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Sumario del 20/04/2016

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa na Audiência: distinguir entre pecado e pecador

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Cidade do Vaticano (RV) – Quarta-feira é dia de Audiência Geral no Vaticano. O Papa Francisco recebeu milhares de fiéis e peregrinos na Praça S. Pedro e, antes de sua catequese, os saudou a bordo do seu papamóvel. Do Brasil, havia inúmeros membros da Comunidade Obra de Maria. 

Neste Ano Jubilar, o Pontífice tem feito suas catequeses sobre o tema da misericórdia. Nesta quarta, ele comentou o trecho bíblico lido no início da Audiência, extraído do Evangelho de Lucas. Trata-se do episódio da mulher pecadora que chorou seus pecados aos pés de Jesus, quando Ele Se encontrava à mesa na casa de um fariseu chamado Simão.

Este, embora tenha convidado Jesus, não quer comprometer nem arriscar a reputação com o Mestre, enquanto a mulher se confia plenamente a Jesus com amor e veneração. Esta atitude é típica de um certo modo de entender a religião, explicou Francisco, e è motivada pelo fato de que Deus e o pecador se opõem radicalmente. Mas a Palavra de Deus nos ensina a distinguir entre o pecado e o pecador.

“Entre o comportamento do fariseu e o da pecadora, o Senhor escolhe a mulher. Livre de preconceitos que impeçam a misericórdia de se expressar, o Mestre deixa que ela faça o que lhe diz o coração: Ele Se deixa tocar por ela, sem medo de ser contaminado. Jesus é livre, porque está próximo de Deus. E esta proximidade ao Pai Misericordioso, dá a Cristo a liberdade”, acrescentou.

Dirigindo-Se à mulher, Jesus diz: “Os teus pecados estão perdoados”. Assim, acaba com aquela condição de isolamento a que pecadora foi condenada pelos juízos de Simão e os fariseus. Francisco explicou:

“De um lado, está a hipocrisia dos doutores da lei. De outro, a sinceridade, a humildade e a fé da mulher. Todos somos pecadores, mas muitas vezes caímos na tentação da hipocrisia, de acreditar que somos melhores que os outros. Todos devemos olhar os nossos pecados, as nossas caídas, os nossos erros. E olhemos para o Senhor. Esta é a linha da salvação entre o pecador e o Senhor. Se me sinto justo, esta relação de salvação não existe.”

Agora, a mulher pode ir “em paz”, pois o Senhor viu a sinceridade da sua fé e da sua conversão. Em Jesus, habita a força da misericórdia de Deus, capaz de transformar os corações. Neste texto, prosseguiu o Papa, o termo “graça” é praticamente sinônimo de misericórdia, e vai além da nossa expectativa. E concluiu:

“Queridos irmãos, devemos agradecer ao Senhor pelo seu amor tão grande e imerecido! Deixemos que o amor de Cristo se espalhe sobre nós” e, assim, poderemos “comunicar aos outros a misericórdia do Senhor”.

Equador e Chernobyl

Ao final da catequese, o Pontífice se dirigiu aos fiéis para saudá-los. Em espanhol, manifestou sua proximidade e oração à população do Equador, que vivem "um momento de dor" depois do terromoto que devastou o país. Francisco saudou também um grupo oriundo da Ucrânia e de Belarus, presente na Praça para recordar os 30 anos da tragédia de Chernobyl. “Enquanto renovamos a oração pelas vítimas daquele desastre, expressamos nosso reconhecimento aos socorredores e por todas as iniciativas com as quais se buscou aliviar os sofrimentos e os danos", disse. 

Coleta em prol da Ucrânia

Francisco renovou ainda seu apelo pela Ucrânia, recordando a coleta programada para o próximo domingo, (24/04), em todas as Igrejas na Europa em prol da população.

“A população da Ucrânia sofre há muito tempo pelas consequências de um conflito armado, esquecido por muitas pessoas. Como sabem, convidei a Igreja na Europa a apoiar a iniciativa convocada por mim para ir ao encontro desta emergência humanitária. Agradeço antecipadamente aos que contribuirão generosamente a esta iniciativa.”

