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Sumario del 15/05/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa em Pentecostes: filiação divina é nossa vocação, nosso DNA

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Cidade do Vaticano (RV) – Nós não somos mais órfãos, somos filhos, este é o nosso “DNA”. E como filhos, pertencemos a uma "única paternidade e fraternidade". Na Solenidade de Pentecostes o Papa Francisco presidiu a Missa na Basílica de São Pedro, onde refletiu sobre nossa filiação divina e pertença a Cristo com a vinda do Espírito Santo e tudo o que isto comporta. 

Jesus havia prometido que não nos deixaria órfãos. E precisamente a sua missão, “que culmina no dom do Espírito Santo, tinha este objetivo essencial: reatar a nossa relação com o Pai, arruinada pelo pecado; tirar-nos da condição de órfãos e restituir-nos à condição de filhos”. De fato,  “a paternidade de Deus reativa-se em nós graças à obra redentora de Cristo e ao dom do Espírito Santo”. O Espírito que nos torna “filhos adotivos. É por Ele que clamamos: Abbá, ó Pai!”.

O Papa explica que “toda a obra da salvação é uma obra de regeneração, na qual a paternidade de Deus, por meio do dom do Filho e do Espírito, nos liberta da orfandade em que caíramos” e observa, que no nosso tempo, é possível constatar “vários sinais desta nossa condição de órfãos”:

“A solidão interior que sentimos mesmo no meio da multidão e que, às vezes, pode tornar-se tristeza existencial; a nossa suposta autonomia de Deus, que aparece acompanhada por uma certa nostalgia da sua proximidade; o analfabetismo espiritual generalizado que nos deixa incapazes de rezar; a dificuldade em sentir como verdadeira e real a vida eterna, como plenitude de comunhão que germina aqui e desabrocha para além da morte; a dificuldade de reconhecer o outro como irmão, porque filho do mesmo Pai; e outros sinais semelhantes”.

A todos estes sinais de orfandade – afirma o Pontífice – “se contrapõe a condição de filhos, que é a nossa vocação primordial, é aquilo para que fomos feitos, o nosso «DNA» mais profundo mas que se arruinou e, para ser restaurado, exigiu o sacrifício do Filho Unigênito”:

“Do imenso dom de amor que é a morte de Jesus na cruz, brotou para toda a humanidade, como uma cascata enorme de graça, a efusão do Espírito Santo. Quem mergulha com fé neste mistério de regeneração, renasce para a plenitude da vida filial. «Não vos deixarei órfãos»”.

Estas palavras de Jesus – prosseguiu o Papa – remetem-nos à presença materna de Maria no Cenáculo:

“A Mãe de Jesus está no meio da comunidade dos discípulos reunida em oração: é memória vivente do Filho e viva invocação do Espírito Santo. É a Mãe da Igreja. À sua intercessão, confiamos de maneira especial todos os cristãos, as famílias e as comunidades que, neste momento, têm mais necessidade da força do Espírito Paráclito, Defensor e Consolador, Espírito de verdade, liberdade e paz”.

Citando a Carta de Paulo aos Romanos, Francisco recorda que “o Espírito faz com que pertençamos a Cristo”, e “consolidando a nossa relação de pertença ao Senhor Jesus, o Espírito faz-nos entrar numa nova dinâmica de fraternidade:

“Através do Irmão universal que é Jesus, podemos relacionar-nos de maneira nova com os outros: já não como órfãos, mas como filhos do mesmo Pai bom e misericordioso. E isto muda tudo! Podemos olhar-nos como irmãos, e as nossas diferenças fazem apenas com que se multipliquem a alegria e a maravilha de pertencermos a esta única paternidade e fraternidade”.

(JE)

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Ser cristão é ligar a totalidade da vida a Jesus e ao Pai, diz Francisco

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Cidade do Vaticano (RV) –  As “funções” e ações do Espírito Santo estiveram ao centro da reflexão do Santo Padre que precede a oração do Regina Coeli, que foi rezada neste Domingo de Pentecostes pela última vez este ano. Francisco precisou que o Espírito “nos assiste, nos defende” e tem a função de “ensinamento e de memória”. 

O Papa recordou que a Festa de Pentecostes leva ao cumprimento o Tempo Pascal, precisamente cinquenta dias após a Ressurreição de Cristo. “A Liturgia – observou  ele – nos convida a abrir a nossa mente e o nosso coração ao dom do Espírito Santo, que Jesus prometeu em diversas ocasiões aos seus discípulos, o primeiro e principal dom que Ele obteve para nós com a sua Ressurreição”. Este dom foi implorado ao Pai pelo próprio Jesus – recordou – “como atesta o Evangelho de hoje, ambientado na Última Ceia”.

