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Sumario del 12/04/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Papa: cruéis ou educadas, perseguições são o pão cotidiano da Igreja

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Cidade do Vaticano (RV) - “A perseguição é o pão cotidiano da Igreja”. Foi o que disse o Papa Francisco na homilia da Missa celebrada na manhã de terça-feira, (12/04), na capela da Casa Santa Marta. 

Assim como aconteceu com Estêvão, o primeiro mártir, ou com os “pequenos mártires” assassinados por Herodes, também hoje – afirmou o Papa – muitos cristãos são mortos por causa de sua fé em Cristo e outros ainda são perseguidos “educadamente” porque querem manifestar o valor de serem “filhos de Deus”.

Francisco falou de dois tipos de perseguição: aquelas sangrentas, com seres dilacerados por animais selvagens para a alegria do público ou que explodem por uma bomba na saída da Missa. E perseguições com “luvas brancas”, disfarçadas “de cultura”, que confinam num ângulo da sociedade, que fazem perder o trabalho por não se adequar a leis que “vão contra Deus Criador”.

Mártires de todos os dias

A narração do martírio de Estêvão, descrito no trecho dos Atos dos Apóstolos proposto pela liturgia, leva o Papa a considerações sobre uma realidade que há 2 mil anos é uma história dentro da história da fé cristã: a perseguição.

“A perseguição, eu diria, é o pão cotidiano da Igreja. Jesus o disse. Nós, quando fazemos um pouco de turismo por Roma e visitamos o Coliseu, pensamos que os mártires eram aqueles mortos com os leões. Mas os mártires não foram somente aqueles ali ou outros. São homens e mulheres de todos os dias: hoje, no dia de Páscoa, somente três semanas atrás... aqueles cristãos que festejavam a Páscoa no Paquistão foram martirizados justamente porque festejavam o Cristo Ressuscitado. E assim a história da Igreja vai avante com os seus mártires”.

“Perseguições educadas”

O martírio de Estêvão provocou uma cruel perseguição anticristã em Jerusalém, análoga às que sofrem quem não é hoje livre de professar a sua fé em Jesus. “Mas – observa Francisco – existe outra perseguição, da qual não se fala muito: a perseguição mascarada de cultura, de modernidade, de progresso”:

“É uma perseguição – diria com um pouco de ironia – ‘educada’. É quando o homem não é perseguido por confessar o nome de Cristo, mas porque quer ter e manifestar os valores do Filho de Deus. É uma perseguição contra Deus Criador na pessoa de seus filhos! E assim, vemos todos os dias que as potências fazem leis que obrigam a seguir este caminho e a nação que não respeita estas leis modernas, cultas, ou que não quer tê-las em sua legislação, é acusada, perseguida educadamente. É a perseguição que tira do homem a liberdade, inclusive de objetar com a consciência!”.

A grande apostasia

“Esta é a perseguição do mundo que tira a liberdade”, enquanto “Deus nos fez livres de dar testemunho do Pai que nos criou e de Cristo que nos salvou”, disse o Papa, acrescentando que “esta perseguição tem até um líder”:

“O líder da perseguição ‘educada’, Jesus o nomeou: é o príncipe deste mundo. Quando as potências querem impor comportamentos e leis contra a dignidade do Filho de Deus, perseguem-no e vão contra o Deus Criador. É a grande apostasia. Assim, a vida dos cristãos vai avante, com estas duas perseguições. O Senhor nos prometeu que não se afastará de nós. “Estejam atentos, atenção!” Não caiam no espírito do mundo. Estejam atentos, mas prossigam, Eu estarei com vocês!".

(BF/CM)

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Santa Sé é contra desenvolvimento de “robôs assassinos”

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Cidade do Vaticano (RV) – “A Convenção deve tomar uma decisão corajosa e proibir as Armas Letais Autônomas como já fez no passado a respeito de outros tipos de armas”.

Esta foi a recomendação de Dom Ivan Jurkovič, novo Observador Permanente da Santa Sé junto às Nações Unidas, em Genebra, ao se dirigir à Convenção sobre Certas Armas Convencionais (CCW), reunida na Suíça para um encontro de especialistas no assunto.

 

“Robôs assassinos”

As Armas Letais Autônomas, caso recebam autorização da ONU para serem desenvolvidas, teriam autonomia para identificar e destruir alvos sem a intervenção humana.

