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Sumario del 06/05/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Papa e Santa Sé



O sonho de Francisco: "Europa seja mãe acolhedora"

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Cidade do Vaticano (RV) – Em cerimônia no Vaticano, o Papa Francisco recebeu na manhã desta sexta-feira (06/05) o Prêmio ‘Carlos Magno’ e proferiu às autoridades presentes um discurso reiterando, já no início, que este reconhecimento é dedicado a toda a Europa.

“Europa que, no século passado, deu testemunho à humanidade de que um novo começo era possível: depois de anos de trágicos confrontos, culminados na guerra mais terrível de que se tem memória, reencontrou-se a si mesma e começou a edificar a sua casa”, disse.  

No entanto, continuou o Pontífice, “esta família de povos nos últimos tempos parece sentir como menos suas as paredes da casa comum, distanciando-se do luminoso projeto arquitetado pelos Pais”.  

O que aconteceu com a Europa?

Diante de uma plateia prevalentemente europeia, o Papa retomou o questionamento já feito em sua visita de 2014 ao Parlamento Europeu, quando falou de uma “Europa avó, cansada e envelhecida, decadente e tentada mais a dominar espaços do que a gerar processos de inclusão e transformação”.

“O que te aconteceu, Europa humanista, paladina dos direitos humanos, da democracia e da liberdade? O que te aconteceu, Europa terra de poetas, filósofos, artistas, músicos, escritores? O que te aconteceu, Europa mãe de povos e nações, mãe de grandes homens e mulheres que souberam defender e dar a vida pela dignidade dos seus irmãos?”, perguntou.

A resposta, segundo Francisco, está na chamada “transfusão de memória”. “É preciso ouvir a voz dos nossos antepassados, evocar os Pais fundadores da Europa, que souberam procurar estradas alternativas, inovadoras naquele contexto marcado pelas feridas da guerra; procuraram soluções multilaterais para os problemas que pouco a pouco iam se tornando comuns”.

Integrar, dialogar e gerar

A este ponto, o Pontífice frisou o conceito da solidariedade de fato, a generosidade concreta que se seguiu à II Guerra Mundial, e que hoje nos devem inspirar, mais do que nunca, a construir pontes e a derrubar muros; ‘atualizar’ a ideia de Europa e gerar um novo humanismo baseado em três capacidades: a capacidade de integrar, a capacidade de dialogar e a capacidade de gerar.

Integrar as culturas mais diversas num encontro de civilizações e povos e assim, redescobrir a amplitude da alma europeia, sem ‘colonizações ideológicas’. Dialogar é abrir instâncias, reconhecer no outro um interlocutor válido, que nos permita ver o forasteiro, o migrante, a pessoa que pertence a outra cultura como sujeito a ser ouvido, considerado e apreciado. “A cultura do diálogo deveria constar em todos os currículos escolares como eixo transversal das disciplinas”, propôs Francisco.

Em relação à capacidade de gerar, papel preponderante têm os jovens, que com os seus sonhos forjam o espírito europeu. São eles os operadores das mudanças e transformações; os protagonistas. “Mas como podemos fazê-los partícipes desta construção quando os privamos de emprego, de trabalhos dignos que lhes permitam desenvolver-se com as suas mãos, a sua inteligência e as suas energias?”, questionou novamente.  

Justa distribuição dos frutos da terra e do trabalho

“A justa distribuição dos frutos da terra e do trabalho humano não é mera filantropia; é um dever moral”, afirmou, sugerindo que isto requer a busca de novos modelos econômicos, mais inclusivos e equitativos, orientados não para o serviço de poucos, mas para benefício do povo e da sociedade: “a passagem de uma economia líquida a uma economia social”. Na prática, deixar de lado a economia que visa o rendimento e o lucro com base na especulação, em prol de uma economia social, que invista nas pessoas criando postos de trabalho e qualificação.

