto de você” (Tb 4,7-8). São palavras muito sábias que ajudam a entender o valor da esmola.

Jesus, como escutamos, nos deixou um ensinamento insubstituível a este propósito. Antes de tudo, nos pede para não darmos esmola para sermos louvados e admirados pelos homens pela nossa generosidade: faça de modo que a tua mão direita não saiba o que faz a esquerda (cfr Mt 6,3). Não é a aparência que conta, mas a capacidade de parar para olhar no rosto a pessoa que pede ajuda. Cada um de nós pode perguntar-se: “Eu sou capaz de parar e olhar no rosto, olhar nos olhos, a pessoa que está me pedindo ajuda? Sou capaz?”. Não devemos identificar, portanto, a esmola com a simples moeda oferecida às pressas, sem olhar a pessoa e sem pararmos para falar e entender de que coisa ela realmente tem necessidade. Ao mesmo tempo, devemos distinguir entre os pobres e as várias formas de mendicância que não prestam um bom serviço aos pobres. Ou seja, a esmola é um gesto de amor que se dirige a todos que encontramos; é um gesto de atenção sincera a quem se aproxima de nós e pede a nossa ajuda, feito no segredo, onde somente Deus vê e compreende o valor do ato realizado.

Mas dar esmola deve ser para nós também uma coisa que seja um sacrifício. Eu recordo uma mãe: tinha três filhos, de seis, cinco e três anos, mais ou menos. E sempre ensinava aos filhos que deviam dar esmola a quem pedisse a eles. Estavam no almoço: cada um estava comendo uma chuleta à milanesa, como se diz na minha terra, “empanada”. Batem na porta. O maior vai abrir e retorna: “Mãe, tem um pobre que pede algo para comer”. “O que fazemos?”, pergunta a mãe.  “Demos algo a ele – dizem todos – demos algo a ele!” – “Bem: pegue a metade da tua chuleta, tu pegas a outra metade, tu a outra metade e façamos dois sanduíches” – “Ah não, mãe, não! – “Não? Tu dás do teu, tu dás daquilo que te custa”. Isto é o envolver-se com o pobre. Eu me privo de alguma coisa minha para dar para ti. E aos pais eu digo: eduquem os vossos filhos para darem assim a esmola, para serem generosos com aquilo que têm.

Façamos então nossas as palavras do Apóstolo Paulo: “Em tudo mostrei a vocês que é trabalhando assim que devemos ajudar os fracos, recordando as palavras do próprio Senhor Jesus, que disse: Há mais felicidade em dar do que em receber!” (At 20,35; cfr 2Cor 9,7). Obrigado!”

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Detentos doam 12 mil hóstias ao Papa, que agradece com uma mensagem

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Cidade do Vaticano (RV) – Eles haviam escrito uma carta ao Papa Francisco, doando a ele as hóstias por eles confeccionadas. E Papa os saudou e agradeceu em mundovisão no Angelus de 17 de janeiro passado. Este sábado, 9, o “abraço virtual” tornou-se realidade. De fato, Cristiano, Ciro e Giuseppe, três dos quatro detentos da prisão de Opera (Milão) envolvidos no projeto “o sentido do pão”,  participaram na Audiência Jubilar na Praça São Pedro.

O projeto é promovido pela Fundação Casa do Espírito e das Artes. Os três entregaram diretamente nas mãos de Francisco mais de 12 mil hóstias, que o Pontífice prometeu consagrar em uma das próximas missas por ele presidida. O projeto instalou verdadeiros “laboratórios” nas maiores prisões italianas, voltados à fabricação de hóstias.

“Para nós é uma grande emoção – explica Ciro, condenado por homicídio. “Doamos ao Santo Padre o fruto de nosso trabalho e da nossa redenção. Jesus presente com o seu corpo na Eucaristia, transformou o nosso coração, e hoje podemos testemunhar a todos que a misericórdia de Deus é possível para todos, não somente para quem – como nós – cometeu crimes horríveis”.

Na entrega das hóstias, o Papa quis escrever de próprio punho uma frase, que deixou como presente aos detentos, saudando a eles e a todas as pessoas que trabalham na prisão de Opera, assegurando a todos a sua benção e pedindo para rezar pelo seu ministério.

Iniciado há cinco meses, “O sentido do pão” atingiu a 200 paróquias, na Itália e no mundo. As hóstias são doadas gratuitamente a quem faz os pedidos por meio do e-mail ilsensodelpane@gmail.com. 

Atualmente as partículas são enviadas aos cinco continentes e para alguns cenários de guerra ou para países e lugares que vivem realidades difíceis, como Nicarágua, Curdistão iraquiano, Líbano, Jerusalém, Cuba, Sri Lanka: uma imensa rede de contatos, com o objetivo de criar uma nova consciência sobre o sentido salvífico da Eucaristia e para refletir sobre a extraordinária gratuidade da misericórdia de Deus. (JE/Ansa)

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O Papa com ex-prostitutas e transexuais: um abraço significativo

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco, na Audiência Jubilar este sábado na Praça São Pedro, deu um “significativo abraço” – como definido pelo L’Osservatore Romano – em um grupo de cinquenta mulheres e transexuais, provenientes de dez países, vítimas do tráfico de pessoas e da prostituição.

