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Sumario del 21/04/2016

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: "Quando Jesus entrou em nossa vida?"

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Cidade do Vaticano (RV) – O cristão deve sempre se recordar do modo e da circunstância em que Deus entrou em sua vida, porque isso reforça seu caminho de fé. Este foi o pensamento central do Papa Francisco na homilia da missa matutina celebrada quinta-feira, (21/04), na Casa Santa Marta. 

A fé é um caminho que, enquanto se percorre, deve fazer memória constante daquilo que foi: das ‘coisas belas’ que Deus realizou ao longo do percurso, e também dos obstáculos e recusas, porque Deus – assegurou o Papa – “caminha conosco e não se assusta com nossas maldades”.

Fazer memória de Deus que salva

Francisco voltou a tocar um tema já abordado, inspirando-se na Primeira leitura do dia, em que Paulo entra, sábado, na sinagoga de Antioquia e começa a anunciar o Evangelho a partir dos primórdios do povo eleito; passando por Abraão e Moisés, o Egito e a Terra prometida, até chegar a Jesus. “É uma pregação histórica, a que os discípulos adotam, e é fundamental – sublinhou o Papa – porque consente recordar os momentos salientes e os sinais da presença de Deus na vida do homem”.

“Voltar atrás para ver como Deus nos salvou, percorrer – usando o coração e a mente – o caminho com a memória até chegar a Jesus. E foi o próprio Jesus, no momento maior de sua vida – Quinta e Sexta-feira, na Ceia -  a dar-nos o seu Corpo e o seu Sangue, dizendo ‘Façam isso em minha memória’. A memória de Jesus; ter na memória que Deus nos salvou”.

“O Senhor respeita”

A Igreja chama o Sacramento da Eucaristia de “memorial”, assim como – lembrou o Papa – o livro de Deuteronômio na Bíblia é o ‘Livro da memória de Israel’. Nós também – afirmou – devemos fazer o mesmo em nossa vida pessoal, porque cada um de nós percorre um caminho, acompanhado por Deus, perto de Deus, ou “afastado do Senhor”.

“Faz bem ao coração do cristão fazer memória do próprio caminho: como o Senhor me conduziu até aqui, como me trouxe, pelas mãos; e as vezes que eu disse ao Senhor ‘Afasta-te, não o quero’ e o Senhor respeitou. Ele é respeitoso! Fazer memória, recordar-se da própria vida e do próprio caminho; retomar isso e fazê-lo sempre. ‘Naquele tempo, Deus me deu aquela graça... eu respondi assim, fiz isso, aquilo... Ele me acompanhou...’. E assim, chegamos a um novo encontro, ao encontro da gratidão”.

Memória das coisas belas

Do coração – prosseguiu o Pontífice – deve nascer um ‘obrigado’ a Jesus, que nunca deixa de caminhar em nossa história. Quantas vezes – admitiu Francisco – nós lhe fechamos a porta na cara, quantas vezes fizemos de conta de não vê-lo, de não acreditar que Ele estava conosco. Quantas vezes renegamos a sua salvação...’ Mas Ele estava ali”.

“A memória nos aproxima de Deus. A memória daquela obra que Deus fez em nós; na recriação, na regeneração, que nos leva além do antigo esplendor de Adão na primeira criação. Eu lhes aconselho, simplesmente a fazer memória! Como foi a minha vida, como foi o meu dia hoje ou como foi este último ano? Memória. Como foi a minha relação com o Senhor. Memória das coisas belas, grandes, que o Senhor fez na vida de cada um de nós”. 

(AdC/CM)

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Papa: serviço caritativo se torne compromisso de cada um de nós

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (21/04),  na Sala Paulo VI, no Vaticano, os participantes da conferência promovida pela Caritas Italiana. 

 

O encontro realizou-se em Sacrofano, cidade próxima a Roma, e contou com a presença de membros das Caritas espalhadas pelas dioceses italianas.

Nascimento da Caritas Italiana

O pontífice recordou que há 45 anos nascia esse organismo eclesial, fortemente desejado pelo Beato Paulo VI. Em 1972, por ocasião do primeiro encontro nacional da Caritas, ele confiou ao organismo o seguinte mandato: “Conscientizar as Igrejas locais e os fiéis ao sentido e dever da caridade em formas cônsonas às necessidades e aos tempos”. 

“Hoje, com fidelidade renovada ao Evangelho e ao mandato recebido, vocês entram em novas estradas de confronto e avaliação para aprofundar e orientar melhor o que até agora foi feito e desenvolvido. A sua missão educacional, que visa sempre à comunhão na Igreja e a um serviço com horizontes amplos, requer o compromisso de um amor concreto a todo ser humano, com uma opção preferencial pelos pobres”, destacou o Papa.

Serviço caritativo

“Diante dos desafios e contradições de nosso tempo, a Caritas tem a difícil, mas fundamental tarefa de fazer com que o serviço caritativo se torne um compromisso de cada um de nós e que toda comunidade cristã se torne sujeito de caridade. Eis o objetivo principal do ser e agir da Caritas: ser estímulo e ânimo a fim de que toda a comunidade cresça na caridade e saiba encontrar caminhos novos para estar próxima aos pobres, seja capaz de ler e enfrentar as situações que oprimem milhões de fiéis, na Itália, em demais países da Europa, e no mundo.”