“Os riscos das Armas Letais Autônomas são muitos e importantes para serem ignorados. Além do fato que deixa a uma máquina a decisão sobre a vida ou morte de um ser humano, um outro perigo é que estas armas poderiam levar a estratégias que diluiriam ou ocultariam responsabilidades reais, induzindo a uma completa falta de prestação de contas”, advertiu o arcebispo Jurkovič.

Prevenção

Ao defender que uma política de prevenção é a melhor saída para evitar que tais armas sejam fabricadas, a Santa Sé convida a uma ação coletiva que proíbe o desenvolvimento e uso dos “robôs assassinos”.

“É preciso encarar os fatos: as Armas Letais Autônomas não são capazes de lutar contra o flagelo atual do terrorismo e das guerras assimétricas. A verdadeira luta é aquela que vai restaurar a justiça, o respeito pelos direitos humanos, o respeito pelos direitos das minorias e promover participação política e desenvolvimento integral”, defendeu o observador.

Falsa sensação de segurança

Dom Jurkovič alertou ainda que, ao invés de contribuir para a defesa da paz, estas armas se transformariam em uma “progressiva incitação à guerra”:

“Se quisermos paz, devemos não somente evitar o acúmulo de armas, mas também devemos converter as mentes (...) Esta batalha não será vencida com superarmas tecnológicas. O uso das Armas Letais Autônomas levaria somente a uma falsa sensação de segurança e à instabilidade”. (rb)

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Papa: "Muros da indiferença são uma triste realidade"

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Cidade do Vaticano (RV) – Remover o ‘muro da indiferença’ e, “se falo de muro, não uso só uma linguagem figurada, mas é a triste realidade”.

Foi o que disse o Papa Francisco em mensagem à conferência em andamento em Roma com o tema “Não violência e justa paz: contribuindo para uma compreensão católica do compromisso com a não-violência”. 

“Como cristãos, sabemos que o grande obstáculo a ser removido para superar guerras e conflitos é o erigido pelo muro da indiferença. A crônica dos tempos recentes”, escreve ainda o Papa, que sábado visitará os refugiados na ilha grega de Lesbos, “nos demonstra que quando falo de muros, falo da triste realidade da indiferença, que não ataca apenas os seres humanos, mas também o ambiente natural, com consequências muitas vezes nefastas em termos de segurança e paz social. Venceremos a indiferença somente se soubermos usar a misericórdia. A misericórdia encontra a sua expressão ‘política’ na solidariedade: uma resposta moral e social às chagas de nosso tempo; a tomada de consciência da correlação entre a vida do cidadão e da comunidade familiar, local ou global”. 

Diálogo

Para Francisco, o caminho a percorrer é o do “desarme integral, construindo pontes, combatendo o medo e insistindo num diálogo aberto e sincero: um percurso realmente árduo”, define. 

“Dialogar é difícil, é preciso estar prontos para dar e também receber, a não partir do pressuposto que é o outro que erra, mas das nossas diferenças. É necessário agir em prol de uma paz verdadeira, por meio do encontro entre as pessoas e a reconciliação entre povos e grupos que se enfrentam de posições ideológicas opostas”. 

O Pontífice convoca a um esforço sapiente da fantasia criativa que chamamos diplomacia, que deve ser continuamente alimentado, e à promoção da justiça no mundo globalizado. “Renovar todos os instrumentos adequados para concretizar a aspiração à justiça e á paz dos homens e mulheres de hoje”.

A Conferência sobre a não-violência é organizada pelo Pontifício Conselho da Justiça e da Paz e o movimento católico internacional Pax Christi.

(CM)

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Papa irá ao Cáucaso como "mensageiro de paz e de diálogo"

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Tiblisi (RV) – “Mensageiro de paz e de diálogo”. O Administrador Apostólico do Cáucaso, Dom Giuseppe Pasotto, assim descreve os “pontos de força” que caracterizarão a viagem do Papa Francisco à Geórgia e ao Azerbaijão de 30 de setembro a 2 de outubro. E acrescenta: “O Papa virá também para encorajar as comunidades. Quer na Geórgia como no Azerbaijão – refere a Agência SIR – os católicos são uma pequena minoria. Dom Pasotto, referência para os católicos latinos na Geórgia, Armênia e Azerbaijão, traça um panorama da presença católica nestes países.