O esforço para encontrar um caminho de liberdade dos participantes do grupo tem o apoio da Associação Raboni - atuante na região da Reggio Emilia - dirigida pelo sacerdote Padre Daniele Simonazzi.

“Também as mulheres obrigadas a prostituírem-se – explica o jornal da Santa Sé – têm algo de bonito em seu interior a ser compartilhado, a ser apresentado ao Papa. Elas têm o desejo de rezar com ele, sobretudo pelos seus filhos”. De fato, no grupo não faltavam crianças.

Raboni nasceu em 1995 “como expressão do desejo de alguns cristãos da Igreja de Reggio de compartilhar o caminho de quem se encontra pelas ruas, com a ideia de estar ao lado da Cruz, de deixar-nos nós por primeiro visitar pela Igreja das ruas”. Assim, os voluntários se aproximaram das jovens, a maioria estrangeiras, que se prostituíam ao longo da Via Emilia e na região da Ponte Enza.

“Nestes anos – disse Padre Daniele ao L’Osservatore  Romano – encontramos tantas jovens. Uma parte delas está continuando o próprio caminho conosco ou o concluiu obtendo a própria autonomia e, em alguns casos, retornando para a própria pátria. Encontramos também as suas famílias e seus povos, em particular o albanês, o nigeriano e, mais recentemente, o romeno”. (JE)

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Anunciada viagem do Papa à Armênia, Geórgia e Azerbaijão em 2016

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Cidade do Vaticano (RV) – A Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou um comunicado na manhã deste sábado, 9, onde anuncia a viagem do Papa Francisco à Armênia, Geórgia e Azerbaijão. Diz a nota: 

“Acolhendo os convites de Sua Santidade Karekin II, Supremo Patriarca e Catholicos de todos os Armênios, das Autoridades civis e da Igreja Católica, Sua Santidade Francisco irá à Armênia de 24 a 26 de junho de 2016”.

“Ao mesmo tempo – continua o comunicado – acolhendo aos convites de Sua Santidade e Beatitude Ilia II, Catholicos Patriarca de toda a Geórgia e das Autoridades civis e religiosas da Geórgia e do Azerbaijão, o Santo Padre completará a sua viagem no Cáucaso, visitando estes dois países de 30 de setembro a 2 de outubro de 2016”. (JE)

 

 

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Francisco e Bartolomeu levarão solidariedade aos refugiados, diz Metropolita Gennadios

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Roma (RV) – Intensos os preparativos na Ilha grega de Lesbos, onde no próximo 16 de abril, o Papa Francisco, junto ao Patriarca Bartolomeu I e ao Primaz da Igreja Ortodoxa grega, Ieronimus II, encontrará os refugiados que fogem sobretudo das violências no Oriente Médio. A Rádio Vaticano entrevistou a este respeito o Metropolita Ortodoxo Gennadios Zervos, representante do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla na Itália e em Malta: 

“É uma ocasião extraordinária, feliz, cristã e humana, para demonstrar o amor por cada ser humano que é ícone de Deus. A presença do Papa e do Patriarca Bartolomeu na Grécia, convidados por Sua Beatitude o Primaz da Grécia Ieronimus, é realmente um acontecimento histórico, pois nunca havia acontecido anteriormente. Podemos dizer: “Graças a Deus” e esperar, cheios de esperança e de alegria, este acontecimento”.

RV: Um sinal de um caminho concreto em direção á unidade, também em relação aos mais necessitados...

“É realmente um grande pecado contra Deus ver tantas pessoas que vivem esta trágica situação. São nossos irmãos e não devemos deixar que permaneçam nestas dificuldades. Devemos, ao invés disto, todos unidos em um só corpo e uma só alma, salvá-los. Rezamos continuamente: rezamos pela missão do Papa Francisco e rezamos pelo nosso Patriarca ecumênico Bartolomeu. Eles nos mostram o que nós, fieis, devemos fazer. Traçam um caminho, uma luz em direção a estes nossos irmãos que sofrem e têm necessidade de nossa ajuda e de nosso amor”.

RV: A palavra desta viagem, declinada em tantas valências e significados, parece resumir-se na palavra “encontro”....

“Acredito que este seja um encontro verdadeiramente humano, pastoral, espiritual, eclesiástico, que ajuda muito os cristãos a entender onde ir e quem seguir. Porque muito políticos e tantos outros falam de quem tem as culpas, mas não fazem nada por nossos irmãos, que são a presença de Deus que sofre. Ao invés disto, o compromisso deve ser o de ajudar os refugiados. É nosso dever e todos devemos ser sensibilizados quanto a isto para que cesse este momento trágico da humanidade”.

RV: A palavra de ordem, portanto, é “ação”...