O Papa também recordou que “diante dos desafios globais que semeiam medo, iniquidade, especulações financeiras, degradação ambiental e guerras, é necessário educar para o encontro respeitoso e fraterno entre culturas e civilizações  para o cuidado da Criação e por uma ecologia integral”.

Francisco encorajou os membros da Caritas a promoverem comunidades que tenham paixão pelo diálogo e reconciliação, que se esforcem para prevenir a marginalização, que incidam nos mecanismos que geram injustiça, trabalhem contra toda estrutura de pecado. “Trata-se de educar pessoas e grupos a estilos de vida conscientes a fim de que todos se sintam responsáveis por todos. Este é o trabalho valioso e extenso das Caritas paroquiais que é preciso difundir cada vez mais no território.”

Migração

O Papa convidou também as Caritas a prosseguirem no compromisso e proximidade aos migrantes.
 
O fenômeno das migrações, que hoje apresenta aspectos críticos que devem ser geridos com políticas orgânicas e previdentes, permanece uma riqueza e um recurso, sob diferentes pontos de vista. Que vocês favoreçam cada vez mais a integração entre populações estrangeiras e cidadãos italianos, oferecendo aos agentes instrumentos culturais e profissionais adequados à complexidade do fenômeno e suas peculiaridades”, disse Francisco.

“O testemunho da Caritas se torna autêntico e crível quando envolve todos os momentos e relações da vida, mas o seu berço e sua casa é a família, Igreja doméstica. A família é constitucionalmente ‘Caritas’ porque o próprio Deus a fez assim: a alma da família e de sua missão é o amor. Este amor misericordioso que eu recordei na Exortação Apostólica pós-sinodal Amoris laetitia, sabe acompanhar, discernir e integrar as situações de fragilidade”, concluiu o pontífice. (MJ)

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Páscoa judaica: mensagem do Papa à Comunidade Judaica de Roma

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco enviou uma mensagem de felicitações à Comunidade Judaica de Roma por ocasião da festa de Pesach, que comemora a libertação do povo de Israel da escravidão na terra do Egito. A festa judaica tem início esta sexta-feira (22/04) e prossegue até sábado, 30 de abril. 

Na mensagem, o Pontífice recorda sua visita, em 17 de janeiro passado, à Comunidade judaica da cidade. Francisco ressalta que a festa de Pesach recorda que o Onipotente libertou seu amado povo da escravidão e o conduziu à terra prometida.

“Ele vos acompanhe também hoje com a abundância de suas bênçãos, proteja a vossa comunidade e, em sua misericórdia, conceda a cada um a paz”, auspicia o Santo Padre pedindo que rezem por ele, ao tempo em que assegura suas orações. “O Altíssimo nos conceda poder crescer sempre mais na amizade”, conclui o Papa. (RL)

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Papa a Scholas: trabalho de equipe transforma muros em pontes

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco enviou uma mensagem aos jovens argentinos que estão realizando uma expedição ao Polo Norte, levando uma cópia da Encíclica “Laudato si sobre o cuidado da casa comum” e um ramo de oliveira, símbolo da paz. 

Trata-se da primeira “Expedição argentina e sul-americana ao Polo Norte por causa das mudanças climáticas em favor da cuidado da casa comum”, promovida pela Fundação Criteria, que promove o engajamento da sociedade civil em prol da segurança humana, e pelas Scholas Occurrentes, a rede internacional de escolas nascida na Argentina por vontade do então Arcebispo de Buenos Aires Jorge Mario Bergoglio.

A gravidade do problema ambiental

Os jovens são acompanhados em sua expedição por uma bandeira da rede Scholas Occurrentes. Em sua mensagem, o Santo Padre saúda os participantes da iniciativa e ressalta que o problema ambiental “é grave”.

Por isso, iniciativas análogas “ajudam a tomar consciência da degradação do ambiente, do esgotamento das reservas naturais, da contaminação e também da distribuição das riquezas, fortemente desigual”.

Trabalho de equipe transforma os muros em pontes

“O percurso que vocês estão fazendo demonstra que com o amor, o esforço e o trabalho de equipe é possível transformar os muros em pontes”, acrescenta o Papa.

“Obrigado por levarem a bandeira dos jovens das Scholas  e a mensagem de vocês. Obrigado pela coragem de vocês e empenho no demonstrar que tudo é possível. E obrigado a suas famílias que os acompanham de longe”, conclui Francisco. (RL)

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Papa: domingo coleta em prol da Ucrânia, terra de um conflito esquecido

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Cidade do Vaticano (RV) – Na conclusão da Audiência Geral na Praça São Pedro na última quarta-feira, o pensamento do Papa Francisco voltou novamente à população da Ucrânia, recordando a especial coleta convocada para o próximo domingo, em favor dos que naquele país sofrem as consequências da violência.

Um conflito armado “esquecido por muitos” e que há dois anos envolve a Ucrânia e a sua população, e que, mais uma vez, o Papa Francisco quis lembrar e chamar a atenção do mundo. De acordo com dados da ONU, são mais de 9 mil as vítimas do conflito na Ucrânia, quase três milhões os deslocados internos e os refugiados fora do país, com tensões ainda em curso, especialmente nas áreas de Donetsk e Lugansk:

“Eu convidei a Igreja na Europa – disse o Papa - a apoiar a iniciativa que eu convoquei para atender a essa emergência humanitária. Agradeço de antemão todos aqueles que contribuirão generosamente para esta iniciativa, que se realizará no próximo domingo 24 de abril”.