Inclusão

A solução para um futuro digno, e de paz para as nossas sociedades está, segundo o Pontífice, na verdadeira inclusão: “a inclusão que dá o trabalho digno, livre, criativo, participativo e solidário”, que pode nos dar novamente a capacidade de sonhar aquele humanismo, cujo berço e fonte é a Europa.

Em relação ao papel da Igreja, recordou que o anúncio do Evangelho hoje, mais do que nunca, “se traduz sobretudo em sair ao encontro das feridas do homem, levando a presença forte e simples de Jesus, a sua misericórdia consoladora e encorajante”.  

Europa capaz de ser mãe

Concluindo, o Papa confiou aos presentes o seu sonho de Europa: “Um caminho constante de humanização; uma Europa jovem, capaz de ainda ser mãe, uma mãe que respeita a vida e dá esperanças de vida; que cuida da criança, que socorre como um irmão o pobre e quem chega à procura de acolhimento porque já não tem nada e pede abrigo. Sonho uma Europa que escuta e valoriza as pessoas doentes e idosas, para que não sejam reduzidas a objetos de descarte porque improdutivas. Sonho uma Europa onde ser migrante não seja delito, mas apelo a um maior compromisso com a dignidade de todos os seres humanos. Sonho uma Europa onde os jovens respirem o ar puro da honestidade, amem a beleza da cultura e duma vida simples, não poluída pelas solicitações sem fim do consumismo; onde casar e ter filhos sejam uma responsabilidade e uma alegria grande, não um problema criado pela falta de trabalho suficientemente estável. Sonho uma Europa das famílias, com políticas realmente eficazes, centradas mais nos rostos do que nos números, mais no nascimento dos filhos do que no aumento dos bens. Sonho uma Europa que promova e tutele os direitos de cada um, sem esquecer os deveres para com todos. Sonho uma Europa da qual não se possa dizer que o seu compromisso em prol dos direitos humanos constituiu a sua última utopia”.

(CM)

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Prêmio Carlos Magno distingue esforços pela unidade europeia

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa recebeu nesta sexta-feira, (06/05), uma dos mais importantes condecorações da Europa: o Prêmio Carlos Magno. Na cerimônia, na Sala Regia, no Vaticano, a presença de outros vencedores, como a Chanceler alemã Angela Merkel e o Presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz. 

 

O Prêmio Carlos Magno reconhece o trabalho excepcional de figuras públicas ou instituições no serviço da unidade europeia. A condecoração toma o nome de Carlos Magno, primeiro imperador do Sacro Império Romano, coroado por Papa Leão III.

Por meio de suas conquistas, Carlos Magno estabeleceu a Europa Ocidental e a posição do continente na Idade Média.

A distinção foi criada em 1950 na cidade alemã de Aachen, “outrora centro do mundo Ocidental” e onde o mais ilustre soberano de sua época morreu. É conferida todos os anos pelo Conselho formado por representantes da sociedade e da Igreja, presidido pelo prefeito, pelo decano da Catedral e pelo reitor da Universidade de Aachen.

Papa Francisco

“Estamos honrados em conferir nosso prêmio a um homem que inspira esperança, um embaixador da paz e da proximidade em uma Europa forte, um homem cujas palavras têm peso e são ouvidas com atenção pelo mundo inteiro”, declarou o prefeito Marcel Phillipp.

Phillipp revelou que o discurso do Papa ao Parlamento Europeu, em novembro de 2014, foi decisivo para a escolha.

Francisco é o primeiro cidadão da América Latina a receber o prêmio, que também foi conferido a São João Paulo II em 2004. Nomes de notáveis europeus como Konrad Adenauer, Robert Schuman, Antonio Segni, Irmão Roger, Martin Schulz e Angela Merkel constam na lista dos premiados.

Decisão excepcional

Até hoje, o Papa nunca havia aceitado receber um prêmio. Por que Francisco decidiu receber o Prêmio Carlos Magno? 

“O Papa aceitou o prêmio de maneira totalmente excepcional – pois normalmente não o faz – como gesto para que a Europa trabalhe pela paz. O Pontífice é a ‘voz da consciência’ que pede que o homem seja colocado no centro, uma autoridade moral extraordinária”, afirmou o Padre Federico Lombardi, em entrevista à Rádio Vaticano à época do anúncio do prêmio.