“Não devemos somente falar, permanecer nesta confusão, neste caos, devemos agir. Quando somente falamos e não somos “operários” deste amor de Deus, que quer que sejamos próximos a estas pessoas que sofrem, o resultado é nada”.

RV: O senhor disse: “Grande é a alegria por esta presença na ilha” no próximo 16 de abril...

“O Patriarca Bartolomeu e o Papa Francisco são a nossa alegria. Como Nossa Senhora para a nossa humanidade disse “sim” ao Arcanjo Gabriel, na Anunciação, do mesmo modo também eles disseram: “Sim, devemos  ir até lá, porque devemos sensibilizar a todos, para fazer entender que é um grande pecado somente discutir e não agir em favor destes nossos irmãos que sofrem e que têm necessidade de nossa ajuda para viver”. (JE)

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Novo Presidente da República Centro Africana será recebido pelo Papa

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Cidade do Vaticano (RV) – A Nunciatura Apostólica em Bangui anunciou que o Papa Francisco acolheu o pedido do novo Presidente da República Centro Africana, Prof. Faustin Archange Touadéra, de fazer-lhe uma visita de cortesia. O novo presidente, eleito em fevereiro de 2016, deseja expressar no início de seu mandato, a gratidão sua e do povo centro-africano, pela visita pastoral em realizada pelo Santo Padre ao país em novembro de 2015 e pelos frutos deixados. Touadéra é esperado no Vaticano no dia 18 de abril. Trata-se da primeira viagem internacional do novo presidente da República Centro Africana após a sua eleição.

Visita do Papa motivou projetos de assistência

Um dos frutos da viagem do Papa à República Centro Africana é o projeto do Hospital Pediátrico Bambino Gesù, para ajudar o hospital pediátrico de Bangui. Como explicou em uma entrevista ao jornal dos bispos italiano “Avvenire” a nova Presidente do hospital romano, Mariella Enoc – em visita nestes dias na capital centro-africana para dar início à fase operativa do projeto – durante sua viagem em novembro, o Pontífice havia individuado no país alguns âmbitos concretos de ação para a Igreja, entre os quais a Assistência Sanitária, com o pedido particular de colocar este hospital nas condições de poder cuidar com eficácia das crianças. Assim, junto ao Núncio Dom Franco Coppola, nasceu a ideia de envolver o hospital do Papa na iniciativa.

A Fundação Bambino Gesù destinou uma pequena soma de 150 mil euros para as intervenções mais urgentes, como o gerador do hospital pediátrico, que hoje é capaz de produzir eletricidade somente por 4 horas ao dia, e para saneamento. Mas o objetivo principal é o de realizar um grande programa de formação com a Faculdade de Medicina da Universidade local, que envolverá – com lições quer a distância como in loco – os pediatras e os especialistas do hospital romano.

Também terá início em breve, a reforma das salas e da biblioteca do ateneu. Com os fundos, depois, serão assumidos 16 médicos gerais, que começarão a dar uma primeira presença continuativa no hospital, enquanto são aguardados os especialistas. Também é estudada a possibilidade de organizar três setores pediátricos. (JE)

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Cardeal Ravasi participa de encontro na PUC de Curitiba

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Curitiba (RV) – O Cardeal italiano, Dom Gianfranco Ravasi, Presidente do Pontifício Conselho da Cultura, vai participar de 11 a 13 próximos, em Curitiba, no âmbito do “Átrio dos Gentios”, de um encontro promovido pelo Instituto “Ciência e Fé” sobre o tema: “Deus, Cosmos, Humanidade: um diálogo de fronteiras”.

O Cardeal Ravasi, conhecido pelo diálogo com o mundo da arte, da ciência e da cultura, é considerado um especialista em Oriente Médio e Islamismo. Atuou em escavações arqueológicas na Turquia, na Jordânia, na Síria e no Iraque. Em 20 de outubro de 2010, foi criado Cardeal pelo Papa Bento XVI.

Fundada em 1959, este ano a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR) completa 57 anos. Em 1973, os Irmãos Maristas assumiram a direção. Em 1985, a Congregação para a Educação Católica concedeu à Universidade o título de Pontifícia, reconhecendo o seu compromisso com a qualidade, com os valores cristãos e com solidariedade.

Atualmente, a PUC/PR conta 1.650 docentes, 25.000 alunos de graduação, 6.500 em cursos de especialização, 1.200 estudantes em programas de pós-graduação, além de 280 laboratórios de ensino e pesquisa.

Os projetos da Universidade são respostas concretas às necessidades de análise crítica e propositiva acerca de temas específicos de relevância religiosa, cultura e social. Em consonância com os objetivos propostos pelo “Instituto Ciência e Fé”, valorizam a participação e a coletividade, abrindo amplo espaço para o debate qualificado de ideias, para a construção do conhecimento e para a abertura ao transcendente.

Inspirado pelo propósito do Átrio dos Gentios, que busca o diálogo entre crentes e não crentes, o “Instituto Ciência e Fé” propõe um encontro informal e direto dos universitários com o Cardeal Gianfranco Ravasi, para um maior confronto de ideias na diversidade para a promoção do conhecimento.