(bf)

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Papa recebe atletas: "mensageiros da força unificadora do esporte"

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Cidade do Vaticano (RV) – Antes de se dirigir à Praça São Pedro e se encontrar com os milhares de fiéis que o aguardavam para a audiência semanal, nesta quarta-feira, (20/04), o Papa se deteve alguns minutos com um grupo de atletas austríacos, praticantes de esqui, na saleta Paulo VI, para saudá-los. 

No encontro, o Pontífice ressaltou a responsabilidade que os atletas têm na integração e na difusão de virtudes como o empenho, a perseverança, a determinação, a retidão, a solidariedade e o espírito de grupo. “Com seu exemplo, vocês contribuem na formação da sociedade”, afirmou.

Mencionando as belezas naturais da Áustria, Francisco recordou que os atletas também desempenham a função de “mensageiros da salvaguarda do meio ambiente e da beleza da Criação de Deus”.

Meta de turismo especialmente nos meses de inverno, o país se torna um paraíso branco para os praticantes deste esporte e palco das mais renomadas competições internacionais.

(cm)

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Papa reencontra sacerdote preso 28 anos pelo regime albanês

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Cidade do Vaticano (RV) – Foi com um beijo na mão que o Papa Francisco acolheu na manhã desta quarta-feira, na Praça São Pedro, o sacerdote albanês Padre Ernest Simoni, que passou 28 anos na prisão durante a perseguição comunista na Albânia. O Santo Padre já o havia abraçado comovido em 21 de setembro, em Tirana, após ter ouvido a história da sua perseguição.

“Por 11 mil dias Padre Ernest foi submetido a torturas e trabalhos forçados”, conta ao L’Osservatore Romano Mimmo Muolo, jornalista do “Avvenire”, que escreveu o livro “Padre Ernest Simoni. Da perseguição ao encontro com Francisco”. E foi precisamente o sacerdote que entregou esta manhã uma cópia do livro ao Papa. Ele estava acompanhado pela Ir. Marisa, representante das Edições Paulinas, responsável pela publicação da obra.

A prisão

“A minha perseguição – afirmou Padre Simoni ao jornal da Santa Sé – teve início na noite do Natal de 1963 quando, pelo simples fato de ser sacerdote, fui preso e colocado na cela de isolamento, torturado e condenado à morte”. Seu companheiro de cela recebeu a ordem de registrar “a previsível raiva” do sacerdote contra o regime, mas Padre Ernest pronunciou somente palavras de perdão e de oração aos seus algozes. Assim, a pena prescrita foi de 25 anos de trabalhos forçados, a ser cumprida nas minas e nos esgotos de Scutari. “Na prisão – recorda  ele – celebrei a missa em latim de cor e também distribuí a comunhão”.

A liberdade

Finalmente, em 5 de setembro de 1990, chegou a liberdade e Padre Ernest recomeçou sua atividade pastoral que – confia – em realidade nunca havia interrompido, “mas somente vivido em um contexto especial”. E o seu primeiro ato foi o de confirmar o perdão aos seus algozes: “para eles – precisou – invoco constantemente a misericórdia do Pai”.

Oração

À inevitável pergunta sobre como pode resistir a tal perseguição sem curvar-se, o sacerdote respondeu com um sorriso antes de revelar o seu segredo: “Mas eu não fiz nada de extraordinário, sempre rezei a Jesus, sempre falei de Jesus”.

Perseguição será temas de mais dois livros

A edição do L’Osservatore Romano dedica uma página inteira ao tema das perseguições contra a Igreja na época da União Soviética. Em 21 de abril, às 17h30min, de fato, será apresentado o livro organizado por Jan Mikrut intitulado “A Igreja e o comunismo na Europa Centro-oriental e na União Soviética” (San Pietro in Cariano, Gabrielli Editori, 2016, 797 páginas, 48 euros). Entre as pessoas que se pronunciam no livro estão o Cardeal Miloslav Vkl, Arcebispo Emérito de Praga, que assinou o Prefácio; Dom Cyril Vasil, Secretário da Congregação para as Igrejas Orientais; o historiador jesuíta Nuno da Silva Gonçalves e o curador da obra, de quem são publicados trechos da apresentação.

