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Sumario del 22/04/2016

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: cristão não pode calar o anúncio de Jesus

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Cidade do Vaticano (RV) - Anúncio, intercessão, esperança. É o trinômio sobre o qual o Papa Francisco meditou na manhã desta sexta-feira (22/04) em sua homilia. O Pontífice ressaltou a figura do cristão como uma pessoa de esperança, “porque espera que o Senhor retorne”, e exortou também a termos coragem para anunciar, como os Apóstolos, que testemunharam a Ressurreição de Jesus, arriscando a vida.

 

Três dimensões da vida cristã: anúncio, intercessão e esperança”. O Papa se inspirou nas leituras do dia para refletir sobre este trinômio que deve marcar a vida de quem crê. O coração do anúncio, para os cristãos, é que Jesus morreu e ressuscitou por nós, por nossa salvação.

Anunciar Jesus a custo de dar a vida, como faziam os Apóstolos

“Jesus está vivo! Este – recordou – é o anúncio dos Apóstolos ais judeus e pagãos de seu tempo, e que foi testemunhado também com a sua vida, com o seu sangue”.

“Quando João e Pedro foram levados ao Sinédrio, depois da cura do paralítico, e os sacerdotes os proibiram de falar do nome de Jesus, da Ressurreição; eles, com toda a coragem e a simplicidade diziam: ‘Não podemos nos calar sobre o que vimos e ouvimos, o anúncio. E nós, cristãos pela fé, temos o Espírito Santo dentro de nós, que nos faz ver e escutar a verdade sobre Jesus, que morreu por nossos pecados e ressuscitou. Este é o anúncio da vida cristã: Cristo é vivo! Cristo ressuscitou e está entre nós na comunidade, nos acompanha no caminho”.  

Muitas vezes, comentou, “fadigamos em receber este anúncio, mas Cristo ressuscitado é uma realidade e é necessário dar testemunho disso”, como afirma João. 

Jesus intercede por nós mostrando as Suas chagas ao Pai

Depois da dimensão do anúncio, Francisco dirigiu seu pensamento à intercessão. Durante a Ceia da Quinta-feira Santa, afirmou, os Apóstolos estavam tristes e Jesus lhes diz: “Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Vou preparar um lugar para vós”:

“Que isso quer dizer? Como Jesus prepara o lugar? Com a sua oração por cada um de nós. Jesus reza por nós e esta é a intercessão. Jesus trabalha neste momento com a sua oração por nós. Assim como disse a Pedro uma vez, “Pedro rezei por ti’, antes da Paixão, também agora Jesus é o intercessor entre o Pai e nós”.

Jesus é realmente a nossa esperança?

E como Jesus reza?, questionou Francisco, que responde: “Eu acredito que Jesus faça ver as chagas ao Pai, porque ele as levou consigo depois da Ressurreição: mostra as chagas ao Pai e nomeia cada um de nós”. Esta é a oração de Cristo, acrescentou. “Neste momento, Jesus intercede por nós: é a intercessão”. Por fim, o Papa falou da terceira dimensão do cristão: a esperança. “O cristão – disse ele – é uma mulher e um homem de esperança, que espera a volta do Senhor”. Toda a Igreja, prosseguiu, “aguarda a vinda de Jesus: Ele voltará. E esta é a esperança cristã”:

“Podemos nos perguntar, cada um de nós: como é o anúncio na minha vida? Como é a minha relação com Jesus que intercede por mim? E como é a minha esperança? Acredito realmente que o Senhor ressuscitou? Acredito que o Pai reza por mim? Toda vez que o chamo, Ele está rezando por mim, intercede. Acredito realmente que o Senhor voltará, virá? Nos fará bem perguntar isso sobre a nossa fé: acredito no anúncio? Acredito na intercessão? Sou um homem ou uma mulher de esperança?”

(AG/CM/BF)

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Papa: testemunhar cada vez mais Cristo, rosto da misericórdia do Pai

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco enviou uma mensagem aos participantes da 39º Convocação Nacional de Grupos e Comunidades da Renovação Carismática.

O encontro teve início nesta sexta-feira (22/04), em Rimini, Itália, e prossegue até o dia 25, sobre o tema “Eu sou a porta: se alguém entrar por mim será salvo”.

No documento, assinado pelo Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, Francisco deseja que o “encontro suscite renovados propósitos de reconciliação profunda e de unidade intensa para testemunhar cada vez mais Cristo, rosto da misericórdia do Pai, e servi-lo nos irmãos, especialmente os vulneráveis”. 

O Papa manifesta apreço pela iniciativa “Tendas da misericórdia”, através da qual os membros do movimento se comprometem a testemunhar o amor salvífico e a ternura de Jesus. (MJ)

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Papa escreve à fundadora da Comunidade "Novos Horizontes"

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco escreveu uma Carta a Chiara Amirante, fundadora italiana da Comunidade “Novos Horizontes”, por ocasião da aprovação dos Estatutos.

Em sua breve mensagem, o Pontífice “pede ao Senhor Ressuscitado que ajude os membros desta nova Comunidade eclesial para que “transformem seus bons propósitos em obras de caridade concretas”; “vigiem sempre contra aqueles que a fundadora chamava “vírus mortais” da acomodação e da tepidez, para que produzam frutos abundantes e permitam que a luz de Cristo ressuscitado ilumine o mundo”.

Por sua vez, a fundadora da Comunidade “Novos Horizontes” escreveu ao Papa expressando a sua gratidão pela aprovação definitiva dos Estatutos da Associação e pela sua advertência, enérgica e eficaz, à misericórdia, à alegria e à radicalidade evangélica.

Este novo sigilo da Santa Igreja, concluiu Chiara Amirante, além de ser um dom para todos nós, “faz-nos sentir ainda mais responsáveis no trabalho entre os irmãos mais necessitados, vivendo de modo radical a vocação de “Pequenos da alegria” do Ressuscitado; que este carisma, que o Espírito Santo suscitou na Igreja, possa produzir frutos abundantes e o fogo do seu Amor possa iluminar e aquecer as noites de muitos dos nossos irmãos”.

Origens da Comunidade

A missão “Novos Horizontes” surgiu na periferia de Roma, em março de 1994, onde Chiara Mirante fundou a primeira comunidade de acolhida para jovens abandonados.

A Comunidade foi aprovada em caráter definitivo, na Diocese romana, devido à expansão dos seus trabalhos, em nível internacional. O processo teve início junto ao Pontifício Conselho para os Leigos, encarregado da missão e da vida dos leigos na Igreja.

Hoje a Comunidade Novos Horizontes atua na Itália, com 11 unidades assistenciais, na Bósnia e no Brasil. No total, são 139 centros de acolhida, formação e orientação de crianças e jovens.

A Comunidade no Brasil

A Comunidade “Novos Horizontes” está presente no nordeste brasileiro, em Quixadá, e é formada por missionários e voluntários que dão assistência às crianças de rua, vítimas da violência, e aos dependentes químicos.