Além do Cardeal Ravasi, outros docentes e especialistas intervirão no encontro. Entre outros, destaca-se a presença do Padre Marcial Maçaneiro, Consultor Teológico do Instituto Ciência e Fé, que abordará o tema: “Criacionismo e o evolucionismo”.

Um dos pontos centrais do evento será o encontro do Cardeal Gianfranco Ravasi com o astrofísico Marcelo Glaiser, para aprofundar o tema: “Deus, Cosmos, Humanidade: um diálogo de fronteiras”.

O brasileiro Marcelo Gleiser é professor de filosofia natural, de física e de astronomia nos EUA, onde leciona desde 1991. Graduou-se em física na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, obteve o mestrado na Universidade Federal do Rio de Janeiro e o doutorado no King’s College da Universidade de Londres, Reino Unido. O Professor Gleiser, membro da Sociedade de Física Americana e da Sociedade Internacional para o Estudo da Origem da Vida, publicou mais de 80 artigos científicos. (MT-PUC/PR)

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Prêmio "Tus es Pietro" à memória da Padre Giuseppe Diana, morto pela máfia

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Cidade do Vaticano (RV) – A Associação “Tu es Petrus”, que tem como objetivo a defesa do Roma Pontífice e a difusão de seu Magistério, dedica este ano o seu prêmio à memória do Padre Giuseppe Diana, o sacerdote barbaramente assassinado pela camorra em 19 de março de 1994, em Casal di Principe.

O Prêmio será entregue aos familiares do sacerdote no sábado 16 de abril, pelo Cardeal Kurt Koch, Presidente Honorário da Associação, por ocasião da XI edição do Prêmio Internacional  “Tu es Petrus”.

O reconhecimento este ano também será dedicado ao treinador Marcello Lippi; ao personagem televisivo, fotógrafo italiano e showman Luca Abete; ao protagonista do Grupo Antimáfia Paolo Pierobon; ao cantor Bruno Venturini – embaixador da cação napolitana no mundo; ao jornalista Antonio Preziosi, correspondente Rai em Bruxelas e ao ex-responsável de imprensa das viagens papais, Vik van Brantegem. (JE/Agi)

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Igreja no Brasil



Assembleia da CNBB: hoje o dia dos jovens

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Aparecida (RV) – O quarto dia de atividades da 54ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, que se realiza em Aparecida, SP, teve início com a Santa Missa no Santuário de Nossa Senhora, presidida por Dom Mauro Aparecido dos Santos, Arcebispo de Cascavel, PR e concelebrada pelos bispos do Regional Sul 2, Paraná. 

Após a sessão da manhã de hoje, focada no tema central da Assembleia, “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade – Sal da terra e luz do mundo”, o início do retiro dos bispos que se encerrará neste domingo com a Santa Missa no Santuário Nacional na presença de romeiros de todas as partes do país. O retiro é pregado este ano pelo Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, Cardeal Gianfranco Ravasi. 

O Santuário Nacional de Aparecida acolhe neste sábado e domingo (09 e 10 de abril) a Romaria Nacional da Juventude, evento organizado pela CNBB. A romaria faz parte do ROTA 300, cuja programação é uma preparação para o Jubileu dos 300 anos do Encontro da Imagem de Nossa Senhora Aparecida, e também foi incorporado no projeto JUMI - Juventude em Missão, do Santuário Nacional. O tema da romaria é 'Juventude com Cristo na casa de Maria' e reunirá jovens de diversas  partes do Brasil.

Sobre este evento nós conversamos com o Padre Toninho, assessor da Comissão para a Juventude da CNBB...

A missa de ontem no Santuário Nacional, que deu início aos trabalhos dos bispos foi presidida pelo Arcebispo emérito de Feira de Santana (BA), Dom Itamar Vian; concelebraram com ele o Arcebispo emérito de Manaus (AM), Dom Luiz Soares Vieira, e o Bispo emérito de Palmares (PE), Dom Genival Saraiva. Segundo dom Itamar, “a Igreja não pode permanecer indiferente às dores de seu povo". É chamada "a crer com as mãos, lutando para que haja pão em todas as mesas”.

Ao comentar o Evangelho de João, sobre a multiplicação dos pães,  Dom Itamar disse que “Jesus, acolhendo e alimentando as multidões, revela o rosto misericordioso do Pai”.  Porém, ao citar o exemplo de Felipe, que sugeriu dispersar o povo e que cada um procurasse arranjar comida nos povoados vizinhas, lembrou que a mentalidade dos discípulos ainda se perpetua nos tempos atuais. “Diante de tanta dor e sofrimento, de tanta corrupção e falta de ética, da fome e da injustiça social, podemos nos sentir impotente para encontrar as soluções necessárias”, afirmou ao lembrar que no mundo há cerca de um bilhão de pessoas que passam fome. 

Ao final da sua homilia, dom Itamar explicou o significado do ‘ser’ bispo emérito. Segundo ele, o bispo emérito, ao deixar a administração ou o governo pastoral, ingressa na condição de “avô” da diocese.