(rb)

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Francisco: alegria e esperança cristãs caminham juntas

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Cidade do Vaticano (RV) – Na manhã desta sexta-feira (06/05), o Papa presidiu à missa na Capela Santa Marta. Sua homilia foi centrada na Leitura do Dia, extraída do Evangelho de João. 

Antes da Paixão, Jesus adverte os discípulos que ficarão tristes, mas que esta tristeza se transformará num grito de alegria. E usa a imagem de uma mulher ao dar à luz: “É na dor porque chegou a sua hora; mas quando dá à luz o menino, esquece o sofrimento: espera na dor e exulta na alegria”.

“Isto é o que fazem a alegria e a esperança juntas em nossa vida quando estamos em tribulação, em meio a problemas, quando sofremos. Não é uma anestesia. A dor é dor, mas vivida com alegria e esperança abre as portas à alegria de um fruto novo. Esta imagem do Senhor nos deve ajudar nas dificuldades; dificuldades por vezes árduas, que nos levam até a duvidar de nossa fé... Mas com a alegria e a esperança vamos adiante, porque depois da tempestade chega um homem novo, como a mulher quando dá à luz. E Jesus diz que esta alegria e esperança são duradouras, não passam”. 

Alegria e esperança caminham juntas

“Uma alegria sem esperança é simples divertimento, uma alegria passageira. Uma esperança sem alegria não é esperança, não vai além de um saudável otimismo; mas alegria e esperança vão juntas e as duas fazem esta explosão que a Igreja, em sua liturgia, quase grita, sem pudor: “Exulte a tua Igreja!, exulte de alegria. Sem formalidades, porque quando uma alegria é forte, não existe formalidade: é alegria”. 

“O Senhor – afirma Francisco – nos diz que existirão problemas na vida e que esta alegria e esperança não são um ‘carnaval’, mas outra coisa: 

“A alegria fortalece a esperança e a esperança floresce na alegria. E assim vamos adiante, mas todas as duas – com este comportamento que a Igreja quer dar a estas duas virtudes cristãs – indicam um ‘sair de nós mesmos’. A pessoa alegre não se fecha em si mesma; a esperança a leva lá, é precisamente uma âncora na praia do céu que nos faz sair de nós mesmos, com alegria e esperança”. 

Alegria verdadeira

“A alegria humana – explica o Papa – pode ser extraída de qualquer coisa, inclusive das dificuldades. Jesus, ao contrário, quer nos dar uma alegria que ninguém pode nos tirar: “É duradoura, até nos momentos mais sombrios”. É o que acontece na Ascensão do Senhor: “Os discípulos, quando o Senhor vai embora e não o veem mais, ficam olhando para o céu com um pouco de tristeza, mas os anjos vêm a despertá-los”. E Lucas refere que “voltaram felizes, repletos de alegria”. “Aquela alegria de saber que a nossa humanidade entrou no céu, pela primeira vez!”, diz o Papa. 

“A esperança de viver e de chegar ao Senhor se torna uma alegria que se apodera de toda a Igreja. Que o Senhor nos dê esta graça – conclui o Papa – de uma alegria grande, que seja a expressão da esperança, uma esperança forte, que se torne alegria em nossa vida. Que o Senhor custodie esta alegria e esta esperança, para que ninguém as tire de nós”. 

(CM)

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Riccardi: trabalhar com Francisco por um novo humanismo europeu

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Cidade do Vaticano (RV) - “É um discurso tocante, que chama a atenção da Europa diante de sua resignação e de seus medos, convidando todos a unir-nos a seu sonho e a trabalhar por um novo humanismo europeu.”

Foi o que disse o fundador da Comunidade romana de Santo Egídio, Andrea Riccardi, comentando o discurso do Papa Francisco, esta sexta-feira (06/05), durante o recebimento do prestigioso Prêmio Carlos Magno.