O Papa explica que as palavras de Jesus aos seus discípulos - “Se me amais, observareis os meus mandamentos; e eu rezarei ao Pai e ele vos dará um outro Paráclito, para que permaneça sempre convosco e para sempre” -  “nos recordam antes de tudo que o amor por uma pessoa, e também pelo Senhor, se demonstra não com as palavras, mas com os fatos”, e “observar os mandamentos”, “ deve ser entendido no sentido existencial, de modo que toda a vida seja envolvida por eles”:

“De fato, ser cristãos não significa principalmente pertencer a uma certa cultura ou aderir a uma certa doutrina, mas sim ligar a própria vida, em todos os seus aspectos, à pessoa de Jesus e, por meio dele, ao Pai. Para este objetivo Jesus promete a efusão do Espírito Santo aos seus discípulos. Precisamente graças ao Espírito Santo, Amor que une o Pai e o Filho e deles procede, todos podemos viver a mesma vida de Jesus. O Espírito, de fato, nos ensina cada coisa, ou seja, a única coisa indispensável: amar como Deus ama”.

Francisco explica então outra definição dada por Jesus ao Espírito Santo, ou seja, “o Paráclito”:

“Ao prometer o Espírito Santo, Jesus o define como “um outro Paráclito”, que significa Consolador, Advogado, Intercessor, aquele que nos assiste, nos defende, está ao nosso lado no caminho da vida e na luta pelo bem e contra o mal. Jesus diz “um outro Paráclito”, porque o primeiro é Ele, Ele mesmo, que se fez carne precisamente para assumir a nossa condição humana e libertá-la da escravidão do pecado”.

Além disto – recordou Francisco – o Espírito Santo “exerce a função de ensinamento e de memória”, como descrito no versículo 26 do Evangelho de João:

“O Espírito Santo não traz um ensinamento diferente, mas torna vivo, torna atuante o ensinamento de Jesus, para que o tempo que passa não o apague ou não o arrefeça. O Espírito Santo coloca este ensinamento dentro de nosso coração, nos ajuda a interiorizá-lo, fazendo-o tornar-se parte de nós, carne da nossa carne. Ao mesmo tempo, prepara o nosso coração para que seja capaz realmente de receber as palavras e os exemplos do Senhor. Todas as vezes que a palavra de Jesus é acolhida com alegria em nosso coração, isto é obra do Espírito Santo”.

Ao concluir, o Papa Francisco pediu a intercessão da Virgem Maria, para que “nos obtenha a graça de sermos fortemente animados pelo Espírito Santo, para testemunhar Cristo com franqueza evangélica e abrir-nos sempre mais à plenitude de seu amor”.

Após rezar o Regina Coeli com os milhares de fieis presentes na Praça São Pedro, o Santo Padre falou que neste domingo de Pentecostes foi publicada a sua Mensagem para o próximo Dia Mundial das Missões, a ser  celebrado no terceiro domingo de outubro. “Que o Espírito Santo dê força a todos os missionários ad gentes e sustenha a missão da Igreja no mundo inteiro. E que o Espírito Santo nos dê jovens - moças e rapazes - fortes, que tenham vontade de anunciar o Evangelho. Peçamos isto hoje ao Espírito Santo".

Por fim, saudou os diversos grupos presentes, provenientes de diversas partes do mundo, concluindo com o tradicional “não esqueçam de rezar por mim! Bom almoço e até logo!”. (JE)

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Publicada mensagem do Santo Padre para o Dia Mundial das Missões

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Cidade do Vaticano (RV) –  “Igreja missionária, testemunha de misericórdia” é o título da mensagem do Santo Padre para o Dia Mundial das Missões, a ser celebrado no terceiro domingo de outubro. No Regina Coeli deste Domingo de Pentecostes o Papa Francisco falou sobre a mensagem aos presentes:

"Hoje, no contexto muito apropriado de Pentecostes, é publicada a minha mensagem para o próximo Dia Mundial das Nações, celebrado a cada ano no mês de outubro. Que o Espírito Santo dê força a todos os missionários ad gentes e apoie a missão da Igreja no mundo inteiro. E que o Espírito Santo nos dê jovens - moças e rapazes - fortes, que tenham vontade de anunciar o Evangelho. Peçamos isto hoje ao Espírito Santo".

Eis a íntegra do texto:

“Queridos irmãos e irmãs!