A Coordenadora geral da nova Comunidade no Brasil, a psicóloga Sandra Taranto, compartilha a sua alegria, pela aprovação pontifícia, com os coordenadores da Cidadela Rainha do Sertão, o abrigo das crianças e adultos, situado ao lado do Santuário de Nossa Senhora Imaculada Rainha do Sertão, na Serra do Urucu.

O reconhecimento Pontifício foi comemorado com a inauguração da segunda unidade da “Casa de Acolhida” para crianças, na presença do bispo emérito de Quixadá, Dom Adélio Tomasin. A comemoração contou com a presença de representes de outras comunidades locais.

Dom Adélio Tomasin, que incentivou a fundadora italiana a construir a Cidadela “Rainha do Sertão” ao lado do Santuário, falou da obra missionária “Novos Horizontes” como modelo da verdadeira ação divina.

Cidadela de Quixadá

Sobre a Cidadela, o "bispo operário", como é conhecido, assegurou ser mais uma obra de assistência aos "Filhos de Deus". A Cidadela, cuja construção teve início no ano 2000, é formada atualmente pela Casa das Crianças Rainha do Sertão, agora composta pelas seguintes unidades: um Centro de Formação, um Centro de Espiritualidade, um Centro de Recuperação, conhecido como Casa Oasis; e ainda a aldeia das crianças e a Casa de Recuperação. O conjunto tem 500 hectares e acolhe 38 crianças e 28 homens.

Além da Cidadela, situada na periferia de Quixadá, a Comunidade Novos Horizontes mantém um centro diurno de acolhida na área urbana da cidade, conhecido como Casa Perfeita Alegria, um centro de atendimento e um projeto social, denominado "Coração", onde são atendidas mais de 400 famílias carentes. (MT)

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Papa Bergoglio completa 43 anos de profissão religiosa

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco comemora, nesta sexta-feira (22/04), 43 anos de Profissão religiosa. Em 22 de abril de 1973, Jorge Mario Bergoglio fez sua Profissão perpétua na Companhia de Jesus, com a idade de 36 anos.

O dia 22 de abril é uma data clássica em que os Jesuítas professam seus últimos votos religiosos, ao final de um longo período de formação religiosa. Nesse dia, em 1542, Santo Inácio de Loyola e seus primeiros companheiros fizeram a Profissão solene, em Roma, na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, depois da aprovação  do Papa Paulo III da nova Ordem nascente.

Jorge Mário Bergoglio estudou Farmácia, em sua adolescência, antes de despertar sua vocação para a vida religiosa. Cursou o seminário em Villa Devoto e entrou para a Companhia de Jesus aos 19 anos de idade. Estudou Teologia e Filosofia na Universidade de San Miguel.

Jorge Mário Bergoglio foi ordenado sacerdote em 13 de dezembro de 1969, em San Miguel; nomeado arcebispo de Buenos Aires, em 1997; criado Cardeal, em 2001, pelo Papa João Paulo II; e eleito Papa em 13 de março de 2013. (MT)

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Santa Sé na Onu: legalização das drogas não é solução

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Nova Iorque (RV) - “A família desempenha uma papel fundamental na luta contra a droga que não se combate liberando o uso.” 

Foi o que disse nesta quinta-feira (21/04), o Observador Permanente da Santa Sé na Onu, Dom Bernardito Auza, na Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, que debateu o problema das drogas a fim de criar um futuro  melhor para os jovens do mundo.

A ONU adotou novas diretrizes na luta contra as drogas, enfatizando a necessidade de se colocar as pessoas no centro das políticas globais para o controle de entorpecentes.

Legalização não é solução

Em seu pronunciamento, Dom Auza reiterou a posição firme da Santa Sé contra a legalização do uso de drogas, cuja difusão se combate enfrentando os problemas que são as causas. 

Prevenção se começa na família

“A Santa Sé sempre destacou a importância da família nas estratégias de prevenção, tratamento, reabilitação e reinserção. As crianças que crescem em famílias que cuidam delas geralmente recebem a educação necessária para que digam não às drogas ilegais”, sublinhou o arcebispo filipino.

Mas também nas famílias unidas algumas pessoas podem se tornar, infelizmente, vítimas do uso de droga. “Também estas pessoas”, disse o prelado, “precisam do apoio e cuidado de suas famílias e comunidades, e de assistências médica e social eficazes e acessíveis”, disse ainda  prelado.

Reabilitação

“Nesse sentido, é importante não colocar no mesmo plano usuários e traficantes. Nem todos os crimes ligados à droga ilegal têm a mesma gravidade e uma resposta desproporcional não ajudaria a reabilitação dos usuários de droga”, sublinhou Dom Auza.

O problema das drogas e seus males afetam o mundo inteiro. “É necessária uma cooperação internacional rumo a uma estratégia integrada e equilibrada no combate às drogas”, concluiu. (MJ) 

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Jubileu: mais de cinco milhões de peregrinos em Roma

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Cidade do Vaticano (RV) – Desde a abertura do Ano Santo da Misericórdia pelo Papa Francisco, em 8 de dezembro, mais de cinco milhões de peregrinos já visitaram a Cidade Eterna. A informação está no site do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, dedicado às celebrações do Jubileu da Misericórdia.

Não obstante o Jubileu da Misericórdia ser celebrado em todas as Dioceses do mundo, a chegada da primavera europeia viu um aumento significativo do número de peregrinos que acorrem a Roma para passar pela Porta Santa na Basílica de São Pedro, rezar diante do Túmulo do Apóstolo Pedro e participar dos eventos jubilares. Um baixo afluxo inicial de peregrinos foi atribuído ao medo de atentados, após os ataques em Paris em novembro.

Os dados apresentados no site do Jubileu, referem-se a dados reais, baseados nas reservas online de ingressos (gratuitos) para atravessar a Porta Santa na Basílica de São Pedro e participar dos eventos jubilares.

Até o presente momento, os eventos que reuniram maior número de peregrinos foram a exposição dos corpos do Padre Pio de Pietralcina e de São Leopoldo Mandic, e as Audiências Jubilares realizadas um sábado a cada mês. Outro evento que deverá atrair milhares de peregrinos a Roma será a canonização de Madre Teresa de Calcutá, em 4 de setembro.

E entre as tantas iniciativas jubilares em andamento, destaca-se este final de semana o Jubileu dos Adolescentes. Neste sábado, 23, as Colunatas de Bernini na Praça São serão transformadas num grande confessionário a céu aberto, com 150 sacerdotes atendendo confissões dos jovens. À noite, o encontro será no Estádio Olímpico, com música, reflexão e testemunhos.

Já na manhã de domingo, o grande encontro com o Papa Francisco na Praça São Pedro, que presidirá uma missa na presença de 70 mil jovens e adolescentes vindos da Itália e do todo o mundo.