Falando da Sala Régia do Palácio Apostólico – local da cerimônia –, Riccardi ressaltou tratar-se de uma forte mensagem de esperança que olha para o futuro e para as novas gerações:

“O apelo de Francisco, sua veemente pergunta, ‘O que lhe aconteceu, Europa?’, requer uma resposta ampla e generosa, distante dos egoísmos e dos muros aos quais estamos assistindo nos últimos tempos.”

“Seu ‘sonho’ sobre a Europa, reiteradas vezes repetido – que recorda o ‘I have a Dream’ (Eu tenho um sonho) de Martin Luther King –, nos estimula a voltar a sonhar, junto com ele, uma Europa sem muros, mas com muitas pontes a construir.”

“Uma Europa em que – como nos exortou – haja lugar para todos: jovens, anciãos, migrantes e famílias, junto ao direito de todo cidadão a uma vida mais digna e ao trabalho.”

“Francisco indicou-nos também os instrumentos para realizar o sonho: ser capazes de integrar, dialogar e gerar, as três capacidades das quais o novo humanismo deve alimentar-se.”

Enfim, disse ainda Riccardi, “para além de todo e qualquer populismo e falta de visão, são os únicos caminhos nos quais devemos trilhar se quisermos dar um futuro e uma nova juventude a nossa Europa”. (RL)

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Card. Parolin aos guardas suíços: fidelidade ao Papa

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Cidade do Vaticano (RV) – O Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, presidiu, na manhã desta sexta-feira, 6, na Basílica Vaticana, a uma celebração eucarística aos Guardas Suíços Pontifícios, por ocasião do juramento dos novos recrutas, que se realiza, nesta tarde, no Pátio São Dâmaso, no Vaticano.

Em sua homilia, o Cardeal invocou o Espírito de fortaleza e do temor de Deus para os novos recrutas pontifícios que prestarão serviço ao Sucessor de Pedro. A eles exortou a serem testemunhas de Cristo com coragem e alegria divina:

“Comecem, desde já, a dar testemunho – com a sua fidelidade ao serviço do Santo Padre, com a sua fraternidade e com boas relações entre vocês, com seu exemplo de fé – que o Senhor está vivo, que tem compaixão e misericórdia, está próximo aos homens e transmite paz e alegria em sua plenitude”.

Deus, concluiu o Cardeal Parolin,  se serve das pessoas e de toda realidade e circunstância para entrar na vida dos homens. Ele conta com vocês, guardas suíços!”

Guarda Suíça

Guarda Suíça Pontifícia é o nome dado ao Corpo de Guarda pela segurança do Papa, desde 22 de janeiro de 1506. Hoje constitui as forças armadas da Cidade do Vaticano.

Atualmente a Guarda Suíça é composta por cinco oficiais, 26 sargentos e cabos e 78 soldados. É a única guarda do mundo em que a bandeira é alterada com cada novo chefe de Estado, pois contém o emblema pessoal do Papa.

O dia 6 de maio é a data de admissão dos novos recrutas. Eles prestam juramento ao Papa, com a mão direita levantada e os três dedos do meio abertos, recordando a Santíssima Trindade.

Fazem parte do Corpo da Guarda Suíça somente jovens suíços, que sejam católicos, com idade entre 18 e 30 anos e solteiros. Servem ao Papa por um período de cerca de dois anos, renováveis.

O uniforme da Guarda Suíça é bem colorido e atribuído a Michelangelo. A língua oficial da Guarda Suíça é o alemão. Seu lema é "Com coragem e fidelidade" e os patronos São Martinho, São Sebastião e São Nicolau de Flüe. Sua função é prestar serviço ao Papa. (MT)

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Santa Sé: cristãos e budistas promovam educação ecológica

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Cidade do Vaticano (RV) - Budistas e cristãos promovam juntos uma educação ecológica: esse é o convite do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso na Mensagem de felicitações aos “amigos budistas”, por ocasião da festa do “Vesak”, que comemora o nascimento, a iluminação e a morte de Gautama Buda.

