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Sumario del 07/05/2016

Papa e Santa Sé

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Francisco: "Igreja não é uma 'clínica para VIP'"

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Cidade do Vaticano (RV) – Cerca de 9 mil pessoas participaram na manhã de sábado (07/05) de um encontro na Sala Paulo VI em homenagem à ONG ‘Cuamm, Médicos com a África’. O evento teve início às 10h30 com uma série de testemunhos, mas o ápice foi às 12h, com a chegada do Papa. 

ONG tem 65 anos de atuação na África

Esta organização foi a primeira no campo da saúde a ser reconhecida na Itália e é a maior na promoção e tutela da saúde dos povos africanos.

Fundada em 1950 por um médico missionário, Francesco Canova, e pelo então bispo de Pádua, Dom Girolamo Bortignon, a ONG trabalha hoje em sete países da África sub-Saraiana pelo direito da saúde de mães, crianças, doentes de Hiv/Aids e tuberculose, portadores de deficiências e pessoas mais pobres.

Saúde não é um 'bem de consumo'

Negada em várias partes do mundo e em muitas regiões da África, “a saúde não é um bem de consumo e nem pode ser considerada ‘um privilégio’, mas um direito universal”, disse Francisco ao grupo.

“O Senhor envia vocês como ‘bons samaritanos’ para atravessar a ‘porta’ que conduz do primeiro ao terceiro mundo. E esta é a sua ‘porta santa’”, continuou.

Gestantes e bebês são prioridade

A ONG, com seus médicos, voluntários e colaboradores, atua entre as faixas mais vulneráveis da população, como gestantes e recém-nascidos. Na África, muitas mulheres morrem no parto e seus bebês não superam o primeiro mês de vida por causa da desnutrição e das grandes endemias.

Francisco os encorajou a serem ‘expressão da Igreja-mãe, que se inclina sobre os mais frágeis e os assiste’.

Trabalhar 'com' e promover crescimento

“Cuamm é Médicos ‘com’ a África, e não ‘para’ a África, e esta denominação”, referiu o Papa, significa que “são chamados a envolver os africanos no processo de crescimento, caminhando juntos, compartilhando dramas e alegrias, dores e entusiasmos”.

“Exorto-os a manter esta particular abordagem junto às comunidades, ajudando-as a crescer e deixando-as quando forem capazes de prosseguir autonomamente, em uma perspectiva de desenvolvimento e sustentabilidade”.

Igreja não é 'clínica para VIPs'

Concluindo, o Pontífice encorajou os membros do Cuamm a levarem avante esta obra inspirando-se em uma missionariedade evangelicamente fecunda, expressão de uma Igreja que não é uma ‘clínica para VIP’, mas um ‘hospital de campanha’: “Uma Igreja de coração grande, próxima dos feridos e humilhados da história, a serviço dos mais pobres”. 

Um dos participantes da audiência era Andrea Atzeri, responsável pelas relações internacionais da CUAMM. Ele conversou com a RV e falou das maiores preocupações na atuação de seu trabalho na África. Ouça abaixo: 

(CM)

 

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Papa aos guardas suíços: "fé, universalidade e fraternidade no trabalho"

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Cidade do Vaticano (RV) – Na manhã de sábado (07/05), o Papa recebeu na Sala Clementina, no Vaticano, os guardas suíços que prestaram juramento sexta-feira (06/05),

Francisco encontrou o grupo, com familiares e amigos, para agradecer pelo “serviço, disponibilidade e fidelidade à Santa Sé”, como afirmou no início de um breve discurso. 

“É belo ver jovens dedicarem alguns anos de suas vidas à Igreja: é uma ocasião única para crescer na fé, experimentar a universalidade da Igreja e fazer experiência de fraternidade”.

Crescer na fé aproveitando o tempo que passam em Roma – coração do cristianismo – para aprofundar a amizade com Jesus e caminhar rumo à santidade orando, ouvindo a palavra de Deus e participando da missa com devoção.

Experimentar a universalidade da Igreja encontrando pessoas de diferentes línguas, tradições e culturas, todos irmão, pois acomunados pela fé em Cristo.

