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Sumario del 13/04/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: sem um coração arrependido, toda ação religiosa é ineficaz

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Cidade do Vaticano (RV) – “Misericórdia é que eu quero, e não sacrifício”. Partindo desta máxima de Jesus no contexto bíblico da vocação de Mateus, o Papa afirmou durante a Audiência geral desta quarta-feira, (13/04), que qualquer atitude religiosa que não provenha do arrependimento é ineficaz. “Todos necessitamos da misericórdia de Deus, origem da nossa salvação”, disse Francisco. 

Mateus era coletor de impostos e, por isso, um pecador público. Contudo, sua verdadeira vocação se confirma com o chamado do Mestre, porém isso não o torna perfeito.

“É verdade que ser cristão não nos faz impecáveis. Como Mateus, o publicano, cada um de nós se entrega à graça do Senhor apesar dos próprios pecados. Todos somos pecadores, todos pecamos. Uma vez, ouvi um provérbio tão bonito: não há santo sem passado, e não há pecador sem futuro. É bonito isso, isto é o que faz Jesus”, recordou o Pontífice.

Muro que nos separa de Deus

Todavia, recordou Francisco, é preciso superar uma barreira que nos afasta de Deus e que, por muitas vezes, parece intransponível:

“A vida cristã é uma escola de humildade que se abre à graça. Tal comportamento não é compreendido por quem tem a presunção de se achar ‘justo’ e melhor do que os outros. Soberba e orgulho não permitem que reconheçamos a nossa necessidade de salvação, aliás, impede de ver o rosto misericordioso de Deus e de agir com misericórdia. São um muro, a soberba e o orgulho, são um muro que impedem a relação com Deus”.

Os pecadores, todos, sem exclusão – reforçou o Papa – também têm a oportunidade de serem curados pelo poder “restaurador de Deus”  que não conhece limites. “E isso nos deve dar confiança para que Jesus venha e nos cure!”, exclamou o Pontífice.

Médico Divino

Francisco refletiu então sobre Jesus que se apresenta como Médico Divino, com dois medicamentos que restauram e nutrem: a Palavra e a Eucaristia.

“Com a Palavra, Ele se revela e nos convida a um diálogo entre amigos: Jesus não tinha medo de falar com os pecadores, os publicanos, as prostitutas. Não tinha medo, amava todos”, disse o Papa ao advertir:

“Às vezes, esta Palavra é dolorosa porque incide sobre as hipocrisias, desmascara as falsas desculpas, traz à tona as verdades escondidas; mas ao mesmo tempo ilumina e purifica, dá força e esperança, é um reconstituinte preciso no nosso caminho de fé”.

Religiosidade de fachada

O segundo bálsamo para o arrependimento sincero do coração cristão é a Eucaristia que “nos nutre com a própria vida de Jesus e, como um potentíssimo remédio, de maneira misteriosa renova continuadamente a graça do nosso Batismo”.

Ao concluir, Francisco voltou ao cenário de Jesus que dialoga com os fariseus para recordar que, apesar da aliança com Deus e da misericórdia, as orações de Israel eram incoerentes e cheias de palavras vazias, uma ‘religiosidade de fachada’:

“‘Misericórdia é que eu quero’, ou seja, a lealdade de um coração que reconhece os próprios pecados, que se arrepende e volta a ser fiel à aliança com Deus. ‘E não sacrifício’: sem um coração arrependido, toda ação religiosa é ineficaz”.

(rb)

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Francisco pede orações por sua visita a Lesbos

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Cidade do Vaticano (RV) – Ao final da Audiência Geral desta quarta-feira (13/04),  o Papa Francisco pediu a oração dos fiéis em vista da visita que fará à ilha de Lesbos, na Grécia. 

“No próximo sábado (16/04), visitarei a ilha de Lesbos, onde nos meses passados transitaram inúmeros prófugos. Irei com os meus irmãos o Patriarca de Constantinopla, Bartolomeu, e o Arcebispo de Atenas e de toda a Grécia, Jerônimo, para expressar proximidade e solidariedade seja aos prófugos, seja aos cidadãos de Lesbos e a todo o povo grego, tão generoso no acolhimento. Peço por favor que me acompanhem com a oração, invocando a luz e a força do Espírito Santo e a materna intercessão da Virgem Maria.”

Como reiterou o Papa em seu pedido de oração, a visita à Grécia tem uma significativa dimensão ecumênica. A assistência aos refugiados na Ilha é feita sobretudo pelos ortodoxos, sendo a maioria da população, com grande sinergia com instituições católicas e de outras confissões cristãs.

Segundo dados divulgados na última terça-feira (12/04) pela Organização Internacional para Migrações, mais de 173.000 migrantes e refugiados chegaram à Grécia, Itália, Chipre e Espanha pelo Mar Mediterrâneo em 2016 (dados contabilizados entre 1º de janeiro e 11 de abril)

O número de mortes na região subiu para 723.

Grécia

A organização calcula que somente na Grécia, mais de 153 mil pessoas entraram no país desde o início do ano. A OIM diz ainda que mais de 53 mil refugiados e migrantes estão sem ter como se locomover na Ilha. Boa parte deles está alojada em centros de acolhimento no norte do país.

Os sírios formam a maioria dos migrantes e refugiados que chegam à Grécia, seguidos pelos afegãos, iraquianos, paquistaneses e iranianos.