O Jubileu Extraordinário da Misericórdia, que a Igreja está a viver, proporciona uma luz particular também ao Dia Mundial das Missões de 2016: convida-nos a olhar a missão ad gentes como uma grande, imensa obra de misericórdia quer espiritual quer material. Com efeito, neste Dia Mundial das Missões, todos somos convidados a «sair», como discípulos missionários, pondo cada um a render os seus talentos, a sua criatividade, a sua sabedoria e experiência para levar a mensagem da ternura e compaixão de Deus à família humana inteira. Em virtude do mandato missionário, a Igreja tem a peito quantos não conhecem o Evangelho, pois deseja que todos sejam salvos e cheguem a experimentar o amor do Senhor. Ela «tem a missão de anunciar a misericórdia de Deus, coração pulsante do Evangelho» (Bula Misericordiae Vultus, 12), e anunciá-la em todos os cantos da terra, até alcançar toda a mulher, homem, idoso, jovem e criança.

A misericórdia gera íntima alegria no coração do Pai, sempre que encontra cada criatura humana; desde o princípio, Ele dirige-Se amorosamente mesmo às mais vulneráveis, porque a sua grandeza e poder manifestam-se precisamente na capacidade de empatia com os mais pequenos, os descartados, os oprimidos (cf. Dt 4, 31; Sal 86, 15; 103, 8; 111, 4). É o Deus benigno, solícito, fiel; aproxima-Se de quem passa necessidade para estar perto de todos, sobretudo dos pobres; envolve-Se com ternura na realidade humana, tal como fariam um pai e uma mãe na vida dos seus filhos (cf. Jr 31, 20). É ao ventre materno que alude o termo utilizado na Bíblia hebraica para dizer misericórdia: trata-se, pois, do amor duma mãe pelos filhos; filhos que ela amará sempre, em todas as circunstâncias suceda o que suceder, porque são fruto do seu ventre. Este é um aspeto essencial também do amor que Deus nutre por todos os seus filhos, especialmente pelos membros do povo que gerou e deseja criar e educar: perante as suas fragilidades e infidelidades, o seu íntimo comove-se e estremece de compaixão (cf. Os 11, 8). Mas Ele é misericordioso para com todos, o seu amor é para todos os povos e a sua ternura estende-se sobre todas as criaturas (cf. Sal 144, 8-9).

A misericórdia encontra a sua manifestação mais alta e perfeita no Verbo encarnado. Ele revela o rosto do Pai, rico em misericórdia: «não somente fala dela e a explica com o uso de comparações e parábolas, mas sobretudo Ele próprio a encarna e a personifica» (JOÃO PAULO II, Enc. Dives in misericordia, 2). Aceitando e seguindo Jesus por meio do Evangelho e dos Sacramentos, com a ação do Espírito Santo, podemos tornar-nos misericordiosos como o nosso Pai celestial, aprendendo a amar como Ele nos ama e fazendo da nossa vida um dom gratuito, um sinal da sua bondade (cf. Bula Misericordiae Vultus, 3). A primeira comunidade que, no meio da humanidade, vive a misericórdia de Cristo é a Igreja: sempre sente sobre si o olhar d’Ele que a escolhe com amor misericordioso e, deste amor, ela deduz o estilo do seu mandato, vive dele e dá-o a conhecer aos povos num diálogo respeitoso por cada cultura e convicção religiosa.

Como nos primeiros tempos da experiência eclesial, há tantos homens e mulheres de todas as idades e condições que dão testemunho deste amor de misericórdia. Sinal eloquente do amor materno de Deus é uma considerável e crescente presença feminina no mundo missionário, ao lado da presença masculina. As mulheres, leigas ou consagradas – e hoje também numerosas famílias –, realizam a sua vocação missionária nas mais variadas formas: desde o anúncio direto do Evangelho ao serviço sociocaritativo. Ao lado da obra evangelizadora e sacramental dos missionários, aparecem as mulheres e as famílias que entendem, de forma muitas vezes mais adequada, os problemas das pessoas e sabem enfrentá-los de modo oportuno e por vezes inédito: cuidando da vida, com uma acrescida atenção centrada mais nas pessoas do que nas estruturas e fazendo valer todos os recursos humanos e espirituais para construir harmonia, relacionamento, paz, solidariedade, diálogo, cooperação e fraternidade, tanto no setor das relações interpessoais como na área mais ampla da vida social e cultural e, de modo particular, no cuidado dos pobres.