Entre os católicos no Azerbaijão, muito trabalhadores estrangeiros

No Azerbaijão, são cerca de 300/400 católicos, divididos em duas comunidades. Uma constituída pelos estrangeiros que trabalham no país e outra formada pela população local, com forte presença salesiana. O Azerbaijão (visitado por João Paulo II em 2002) é um país de maioria muçulmana, assim distribuída: 62% xiitas, 26% sunitas. 12% da população é cristã ortodoxa, ligada ao Patriarcado de Moscou.

Na Geórgia, católicos também são minoria

Na Geórgia – país de maioria ortodoxa – a presença católica é mais consistente, contando com 50 mil fieis. “Trata-se portanto – resume Dom Pasotto – de Estados com situações completamente diferentes, mas onde os católicos são uma minoria e a Igreja Católica vive com outras confissões e religiões majoritárias”.

As razões que tornam significativa a visita do Papa aos dois países 

A primeira é que o Papa vai a dois países (Armênia e Azerbaijão) que estão em conflito e esperemos que em Nagorno-Karabash prevaleça a trégua. E é significativa, porque o Papa chega a uma região do Cáucaso onde as comunidades católicas não têm uma grande importância numérica, mas têm um grande valor, porque estabelecem relações com situações diversas vivendo aquilo que desde o início indicou o Papa”. Para a Geórgia, o programa da visita do Papa ainda deve ser acertado. “Rezamos tanto e agora rezaremos para que seja também uma ocasião para tomar consciência do papel do Santo Padre como figura para a unidade da Igreja”. (JE)

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Igreja no Brasil



Assembleia CNBB: reflexão sobre a crise brasileira

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Aparecida (RV) – Sétimo dia de trabalhos da 54ª Assembleia Geral (AG) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, (CNBB) em Aparecida, SP. Os trabalhos desta manhã após a Santa Missa no Santuário Nacional de Aparecida continuam no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho. A celebração foi presidida por Dom José Antônio Roberto Cavuto, bispo de Itapipoca (CE). Concelebraram os bispos do Regional Nordeste 1. 

Nos trabalhos de ontem, atenção especial mais uma vez ao tema central desta Assembelia Geral, os leigos. Tivemos a apresentação do texto para o plenário. Foi a segunda apresentação e já foram feitos trabalhos de grupo. Amanhã quarta-feira, dia 13, uma sessão especial vai analisar destaques do conteúdo do documento.

Grande expectativa ainda sobre a Nota da CNBB sobre a crise social, política e econômica que investe o país. Sobre isso nós conversamos com o Cardeal Orani Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro....

Sobre a corrupção que invade amplos setores do nosso país nós ouvimos o bispo de Balsas, MA, Dom Enemésio Angelo Lazzaris....

Ontem ainda outros temas foram apresentados durante a plenária, entre os quais, na conclusão do dia a Carta apostólica do Papa Francisco sob forma de “Motu Próprio” Mitis Iudex Dominus Iesus, que trata da reforma do processo canônico para as causas de declaração de nulidade do matrimônio no Código de Direito Canônico.

Um vade-mécum (um guia de referência para instruir os leitores do Motu Próprio) ajudará os bispos a encontrar os conteúdos relativos às questões específicas de um processo da declaração de nulidade do casamento. Entre as novidades desse documento está a declaração do Papa de que o processo seja mais rápido: “De fato, além de se tornar mais ágil o processo matrimonial, estabeleceu-se uma forma de processo mais breve que se aplicará nos casos em que a acusada nulidade do matrimônio seja sustentada por argumentos particularmente evidentes”. 

Ainda ontem à tarde o Arcebispo de Aparecida (SP), Cardeal Raymundo Damasceno Assis, e o Bispo auxiliar de São Paulo (SP), Dom Sérgio de Deus Borges, conversaram com a imprensa no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho, em Aparecida (SP).

Os temas abordados pelos bispos foram sobre o retiro espiritual, que se realizou durante o final de semana, com pregação do Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, Cardeal Gianfranco Ravasi; e a Carta apostólica do Papa Francisco sob forma de “Motu Próprio” Mitis Iudex Dominus.

Dom Sérgio de Deus Borges afirmou que o Papa Francisco, após a 3ª Assembleia Ordinária do Sínodo, formou uma comissão para rever o processo de nulidade, porque os bispos pediram para agilizar o processo de nulidade matrimonial. Não é um pedido novo, aconteceu durante o Concilio Vaticano II e na década de 70.