Crise ecológica impõe um novo estilo de vida

Inspirando-se na Carta encíclica do Papa Francisco “Laudato si”, sobre o cuidado da casa comum, a Mensagem recorda que “a crise ecológica é um apelo a uma profunda conversão interior” que leve a um novo modo de viver.

Com efeito, os próprios budistas afirmam que “no centro da crise ecológica existe uma crise do eu, expressa pela avidez, ânsia, arrogância e ignorância do ser humano. Por conseguinte, nossos estilos de vida e nossas expectativas devem mudar para superar a deterioração daquilo que nos circunda”.

Urgência da cooperação inter-religiosa

“Como a crise das mudanças climáticas é consequência também da atividade humana, nós, cristãos e budistas, devemos trabalhar juntos para enfrentar o tema de uma espiritualidade ecológica”, afirma a Mensagem.

“A aceleração dos problemas ambientais globais fez aumentar a urgência da cooperação inter-religiosa. A educação à responsabilidade para com o ambiente e a criação de uma ‘cidadania ecológica’ requerem uma ética virtuosa que respeite e cuide da natureza.”

É uma necessidade imperiosa que os seguidores de todas as religiões ultrapassem seus confins e se unam na construção de uma ordem social responsavelmente ecológica baseada nos valores compartilhados”, acrescenta a Mensagem.

“Nos países onde budistas e cristãos vivem e trabalham lado a lado, podemos promover, com iniciativas conjuntas, a saúde e a sustentabilidade do planeta mediante programas educacionais comuns voltados a desenvolver a consciência ecológica.”

Libertar a humanidade de sofrimentos causados pelas mudanças climáticas

“Caros amigos budistas, podemos colaborar juntos para libertar a humanidade dos sofrimentos causados pelas mudanças climáticas, e contribuir para o cuidado da nossa casa comum.”

“Nesse espírito, mais uma vez fazemos nossos votos de uma pacífica e alegre festa do Vesak”, conclui a Mensagem assinada pelo presidente e pelo secretário do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, respectivamente, Cardeal Jean-Louis Tauran, e Dom Miguel Ángel Ayuso Guixot. (RL)

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Gratidão, penitência e esperança: chaves para comemoração ecumênica dos 500 anos da Reforma

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Cidade do Vaticano (RV) – Gratidão, penitência e esperança, são as  “três notas” com as quais luteranos e católicos querem comemorar os 500 anos da Reforma de Martinho Lutero (1517-2017). Esta foi a avaliação do Presidente do Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt Koch, ao pronunciar-se  na manhã desta sexta-feira, 6, na conclusão do Simpósio Ecumênico  Internacional Católico-luterano, promovido pelo Pontifício Ateneu Santo Anselmo, com o título “Sinais de perdão. Caminhos de conversão e práticas de penitência. Uma Reforma que interpela a todos”.

Gratidão e reconhecimento das culpas

A primeira palavra-chave é gratidão. “Em 2017 – observou o Cardeal – recordaremos não somente os quinhentos anos da Reforma, mas também cinquenta anos de intenso diálogo entre católicos e luteranos, graças ao qual fomos capazes de descobrir o quanto temos em comum”. A segunda palavra-chave é “reconhecimento das culpas e penitência”. Infelizmente a Reforma “nos recorda também a divisão na Igreja e as guerras brutais de religião dos séculos XVI e XVII, sobretudo a Guerra dos Trinta Anos, que transformou a Europa de então em um mar de sangue”. Trata-se de “um fardo pesado que herdamos do tempo da Reforma.

Ato público de penitência

Católicos e protestantes – afirmou o Presidente do Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos – têm válidos motivos para lamentarem-se e para arrependerem-se dos mal-entendidos, das maldades e das feridas que provocamos uns aos outros durante os últimos 500 anos. Sem tal ato público de penitência, não pode existir uma verdadeira comemoração ecumênica da Reforma”.