RV

A Rádio Vaticano transmitirá ao vivo a visita de Francisco a Lesbos, com comentários em português.

(bf)

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Papa recorda os 1050 anos do batismo da Polônia

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Cidade do Vaticano (RV) - Ao saudar os peregrinos poloneses na Audiência Geral desta quarta-feira (14/04), o Papa Francisco recordou que nestes dias a Igreja na Polônia celebra os mil e cinquenta anos do batismo desse país. 

Eis as palavras do pontífice.

“Junto aos pastores e fiéis agradeço a Deus por este evento histórico, que ao longo dos séculos formou a fé, a espiritualidade e a cultura dessa nação, na comunidade de povos que Cristo convidou para participar do mistério de sua morte e ressurreição. Deem graças ao Senhor, segundo as palavras de São João Paulo II, ‘pelo dom de terem sido batizados, mais de mil anos atrás, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, de terem sido imersos na água que, pela graça, aperfeiçoa em nós a imagem do Deus vivo, na água que é uma onda de eternidade: ‘Fonte de água que jorra para a vida eterna’. Peço a Deus para que a geração presente e as gerações futuras de poloneses permaneçam fiéis à graça do Batismo, dando testemunho do amor de Cristo e da Igreja. Deus misericordioso abençoe todos os poloneses que vivem no país e no exterior. Seja louvado Jesus Cristo!”

O Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, participará como legado pontifício das celebrações jubilares que terão início nesta quinta-feira (14/04) em Gniezno e PoznaƄ, e se concluirão no próximo dia 16. (MJ)

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Pe. Lombardi: toma corpo o documento sobre reforma da Cúria

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Cidade do Vaticano (RV) - Realizou-se nesta quarta-feira (13/04), na Sala de Imprensa da Santa Sé, a coletiva sobre a XIV reunião do Conselho dos Nove Cardeais (C9), para a reforma da Cúria romana. A reunião do C9 teve início na última segunda-feira (11/04) e se concluiu na tarde desta quarta. 

Junto com o Papa Francisco estiveram presentes todos os cardeais, exceto o indiano Oswald Gracias, por motivo de saúde. 

“Um método circular.” Assim, Pe. Lombardi descreveu o andamento do diálogo em vista da nova Constituição Apostólica "Pastor bonus", sobre a reforma da Cúria Romana, porque “se fala sobre os vários dicastérios com observações e propostas”. Segundo o jesuíta, ainda não se há conclusões, mas já se começou a recolher e organizar as contribuições e assuntos importantes para a reforma da Cúria.

“Hoje, o dia foi dedicado a recolher e reorganizar as contribuições que foram dadas nas várias reuniões do Conselho, relativas aos vários dicastérios e organizá-las a fim de que o conjunto da estrutura da Constituição comece a ter uma forma. Portanto, não se limitar a ver singularmente os vários dicastérios, mas buscar posicionar as teclas que são obtidas com esses trabalhos, com essas reflexões, num esquema que gradualmente se completa a fim de constituir a proposta que o Conselho dá ao Papa em vista de uma nova Constituição. Este foi um pouco o trabalho de hoje”, frisou Pe. Lombardi. 

O jesuíta explicou que o trabalho de apresentação das propostas foi concluído, mas nos encontros que o Papa Francisco faz com o Conselho de Cardeais, instituído pelo Papa com o seu quirógrafo de 28 de setembro de 2013, não se fala somente de reforma. É uma ocasião para Francisco pedir a opinião dos purpurados que formam o conselho sobre vários assuntos. 

Pe. Lombardi cita a coleta de informações para a nomeação de novos bispos. Trata-se de identificar as pessoas adequadas para o compromisso episcopal. Nesse sentido, existem procedimentos,  contatos, critérios, objetivos, aprofundamentos e conversa com o núncio no país interessado. 

As reuniões são também ocasião para se atualizar sobre a atividade da Secretaria para a Economia e da Comissão para a Tutela de Menores. Pe. Lombardi confirmou que assim se procedeu no XIV encontro dos cardeais. 

As próximas reuniões se realizarão de 6 a 8 de junho, de 12 a 14 de setembro, e de 12 a 14 de dezembro. (MJ)

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Prelazia de Lábrea (AM) tem novo Bispo

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco aceitou a renúncia ao governo pastoral da Prelazia de Lábrea (AM), apresentada por Dom Jesús Moraza Ruiz de Azúa, O.A.R., em conformidade ao Can. 401 § 2 do Código de Direito Canônico. 

Como novo Bispo Prelado de Lábrea o Pontífice nomeou o Pe. Santiago Sánchez Sebastián, O.A.R., até então Delegado da Província “São Nicolau” dos Agostinianos Recoletos e Pároco da paróquia “Santa Rita de Cássia” em Manaus.

O novo Bispo nasceu em 25 de julho de 1957 na Arquidiocese de Pamplona y Tudela (Espanha). Emitiu a Profissão religiosa em 22 de agosto de 1976 na Ordem dos Agostinianos Recoletos e recebeu a ordenação sacerdotal em 26 de julho de 1980.

Em seu ministério sacerdotal, foi formador, promotor vocacional e mestre de noviços nas cidades espanholas de Valladolid e Navarra. Em 2006 foi ao Brasil, onde desempenhou os cargos de superior, formador e pároco em Fortaleza (CE) até 2012.