Ainda na noite de ontem tivemos aqui em Aparecida a cerimônia de entrega dos Prêmios de Comunicação no auditório da TV Aparecida, no âmbito da programação da 54ª Assembleia Geral da CNBB.

Entre os trabalhos inscritos para os prêmios de Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nove foram selecionados pelas comissões julgadoras. As produções escolhidas tratam de temas como saúde mental, política, imigração, santos brasileiros, arte, poesia e cultura. 

Os inscritos nos prêmios concorreram às seguintes categorias: Margarida de Prata para Cinema, Clara de Assis para TV, Dom Hélder Câmara para jornais e revistas e Microfone de Prata para rádio.   

Em mensagem, o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação, dom Darci José Nicioli, agradeceu a todos que enviaram suas produções, motivando para que os veículos prossigam no compromisso com a comunicação que transforma. 

“A Igreja no Brasil dialoga com o mundo da comunicação e da arte. Sempre foi missão da CNBB valorizar o trabalho de qualidade feito por esses profissionais e empresas que atuam nessas áreas. Desejamos que continuem comprometidos com a vida e sejam incentivados a produzirem mais”, expressou dom Darci.

O assessor da Comissão, padre Antônio Xavier Batista, avalia positivamente a edição 2016 dos Prêmios de Comunicação. De acordo com o sacerdote, a premiação vem cumprindo seu papel de incentivar a comunicação à serviço da vida e na promoção dos valores cristãos.  

“O principal objetivo dos Prêmios de Comunicação é o diálogo com a sociedade e todas as instâncias. Foram premiados os melhores trabalhos que retratam valores construtivos e humanitários. Desta forma, a CNBB deseja continuar a valorizar e colocar em evidência o trabalho feito por tantas pessoas, com bons resultados, porém muitas vezes desconhecidos”, explica padre Xavier. 

Na divulgação dos resultados, a Comissão para a Comunicação desejou, ainda, que a comunicação no Brasil seja nos valores humanos, cristãos e éticos base de uma sociedade democrática e cidadã. 

Este ano, o processo de seleção das obras contou também com participação de uma comissão de bispos da CNBB. A primeira fase da escolha das produções foi realizada por um júri técnico composto por profissionais e docentes da Comunicação. Posteriormente, a comissão de bispos classificou os melhores trabalhos, dentro de cada categoria. 

Confira os vencedores:

Margarida de Prata - (Cinema)

a) Instituto Alberione - “Despertar para Sonhar”, de Osmar Koxne

b) ASACINE Produções - “Todas as vidas: Cora Coralina”, de Renato Barbieri

Clara de Assis - (Televisão)

a) TV Aparecida - “Desafios da Igreja: Ilha de Marajó”, de José Eymard Miranda Leite Sobrinho

b) EBC - TV Brasil - “Loucura e liberdade: saúde mental em Barbacena”, de Manuela Castro

Dom Helder Câmara - (Imprensa) 

a) Correio Braziliense - “Um país de Ressaca”, de Diego Martins de Amorim

b) Família Cristã - “Eles não tem culpa”, de Nathan Xavier

Microfone de Prata - (Rádio)

a) Rádio 9 de Julho - “Certas Canções”, de Antonio Manzatto

b) Rádio Excelsior da Bahia - “Irmã Dulce Hoje”, de Alan Guedes Amaral

c) Rádio São Francisco/Rede Sul de Rádio - “Os imigrantes em terras brasileiras”, de Tales Giovani Armiliato

De Aparecida, para a Rádio Vaticano, Silvonei José

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Brasil precisa redescobrir o diálogo, diz Pe. Zezinho

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Aparecida (RV) – Uma das presenças marcantes nesta 54ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em Aparecida, é a do Padre Zezinho. Em entrevista concedida a Silvonei José, o sacerdote do Sagrado Coração de Jesus fala de seus projetos futuros e presentes, do compromisso com os jovens este sábado em Aparecida e do momento atual vivido pelo Brasil. O nosso país, segundo ele, está muito individualista, há uma falta de lideranças e de unidade e é necessária uma “catequese do diálogo” e diz, que a Igreja tem um papel profético neste contexto: "A Igreja no Brasil tem que falar. Se não falar vai morrer!".

Ouça a entrevista na íntegra, clicando: 

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Artigo: 54ª Assembleia Geral da CNBB

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Passo Fundo (RV) - A Conferência Nacional do Bispos do Brasil – CNBB – está reunida em entre os dias 06 e 15 de abril, em Aparecida, São Paulo. A Assembleia Geral é o órgão supremo da CNBB e uma expressão de colegialidade e corresponsabilidade dos bispos da Igreja no Brasil. É uma oportunidade para conhecer os colegas bispos e para partilhar as alegrias, projetos e preocupações.

Na Assembleia são tratados prioritariamente assuntos pastorais que envolvem a evangelização. Estuda-se temas referentes a missão da Igreja, análise da conjuntura religiosa e outros que necessitem de esclarecimentos e aprofundamentos. O tema central deste ano reflete sobre a missão do cristão leigo na Igreja e na sociedade. Deste estudo resultará um documento para subsidiar a Igreja.