Esperança

Mas a terceira palavra-chave é “esperança”: “Trata-se da esperança – explica o Cardeal Koch – de que uma comemoração comum da Reforma possa oferecer-nos a possibilidade de darmos ulteriores passos rumo à unidade tão desejada, sem ficarmos parados pelos resultados já conseguidos”.

Lutero queria renovação, não divisão

O augúrio final do Cardeal Koch é de que “no próximo ano, a comemoração da Reforma seja colocada sob uma boa estrela e ajude a dar ulteriores passos em direção àquela unidade pela qual Jesus rezou e a cujo serviço o próprio Lutero dedicou a sua obra, porque não a divisão, mas a renovação da Igreja era o que ele queria”. (JE)

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Igreja no Brasil



Na comunicação, o que conta é a 'criatividade da graça'

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Cidade do Vaticano (RV) – Neste domingo, 8 de maio, celebra-se o 50º Dia Mundial das Comunicações Sociais e a mensagem do Papa Francisco para a ocasião, neste ano jubilar, tem o tema “Comunicação e Misericórdia: Um Encontro Fecundo”.

Vivido na misericórdia, diz o Papa, este ano deve nos abrir mais ainda ao diálogo, para melhor nos conhecermos e compreendermos; e eliminar todas as formas de fechamento e desprezo violência e discriminação.

“Em rede, também se constrói uma verdadeira cidadania, ela pode ser bem utilizada para fazer crescer uma sociedade sadia e aberta à partilha”, escreve.

Dom Darci José Nicioli, arcebispo de Diamantina (MG), e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), reitera que o uso das redes sociais, na comunicação, deve ser orientado pelo coração do homem. “Se por um lado elas podem favorecer relações, por outro, geram também polarização e divisões. Não são os recursos que determinam a eficiência na evangelização, mas a criatividade da graça”.

Já Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro (RJ), especialista em comunicação, foi o presidente da Comissão Episcopal para a Cultura, Educação e Comunicação da CNBB, por dois mandatos consecutivos, de maio de 2003 até maio de 2011. Ele ressalta a importância que o Concílio Vaticano II atribuiu às comunicações, criando o documento ‘Inter mirifica’.

Ouça a reportagem, clicando aqui: 

(CM)

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A Comissão Episcopal Pastoral Bíblico-Catequética da CNBB

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Cidade do Vaticano (RV) - No nosso espaço dedicado a melhor conhecer as diferentes Comissões Episcopais Pastorais que compõe a CNBB, vamos tratar na edição de hoje, da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética. 

A Comissão Bíblico-Catequética atua em nome da Conferência Episcopal, para promover tudo o que está ligado à evangelização no âmbito da difusão da Palavra de Deus e no âmbito do aprimoramento e do aprofundamento na busca de caminhos para a vida catequética em tempos culturais tão agitados e em processo de mudança tão grande. Promove encontros bíblicos, a leitura orante da Palavra pelo país afora e nos últimos anos tem as atenções voltadas, com grande vigor, com grande força, para a iniciação à vida cristã, ou seja, catequese em estilo catecumenal.

Dom José Antônio Peruzzo, Arcebispo de Curitiba e Presidente da Comissão, nos fala sobre o trabalho realizado e como este se articula com os diferentes Regionais da CNBB:

“No Brasil, graças a Deus, estamos a experimentar uma grande difusão e um gosto pela descoberta da potência evangelizadora com a Sagrada Escritura. Nossa gente, na cultura do nosso tempo, aqui no Brasil, parece que a força das instituições, do conceito, da norma, da regra, até a catequese, apresentá-la primeiro como esquema ou força doutrinal, não encontra receptividade. Mas se todo o pensamento, a vida, as características, aquilo que é a alma da Igreja, for proposto por via, por meio, pela autoridade da Sagrada Escritura, a sensibilidade é muito maior. Pois bem, como se articula? Vez por outra encontramo-nos, em Brasília, todos os Regionais, com todos os representantes, para que possamos caminhar juntos e partilhar experiência, de maneira que a criatividade de um lugar possa inspirar caminhos novos em outro".

