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Sumario del 14/04/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Papa: a docilidade ao Espírito leva avante a Igreja, não a lei

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Cidade do Vaticano (RV) - É preciso ser dóceis ao Espírito Santo, não apresentar resistência. Foi o que destacou Francisco na Missa celebrada na manhã de quinta-feira (14/04) na capela da Casa Santa Marta.

 

Em sua homilia, o Papa se inspirou na primeira leitura, extraída dos Atos dos Apóstolos, em que Filipe evangeliza o etíope, alto funcionário da rainha Candace.

Não resistir ao Espírito com a desculpa da fidelidade à lei

O protagonista deste encontro, de fato, não é Filipe nem mesmo o etíope, mas o próprio Espírito. “É Ele que faz as coisas. É o Espírito que faz nascer e crescer a Igreja”:

“Nos dias passados, a Igreja nos propôs o drama da resistência ao Espírito: os corações fechados, duros, tolos, que resistem ao Espírito. Viam os fatos – a cura do paralítico feita por Pedro e João na Porta Formosa do Templo; as palavras e as grandes coisas que fazia Estêvão... – mas ficaram fechados a esses sinais do Espírito e resistiram a Ele. E buscavam justificar essa resistência com uma suposta fidelidade à lei, isto é, à letra da lei”.

Hoje, disse o Papa referindo-se às Leituras, “a Igreja nos propõe o oposto: não a resistência ao Espírito, mas a docilidade a Ele, que é justamente a atitude do cristão”. “Ser dóceis ao Espírito – reiterou – e esta docilidade faz de modo que o Espírito possa agir e ir avante para construir a Igreja”. O Pontífice citou Filipe, um dos Apóstolos, “atarefado como todos os bispos, e aquele dia certamente tinha os seus planos de trabalho”. Mas o Espírito lhe diz para deixar de lado o que havia programado e ir ao encontro do etíope, “e ele obedeceu”. Francisco então ilustrou o encontro entre Filipe e o etíope, ao qual o Apóstolo explica o Evangelho e a sua mensagem de salvação. O Espírito, disse, “trabalhava no coração do etíope”, oferece a ele “o dom da fé e este homem sentiu algo de novo no seu coração”. E, ao final, pede para ser batizado, pois foi dócil ao Espírito Santo.

A docilidade ao Espírito nos doa alegria

“Dois homens – comentou o Papa –: um evangelizador e um que não sabia nada de Jesus, mas o Espírito tinha semeado uma curiosidade saudável e não aquela curiosidade das fofocas”. E no final o eunuco prossegue o seu caminho com alegria, “a alegria do Espírito, à docilidade ao Espírito”:

“Ouvimos nos dias passadas o que faz a resistência ao Espírito; hoje temos o exemplo de dois homens que foram dóceis à Sua voz. E o sinal é a alegria. A docilidade ao Espírito é fonte de alegria. ‘Mas eu gostaria de fazer algo, isso… Mas sinto que o Senhor me pede outra coisa. A alegria encontrarei lá, onde há o chamado do Espírito!’”.

A docilidade ao Espírito leva avante a Igreja

O Papa prosseguiu propondo uma bela oração para pedir esta docilidade, que pode ser encontrada no Primeiro Livro de Samuel. Trata-se da oração que o sacerdote Eli sugere ao jovem Samuel, que à noite ouvia uma voz que o chamava: “Fala, Senhor, que o teu servo escuta”:

“Esta é uma bela oração que nós podemos fazer sempre: ‘Fala, Senhor, porque teu servo escuta’. A oração para pedir esta docilidade ao Espírito Santo e com esta docilidade levar avante a Igreja, ser os instrumento do Espírito para que a Igreja possa prosseguir. ‘Fala, Senhor, que o teu servo escuta’. Rezemos assim, várias vezes por dia: quando temos uma dúvida, quando não sabemos ou quando simplesmente quisermos rezar. E com esta oração pedimos a graça da docilidade ao Espírito Santo”. 

(BF)

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Papa: vivemos numa cultura muitas vezes hostil ao Evangelho

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (14/04), na Sala do Consistório, no Vaticano, trinta e cinco membros da Comunidade do Pontifício Colégio Escocês, em Roma, por ocasião do quarto centenário de transformação do instituto num seminário para a formação sacerdotal.

“Este aniversário é rico de significado, não somente pelos muitos anos transcorridos, mas sobretudo porque recordamos a fidelidade dos dezesseis homens que, em 11 de março de 1616, manifestaram sua determinação em retornar à Escócia como sacerdotes a fim de pregar o Evangelho. Aquela decisão nasceu do sangue de um mártir”, disse o Papa em seu discurso. 

O martírio de São João Ogilvie, cuja condenação teve como objetivo reduzir ao silêncio a fé católica, foi um incentivo para a sua promoção e a defesa da liberdade da Igreja de permanecer em comunhão com a Sé de Pedro. 

“O sim proclamado pelos dezesseis homens quatrocentos anos atrás foi eloquente, não simplesmente por suas boas intenções, mas porque eles perseveraram e se prepararam bem, retornando à Escócia para enfrentar as dificuldades que os esperavam, não obstante isso significasse se tornar mártires. A deles foi uma vida que aspirava àquela alegria e àquela paz que somente Cristo podia oferecer. Olhando vocês hoje, podemos ver que, mediante a graça de Deus o martírio de São João e a coragem dos dezesseis homens deram frutos em sua Pátria amada”, disse Francisco.

O Papa recordou que também nós vivemos em tempos de martírio, numa cultura muitas vezes hostil ao Evangelho. O Santo Padre exortou a Comunidade do Pontifício Colégio Escocês a ter o mesmo espírito de dedicação que tiveram os seus predecessores. 

“Amem Jesus acima de todas as coisas! Façam de modo que o seu sim seja marcado pela resolução firme de se doar completamente à formação sacerdotal, de modo que o seus anos em Roma possam preparar vocês para o retorno à Escócia a fim de oferecer plenamente a sua vida. Se vocês tiverem o mesmo ardor de seus irmãos de quatro séculos atrás, o mesmo amor pela Igreja e pela Escócia, vocês farão honra à história e aos sacrifícios que hoje recordamos. Vocês se tornarão em nossos dias um sinal para o povo escocês, especialmente para os jovens, quando os  encontrarem na vida cotidiana, quando forem aos que estão distantes de Cristo”.
 
Mostrem a eles, a cada um e a todos, que Deus está sempre conosco e que a sua misericórdia permanece para sempre. 