Atualmente é Delegado da Província “São Nicolau” dos Agostinianos Recoletos e Pároco da paróquia “Santa Rita de Cássia” em Manaus. 

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Shakespeare no Vaticano

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Cidade do Vaticano (RV) -  William Schakespeare desembarca no Vaticano. De fato, pela primeira vez na história, uma obra do dramaturgo inglês, cujo quarto centenário da morte é recordado em 2016, é encenado dentro de um prédio da Santa Sé.

Assim, esta quarta-feira será encenado Hamlet na Chancelaria, prédio onde está instalada a Rota Romana e os departamentos e escritórios judiciários do Vaticano. O espetáculo foi organizado pela Embaixada britânica junto à Santa Sé, em colaboração com o Pontifício Conselho da Cultura.

Por dois anos esta produção de Hamlet percorreu o mundo. O tour é um projeto do Globe Theatre de Londres. Antes de ser apresentado nos menores Estados do mundo, a obra percorreu 170 países. (JE/Ansa)

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Igreja no Brasil



Assembleia CNBB: Dom Odilo e o processo de Impeachment

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Aparecida (RV) – Nesta quarta-feira, 8º dia dos trabalhos da 54ª Assembleia Geral (AG) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, em Aparecida, SP, a Santa Missa na Basílica Nacional foi presidida pelo Cardeal Claudio Hummes, Arcebispo emérito de São Paulo e Presidente da Comissão para a Amazônia da CNBB. Concelebraram os Bispos dos Regionais do Nordeste e Oeste do Brasil. 

Durante a sua homilia, o Cardeal Hummes disse que a Igreja cresce quando assume a sua identidade missionária. “Não é tanto por muita falação, não é tanto por muitos documentos, não é tanto por doutrinação que a Igreja vai crescer. A vida religiosa, a Igreja, cresce por atração”, afirmou o cardeal referindo-se à realidade da diminuição no número de vocações e da identidade missionária da Igreja. 

O Cardeal manifestou o desejo de que a celebração desse dia servisse de apelo para a Igreja de todo o Brasil diante da necessidade urgente dos povos da região amazônica.

“Queremos que essa celebração seja um grande apelo missionário, que essa celebração não seja somente uma comemoração, mas também um apelo renovado e missionário para as Igrejas do resto do Brasil, para os padres, para os religiosos”, enfatizou.

“A Igreja não deve pensar em si mesma, ela deve fazê-lo por causa d´Ele não por causa dela, mas por causa daqueles que precisam. Uma Igreja assim atrai". 

A esse respeito, Dom Cláudio disse entender que a necessidade de vocações acontece em todas as realidades, mas julgou que a Amazônia tem relevância diante do desafio que ela impõe aos missionários que atuam nessa região, tanto pelas longas distâncias quanto pelos desafios culturais, econômicos, políticos e ambientais.

"Existe falta de padre por todo lado", frisou o cardeal. "E quando a gente pensa na necessária presença física, a gente diz ‘por toda parte falta padre’. Mas aquela Igreja na Amazônia tem carências muito especiais porque tem características especiais”, destacou.

Por fim, o cardeal citou que a Igreja fará diferença na medida em que levar a misericórdia, encurtar as distâncias com aqueles que mais precisam de sua Palavra.

“É a misericórdia que faz a diferença, ela torna a fé real, viva! Paulo já dizia isso: uma fé que não se traduz em caridade é uma fé morta. É a caridade que atrai. Então também nós pensemos nisso, na medida em que vamos de fato, encurtamos as distâncias, nessa medida a Igreja faz a diferença e ela cresce por atração”, finalizou.

Hoje de manhã, realizou-se a última sessão dedicada ao tema central da assembleia deste ano. Os bispos tiveram oportunidade de fazer destaques sobre o documento final, “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na Sociedade. Sal da terra e luz do mundo”. A partir da publicação posterior desse documento, as comunidades, paróquias e dioceses do Brasil terão um novo referencial da reflexão da Igreja sobre a identidade e a atuação dos leigos.

Durante a entrevista coletiva do dia 07 de abril, aqui na assembleia, o presidente da Comissão do Tema Central, Dom Orlando Brandes, Arcebispo de Londrina (PR), destacou o papel do leigo como sujeito na Igreja, não mais em atividades de apoio. Ressaltou que não se trata de uma suplência das carências do clero, é direito: “O leigo é sujeito desta realidade, não apenas pertence à Igreja, o leigo é a Igreja. ”

A Comissão para os Textos Litúrgicos da CNBB também tem uma última oportunidade na assembleia para apresentar seus destaques no plenário. Essa Comissão, no correr dos trabalhos, informou aos bispos sobre o que está sendo realizado no campo das traduções de textos para a liturgia da Igreja no Brasil.

Nos últimos 45 minutos da segunda sessão de trabalhos desta manhã, os bispos acompanharam uma exposição sobre a questão indígena no País. Egon Heck, do secretariado do CIMI (Conselho Indigenista Missionário), organismo da CNBB, testemunha, em relação à questão indígena: “nos 44 anos de militância junto aos povos indígenas, da maioria das regiões do país, a convicção que em mim amadureceu é a de que de fato não existe espaço de sobrevivência e dignidade para os povos indígenas no atual modelo neoliberal. E isso em toda nossa Ameríndia e certamente no mundo inteiro. Os povos nativos estão empenhados em contribuir com sua sabedoria milenar e projetos concretos de sociedade, para salvar nossa casa comum, o planeta terra”.