Fazer experiência de fraternidade valorizando a vida comunitária, a compartilha de momentos felizes e difíceis, prestando atenção a quem precisa de um sorriso e de um gesto de amizade. Assumindo tal atitude, “enfrentar com diligencia e perseverança os pequenos e grandes deveres de cada dia, testemunhando gentileza e espírito de acolhimento, altruísmo e humanidade com todos”.

Terminando, o Pontífice fez votos que estes jovens vivam intensamente seu período de trabalho, sólidos na fé e generosos na caridade com as pessoas que encontrarem.

(CM)

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Presidente da Suíça visita o Papa no Vaticano

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Cidade do Vaticano (RV) – No âmbito dos eventos relacionados ao juramento de 23 novos recrutas para a guarda suíça, o Papa Francisco recebeu na manhã de sábado (07/05) Johann Schneider Ammann, Presidente da Suíça.

Ammann e comitiva foram sucessivamente recebidos por Dom Richard Gallagher, Secretário para as Relações com os Estados.

Segundo nota divulgada pela Secretaria de Estado, o encontro foi uma ocasião para constatar as boas relações entre o país e a Santa Sé, que enaltece especialmente o fiel e profissional serviço do Corpo da Guarda Suíça Pontifícia.

A delegação vaticana também “aprecia a contribuição positiva que a Igreja oferece nas várias instâncias da Suíça, como a educação profissional de jovens, que desempenha um papel eficaz no acesso ao mundo do trabalho”, frisa o comunicado.

A migração e as políticas de acolhimento e integração, no atual contexto do continente europeu, também estiveram na pauta da reunião, assim como os conflitos no Oriente Médio e a situação dos países sub-Saarianos. Os dois estados relevaram a necessidade de incrementar os esforços para favorecer a segurança e a paz. 

(CM)

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Formação



Reflexão dominical: Ascensão do Senhor

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Cidade do Vaticano (RV) - Esta comemoração não tem um caráter cronológico, mas teológico-catequético. 

Lucas, nos Atos dos Apóstolos, quis afirmar que Jesus, o crucificado, ressuscitou e foi acolhido por Deus. Os dois anjos com vestes brancas são os mesmos que apareceram no dia de Páscoa, relatado em seu Evangelho.

O mesmo Lucas, autor do Evangelho que leva seu nome, escreveu nesse seu outro livro uma cena muito mais simples – Jesus se elevou aos céus perante seus discípulos.

O céu, entendido a partir do Evangelho de Jesus, não é o além das estrelas e das nuvens. Isso seria um céu materializado, continuação do nosso mundo. Céu é a comunhão plena com o Pai, a sintonização absoluta com sua santíssima vontade e a vivência radical da caridade, do amor, a plenitude do amor fraterno, em total ágape e comunicação com a Trindade.

Jesus subiu ao céu no mesmo instante de sua morte, mas os discípulos só foram compreendendo isso aos poucos, a partir do terceiro dia.

O Senhor volta para o Pai e, ao mesmo tempo, está conosco, ao nosso lado. Isso é possível porque Deus é onipotente, está em toda parte, em todo lugar. Principalmente porque ele nos ama e quem ama deseja ficar ao lado do ser amado.

Jesus está presente no mundo, no meio dos homens quando o testemunhamos, quando somos fiéis aos seus ensinamentos e praticamos a justiça, o amor e o perdão.

Sua obra de redenção continua no mundo, através da ação da Igreja, através de nossa ação de batizados. Somos os continuadores de sua missão redentora. Ele investe todos nós nessa missão ao dizer: “Toda autoridade me foi dada no céu e sobre a terra. Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei!”.

Ascensão não é despedida, afastamento de Jesus, mas outro modo de Ele estar presente ao nosso lado através de sinais. Por isso ele acrescenta: “Eis que eu estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo”.