Neste Jubileu da Misericórdia peço ao Senhor para que lhes dê a coragem e a graça de ser fieis à sua vontade, dedicando-se à oração, amando Jesus especialmente na Eucaristia, e confiando vocês mesmos à proteção de Maria, nossa Mãe. (MJ)

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Visita do Papa a Lesbos será estritamente humanitária e ecumênica

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Cidade do Vaticano (RV) - Foi apresentada na manhã desta quinta-feira (14/04), na Sala de Imprensa da Santa Sé, a visita do Papa Francisco no próximo sábado (16/04) à ilha grega de Lesbos, onde o Santo Padre expressará “proximidade e solidariedade tanto aos refugiados quanto aos cidadãos da ilha e a todo o povo grego, tão generoso no acolhimento”, disse o próprio Pontífice ao término da audiência geral desta quarta-feira, realizada na Praça São Pedro.

Estarão com o Papa também o Patriarca ecumênico de Constantinopla Bartolomeu I, e o Arcebispo de Atenas e toda a Grécia Hieronymos.

Na coletiva, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, fez questão de ressaltar que a visita do Papa é de caráter estritamente humanitário e ecumênico. A colega Bianca Fraccalvieri esteve na coletiva desta manhã e da Sala de Imprensa nos traz os detalhes: 

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Ruim para todos: situação em Lesbos é explosiva, diz bispo

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa encontrará em Lesbos, sábado (16/04) uma situação difícil, ‘quase explosiva’, adianta o Presidente do Episcopado grego, o bispo Fragkiskos Papamanolis. 

“A situação não é pacífica e não sei como vai evoluir. Todos têm razão: os refugiados, porque não resistem à situação desumana dos centros de acolhimento. Os moradores, porque temem as reações violentas dos refugiados, como saques ao comércio de gêneros alimentícios. O pior é que os habitantes estão começando a comprar armas. Um vendedor de artigos de caça, entrevistado pela TV, disse que em um mês vendeu mais espingardas do que em um ano. E o governo também tem razão, porque não pode, economicamente, fazer o que seria necessário; as caixas do Estado estão vazias”.

O bispo assinala ainda que “está iniciando a estação do turismo nas ilhas, o que para muitos é a única fonte de renda, mas que com esta situação, os turistas estão cancelando as reservas. O prejuízo econômico é enorme para a economia nacional. A crise econômica esvazia as carteiras de todos, inclusive da Igreja Católica. Somos obrigados a fechar algumas obras sociais e até a interromper atividades pastorais”.

Entretanto, as autoridades gregas preparam um forte esquema de segurança para a chegada do Papa. Francisco desembarcará na ilha para se encontrar com refugiados e segundo a emissora pública ERT, será recebido pelo primeiro-ministro, Alexis Tsipras. Durante sua permanência, ele estará acompanhado do Patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, o que também dará a visita um caráter ecumênico.

Segundo a ERT, Francisco não usará o 'papamóvel' e fará seus deslocamentos com as demais autoridades religiosas.

Conforme dados oficiais, mais de 4.000 refugiados estão no Centro de Detenção de Moria e no Acampamento de Kara Tepe, sendo que mais de 1.000 são crianças, muitas desacompanhadas.

(CM)

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Papa ordenará 11 novos sacerdotes

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Cidade do Vaticano (RV) – No próximo domingo, 17 de abril, IV Domingo de Páscoa e 53º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, o Papa Francisco presidirá uma celebração na Basílica de São Pedro, às 9h15, com a ordenação presbiteral  de 11 diáconos. Não está prevista transmissão com comentários em português da Rádio Vaticano.

Concelebrarão com o Pontífice o Cardeal Vigário Agostino Vallini, o Vice-regente da Diocese de Roma, Arcebispo Filipo Ianonne, os Bispos Auxiliares de Roma com o Bispo eleito Dom Gianrico Ruzza, os Superiores dos Seminários interessados e os párocos dos ordenandos.

Nove dos diáconos receberam formação nos seminários diocesanos: quatro no Colégio Diocesano Missionário “Redemptoris Mater”, três no Pontifício Seminário Romano Maior, um no Almo Colégio Capranica e outro no Seminário de Nossa Senhora do Divino Amor. Dos outros dois, um pertence à Congregação dos Rogacionistas do Coração de Jesus – Firas A Kidher, nascido em 1977 em Bagdá (Iraque) -  e o outro à Congregação do Oratório de São Filipe Néri (Oratorianos) – Marco Paglisvvia, nascido em 1983 em Villanova di Cepagatti (Pescara).

Em preparação ao Dia Mundial a ser celebrado no domingo, na quinta-feira, às 20h30min na Basílica São João de Latrão, o Cardeal Agostino Vallini presidirá uma vigília diocesana de oração pelas vocações. O encontro terá os testemunhos dos ordenandos e catequeses inspiradas  no versículo do Salmo 17 “A tua misericórdia me fez crescer, abriu o caminho para os meus passos”.

O mais jovem dos nove diáconos que exercerão o ministério presbiteral na Diocese de Roma é Andrea Calamita, romano nascido em 1990, do Pontifício Seminário Romano Maior. (JE)

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Mostra recorda 30 anos do histórico abraço entre João Paulo II e o Rabino Toaff

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Roma (RV) – O diálogo e o respeito recíproco foram o objetivo e a importante mensagem do Papa João Paulo II e do Rabino Elio Toaff, que exatamente há 30 anos se abraçaram na frente da Sinagoga de Roma. Para recordar estes dois corajosos religiosos, a um ano da morte do rabino, foi inaugurada na quarta-feira,13, no Museu Judaico, uma mostra intitulada “1986-2016. Trinta anos do histórico abraço entre o Papa João Paulo II e o Rabino Elio Toaff”.

“Não tanto a mostra, em si mesma, tem importância, mas o símbolo daquilo que queremos representar, sobretudo, o abraço físico que hoje se torna momento ideal de acolhida, de escuta e de compreensão”, declarou à Adnkronos Ruth Dureguello, Presidente da Comunidade Judaica de Roma, durante a inauguração da mostra.

Aquele foi “um gesto corajoso que há trinta anos marcou uma reviravolta nas relações entre o mundo judaico e cristão – acrescentou Ruth – e que hoje se torna não somente um percurso, mas sobretudo um alerta para as futuras gerações. Um exemplo a ser seguido, uma pedra angular daquilo que deve ser a educação e a formação, assim como as relações entre os povos e as pessoas”.