Não obstante o Jubileu da Misericórdia estar sendo celebrado em todas as Dioceses do mundo, a chegada da primavera europeia viu um aumento significativo do número de peregrinos que acorrem a Roma para participar dos eventos jubilares, passar pela Porta Santa na Basílica de São Pedro e rezar diante do Túmulo do Apóstolo Pedro. (JE)

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Novo Núncio nos EUA: "Vou com muita confiança"

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu em audiência na quinta-feira, 22, no Vaticano, o novo Núncio Apostólico nos Estados Unidos, o Arcebispo francês Christophe Pierre, nomeado em 12 de abril. Aos 70 anos, Dom Pierre deixa a Nunciatura no México, onde chegou em 1997. A Rádio Vaticano conversou com ele sobre os novos desafios:

“Deixo o México com um pouco de tristeza, porque vivi nove anos muito bonitos, ricos de belas experiências; sobretudo, vivi o encontro com um povo com raízes católicas fortes, com uma experiência que sempre me pareceu muito autêntica e isto se deve, como disse o Papa Francisco durante a sua viagem, a um início: o início é o evento de Nossa Senhora de Guadalupe, que marcou não somente Juan Diego, o índio que viu Nossa Senhora, mas também todo um povo que continua a “ver” Nossa Senhora. E isto é extraordinário! Como o acontecimento de Jesus Cristo, não é uma coisa do passado, é algo do presente. As pessoas vão ver Nossa Senhora hoje. E sobre este encontro foi construída a Nação, e as pessoas, num certo sentido, se construíram como pessoa. Obviamente, isto gerou uma belíssima religiosidade popular: o próprio Papa disse isto mais vezes. Uma religiosidade popular que está profundamente radicada no alma e na cultura do México: uma cultura católica.... E esta foi também uma constatação que fiz pouco a pouco e foi também o objeto das minhas análises: vivemos uma mudança cultural. Os Bispos, em Aparecida, já haviam dito isto há nove anos: existe uma mudança de época em andamento, uma mudança cultural que diz respeito principalmente à transmissão dos valores de uma geração à outra e que torna mais difícil o trabalho educativo. Portanto, nisto existe um desafio, um desafio enorme que é o desafio da Igreja no México, que deve realizar todo um esforço para evangelizar em um contexto novo, isto é, ir de encontro às pessoas que estão muito mais distante da fé do que antes. E isto eu vi também durante estes nove anos. Existe, portanto, uma exigência – como disse o Papa Francisco – de sair: sair da igreja, não esperar que as pessoas venham, mas ir de encontro a elas e depois inserir-se em toda a estrutura da sociedade para poder anunciar o Evangelho. Obviamente, a história do México é um pouco particular, porque por mais de um século houve uma separação brutal entre Igreja e governo e sociedade; hoje, no entanto, as coisas estão mudando, mesmo que permaneça um pouco desta mentalidade... Porém a história está mudando  e é necessário aproveitar esta mudança cultural para normalizar um pouco as relações, de modo que a Igreja esteja mais presente. E este penso que seja o dever nosso de bispos e sacerdotes. Às vezes é difícil: permanecemos nas nossas  “zonas de conforto” – como dizia o Santo Padre -, sem sair. Porém, a Igreja deve ser missionária”.

RV: O senhor encontrou o Papa ontem. Ele o encorajou para a nova missão nos Estados Unidos, onde os desafios são muito diferentes...?

“Certamente! Obviamente, o Papa me convidou como seu representante e é muito importante dizer que nós, Núncios, somos representantes do Papa, isto é, não vamos “por nossa conta”, mas para fazer aquilo que o Papa nos indica... É importante não esquecer que a Igreja é uma Igreja local, e que portanto, a responsabilidade é dos bispos, dos sacerdotes, de todos, mas sempre em comunhão com a Igreja universal e particularmente com o Santo Padre que é o sucessor de Pedro. Assim, nós estamos alí para ajudar o Papa a conhecer e também a agir para ajudar a Igreja local a manter-se em relação com o Santo Padre. É um trabalho enorme, difícil, porém, obviamente eu estou aberto, disposto a conhecer como sempre fiz nas diferentes missões. E espero que as coisas sejam fáceis... Existem desafios, mas vou com muita confiança. A primeira coisa é conhecer, escutar; e eu penso que uma das qualidades que o Papa nos pede é escuta, isto é, não ir com ideias pré-concebidas”. (JE/HD)

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São Jorge de Kandinskij homenageará Jorge Bergoglio

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Cidade do Vaticano (RV) – Este sábado, 23 de abril, Festa de São Jorge, recorre o onomástico do Papa Francisco (no século, Jorge Mario Bergoglio). O jornal L’Osservatore Romano vai homenagear o Pontífice apresentando em sua primeira página um quadro do artista russo Vasilij Kandinskij, que retrata São Jorge em uma pintura abstrata.

“Na iconografia vastíssima de São Jorge – escreve o jornal da Santa Sé - um lugar especial é ocupado certamente por Vasilij Kandinskij, e é com cores características do artista russo e pela sua singular espiritualidade, que o L’Osservatore Romano, intérprete de seus leitores e de tantas outras pessoas, dá ao Papa os augúrios mais afetuosos pelo seu onomástico. (JE/OR)

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Malta faz exposição de documentos históricos do Vaticano

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Valeta (RV) - Documentos como o 'Dictatus Papae' com o qual o Papa Gregorio VII ordenou que o mundo se submetesse a seu mandato em 1075, ou documentos mais recentes como a bula com a qual João XXIII convocou o Concílio Vaticano II, em 1961, fazem parte de uma exposição denominada 'Misericordia in Arcana' que percorre mais de mil anos de história e está sendo mostrada no Palácio Presidencial da ilha de Malta.

A exposição é composta por 25 réplicas em alta definição de manuscritos históricos que saíram pela primeira vez do Vaticano. Entre eles, alguns muito relevantes como a bula que excomunga Lutero ou as atas do processo de Galileu Galilei. Raridades guardadas nos museus do Vaticano.

Frank Zammit, Coordenador da Exposição, afirmou: “tivemos construtivas e frutíferas conversações com a Santa Sé. Levamos sete meses para ter esses documentos em nossas mãos”.

Para a Presidente de Malta, Marie Louise Coleiro, “muitos malteses estão bastante intrigados sobre o período de 1.000 anos de história seus acontecimentos históricos, numerosos acontecimentos que explicam a civilização ocidental”.

Já o co-organizador da Exposição, Joseph Fava, comenta que “na exposição existem cartas de grandes personalidades como Michelangelo, Copérnico, Bernini”. Todo tipo de cartas. Por exemplo, de Michelangelo que escreveu a seu amigo, bispo de Cesena, para pedir-lhe ajuda financeira. “Temos até um contrato entre Bernini e um comerciante de mármore para a compra dos blocos de pedra para esculpir seus dois famosos anjos”.