Já na primeira sessão de trabalhos da parte da tarde, os bispos terão um informe trazido por um bispo africano sobre a situação de perseguição contra os cristãos na Nigéria e em outros países do continente africano. Naquele cenário destaca-se o movimento fundamentalista islâmico “Boko Haram” que atua no norte da Nigéria e, em tese, combate os vícios da sociedade e, erroneamente, considera que os cristãos são os responsáveis por alguns desses males.

Outro informe breve da primeira sessão da tarde será a celebração dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida. Como todos sabem, a imagem milagrosa de Nossa Senhora Aparecida foi encontrada no rio Paraíba do Sul no ano de 1717 e, portanto, em 2017 a aparição da imagem completará 300 anos.

O Arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Orani Tempesta, atendeu aos jornalistas na entrevista coletiva de ontem, terça-feira, e antecipou o informe sobre os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos que será dado aos bispos hoje no começo da última sessão de trabalhos. Ele disse que será montada na Vila Olímpica uma capela inter-religiosa, com a nomeação de um padre que ficará responsável para coordenar os trabalhos. “Os atletas do mundo inteiro terão lugar de culto, de celebração conforme a religião de cada um. Nós estamos com essa responsabilidade. A Igreja Católica está muito à vontade em ter esse trabalho devido ao nosso relacionamento não só com os irmãos cristãos, mas também com outras religiões”, declarou. Além disso, nas igrejas próximas aos locais onde vão acontecer os jogos estão previstas celebrações em outros idiomas como forma de acolher atletas e turistas.

No final da última sessão, os bispos voltam a ter informações sobre o projeto “Comunhão e Partilha” da CNBB, que surgiu na assembleia geral de 2012 com a finalidade de criar e administrar um fundo financeiro para ajudar na formação dos futuros padres nas dioceses e prelazias. Dom Alfredo Shaffler, bispo de Parnaíba (PI), foi presidente da Comissão e continua membro da mesma. Ele diz que no ano que vem, 2017, quando o projeto completará cinco anos, os bispos vão fazer uma avaliação da iniciativa.

Já no encontro com os jornalistas, o Arcebispo de Salvador (BA) e Vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Murilo Sebastião Krieger, e o Bispo de Campos (RJ), Dom Roberto Ferrería Paz, apresentarão a Mensagem para as Eleições 2016.  O texto foi aprovado durante a Assembleia Geral.

Sobre o atual momento vivido pelos brasileiros e o processo de impeachement que envolve a Presidente Dilma, nós conversamos com o Arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Scherer...

De Aparecida, SP, para a Rádio Vaticano, Silvonei José.

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Assembleia CNBB: a mensagem para as Eleições 2016

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Aparecida (RV) – O 8º dia dos trabalhos da 54ª Assembleia Geral (AG) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, em Aparecida, SP, cujo tema central é, “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade – Sal da terra e luz do mundo”, teve início como já é tradicional, com a Santa Missa no Santuário Nacional, transmitida para todo o Brasil pelas emissoras de rádio e televisão católicas. A celebração desta manhã foi presidida pelo Cardeal Claudio Hummes, Arcebispo emérito de São Paulo e Presidente da Comissão para a Amazônia da CNBB. Concelebraram os Bispos dos Regionais do Nordeste e Oeste do Brasil. 

A reflexão sobre o tema central domina o encontro dos bispos que estão aprofundando a questão devendo ser aprovado como documento.

Os trabalhos desta manhã têm início com uma privativa no Santuário Nacional devendo depois continuar no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho.

Já no início da tarde, no encontro com os jornalistas, o Arcebispo de Salvador (BA) e Vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Murilo Sebastião Krieger, e o Bispo de Campos (RJ), Dom Roberto Ferrería Paz, apresentarão a Mensagem para as Eleições 2016.  O texto foi aprovado durante a Assembleia Geral.

Já na coletiva de ontem Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, e o Bispo de Barra do Piraí-Volta Redonda (RJ) e Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo, Dom Francisco Biasin falaram, entre outros assuntos sobre as Olímpiadas e Paraolimpíadas de 2016, que ocorrerão no Rio de Janeiro, e sobre o documento “Do Conflito à Comunhão”, que no contexto dos 500 anos da Reforma, aborda o diálogo católico-luterano. 

As atividades de ontem se encerraram precisamente com uma celebração ecumênica. Dom Francisco Biasin, Presidente da Comissão, falando à Rádio Vaticano disse que este evento no âmbito da Assembleia Geral da CNBB “é uma atitude de abertura e acolhimento de toda a riqueza que as igrejas e as religiões podem dar ao nosso caminho de fé”.

Participaram da celebração: Dom Flávio Augusto Irala, da IEAB (Igreja Episcopal Anglicana no Brasil), Presidente do CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs); Pastora Sônia Mota, da IPU (Igreja Presbiteriana Unida), Secretária executiva da CESE (Coordenadoria Ecumênica de Serviços); Pastor Joel Zeferino, da ABB (Aliança de Batistas do Brasil); Dom Ramanós Dowd, Bispo auxiliar; e Hipodiácono Georgios Jener Verçosa, ambos da Igreja Ortodoxa de Antioquia.

Ainda ontem, durante a Santa Missa no Santuário Nacional foi recordada a atuação da Caritas Brasileira por conta das comemorações dos 60 anos de sua instalação no Brasil.