A curadora da mostra, Lia Toaff, neta do Rabino, explicou que a iniciativa revela também o longo processo que levou àquele histórico encontro – foi a primeira visita de um Pontífice à Sinagoga -  em 13 de abril de 1986. “É muita emoção, porque cada vez que organizo alguma coisa - e já aconteceu isto antes - que diz respeito à figura do meu avô, devo rever todas as suas cartas, reorganizá-las, ler os seus relatos. Assim, a emoção é muita, é algo que me toca de perto, é doloroso reviver aquilo que eles nos contava, aos seus netos, pessoalmente. Este acontecimento nos contou sempre como algo de excepcional, uma coisa de que ele estava muito orgulhoso. É para mim – acrescentou – importante reviver esta experiência lendo os escritos de meu avô”.

“Para mim, acima de tudo é “meu avô” – sublinhou Lia – o que ele fez pela coletividade todos o sabem e aquilo que ele construiu, o diálogo que aconteceu em seguida, a carta de João Paulo II aqui exposta pelos 80 anos de meu avô, uma carta que ilumina precisamente aquilo que fizeram para construir este importante diálogo. Somente estes documentos expressam a importância quer do 30º aniversário do abraço, assim como o primeiro aniversário da morte de meu avô, e acredito que não poderia haver momento melhor para organizar esta mostra”.

O filho do Rabino, Daniel, recordou a emoção e as preocupações daquele encontro: “Emoção sim, mas também preocupação, porque meu pai tinha consciência da importância histórica da visita do Papa á Sinagoga. Recordo também que eu estava presente no colóquio privado entre meu pai e o Papa Wojtyla, também porque eu deveria fazer uma reportagem para a RAI”.

Na inauguração da mostra, também estava presente o Rabino Chefe de Roma, Riccardo di Segni, que recordou como “aquele abraço foi a tradução mediática dos passos em frente dados pelos cristãos em relação ao judaísmo com o Concílio Vaticano II e os documentos sucessivos”. “Foi importante – acrescentou – porque mudou na consciência geral a relação entre cristianismo e judaísmo, mas foi um passo difícil. Toaff me disse que vinha o Papa na Sinagoga e era necessário entender e gestir o evento – recordou Di Segni. Esta mostra preserva a memória e quer ser uma mensagem de convivência e de respeito recíproco”.

A mostra - que recolhe fotografias, documentos, escritos do próprio Rabino Toaff e jornais da época – nasce da colaboração entre a Comunidade Judaica de Roma e os Correios italianos.

(JE/Adnkronos)

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Mozart nas homenagens aos 89 anos de Bento XVI

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Cidade do Vaticano (RV) –  No próximo sábado, 16 de abril, o Papa Emérito Bento XVI completará 89 anos. E a comemoração, será com música, na presença, entre outros, do irmão mais velho do Pontífice, Mons. Georg Ratzinger, que em 15 de janeiro completou 92 anos.

De fato, às 18 horas, será realizado um concerto na Sala Assunta da Palazzina Leão XIII, no Vaticano. A Orquestra Filarmônica de Franciacorta, responsável pelo concerto,  executará 3 dos seis quartetos de arcos que Wolfang Amadeus Mozart dedicou ao amigo Franz Joseph Haydn, e considerada entre as obras de mais alto nível que o compositor de Salzburg realizou na maturidade.

A Filarmônica de Franciacorta (região italiana de colina entre Bréscia e a extremidade do Lago de Iseo) executará o quarteto k387 (número 14) em Sol Maior; uma seleção do k421 (15) em Ré menor e do k428 (16) em Mi Bemol Maior. O Maestro Edmondo Mosè Savio dirigirá os quartetos mozartianos.

Não resta dúvida, de que é um presente que agradará ao Papa Emérito, visto sua paixão pela música de Mozart, como ele mesmo declarou em seu discurso de agradecimento para a conferência de duas láureas honoris causa por parte da Pontifícia Universidade  “João Paulo II” de Cracóvia e da Academia de Música de Cracóvia, em 4 de julho de 2015.

Na ocasião, o Pontífice recordou como “permanece indelevelmente impresso na minha memória como, por exemplo, apenas começassem a tocar as primeiras notas da Missa de coroação de Mozart, o céu quase que se abria e se experimentava profundamente a presença do Senhor”. (JE/Il Sismógrafo)

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Igreja no Brasil



Assembleia CNBB: aprovados documentos sobre leigos e situação Brasil

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Aparecida (RV) – Neste penúltimo dia de trabalhos da 54ª Assembleia Geral (AG) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, em Aparecida, SP a Santa Missa na Basílica Nacional foi presidida por Dom Alberto Taveira Correa, Arcebispo de Belém, PA. Concelebraram os bispos do Regional Norte 2. 

Ontem tivemos a aprovação do documento final desta Assembleia, “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na Sociedade. Sal da terra e luz do mundo”. A partir da publicação posterior desse documento, as comunidades, paróquias e dioceses do Brasil terão um novo referencial da reflexão da Igreja sobre a identidade e a atuação dos leigos.

A Presidência da CNBB, o Arcebispo de Brasília (DF) e Presidente, Dom Sergio da Rocha; o Arcebispo de Salvador (BA) e Vice-presidente, Dom Murilo Krieger; o Bispo auxiliar de Brasília e Secretário Geral, Dom Leonardo Steiner, apresentará à imprensa na tarde de hoje os resultados da 54ª Assembleia Geral da CNBB.

A Presidência divulgará a Declaração da CNBB sobre o momento nacional e o Documento sobre o Laicato, aprovados pelo episcopado brasileiro no decorrer dos dez dias da Assembleia Geral.

Sobre o documento do momento nacional nós ouvimos o Arcebispo de Palmas, TO, Dom Pedro Brito....

Sobre o Documento do Laicato, eis o que nos disse dom Mauro Aparecido dos Santos, Arcebispo de Cascavel....

Ainda durante os trabalhos de ontem, quarta-feira, Dom Ignatius Kaiagama pediu, aos bispos brasileiros, solidariedade fraterna e denunciou a situação na Nigéria. O arcebispo de Jos e presidente da Conferência Episcopal da Nigéria, pediu à Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) solidariedade fraterna à situação dos cristãos perseguidos no país do continente africano.

“Quando falo às pessoas vejo que não há informações suficientes sobre nós. Muitos não têm ideia do que acontece do outro lado do mundo”, disse aos bispos. 

Após informar que na Nigéria há apenas 54 dioceses e que o número de bispos não chega a 70, dom Kaiagama apontou os muitos problemas enfrentados pelo país. “Há o extremismo religioso, promovido pelo grupo Boko-Haram, islâmico terrorista, e o problema de conflitos étnicos no país. A pobreza é a consequência destes dois problemas. Há, inclusive, um caso de uma diocese que rejeitou o próprio bispo, por ele não possuir a mesma etnia”, relatou.

