Noticiário da Rádio Vaticano Noticiário da Rádio Vaticano
RedaÇão +390669883895 e-mail: brasil@vatiradio.va

Sumario del 19/05/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Entrevistas

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Francisco: explorar as pessoas é um pecado mortal

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa iniciou a quinta-feira, (19/05), celebrando a Missa na capela de sua residência, a Casa Santa Marta. 

Na homilia, Francisco comentou a primeira leitura do dia, extraída da carta de São Tiago. Trata-se de uma forte advertência aos ricos que acumulam dinheiro explorando as pessoas.

“As riquezas em si mesmas são boas – explicou o Pontífice, mas são “relativas, não uma coisa absoluta.” De fato, erra quem segue a chamada “teologia da prosperidade”, segundo a qual “Deus mostra que você é justo se lhe dá tantas riquezas”. O problema é não apegar o coração às riquezas, porque – recordou o Papa – “não se pode servir Deus e as riquezas”.

Estas podem se tornar “correntes” que tiram “a liberdade de seguir Jesus”. São Tiago diz: “Vede: o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos, que vós deixastes de pagar, está gritando, e o clamor dos trabalhadores chegou aos ouvidos do Senhor todo-poderoso”:

Sanguessugas

“Quando as riquezas são feitas explorando as pessoas, aqueles ricos que exploram: explorando o trabalho dos outros e aquela pobre gente se torna escrava. Mas pensemos hoje, aqui: em todo o mundo isso acontece. ‘Quero trabalhar’ – ‘Ok: será feito um contrato. De setembro a junho’. Sem possibilidade de aposentadoria, sem assistência médica… Em junho o contrato é suspenso, e em julho e agosto deve-se alimentar de ar. E em setembro se recomeça. Quem faz isso são verdadeiras sanguessugas e vivem do sangue que jorra das pessoas transformadas em escravos do trabalho”.

Trabalho informal

Francisco citou o que lhe disse uma jovem que encontrou um emprego de 11 horas diárias por 650 euros na informalidade. E disseram a ela: “Se quiser, o emprego é seu, caso contrário, pode ir embora. Há quem queira”, há uma fila atrás de você!

Esses ricos – observou – “amontoam tesouros” e o apóstolo diz: “cevando para o dia da matança”. “O sangue de toda esta gente que vocês sugaram” e “do qual viveram é clamor ao Senhor, é um grito de justiça. A exploração das pessoas – afirmou ainda o Papa - “hoje é uma verdadeira escravidão” e acrescentou:

“Nós pensávamos que os escravos não existissem mais, mas existem. As pessoas não vão mais buscá-los na África para vendê-los na América: não. Mas estão em nossas cidades. E existem esses traficantes, estes que tratam as pessoas com trabalho sem justiça”:

“Ontem, na audiência, meditamos sobre o homem rico e Lázaro. Este rico estava em seu mundo, não percebia que do outro lado da porta de sua casa havia alguém que tinha fome. Aquele rico não percebia e deixava que o outro morresse de fome. Isto é pior. É fazer as pessoas morreram de fome com o seu trabalho para o meu proveito! Viver do sangue das pessoas. Isto é pecado mortal. É pecado mortal. É preciso muita penitência, muita reparação para se converter deste pecado”.

No caixão não entram riquezas

O Papa recordou a morte de um homem mesquinho e as pessoas que diziam: “O funeral foi arruinado. Não puderam fechar o caixão”, porque “ele queria levar consigo tudo o que tinha, e não podia”. “Ninguém pode levar consigo as próprias riquezas”. O Papa Francisco concluiu:

“Pensemos neste drama de hoje: a exploração das pessoas, o sangue das pessoas que se tornam escravas, os traficantes de seres humanos e não somente aqueles que traficam prostitutas e crianças para o trabalho infantil, mas aquele tráfico mais ‘civilizado’: Eu pago você, mas sem direito a férias e assistência médica, tudo clandestino. Porém, eu me torno rico! Que o Senhor nos faça entender aquela simplicidade que Jesus nos diz no Evangelho de hoje: É mais importante um copo de água em nome de Cristo que todas as riquezas acumuladas com a exploração das pessoas”.