Na homilia o Arcebispo de Fortaleza (CE) e Presidente do regional Nordeste 1 da CNBB, Dom José Antônio Aparecido Tosi Marques disse que “a Igreja quer expressar esse testemunho de amor feito de gestos concretos que sinalizam e mostram no presente o Senhor ressuscitado.  Será pela manifestação do amor misericordioso que a Igreja, como o Senhor, se doará por todos e levará adiante o evangelho, o pão do céu que dá o Pai para a vida do povo”, finalizou.

Na primeira sessão da tarde de ontem, os bispos dedicaram alguns momentos à memória do trabalho de solidariedade realizado pela Cáritas Brasileira, que é um organismo da CNBB. A Cáritas faz parte de uma rede internacional e, no Brasil, está também organizada em rede com 183 entidades-membros.

Nós conversamos com Dom João José da Costa, Bispo coadjutor de Aracaju e Presidente da Cáritas Brasileira.

A Caritas atua em 450 municípios, sendo presença solidária junto às pessoas mais empobrecidas e completará 60 anos em 12 de novembro de 2016.

De Aparecida, SP, para a Rádio Vaticano, Silvonei José.

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Dom Odilo Scherer: Sair melhorados da crise

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Aparecida (RV) – Os Bispos reunidos em Aparecida estão elaborando um documento sobre a situação política vivida no país. Segundo o Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, será dada uma palavra clara sobre os males que afligem a sociedade brasileira e uma palavra de conforto aos brasileiros. A palavra de ordem é “sair melhorados da crise”. Ouça, clicando: 

 

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Dom Orani faz apelo à unidade e serenidade

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Aparecida (RV) – Os Bispos brasileiros estão reunidos em Aparecida na 54ª Assembleia Geral para tratar de diversos temas. A atual crise política não passou desapercebida. Dom Orani João Tempesta, falou a este respeito com Silvonei José. Na entrevista, o Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro reitera que o direito de se manifestar é legítimo, mas se deve aprender a respeitar a opinião alheia. Neste sentido, defendeu a busca da unidade na diversidade, ressaltando o espírito de fraternidade que deveria imperar. Ouça a entrevista, clicando: 

 

 

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Dom Enemésio Lazzaris: o momento é de reflexão e seriedade

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Aparecida (RV) – Os inúmeros casos de corrupção envolvendo a classe política levaram a uma falta de credibilidade na boa política. Dom Enemésio Angelo Lazzaris, Bispo de Balsas (MA), em entrevista a Silvonei José,  diz que o momento político e social vivido no Brasil exige reflexão e seriedade, e alerta para “o risco de se perder a sequência da frágil democracia”. Ouça a entrevista, clicando: 

 

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Dom Itamar Vian: situação do país na pauta dos bispos

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Aparecida (RV) – Última semana de trabalhos da  54ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, reunidos em Aparecida. Nosso enviado especial, Silvonei José, entrevistou o Arcebispo Emérito de Feira de Santana (BA), Dom Itamar Vian, que nos fala sobre o documento sobre os leigos, um dos temas desta Assembleia; sobre o documento “Pensando o Brasil” e sobre a nota a ser divulgada esta semana com o posicionamento da CNBB sobre a atual situação política vivida em nosso país. Clique para ouvir: 

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Recicle Óleo de Cozinha: projeto já produziu 200 litros de sabão

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Linhares (RV) - Mais de mil litros de óleo de cozinha usado foram arrecadados em doze comunidades da Paróquia São João Paulo II, em Linhares (ES), no âmbito do projeto ‘Recicle Óleo de Cozinha’. O número surpreendeu. Portanto, a campanha segue firme.

Produção de sabão

Segundo informações da Assessoria de Comunicação da Diocese de Colatina (ES), esse volume foi arrecadado em dois meses. Boa parte do óleo, que seria jogado no lixo ou no ralo da pia, se transformou em sabão. A equipe voluntária, formada por membros da própria paróquia, já produziu 200 litros de sabão líquido e uma amostra de sabão em barra. Segundo os responsáveis, esse primeiro lote foi distribuído a diversas famílias que assumiram a missão de testar o produto e dar um parecer quanto à qualidade.

Nesta terça-feira (12/04), a ação entrou numa nova fase, com a venda do sabão produzido. O valor é simbólico e destinado a pagar as despesas dos ingredientes e acessórios necessários para transformar o óleo em sabão, como soda cáustica, álcool, luvas e máscaras. O sabão pode ser adquirido na secretaria da paróquia, que fica no bairro Palmital, em Linhares.

A coleta de óleo continua!

A campanha ‘Recicle Óleo de Cozinha’ teve início em fevereiro, aproveitando o clima da Campanha da Fraternidade deste ano que tem como tema ‘Casa comum, nossa responsabilidade’, voltada para o meio ambiente. 

Os bons resultados alcançados em tão pouco tempo deram força para que a iniciativa se tornasse uma ação contínua. Portanto, todas as pessoas, inclusive de outras paróquias e denominações religiosas, são convidadas a participar. Para isso, basta entrar em contato com a equipe responsável pelos telefones (27) 3372-3228 e 99719-6525 ou levar o óleo usado até a secretaria paroquial. (MJ/Diocese de Colatina)

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Igreja na América Latina



Igrejas queimadas em terra mapuche: bispo condena violências

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Santiago do Chile (RV) – “São fatos profundamente dolorosos que comoveram a todos os habitantes de La Araucanía, incluido o povo mapuche”.  Foi o que afirmou o Arcebispo da Diocese chilena de Temuco, Dom Héctor Vargas, ao comentar ao jornal “El Demócrata”, as mais de cinco igrejas queimadas em terras mapuches nas últimas semanas. “Deve-se dar respostas às demandas do povo mapuche”, afirmou.