Na exposição denominada 'Misericordia in Arcana', não faltam cartas de Lucrécia Borgia para seu pai Alexandre VI, ou da rainha da França Maria Antonieta para o Papa. A exposição mostra ainda uma coleção de selos e moedas do Vaticano que são de épocas mais recentes. (SP)

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Igreja na América Latina



Em Cuba, negociações sobre o status jurídico da Igreja Católica no país

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Cidade do Vaticano (RV) – Teve início em Havana as conversações entre o Governo cubano e a Igreja Católica para se chegar a uma definição do status jurídico da Igreja Católica na ilha caribenha, visitada pelo Papa Francisco em duas ocasiões, a última em fevereiro do corrente, quando realizou o encontro histórico com o Patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, Kirill.

Nos dias passados, delegações do Governo e do Episcopado cubano realizaram encontros oficiais para dar início às negociações. Quando as complexas e delicadas conversações forem concluídas, deverá estar delineada uma jurisdição específica para a atuação da Igreja Católica no país, um vácuo desde a Revolução de Fidel Castro em 1959.

“É provável – diz o vaticanista Luis Badilha – que o Presidente Raúl Castro deseje concluir as negociações com a Igreja cubana e, indiretamente com a Santa Sé, representada na pessoa do Núncio Dom Giorgio Lingua, nos 22 meses que faltam para o final de seu mandato”, em fevereiro de 2018. (JE/Vaticaninsider)

 

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Igreja no Mundo



Roma: Igrejas recordam cristãos mortos por ódio à fé

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Roma (RV) - A fundação pontifícia ‘Ajuda à Igreja que Sofre’ (AIS) iluminará de vermelho a Fontana de Trevi, em Roma, na próxima sexta-feira (29/04), para recordar o sangue dos mártires cristãos que hoje, mais que nos primeiros séculos, morreram por ódio à fé. 

O evento contará com a participação das Igrejas espalhadas pelos cinco continentes que se unirão à iniciativa romana através da oração. A fundação AIS pretende chamar a atenção sobre o drama da perseguição dos cristãos, muitas vezes ignorada hoje. 

“Da Nigéria nos uniremos a vocês em oração para recordar e apoiar os cristãos perseguidos em nosso país e em muitas outras partes do mundo”, frisa o Arcebispo de Kaduna, Dom Matthew Man-Oso Ndagoso, que garante o apoio e a participação da Igreja na Nigéria a esse evento. 

“Os cristãos são perseguidos hoje em muitas partes do mundo. Portanto, é necessário que o seu drama seja divulgado”, disse o prelado nigeriano, cuja diocese se encontra entre as mais atingidas pela violência de Boko Haram. 

“No Norte da Nigéria, os cristãos são sistematicamente perseguidos. Muitos de nossos irmãos vivem na condição de refugiados, enquanto outros foram mortos somente por serem cristãos”, destaca. 

Dom Ndagoso elogia a iniciativa de AIS, “muito necessária hoje visto que até mesmo o Oriente Médio, berço do Cristianismo, corre o risco de se esvaziar da presença cristã”. 

Garantindo a participação de seus fieis, o Arcebispo de Kaduna convida todo cristão a se unir em oração e a ajudar os perseguidos. “A Igreja universal vive de comunhão e toda pessoa que pertence a ela pode ter um efeito sobre todas as outras. Todos nós temos o dever de rezar pelos nossos irmãos em Cristo que sofrem e mostrar-lhes solidariedade de toda forma possível”, conclui o prelado. 

A Igreja no Paquistão também aderiu à iniciativa, assegura o Presidente da Conferência Episcopal Paquistanesa, Dom Joseph Coutts. (MJ)

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França: leigo presidirá Comissão contra abusos instituída pelos bispos

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Paris (RV) -  Alain Christnacht, 70 anos, alto funcionário de Estado, presidirá a Comissão Nacional Independente de Especialistas instituída pela Conferência Episcopal Francesa em 12 de abril, no âmbito da luta contra a pedofilia na Igreja.

O novo organismo – refere o L’Osservatore Romano – terá a missão de aconselhar os prelados na avaliação dos casos que veem sacerdotes investigados ou condenados por atos de pedofilia e dos trabalhos que eventualmente possam ser designados a estes padres, para que não incorram em riscos aos menores.

A Comissão não interferirá nos procedimentos judiciários e será formada por pessoas de diversos setores, escolhidas pelo Presidente com base em sua competência e experiência: juristas, médicos, psicólogos, animadores de movimentos da juventude, pais. O organismo estará ativo antes do verão e definirá ele mesmo as próprias modalidades de funcionamento.

Christnacht é Conselheiro de Estado honorário. Foi Prefeito, Alto Comissário em Nova Calcedônia, Conselheiro do Primeiro Ministro Lionel Jospin (1997-2002), Conselheiro encarregado das relações com as Igrejas pelo Prefeito de Paris, Bertrand Delanoe, e de junho de 2015 a janeiro de 2016, responsável de Gabinete de Christiane Taubira, Ministro da Justiça. É atualmente membro, entre outros, do Observatório sobre a Laicidade e do Conselho de escoteiros e guias da França. (JE/Ansa)

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Índia-Paquistão: peregrinação da paz para reforçar a unidade entre os dois países

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Délhi (RV) – Esta peregrinação para nós “é muita significativa e frutuosa. Foi uma grande alegria termos sido acolhidos de uma forma assim calorosa pelo Arcebispo de Déhli. Existe uma grande fraternidade e comunhão que une os nossos povos”. Com estas palavras Dom Sebastian Francis Shaw, Arcebispo de Lahore, no Paquistão, expressou a sua satisfação pela peregrinação realizada na Índia junto a 16 sacerdotes da sua Diocese, para rezar pela paz e a reconciliação entre Paquistão e Índia. O Arcebispo sublinhou o valor deste gesto realizado no espírito do Jubileu da Misericórdia, motor de uma nova cultura de paz e harmonia.

Compartilhamento da alegria da fé e dos desafios da missão

Os peregrinos – refere a Agência Asianews – partiram de Lahore em 18 de abril passado, e após 13 horas de viagem de ônibus, chegaram a Délhi, onde foram acolhidos por uma delegação guiada pelo Arcebispo da cidade, Dom Anil Couto. Padre Joe Kalathil SJ, coordenador da missão de paz Paquistão-Índia, foi de encontro aos visitantes, colocando uma guirlanda de flores em cada um. “Acolhemos com calor o Arcebispo de Lahore – afirma Dom Couto – e junto falamos sobre a história da Igreja de Lahore e da Igreja de Délhi”. “Com o passar dos anos – continua o Arcebispo de Délhi – as Igrejas cresceram, desenvolveram-se e assumiram um novo caminho. Com Dom Shaw compartilhamos as alegrias da nossa fé e os desafios da missão”.