(BF/MJ)

inizio pagina

Papa a diplomatas: "Integrar os migrantes é um enriquecimento"

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Na manhã desta quinta-feira, (19/05), o Papa recebeu os embaixadores recém-nomeados da Estônia, Malauí, Namíbia, Seychelles, Tailândia e Zâmbia.

Os diplomatas, segundo Francisco, “têm a missão humana de cuidar da sociedade e da criação”, especialmente neste momento em que “muitas pessoas no mundo sofrem com conflitos e guerras, migrações e incertezas causadas por problemas econômicos”.  

“Em um mundo polarizado e fragmentado”, disse o Pontífice em seu discurso ao grupo, “o dever da solidariedade se torna sempre mais difícil, porque amedrontadas pelo terrorismo, as pessoas se isolam, temem que os imigrantes possam mudar sua cultura, sua estabilidade econômica e seu estilo de vida”. 

“Estas preocupações”, frisou o Papa, “devem ser enfrentadas com sabedoria e compaixão, para que os direitos e as necessidades de todos sejam respeitados e defendidos”. 

Dar voz à condição dos migrantes

O centro do discurso foi a questão do acolhimento às pessoas que migram em fuga da violência: pessoas cuja condição crítica deve ser ouvida e que a diplomacia pode ajudar, ampliando e transmitindo a sua voz, ‘frágil e aflita’. 

“Esta ajuda se pratica no esforço de privar de armas aqueles que usam violência e colocar fim no tráfico humano e no comércio de drogas, que quase sempre acompanham este mal”.

Francisco chamou em causa a “cultura do diálogo” em iniciativas que ajudem as populações a permanecerem em suas pátrias, mas também na assistência aos que as deixam, migrando. 

“Mal-entendidos e medos não podem enfraquecer a nossa determinação em promover uma integração que respeite a identidade dos migrantes e preserve a cultura de quem os recebe, enriquecendo ambas”. 

Responsabilizar todos os membros das comunidades

“Se favorecermos o diálogo e a solidariedade, individual e coletivamente, experimentaremos o melhor da humanidade e garantiremos a paz duradoura para todos, segundo o desígnio do Criador”. 

Antes de concluir o encontro, o Papa encorajou os diplomatas a serem sempre mensageiros de esperança e paz, especialmente junto aos cristãos e às comunidades minoritárias, que sofrem perseguições por causa da fé. 

(CM)

inizio pagina

Situação política na América Latina preocupa Francisco

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - O Papa recebeu na manhã de quinta-feira, (19/05), a presidência do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM). O segundo vice-presidente é o Arcebispo de São Luís (Maranhão), Dom José Belisário da Silva. Depois da audiência, Dom Belisário falou dos temas em pauta com Francisco: 

“Conversamos especialmente sobre o trabalho do CELAM. Falamos sobre o acolhimento da última Exortação Apostólica, com a preocupação que o CELAM tem com a questão da família. Estamos planejando um encontro em Quito, proximamente, que vai refletir exatamente sobre toda esta questão da pastoral familiar. Esse foi um dos assuntos que ocupou bastante o nosso tempo. Mas também falamos sobre toda a situação da América Latina, onde há mudanças com uma tendência a uma retomada de políticas mais liberais.”

RV: O Papa Francisco perguntou sobre a situação no Brasil?

“Perguntou, e ele realmente manifestou uma preocupação com a situação do Brasil. Eu pessoalmente falei a ele que a nossa esperança é que esta fase seja superada e falei também sobre a CNBB, que nós estamos produzindo alguns pequenos textos de estudos importantes, com assessoria muito competente, sobre o que nós devemos pensar do Brasil, como pensar o Brasil. E uma das conclusões às quais nós chegamos é que nós precisamos urgentemente de uma reforma eleitoral profunda, porque da maneira que estamos agora, não temos capacidade eleitoral de superar essas grandes questões. Temos que discutir toda a questão das campanhas eleitorais, da escolha dos nossos dirigentes e também sobre a maneira como se exerce o poder no Brasil.”