O resultado do trabalho da comissão foi a promulgação no dia 15 de agosto, de um “Motu Próprio” para a Igreja no rito latino e outro no rito oriental. A novidade no Motu próprio, que trouxe alento, é o processo breve, que tem algum precedente histórico lá em Gregório IX, na idade média, que havia um processo parecido, mas depois, não teve nada de novo, depois de 1741, quando o Papa Bento XIV instituiu a necessidade de duas sentenças conformes e outros elementos para declaração de nulidade do matrimônio. Então, este é o processo breve.

Se coloca também como grande novidade a dispensa da dupla sentença conforme, que apenas uma sentença torna executiva ou coisa julgada, que a pessoas após uma sentença afirmativa do tribunal pode aceder a novas núpcias. Antes eram necessárias duas sentenças de dois tribunais de primeira e de apelo (segunda instância).

Ainda sobre o “Motu Próprio” nós conversamos com Dom Paulo Mendes, Arcebispo de Uberaba, MG...

De Aparecida, SP, para a Rádio Vaticano, Silvonei José.

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Assembleia da CNBB: hoje a celebração ecumênica

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Aparecida (RV) – Nesta terça-feira, sétimo dia de trabalhos da 54ª Assembleia Geral (AG) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, (CNBB) em Aparecida, SP, os trabalhos, como de costume tiveram início com a Santa Missa no Santuário Nacional presidida por Dom José Antônio Roberto Cavuto, bispo de Itapipoca (CE). Concelebraram os bispos do Regional Nordeste 1. Logo em seguida, ainda no Santuário a realização de uma sessão privativa, ou seja, somente os bispos, sem os assessores. 

Na parte da manhã, já no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho, os trabalhos prosseguiram, centralizando a atenção sobre o momento vivido pelo Brasil, e a discussão sobre a Nota da situação do país.

Nas últimas assembleias, os bispos pediram que se criasse um espaço maior para a partilha de experiências pastorais no tempo de trabalho no plenário. A pastoral é a expressão da solicitude da Igreja nas comunidades, paróquias e dioceses. O trabalho, efetivamente, é realizado em favor da catequese, da liturgia e do compromisso social da Igreja. É a tradução da ação evangelizadora que é missão central da Igreja. O momento de partilha, entre os bispos, de experiências pastorais ocorreu na manhã desta terça-feira foi dividido na exposição de três relatos de 45 minutos cada seguidos por comentários e interação de mais 45 minutos.

A Cáritas Brasileira completará 60 anos em 12 de novembro de 2016. Na primeira sessão da tarde, os bispos reunidos na assembleia terão parte dos trabalhos dedicada à memória do empenho de solidariedade realizado por esse organismo da CNBB. A Caritas faz parte de uma rede internacional e, no Brasil, está também organizada em rede com 183 entidades-membros. Atua em 450 municípios, sendo presença solidária junto às pessoas mais empobrecidas. Segundo informações da entidade, essa rede solidária tem mais de 15 mil agentes, a maioria voluntária, com ação por todo o país. Nos últimos 10 anos, a Cáritas Brasileira auxiliou “mais de 300 mil famílias, contribuindo para a transformação de suas vidas e devolvendo a elas a esperança de novas conquistas”.

A Conferência dispõe de um departamento que se dedica à produção de subsídios para a evangelização no Brasil. As “Edições CNBB” estão também fazendo aniversário especial neste ano de 2016. Hoje, à tarde, os bispos serão informados sobre o percurso percorrido até agora pela equipe que administra esse centro editorial.

Uma apresentação de 45 minutos será feita pelo pastor Nestor Friedrich, presidente da Igreja ISLB (Igreja Episcopal de Confissão Luterana no Brasil) aos bispos, em plenário, sobre o documento católico-luterano que lembra os 500 anos da Reforma Protestante que serão celebrados no ano que vem. Segundo o monsenhor Matthias Turk, do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos da Santa Sé, por ocasião do lançamento do documento em Genebra, Suíça, em junho de 2013, a intenção desse documento não é "contar uma história diferente", mas sim "contar a história de forma diferente”. Ele considera que “as razões que levam a divisões na Igreja muitas vezes se fundamentam sobre mal-entendidos e sobre interpretações diferentes dos mesmos conteúdos de fé e das mesmas convicções teológicas. No diálogo ecumênico internacional, soubemos redescobrir os fundamentos comuns, as bases comuns que temos sobre as questões de fé e soubemos afirmar que esses pontos não são mais um motivo de divisão entre as Igrejas. O nosso documento resume todos esses passos como uma coleta do que temos em comum e se projeta para o futuro, em busca do próximo passo no testemunho comum ao mundo de hoje”.