 O trabalho da Comissão, não é oferecer propostas, mas ouvir as experiências vividas nas diferentes realidades existente no Brasil:

"Vamos tomar um exemplo. Na Amazônia! É  um outro mundo, muito distinto do que no Sul do Brasil. A catequese com indígenas. Vamos tomar este exemplo. Na realidade, mais do que a CNBB oferecer propostas, temos os nossos representantes que vão até a Amazônia para se deixarem ensinar pelas experiências daquelas catequistas, graças a Deus até em bom número, que nos meios indígenas, lá no centro da Amazônia, conhecem uma outra forma de perceber as relações das pessoas  entre si, com o mundo,  com a natureza. Dias atrás estava o Assessor da CNBB, o Padre Antonio de Pizzoli, em Santarém e depois também em Manaus. Não para oferecer propostas, mas para ouvir a experiência. E é impressionante o quanto o modo indígena de compreender Deus, tem muitos pontos de confluência com aquelas experiências mais originárias da Igreja. As especificidades culturais, por exemplo, no Nordeste, é uma relativa autonomia para cada Regional. Desde Brasília, desde a sede da CNBB, se dá, se oferece retaguarda, mas há uma larga autonomia em cada região, em cada Regional, face a variedade de circunstâncias e de contextos. Ou seja, trabalhamos juntos, mas também tendo em grandíssimo cuidado as experiências locais. E aí é preciso disseminar a experiência conforme a vivência em cada lugar".

Brasil, um país com dimensões continentais, oferece seus desafios e dificuldades para o trabalho catequético. Dom Peruzzo nos fala quais são:

"São aproximadamente 800 mil catequistas no Brasil. O número é grande, hein! Uma das dificuldades maiores é a formação dos catequistas, as distâncias são grandes, os recursos não são suficientes, mas a gente tem...quem está empregado luta para conservar o emprego, e está crescendo infelizmente a problemática social e o desemprego no Brasil, há insuficiência de recursos, distâncias. Mas o maior desafio é preparar tantos catequistas, e oferecer-lhes possibilidades, não apenas de ensinar temas catequéticos ou questões doutrinais. Mas a catequese hoje não tem mais aquela característica de lição, digamos assim. É mais partilha de experiências. Evangelizar hoje, parece que mais do que ideias, é transmitir experiências. Não são as ideias de Jesus Cristo que salvam, mas é a pessoa de Jesus Cristo. E transmitir esta experiência de encontro com Ele é um caminho a percorrer, quase de iniciação à vida cristã para muitos catequistas. É uma mudança de paradigmas. E tudo isto requer tempo, paciência, perseverança, em um contexto de distância e de escassez. O que estamos preparando, agora a grande reflexão se concentra neste último ano, para meados do ano acho que já será possível, "Catequese na era digital". A internet será um poderoso meio de formação de catequistas".

 

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Igreja na América Latina



Paraguai: Bispos reiteram compromisso no combate a abusos

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Assunção (RV) – Ao concluírem uma reunião, os bispos paraguaios divulgaram um comunicado onde expressam “imensa dor pelo escândalo” provocado por clérigos e que acaba causando graves danos a pessoas vulneráveis. O documento refere-se a recentes casos de abusos ocorridos no país, envolvendo sacerdotes.

Os prelados, na mensagem, rejeitam qualquer acusação de acobertamento: “Rechaçamos a acusação de acobertamento dos atos e reafirmamos nosso compromisso com a verdade, a transparência e a ação firme. Por isto, prosseguiremos com as oportunas investigações - segundo as prescrições previstas no Protocolo para investigar denúncias contra clérigos sobre abuso sexual de menores (julho de 2015) - até que os casos sejam elucidados e quem resultar culpado seja severamente sancionado como corresponde”.

Os bispos, neste sentido, pedem perdão pelos pecados cometidos e expressam sua proximidade às vítimas, “por estes graves delitos” e se comprometem a lutar decididamente para evitar que atos desta natureza ocorram e que provoquem danos aos que confiam na Igreja e em seus pastores.