(bf)

inizio pagina

Divulgados lema e logotipo da viagem do Papa à Armênia

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – O lema “Visita ao primeiro país cristão” e o logotipo da viagem apostólica que o Papa Francisco realizará de 24 a 26 de junho à República da Armênia, foram divulgados esta quinta-feira. A conversão da Armênia, de fato, remonta ao ano 301, graças a São Gregório “o Iluminador”. A nação portanto – como disse o Papa Francisco - pode ser definida como “a primeira entre as nações que no decorrer dos séculos abraçaram o Evangelho de Cristo” (Mensagem aos Armênios, 12 de abril de 2015).

O logotipo

O logotipo da viagem, em formato circular, retrata o Monte Ararat, símbolo da Armênia, e o “Khor Virap” de Artashad (“poço profundo”) no qual São Gregório ficou aprisionado por quase 14 anos, e onde hoje está o Mosteiro homônimo. Uma vez libertado, São Gregório, que tornou-se o primeiro primaz da Armênia, declarou junto ao Rei Tirdate III, o cristianismo como religião de Estado da Armênio. No logotipo são representados os brasões e as cores – vileta e amarelo – da Igreja Apostólica e da Santa Sé.

Programa da viagem

Segundo o programa oficial, Francisco chegará na capital Yerevan na tarde da sexta-feira, 24 de junho. Após a oração na Catedral armênio-apostólica de Etchmiadzin, com a saudação ao Katolicós, terá lugar o encontro com o Presidente e as autoridades civis e o discurso ao Corpo Diplomático. No sábado, 25, nos passos de João Paulo II, o Papa visitará o Memorial do massacre dos armênios sob o Império Otomano, entre 1915 e 1916. Em Gymuri, segunda cidade em população da Armênia, atingida por um violento terremoto no final dos anos 80, Francisco celebrará a Missa e visitará a Catedral armênio-apostólica das Sete Chagas e a Catedral armênio-católica dos Santos Mártires. Na noite, novamente em Yerevan, o encontro ecumênico e a oração pela paz. Domingo, 26 de junho, terceiro e último dia da visita à Armênia, o encontro do Papa com o bispos católicos armênios no Palácio Apostólico em Etchmiadzin e a participação na Divina Liturgia na Catedral armênio-apostólica. Após o almoço, o encontro com os delegados e benfeitores da Igreja Armênio-apostólica e a assinatura de uma Declaração conjunta. Antes do retorno ao Vaticano, o Santo Padre rezará no Mosteiro de Khor Virap. (JE)

inizio pagina

Em preparação encontro do Papa com o Grão-Imame de Al-Azhar

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Está em fase de preparação a audiência do Papa Francisco com o Grão-Imame Ahmed al Tayyeb de Al-Azhar – a Universidade egípcia considerada a mais alta autoridade teológico-acadêmica do Islã sunita – que deverá se realizar na próxima segunda-feira, 23 de maio.

A informação é do Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, que precisou não existir no momento, maiores detalhes do encontro entre os dois líderes religiosos.

Em fevereiro passado, o Secretário do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Dom Miguel Ángel Ayuso Guixot, acompanhado pelo Núncio Apostólico no Egito, Dom Bruno Musarò, havia realizado uma visita a Al-Azhar.

Diálogo

Um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé de 27 de fevereiro passado, afirmava que “o encontro foi realizado num clima de grande cordialidade, sendo reiterada a necessidade de uma retomada do diálogo entre as duas Instituições, como desejado pelo Papa Francisco e por várias pessoas de boa vontade. Foi acordado sobre a importância prosseguir e de intensificar tal diálogo para o bem da humanidade”.

Na ocasião, Dom Ayuso havia entregue uma carta do Presidente do Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean-Louis Tauran, na qual o purpurado exprimia a sua disponibilidade em receber o Grande Imame e em acompanhá-lo oficialmente em audiência com o Pontífice.