À especial coleta desejada pelo Papa, e a ser destinada em particular aos idosos e crianças para dar-lhes uma “ajuda humanitária”, como o próprio Papa especificara no Regina Caeli de 3 de abril último, será acompanhada uma soma em dinheiro disponibilizada pelo Santo Padre. Sobre essa iniciativa, fala o Padre ucraniano Vladimiro Voloshyn, coordenador pastoral da Conferência Episcopal Italiana, CEI, para os ucranianos na Itália:

R. – Devemos agradecemos o Santo Padre por esta iniciativa. Nós a viveremos plenamente domingo 24, porque o Papa se fez voz de todos os ucranianos não só na Europa, não só na Itália, mas em todo o mundo. Este conflito armado tem consequências desastrosas, porque as vítimas são principalmente os idosos e as crianças, que foram deslocados e que tiveram de abandonar suas casas destruídas para fugir para as regiões da Ucrânia, onde não há guerra. Esta iniciativa do Papa Francisco diz respeito a essa parte da população, por exemplo, da região de Donbass, na Ucrânia, onde muitas crianças ficaram sem os pais, que foram assassinados ou estão desaparecidos.

P. – O senhor falou sobre a emergência dos órfãos, das crianças. O que mais atinge esta grave crise humanitária?

R. - Ela atinge as famílias, que têm de abandonar seus lugares de origem e buscar outros mais tranquilos, em outras regiões da Ucrânia. Eles não têm os meios necessários para cuidados médicos e nem mesmo apoio econômico. Várias pessoas idosas devem atravessar as áreas de “controle” para ir onde podem receber a aposentadoria e comprar alimentos ou medicamentos, para depois retornarem – em meio a riscos sempre maiores - para suas casas, quando podem fazê-lo. E para a população em geral serve alimento, medicamento, dinheiro para reconstruir suas casas e pagar as contas de luz e água. (SP)

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O Jubileu da Misericórdia na Diocese de Goiás

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Cidade do Vaticano (RV) - O nosso convidado no programa “O Caminho da Misericórdia”, desta quinta-feira (21/04), é o Bispo de Goiás, Dom Eugênio Rixen, que numa conversa com Silvonei José nos fala sobre o andamento do Ano da Misericórdia em sua diocese. (MJ) 

 

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Ecumenismo em simpósio da Schülerkreis Papa Ratzinger

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Viena (RV) – Ut unum sint: serão focados na temática ecumênica os trabalhos do próximo simpósio promovido pela Neue Schülerkreis von Kardinal Ratzinger/Papst Benedikt XVI, o círculo que reúne os ex-alunos de Joseph Ratzinger.

O encontro terá lugar na sexta-feira, 22, no Instituto Internacional Teológico de Trumau, Áustria. Entre os conferencistas estarão o Arcebispo de Viena, Cardeal Christoph Schönborn, o Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos,Cardeal Kurt Koch, e o Metropolita Greco-ortodoxo para a Áustria, Arsenios.

O Simpósio será aberto com uma celebração eucarística presidida pelo Cardeal Koch, que logo após falará sobre o tema “Serviço à plena e visível unidade. A compreensão do ecumenismo de Joseph Ratzinger/Papa Bento XVI”. Sucessivamente o Cardeal Schönborn e o Metropolita Arsenios falarão, respectivamente, sobre “visão para o futuro do ecumenismo” e sobre “cinquenta anos de diálogo de amor e de verdade”. Por fim, o Abade Maximiliam Heim falará da relação entre “monarquismo e ecumenismo”. (JE/OR)

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Igreja na América Latina



Bispos uruguaios: perdão e vergonha por abusos cometidos

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Montevidéu (RV) – “Perdão e compromisso”. Assim intitula-se o documento divulgado pela Conferência Episcopal do Uruguai sobre a luta contra o abuso de menores cometidos por alguns membros do clero. O texto foi elaborado durante a Assembleia Plenária dos Bispos, realizada de 6 a 12 de abril.

Os prelados sublinham – em primeiro lugar – terem dedicado “particular atenção a este problema” nos últimos anos, o que inclui a elaboração – com a ajuda de especialistas – de um “protocolo” especial e a instituição de uma Comissão para a prevenção dos abusos.

Vergonha pelos abusos cometidos e compromisso pela justiça

“Pedimos perdão a todas as pessoas que sofreram abusos por parte de alguns sacerdotes e religiosos em nosso país – escrevem os bispos no documento episcopal. Sentimos dor e vergonha, porque trata-se de pessoas que, depois de terem prometido servir a Deus e o próximo, cometeram atos horríveis”. A Igreja do Uruguai sublinha também que “fatos similares” foram verificados, nos últimos anos, “em diversos países e em todos os âmbitos da sociedade”, o que, de forma alguma, “pode justificar que se verifiquem na Igreja”. Por isto, os prelados reiteram sua “forte vontade” de encontrar, ouvir e acompanhar as vítimas, investigando e procedendo “rigorosamente segundo o Protocolo” diante das acusações, na ótica de “total disponibilidade em colaborar com a justiça”.

Maior atenção à formação dos sacerdotes

Ao mesmo tempo, a Conferência Episcopal uruguaia reconhece “a generosidade da grande maioria dos sacerdotes e dos religiosos que cotidianamente colocam as suas vidas a serviço dos outros”. Após ter reiterado “o valor do celibato”, a CEU ressalta o próprio compromisso em “examinar atentamente as motivações e as competências dos futuros sacerdotes”, providenciando a eles “uma formação adequada”, de forma a tutelar todos aqueles que colaboram com as comunidades, as instituições ou as obras sociais da Igreja.