Em muitos lugares, a evangelização parte da atividade educativa, à qual o trabalho missionário dedica esforço e tempo, como o vinhateiro misericordioso do Evangelho (cf. Lc 13, 7-9; Jo 15, 1), com paciência para esperar os frutos depois de anos de lenta formação; geram-se assim pessoas capazes de evangelizar e fazer chegar o Evangelho onde ninguém esperaria vê-lo realizado. A Igreja pode ser definida «mãe», mesmo para aqueles que poderão um dia chegar à fé em Cristo. Espero, pois, que o povo santo de Deus exerça o serviço materno da misericórdia, que tanto ajuda os povos que ainda não conhecem o Senhor a encontrá-Lo e a amá-Lo. Com efeito a fé é dom de Deus, e não fruto de proselitismo; mas cresce graças à fé e à caridade dos evangelizadores, que são testemunhas de Cristo. Quando os discípulos de Jesus percorrem as estradas do mundo, é-lhes pedido aquele amor sem medida que tende a aplicar a todos a mesma medida do Senhor; anunciamos o dom mais belo e maior que Ele nos ofereceu: a sua vida e o seu amor.

Cada povo e cultura tem direito de receber a mensagem de salvação, que é dom de Deus para todos. E a necessidade dela redobra ao considerarmos quantas injustiças, guerras, crises humanitárias aguardam, hoje, por uma solução. Os missionários sabem, por experiência, que o Evangelho do perdão e da misericórdia pode levar alegria e reconciliação, justiça e paz. O mandato do Evangelho – «Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado» (Mt 28, 19-20) – não terminou, antes pelo contrário impele-nos a todos, nos cenários presentes e desafios atuais, a sentir-nos chamados para uma renovada «saída» missionária, como indiquei na Exortação Apostólica Evangelii gaudium: «cada cristão e cada comunidade há de discernir qual é o caminho que o Senhor lhe pede, mas todos somos convidados a aceitar esta chamada: sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho» (n. 20).

Precisamente neste Ano Jubilar, celebra o seu nonagésimo aniversário o Dia Mundial das Missões, promovido pela Pontifícia Obra da Propagação da Fé e aprovado pelo Papa Pio XI em 1926. Por isso, considero oportuno recordar as sábias indicações dos meus Predecessores, estabelecendo que fossem destinadas a esta Opera todas as ofertas que cada diocese, paróquia, comunidade religiosa, associação e movimento, de todo o mundo, pudessem recolher para socorrer as comunidades cristãs necessitadas de ajuda e revigorar o anúncio do Evangelho até aos últimos confins da terra. Também nos nossos dias, não nos subtraiamos a este gesto de comunhão eclesial missionário; não restrinjamos o coração às nossas preocupações particulares, mas alarguemo-lo aos horizontes da humanidade inteira.

Santa Maria, ícone sublime da humanidade redimida, modelo missionário para a Igreja, ensine a todos, homens, mulheres e famílias, a gerar e guardar por todo o lado a presença viva e misteriosa do Senhor Ressuscitado, que renova e enche de jubilosa misericórdia as relações entre as pessoas, as culturas e os povos”.

Vaticano, 15 de maio – Solenidade de Pentecostes – de 2016.

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Igreja no Mundo



Restauração "ecumênica" na Basílica da Natividade restitui beleza a mosaicos milenares

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Jerusalém (RV) – Prossegue em Belém a restauração da Basílica da Natividade. Desde 2013, de fato, estão em andamento os trabalhos de recuperação dos mosaicos, escurecidos pela fumaça das velas e dos incensos. Realizados por uma empresa italiana, com o apoio da Autoridade Nacional Palestina, os trabalhos foram possíveis graças ao acordo entre as três Confissões cristãs que custodiam a Basílica: cristãos, greco-ortodoxos e armênios. O Frei Eugenio Alliata, Diretor do Terra Sancta Museum de Jerusalém e observador da restauração, falou aos microfones da Rádio Vaticano a este respeito:

“A Basílica de Belém foi colocada pela UNESCO, e penso que foi algo justo, entre as obras que fazem parte do Patrimônio da Humanidade. Isto diz imediatamente que não é algo exclusivamente religioso, mas também que a contribuição da religião é essencial para a cultura mundial, universal. O homem não pode ser separado do fator religioso, como se este não existisse, porque é uma parte essencial dele. Por isto tem um valor mundial, precisamente porque é religiosos!”.

RV: Como estão os trabalhos de restauração?

“Na qualidade de observador, pude admirar os diversos estágios de restauração dos célebres mosaicos da Basílica de Belém. Pude notar como começamos pela parte mais elevada, com a série de anjos que se voltam para a Gruta para adorar o Menino. Depois desceram até à faixa onde estão representados os grandes Concílios Ecumênicos com as suas decisões, cada Sínodo, o que foi decidido e onde foi realizado. E por fim, recém chegaram à arquitrave, onde existe uma linha com medalhões com os antepassados de Cristo, a partir de José, esposo de Maria, e assim por diante, segundo a genealogia descrita por Mateus. Sabemos que sobre o outro lado existe a genealogia descrita por Lucas. Muitos dos mosaicos foram perdidos, o que permanece é somente uma pequena parte. Deveriam existir ao menos 2.000 metros quadrados de mosaicos e no entanto, permanecem não mais de 200”.