Como de costume nas assembleias, hoje será realizada, no final da última sessão de trabalhos, uma celebração ecumênica. A cerimônia está sendo organizada pela Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso. Dom Francisco Biasin, presidente da Comissão, considera este evento muito importante na programação da Assembleia Geral: “é uma atitude de abertura e acolhimento de toda a riqueza que as igrejas e as religiões podem dar ao nosso caminho de fé”.

Participam da celebração: Dom Flávio Augusto Irala, da IEAB (Igreja Episcopal Anglicana no Brasil), presidente do CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs); Pastora Sônia Mota, da IPU (Igreja Presbiteriana Unida), secretária executiva da CESE (Coordenadoria Ecumênica de Serviços); Pastor Joel Zeferino, da ABB (Aliança de Batistas do Brasil); Dom Ramanós Dowd, bispo auxiliar; e Hipodiácono Georgios Jener Verçosa, ambos da Igreja Ortodoxa de Antioquia.

De Aparecida, SP, para a Rádio Vaticano, Silvonei José.

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CPT: conflitos no campo continuam a crescer no Brasil

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Goiânia (RV) - No dia 15 de abril, próxima sexta-feira, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) lançará sua publicação anual, Conflitos no Campo Brasil 2015. É a 31ª edição do relatório que reúne dados sobre os conflitos e violências sofridas pelos trabalhadores e trabalhadoras do campo brasileiro, neles inclusos indígenas, quilombolas e demais povos tradicionais.

Esse ano a CPT fará dois lançamentos nacionais do relatório. Um será no Acampamento Nacional pela Democracia, montado pela Frente Brasil Popular, em frente ao estádio nacional Mané Garrincha, em Brasília, a partir das 14h30. O outro será em Marabá (PA), no Centro Diocesano de Pastoral, a partir das 13h30, dentro da programação da Conferência Internacional da Reforma Agrária, que será realizada de 13 a 17 de abril, em memória aos 20 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás.

Estarão presentes no lançamento em Brasília, o presidente da CPT, Dom Enemésio Lazzaris, membros da coordenação executiva nacional da CPT, representantes da CNBB, o professor aposentado da Universidade de São Paulo (USP), Ariovaldo Umbelino de Oliveira, o assentado Adilson Alves Machado, de Rondônia, representantes do Acampamento, entre outros convidados.

Assassinatos em conflitos no campo explodem em 2015

O relatório de 2015 destaca o maior número de assassinatos em conflitos no campo dos últimos 12 anos, 50 assassinatos, 14 a mais que no ano anterior, quando foi registrado o assassinato de 36 pessoas. 47 destes assassinatos ocorreram no contexto de conflitos por terra, 1 em conflitos trabalhistas e 2 em conflitos pela água.

CPT registra em 2015 o maior número de conflitos pela água dos últimos 14 anos

Os conflitos pela água cresceram 6%, passando de 127, em 2014, para 135 em 2015. É o maior número de conflitos registrado pela CPT desde que estes conflitos começaram a ser registrados em separado, em 2002.

(CM-CPT)

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Igreja na América Latina



Cardeal Urosa condena linchamentos e violência dominante no país

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Caracas (RV) – O Arcebispo de Caracas, Cardeal Urosa Savino, publicou na segunda-feira, 11, uma carta, assinada também por quatro Bispos Auxiliares, onde condena como “pecado” o linchamento de criminosos. “Com profundo horror e tristeza – escreve – tomamos ciência de que nas últimas semanas foram verificados em Caracas vários linchamentos de pessoas. Isto é absolutamente inaceitável, vai contra o V Mandamento da Lei de Deus, que diz “Não Matarás” e é também uma grande injustiça, porque pune com a morte os crimes menores e, às vezes, se tira a vida de pessoas inocentes”.

O texto – enviado à Agência Fides – continua: “Temos consciência de que os cidadãos honestos e trabalhadores estão indignados com a impunidade de muitos criminosos na situação atual. Isto é, em parte, responsabilidade dos vários organismos públicos, que têm a obrigação mais grave de proteger a vida e as propriedades dos venezuelanos”.

O texto conclui-se com um apelo urgente ao Executivo, às forças de ordem e aos juízes, para deter os delinquentes e puni-los segundo a Constituição. À população, por sua vez, é pedido para não deixar-se mover pelo ódio e de não tornarem-se assassinos.