Número para receber denúncias

Por fim, a CEU informa ter ativado um número telefônico específico “para receber eventuais denúncias de abusos sexuais em menores, em todo o país”. Denominada “A Igreja te escuta”, o número 095 382465 está ativo de segunda às sextas-feiras, das 14h30 às 18h30. Pessoas especializadas responderão às eventuais chamadas, sendo capazes de fornecer a ajuda necessária aos denunciantes.

Iniciar investigações sobre os “desaparecidos” dos anos 80

Além do tema dos abusos, no âmbito da Plenária da CEU, foi tratada também a questão dos “detidos desaparecidos durante o período do governo de fato”, nos anos 80. Em particular, a pedido da Embaixada do Uruguai junto à Santa Sé, os prelados concordaram que se pesquise, nos arquivos vaticanos, os dados relativos aos prisioneiros “desaparecidos” nos últimos anos. Por fim, a CEU acolheu “com alegria” a Exortação Apostólica pós-sinodal Amoris Laetitia, do Papa Francisco, auspiciando que tal documento “ilumine os esforços pastorais de acompanhamento das famílias dentro da Igreja”. (JE)

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Igreja no Mundo



Mulher iazidi vítima do EI participará de conferência da Santa Sé

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Cidade do Vaticano (RV) –  Uma mulher da etnia iazidi, Samia Sleman Kamal, também participará, no próximo dia 28 de abril, da conferência promovida pela representação diplomática da Santa Sé na ONU, em Nova York, intitulada “Defender a liberdade religiosa e outros direitos humanos: deter as atrocidades de massa contra cristãos e outros fiéis”.

Iazidis, minoria perseguida pelo Daesh

Os iazidis constituem uma comunidade étnico-religiosa curda que vive principalmente no norte do Iraque. Alvo de perseguições seculares, assim como o resto dos curdos foram deslocados de suas terras e, vulneráveis, são vítimas de ataques do chamado Estado Islâmico (EI). Mulheres e crianças são frequentemente sequestradas e escravizadas e Samia foi uma delas.

No evento, patrocinado também por algumas ONGs, e aberto pelo Arcebispo Bernardito Auza, observador permanente da Santa Sede na ONU, o debate será focado nas atrocidades perpetradas no Oriente Médio e na África pelo EI, Boko Haram e outros grupos extremistas.  

Participarão ainda o parlamentar sueco autor da resolução contra homicídios de massa de minorias religiosas, Lars Adaktusson, o cavaleiro supremo de Colombo, Carl Anderson, os pais de Kaia Muller, ativista estadunidense assassinada pelo EI, Carl e Marsha Muller, e padre Douglas Al-Bazi, sacerdote católico ex-refém do EI.   

(CM)

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Há três anos o sequestro dos bispos de Aleppo: não os esquecemos, diz Patriarca melquita

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Damasco (RV) – A comunidade cristã na Síria “não esqueceu” os seus bispos, porque “cada vez que se realiza uma oração comum se fala deles, se pensa neles”. Nos dias passados “realizou-se uma celebração em Beirute” e o mesmo teve lugar esta quinta-feira, 21,  “na sede do Patriarcado ortodoxo”, sempre na capital libanesa. Foi o que afirmou à Asianews o Patriarca melquita Gregorio III Laham, ao comentar os três anos transcorridos desde o sequestro de Dom Yohanna Ibrahim e Dom Boulos Yaziji em Aleppo, no norte da Síria.

De fato, desde 22 de abril de 2013, não se tem mais notícias dos dois prelados da Igreja Sírio-ortodoxa e Greco-ortodoxa, e cuja sorte permanece envolta em mistério. Um sequestro “anômalo”, sem reivindicações nem tratativas concretas para se obter a libertação deles. Um duro golpe para estas Igrejas do Oriente, que sempre foram um símbolo do diálogo inter-religioso, de enriquecimento espiritual e intelectual para a região.

Dom Yohanna Ibrahim, Bispo da Diocese sírio-ortodoxa de Aleppo e Dom Boulos Yaziji, Arcebispo da Diocese greco-ortodoxa da mesma cidade, foram sequestrados pouco antes das 18 horas do dia 22 de abril na localidade de Kafr Dael, a cerca de 10 km de Aleppo. Segundo algumas testemunhas, os dois prelados estavam negociando a libertação de dois sacerdotes: Padre Michel Kayyal (armênio-católico e Padre Maher Mahfouz (greco-ortodoxo), sequestrados em fevereiro do mesmo ano. Desde esta data, não se teve mais nenhuma notícia a respeito de seu paradeiro, nem mesmo se ainda estão vivos.

Este quadro levou a Igreja Sírio-ortodoxa e a Igreja Greco-ortodoxa a organizarem o encontro de oração intitulado “Nós não esquecemos”, realizado em Beirute em 19 de abril, com o objetivo de manter viva a recordação dos dois.

Interpelado pela Asianews, o Patriarca de Antioquia e de todo o Oriente, Gregorio III, confirmou que “há três anos não se sabe nada deles” e nenhuma notícia veiculada até agora a respeito deles “tem qualquer fundamento. Não existem notícias verdadeiras ou verossímeis em mérito à sorte deles”. “É impossível” – confirma – ter “notícias precisas”.