Degelo

O encontro marcará um degelo nas relações entre Al-Azhar e Santa Sé, abaladas com a suspensão do diálogo por parte dos muçulmanos sunitas em 2011, em protesto contra as declarações de Bento XVI sobre a necessidade de proteger os cristãos no Egito e no Oriente Médio, pronunciadas após o ataque à Catedral Copta em Alexandria.

Al Azhar havia afirmado na ocasião que tomou a medida devido “às repetidas declarações negativas” de Bento XVI sobre o Islã e, sobre as “supostas discriminações” que os fiéis de outras confissões sofrem no Oriente Médio.

(JE)

inizio pagina

Igreja no Brasil



Aparecida: 8ª Peregrinação e 6º Simpósio Nacional da Família

◊  

Aparecida (RV) - Terão início neste sábado (21/05), em Aparecida (SP), a 8ª Peregrinação e o 6º Simpósio Nacional da Família.
 
Com o tema “Família e Misericórdia se encontram no coração da Mãe”, os eventos são promovidos pela Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pela Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF).

Vários assuntos serão abordados durante o simpósio que contará com a presença de especialistas, bispos, sacerdotes e casais que darão testemunhos. A programação conta também com a animação musical. 

A procissão luminosa ‘Nossa Família caminha com Maria, Mãe da Misericórdia’, marca o encerramento do encontro, no domingo, 22, e o início da Peregrinação da Família, com celebração eucarística  às 18h, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. (MJ/CNPF)

inizio pagina

Rio recebe mostra “Quem é o Homem do Sudário?”

◊  

Rio de Janeiro (RV) - A Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro recebe, a partir do próximo dia de Corpus Christi, 26 de maio, a exposição “Quem é o Homem do Sudário?”. A mostra traz uma réplica do Sudário de Turim, em tamanho original de 4,41m x 1,13m, assim como réplicas do sepulcro, dos pregos, dos flagelos e da coroa de espinhos.

As moedas, cuja impressão se encontra sobre os olhos do Homem do Sudário, são originais da época da Palestina. Além destes elementos, o visitante poderá ver mais de 30 painéis, que incluem estudos sobre o lençol sepulcral, a desmistificação do teste do Carbono 14 e o percurso histórico.

A mostra é diária, aberta das 8h às 17h. O visitante que quiser ajudar as obras sociais da Igreja pode levar um quilo de alimento não perecível.

Mostra itinerante

Nos últimos 4 anos, a exposição esteve em Curitiba, São Paulo, Rio (na JMJ de 2013), Bauru, Blumenau, Florianópolis, Feira de Santana, Salvador, Maceió, Belém, Fortaleza e Belo Horizonte.

A mostra estará no Rio até o mês de novembro, e segundo o organizador, Padre Alexandre Paciolli, “os visitantes, além de ter a experiência de conhecer a história do Santo Sudário, podem aprofundar a fé”.

Quem quiser trabalhar como guia voluntário da exposição internacional “Quem é o Homem do Sudário?” pode enviar um e-mail com o assunto “Treinamento Guia Sudário”.

(CM)

inizio pagina

Igreja na América Latina



Anulada visita de diplomata vaticano à Venezuela

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – A Nunciatura Apostólica em Caracas anunciou nesta quarta-feira, (18/05), que “por motivos que não dependem da Santa Sé", Dom Paul R. Gallagher, Secretário para as Relações com os Estados, não irá à Venezuela como havia sido programado e anunciado.

Na visita, o arcebispo deveria presidir a consagração de um bispo e encontrar-se com autoridades e expoentes da oposição, entre os dias 24 e 29 de maio. 

A notícia da anulação da viagem foi confirmada por Dom Mario Moronta Rodríguez, bispo de San Cristóbal com um comunicado. A ordenação episcopal de Dom Francisco Escalante será celebrada pelo Núncio Apostólico, Dom Aldo Giordano.