Os cristãos católicos que formam a Igreja estão no mundo e vivem concretamente num país. A vivência da religião é influenciada pela situação social, política e econômica onde os fiéis vivem. Quando lemos o Evangelho fica claro, em tantos textos, o contexto do tempo de Jesus. Por isso que na Assembleia da CNBB também entra o estudo e o debate da situação atual. Constantemente os bispos são perguntados e questionados sobre o seu posicionamento diante de questões sociais, econômicas e políticas. A Assembleia Geral da CNBB deste ano reúne em torno de 360 bispos vindos de todos os Estados e regiões do país. O contato direto que cada bispo tem com as pessoas, das mais diferentes classes sociais e econômicas, possibilita fazer uma boa leitura da realidade brasileira. Além de informações que cada um traz, também testemunha o que é vivido em cada região.

A preocupação com os temas da sociedade e os problemas da vida das pessoas sempre são feitos na perspectiva da evangelização. Cuidar da vida espiritual da pessoa significa também cuidar de todas as outras dimensões da pessoa humana. Jesus falava do Reino de Deus como projeto da nova realidade.

Nos 10 dias de Assembleia, muitas horas são destinadas para a oração. A primeira atividade do dia é a celebração da Santa Eucaristia no Santuário de Nossa Senhora Aparecida com os peregrinos, além de dois momentos de oração à tarde. O final de semana é reservado para um retiro espiritual. Os bispos têm consciência de que só poderão realizar a sua missão se forem conduzidos pelo Espírito de Deus.

Dom Rodolfo Luis Weber

Arcebispo de Passo Fundo (RS)

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Padre Marcial Maçaneiro ilustra tema do encontro na PUC/PR

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Curitiba (RV) – Realizar-se-á, de 11 a 13 próximos, na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, no âmbito “Átrio dos Gentios”, um encontro sobre o tema: “Deus, Cosmos, Humanidade: um diálogo de fronteiras”.

Entre os vários conferencistas destaca-se a participação especial do Cardeal italiano, Dom Gianfranco Ravasi, Presidente do Pontifício Conselho da Cultura, e do Professor Padre Marcial Maçaneiro, consultor Teológico do Instituto “Ciência e Fé”, promotor do evento.

Numa perspectiva de diálogo de saberes, valorizando a honestidade intelectual de crentes e não-crentes, este encontro quer aproximar três temas fronteiriços – Deus, Cosmos, Humanidade – pontuando distinções e convergências, em colóquio aberto. Este diálogo exercita o conhecimento interdisciplinar e se faz propositivo para um projeto de cultura respeitoso da diversidade e da dignidade humanas, num contexto de revisão da relação do ser humano com a natureza.

Em vista destes dois dias de encontro, o Padre Marcial Maçaneiro propõe aqui, a título de sugestão, algumas reflexões para ilustrar a temática do evento: “Deus, Cosmos, Humanidade: um diálogo de fronteiras”.

Deus

A questão de Deus, em sentido amplo, tem suscitado a reflexão não só teológica (desde a admissão de sua existência), mas filosófica e científica, desde séculos. Distinguem-se diferentes concepções da divindade, das expressões mais panteístas até o Deus pessoal da tradição abraâmica, representada pelo Judaísmo, Cristianismo e Islã. Abrem-se muitas interrogações sobre os modos de ser de Deus, sua ação no Cosmos e sua relação com a humanidade. Em sentido estrito, o Deus da Aliança proclamado por Jesus de Nazaré tem provocado muitas leituras e releituras das fontes clássicas do Judaísmo e do Cristianismo, como vemos na produção cultural do Ocidente. A própria comunidade crente, aplicando métodos histórico-críticos aos textos sacros e à revisão histórica, distingue o ser e o agir de Deus das expressões (cultuais, morais e conceituais) daqueles que O professam. Se de um lado o comportamento religioso tem resvalado em formas várias de particularismo e violência, por outro lado, o Deus da Aliança – reconhecido e proposto como Pai Misericordioso por Jesus – afirma-se como amor radical, a quem importam o mundo e os humanos. Os eventos dramáticos do êxodo, da aliança, da reivindicação da justiça e do zelo pelos pobres, órfãos e viúvas são retomados no Novo Testamento, compondo o patrimônio ético e social do pensamento cristão: voltar a tais fontes é criticar, desde dentro, a própria religião cristã, num esforço de fidelidade aos elementos originários do amor, da justiça e da paz propostos no Evangelho. Por tal viés aproximam-se crentes e não-crentes decididos a construir uma sociedade justa, inclusiva e solidária. Em campo ético e humanitário se encontram quem crê e quem não crê, na promoção conjunta da justiça, da paz e do cuidado ambiental. Isto, porém, não resolve o debate em nível de princípios (filosóficos ou ontológicos) sobre a existência de Deus e sua relevância para o cosmos e a humanidade. Seria Deus um mistério apenas vislumbrado pelas tradições religiosas, de fato existente, mas impossível de apreensão pela razão humana? Seria Deus um corolário ideal da própria evolução humana, que se projeta na livre e infinita divindade? Há quem reivindique um Deus liberto das linguagens e noções que o tentam expressar, afirmando-o como Mistério. O próprio cosmos seria um dizer-se dele, uma narrativa de seu ser inaferrável. Outros entendem que tanto ciência quanto religião seriam vias para acessá-Lo, cada qual com sua episteme. Isto tem suscitado diferentes reações, muitas vezes num quadro extremo, que vai do desprezo mútuo entre ciência e religião, até os ensaios de diálogo e colaboração entre as mesmas. Em muitos casos, cientistas se declaram crentes; enquanto crentes reconhecem a autonomia das realidades terrenas como a ciência, o direito e a arte. Neste caso, uns e outros opinam ser possível o diálogo e o compromisso conjunto da ciência e da religião pelo bem comum e a promoção da vida.