Segundo o bispo, “a Conferência de Bispos da Nigéria é a voz dos que não têm voz”. 

 Desde 2009, o grupo islâmico terrorista conseguiu conquistar uma parte do Nordeste da Nigéria, onde estabeleceram o seu Califado. Dom Kaiagama recordou que há dois anos,  219 meninas foram captadas e ainda estão mantidas em cativeiro.

“Além de castigar e matar os cristãos, o grupo terrorista islâmico ataca os próprios mulçumanos, dificultando os seus momentos de oração. Até o presente, duas dioceses foram atingidas, com as atividades deste grupo.  Atualmente, centenas de milhares de pessoas estão desalojadas. Conventos e paróquias foram fechados. O Seminário menor foi queimado. A minha Igreja, na arquidiocese de Jos, foi atacada e muitas pessoas foram mortas”, denunciou.

Mesmo neste contexto, o arcebispo observa que há muitos mulçumanos abertos ao diálogo e que são moderados. Porém, ressalta que o grupo terrorista islâmico, Boko-Haram, por sua vez, é irracional e insensível, indisposto ao diálogo.  “Muitos cristãos têm a tentação de querer lutar com os mulçumanos, quando tentamos proteger a nossa fé e a identidade cristã. Não podemos nos fechar em nós mesmos”, disse.

Dom Kaiagama agradeceu o programa Igreja que sofre, que fez o convite para que ele viesse ao Brasil. “Eles têm dado grande ajuda à formação dos catequistas e seminaristas, que são quatro mil ao todo no país”, contou. 

De Aparecida, SP, para a Rádio Vaticano, Silvonei José.

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Assembleia da CNBB: aprovado o documento dos leigos

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Aparecida (RV) – Penúltimo dia de trabalhos da 54ª Assembleia Geral (AG) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, em Aparecida, SP. Como de costume o dia teve início com a Santa Missa na Basílica Nacional, hoje presidida por Dom Alberto Taveira Correa, Arcebispo de Belém, PA. Concelebraram os bispos do Regional Norte 2. 

Ontem tivemos a aprovação do documento final desta Assembleia, “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na Sociedade. Sal da terra e luz do mundo”. A partir da publicação posterior desse documento, as comunidades, paróquias e dioceses do Brasil terão um novo referencial da reflexão da Igreja sobre a identidade e a atuação dos leigos.

Sobre o documento nós ouvimos Dom Orlando Brandes, Arcebispo de Londrina e membro da Comissão para o tema central....

Na manhã de ontem tivemos durante uma sessão de trabalhos a exposição sobre a questão indígena no País feita por Egon Heck, do secretariado do CIMI (Conselho Indigenista Missionário), organismo da CNBB. Ele recordou que a convicção que amadureceu nos “44 anos de militância junto aos povos indígenas, da maioria das regiões do país, é a de que de fato não existe espaço de sobrevivência e dignidade para os povos indígenas no atual modelo neoliberal”.

Tivemos ontem um breve informe sobre a celebração dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida. Como todos sabem, a imagem milagrosa de Nossa Senhora Aparecida foi encontrada no rio Paraíba do Sul no ano de 1717 e, portanto, em 2017 a aparição da imagem completará 300 anos.

O Arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Orani Tempesta também falou ontem em plenário sobre os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos no Rio de Janeiro. Ele disse que será montada na Vila Olímpica uma capela inter-religiosa, com a nomeação de um padre que ficará responsável para coordenar os trabalhos. “Os atletas do mundo inteiro terão lugar de culto, de celebração conforme a religião de cada um. Nós estamos com essa responsabilidade. A Igreja Católica está muito à vontade em ter esse trabalho devido ao nosso relacionamento não só com os irmãos cristãos, mas também com outras religiões”, declarou. Além disso, nas igrejas próximas aos locais onde vão acontecer os jogos estão previstas celebrações em outros idiomas como forma de acolher atletas e turistas.

No final da última sessão, os bispos voltam a ter informações sobre o projeto “Comunhão e Partilha” da CNBB, que surgiu na assembleia geral de 2012 com a finalidade de criar e administrar um fundo financeiro para ajudar na formação dos futuros padres nas dioceses e prelazias. Dom Alfredo Shaffler, bispo de Parnaíba (PI), foi presidente da Comissão e continua membro da mesma. Ele diz que no ano que vem, 2017, quando o projeto completará cinco anos, os bispos vão fazer uma avaliação da iniciativa.

A CNBB divulgou, na tarde de ontem, quarta-feira, a mensagem para as eleições municipais deste ano. O texto foi aprovado durante a Assembleia Geral. Os bispos dirigem ao povo brasileiro "uma mensagem de esperança, ânimo e coragem". 

A mensagem aborda o momento atual, ressalta o papel dos leigos como sujeitos na política e apresenta os critérios que podem ajudar os brasileiros a escolher seus prefeitos e vereadores neste ano.

Os cristãos leigos e leigas – destaca a mensagem - não podem “abdicar da participação na política” (Christifideles Laici, 42). A eles cabe, de maneira singular, a exigência do Evangelho de construir o bem comum na perspectiva do Reino de Deus. Contribui para isso a participação consciente no processo eleitoral, escolhendo e votando em candidatos honestos e competentes. Associando fé e vida, a cidadania não se esgota no direito-dever de votar, mas se dá também no acompanhamento do mandato dos eleitos.

As eleições municipais têm uma atração e uma força próprias pela proximidade dos candidatos com os eleitores. Se, por um lado, isso desperta mais interesse e facilita as relações, por outro, pode levar a práticas condenáveis como a compra e venda de votos, a divisão de famílias e da comunidade. Na política, é fundamental respeitar as diferenças e não fazer delas motivo para inimizades ou animosidades que desemboquem em violência de qualquer ordem.

Para escolher e votar bem é imprescindível conhecer, além dos programas dos partidos, os candidatos e sua proposta de trabalho, sabendo distinguir claramente as funções para as quais se candidatam.

É fundamental considerar o passado do candidato, sua conduta moral e ética e, se já exerce algum cargo político, conhecer sua atuação na apresentação e votação de matérias e leis a favor do bem comum. A Lei da Ficha Limpa há de ser, neste caso, o instrumento iluminador do eleitor para barrar candidatos de ficha suja. 

É preciso estar atento aos custos das campanhas.