O projeto editorial prevê outros dois livros que analisarão “a refinada e multiforme batalha dos comunistas contra a religião em geral e, de modo particular, contra a Igreja Católica”. Em particular, o segundo volume será dedicado aos testemunhos dos cristãos na Europa Centro-oriental, enquanto o terceiro tratará inteiramente da Igreja Católica em território da União Soviética. (JE)

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Sínodo: conjugar descentralização e ministério petrino

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Cidade do Vaticano (RV) – Concluiu-se terça-feira, 19, no Vaticano, a primeira reunião do XIV Conselho Ordinário da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos, presidida pelo Papa Francisco. Durante os trabalhos, que tiveram início na segunda-feira, foi sublinhada a ampla acolhida recebida pela Exortação Apostólica pós-sínodal Amoris Laetitia por parte das Igrejas particulares de todo o mundo.

Propostos os temas para o próximo Sínodo

Foram levados em consideração no encontro os resultados da consulta para individuar o tema da próxima Assembleia Geral Ordinária, realizada junto aos Dicastérios da Cúria Romana, às Conferências Episcopais, às Igrejas Orientais e à União dos Superiores Gerais. Após um amplo debate, foram individuadas algumas propostas de temas a serem submetidos ao Santo Padre para a sua avaliação.

Revisão do Regulamento do Sínodo dos Bispos

Os membros do Conselho trataram também no encontro sobre a revisão do Ordo Synodi Episcoporum, isto é, o Regulamento do Sínodo dos Bispos, último ponto na ordem do dia. A este respeito Dom Fabio Fabene, Sub-Secretário do Sínodo dos Bispos, fez um relatório sobre o Seminário de Estudo organizado com este propósito pela Secretaria Geral, após o discurso pronunciado pelo Santo Padre em 17 de outubro de 2015. Os membros do Conselho aprofundaram o tema, subdividindo-se em Círculos menores, e apresentando na sessão plenária um relatório sobre os trabalhos realizados.

Valorização da colegialidade deve conjugar-se com o papel do Bispo de Roma

Dos relatórios dos grupos surgiu, entre outras coisas, a conclusão de que a valorização da sinodalidade e da colegialidade deve sempre conjugar-se com o exercício do ministério do Bispo de Roma, de forma a unir frutuosamente primado, colegialidade e sinodalidade. Concluindo os trabalhos, o Papa agradeceu aos membros do Conselho pela sua contribuição e pelo espírito de comunhão fraterna vivido no decorrer da reunião. (JE)

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Santa Sé alerta sobre fracasso no diálogo Israel-Palestina

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Nova Iorque (RV) – “A solução de dois-Estados corre o risco de fracassar”, alertou o Observador permanente da Santa Sé junto às Nações Unidas em Nova Iorque, Arcebispo Bernardito Auza. A advertência foi feita durante o Debate aberto promovido no Conselho de Segurança sobre a situação no Oriente Médio, na segunda-feira, (18/04).

 

“As conversações de paz estão paralisadas. E uma retórica inflamada, atos de terror e ações unilaterais aniquilam os esforços para restaurar um significativo processo de diálogo e compromisso”, denunciou o arcebispo.

Frustração

Ao citar um “cenário frustrante”, o observador recorda os contínuos apelos do Papa Francisco para que Israel e Palestina perseverem com coragem no caminho da reconciliação “porque, simplesmente, não há outra saída”:

“A Santa Sé acredita firmemente que a solução de dois-Estados fornece a melhor possibilidade para um acordo de paz. A solução de dois-Estados deve se tornar uma realidade e não permanecer um mero sonho”, destacou.

Acordo global

Dom Auza também recordou ao Conselho de Segurança da ONU o Acordo Global firmado entre a Santa Sé e o Estado da Palestina, que entrou em pleno vigor em 2 de janeiro deste ano:

“Que na complexa realidade do Oriente Médio” – destacou o arcebispo – o “Acordo possa servir de exemplo de diálogo e cooperação, em particular para outros países de maioria árabe e muçulmana na região”.

Líbano

Dom Auza pediu ainda atenção da Comunidade internacional para a delicada situação vivida no Líbano, onde ¼ da população é de refugiados sírios. Os libaneses já estão há quase 2 anos sem presidente, um fato preocupante em tempos de “instabilidade regional e proliferação de atores não-estatais”.