Apelo a uma nova cultura da misericórdia

“Da generosidade com que fomos recebidos em todos os lugares históricos que visitamos – diz o Arcebispo de Lahore – ficou claro que existe uma cultura que nos une, que existe muito respeito recíproco que levará à harmonia social e à paz”. “Neste Jubileu da Misericórdia – conclui Dom Shaw – a nossa peregrinação na Índia adquire um significado ainda maior. O Pai, que é misericordioso conosco, nos convida a sermos também misericordiosos com os outros. É um chamado à nova cultura da misericórdia”. (JE)

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Luto no episcopado chinês pela morte de Dom Zeng Jingmu

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Pequim (RV) – No sábado, 2 de abril, faleceu aos 96 anos, Dom Tommaso Zeng Jingmu, Bispo emérito não-oficial da Diocese de Yujiang,  Província de Jiangxi (China Continental). Em 26 de março, no Sábado Santo, ele havia sofrido uma queda em sua residência, devido a um ictus, sofrendo grave dano cerebral. Internado no Hospital de Fuzhou, foi operado, alternando momentos de sofrimento e lucidez, durante os quais recitava o Rosário, conseguindo até mesmo a brincar. Em 2 de abril,  suas condições de saúde pioraram repentinamente, levando-o a falecer às 22h50min.

Os funerais foram celebrados em 6 de abril em sua cidade natal, pelo Rev. Zeng Zhongliang, da Diocese de Yujiang, com cerca de vinte sacerdotes concelebrantes. O Bispo não-oficial da Diocese, Dom Giovanni Peng Weizhao, vive há algum tempo em liberdade limitada.  Milhares de fieis provenientes da Diocese e de outras partes da China participaram da cerimônia, testemunhando a estima e o reconhecimento pelo seu serviço prestado à Igreja e à comunidade diocesana por mais de 25 anos.

O prelado nasceu em 23 de julho de 1919 (algumas fontes indicam uma data diferente) no povoado de Zengjiacun, Distrito de Chongren, Província de Jiangxi. Em 1930 entrou no Seminário de Wenshan, da Diocese de Yujiang. Em 1944 prosseguiu os estudos no Seminário Maior de Fizhou, em Fujian e em 1949 foi transferido para Wensheng, no Seminário de Zhejiang. Ordenado sacerdote em 25 março de 1949, por Dom William Charles Quinn, C.M., foi Vice-pároco e Pároco em diversas comunidades. Em 13 de janeiro de 1990 recebeu a consagração episcopal pelas mãos de Dom Giacomo Xie Shiguang, Bispo de Funing.

Dom Zeng foi um corajoso defensor da doutrina católica e uma corajosa testemunha de fidelidade à Igreja, a custo de grandes sacrifícios. Foi preso inúmeras vezes e passou cerca de 30 anos de sua vida na prisão. O seu amor a Cristo, à Igreja e ao Santo Padre, serviu de grande exemplo para muitos.

Em seu testamento espiritual ele pediu perdão por todas as faltas e agradeceu aos sacerdotes da Diocese pela sua dedicação e serviço. Entre outras coisas, esperava construir em seu país natal uma Igreja dedicada ao Coração Imaculado de Maria, em agradecimento pela proteção e pelas graças alcançadas.

Dom Zeng havia pedido, no testamento, para que seu funeral fosse celebrado em sua terra natal, de forma simples, e que não se falasse de seus méritos.

 (JE)

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Síria: Patriarcas de Antioquia recordam os dois bispos sequestrados em 2013

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Damasco (RV) – Há exatos três anos do desaparecimento dos dois Bispos metropolitas de Aleppo – o sírio-ortodoxo Mar Gregorios Yohanna Ibrahim e o greco-ortodoxo Boulos Yazigi – o Patriarca sírio-ortodoxo de Antioquia, Mar Ignatius Aphrem II, e o Patriarca greco-ortodoxo de Antioquia, Yohanna X, recordam o episódio envolvendo os dois irmãos no episcopado, sequestrados nas proximidades de Aleppo no dia 22 de abril de 2013. Em uma longa e intensa mensagem dirigida aos “amados filhos espirituais”, aos sírios e a todos os homens, os líderes das Igrejas cristãs do Oriente lançam um olhar também para a situação do Oriente Médio.

A esperança dos cristãos radicada em Deus

O caso dos dois bispos sequestrados – lê-se na mensagem, referida pela Agência Fides – representa “uma imagem em miniatura do grande sofrimento humano provocado pelo terrorismo”, provocado por “massacres, sequestros e deportações”. Mas se a intenção do sequestro era a de semear o terror entre os batizados, os dois Patriarcas advertem que tal objetivo não foi alcançado: “Nós, cristãos – lê-se no documento –, somos os descendentes daqueles que, há dois mil anos, trouxeram o nome de Jesus para esta terra. (...) Preservamos a nossa herança de antíoques orientais, passando por dificuldades e tribulações”. “Neste caminho atribulado – reiteram os dois Patriarcas – não poupamos nenhum esforço, mas a nossa grande esperança está somente em Deus”.

Apelo pela salvação de todas as pessoas sequestradas

“Continuaremos a viver neste Oriente – afirmam os Patriarcas –, a tocar os nossos sinos, a construir as nossas igrejas, a erguer as nossas cruzes. E os braços levantados para estas cruzes estarão unidos àqueles dos nossos irmãos muçulmanos”. Também os seguidores do Islã – lê-se no longo texto – “sofrem como nós os golpes amargos do terrorismo cego”, definido como “um intruso” nas relações passadas e presentes entre cristãos e muçulmanos. Os sofrimentos dos cristãos do Oriente, verdadeiros mártires, são lidos à luz da salvação prometida por Cristo: “Não obstante o horror da situação e a sua gravidade – escrevem os Patriarcas – vencemos todas as trevas deste tempo com a luz dos olhos da Virgem, venerada por cristãos e muçulmanos, e imploramos para que retornem a nós todas as pessoas sequestradas, os nossos irmãos bispos de Aleppo, junto com os sacerdotes sequestrados”.

Estabelecer a paz na terra da paz

Na mensagem, os dois Patriarcas lançam um apelo à paz, uma paz – afirmam – que “não se funda em conceitos de minoria e maioria, mas se baseia na coexistência, na cidadania e no discurso religioso não fanático”. Por fim, na parte conclusiva do documento, os dois Patriarcas agradecem a comunidade internacional por tantas manifestações públicas de solidariedade recebidas, mas convidam todos, a substituir “declarações de condenação e promessa” por iniciativas concretas que documentem nos fatos as boas intenções. Os dois Patriarcas convidam, depois, todos os seus irmãos na fé a olharem também aos próprios sofrimentos na luz de Cristo ressuscitado, o único que pode “confortar o coração dos nossos filhos, e estabelecer a paz na terra da paz”. “Esta terra do Oriente – lê-se na mensagem – agora sangra, mas sem dúvida ressurgirá”. (JE)

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Formação



"A corrupção é hoje a pior miséria do Brasil". Ouça

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Cidade do Vaticano (RV) – A corrupção é hoje a pior miséria do Brasil, mas isto não pode ser considerado uma novidade: Nas últimas duas décadas do século XX, particularmente após o fim do regime militar, a corrupção já levava ao afastamento do presidente Fernando Collor de Mello.