Ataques não atingem somente a Igreja, mas as populações

Para o prelado, as pessoas que executam este tipo de ataque, pertencem a grupos violentos, que não respeitam a institucionalidade tradicional, incluindo a do próprio povo mapuche. “Em La Araucanía – observa – existe uma rejeição à violência: desde o governo, empresarios, instituições. “Os templos queimados estão localizados em comunidades mapuche, inclusive foram construídos por eles próprios. Seus integrantes, como por exemplo os ‘loncos’, são os primeiros animadores das comunidades: realizam o catecismo, são missionários, sacerdotes. As pessoas estão muito pesarosas e atemorizadas. Esses ataques não atingem somente a Igreja, mas sim as próprias comunidades que ali participam”, explica.

Povo mapuche tem respeito pela vida

O bispo esclarece que quem executou os ataques, não os representa nem em espírito, cultura, nem em valores, porque “o povo mapuche é profundamente religioso”. Ele recorda também, que um dos elementos mais importantes da cosmovisão dos mapuches é o respeito pela vida e o bem viver, a convivência pacífica. “Tudo o que aconteceu não representa a sua identidade”, afirma o prelado.

Solidariedade

O bispado está em contado permanente com o governo regional. Ademais, recebeu a solidariedade de diversas agremiações e de simples individuos, que até mesmo se ofereceram para reconstruir as capelas destruídas.

Diálogo, solução para o conflito

O Bispo da Diocese de Temuco tem confiança de que o diálogo permitirá encontrar uma solução ao conflito em La Araucanía, principalmente través de uma mesa redonda da qual participam diversos setores, o que permite levantar propostas que nasçam do mundo político.

Um mundo onde a violência é legitimada

Para Dom Vargas, este satos de violencia servem para “sacudir” uma sociedade que perdeu a espiritualidade, a fraternidade, a capacidade de reconciliação e de dar o melhor de si. “Nos convertemos em uma sociedade muito agressiva e desprezamos e deixamos de lado, muitas vezes por razões ideológicas, valores fundamentais baseados na cultura cristã”, observou o líder religioso em Temuco. (JE/Aj)

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Igreja no Mundo



Patriarca Teófilo III agradece família real jordaniana por restauração do Santo Sepulcro

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Jerusalém (RV) – O Patriarca Ortodoxo de Jerusalém Teofilo III, em entrevista ao canal dos bispos italianos TV2000, agradeceu a iniciativa do rei da Jordânia, Abdullah II, por financiar a restauração do Sepulcro de Jesus na Basílica do Santo Sepulcro.

“Agradeço de coração à família real jordaniana por esta doação. Quero também recordar que esta família demonstrou respeito pelo Santo Sepulcro já desde os tempos do Califa Omar, em 600 d.C., portanto, uma grande tradição”, afirmou.

“A família hashemita do Rei da Jordânia – acrescentou  Teofilo III – é particularmente sensível e atenta à todas as religiões, em particular pelos cristãos. A dinastia jordaniana é um exemplo de convivência e liberdade entre o mundo muçulmano - do qual são diretamente descendentes – e as outras religiões".

A doação real de beneficência, chamada “makruma”, foi anunciada no último 10 de abril e a restauração será possível graças a um acordo entre as três principais confissões (greco-ortodoxos, latinos e armênios), que coexistem na basílica.

Um estudo científico realizado recentemente revelou que o local sofre de graves problemas de umidade ligados à "condensação da respiração dos visitantes", mas também da oxidação provocada pela fumaça das velas.

Para assistir o vídeo da entrevista ao TG2000, clicque https://youtu.be/q-dT8uH7ilk. (JE)

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Papa em Lesbos: o apoio da Caritas e do SJR

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Roma (RV) –  “A visita papal acontece num momento difícil para os refugiados, porque neste mês, como estabelece um acordo controverso, a União Europeia iniciou a expedir os novos refugiados para a vizinha Turquia”.

“Papa Francisco – frisa a Caritas Internacional – irá à ilha grega de Lesbos sábado, 16 de abril, e encontrará refugiados e migrantes vindos da Turquia pelo mar. Mais de 1 milhão de pessoas atravessaram a Grécia no ano passado e 1,5 mil neste ano. Quase metade delas chegou por Lesbos, a maior parte fugiu de guerras e da pobreza. Cerca de 55% são mulheres e crianças”.

Proteção

Visto o recente acordo, que prevê que os migrantes sejam expulsos da Grécia para a Turquia, a visita do Papa não poderia se realizar num momento melhor. “Este acordo viola o princípio de não-acolhimento de pessoas necessitadas de proteção”, afirma, por sua vez, o Serviço dos Jesuítas para Refugiados.

O jesuíta Padre Thomas H. Smolich, Diretor internacional do SJR, espera que “a visita de Francisco não represente apenas um sinal de esperança para os refugiados, mas constitua um estímulo concreto ao governo grego e a outros Estados europeus para que traduzam esta esperança na prática”.  