A Venezuela está tornando-se, não somente um dos países mais pobres da América, mas também o mais violento, pela ação do crime organizado local e de grupos armados que controlam algumas zonas da capital. Não existe segurança pelas ruas.

O próprio Cardeal Urosa havia denunciado há pouco tempo a corrupção e a violência. Mas ultimamente, houve casos de linchamentos para punir pequenas delinquências. A situação está se degenerando. (JE)


 

 


 

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Igreja no Mundo



Fontana di Trevi vermelha para lembrar os mártires

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Cidade do Vaticano (RV) – No dia 29 de abril, às 20h, a célebre Fontana de Trevi, em Roma, será tingida de vermelho. Com a iniciativa inédita, a Fundação Pontifícia ‘Ajuda à Igreja que Sofre’ quer recordar o sangue dos mártires cristãos que hoje, ainda mais do que nos primeiros séculos, foram mortos por ódio à fé.

“A violação do direito de liberdade religiosa deve se tornar um tema central no debate público, para evitar o risco da indiferença e o perpetrar-se de uma intolerável agonia”, explica a Fundação.

Durante o evento de 29 de abril, na fonte romana, AIS dará voz a histórias e testemunhas do martírio cristão, começando pelo bispo caldeu de Aleppo, Dom Antoine Audo. Muitas realidades associativas, movimentos e organizações aderiram à iniciativa e estarão presentes.

“Convidamos todos os que desejam participar”, afirma a Fundação. “Nossos irmãos perseguidos e esquecidos serão agradecidos porque a sua presença os representará. No cenário da magnífica Fontana de Trevi, tingida de púrpura, esperamos entoar o prelúdio de uma reação duradoura e concreta em todo lugar, a fim de que os perseguidos do século XXI possam voltar, o quanto antes, a usufruir plenamente de seu natural direito à liberdade religiosa”.

Fundação de direito pontifício

“Ajuda à Igreja que Sofre” foi fundada em 1947 pelo Padre Werenfried van Straaten, e é a única organização que realiza projetos de financiamento da pastoral da Igreja nos lugares aonde é perseguida.

Mais de 60 milhões de pessoas são beneficiadas todo ano através dos mais de 5 mil projetos apoiados pela AIS em cerca de 145 países, incluindo o Brasil. (CM)

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Bispos filipinos: acolher com misericórdia famílias em dificuldade

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Manila (RV) - Os bispos filipinos publicarão proximamente as linhas-mestras da Exortação apostólica “Amoris Laetitia”, enquanto isso, convidam todas as comunidades eclesiais a acolher, desde já, as famílias em dificuldade, com aquele espírito de misericórdia que é o coração do documento pós-sinodal do Pontífice, porque “a abertura dos corações e do espírito não precisa de leis e não espera indicações”, afirmam.

Não deixar-se seduzir por leituras forçadas da mídia sobre a Amoris Laetitia

“Quando nossos irmãos e irmãs, por causa de relações, famílias e vidas esfaceladas, hesitam entrar em nossa igrejas e em nossas vidas não sabendo se serão bem acolhidas, devemos ir ao encontro deles de braços abertos”, escrevem os prelados numa carta pastoral publicada domingo passado (10/04).

Ao mesmo tempo, os prelados filipinos advertem os fiéis a não deixar-se seduzir pelas leituras forçadas da mídia secular que tendem a focar a atenção somente nas “situações difíceis”, como a dos divorciados ou das uniões irregulares, dando a impressão de que o Papa Francisco modificou a doutrina.

“Amoris Laetitia” não traz nenhuma modificação da doutrina católica sobre a família

“Deve ser claro que o Santo Padre não se distancia absolutamente do ensino da Igreja contido nos credos, nos documentos conciliares e no Catecismo da Igreja Católica”, embora a “Exortação apostólica tenha sido compreensivelmente escrita consciente de tantos desafios, dificuldades e ameaças às famílias e dos vários motivos pelos quais por vezes, infelizmente, as famílias se desfazem”, ressalta a carta assinada pelo presidente da Conferência Episcopal Filipina (CEF), Dom Socrates Villegas.

Transformar as famílias em lugares de misericórdia

Nesse sentido, a Exortação é um desafio aos pastores e a suas comunidades a trabalhar “em prol da transformação das família em lugares de misericórdia”.