Em 1992, pela primeira vez, a imprensa apresentava detalhes, provas documentais e a real extensão dos roubos de material, desvios de recursos públicos e desmandos nos poderes executivos e legislativos. A partir de 1993, a dimensão das denúncias abalou a crença nas instituições e no futuro do país.

A corrupção persistiu e hoje, além de minar o processo democrático, ameaça a evolução do país, que acaba retrocedendo. No Brasil, a dimensão ética na política e na cidadania em geral foi perdida de vista.

É o que afirma o bispo de Balsas, no Maranhão, Dom Enemésio Lazzaris, presidente da Comissão Pastoral da Terra (CPT) nesta entrevista.

Ouça-a:

  

(CM)

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Arquidiocese de Juba: celebrar o Jubileu com a juventude

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Juba (RV) - Continuamos em nosso espaço de Missão a nossa conversa com o missionário comboniano Pe. Raimundo Nonato Rocha dos Santos da Diocese de Balsas (MA), que atualmente trabalha no Sudão do Sul. Hoje, ele nos fala sobre o andamento do Jubileu da Misericórdia nesse país africano. (MJ) 

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Artigo: Lições de Cidadania

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Belo Horizonte (RV) - Os cenários não são inspiradores quando se constata a violência crescente na sociedade brasileira. São números de uma nação em guerra. Também é aflitivo o aumento do desemprego e não menos desoladora é a sensação que nasce a partir de uma pergunta ainda sem resposta: como vai ser o desfecho de toda essa situação política e econômica que caracteriza o atual momento do Brasil? Esse sentimento de desolação torna-se mais forte diante da espetacularização do que se passa no recôndito do parlamento. Nesse âmbito, o que se verifica são manifestações sem qualquer ordenamento, comparáveis às que ocorrem nos estádios esportivos. Os estádios são o lugar de entusiasmadas manifestações, da informalidade, local de explosões de alegrias e de conquistas, diante de um adversário que apenas é o outro time, derrotado naquela oportunidade, mas que pode reverter o placar em partida que ocorrerá pouco tempo depois. Já o parlamento exige conduta diferente, pois é âmbito que reúne os representantes da sociedade. Nas ruas, a população deu lições a esses representantes, quando fez vir à tona traços qualitativos de civilidade e de nobreza, no uso do sagrado direito de divergir, mantendo a urbanidade. 

O povo indicou para os que estão no exercício do poder a necessidade de atitudes bem diferentes das que se restringem aos gestos, palavras e posturas de intolerância e de acirradas disputas, fora do território da nobreza que configura a autêntica cidadania. A população pede mudanças urgentes e respostas novas com incidência nas dinâmicas, funcionamentos e rumos da sociedade, particularmente no âmbito da economia e da política. As manifestações nas ruas apontam a inépcia dos que governam. São o grito que pede aos que detêm poder novas posturas, marcadas pela nobreza de ocupar lugares e postos exclusivamente para promover o bem comum. Não há espaço para interesses mesquinhos e partidários, que alimentam a corrupção e a insensibilidade.
 
A pluralidade das manifestações do povo brasileiro nas ruas, domingo passado, é broto de esperança na recuperação e na consolidação de uma cidadania que pode reverter os quadros deprimentes das crises instauradas. No contexto da atitude tolerante e respeitosa entre diferentes estão, incontestavelmente, hospedados outros valores e princípios que precisam vir mais à tona, ocupando os espaços da consciência para alicerçar condutas que façam jus à história e à índole do povo brasileiro. Essa luz no fim do túnel exige das classes dirigentes, dos formadores de opinião, dos detentores de poder na economia e na intelectualidade, posturas corajosas, marcadas pela generosidade e capacidade para o diálogo.  

O povo não quer espetáculos nas suas casas de representação, mas seriedade, inteligência e urbanidade. A população não busca “salvadores da pátria”, mas representantes que, na luta de cada dia, se empenhem para fazer o bem, sem manipulações. A lição dada pelo povo nas ruas, para além de qualquer romantismo, comprova o poder transformador do desejo de se fazer o bem. Que a presença cidadã do povo nas ruas, augurada como atitude permanente na travessia crítica desse momento político, mexa no mais fundo da consciência de todos, particularmente dos representantes e servidores do povo. Isso certamente ajudará a dissipar truculências, arbitrariedades, autoritarismos e desavergonhadas defesas de atitudes que estão na contramão da verdade, do bem e da justiça. 

Continue o povo a cultivar e a testemunhar lições de cidadania, mesmo em momentos mais críticos e tensos, para inspirar e exigir dos que são seus representantes no exercício do poder a se fazerem eternamente aprendizes. E que a classe política não deixe secar a fonte da sabedoria que faz a vida ter sentido - ela deve ser vivida como oportunidade para servir o outro, não a interesses próprios ou partidários. Sejam os representantes do povo aprendizes para buscar o bem comum, caminho de reconstrução da cidadania.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte

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Atualidades



Caritas sobre Acordo de Paris: trabalho duro começa agora

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Roma (RV) – Com a assinatura do Acordo climático de Paris, o trabalho duro começa agora: essa é a consideração da Caritas Internacional, comentando o encontro dos líderes mundiais na sede da Nações Unidas, em Nova Iorque, para a cerimônia de assinatura do Acordo. Para que entre em vigor, o texto deve ser ratificado por pelo menos 55 países.

“Trata-se de um evento histórico”, afirma a Caritas, pois o texto dispõe normativas internacionais para fazer frente à mudança climática, reconhecendo-a como um autêntica ameaça para a população mundial e para o planeta. Por isso, a Confederação lança um apelo por sua rápida aplicação: “Chamamos todos os governos do mundo a evitar qualquer tipo de atraso na ratificação e a proceder com firmeza segundo as normativas nacionais”.

A Caritas destaca também os aspectos positivos e negativos do Acordo. Entre os negativos, fala da ausência de garantias vinculantes no que se refere aos Direitos Humanos, ao uso respeitoso da Terra e à segurança alimentar. Também não enfrenta os problemas da demanda de consumo nem do comércio internacional. Entre seus aspectos positivos, estão a meta a longo prazo para limitar o aquecimento e um mecanismo de revisão quinquenal.

“Ainda que não represente a resposta perfeita, o Acordo de Paris é o único instrumento internacional que existe hoje e sobre o qual se basearão as políticas nacionais no futuro”, afirma a Caritas, que acrescenta:

“Sendo um marco internacional, o Acordo deve ser completado em nível nacional mediante uma interpretação e uma implementação que leve realmente em consideração os mais vulneráveis e que promova os Direitos Humanos.”