Pedido de asilo

“Para o futuro da Europa, os vários governos deveriam assegurar um acesso real à proteção a todos os refugiados, independentemente de sua nacionalidade; não colocá-los em detenção, mas reservar uma atenção especial às necessidades das pessoas particularmente vulneráveis, como menores desacompanhados; e examinar os pedidos de asilo caso por caso”.

Conforme dados oficiais, mais de 4 mil refugiados estão no Centro de Detenção de Moria e no Acampamento de Kara Tepe, sendo que mais de 1 mil são crianças, muitas desacompanhadas, e cujas condições foram denunciadas por organizações humanitárias.

Só nos primeiros três meses deste ano, 375 pessoas morreram na tentativa de atravessar o Mar Egeu, segundo dados da Organização Internacional de Migrações (OIM), um número muito superior ao do mesmo período de 2015, quando 31 perderam a vida.

(cm)

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Hieronimus II: Levantar barreiras não é a solução

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Atenas (RV) – O Arcebispo de Atenas e de toda a Grécia Hieronimus II, declarou durante um contro dom o Administrador de Tessalia, Konstantinos Agorastos, que “a Grécia não pode ser mais ser um depósito de seres humanos”. A informar foi o site grego de informações religiosas Dogma, que falando do encontro ocorrido na terça-feira entre o líder político e o religioso, traz outras declarações: “para a questão dos refugiados – sublinhou Agorastos – devemos fazer um esforço para o diálogo inter-religioso; para enfrentar esta situação a União das Regiões gregas está do lado da Igreja em oferecer todo o conforto possível”.

A região de Tessalia agradeceu o Arcebispo pela sua contribuição na questão dos refugiados: “a Igreja sempre ajuda quem está na necessidade e dá uma esperança”, concluiu Agorastos.

O Arcebispo, por sua vez, agradeceu a Agorastos, sublinhando que quer na região Tessalia como no resto da Grécia, “os bispos entenderam os problemas e tentaram resolvê-los”. “Deste modo os nossos esforços nos tornaram todos unidos”, afirmou, acrescentando que “todas as instituições juntas devem olhar em frente e esquecer as coisas do passado. O nosso país está em uma situação muito difícil; isto não diz respeito somente aos problemas da pobreza, do desemprego e da insegurança. O grande problema é a falta de visão, falta de esperança”. O Arcebispo concluiu a sua intervenção com uma reflexão apaixonada e dolorosa:

“O emblema desta falta de visão hoje é representado pela questão dos refugiados, problema que atinge a Grécia, mas que é de toda a Europa. Posicionar as cercas e as barreiras e proibir aos refugiados de ir a outros países, que são responsáveis por esta situação, não é a solução! O nosso papel hoje, o da Grécia, é muito difícil, a nossa vida se torna difícil, devemos mostrar amor por estas pessoas, mas se deve dizer a elas que a casa deles não pode ser aqui para todos, se deve procurar deixar estas pessoas irem onde querem, encontrar os seus entes queridos em outros países ou retornar para as suas terras. Este lugar não tem oportunidades por causa da crise, de oferecer a eles trabalho e tudo o que eles sonham”. (JE/Sismografo)

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Apelo dos bispos quenianos contra corrupção e divisões étnicas

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Nairóbi (RV) - A Conferência Episcopal do Quênia denunciou com veemência a corrupção no país africano e as alianças baseadas nas etnias: numa longa declaração difundida no último final de semana ao término de sua Plenária em Nairóbi, a Assembleia episcopal exorta o governo a enfrentar e erradicar tais vícios “para salvar a nação”.

“Um rápido olhar para a situação atual do nosso país revela algumas tendências e práticas perigosas que deveriam preocupar e surpreender todos aqueles que têm o Quênia a peito, pelo fato que os ideais e princípios pelos quais nossos antepassados combateram e deram a vida estão indo para o ralo”, lê-se no documento.

Corrupção, câncer que devora o país

Em seguida, os bispos descrevem a corrupção como “um câncer de está acabando com o país” e recordam as dramáticas consequências que dela derivam: pobreza, falta de tratamentos médicos e de estruturas escolares capazes de oferecer uma instrução de qualidade, desemprego juvenil, difusão de propinas.

Em seguida, recordando a visita do Papa Francisco à nação, em novembro de 2015, os prelados reiteram o apelo do Pontífice a “declarar guerra à corrupção, combatendo-a até o fim”.

Divisões étnicas são preocupantes

A Conferência Episcopal do Quênia denuncia também a corrupção dos magistrados, declarando-se “atônita” diante do fato que “aquelas mesmas instituições que têm as principais responsabilidade do país estejam se deteriorando por causa da corrupção”.

Quanto às tendências de radicalização étnica, os bispos consideram-nas “preocupantes”, em particular quando se verificam no seio de alianças políticas que “não se baseiam na união de indivíduos que partilham o mesmo ideal, mas na agregação de tribos, de modo a poder votar como um bloco único”.

Grave fenômeno do tribalismo

Mais ainda: quando alguém sofre sanção por uma ação delituosa, os conflitos étnicos se exasperam ulteriormente, como se as culpas do indivíduos derivassem da sua tribo de origem.

É também grave o tribalismo praticado “despudoradamente” nos condados, escrevem os bispos, desencadeando favoritismos no campo do trabalho: “Para ser empregados do Condado se deve ser de uma das tribos ou clãs dominantes”, afirma a Igreja no Quênia.