Segundo os bispos filipinos, trata-se de um desafio que interpela todos, tanto o clero quanto os fiéis: “As próprias famílias, sem exclusão, deveriam tornar-se agentes de transformação e de uma nova evangelização para a Igreja doméstica”.

“Quando as famílias acabam falindo, devemos todos bater no peito, porque toda comunidade católica, toda paróquia, toda diocese tem um papel para apoiar a coesão, o amor e a perseverança de uma família”, concluem. (RL)

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Ação da Igreja é fundamental para crianças com Aids, diz Unaids

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Cidade do Vaticano (RV) – Mais de 3 milhões de crianças no mundo inteiro vivem com a Aids, porém somente 900 mil têm acesso aos antirretrovirais. Com o objetivo de estudar novas estratégias para levar os medicamentos a mais crianças, a Caritas Internacional e a Unaids reúnem até amanhã, em Roma, especialistas no assunto.

Tudo para fortalecer o engajamento das comunidades de base para que realizem o diagnóstico precoce e melhor atuem no contexto das crianças que convivem com a doença.

A Rádio Vaticano entrevistou o Diretor-Executivo Adjunto da Unaids, o médico brasileiro Luiz Loures, que vê na Igreja uma aliada fundamental para fazer chegar os medicamentos a mais crianças. Sobre a questão preservativo x mudança de comportamento, defende a combinação de ações para um resultado positivo. Ele também fala da importância do teste já que, quem trata, não transmite. 

Luiz Loures: Eu considero essencial a parceria com as Igrejas para que nós consigamos chegar ao fim da Aids. Quando existe exclusão, quando existem problemas como vemos hoje de um acesso diferencial a tratamento com as crianças que são deixadas para trás, a Igreja pode ajudar muito. Caritas, por exemplo, com as suas missões, suas instituições... A diferença que existe é que, quando Caritas trabalha, quando Caritas está no campo, não se restringe ao tratamento dentro do hospital, dentro do ambulatório. Mas eles acessam a comunidade, acessam a família, e isso é fundamental para que nós tenhamos uma proporção maior de crianças acessando o tratamento. Não é só a droga, não é só o remédio: é o contexto que é superimportante. O contexto familiar, o contexto pessoal e o contexto social dessas crianças. Imagina uma situação onde a criança tem acesso ao remédio e é discriminada na escola: não vai resolver. Ela vai acabar deixando o trabalho e a escola. E a Igreja tem por definição uma abordagem contextualizada, uma abordagem que tome em conta aspectos que para mim são tão importantes quanto garantir o medicamento.

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(br)

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Terra Santa: Igreja condena retomada do Muro em Cremisan

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Jerusalém (RV) - A construção do Muro de separação no vale de Cremisan – situado na linha de junção entre Cisjordânia Jerusalém – entrou em fase de execução no início deste mês de abril.

Na área, grupos de operários com escavadeiras, gruas e buldôzeres trabalham em ritmo acelerado para levantar, um após o outro, os painéis de cimento de oito metros de altura, numa terra onde antes se encontravam plantadas oliveiras seculares.

Desilusão e condenação por parte do Patriarcado Latino de Jerusalém

Em comunicado difundido através de seus canais oficiais, o Patriarcado Latino de Jerusalém reiterou desilusão e condenação pela operação conduzida pelo exército israelense. “A construção de um Muro de separação e o injusto confisco das terras pertencentes às famílias cristãs de Beit Jala são uma violenta ofensa contra o processo de paz”, lê-se no comunicado.

Corte da Haia, Onu e Suprema Corte israelense dizem “não” ao Muro

No comunicado do Patriarcado recorda-se que já em 9 de julho de 2014 a Corte Internacional de Justiça de Haia havia definido ilegal a construção do Muro e havia pedido seu desmantelamento.

Também a Assembleia Geral das Nações Unidas havia condenado a construção do Muro. Em abril de 2015 também a Suprema Corte israelense havia reconhecido que a barreira não tem nenhuma justificativa baseada na segurança de Israel. (RL)

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Metropolita de Antioquia pede ajuda a russos para encontrar bispos sequestrados

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Damasco (RV) – O Metropolita Lucas, da Igreja Ortodoxa de Antioquia, pediu ajuda aos russos na busca de informações sobre o destino do Bispo siríaco-ortodoxo de Aleppo, Gregorios Yohanna Ibrahim, e do Bispo Greco-ortodoxo Boulos al-Yaziji, ambos sequestrados em 2013.