As organizações da  Caritas garantem sua participarão em atos de conscientização pública em seus respectivos países e no diálogo com os governos, para continuar contribuindo aos esforços mundiais para deter as mudanças climáticas e proteger as pessoas.

“Celebramos a cerimônia de assinatura do Acordo de Paris no Dia da Terra. Todavia, o trabalho duro começa agora.”

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No Dia da Terra, lideranças assinam acordo sobre clima

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Nova York (RV) – Neste 22 de abril, em que o mundo comemora o Dia da Terra, mais de 150 países devem assinar o acordo sobre mudanças climáticas alcançado em dezembro do ano passado em Paris, na COP 21. 

Jamais, na história da Organização das Nações Unidas, um número tão grande de países (162) assinaram uma convenção internacional no primeiro dia em que fica aberta para assinatura. Em cerimônia oficial na sede da ONU, em Nova York, mais de 60 chefes de Estado e de governo, entre eles a brasileira Dilma Rousseff, estarão presentes. 

Entre os signatários estarão algumas das maiores potências industriais do mundo e vários dos principais emissores de gases do efeito estufa, como China, Estados Unidos, Índia, Japão e vários países da União Europeia.

O primeiro pacto universal de combate à mudança climática indica medidas como o compromisso das nações em reduzirem as emissões de gases de efeito estufa e assim, evitar que a temperatura média global suba mais do que 2º C, limitando o aumento a 1,5°C.

Os prejuízos causados pelo aquecimento da Terra são inúmeros. O derretimento das calotas polares causa o avanço do nível do mar, e o número de áreas desertas por causa da falta de chuva e do calor extremo, cresce. Segundo cientistas, o planeta já esquentou 1°C, suficiente para desequilibrar a natureza.

O Dia da Terra, Casa Comum, é uma festa que pertence à humanidade e não é regulada por uma entidade ou organismo, nem está relacionado com reivindicações políticas, nacionais, religiosas ou ideológicas. 

No Brasil, o Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social, parceiro da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, atua no desenvolvimento de políticas de proteção ao clima, cobrar a responsabilidade do poder público; aumentar o nível de conhecimento nas organizações e na sociedade sobre as causas das mudanças climáticas, estratégias e abordagens para enfrentá-las.

Ivo Poletto é filósofo, teólogo, educador popular e assessor de pastorais e movimentos sociais. Foi também assessor do Programa Fome Zero e o primeiro secretário-executivo da Comissão Pastoral da Terra - CPT.  Ele escreveu um artigo sobre o Dia da Terra.

(CM)

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Solidariedade internacional às vítimas do terremoto no Equador

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Quito (RV) – Prosseguem sem descanso as ações internacionais de solidariedade e de apoio às populações do Equador, atingidas pelo forte terremoto de 7,8 graus na Escala Richter no último sábado e por inúmeros tremores secundários. Os Presidentes da Bolívia, Evo Morales e da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciaram que nas próximas horas irão pessoalmente visitar o noroeste do país, a região mais atingida, para entregar ajudas humanitárias.

Uma equipe formada por engenheiros e técnicos italianos do Corpo de Bombeiros - especializada na avaliação de danos – e funcionários do Departamento Nacional da Proteção Civil, partiu para o Equador. O sisma – segundo o último balanço oficial – matou 587 pessoas. Os feridos são mais de 8.500, alguns em estado grave, enquanto 155 seguem desaparecidas. Com o passar das horas diminui a esperança de serem encontradas com vida. A estes números, somam-se os milhares de desabrigados.

A missão italiana – informa a Agência Ansa – foi organizada em colaboração com o Emergency Response Coordination Centre, no âmbito do mecanismo europeu de Proteção Civil. A missão dos especialistas será garantir o necessário apoio às autoridades locais para avaliar, nas áreas atingidas, os danos infringidos pelo sisma. Na manhã desta sexta-feira, um forte abalo de magnitude 6 na Escala Richter, foi registrado na região de Bahia de Caráquez. (JE/OR)

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Prince, um artista de "rara genialidade"

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Cidade do Vaticano (RV) – “O príncipe e as gravadoras” é o título do artigo publicado no L’Osservatore Romano dedicado a Prince, artista rock e soul falecido na quinta-feira, 22, em sua residência em Mineápolis.

“Muito raramente as canções de Prince, um dos tantos nomes que o artista assumiu em sua carreira, foram tocados pelas rádios nestes últimos anos”, escreve o jornal da Santa Sé. Isto porque o “músico de Mineápolis travou uma longa batalha pessoal contra as gravadoras e, ultimamente, também contra as mais frequentadas plataformas digitais. Prince foi portanto, boicotado por quem controla o mercado da música pop. Mesmo que se possa apostar que agora, após a sua morte ocorrida em 21 de abril aos 57 anos, as rádios FM tocarão de forma obsessiva algumas de suas músicas, a começar por Purple Rain”.

“Mas será questão de um par de dias – prevê o jornal – porque as razões das gravadoras levarão mais uma vez a melhor sobre as razões da música. E Prince voltará ao esquecimento, não obstante a sua inegável bravura que o levou a circular com extrema desenvoltura do rock ao funk, do disco ao jazz”.

“O que fica dele – mais do que qualquer excesso tipicamente anos 80, é precisamente a genialidade com que sabia mover-se entre os diversos gêneros. Um dote raro no mundo da música comercial. O mundo nebuloso dominado pelas gravadoras”, conclui o L’Osservatore Romano.

Já o Cardeal  Gianfranco Ravasi, Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, recordou Prince na sua conta Twitter com uma estrofe de música “Sometimes It Snows In April”:

"Sometimes, sometimes I wish that life was never ending, All goodthings they say, never last" (às vezes desejo que a vida não acabe nunca, e todas as coisas bonitas, dizem, não duram eternamente).

(JE/OR)

 

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Um ano após terremoto no Nepal, ainda 600 mil famílias sem casa

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Katmandu (RV) - Passado um ano do terrível terremoto que em 25 de abril de 2015 sacudiu o Nepal, no qual nove mil pessoas perderam a vida, seiscentas mil famílias vivem ainda em alojamentos temporários cobertos de lona, sob pontes ou em construções inseguras porque não dispõem de um alojamento permanente. 

É o que afirma Save the Children – organização internacional independente dedicada, desde 1919, a salvar crianças em perigo e a tutelar os direitos delas – num novo relatório lançado esta quinta-feira (21/04), que traça o balanço de doze meses de assistência humanitária em resposta ao abalo sísmico que sacudiu o país do centro-sul da Ásia.

Save the Children entrou em ação em menos de 24 horas do violentíssimo terremoto de magnitude 7,9 graus na escala Richter, fornecendo materiais de socorro às populações atingidas, distribuindo água e alimento e assegurando assistência médica, serviços higiênicos, alojamentos temporários e instrução.