País não perca a esperança

Em vista das eleições gerais programadas no país da costa leste da África para 2017, os bispos exortam a Comissão eleitoral independente a “supervisionar o pleito porque, se for manchado pela corrupção e incompetência, colocará em perigo a democracia e o desenvolvimento do país”.

Por fim, a Conferência episcopal dirige-se diretamente aos quenianos e os exorta “a não perder a esperança” e a lutar, quer individualmente, quer coletivamente, contra “toda e qualquer forma de corrupção que destrói o tecido social do país”. (RL)

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Atualidades



Marajó: miséria e prostituição infantil. Como se vive na ilha?

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Cidade do Vaticano (RV) - Melgaço, no Arquipélago de Marajó, é o município com menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do país. Em uma escala que vai de 0 a 1, a cidade alcança 0,418. É  comum moradores viverem em palafitas, numa realidade em que falta quase tudo: saneamento, educação, saúde de qualidade e policiamento. O banheiro dos moradores é o rio. A cidade é isolada até mesmo do resto do Estado; para chegar a Melgaço, partindo de Belém, são necessárias pelo menos 16 horas de barco.  Mais de 96% desses moradores vivem com renda per capita inferior a meio salário mínimo. São 26 mil habitantes, dos quais 12 mil não sabem ler e nem escrever. 

A visita do Cardeal Cláudio Hummes

Como Presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia, o Cardeal Cláudio Hummes já visitou mais de 30 dioceses na região. Sua última viagem, em março deste ano, foi a Marajó. Levado pelo bispo, Dom José Luis Azcona, Dom Cláudio voltou consciente de que é preciso denunciar esta realidade ao Brasil e ao mundo. É ele mesmo que conta. Para ouvir, clique abaixo.:  

Desemprego e miséria

“Esta área é muito abandonada pelo poder público estadual e federal; praticamente não há investimentos. Melgaço é o município mais pobre do Brasil. O povo está muito aflito por falta de oportunidade de trabalho, não existe trabalho. O desemprego é colossal, não há investimentos ali. Os municípios não têm condições, porque não têm arrecadação, uma vez que não existe produção. Grande parte deste povo vive da bolsa família e às vezes de um ou outro aposentado que ajuda a sua parentela a sobreviver. Quando andamos por Melgaço, à beira do rio, vemos as pessoas andando, ou sentadas em casa, porque não existe trabalho. É muito triste”.

Bandidagem e impunidade

“Além disso, há uma boa dose de bandidagem, cada vez maior, porque a vigilância policial é pouquíssima ou nula, praticamente a segurança é nula. A própria polícia diz ‘não temos nenhuma infraestrutura, não temos gente, não temos barco, não temos combustível para os barcos; não conseguem atender nada. Os rios são como as nossas grandes estradas. As nossas rodovias, lá são os rios, que fazem todo o transporte. Que se fizesse vigilância de tudo aquilo que ocorre nesses rios, mas não existe nada. Aquilo é um abandono colossal”.

Prostituição infantil

“Uma das coisas piores que existe é a exploração sexual das crianças, o que é feito nas grandes balsas de transporte daqueles rios, e onde a pobreza das famílias que não têm como se sustentar chega a oferecer muitas vezes as suas crianças ou não fazem nada para evitar, porque estas crianças buscam um pouco de comida ou alguma coisa nestas balsas, em troca de serem abusadas sexualmente por este pessoal que passa ali”.

A Igreja presente 

“Também existe uma bandidagem crescente de bandidos que simplesmente assaltam barcos e barquinhos para roubar. E o povo não tem com o que se defender, não tem polícia a quem apelar; e se apela, a polícia diz ‘não temos como chegar lá’. É uma impunidade inaceitável, intolerável. E vai assim... O único que cuida do povo é o bispo local. E o povo aplaude muito; em todo lugar onde Dom Azcona chega o povo aplaude, porque é o único que de fato se interessa por cuidar daquele povo. É a Igreja”. 

Dom Cláudio Hummes é também Presidente e fundador da Rede Eclesial Pan-amazônica, a REPAM.

(CM)

 

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Jubileu: índios na Amazônia também têm sua Porta Santa

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Cidade do Vaticano (RV) – A edição desta quarta-feira (13/04) do Programa “Porta Aberta no Ano da Misericórdia” é dedicada à 54ª Assembleia Geral do episcopado brasileiro.

O correspondente da Rádio Vaticano, Silvonei José, entrevistou inúmeros participantes que falaram das iniciativas em suas dioceses promovidas por ocasião deste Ano Jubilar.

Começamos pelo anfitrião da Assembleia, a Arquidiocese de Aparecida. O reitor do Santuário Nacional, Pe. João Batista de Almeida, fala da Porta Santa do templo.

Quem também tem sua Porta Santa são os índios da região amazônica. Ouça as entrevistas com a Assessora da Comissão Episcopal para a Amazônia, Ir. Irene Lopes, com o Arcebispo de Porto Velho (Rondônia), Dom Roque Paloschi, e com o Bispo de Marabá (Pará), Dom Vital Corbellini.

Os outros entrevistados desta edição são o Bispo de Goiás, Dom Eugênio Rixen, e o Arcebispo de Feira de Santana, Dom Itamar Vian.

(BF)

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