A compra e venda de votos e o uso da máquina administrativa nas campanhas constituem crime eleitoral que atenta contra a honra do eleitor e contra a cidadania. Exortamos os eleitores a fiscalizarem os candidatos e, constatando esse ato de corrupção, a denunciarem os envolvidos ao Ministério Público e à Justiça Eleitoral, conforme prevê a Lei 9840, uma conquista da mobilização popular há quase duas décadas.

A Igreja Católica não assume nenhuma candidatura, mas incentiva os cristãos leigos e leigas, que têm vocação para a militância político-partidária, a se lançarem candidatos.

De Aparecida, SP, para a Rádio Vaticano, Silvonei José.

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Igreja na América Latina



Argentina: Semana dos Povos Indígenas

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Buenos Aires (RV) - Realiza-se na Argentina, de 19 a 25 deste mês, a Semana dos Povos Indígenas.

A iniciativa, promovida pela Comissão Episcopal Pastoral para os Indígenas, tem como objetivo manifestar solidariedade e proximidade a todos os povos indígenas da Argentina.
 
Autodeterminação dos povos indígenas

A Semana dos Povos Indígenas intitulada “Autodeterminação: o direito de ser e de ter” tem como objetivo reivindicar a cultura e os direitos desses povos. O período escolhido para a realização da iniciativa não é casual: em 19 de abril de 1940, realizou-se em Patzcuaro, no México, o primeiro congresso indígena americano, com a finalidade de salvaguardar e perpetuar as culturas indígenas em todo o continente.

“Recentemente, o Papa Francisco, com sua humildade, pediu desculpas aos povos indígenas do Chiapas, no México, pela exclusão sistemática e estrutural que sofreram da parte da sociedade”, disse o Bispo de Reconquista, Dom Angelo Macín, presidente da comissão.

Indígenas excluídos da sociedade

“Uma situação que se verificou também na Argentina”, afirmou o prelado. “Reconhecemos o nosso silêncio e a nossa cumplicidade neste processo histórico e pedimos perdão pela nossa falta de testemunho evangélico”, disse ainda Dom Macín. O bispo recordou também “a presença e a obra de muitos cristãos, de muitos homens e mulheres de boa vontade que lutaram e continuam lutando pelos direitos dos povos indígenas”. 

Salvaguarda da Criação

“Precisamos aprender dos povos indígenas a cuidar do ambiente, de nossa casa comum, numa ótica de dialogo intercultural e respeitoso”, sublinhou o Bispo de Reconquista, desejando que a Semana dos Povos Indígenas conscientize as pessoas sobre a responsabilidade para com toda a população indígena do país e promova um comportamento ativo arraigado na fé em Cristo, rosto da misericórdia de Deus Pai.” (MJ)

 

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Igreja no Mundo



Dom Kaiagama leva a Nigéria aos bispos brasileiros

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Aparecida (RV) – O arcebispo de Jos e Presidente da Conferência Episcopal da Nigéria, Dom Ignatius Kaiagama, pediu à Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nesta quarta-feira (13/04) solidariedade fraterna com a situação dos cristãos perseguidos no país do continente africano. “Quando falo às pessoas vejo que não há informações suficientes sobre nós. Muitos não têm ideia do que acontece do outro lado do mundo”, disse aos bispos. 

Após informar que na Nigéria há apenas 54 dioceses e que o número de bispos não chega a 70, Dom Kaiagama apontou os muitos problemas enfrentados pelo país. “Há o extremismo religioso, promovido pelo grupo Boko-Haram, islâmico terrorista, e o problema de conflitos étnicos no país. A pobreza é a consequência destes dois problemas. Há, inclusive, um caso de uma diocese que rejeitou o próprio bispo, por ele não possuir a mesma etnia”, relatou.

Segundo o bispo, “a Conferência de Bispos da Nigéria é a voz dos que não têm voz”.

Desde 2009, o grupo islâmico terrorista conseguiu conquistar uma parte do Nordeste da Nigéria, onde estabeleceram o seu Califado. Dom Kaiagama recordou que há dois anos,  219 meninas foram captadas e ainda estão mantidas em cativeiro.

“Além de castigar e matar os cristãos, o grupo terrorista islâmico ataca os próprios mulçumanos, dificultando os seus momentos de oração. Até o presente, duas dioceses foram atingidas com as atividades deste grupo.  Atualmente, centenas de milhares de pessoas estão desalojadas. Conventos e paróquias foram fechados. O Seminário menor foi queimado. A minha Igreja, na arquidiocese de Jos, foi atacada e muitas pessoas foram mortas”, denunciou.

Mesmo neste contexto, o arcebispo observa que há muitos mulçumanos abertos ao diálogo e que são moderados. Ressalta, no entanto, que o grupo terrorista islâmico, Boko-Haram, por sua vez, é irracional e insensível, indisposto ao diálogo.  “Muitos cristãos têm a tentação de querer lutar com os mulçumanos, quando tentamos proteger a nossa fé e a identidade cristã. Não podemos nos fechar em nós mesmos”, disse.

Dom Kaiagama agradeceu a Fundação ‘Ajuda à Igreja que Sofre’, que fez o convite para que ele viesse ao Brasil. “Eles têm dado grande ajuda à formação dos catequistas e seminaristas, que são quatro mil em todo o país”, contou.

(CM-CNBB)

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Caritas: Congresso sobre migrações em Dacar

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Dacar (RV) - As Caritas do Sahel, do Norte da África e da Europa realizam em Dacar, no Senegal, de 19 a 21 deste mês, um congresso sobre migração. 

Um dos objetivos do encontro é formular propostas para políticas migratórias que superem a abordagem atual baseada unicamente na segurança, através de uma parceria entre Estados africanos e europeus.

Crise migratória e direitos humanos

A conferência é promovida pela Caritas Senegal e pelo Secours Catholique/Caritas France sobre o tema “Crise migratória e direitos humanos. Que papeis e qual ação para as Caritas do Sahel, do Norte da África e da Europa”? Participam do evento os representantes das Caritas da África Ocidental (Burkina Faso, Mali, Níger, Senegal), do Norte da África (Argélia, Marrocos e Tunísia) e da Europa (Alemanha, Espanha, França, Itália e Bélgica).

Segundo um comunicado da Agência Fides, “a África em geral, e o Norte da África, em particular, foram projetados no cenário internacional depois que a gestão das dinâmicas migratórias em torno do Mediterrâneo assumiu uma forma policial. Uma gestão marcada pelos limites da abordagem adotada com dramas recorrentes, cujo número de vítimas é alucinante”.