“O que podemos fazer – prossegue o prelado – é renovar o apelo à oração, para que haja uma mobilização geral, internacional, pela paz na Síria”. O augúrio – acrescenta – “é que o destino deles e o seu sofrimento são um chamado, um apelo ao mundo pela paz. Que estes dois mártires sejam um sinal do amanhã, uma cruz no caminho da população síria”.

O Patriarca melquita reitera com força que os dois bispos “não foram esquecidos” e “cada vez se reza em comum, se fala deles”.

Que esta recorrência – conclui – “possa ser ocasião para lançar um apelo à paz. É necessária uma aliança universal pela paz, não estadunidense, árabe, russa. É necessária uma boa vontade para fazer avançar as conversações de paz e se encontrar um ponto comum. Ao contrário, há quem ataca, quer o caos, para alimentar o supermercado do dinheiro, dos interesses, das armas. Com a guerra, alguém sempre ganha!”. (JE)

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Sínodo ortodoxo: cristãos devem ser defendidos

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Moscou (RV) – Um encontro histórico que, por meio da Declaração comum, sublinhou a urgência de defender os cristãos nas regiões onde são perseguidos e que contribuiu para uma trégua parcial nas hostilidades na Síria, salvando milhares de vidas.  A visita do Patriarca Kirill à América Latina e o histórico encontro ocorrido em Havana com o Papa Francisco, estiveram entre os temas tratados no Sínodo da Igreja ortodoxa, realizado em 16 de abril passado, em São Petersburgo.

A Declaração comum firmada por Kirill e Francisco – lê-se em uma nota publicada no site do Departamento para as Relações Externas do Patriarcado – contém um apelo à comunidade internacional para adotar medidas urgentes para colocar fim ao genocídio dos cristãos no oriente próximo e para trabalhar pela paz e a solidariedade na Ucrânia”. O documento – que foi aprovado pelo Sínodo – coloca em evidência, além disto, “a necessidade de uma cooperação para a defesa dos fundamentos cristãos da civilização europeia”, como os valores da família tradicional, o direito à vida e o respeito pela dignidade humana”.

Situação dos cristãos em alguns países

O Patriarcado de Moscou destaca alguns pontos da Declaração comum, em particular, o pedido à comunidade internacional para “agir urgentemente para prevenir a ulterior expulsão dos cristãos do Oriente Médio” e a fazer “todo esforço possível para colocar fim ao terrorismo com a ajuda de ações comuns, conjuntas e coordenadas”. Após ter manifestado satisfação pela acolhida que teve o apelo, e na esperança de “uma ulterior consolidação das forças que lutam contra o terrorismo internacional”, os metropolitas russos compartilham a inquietude contida no documento de Havana “pela situação em tantos países em que os cristãos se deparam sempre mais frequentemente com uma restrição à liberdade religiosa, ao direito de testemunhar as próprias convicções e à possibilidade de viver conforme as mesmas”, assim como “pela atual limitação dos direitos dos cristãos, e até mesmo de sua discriminação, quando algumas forças políticas, guiadas pela ideologia de um secularismo tantas vezes agressivo, buscam jogá-lo à margem da vida pública”.

Visita pastoral à América Latina

Na reunião em São Petersburgo, o Patriarca Kirill falou sobre os resultados de sua visita pastoral à América Latina, realizada de 11 a 22 de fevereiro, em concomitância com o 45º aniversário da abertura da Paróquia da Igreja russa em Havana e com o 70º aniversário da Diocese da Argentina e América Latina do Patriarcado de Moscou. Durante seu viagem, Kirill visitou Cuba, Paraguai, Brasil e a Estação Bellingshausen na Ilha de Waterloo, na Antártida.

Concílio Pan-ortodoxo

Em vista do Concílio Pan-ortodoxo, que terá lugar na Ilha grega de Creta, de 18 a 27 de junho, o Departamento para as Relações Externas, guiado pelo Metropolita de Volokolamsk, Hilarion, publicou na última terça-feira, 19, uma longa declaração onde esclarece alguns pontos relativos à posição da Igreja Ortodoxa Russa sobre o grande evento e sobre documentos na ordem do dia. O Concílio – lê-se na primeira linha – “não tratará de questões dogmáticas, que foram debatidas e definitivamente aprovadas pelos Concílios Ecumênicos”, nem pode ser classificado como “Concílio Ecumênico”, “porque, contrariamente aos antigos Concílios Ecumênicos, não tem por objetivo resolver questões doutrinais ou introduzir qualquer novidade na vida litúrgica da Igreja, na sua estrutura canônica”.

Os únicos temas a serem tratados em Creta serão “aqueles que, por razões históricas, não receberam respostas universalmente aceitas no âmbito do direito canônico”, como por exemplo a cooperação para a pastoral dos ortodoxos que vivem fora das fronteiras canônicas das Igrejas locais. O Concílio, além disto, é chamado a dar uma opinião sobre algumas matérias de atualidade, como a importância do jejum e a sua observância hoje; a autonomia e o modo de proclamá-la; o Sacramento do Matrimônio e os seus impedimentos; a diáspora ortodoxa; a missão da Igreja Ortodoxa no mundo contemporâneo; as relações da Igreja Ortodoxa com o conjunto do mundo cristão. Sobre este último ponto, o Patriarcado de Moscou não tem pressa em dissipar dúvidas e temores surgidos nas últimas semanas no mundo  ortodoxo, precisando, entre outras coisas, que não existe nenhum projeto de união com os católicos ou a intenção de declarar o ecumenismo como “uma espécie de ensinamento obrigatório para todos os ortodoxos”.