“A Comunidade internacional deve auxiliar as lideranças libanesas no estabelecer constitucionalmente um Governo e no lidar com a imensa responsabilidade da população refugiada”, precisou o observador.

Internacionalização do terrorismo

Por fim, Dom Auza denunciou a escalada de atos fundamentalistas e extremistas no Oriente Médio e no Norte da África, no que chamou de “internacionalização do terrorismo”.

“O terrorismo ideológico não pode ser efetivamente derrotado somente com ações militares, mas agindo diretamente nas raízes que alimentam o terrorismo internacional. A mentira e a blasfêmia de grupos terroristas que dizem matar e oprimir em nome da religião devem ser denunciadas nos mais veementes termos”, exortou.

(rb)

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Igreja na América Latina



Temporais e tornados no Uruguai. A Igreja coleta ajudas

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Montevidéu (RV) – As fortes chuvas que castigam o Uruguai desde a última sexta-feira, (15/04), já deixaram oito mortos e 4.031 pessoas desabrigadas. A cidade de San José de Mayo sofreu com a pior enchente em 100 anos. Boa parte do território é atingido por tempestades, que causaram alagamentos. O número de desabrigados não para de subir.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inumet) comunicou que poderá emitir um alerta vermelho no noroeste do país, na direção sudeste.  

Foram distribuídos alimentos e cobertores em vários pontos da cidade, especialmente escolas e ginásios esportivos, onde os desalojados estão abrigados. O bispo, Dom Arturo Fajardo, contatou o Comitê de emergência do departamento para assinalar a disponibilidade da Igreja em colocar suas estruturas à disposição. Voluntários colaboraram recebendo doações, em maioria, vestuário. São necessários colchões, cobertores, fraldas, produtos de higiene e alimentos.

Tornado

A cidade de Dolores, 265 km ao oeste de Montevidéu, foi arrasada por um tornado que destruiu várias áreas. Muitas famílias ficaram sem casa. O bispo, Dom Carlos Collazzi, exortou todas as comunidades do país a darem uma contribuição – por meio da coleta ativada pela Caritas – para ajudar a população desabrigada e a reconstrução da cidade.

De acordo com o Inumet, essas chuvas estão sendo provocadas por uma massa de ar úmida e instável que está sobre o país.

E também extremo sul do RS continua recebendo muita chuva. A população porto-alegrense está em alerta. Segundo a Metsul Meteorologia, contudo, a instabilidade chegará à capital mais amena, causando apenas chuva fraca e vento entre quinta e sexta-feira.

(CM)

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Igreja no Mundo



Maláui: conferência da União Mundial das Organizações Femininas Católicas

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Lilongwe (RV) - Realizar-se-á em Lilongwe, capital do Maláui, de 29 de agosto a 5 de setembro próximos, a Conferência Internacional da União Mundial das Organizações Femininas Católicas (Umofc -Wucwo).
 
Segundo a Agência Cisa, o tema do encontro será “Mulheres da África, anunciadoras da Misericórdia de Deus” e o lema “Venham ver um homem que me disse tudo o que eu fiz. Será que ele não é o Messias?”, extraído do Evangelho de João. 

A África será representada por delegadas de 22 países. “Os temas principais dos trabalhos incluirão a esperança em ação no serviço à família, aos jovens e sofredores na África, o fenômeno de mulheres e meninos de rua, o tráfico de seres humanos na África e a obra das Organizações Femininas Católicas à luz da Encíclica Evangelii Gaudium do Papa Francisco”, disse a presidente de Catholic Women Organization (CWO), Bernadette Chiwaya.

O encontro será uma ocasião para analisar o papel da mulher africana como agente de desenvolvimento, diálogo, paz e justiça que são a chave para um continente estável e próspero. Durante os trabalhos serão abordadas também temáticas como o direito ao acesso à água potável, à higiene, mudanças climáticas e a contribuição dos jovens na evangelização, na promoção da paz e do desenvolvimento justo e sustentável. (MJ)

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Formação



Lumen Gentium: novo olhar sobre a eclesiologia

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Cidade do Vaticano (RV) - No nosso espaço Memória Histórica - 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos continuar a tratar na edição de hoje da Constituição Dogmática Lumen Gentium sobre a Igreja. 