Um dos casos a que se referem os bispos é o do sacerdote argentino Padre Ibáñez, que em Córdoba havia abusado de vários menores, sendo então suspenso de suas funções pelo bispo. Fugiu para o Paraguai e em 7 de agosto de 1995 foi detido pela Interpol, que pediu sua extradição, que foi recusada. Acabou radicando-se no Paraguai, celebrando inclusive missas, até que a hierarquia eclesiástica o desautorizou, por ter uma sanção canônica. (JE)

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Igreja no Mundo



Inicia-se, na Lituânia, Congresso nacional da misericórdia

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Vilnius (RV) - Teve início esta sexta-feira (06/05) em Vilnius, na Lituânia, o “Congresso nacional da misericórdia”, evento central do Ano jubilar dos católicos no país do centro-norte da Europa.

Discutir juntos o mistério da misericórdia de Deus

Organizado por iniciativa dos bispos do país báltico, o evento propõe-se a “reforçar a relação com Cristo, discutir juntos o mistério da misericórdia de Deus, oferecer um testemunho público de fé e partilhar a alegria de pertencer a Jesus Cristo”.

O Congresso desenvolve-se marcado por momentos de fé, de reflexão e debates: da missa de abertura, na parte da tarde, na Catedral de Vilnius, à recitação do Terço da misericórdia na praça central, ao qual teve lugar um momento em que os participantes puderam receber o sacramento da Reconciliação. Durante o Congresso haverá, pela manhã e na parte da tarde, momentos de oração em várias igrejas da cidade.

Legado papal no evento, o Cardeal Pietro Parolin

Entre os temas dos encontros destacam-se: matrimônio, divórcio e misericórdia; a sociedade multicultural é um sinal da Divina misericórdia? Ainda, uma sociedade cristã na Lituânia: missão impossível?; a misericórdia como resposta ao trauma cultural da dominação soviética.

Destacam-se também, no programa, eventos culturais e artísticos. Uma peregrinação pelas ruas da capital lituana levará, no domingo, os participantes a concluir o Congresso com a missa solene na catedral, com a homilia feita pelo legado papal para o evento, o Cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin.

Além de encontrar as principais autoridades do Estado, na próxima segunda-feira (09/05) o purpurado fará uma explanação sobre a atividade diplomática da Santa Sé em favor da paz. (RL)

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Igreja Luterana prepara-se para celebrar os 500 anos da Reforma

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Berlim (RV) – Está pronto o calendário oficial da Igreja Evangélica Alemã (EKD) para os 500 anos da Reforma Protestante, iniciada simbolicamente em 31 de outubro de 1517, quando Martinho Lutero fixou nas portas da Catedral de Wittemberg as 95 teses, com as quais rejeitava a prática católica das indulgências.

Uma grande cerimônia – explica a Agência SIR – será realizada em Berlim no dia 31 de outubro. Já no dia 20 de maio de 2017, será aberta em Wittemberg e na região circundante, uma “Exposição Mundial da reforma”, que mostrará os frutos nascidos da Reforma em outras regiões e Igrejas no mundo, mas também na cultura e na sociedade civil.

Jovens

Será montado um campo para os jovens, para que exprimam o que compreendem e vivem da Reforma, por meio da música, o cinema, o culto, a oração e a partilha. De 24 a 28 de maio, o tradicional simpósio bienal do “Kirchentag”, que se realizará contemporaneamente em Berlim, Wittemberg e em outras 8 cidades alemãs: será “um Kirchentag a caminho”, que na sua conclusão, levará todos até Wittemberg, no dia 28 de maio.

Rede entre 69 cidades da Reforma na Europa

A Igreja Evangélica alemã, que preparou-se para este aniversário com um percurso de reflexão iniciado em 2008, constituiu uma rede entre 69 cidades da Reforma na Alemanha e na Europa, lugares importantes pela história ou pela  atualidade do protestantismo. A conclusão das celebrações será no dia 31 de outubro de 2017, a nível internacional e nacional, com diversas cerimônias públicas. (JE)

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