Cosmos

O Cosmos, em toda a sua complexidade, é um dado evidente, ainda que não inteiramente compreendido pela razão humana. Mesmo despido de ideologias e tematizações razoáveis, ele se mostra duradouro, imenso, dinâmico e envolvente. Encanta a crentes e não-crentes, em quem desperta admiração, temor e curiosidade, ora como mistério inatingível, ora como terreno a explorar. De modo semelhante, cientistas e teólogos reconhecem o quanto cosmos e humanidade se imbricam, mesmo nos níveis básicos da biologia e da corporeidade. A clássica interação entre microcosmos (humanidade) e macrocosmo (universo) reaparece em nuances novas, quando se fala de holística, epistemologia complexa e ecologia integral. De um lado, cientistas admitem o incógnito como possibilidade de novas descobertas; de outro, teólogos se aproximam de categorias cosmológicas para interpretar as narrativas bíblicas da Criação, repletas de símbolos e emblemas. Além da factualidade do universo em expansão, crentes e não-crentes indagam sobre seu sentido e seu propósito: duração da existência no espaço e no tempo, porque a vida é um fato e quer perdurar; manifestação de beleza que circunda o pequenino ser humano; horizonte de transcendência que aponta continuamente para o futuro; jogo complexo do tempo e do espaço, atravessado por invisíveis ondas… A reflexão de Galileu a Einstein ecoam nos ensaios de Teilhard de Chardin e de Alfred N. Whitehead. Muitos opinam que não será necessário abandonar a ciência para encartar-se com o mistério do cosmos; também não será necessário abandonar a fé para mergulhar na investigação astronômica. Uns e outros avançam em indagações e rascunhos de respostas, das teorias mais sólidas às teses ainda em construção (como a teoria das cordas, a proposta da matéria escura e a busca pelo bóson). Em atenção à Terra – casa de todos – essas teorias são urgidas pela crise ecológica que mata as espécies, fere o presente e destrói o futuro. Crentes e não-crentes se sentem premidos pela extinção das espécies, escassez de água potável, mudança climática, crise energética e ambiental. Do lado da ciência e da fé, vozes se elevam, se cruzam e se conectam para alertar, reciclar, educar, preservar, conservar e prospectar soluções ecológicas. Cientistas se aproximam da religião para ler seus desenhos de mundo e seus antigos saberes naturais; teólogos se iniciam em cosmologia, física, biologia e mecânica para amadurecer sua percepção e sua linguagem, na busca do sentido profundo dos textos sacros sobre a Criação. Uns e outros são guiados por honestidade intelectual, amor à vida, disposição em servir à humanidade e apelo moral em defender o planeta com seu conhecimento.

Humanidade

Sem desprezar a Deus, sumo e máximo Ser de adoração, a religião se preocupa com a humanidade: olha para o céu, para bem caminhar na terra; contempla as estrelas para navegar com segurança; segue o curso da lua para plantar e colher com gratidão. Sim, é do cenário da natureza que desponta o sagrado, como lampejo do Deus Escondido em todas as coisas. A noção judaica da pessoa humana como imagem e semelhança de Deus não esconde alguma pretensão desmedida (como se poderia pensar), mas é afirmação da dignidade própria do ser humano, conecto mas distinto dos demais seres. No centro desta ciranda de astros e estações está o ser humano, inteiro, ao mesmo tempo filho da terra e filho do céu. De modo semelhante, a mais alta teoria ou abstração conceitual da ciência se vê interpelada pelas urgências humanas: saúde, alimentação, ocupação do espaço, segurança, desenvolvimento. Deste modo, nem a religião nem a ciência pretendem-se progredir desvinculadas do ser humano, tanto individual quanto socialmente admitido. Uma e outra convergem na afirmação da vida humana, na busca de soluções, no compromisso com a justiça e o acesso aos bens. A diversidade de cosmovisões, de valorações morais e de perspectivas históricas verificadas na ciência e na religião (especialmente desde a Primeira Modernidade) pode causar polêmicas e disputas, mas é também oportunidade de se descobrir novas aproximações e convergências no serviço à vida humana. Neste sentido, perduram os desafios da saúde, da nutrição, do desenvolvimento das infâncias, da qualidade de vida em geral, ao lado de novas necessidades emergentes, sobretudo em campo social e ecológico. Como muitos têm advertido, tanto ciência quanto religião podem contribuir ao desenvolvimento integral do ser humano, enredado numa teia de relações com seus pares e as demais espécies. Na opção pelo humano convergem cientistas e teólogos, crentes e não-crentes. (MT-PUC/PR)