Diante desse drama, as Caritas pretendem se comprometer, através de suas redes territoriais, com um método coerente, envolvendo os organismos Caritas num esquema complementar, capaz de oferecer soluções duradouras e influenciar de forma positiva a formulação de políticas migratórias na África e Europa. (MJ)

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Recordados 25 anos de reconstituição da Igreja Católica na Federação Russa

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Moscou (RV) – Foram recordados neste 13 de abril, os 25 anos de reconstituição das estruturas católicas da Federação Russa, por desejo de São João Paulo II. Era, de fato 13, de abril de 1991, quando após 70 anos de clandestinidade, a Igreja Católica na Rússia ganhou nova vida. Por outro lado, na esteira do histórico encontro realizado em Havana em fevereiro passado entre o Papa Francisco e o Patriarca Kirill, uma delegação bilateral da Arquidiocese da Mãe de Deus, em Moscou, e da Igreja Ortodoxa russa, realizou nos dias 6 e 7 de abril uma visita ao Líbano e à Síria, com o objetivo de promover iniciativas, coordenar as ajudas e apoiar os cristãos em dificuldades. A este respeito falou à Rádio Vaticano o Arcebispo Católico de Moscou Dom Paolo Pezzi:

“Tivemos a possibilidade de visitar algumas igrejas e também de ver as iniciativas, sobretudo no Líbano. Pudemos visitar um campo de refugiados sírios; encontramos algumas famílias; visitamos um refeitório para os pobres... Em segundo lugar, houve um encontro alargado a todas as realidades cristãs presentes em Damasco, testemunhos em como viveram e vivem a sua fé, o drama de ter que deixar as próprias casas, as expectativas e os desejos de retorno”.

RV: Houve uma verdadeira diáspora, uma fuga dos cristãos, devido à violência....

“Certo! Mesmo porque em algumas cidades se fala de destruições em até 60, 70, 80 e mesmo 90% das casas”.

RV: Como vivem os cristãos que ainda permanecem naquelas terras?

“Com grande abertura e acolhida; um vivo desejo de permanecer.... Certo, encontramos também pessoas muito provadas, mas sem ter perdido a esperança; e uma segunda coisa que a mim, pessoalmente, tocou muito, foi a ausência completa de qualquer forma de rancor por aqueles que fizeram mal aos cristãos”.

RV: Isto que aconteceu com esta delegação bilateral da Arquidiocese católica da Mãe de Deus, em Moscou, e da Igreja Ortodoxa Russa, é um exemplo, um gesto concreto do conceito de unidade que se constrói “caminhando”, como o Papa disse ao final do colóquio com o Patriarca de Moscou, em Havana?

“Precisamente isto, exatamente como você falou, isto é pensar na unidade não como algo estático ou doutrinal, à mesa, mas algo “em caminho” e como testemunho de uma ação – pela graça de Deus! – em relação àqueles que mais sofrem”.

RV: Em 13 de abril recorrem 25 anos da reconstituição das estruturas eclesiásticas católicas da Federação russa, desejada – após 70 anos de clandestinidade – em 1991 por João Paulo II....

“Estamos realmente cheios de gratidão ao Santo Papa João Paulo II, porque a instituição destas estruturas eclesiásticas foi realmente a possibilidade de iniciar também um trabalho pastoral com os católicos. Como bem sabemos e como – entre outras coisas – me testemunharam os cristãos na Síria, onde existe o Bispo, existe a Igreja, existe a possibilidade de se viver a ligação com Pedro, a possibilidade de reencontrar-se, a possibilidade de receber os Sacramentos e de testemunhar a própria fé. Gostaria também de expressar a minha gratidão a todos os sacerdotes no exterior, porque evidentemente a igreja católica não tinha, nos anos 90, na Rússia, um clero próprio, que deram a própria vida – literalmente! – para fazer crescer na fé as pessoas e as comunidades católicas na Rússia”.

RV: Como se transformaram as coisas desde então e que valor assume este aniversário?

“Nos diz para sermos sempre, e antes de tudo, agradecidos a Deus por aquilo que nos é dado; em segundo lugar, para não perder nunca a esperança, porque também nas situações mais difíceis existe sempre uma luz que nos permite seguir em frente. Recordo uma senhora idosa na Sibéria que, há anos atrás, no início de meu ministério sacerdotal na Sibéria – porque também eu participei deste renascimento, nos anos noventa – me disse: “Olha, Padre, quando fui deportada era uma criança de dez anos, nos anos trinta; e minha mãe me disse: “A igreja – onde então viviam, na Rússia europeia – que agora foi destruída, tu não mais a verás, e também eu não mais a verei. Mas te recordes que um dia tu verás novamente um sacerdote e verás novamente a possibilidade de que estas igrejas renasçam””. Ela me contava isto muito comovida, dizendo: “Veja, Padre, depois de 45 anos, eu sou testemunha que aquilo que me dizia minha mãe é uma coisa verdadeira, e eu nunca perdi a esperança nestes anos”. (JE)

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Combate à pobreza norteia encontro de bispos com líderes norte-irlandeses

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Belfast (RV) - O combate à pobreza e o compromisso da Igreja no apoio aos mais vulneráveis foram os temas principais de dois encontros realizados pelo arcebispo de Armagh e Primaz da Irlanda do Norte, Dom Eamon Martin, com os representantes do Partido Unionista Democrático e com os membros do Sinn Féin.

O prelado esteve acompanhado por uma delegação do Niccosa (Conselho católico norte-irlandês para as questões sociais), que atua no seio do Conselho Episcopal Justiça e Paz.

Combate à pobreza seja prioridade do governo

“Pedimos a todas as partes políticas que faça do combate à pobreza infantil uma prioridade do programa de governo”, disse o Primaz da Irlanda do Norte. Em seguida, o prelado evidenciou que “foi encorajador ver que ambas as partes reconhecem a contribuição vital das Igrejas e dos grupos religiosos na oferta de serviços em favor dos mais vulneráveis da sociedade”.

Daí, o chamado à “necessidade de respeitar o direito de tais grupos religiosos a oferecer seus serviços de acordo com os próprios valores éticos e religiosos”.

Tutelar a vida desde a concepção até a morte natural

Outro tema no centro dos dois encontros foi o da defesa da vida: “Reiteramos a ambas as partes a importância de apoiar de modo consistente a cultura da vida, a partir da tutela do nascituro e incluindo quem tem condições de vida limitadas”, explicou Nicola Brady, membro do Niccosa.