E os sinais serão nossa prática de caridade fraterna, nossa ida aos marginalizados, aos sofredores, nossa vida alicerçada nos valores do Reino e não nos contravalores de uma sociedade materialista e consumista. (Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para o domingo da Ascensão)

 

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Atualidades



Editorial: Comunicar com misericórdia

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Cidade do Vaticano (RV) - “Comunicação e Misericórdia: um encontro fecundo”: este é o tema escolhido pelo Papa Francisco para o 50º Dia Mundial das Comunicações Sociais comemoramos neste domingo, 8 de maio, domingo que precede a Solenidade de Pentecostes. Já no último dia 24 de janeiro, memória litúrgica de São Francisco de Sales, proclamado patrono dos escritores e jornalistas em 1923 por Pio XI, Francisco divulgou uma mensagem na qual evidencia a sintonia com o Jubileu Extraordinário da Misericórdia em andamento. Por isso essa data quer ser mais uma ocasião para os comunicadores e não somente eles, refletirem sobre as “sinergias profundas entre comunicação e misericórdia”.

 

Recordamos que o Dia Mundial das Comunicações Sociais é a única efeméride estabelecida pelo Concílio Ecumênico Vaticano II (Inter Mirifica, 1963) e neste celebramos a 50ª edição e a 50ª mensagem – portanto, comemoramos o “jubileu de ouro”.

Certamente a escolha do tema para a comemoração deste ano foi determinada pelo Ano Jubilar e Francisco não perde a oportunidade de dialogar com o mundo da comunicação, com quem nele trabalha e quem o utiliza frequentemente. Uma ocasião propícia para fazer perguntas, procurar respostar e indicar estradas. Sim, porque o Papa e com ele toda a Igreja tem como missão principal comunicar a “misericórdia de Deus”, âmago do Evangelho.

A Igreja e quando falo de Igreja falo de todos nós “povo de Deus” e comunicadores, deve, ou melhor, tem obrigação de indicar, através de uma linguagem simples e gestos concretos a estrada para chegar até o nosso Deus de misericórdia. De fato, somos todos chamados a viver a misericórdia. Tudo o que dizemos e o modo como dizemos, cada palavra e cada gesto, deveria expressar a compaixão, a ternura e o perdão de Deus para todos.

Na sua mensagem Francisco recorda que o amor, por sua natureza, é comunicação e leva a uma maior abertura, não ao isolamento. Se o nosso coração e os nossos gestos forem animados pela caridade, pelo amor divino, a nossa comunicação será portadora da força de Deus.

O Papa sublinha que a comunicação enriquece a sociedade. Como é bom ver pessoas esforçando-se por escolher cuidadosamente palavras e gestos para superar as incompreensões, curar a memória ferida e construir paz e harmonia! Sim, porque as palavras têm o poder de criar pontes e favorecer o encontro e a inclusão entre as pessoas, famílias, grupos sociais, povos.

O Santo Padre encoraja todos a encarar a sociedade humana como uma casa ou uma família onde a porta está sempre aberta para receber uns aos outros. Comunicar significa partilhar e a partilha exige escuta, acolhimento proximidade. Escutar nunca é fácil: significa prestar atenção, desejo de compreender, dar valor, respeitar a palavra alheia; é uma graça imensa e um dom.

O Dia Mundial das comunicações sociais deste ano integra-se no contexto do ano santo extraordinário da misericórdia, assim, Francisco defende a cultura do diálogo que deve presidir aos vários cenários e estratégias do mundo atual.

Na sua mensagem considera ainda que o acesso às redes digitais implica “uma responsabilidade pelo outro”, por alguém que, mesmo não sendo visível, “é real, tem a sua dignidade que deve ser respeitada”. O Papa apela aos que têm responsabilidades institucionais, políticas e de formação da opinião pública, para que estejam sempre vigilantes quanto ao modo de agir perante quem pensa ou age de maneira diferente.

O Papa Francisco apela ainda a todos os Bispos para que “o nosso modo de comunicar e também o nosso serviço de pastores na Igreja nunca expressem o orgulho soberbo do triunfo sobre um inimigo, nem humilhem aqueles que a mentalidade do mundo considera perdedores e descartáveis”.