No programa de hoje, o Bispo de Santo André (SP), Dom Pedro Cipollini, fala sobre o diferente enfoque que a Lumen Gentium dá ao tema da eclesiologia, que ressalta "os elementos essenciais de uma eclesiologia que possa ser compreendida, vivida, e que transforme realmente a vida daqueles que fazem parte da Igreja, voltando, recuperando aquele espírito eclesial de Igreja da época apostólica":

"Gostaria de ressaltar, que logo no primeiro capítulo, o mistério da Igreja, já se vê uma configuração diferente na abordagem do tema da eclesiologia. A eclesiologia, que antes começava abordando a hierarquia, agora ela começa abordando o mistério da Igreja. E coloca lá no proêmio já, as linhas, as três grandes linhas e enfoques deste documento. Uma perspectiva Cristológica, uma perspectiva Sacramental e a perspectiva Antropológica.

Na perspectiva Cristológica, se diz: "Sendo Cristo a luz dos povos,  este Sacrossanto Sínodo congregado no Espírito Santo, deseja ardentemente anunciar o Evangelho a toda a criatura, e iluminar todos os homens com a claridade de Cristo, que resplandece na face da Igreja. Então a Igreja que é a depositária da Revelação, do Evangelho de Jesus Cristo. A luz dos povos é Cristo. E a Igreja transmite esta luz, assim como a lua recebe a luz do sol e a transmite.

E o aspecto Sacramental e porque a Igreja é em Cristo como que o Sacramento ou sinal, instrumento, da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano, ela deseja oferecer a seus fieis e a todo o mundo um ensinamento mais preciso sobre a sua natureza e a sua missão universal, insistindo no tema dos Concílios anteriores. Então a Igreja como sinal, Sacramento, da união com Deus e da unidade do gênero humano.

E por fim, a perspectiva antropológica. As presentes condições do mundo tornam mais urgente este dever da Igreja, a fim de que os homens hoje mais intimamente unidos por vários vínculos sociais, técnicos e culturais, alcancem também total unidade de Cristo. Então esta perspectiva antropológica no sentido da unidade entre os seres humanos, e o empenho para tirar tudo aquilo que desune, tudo aquilo que possa configurar-se contrário ao Reino de Deus, quer sejam injustiça, miséria e tudo mais.

Então este primeiro capítulo já dá o tom de todo o documento. O mistério da Igreja, a abordagem da Igreja, começa colocando a Igreja, tendo sua fonte na Trindade Santíssima. E isso daí é uma mudança muito grande na eclesiologia e em seguida, o Capítulo II da Lumen Gentium vai falar  do povo de Deus, a nova aliança e novo povo de Deus. Quer dizer, a Igreja considerado como Corpo de Cristo e povo de Deus, que são conceitos complementares, não são antagônicos. Paulo tem a ideia da Igreja como um corpo orgânico e este corpo orgânico é o povo de Deus. Quem é o povo de Deus? É o Corpo de Cristo. Quem é o Corpo de Cristo? É o povo de Deus. Cristo é a cabeça do Corpo e Cristo está presente em todos os membros da Igreja, que pelo Batismo, formam o povo de Deus, configurados à Cristo. Então isto também é muito importante, porque coloca este mistério da Igreja, na presença histórica, caminhando na história, neste povo sacerdotal de batizados. E em terceiro lugar, aí para servir este povo, a constituição hierárquica da Igreja, em especial do episcopado. Coloca também a Lumen Gentium o ministério hierárquico como serviço a toda a Igreja. De mudança em mudança de enfoque, este Documento coloca de uma forma maravilhosa, os elementos essenciais de uma eclesiologia que possa ser compreendida, vivida, e que transforme realmente a vida daqueles que fazem parte da Igreja, voltando, recuperando aquele espírito eclesial de Igreja da época apostólica. Então, o Movimento Patrístico, o Movimento Bíblico, vão influir muito aqui nestes capítulos da Lumen Gentium".

(je)

 

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A desilusão de Dom Erwin Krautler pela classe política

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Xingu (RV) - Dois dias depois de a Câmara dos Deputados ter aprovado a abertura do processo de impeachment contra a Presidente Dilma Rousseff, foi anunciado nesta terça-feira (19/04) que a comissão do processo será instalada segunda-feira (25/04) e terá 21 senadores titulares e 21 suplentes. Será composta com base nos blocos partidários e não pelo tamanho dos partidos, como defendiam alguns senadores.