Nesta ótica foi encorajada a construção de uma estrutura hospitalar de obstetrícia na Irlanda do Norte que possa oferecer “os melhores acompanhamentos possíveis às mães e aos nascituros em caso de gravidez complicada”.

“O melhor futuro possível para a humanidade reside na construção de uma cultura da vida em que a dignidade de cada pessoa seja respeitada sempre e não subestimada e destruída”, acrescentou Brady.

Promover inclusão e respeito pelas diferenças

Por sua vez, o presidente da Comissão norte-irlandesa para a educação católica, Dom Dónal McKeown, ressaltou a importância de tutelar o direito dos pais a escolher uma educação religiosa para seus filhos, na ótica de “trabalhar por uma sociedade reconciliada, promovendo a inclusão e o respeito pela diversidade”. (RL)

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Dom Twal fala do desespero dos palestinos: Isto não é vida! É necessário diálogo de paz

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Roma (RV) – A situação dos cristãos na Terra Santa esteve ao centro do encontro com o Patriarca Latino de Jerusalém Fouad Twal, realizado na manhã desta quinta-feira, 14, na sede da Pontifícia Universidade da Santa Cruz, em Roma. A explanação foi uma oportunidade para ser traçado um rico panorama sobre a presença das comunidades cristãs na Terra de Jesus.

Os cristãos, com suas instituições, continuam a ser na Terra Santa, acima de tudo, testemunhas vivas da história da salvação. Impedem e impedirão – afirmou o Patriarca – que os Lugares Santos se tornem somente sítios arqueológicos.

Cristãos na Terra Santa, memória viva de Jesus

Os cristãos da Terra Santa – pouco menos de 2% da população total, ou seja, 450 mil pessoas num universo de mais de 18 milhões de habitantes na Jordânia, Palestina e Israel – “sentem profundamente ser, ainda hoje, a memória viva da história de Jesus”.

Um pequeno rebanho entre judeus e muçulmanos

Os cristãos na Terra Santa – explicou o Patriarca Twal – estão entre duas presenças majoritárias, são um “pequeno rebanho” entre muçulmanos e judeus. Mas são inúmeras as dificuldades provocadas no Oriente Médio pelo conflito: “A ocupação militar”, “a violência recíproca”, “o fanatismo religioso crescente, quer israelense, quanto muçulmano”.

Insegurança aumenta o êxodo

O muro de separação, com mais de 700 km de comprimento e 8 metros de altura, isola a população palestina e limita – observou Dom Twal – a liberdade de movimento, o estudo, o trabalho, as viagens e os cuidados médicos. O clima de insegurança geral provoca um verdadeiro êxodo de cristãos da Terra Santa.

O acordo entre Santa Sé e Estado da Palestina

Com base no acordo assinado em 26 de junho de 2015, a Santa Sé reconhece o Estado da Palestina e a sua admissão na ONU como Membro Observador. O Acordo, entre outras coisas, garante a liberdade de consciência e de religião, a  liberdade de fundar instituições de caridade. O único país contrário a este acordo – recordou o Patriarca – foi Israel, que logo após a sua assinatura – deu início à construção de um novo  pedaço de muro no Vale de Cremisan.

Situação na Palestina

Na Faixa de Gaza, os cristãos de todas as confissões são pouco mais de mil. As condições em que vivem são muito difíceis. Existe desemprego, as crianças são numerosas, muitas habitações são construídas precariamente. Na Palestina, no geral, as relações com os muçulmanos “permanecem boas, não obstante existam alguns episódios de fundamentalismo”. É geralmente reconhecido de que a presença cristã desempenha “um papel positivo na sociedade árabe”.

A situação em Israel

Também em Israel – observou Twal – a Igreja caminha em um terreno prevalentemente árabe, mas se depara com os desafios do mundo judaico. O Patriarca recordou, em particular, a situação dos imigrantes que em Israel provém sobretudo das Filipinas, de alguns países da África e da Índia. Mesmo sendo normalmente cristãos, a secularização de seus filhos acontece nas escolas judaicas. Mas aprendem os ensinamentos somente da religião judaica, correndo o risco de perder as raízes cristãs.

A educação, a colaboração e o diálogo na verdade – afirma o Patriarca Latino de Jerusalém – são os pontos para unir as esperanças da Terra Santa e abater os muros mais altos, os invisíveis, permeados de ódios levantados no coração do homem. Eis o que o Patriarca declarou à Rádio Vaticano:

“Acredito que a situação seja tão grave, que nenhum país sozinho, nenhuma Igreja sozinha, poderia dar uma solução. Devemos dirigir ao mundo, a todos os países, a todos os governos, um apelo à solidariedade, para termos consciência de que este “modo de viver” não é um modo, não é uma vida. A ocupação militar israelense dura 66 anos e isto é impensável. Não se pode viver todo o tempo sob pressão! As pessoas estão desesperadas: a última revolta das crianças, a intifada dos punhais, é uma prova a mais de que estes jovens não têm nada a perder. Este não é um exército, não é um grupo político, não é um partido. São crianças! Pelo fato de que não têm nada para fazer, nem escola, nem educação, nem trabalho, nem dignidade, nem liberdade de movimento, “brincam” com os punhais. É tarefa dos grandes sábios ter uma visão grande para todos. A situação atual não serve a ninguém. Acredito na educação, acredito na escola, acredito na universidade, acredito na colaboração. Quanto ao diálogo, se é um diálogo de cortesia, não serve para muita coisa. Tendo bem claras as diferenças que existem entre nós – e não obstante isto – somos chamados a viver juntos, no respeito e dignidade recíproca”.

RV: É necessário o diálogo precisamente para abater as diferenças, mas também as barreiras. Neste mês de abril foi retomada a construção do muro na zona de Cremisan...

“Os muros que vemos são a realização de outros muros piores que se formam no coração do homem. Se chama ódio, medo, desconfiança.... Antes de abater estes muros visíveis, que é a coisa mais fácil, devemos abater os muros no coração do homem. Isto requer educação, confiança, justiça, coragem. É necessária mais coragem para levar a paz do que para fazer a guerra! Para a guerra basta um capricho. É uma coisa fácil. Para construir a paz é necessária mais coragem, mais resistência, mais boa vontade e, frequentemente, esta boa vontade falta”. (JE)

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Cristãos iraquianos protestam contra expropriações ilegais de bens

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Irbil (RV) – Centenas de cristãos sírios, caldeus e assírios, provenientes da região de Nahla, Província iraquiana de Dohuk, organizaram na terça-feira, 13,  uma manifestação de protesto diante do Parlamento da Região autônoma do Curdistão iraquiano, para protestar contra as expropriações ilegais dos próprios bens imobiliários, ocorridas nos últimos anos por obra de influentes profissionais curdos,  fato já denunciado diversas vezes aos tribunais competentes, porém sem nenhum efeito até o momento.