RV: O que apareceu de novo da restauração? Naturalmente, estamos falando de uma estrutura secular...

“A técnica de execução do mosaico aparece suprema, realmente de altíssima qualidade, se comparada a tantas outras da mesma época. As descobertas estão ligadas muitas vezes à questões técnicas e mais raramente à detalhes históricos. Algum acréscimo de letras ou inscrições nas diversas línguas: em latim, língua que corresponde ao poder dominante em Jerusalém naquela época – o reino Cruzado; em grego, que corresponde ao maior Império Romano ainda existente: o Império Romano do Oriente; e em siríaco, provavelmente a língua dos executores materiais do mosaico”.

RV: Fala-se neste caso específico, de uma “restauração ecumênica”, pois foi necessário que as diversas Igrejas cristãs chegassem a um acordo, um pouco na linha do que acontece na Basílica do Santo Sepulcro, que começou recentemente a ser restaurada...

“Infelizmente a situação legal, no aspecto do status quo da Basílica de Belém, é mais complicado do que o da Basílica do Santo Sepulcro, onde mais ou menos tudo está definido. Todos os acordos foram feitos essencialmente um pouco na surdina; de fato, não se podia chegar a um acordo quando um conhece a posição do outro. E infelizmente, no que tange à situação da Basílica de Belém, isto não é possível: cada comunidade poderia ter dito: “Não, eu não faço nada!”. No entanto, o acordo foi dado sob a forma de concessão, para que pudesse se realizar. De fato, porém, a iniciativa foi tomada pelo governo palestino, certamente com a ajuda de tantas outras pessoas e instituições do mundo inteiro”.

RV: Esta restauração pode ser um convite à peregrinação à Terra Santa, que neste período parece ser um pouco difícil?

“Certamente! Os peregrinos que irão à Terra Santa poderão não somente desfrutar de uma beleza a mais em relação ao passado, mas de um uma beleza que fala ao coração, à mente, ao espírito dos visitantes. E portanto, é algo de muito importante para quem visitá-la a partir de agora”. (JE/MR)

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Últimos preparativos para a JMJ 2016 em Cracóvia

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Cracóvia (RV) –Está quase tudo pronto em Cracóvia para a JMJ 2016, a grande festa da fé convocada pelo Papa Francisco para a “cidade santa” da Polônia, onde o Sacerdote e Arcebispo Karol Wojtya teve grande atuação e onde nasceu a devoção à Divina Misericórdia.

A figura de Wojtyla está por toda a cidade e marca também o “skyline” com um grande templo votivo instalado nas proximidades de outro grande santuário, aquele dedicado à Irmã Faustina Kowalska, iniciadora da moderna devoção à misericórdia, que é o coração do Jubileu Extraordinário convocado pelo Papa Francisco. Estes dois Santos marcarão esta JMJ, realizada em pleno Ano Jubilar.

O Santo Padre, que realiza sua primeira visita à Polônia, ficará hospedado na Cúria de Cracóvia. Além da esperança, existe quase a certeza de que dirá algumas palavras da mesma janela da qual João Paulo II e Bento XVI fizeram discursos improvisados aos jovens reunidos no espaço adjacente.

Dentro do prédio da Cúria, na chegada do Papa na quarta-feira, 27 de julho, deverá se realizar um encontro com o clero e religiosos e a celebração de uma missa na mesma capela onde Karol Wojtyla foi ordenado sacerdote em 1946.

No dia seguinte terá lugar a visita ao Santuário de Jasna Gora e Chestochowa, com a celebração de uma missa no grande altar pênsil, estrutura preparada e fixa desde a última visita de Wojtyla, por ocasião do 1050º aniversário de Batismo da Polônia. São esperados ao menos 300 mil peregrinos na celebração.

Na parte da tarde, no grande gramado de Blonia, em Cracóvia, a pouca distância do Castelo de Wavel, o Papa terá o primeiro encontro oficial com os jovens. Francisco deverá ir ao encontro nos trenzinhos urbanos usados na cidade, como forma de sentir-se ligado à vida normal da cidade.

A visita à Auschwitz-Birkenau marcará a manhã de sexta-feira, 29 de julho. Tantos nos dias que precedem a JMJ, como após o mega evento, a Fundação que administra o ex-Campo de extermínio nazista preparou “pacotes-visita” para os inscritos na Jornada, com ônibus e percursos dedicados aos jovens. Serão 300 mil lugares disponíveis de 20 a 28 de julho e de 1º a 3 de agosto.