No caso da admissibilidade do processo de impeachment, será pedido que o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, assuma a presidência do processo logo depois da votação.  

A posição da CNBB

Frente à crise ética, política, econômica e institucional pela qual passa o país, o episcopado brasileiro, em nota, conclamou "o povo brasileiro a preservar os altos valores da convivência democrática, do respeito ao próximo, da tolerância e do sadio pluralismo, promovendo o debate político com serenidade”.

Dom Erwin Krautler, bispo emérito da Prelazia do Xingu (MT), comenta a mensagem da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e faz uma análise da atual conjuntura ético-política do Brasil. Ouça clicando aqui abaixo. 

Corrupção é um câncer que afeta toda a sociedade

“Eu sempre digo que a CNBB tomou posição a respeito de um mal, de um câncer que atravessa não só o Congresso, mas a sociedade: a corrupção. Existe a corrupção ativa e a passiva, o que quer comprar e o que se deixa comprar. Quem é o melhor? Neste ponto, a CNBB tem uma missão toda especial de lutar para que este câncer seja realmente debelado. Creio que a este respeito, a CNBB é sempre muito feliz em insistir na solidariedade e também na honestidade dos altos níveis”.

Defender interesses do país

“O que estamos assistindo no Congresso e nos altos escalões é vergonhoso. Simplesmente vergonhoso. O Brasil não merece isto. Fico estarrecido com os noticiários que assistimos.. digo: será que estamos ainda no nosso Brasil? Não é possível que chegamos a tanto! Então, a CNBB chama os nossos representantes lá em cima 'a caírem na real', a não defenderem interesses políticos partidários ou de oligarquias ou interesses particulares, mas interesses do país”.

Vergonha sem precedentes

“Neste ponto, creio que estamos atravessando uma época – estou há 51 anos no Xingu – eu não me lembro outra época como essa. Em termos de democracia, o que passamos agora ‘não está no gibi!’. O que é isso? Até que ponto vamos? E que incerteza a respeito do nosso futuro! No que vai dar tudo isso? Francamente, eu não sei, e nem conheço ninguém, em consciência, em que pudesse votar! Isto é grave! Não há personagens, pessoas, que se possa dizer ‘eu fecho em cima dessa pessoa’. São raras as exceções. Pode-se contar numa mão! Eu não tenho mais confiança. Isto é muito grave. Eu peço a Deus que vele por este nosso país, para que saiamos desta situação tão delicada”.

Rezar pelo futuro do país

“Como vamos continuar? Eu não sei o que dizer. Vamos ver o desfecho desta ‘trama’. Mas eu de fato, não seu fazer outra coisa a não ser sentar na capela, me ajoelhar diante do Santíssimo Sacramento, e rezar pelo Brasil, por nossa pátria”.  

(CM)

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Atualidades



Papa em Lesbos: misericórdia em primeiro lugar

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Cidade do Vaticano (RV) - O destaque da edição do “Porta Aberta no Ano da Misericórdia” desta quarta-feira (20/04) é viagem que o Papa Francisco fez à ilha grega de Lesbos, sábado passado (16/04).

Tratou-se de uma visita de caráter humanitário, em âmbito ecumênico, em que Francisco pôde expressar a misericórdia do Senhor, colocando em prática as obras corporais e espirituais. O programa repropõe a reportagem sobre a visita ao campo de refugiados de Mória e a oração em memória das vítimas da migração.

De volta ao Vaticano, viajaram com o Pontífice três famílias refugiadas sírias – gesto que surpreendeu a opinião pública mundial. O “Porta Aberta” traz uma entrevista feita pela Rádio Vaticano a uma das famílias acolhidas pela Comunidade de Santo Egídio.

Para uma análise sobre esta viagem do Papa Francisco, a Rádio Vaticano entrevistou também a Superiora-Geral da Congregação de São Carlos Borromeu – Scalabrinianas –, Ir. Neusa de Fátima Mariano. Para ela, o sinal que o Papa quis dar em sua visita a Lesbos é muito claro para todo o planeta: a emergência migratória se enfrenta com ecumenismo, solidariedade, diálogo e confronto.