Auspiciando esclarecimentos, com os outros cristãos, sobretudo sobre questões eclesiológicas, o Patriarcado encoraja todavia a um “diálogo reciprocamente respeitoso”. (JE/OR)

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Bispos de Zâmbia organizam conferência sobre o ambiente

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Lusaka (RV) - Avaliar o impacto ambiental da agricultura e das atividades extrativistas em larga escala: com este objetivo vai se realizar em Lusaka, capital da República de Zâmbia, nos dias 25 e 26 de abril, um encontro de alto nível organizado pela Conferência episcopal local.

Um dos conferencistas aguardados é o presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, Cardeal Peter Turkson. Efetivamente, a conferência terá também a finalidade de criar e aumentar a consciência sobre a importância da ecologia humana e a salvaguarda da Criação, como indicado pela Encíclica “Laudato si” do Papa Francisco sobre o cuidado da casa comum.

Os problemas ambientais do país

Os efeitos das mudanças climáticas são sentidos de modo alarmante no país do centro-sul da África: a escassez de chuvas e a impossibilidade de previsão das condições meteorológicas determinaram o fracasso da colheita. Por outro lado, a grande barragem de Kariba, na fronteira entre Zâmbia e Zimbábue, criou graves problemas estruturais, provocando também uma diminuição significativa do volume de água nos reservatórios.

Por conseguinte, a sociedade estatal responsável pelo fornecimento de energia elétrica, a Zesco, impôs o racionamento de energia a todo o país, e muitas árvores foram abatidas para a produção de carvão.

Colaboração de todos com a salvaguarda da Criação

Tal situação, naturalmente, preocupa a Igreja zambiana: o secretário-geral da Conferência Episcopal de Zâmbia, Pe. Cleophas Lungu, ressalta que “este cenário deve ser encarado se quisermos levar adiante uma mudança no comportamento” ecológico.

A conferência considerará também os efeitos da extração mineraria em larga escala, em particular, de cobre. “Como Igreja, temos a satisfação de acolher este encontro porque a economia nacional é guiada, em grande parte, pelo setor minerário e, portanto, é preciso ter consciência do impacto ambiental que tal atividade comporta”, conclui Pe. Lungu. Daí, o chamado a todos a colaborar na salvaguarda da Criação. (RL)

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Tríduo de oração pela paz no Sudão do Sul

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Juba (RV) - O Arcebispo de Juba, Dom Paulino Lukudu Loro, Sudão do Sul, convocou um tríduo de oração pela paz na nação mais jovem do mundo que teve início nesta quarta-feira (20/04).

“Com a perspectiva da esperança e paz no Sudão do Sul cada paróquia é convidada a dedicar um tríduo de oração especial pela paz na nação”, afirma o prelado na mensagem. 

Segundo a Agência Ecclesia, os três dias de oração são pela “implementação pacífica do acordo que conduz à paz duradoura no país”.
 
O tríduo se encerrará, no próximo sábado (23/04), com uma procissão e missa presidida por Dom Paulino na catedral de Santa Teresa.

O presidente Salva Kiir e o seu ex-vice-presidente Riek Machar assinaram um acordo, em agosto de 2015, que deveria dar origem a um governo de unidade nacional. 

Segundo a Agência Fides, eles raciocinam somente em termos militares e a população sofre com tal mentalidade que levou ao desastre da guerra civil que estourou em dezembro de 2013, quando Machar, na época vice de Kiir, foi acusado por este último de ter tentado derrubá-lo com um golpe militar.

Infelizmente, os números da crise no Sudão do Sul contabilizam mais de 50 mil mortos e 2,3 milhões de pessoas forçadas a abandonar suas casas, 1,7 milhões de deslocados internos e 648 mil refugiados na Etiópia, Quênia, Uganda e Sudão. Quase 200 mil pessoas estão nos campos de proteção de civis nas bases da ONU em condições muito difíceis.

Segundo o missionário comboniano Pe. Raimundo Nonato Rocha dos Santos, a situação agora está mais calma, mas ainda existem muitas dificuldades. 

(MJ)

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Formação



Campina Grande: voltar às fontes do Concílio na ação evangelizadora

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, na edição de hoje do nosso quadro “Nova Evangelização e Concílio Vaticano II” prosseguimos com a participação do bispo de Campina Grande, Dom Manoel Delson Pedreira da Cruz, O.F.M. Cap. 

Em continuidade com a edição anterior, na qual o bispo desta Igreja particular da Paraíba nos disse, entre outras coisas, que é preciso “continuar bebendo nesta fonte do Concílio que alimenta a Igreja ao longo dos tempos”, Dom Manoel Delson nos fala sobre o acolhimento e implementação do Vaticano II por parte da Igreja no Brasil.

Ao tecer suas com siderações sobre o tema em questão, ele nos ressalta que “precisamos sempre voltar às fontes do Concílio Vaticano II para nos inspirar em nossa ação evangelizadora”, e que “somos muito gratos a Deus que inspirou o Papa João XXIII a convocar o Concílio e pelo bem que o Vaticano II tem feito.

“Esperamos que este espírito continue na Igreja e ajude a Igreja a ser um instrumento de Jesus Cristo junto ao povo”, auspicia o bispo de Campina Grande.

O resultado de tudo isso, afirma ele, é que a Igreja no Brasil é uma Igreja viva, atuante, presente, uma Igreja que tem contribuído muito com a construção da nossa sociedade, “sempre com uma palavra iluminadora, uma participação efetiva junto às mudanças sociais”. Vamos ouvir (ouça clicando acima).