Enfim, conclui: “encontro entre a comunicação e a misericórdia só será fecundo na medida em que puder gerar proximidade, cuidar, confortar, curar, acompanhar. Em um mundo dividido, fragmentado, polarizado, comunicar com misericórdia significa contribuir para a boa, livre e solidária proximidade entre os filhos de Deus e irmãos em humanidade”. (Silvonei José)

 

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UE nomeia comissário para promover liberdade religiosa

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Cidade do Vaticano (RV) – A União Europeia terá um enviado especial para promover a liberdade religiosa. O anúncio foi feito sexta-feira (06/05) na cerimônia de entrega do prêmio Carlos Magno ao Papa Francisco, no Vaticano.

Em discurso, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirmou que “a liberdade de religião e crença é um direito fundamental, um alicerce da União Europeia. À luz das perseguições que continuam a atingir minorias étnicas e religiosas, é ainda mais importante proteger e promover este direito, dentro e fora da Europa”.

O escolhido para o cargo, Ján Figel, foi comissário para a instrução, formação, cultura e juventude no período 2004-2009 e vice-premiê da República da Eslováquia de 2010 a 2012. Figel assume a nova missão com um mandato de um ano, durante o qual analisará também o diálogo entre a Comissão, as Igrejas, comunidades e associações religiosas.   

(CM)

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Crônica: Borboletas no deserto

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Dubai (RV*) - Amigas e amigos, com alegria envio uma saudação fraterna das Arábias.

As experiências vividas indicam que é bom estar aberto ao novo, deixar-nos surpreender pelo inusitado. Temos ciência de que para muitos insetos, animais e aves, o deserto é inóspito e inadequado para viver. Por isso, poucas pessoas terão imaginado um bando de borboletas voando sobre as areias do deserto. Contudo,  os idealizadores de Dubai, a cidade moderna que mais rapidamente cresce no mundo, nos surpreendem pelo seu arrojo e criatividade. Aqui, no deserto, idealizaram o maior borboletário do planeta, dentro de cúpulas especiais. 

São nove cúpulas climatizadas, dentro das quais foi criado ambiente propício para que 15.000 borboletas de diversas partes do mundo, vivam e divirtam os visitantes. Plantas, flores, água e alimentação estão à disposição desses belos insetos.

O visitante vai adentrando as cúpulas com abundante vegetação pendendo dos tetos e aos lados das vielas. O silêncio é profundo, mas o ar está cheio de insetos flutuando, perseguindo-se, dançando e alimentando-se.

O jardim abriga 32 espécies de borboletas. Algumas delas são excepcionalmente belas como a “Olho de coruja” que também é a maior de todas. Uma cúpula abriga as pupas na qual são  incubadas e eclodem.

A temperatura adequada é muito importante para as delicadas borboletas. Gostam que esteja nos 28 graus centígrados, mas nos Emirados Árabes Unidos o calor é elevado. Manter a temperatura nos 28 graus é ideal para as borboletas e um problema para os visitantes. Então, estudou-se o jeito de mantê-la em 24 graus,que é boa para visitantes, plantas, flores e, logicamente, para as estrelas do local, as borboletas.

Ao caminhar pelas vielas, deve-se cuidar para não pisar sobre alguma borboleta pousada no chão. Contudo, aos visitantes é permitido pegá-las na mão, cuidando para não machucá-las.

Existem também recintos equipados com assentos e cercados com rede fina cheios de borboletas. Os visitantes podem sentar lá dentro e gozar da sensação dos insetos pousando sobre a cabeça, braços ou qualquer parte do corpo.

Cantos de pássaros, previamente gravados, e o barulho de uma cascata criam a atmosfera de bosque para acalmar o espírito de quem tem vida agitada.

Se não cuidarmos da natureza, a nossa casa natural, nossas crianças  só a conhecerão por meio de laboratórios e museus.

Amigas e amigos, lembramos que Albert Schweitzer, disse: “O mundo tornou-se perigoso, porque os homens aprenderam a dominar a natureza antes de se dominarem a si mesmos.”

*Missionário Pe. Olmes Milani CS, das Arábias para a Rádio Vaticano

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