A edição do Programa se encerra com um olhar ao Brasil, que vive momentos cruciais de sua história. Na bula de convocação deste Jubileu Extraordinário, o Papa Francisco usa expressões fortes para falar de corrupção. O comentário é do Bispo da Diocese de Campina Grande (PB), Dom Manoel Delson Pedreira da Cruz, O.F.M. Cap.

O Porta Aberta vai ao ar às quartas-feiras, às 17h - hora local (12 horário de Brasília).

(BF)

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Sacerdote assassinado nos EUA trabalhava na Pastoral Carcerária

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Washington (RV) – O Padre Rene Wayne Robert, 71 anos, sacerdote da Diocese de Saint Augustine na Flórida e desaparecido desde a última semana, foi encontrado morto no Estado da Geórgia, na última segunda-feira, 18. Foi o que informou a polícia em um comunicado oficial, enviado à Agência Fides.

Causas da morte ainda indefinidas

“O corpo do sacerdote Rene Wayne Robert foi encontrado em Waynesboro, depois que o homem preso enquanto guiava o carro do sacerdote, levou a polícia ao local”, declarou em uma coletiva de imprensa o Xerife do Condado de St Johns, David Shoar. Os investigadores pensam que o sacerdote tenha sido morto em 10 de abril, na última noite em que foi visto. A causa da morte ainda deve ser definida, mas para Shoar, “é obvio que ele foi vítima de violência homicida”. O xerife conhecia Padre Robert, a quem definiu como “um querido amigo para todos”.

Trabalho na Pastoral Carcerária. Estilo de vida simples e pobre

Padre Robert Rene Wayne trabalhava na Pastoral Carcerária desde 1980, quando chegou na zona de St. Augustine, junto com outros frades franciscanos. Quando diversos anos depois, os franciscanos foram chamados para outro local, Padre Robert escolheu permanecer para não deixar a assistência aos encarcerados. Assim, em 1995, foi incardinado na Diocese de St Augustin, dando continuidade ao trabalho em favor dos marginalizados e das pessoas privadas dos direitos civis, mantendo sempre um estilo de vida simples e pobre.

Padre Robert compartilhou a sua vida com pobres, marginalizados e encarcerados

O presumível homicida, Steven Jaimes Murray, de 28 anos, foi preso pela polícia em Aiken, na Carolina do Sul, após uma longa perseguição, enquanto dirigia o carro do sacerdote, onde levava diversas armas de fogo, provavelmente roubadas. Ele havia sido recém libertado da prisão Duval Country. Segundo as primeiras investigações, Murray havia encontrado o sacerdote para pedir dinheiro a ele, pois muitos sabiam das ajudas oferecidas aos ex-prisioneiros e aos desempregados.

Segundo o comunicado enviado à Agência Fides pela Diocese de Saint Augustine, Padre Robert “era um humilde e generoso servo do Senhor e compartilhou os seus muitos dons com os pobres, a comunidade dos surdos e os encarcerados. Será recordado pela sua bondade e o seu amor sem fim por eles”. (JE)

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Chama olímpica será acesa na Grécia e partirá para o Rio

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Olímpia (RV) – A Chama Olímpica serái acesa na manhã desta quinta-feira, (21/04), em Olímpia – sede dos primeiros jogos olímpicos da história, na Grécia.

O fogo ancestral acenderá a Tocha Olímpica, que  será levada ao Rio de Janeiro, onde permanecerá acesa durante a realização da XXXI edição dos Jogos Olímpicos, entre 5 e 21 de agosto.

A Tocha Olímpica vai cruzar o Brasil. Serão cerca de 90 dias de revezamento e a Tocha passará por mais de 300 cidades do país.

A Arquidiocese do Rio de Janeiro será responsável pela estrutura ecumênica durante as Olimpíadas, como explica o Cardeal Arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta.

"A Igreja vai estar presente. De um lado, nós receberemos a responsabilidade de organizar toda a questão inter-religiosa das Olimpíadas. Alguém tem que organizar a questão de cultos, celebrações, etc...então a igreja arquidiocesana está responsável em organizar para que todas as religiões tenham um espaço próprio na Vila Olímpica". 