Crise está levando país ao colapso

A Venezuela está hoje à beira da falência econômica e social: a população sofre com a maior inflação do mundo, a falta de mantimentos e cortes de energia. No país que possui a maior reserva de petróleo do mundo, a situação piora diariamente. No início da semana, o Presidente Nicolas Maduro emitiu um decreto que deve aumentar ainda mais as tensões, ao declarar "estado de exceção e emergência econômica" e atribuir poderes especiais às Forças Armadas.

Válido inicialmente por 60 dias, o decreto também deve restringir o poder do Parlamento.

População sofre graves consequências

Pessoas fazem filas em todos os tipos de estabelecimentos e serviços e se deparam constantemente com prateleiras vazias. Nos hospitais, recém-nascidos morrem por falta de oxigênio para a ventilação mecânica. Faltam medicamentos importantes, e a higiene nos ambulatórios é catastrófica.

A coalizão de oposição Mesa de Unidade Democrática (MUD) tenta revogar o mandato do presidente –  sucessor de 17 anos de mandato Hugo Chávez – com a realização de um Referendo, do qual o governo se recusa a reconhecer a legitimidade.    

(CM)

 

 

inizio pagina

Megaprojetos preocupam Bispos da fronteira com o Brasil

◊  

Corrientes (RV) – A Diocese de Bagé (RS) sediará em maio de 2017, o 32º Encontro das “Dioceses de Fronteira”.

Bispos, sacerdotes, religiosos e leigos de Argentina, Paraguai, Brasil e Uruguai se reúnem regularmente para analisar os problemas pastorais comuns. A edição deste ano foi realizada de 9 a 11 de maio em Paso de la Patria, na Argentina, e se concentrou sobre questões relacionadas ao meio ambiente, sob a guia da Encíclica Laudato si'.  

Desafios

No documento final, os participantes manifestam sua preocupação diante da degradação e da ameaça progressiva ao planeta e ao ser humano: “Desafiados e encorajados pela encíclica Laudato si', reafirmamos que tudo está ligado e que não existem duas crises separadas, ambiental e social, mas uma única e complexa crise socioambiental".

Um elemento que emergiu nos trabalhos foi a constatação da ausência de uma conscientização coletiva e da preocupação pela progressiva degradação do planeta. Outro ponto importante de reflexão foi a necessidade de ter mais informação para a ação pastoral sobre os problemas ambientais da região, como a excessiva exploração do "Aquífero Guarani", os planos nucleares, as minas de metais a céu aberto, as barragens e outros megaprojetos.

A missa de encerramento foi realizada na Basílica de Itati, presidida por Dom Julio Bonino, Bispo de Tacuarembó (Uruguai).

(cm)

inizio pagina

Semana social argentina: desenvolvimento integral e promoção do bem comum

◊  

Buenos Aires (RV) - “Queremos ser Nação. Precisamos colocar a Pátria nos ombros”: com esse tema tem início esta sexta-feira (20/05), em Mar del Plata, a “Semana Social 2016”, organizada pela Comissão para a Pastoral Social da Conferência Episcopal Argentina (Cepas), presidida pelo bispo de Gualeguaychu, Dom Jorge Lozano, e pelo bispo da Diocese de Mar del Plata, Dom Antonio Marino.

Promover diálogo e irmandade social

O encontro se realizará até o próximo domingo (22/05) com a participação de representantes de todos os setores da vida política e social argentina, para convidar à reflexão sobre a realidade nacional.

Por sua vez, a Igreja local faz votos de que “os vários setores convidados a participar do encontro possam avançar no diálogo  e na fraternidade social”, para “aprender a pensar juntos”.

Desenvolvimento integral e promoção do bem comum

Entre os objetivos específicos da Semana Social 2016, destacam-se: o melhoramento da qualidade da vida democrática; a criação de um espaço de diálogo e encontro para lançar propostas que levem ao desenvolvimento integral e promovam o bem comum; o aprofundamento da formação e do conhecimento da Doutrina Social da Igreja; e a promoção de um intercâmbio entre os vários setores sociais para elaborar uma agenda comum das prioridades.