A Organização atendeu até agora mais de 580 mil pessoas atingidas, a metade das quais crianças, e continua trabalhando na região oferecendo o maior suporte possível.

Durante a emergência, Save the Children construiu 586 Centros temporários de aprendizagem, distribuiu mais de 27 mil kits higiênicos e reconstruiu 238 sistemas hidráulicos, 46% dos quais tinham sido danificados pelos fortes abalos sísmicos. Graças à Organização, mais de 190 mil crianças conseguiram voltar às escolas.

Apesar dos importantes resultados alcançados respondendo às necessidades urgentes da população na fase aguda da emergência, a prioridade agora é começar o processo de reconstrução. Passado um ano do sismo, muitas comunidades ainda vivem em alojamentos improvisados ou em abrigos temporários fornecidos meses atrás por organizações de ajudas e, depois de um inverno muito rígido, se preparam para enfrentar a próxima estação de monções, que terá início em junho.

O programa de reconstrução deve ter início o quanto antes. Save the Children já tem pronto, há meses, um projeto dedicado, que compreende a formação de seis mil pedreiros para reconstruir respeitando os critérios de segurança e a distribuição de subvenções em dinheiro a seis mil famílias vulneráveis, num montante de doze milhões de dólares, que lhes permitirá começar a reconstruir suas casas. Assim que recebermos o sinal verde, estaremos prontos para partir”, disse a diretora de Save the Children no Nepal, Delailah Borja. (RL)

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Líder das FARC pede ajuda ao Papa para concluir acordo de paz

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Bogotá (RV) – O líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) escreveu uma carta aberta ao Papa Francisco para pedir que a Igreja intervenha em defesa das negociações de paz com o governo de Juan Manuel Santos.

Na sua carta, Timoleon Jimenzes (como é conhecido Rodrigo Londono Echeverri), afirma que as FARC continuam fazendo “todo o possível” para chegar finalmente a um acordo, mas “surgiram no horizonte sérios perigos, que ameaçam afundar aquilo que permanece um grande esforço de todos os colombianos de boa vontade”.

“Organizações paramilitares desencadearam uma ofensiva criminal cujo objetivo é desmoralizar os amigos da paz”, escreve o líder guerrilheiro, pedindo a intercessão de Francisco.

“Acreditamos que a sua Igreja poderia despertar nos corações confusos o apoio à paz e à reconciliação”, afirma ainda o líder das FARC.

O processo, que deverá conduzir em breve a um acordo definitivo de cessar-fogo na Colômbia, teve momentos de tensão nas últimas semanas por divergências sobre o desarmamento dos guerrilheiros e a segurança dos ex-combatentes.

As Farc já haviam advertido que a ação de grupos paramilitares contra líderes camponeses e defensores dos direitos humanos representam, hoje, a maior ameaça para o alcance da paz. As negociações tiveram início em Havana, Cuba, em novembro de 2012.

O governo e as Farc já chegaram a acordos sobre quatro dos seis pontos para acabar com o único conflito armado no continente.

(BF)

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Presidente polonês destaca Fé Católica do país

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Poznan (RV) – O Presidente da Polônia, Andrzej Duda, falando diante do Parlamento destacou a fundamental importância da Fé para a identidade e destino da nação: o discurso foi por ocasião dos 1050 anos do Batismo da Polônia, ocorrido no ano de 966.

O presidente afirmou que “o Batismo do Duque Mieszko I é o mais importante evento em toda a história do Estado e da nação poloneses”, e declarou que sua frase está construída no tempo presente “é”, porque “a decisão tomada por nosso primeiro histórico mandatário pré-determinou o futuro do nosso país”. O Presidente citou a célebre frase de São João Paulo II: “Sem Cristo, não se pode compreender a história da Polônia”.

O mandatário identificou o Batismo da Polônia como o momento do nascimento da nação polonesa para uma nova vida cristã. A adoção do cristianismo romano - disse o Presidente -, definiu a identidade polonesa. “A partir desse momento, começamos a pensar e a falar de nós mesmos como 'nós, os poloneses'”. De maneira impactante, recordou que “nos momentos mais obscuros, quando nossos inimigos tentaram destruir a Igreja para demolir a base da identidade polonesa, o povo polonês desafiou esta intenção e abarrotou os templos em busca de seu sentido de comunidade e deu testemunho da perene sabedoria da decisão um dia tomada por nossos pais”.

O presidente polonês explicou que as celebrações oficiais pelo Batismo da Polônia se concentram na cidade de Poznan por ser “a sede do primeiro Bispado em terra polonesa” e agradeceu a presença do Episcopado e do clero da Polônia nos atos solenes. Também recordou a celebração do primeiro milênio do Batismo, ocorrida depois de 27 anos de opressão ateia por parte primeiro do regime nazista e depois do regime comunista, que chegou a 'prender' uma cópia do ícone de Nossa Senhora de Jasna Gora e provocar aos fiéis para boicotarem a comemoração. “Os poloneses optaram pela fidelidade à Igreja, o amor autêntico à sua pátria e a esperança de recuperar a liberdade”, afirmou.

A luta pela liberdade religiosa sob o regime comunista incluiu a defesa dos sacerdotes perseguidos, a edificação de templos não autorizados e massivas celebrações religiosas espontâneas que demonstraram a arraigada Fé e o sentido de comunidade da nação, que permitiram sobreviver à “perda das liberdades civis e de um estado independente e às tentativas de desnacionalizar e descristianizar nosso povo”. Este espírito indomável é segundo o mandatário a fonte de orgulho da nação polonesa. (SP)

 

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Comunidade de Taizé presente na JMJ de Cracóvia

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Cracóvia (RV) - A Comunidade de Taizé estará presente com diversas iniciativas na Jornada Mundial da Juventude que se realizará em Cracóvia de 26 a 31 de julho próximo com a presença do Papa Francisco.

O programa prevê, de segunda-feira 25 a sexta-feira 29 de julho, na igreja de São Szczepan (rua Henryk Sienkiewicz, 19) em Cracóvia, alguns momentos de oração com cantos de Taizé que serão animados pela comunidade.

Naturalmente a igreja será também lugar de silêncio e acolhida. Alguns irmãos da comunidade encontrarão os jovens que desejarem conversar. No âmbito do programa da JMJ, os que se encontrarão na Diocese de Bielso-Źywiecka poderão participar da oração animada pelos irmãos da comunidade na cidade de Oświęcim, onde se encontra o Campo de concentração de Auschwitz.

Os grupos que se reunirão na Comunidade de Taizé participarão nas orações comuns três vezes ao dia, às reflexões bíblicas guiadas pelos irmãos e nos pequenos grupos de partilha com outros jovens em viagem rumo a Cracóvia. (SP-OR)

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