(rb)

 

 

 

 

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Mons. Viganò: erguer muros aos migrantes é o fim da Comunidade Europeia

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Cidade do Vaticano (RV) - Uma viagem triste a do Papa Francisco a Lesbos, no último sábado (16/04), como ele mesmo disse no avião durante a ida à ilha grega. A sua proximidade humana aos deslocados e migrantes, o apelo à União Europeia em prol de políticas de acolhimento e integração, e não de fechamento. Uma realidade de sofrimento que, todavia, continua no coração do Papa Francisco, como destacou o Prefeito da Secretaria vaticana para Comunicação, Mons. Dario Edoardo Viganò, na entrevista à nossa emissora.

Mons. Viganò: “Sim, é um estado de ânimo muito importante. O Papa viveu muito intensamente esta viagem a Lesbos, sobretudo no campo de refugiados. Um campo que foi arrumado, obviamente, pelas autoridades poucas horas antes da chegada do pontífice, para dar uma aparência de acolhimento. É um campo com paredes duplas, com fio de arame farpado. Essas pessoas que fogem da guerra encontraram simplesmente um local de contenção, e não uma esperança. Por exemplo, houve um episódio que talvez mostre bem o estado de ânimo que o Papa viveu e que foi expresso pelas três famílias que trouxe para casa, segundo os acordos com os Governo grego, italiano e da Cidade do Vaticano. Antes que o Papa entrasse no avião para voltar, as três famílias embarcaram na aeronave para entender onde iriam se sentar. Elas souberam na noite anterior que iriam partir e levaram consigo uma pequena bolsa. Entraram no avião, depositaram suas poucas coisas e depois foram convidadas a descer para depois subirem novamente com o Papa. Não queriam mais descer. Por que? Porque tinham medo de serem deixadas lá embaixo. Estes refugiados vivem continuamente numa grande esperança, que a cada dia cresce, de encontrar uma situação de paz. Estão fugindo da guerra, não nos esqueçamos! Quando o Papa fala de cheiro azedo da guerra, se refere ao fato de que muitas dessas pessoas viram sua esposa ser morta, degolada; o marido assassinado, os filhos mortos. Fogem de uma situação de guerra, buscando uma esperança, entreveem esta esperança e depois caem novamente numa desilusão. Este alternar-se da vida, entre a esperança que se constrói e a desilusão profunda que se sente, faz com que nasça naturalmente este comportamento:  entrar no avião e não querer descer. O Papa viveu isso. Tocou com as mãos duas vezes uma humanidade desesperada: desesperada porque foge da guerra e desesperada porque diante da Europa não encontra uma porta aberta, uma fenda possível.”

Existe outra frente dentro dos Estados, o político para o acolhimento...

Mons. Viganò: “Acredito que se a gestão dos refugiados é uma gestão demagógica para erguer novos muros, novas barreiras, este é o fim da Comunidade Europeia. A Europa se define como comunidade, mas se não há esta experiência de partilha, de partilha política e de partilha também das problemáticas que chegam à Europa, significa que a Europa realmente faliu. O Papa disse meses atrás: ‘Onde estão os grandes pais constituintes?’ Há necessidade de políticos que, novamente, retornem àqueles grandes  pensamentos, aos grandes sonhos de uma Comunidade Europeia. Acredito que a Europa teme. Esses migrantes, de fato, vem para a Itália porque são as costas mais vizinhas, mas eles não têm nenhum interesse em permanecer na Itália. O migrantes procuram a Europa. Muitos deles que estavam em Lesbos tinham familiares na Áustria, na Alemanha, e assim por diante. Deste ponto de vista, existe um medo que ao invés deveria ser gerido como um grande recurso, uma grande chance. Como disse o Papa: ‘Vocês não são um peso, mas um dom’. Pensemos, por exemplo, ao que emerge nas páginas dos jornais hoje acerca das aposentadorias. Aqui tem um problema muito grave. A geração dos anos 80 irá se aposentar aos 75 anos. Por que? Porque existe um problema de déficit de trabalhadores. Obviamente, estes migrantes podem ser realmente uma grande chance. Isso significa, porém, reais políticas de integração, significa políticas trabalhistas que tenham uma concretude. Parece-me que a política da Europa seja muito tática, mas pouco estratégica neste período.” (MJ)
 

 

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