Faixa contra EUA e países ocidentais

A manifestação, documentada pela mídia local – refere a Agência Fides – realizou-se não obstante a proibição da polícia local, que impediu a entrada em Irbil de boa parte dos manifestantes provenientes da Província de Dohuk, na Planície do Nínive. Os manifestantes levavam cartazes e faixas, incluindo um em inglês com a frase “Os EUA e os países ocidentais são responsáveis por aquilo que acontece e é perpetrado contra o nosso povo no Iraque”.

Delegação recebida pelo Vice-presidente do Parlamento, Jaafar Ermiki

Segundo referido pelos próprios manifestantes, os casos mais graves de expropriações dizem respeito a terrenos subtraídos ilegalmente de 117 famílias cristãs, por pessoas influentes locais curdas, que os transformaram em áreas residenciais em proveito próprio. Uma delegação de manifestantes foi recebida pelo Vice-presidente do Parlamento, Jaafar Ermiki, que ganhou de seus interlocutores um dossiê detalhado das expropriações ilegais sofridas pelos cristãos dos povoados da zona de Nahla, para submetidos à apreciação da Assembleia parlamentar. (RV)

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Luteranos aprovam matrimônio gay na Noruega: as reações da Igreja Católica

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Oslo (RV) – “A decisão desta semana do Sínodo da Igreja Luterana de admitir o matrimônio religioso para casais do mesmo sexo não é uma surpresa e segue uma tendência política que em 2008 levou o Parlamento a introduzir o matrimônio homossexual”. Assim Hans Rossiné, responsável pela comunicação da Diocese católica de Oslo, comentou à Agência AIR a votação do Sínodo na última segunda-feira.

Uma decisão que divide a Igreja Luterana

“Decisão histórica” segundo a Igreja da Noruega, mesmo sem unanimidade (88 favoráveis num total de 115), “considerada de natureza tal, a não quebrar a comunhão do altar e púlpito na Igreja norueguesa”, lê-se no documento do Sínodo, que deixa no entanto aos pastores, “a liberdade de escolher se celebra ou não matrimônios de casais do mesmo sexo”. Todavia “houve um Pastor luterano que demitiu-se em protesto.

Possíveis repercussões no diálogo ecumênico

A Diocese católica de Oslo também recebeu chamadas de pessoas que manifestarm o desejo de abandonar a Igreja Luterana e migrar para a Católica”, contou Rossiné, que acrescentou: “É cedo para dizer qual será o impacto na vida ecumênica; a discussão está em andamento”.

De fato, em 5 de abril diversos líderes cristãos, entre os quais Dom Bernt Eidsvig, haviam publicado uma declaração, “a compreensão do matrimônio nas nossas Igrejas foi colada à prova”, conscientes de que “haverá um aumento da pressão por parte da sociedade para que se siga a Igreja Luterana e é provável que se chegue a um duplo matrimônio, religioso e civil, como em outros países europeus”. (JE)

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Formação



Papa em Lesbos: momento de reflexão profunda sobre crise migratória

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Lesbos (RV) – Em toda ilha grega de Lesbos há um único pároco católico: Pe. Leone Kiskinis. Passada a surpresa com o anúncio da visita de Francisco, Pe. Leone considera que se trata de uma viagem de “testemunho a todo o mundo de que os migrantes, antes de serem um número a contabilizar num campo de acolhimento, são pessoas, com sua história, sonhos e nome”. 

“Desde que foi eleito Papa, Francisco sempre deu sinais de proximidade a quem é marginalizado. Não podemos nos esquecer de sua primeira viagem a Lampedusa, justamente para estar próximo dos refugiados que vinham da África. O mesmo está fazendo agora aqui, em Lesbos”, disse o pároco em entrevista à Rádio Vaticano.

Esta visão é compartilhada pelo colega do Programa Português-África, Filomeno Lopes, especialista em temas de migração e que acaba de voltar de uma viagem à Grécia. Em Lesbos, ele conta que a situação è menos crítica em relação a um atrás, quando a crise migratória começou, mas não por isso menos dramática, porque a ilha é atualmente a que mais recebe desembarques. Clique acima para ouvir

(BF)

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Continuar bebendo da fonte do Concílio que alimenta a Igreja

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, o quadro “Nova Evangelização e Concílio Vaticano II” de hoje traz a participação do bispo da Diocese de Campina Grande, Dom Manoel Delson Pedreira da Cruz, O.F.M. Cap., desde 2012 à frente desta Igreja particular da Paraíba. 

Recordando que em 8 de dezembro passado celebramos os 50 anos de conclusão do Concílio ecumênico Vaticano II, Dom Manoel Delson nos fala sobre as iniciativas na diocese em torno deste cinquentenário, marcadas por seminários aprofundando os documentos conciliares e o espírito deste que foi um divisor de águas na vida da Igreja, vez que a Igreja, tal como a conhecemos hoje, é fruto do Concílio.

Além disso, recorda a Assembleia do Regional Nordeste 2 (formado por Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte), realizada em Campina Grande voltada para a temática do Vaticano II, constituindo ocasião para voltar às fontes do Concílio, revisitá-las “e criar esse novo espírito para continuar bebendo nesta fonte do Concílio, que continua alimentando a Igreja ao longo dos tempos”, afirma o bispo de Campina Grande.

Dom Delson diz esperar que este espírito do Concílio continue fazendo com que a Igreja esteja mais perto do povo de Deus, porque ela deve iluminar toda realidade com a Palavra do Senhor e seu testemunho de fé como filhos e filhas de Deus. Vamos ouvir (ouça clicando acima).

(RL)

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O Jubileu na Comunidade Maronita e em Feira de Santana

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Cidade do Vaticano (RV) - Em nosso espaço “O Caminho da Misericórdia” desta quinta-feira (14/04), temos dois convidados. O primeiro é o Arcebispo da Comunidade Maronita no Brasil, Dom Edgard Madi, que participa da 54ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Aparecida.

Numa conversa com Silvonei José ele nos fala sobre o papel dos leigos dentro da Igreja maronita e sobre o Ano da Misericórdia.  

O segundo convidado é Arcebispo Emérito de Feira de Santana (BA), Dom Itamar Vian, que conversou com Silvonei José sobre o andamento do Ano da Misericórdia em sua arquidiocese. (MJ)

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