(RL)

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Atualidades



Na ilha de Lesbos, o ecumenismo do sofrimento em ação

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Cidade do Vaticano (RV) - Neste espaço dedicado aos direitos humanos, voltamos a falar da viagem de Francisco à ilha grega de Lesbos. Em poucas horas, o Papa realizou gestos marcantes, quando ouviu o relato emocionado dos refugiados no campo de Mória, recebeu desenhos de crianças migrantes relatando experiências trágicas e o fato de trazer com ele, no avião de regresso, três famílias sírias que fugiram da guerra.

Ouça a análise da Superiora-Geral da Congregação de São Carlos Borromeu – Scalabrinianas –, Ir. Neusa de Fátima Mariano:

 

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Dorothy Day, ativista dos EUA, mais próxima da santidade

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Cidade do Vaticano (RV) – Mais uma importante etapa no caminho de Dorothy Day para a santidade. A ativista fundadora do Movimento de Trabalhadores Católicos nos Estados Unidos, falecida em 1980, foi citada pelo Papa Francisco como um dos quatro grandes nome que, com seu testemunho de vida,  souberam encarnar os valores fundamentais para a construção de um futuro melhor nos Estados Unidos.

Instrutória aberta

O arcebispo de Nova York, Cardeal Timothy Michael Dolan, abriu o inquérito canônico para coletar depoimentos relativos à vida e às obras de Dorothy, e determinar assim a existência das virtudes heroicas necessárias para a causa. Depois desta fase, a arquidiocese encaminhará os resultados à Congregação das Causas dos Santos e ao Papa, que tomará a decisão final.

Segundo o postulador, Mons. Gregory A. Mustaciuolo, na instrutória serão ouvidas cerca de cinquenta pessoas que acompanharam de perto a experiência da ativista. Uma comissão deverá também reconstruir o contexto cultural da ação de Dorothy Day.

Quem foi

“Mulher de grande expressão humana, cultural e espiritual, nascida em Nova York em 1897, foi jornalista e ativista social, célebre sobretudo por suas campanhas em defesa dos pobres e sem-casa”. Aos 30 anos, se converteu ao catolicismo, aliando a fé à experiência social e política. Em 1933 fundou o Movimento dos Trabalhadores Cristãos e em seguida, as casas de hospitalidade para pobres, que rapidamente se espalharam além dos confins do país.

Em seu discurso ao Congresso, em Washington, em 24 de setembro de 2015, o Pontífice associou a figura de Dorothy Day a de outros três estadunidenses – o presidente Abraham Lincoln, o líder antirracista Martin Luther King e o monge Thomas Merton – que “deram forma a valores fundamentais que marcarão para sempre no espírito o povo do país”. 

(CM)

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Mariana, 5 meses depois: a voz do pároco

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Cidade do Vaticano (RV) – O Programa Em Romaria da Rádio Vaticano que vai ao ar nesta quinta-feira, às 12h de Brasília, aborda o tema da tragédia que envolveu no dia 5 de novembro de 2015 o Município de Mariana, MG, quando uma represa se rompeu causando a morte de dezenas de pessoas e ingentes danos materiais e ambientais.

Conversamos com o Padre Geraldo Martins, Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Glória, no Distrito de Passagem de Mariana. (SP)

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Brasil é um dos piores países para o jornalismo, diz ONG

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Cidade do Vaticano (RV) – A Organização independente Repórteres sem Fronteiras (RSF) revelou na quarta-feira, (20/04), que o Brasil caiu cinco posições e agora ocupa o 104º lugar entre os 180 países onde a liberdade de imprensa é menos respeitada.

 

É a quinta queda consecutiva do Brasil na Classificação Mundial de Liberdade de Imprensa: em 2010, o país ocupava a 58ª posição. “O Brasil segue sendo um dos países mais mortíferos da América para os jornalistas, somente atrás de México e Honduras. Em 2015, foram 7 os jornalistas assassinados no Brasil”, recorda a RSF.

“Uma escalada da violência contra os jornalistas e a falta de vontade política em alto nível para proteger eficazmente os profissionais”, são as primeiras razões apresentadas pela RSF para explicar o péssimo desempenho do Brasil.

“No Brasil, os principais obstáculos à liberdade de imprensa e o clima de desconfiança em relação aos jornalistas se reforçam com a recessão econômica e a instabilidade política”, diz a organização, cuja sede está em Paris.

Conflito de interesse

A RSF cita ainda a questão dos “coronéis” brasileiros, “latifundiários ou empresários que, às vezes, são governadores, prefeitos ou parlamentares e, direta ou indiretamente, possuem um ou vários meios de comunicação que dominam o território”.

Como consequência desta realidade, "os meios de comunicação têm uma grande dependência dos centros de poder”, denuncia.

Impeachment

Como exemplo deste fenômeno, a RSF aponta a cobertura da crise política em que os principais meios de comunicação, “convidaram a sua audiência, de maneira pouco velada, a precipitar a queda da Presidente Dilma Rousseff”.

Desta forma – prossegue o relatório – “é difícil para os jornalistas destes conglomerados trabalhar tranquilamente sem sofrer a influência de interesses privados e partidários. Estes constantes conflitos de interesse prejudicam muito a qualidade da informação difundida”, adverte a organização.