Após a visita à Auschwitz, o Papa retorna à Blonia para a Via Sacra com o tema da misericórdia.

No sábado, o encontro penitencial no Santuário da Divina Misericórdia, enorme estrutura que domina uma parte de Vistola, onde o Papa confessará cinco jovens. Após, o encontro na Capela da Irmã Faustina com a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia e a seguir o almoço com 12 peregrinos no Arcebispado.

A partir daí os encontros se deslocarão para o grande Campus Misericordiae, um espaço de 3 mil hectares subdividido em 108 setores, capaz de acolher até 2 milhões de pessoas. O altar, cuja construção terá início dentro de poucos dias, será colocado sobre uma estrutura de 11 metros de altura, 150 de largura, visível – asseguram os organizadores – de qualquer ponto do campo. 66 auto-falantes e 30 telões "aproximarão" os mais distantes do palco.

Para o evento foram melhorados 17 quilômetros de estradas, instaladas antenas para wifi, que será gratuito, além de uma Capela Eucarística para cada setor, pontos de informação, banheiros.

Neste mesmo espaço será realizada na noite de sábado a Vigília de Oração com os jovens, provenientes de todas as dioceses e de estruturas de acolhida, mas também daqueles que decidirem participar no último momento.

No grande lago natural no centro do “Campus” será instalada uma “Arca de Noé”, para evocar o Batismo da Polônia.

Por fim, no domingo, a grande Missa de encerramento com a presença de pelo menos 1.200 bispos e 15 mil sacerdotes e a excecução da “Missa de João Paulo II”, de Henryk Jan Botor, doada para a ocasião pela Igreja polonesa à Igreja universal. (JE/Ansa)

 

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Definidos semifinalistas da Clericus Cup

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Roma (RV) – O sábado que antecedeu o Domingo de Pentecostes definiu os semifinalistas da 10ª  edição da Clericus Cup, o torneio que reúne sacerdotes e seminaristas. A surpresa ficou por conta do Pio Latino-americano, que eliminou o favorito Nort American Martyrs nas quartas de final. No sábado, 21 de maio, no Centro Esportivo Pio XI, serão disputadas duas partidas: Gregoriana x Mater Ecclesiae e Pio Latino x Urbano.

Sob um verdadeiro dilúvio que caía sobre Roma, o golaço de Malczewski,  artilheiro polonês que reforça a equipe sul-americana treinada por Goldie Alvarez, confirmou a vitória de 1 a 0 sobre os seminaristas estadunidenses.

À semifinal do mundial de futebol pontifício - promovido pelo Centro Esportivo Italiano, com o patrocínio do Escritório Nacional do Tempo Livre, Turismo e Esporte da Conferência Episcopal Italiana (CEI), do Pontifício Conselho para os Leigos e do Pontifício Conselho da Cultura – passaram também Mater Ecclesiae e Gregoriana, ambas equipes vitoriosas por 4 a 0 sobre os rivais São Paulo Apóstolo e Sedes Sapientiae. Para os universitários jesuítas dois gols no primeiro tempo do português Duarte e no segundo, dois do croata Matic. Para o Mater, marcaram o haitiano Gerome, o  paraguaio Ayala e o nigeriano Peter Saater.

Também os atuais campeões do Colégio Urbano continuam a corrida para mais um título. Saindo em desvantagem contra o México, os “Leões da África” viraram o placar, vencendo por 5 a 1.

A décima edição do torneio teve início em 20 de fevereiro. Os jogadores vestem camisetas com a incrição "A misericórdia vai a campo". (JE/Ansa)

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Atualidades



Laudato Si - Francisco e os irmãos pássaros

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IRMÃOS PÁSSAROS

 

FRANCISCO  Paz e bem, irmãs e irmãos! Sou Francisco de Assis. Muitos de vocês já ouviram falar de mim… Pois aqui estou novamente, interessado em conhecer os males que afetam a nossa mãe Terra, as feridas que lhe causamos. Hoje vos falo desde umas altas montanhas de um país chamado Guatemala. Parece uma catedral verde adornada de orquídeas. E dizem que aqui vive o mais belo dos pássaros nascidos nesta terra: o quetzal. Aguardarei sua chegada… Ou talvez o chamo… Aí está! Tem que ser esse o quetzal... Penas verdes e azuis, peito vermelho, e essa calda longuíssima, uma beleza de criatura... Bendito seja Deus que te criou tão belo!

QUETZAL  E bendito sejas tu, irmão Francisco! Bem-vindo a nossa casa!

FRANCISCO Como você sabe meu nome? Eu nunca havia te visto antes…

QUETZAL Você é o homem santo que falava conosco, os pássaros. Você é     popular, já haviam me contado de vós.