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Igreja no Mundo



Concluído em Roma curso sobre exorcismo e oração de libertação

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Roma (RV) – Concluiu-se este sábado, 9, no Ateneu Pontifício Regina Apostolorum, a semana dedicada ao curso “Exorcismo e oração de libertação”, que em 2016 chegou a sua 11ª edição. Organizado em colaboração com o Grupo de Pesquisa Sócio-religiosa e Informações (GRIS) e presidido pelo sacerdote dominicano François Dermine, coadjuvado pelo Secretário Prof. Giuseppe Ferrari, o curso reuniu 200 participantes, de diversas proveniências.

O objetivo foi o de formar e informar consagrados ou leigos sobre um tema delicado como o do exorcismo e da oração de libertação, oferecendo respostas às perguntas teóricas e existenciais do homem moderno, em plena fidelidade ao magistério da Igreja.

Neste último dia, foi realizada uma mesa redonda com os exorcistas Padre François Dermine, Padre Aldo Buonaiuto, Dom Larry Hogan, Padre Antonio Mattatelli. O evento foi moderado pelo Padre Pedro Barrajòn, Diretor do Instituto Sacerdos, que deu vida ao curso.

A estrutura deste curso realizado anualmente é interdisciplinar e se funda sobre uma sólida base teológica, tratando também de questões concretas da vida ordinária e da pastoral. Para evitar um caráter sensacionalistas, os organizadores aprofundam a base teológica da natureza e da ação dos anjos e demônios sob um ponto de vista bíblico, litúrgico, dogmático e moral, num diálogo aberto com outras ciências como a psicologia, a jurisprudência e a medicina.

Um elemento que diferencia o “Curso sobre exorcismo e a oração de libertação” é precisamente o equilíbrio na abordagem do tema, o respeito à doutrina e disciplina eclesiástica, insistindo na devida prudência pastoral e no necessário discernimento humano e espiritual. (JE)

 

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Formação



Reflexão dominical: a pesca milagrosa

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Cidade do Vaticano (RV) - O Evangelho de hoje nos fala da experiência pascal que os apóstolos fizeram. 

Todos estão reunidos em um dia comum de trabalho. Eles estão na barca de Pedro, já que aceitaram sua liderança quando ele lhes comunicou que iria pescar.

No momento do relato, eles estão no mar. Ora, o mar simboliza para a cultura judaica da época, o mal, o conjunto das forças adversas ao homem. Jesus não está com eles, mas na margem. Eles trabalham sozinhos, mas nada conseguem. Também nós, mesmo que estejamos unidos, com boas intenções, belos projetos, mas sem contar com a presença de Deus não frutificamos, e nosso trabalho se torna estéril.

Os discípulos vão agora aprender, quando o desconhecido fala com eles e lhes dá a sugestão de jogar a rede para o outro lado e a pesca se torna fecunda, que Deus sempre está com eles, sempre. Mesmo que de modo diferente, aparentemente ausente, mas não os abandona. O Senhor é o Emanuel, Deus Conosco.

Eles pescam 153 peixes. Por que o evangelista faz questão de dar o número? Ele deseja dizer que a missão dos doze, da Igreja, é pescar, é evangelizar toda a humanidade. 50 é o número que simboliza todo o povo. 3 significa a perfeição. 50 multiplicado por 3 dá 150 e adiciona-se a esse resultado o número 3. É o povo multiplicado pela perfeição e unido a ela. Ora, a Igreja conduzirá, toda a humanidade à libertação das forças da morte, do vínculo com o mal, de um modo pleno!

Ao seu peixe, que já está na brasa, Jesus pede que os discípulos acrescentem os pescados  por eles.

Jesus soma ao seu trabalho de redenção da Humanidade, todo o trabalho exercido pela Igreja. No final dos tempos, celebraremos juntos, o banquete eterno nos céus.

O Evangelho tem uma segunda parte que é a entrega de Jesus a Pedro, do governo da Igreja como seu pastor. A única exigência é amar, amar sem condições, mais que seus companheiros. Portanto, ser pastor não é impor sua vontade, mas vivenciar o seu amor a Cristo na entrega radical, absoluta e incondicional pelos seus irmãos.

Também nós somos convidados ao trabalho generoso pelo Reino. Amor com amor se paga! Ao amor de entrega, vivido por Jesus para nossa felicidade eterna, segue nossa resposta de amor, procurando nossa semelhança, nossa identificação com nosso Mestre e Senhor. (Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para o III Domingo da Páscoa)

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