"Infelizmente, não sabemos absolutamente nada sobre o seu destino. Não sabemos onde estão, o que eles [militantes] fizeram para eles, se eles estão vivos ou foram morto. Nós não temos absolutamente nenhuma idéia sobre o seu paradeiro", afirmou o Metropolita Lucas, em uma reunião com uma delegação parlamentar russa.

"Se você pode descobrir alguma coisa sobre isso, por favor nos avise. Seremos muito gratos", disse-lhes.

O Metropolita Boulos (Paulo) de Aleppo, foi sequestrado por militantes perto da fronteira com a Turquia em 22 de abril de 2013. Ele é irmão do Patriarca de Antioquia John X.

O Bispo siríaco-ortodoxo, Gregorios Yohanna, foi sequestrado juntamente com o Metropolita Boulos, enquanto monitoravam a distribuição de ajuda humanitária na periferia de Aleppo.

Durante o ataque, os terroristas mataram um diácono que estava dirigindo o carro, para então sequestrar os religiosos. Os militantes tomaram uma direção desconhecida. Atualmente, não há nenhuma informação confiável sobre eles. Relatórios afirmando quer a libertação dos padres como a sua morte têm aparecido na mídia ao longo do tempo.

No último domingo, após recitar a Oração do Regina Coeli, o Papa Francisco lançou um veemente apelo pela libertação de todas as pessoas sequestradas em zonas de conflito:

“Na esperança a nós doada por Cristo ressuscitado, renovo o meu apelo pela libertação de todas as pessoas sequestradas em zonas de conflito armado; em particular desejo recordar o sacerdote salesiano Tom Uzhunnalil, sequestrado em Aden, no Iêmen, em 4 de março passado". (JE/Interfax)

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Formação



Pe. Zezinho: opereta sobre os trezentos anos de Aparecida

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Aparecida (RV) - A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) encontra-se reunida, em Aparecida (SP), na 54ª assembleia geral.  

Uma das presenças marcantes na assembleia dos bispos é a do Padre Zezinho, sacerdote do Sagrado Coração de Jesus (Dehonianos). Ele conversou com Silvonei José sobre os seus projetos e sobre a Exortação Apostólica pós-sinodal “A alegria do amor”, apresentada na última sexta-feira (08/04), aqui no Vaticano.

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Religiões unidas por diagnóstico e tratamento infantil da Aids

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Roma (RV) – Organizações de inspiração religiosa estão reunidas em Roma para debater diagnóstico precoce e tratamento de crianças que vivem com o vírus HIV. 

No ano passado, a Agência da ONU que trata do vírus (Unaids) anunciou a conquista de uma meta mundial ao conseguir proporcionar tratamento antirretroviral a 15 milhões de pessoas. Todavia, somente 1/3 das crianças que vivem com o HIV recebem o diagnóstico e os cuidados necessários.

A convite da Caritas Internacional, especialistas no tema estão traçando no Hospital Pediátrico “Bambino Gesù” as bases para um projeto de ampliação do diagnóstico infantil e o tratamento da Aids.

A Caritas Internacional considera que as organizações de inspiração religiosa constituem uma ampla rede comunitária e são essenciais para o cuidado das crianças e das mães que convivem com o vírus. Participam deste encontro de três dias (até 13/04) o Diretor Adjunto dos Programas da Unaids, o brasileiro Dr. Luiz Loures, o Arcebispo de Abuja (Nigéria), o Cardeal John Onaiyekan, cientistas, advogados comprometidos com a ampliação do acesso ao tratamento para crianças, além de representantes de organizações de inspiração católica, de organizações ecumênicas e inter-religiosas implicadas no tratamento de pessoas infectadas com o HIV.

A reunião pode ser seguida no canal Youtube do Hospital “Bambino Gesù”.

Pastoral da Aids no Brasil

Enquanto isso, o tema da Aids também será submetido à atenção dos Bispos que participam da Assembleia da CNBB em Aparecida. O referencial da Pastoral da Aids no Brasil, Dom Eugênio Rixen, Bispo de Goiás, falará em plenário sobre as atividades dos agentes e voluntários que atuam há 14 anos em grande parte do território brasileiro. “A Pastoral da Aids obedece à lógica do bom samaritano, disse ele em entrevista a Silvonei José. “É a Pastoral do acompanhamento e não da condenação.”

(BF)

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