FRANCISCO  Que lindo você é, irmão Quetzal! Tuas penas são brilhantes como a  esmeralda que meu pai Pedro Bernardone presenteou um dia a minha mãe.

QUETZAL  Muito rico devia ser teu pai para comprar essa joia.

FRANCISCO Sim, era muito rico, embora sua riqueza não fosse tanta quanto a que vejo neste lugar onde você vive.

QUETZAL     Você tem razão, Francisco. Ninguém jamais poderia contar as vidas de todo  tamanho e cor que se escondem nestas montanhas.

FRANCISCO  E ninguém poderia imaginar que você, tão majestoso, tivesse um   canto tão humilde… Por que você fala tão baixinho? 

QUETZAL  Tenho que me cuidar, irmão Francisco.  

FRANCISCO Do quê, de quem?

QUETZAL     De gente desalmada. Passo minha vida escondendo-me.

FRANCISCO Conte-me, irmão Quetzal, pode falar.

QUETZAL Eu só posso viver em lugares como este, terras altas e frescas. Só sei fazer ninho em árvores como estas, tão altas que fazem cócegas nas nuvens. Só aqui encontro minha comida preferida, os abacates do monte... Ouça... Já estão aqui outra vez!

FRANCISCO  É fogo, um incêndio!

QUETZAL Foge, Francisco, eu te alcanço! Foge! Proteja-se!

QUETZAL  Aqui já estamos seguros… Não sei até quando… Está vendo o que eu dizia, Francisco? Querem acabar conosco. Querem nos extinguir. Queimam a terra, queimam as árvores, deixam as colinas peladas… Assim não podemos viver.      

FRANCISCO Não seja pessimista, meu irmão vestido de verde. Há um homem vestido de branco em Roma que está te defendendo.

QUETZAL   Pois agradeça-lhe, mas diga que somos muitos os irmãos com asas  que estamos em perigo. A uns os caçam pelo gosto de matá-los, a outros  para vendê-los. Uns migram a outras terras, mas já não encontram onde viver… Olha esta que está chegando…

ANDORINHA Good morning!... Good morning!

FRANCISCO E você, quem é, como se chama?

ANDORINHA Me chamam de Andorinha Azul porque tenho o céu pintado nas minhas plumas.

FRANCISCO E por que nos cumprimentou nessa língua estranha?

QUETZAL É que ela vem do norte, Francisco. Lá falam inglês.

ANDORINHA Somos aves migratórias, como dizem vocês os humanos. Quando faz frio no norte, migramos para o sul. E quando é no sul, vamos para o norte. Mas olha nossa tragédia, Francis. Viemos aqui buscando comida e só encontramos terras secas, sem vida. Viemos buscando bom clima e o calor está insuportável.

FRANCISCO  Complicaram a vida de vocês, irmãos pássaros.

QUETZAL Mas vocês, os humanos, estão pior que nós...

ANDORINHA Isso mesmo, Francis, muito pior!

FRANCISCO Expliquem-se, irmãos pássaros.

ANDORINHA Eu os vejo, Francis. Quando voo, lá de cima vejo milhares de jovens, até crianças que fogem daqui da Guatemala, de Honduras, de toda América Central, do México...

QUETZAL     Vão em cima do teto dos trens...

ANDORINHA ...atravessam desertos a pé...

FRANCISCO Por que se vão, para aonde vão?

ANDORINHA Para o norte, para os “States”, de onde agora venho eu. Vão buscando vida, buscando algum trabalho... São 11 milhões de latinos que trabalham nos “States”, sem documentos, perseguidos...

QUETZAL Nos outros países da América do Sul saem forçados de suas terras pelas grandes represas de água, pelas mineradoras...

FRANCISCO Para onde vão?

ANDORINHA Aos subúrbios das cidades, às favelas, a mal viver... Vão de país em  país, sem lugar no mundo...

QUETZAL Também fogem da África, dos países árabes...

FRANCISCO E estes para onde vão?

ANDORINHA Para Europa.

QUETZAL Entram em barcaças, se lançam ao mar para escapar, muitos se afogam,                        outros chegam às costas da tua pátria Itália, ou a Grécia, a esses países...

ANDORINHA Fogem das secas, das guerras, por falta de trabalho, por falta de tudo.                          

QUETZAL Nós, os pássaros, podemos voar. Mas eles não. Aos migrantes lhes fecham as portas. Constroem muros para que não passem. Os prendem, os devolvem, os tratam como criminosos.

FRANCISCO Essas notícias me entristecem…

ANDORINHA Pois para que não fique triste, cantaremos... Você ainda não ouviu o meu canto, broder Francis. Abra teus ouvidos...