Representatividade

Por fim, a RSF denuncia que a falta de um mecanismo nacional que projeta os jornalistas que se encontram em perigo facilita a difusão do “clima de impunidade, alimentado pela corrupção onipresente”.

“Todos os jornalistas assassinados no país investigavam temas delicados como a corrupção e o crime organizado. A impunidade prevalece na maior parte destes casos, o que favorece a multiplicação das agressões”. 

(rsf/rb)

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Táxi contra o tráfico humano: iniciativa da Igreja sul-africana

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Johannesburgo (RV) - “Taxi contra o tráfico de seres humanos”. Este é o nome da iniciativa promovida pela Conferência Episcopal da África do Sul (Sacbc), voltada a sensibilizar os taxistas sobre esta chaga humana e social. O projeto foi apresentado em uma conferência realizada de 12 a 15 de abril, organizada pelo Escritório contra o Tráfico de Seres Humanos (Counter Trafficking in Persons Office - CTIP) da Igreja local, em colaboração com os Superiores dos Institutos Religiosos.

Drama dos menores

“O tráfico de seres humanos, especialmente de crianças, é muito difundido na África do Sul”, afirmou Irmã Melanie O’ Connor, Coordenadora do CTIP, citada pela Agência Fides. “Não somente existe o problema do tráfico dentro do país, mas a maior parte do tráfico de pessoas entre 14 e 23 anos passa por nossas fronteiras na ação de indivíduos e grupos criminosos organizados”.

Unidos para fazer a diferença

No dia 14 de abril, os taxistas haviam se reunido em Madibeng para expressar solidariedade à iniciativa promovida pela Igreja Católica. Naquela ocasião, Irmã Melanie havia sublinhado o papel desempenhado pelos taxistas no combate ao tráfico de seres humanos, ao indicarem às autoridades o transporte de passageiros suspeitos acompanhados de menores. “Juntos podemos fazer a diferença”, concluiu a religiosa. (JE)

 

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Artigo: O Brasil que nós queremos

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Jales (RV*) - Os jornalistas estrangeiros estão querendo entender o que aconteceu no Brasil, com a recente condenação da Presidente da República pela Câmara dos Deputados. Não é fácil dar uma explicação cabal e satisfatória.

É o típico episódio que nos deixa perguntando a quantas andamos na construção de nossa nacionalidade. E aí as perguntas aumentam o leque das causas que estão por trás dos acontecimentos.

E´ sintomático, por exemplo, que ninguém se deu conta que a data, 17 de abril, recordava o massacre de Eldorado dos Carajás. Certamente porque aquele episódio ainda incomoda, e deveria ser colocado no esquecimento. Em todo o caso, foi nítida a tendência de transformar uma votação carregada de consequências, em simples espetáculo a divertir uma plateia de dimensões nacionais.  

Assim, para muitos, o domingo à tarde teve uma opção diferente de passar o tempo, para retomar na segunda-feira a faina de sempre.

O difícil é ler os acontecimentos, e perceber o que eles nos revelam sobre a situação do país. Pensar o país, eis o desafio. Superar a dimensão de espetáculo que diverte, para assumirmos a postura de quem se pergunta como viabilizar um projeto de país, que seja abrangente e adequado às circunstâncias que a realidade e a história nos proporcionam.

Pensar é laborioso. E muitos preferem deixar esta tarefa para outros. Ao passo que a primeira condição para construirmos  um país é a participação consciente dos cidadãos, que precisa começar pela definição de um projeto que contemple todas as dimensões da convivência social.

Foi sintomático o que aconteceu na última assembleia da CNBB. Foi apresentado um subsídio, denso e consistente, com a finalidade de estimular a reflexão sobre o país, com o título: “Pensando o Brasil”.  A reação dos bispos mostrou que a maioria rejeitava o texto, não porque discordasse do conteúdo, mas porque ele exigia um esforço de leitura e de reflexão.  Quando se prefere não pensar,  a situação fica perigosa, pois cedemos o espaço para quem pensa, rapidamente, na defesa dos próprios interesses, e não olha o bem comum.

Anos atrás a CNBB empreendeu um amplo processo de reflexão sobre “O Brasil que nós queremos”, ou “O Brasil que a gente quer”. Em termos de princípios, deu para chegar a uma definição abrangente, de um Brasil “politicamente democrático, economicamente justo, socialmente solidário, culturalmente plural, regionalmente diversificado, ecologicamente sustentável, e religiosamente ecumênico”.

Nas utopias é fácil ter consenso. O desafio é passar das utopias para a realidade. Aí se exige um trabalho atento, consciente, persistente, incansável, a partir da própria cidadania, para tornar possível algumas mudanças que são urgentes e estratégicas. A começar, finalmente, pela reforma política, onde deve ser proibida a doação de empresas para candidatos. Pois estas doações se tornaram em fonte principal do desvio de recursos públicos para interesses particulares.

Em todo o caso, cabe agora a cada um de nós, fazer do episódio de domingo um estimulo para continuar “pensando o Brasil”, e agindo de acordo com nossas convicções, que precisam ser partilhadas, em vista de chegarmos a grandes consensos, que são indispensáveis para o enfrentamento democrático dos graves problemas que ameaçam inviabilizar “o Brasil que nós queremos”.

A importância de um candidato não se mede pelo dinheiro que usa para fazer sua campanha. Mas sim pela consistência de suas propostas, e pelo testemunho de vida que ele apresenta.

*Dom Demétrio Valentini
Bispo Emérito de Jales 

               

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