FRANCISCO Louvado sejas, meu Deus, por esse canto tão lindo!

QUETZAL     Irmão Francisco, podemos pedir-lhe algo?

FRANCISCO   Quem pede, receberá. O que querem?

QUETZAL  Irmão Francisco, diga a teus irmãos humanos que não queremos desaparecer. Diga-lhes que o mundo seria mais feio e mais cinza sem nós e sem nossos cantos. Diga-lhes que seus filhos e seus netos têm que nos conhecer.

ANDORINHA E diga também a esses gananciosos do Norte, que deixem os homens e mulheres entrarem como migrantes. Que abrindo-lhes as portas só estão devolvendo-lhes um pouquinho do muito que lhes tiraram antes.

FRANCISCO Palavra de pássaros. Palavra de Deus!

Diz o Papa Francisco em sua encíclica Laudato Si, Louvado Sejas:

As mudanças climáticas dão origem a migrações de animais e vegetais que nem sempre conseguem adaptar-se; e isto, por sua vez, afecta os recursos produtivos dos mais pobres, que são forçados também a emigrar com grande incerteza quanto ao futuro da sua vida e dos seus filhos. É trágico o aumento de emigrantes em fuga da miséria agravada pela degradação ambiental, que, não sendo reconhecidos como refugiados nas convenções internacionais, carregam o peso da sua vida abandonada sem qualquer tutela normativa. (Laudato Si 25)

E disse o Papa Francisco no Encontro com os Movimentos Populares na Bolívia:

Quando olhamos o rosto dos que sofrem, o rosto do camponês ameaçado, do trabalhador excluído, do indígena oprimido, da família sem teto, do migrante perseguido, do jovem desempregado, da criança explorada, da mãe que perdeu o seu filho em um tiroteio porque o bairro foi ocupado pelo narcotráfico, do pai que perdeu sua filha porque foi submetida à escravidão; quando recordamos esses “rostos e esses nomes”, reviram nossas entranhas diante de tanta dor.

PERGUNTAS PARA O DEBATE

1- A Bíblia diz: “Dominem sobre os peixes do mar, as aves do céu e sobre todo animal”. Você está de acordo?

 

2- Há imigrantes em teu país? Por que saíram de seus países de origem? Quantas remessas enviam a suas famílias?

 

3- Que aspectos positivos você vê na imigração? 

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Espaço Interativo: o melhor das nossas redes sociais!

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Cidade do Vaticano (RV) - Uma nova semana de muitas interações em nossas redes sociais. Neste nosso espaço começamos revendo os principais comentários em nossa fan-page no Facebook, passando pelo Twitter e terminando com os vídeos mais vistos no YouTube.  

A mensagem do Papa ao povo brasileiro foi o assunto mais comentado: reveja!

 

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Violência doméstica, maior motivo da desagregação familiar

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Roma (RV) – O Dia Internacional da Família celebrado este domingo (15/05) é uma ocasião para sensibilizar a opinião pública sobre fatores que determinam a perda dos cuidados por parte dos pais. A violência em família é um dos grandes e graves motivos, mais do que uma das causas principais, da desagregação do núcleo familiar. São 275 milhões as crianças no mundo expostas a violência em casa, um em cada quatro adultos declara ter sofrido abusos físicos quando criança e um em cada três adolescentes (84 milhões) foram vítimas de violência emocional, física ou sexual.

Condenar as punições corporais, violência doméstica e sexual e trabalho infantil

“Um estudo das Nações Unidas de 2006 revelou o quanto a violência no núcleo doméstica é comum: punições corporais, violência doméstica e sexual, trabalho infantil e muito mais – avalia Barbara Ammirati, Advocacy Advisor de SOS Aldeias das Crianças Internacional. A pesquisa demonstrou o impacto da violência no desenvolvimento das crianças: da depressão à repetição de comportamentos agressivos, até à diminuição da capacidade de se tornarem autônomas e independentes. Portanto, colocar fim à violência em família é de crucial importância para os direitos das crianças. É um objetivo de desenvolvimento sustentável importante, que prevê medidas concretas para colocar fim à violência contra as crianças”.

Difícil eliminar violência contra crianças no âmbito familiar

Outro dado que emerge do estudo das Nações Unidas, revela que frequentemente existe uma verdadeira aceitação social da violência: as crianças e os autores podem considerar a violência física, sexual e psicológica como inevitável e até mesmo normal. Eliminar e responder à violência contra as crianças é no entanto difícil no contexto familiar, considerado por muitos como “privado no privado”. Todavia, os direitos das crianças à vida, à sobrevivência, ao desenvolvimento, à dignidade e à integridade física, “não devem parar na frente da porta de casa”. (JE/EC)

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