A opção preferencial pelos pobres

O programa dos trabalhos contempla algumas sessões particularmente significativas, como a dedicada ao tema “Proximidade e amizade: fonte de solidariedade e compromisso com a justiça social”, ou ainda, “Compromissos sociais: o tempo de dirigentes com uma opção preferencial pelos pobres”. (RL)

inizio pagina

Igreja no Mundo



Polônia: Santuário dedicado a Maria e São João Paulo II

◊  

Torun (RV) - Foi consagrado na quarta-feira, (18/05), em Torun, na Polônia, o santuário dedicado a São João Paulo II e à Virgem Estrela da Nova Evangelização.

Segundo a Agência Zenit, a cerimônia solene foi realizada no aniversário de 96 anos do nascimento de São João Paulo II. A construção do santuário começou em junho de 2012. Três anos depois, em 5 de setembro de 2015, foi colocada a primeira pedra proveniente da Basílica de São Pedro, no Vaticano.

Conformação vaticana

O templo da Virgem Estrela da Nova Evangelização e de São João Paulo II é um presente pelo Pontificado do Papa Wojtyla. O presbitério foi construído de acordo com a Capela Pontifícia da residência apostólica vaticana. Foi colocada a imagem de Nossa Senhora Negra de Czestochowa diante da qual São João Paulo II rezou durante todos os anos de seu Pontificado.

Na parte inferior da igreja foi construída a Capela da Memória, dedicada aos mártires. Nas paredes foram escritos os nomes dos poloneses trucidados pelos nazistas por terem ajudado os judeus durante a II Guerra Mundial. Encontram-se também na capela as relíquias dos mártires poloneses. No centro, foi colocada a imagem da imaculada.

Mensagem do Papa

Por ocasião da consagração da nova igreja, o Papa Francisco na carta ao Prefeito Emérito da Congregação para a Educação Católica, Cardeal Zenon Grocholewski, escreve: “Agradeço ao Onipotente por este santuário construído graças ao esforço dos membros da Congregação do Santíssimo Redentor, e com a ajuda de muitos poloneses que vivem em sua pátria e em outros países”.
 
“Todos podemos nos alegrar hoje por esta igreja bonita dedicada de forma corajosa e dinâmica à Virgem Estrela da Nova Evangelização e a São João Paulo II”, disse o Cardeal Grocholewski que encorajou os fiéis a um serviço zeloso a Jesus Cristo e abriram no novo santuário a Porta da Misericórdia.

(MJ)

inizio pagina

"Aprendi a ser sacerdote na Síria", afirma missionário chileno

◊  

Madri (RV) - O Padre Rodrigo Miranda é um sacerdote chileno, membro do Instituto do Verbo Encarnado (IVE) que viveu em Aleppo na Síria entre março de 2011 até o final de 2014, quando se viu obrigado a abandonar o país.

Em uma entrevista concedida ao jornal espanhol ‘ABC’, o Pe. Miranda afirmou que o testemunho dos cristãos perseguidos na Síria “é um antídoto ao mundo medíocre e decadente de nossas sociedades. Fazem-nos despertar para as coisas essenciais e importantes da vida. Convidam-nos a nos perguntar no que estamos perdendo a vida ou o que estamos fazendo para ganhá-la”.

O testemunho dos jovens

“No Ocidente tem que fazer toda uma pastoral hollywoodiana para atrair os jovens à paróquia. Em Aleppo muitas vezes sentavam-se para falar do que aconteceria se entrassem em seus bairros para assassiná-los. Perguntavam-me: ‘Padre, é verdade que devemos dar a vida por Cristo?’. Esses eram seus temas de conversas. Eu aprendi a ser sacerdote na Síria”, afirma.

Além disso, assinala ao ‘ABC’ que “a Igreja Católica em seus diferentes ritos é a quem tem ajudado. Não só material, mas também na hora de oferecer esperança, sobretudo, porque os cristãos do Iraque e da Síria se sentem abandonados. Obviamente, eles não esperam muito da comunidade internacional, mas tampouco da Igreja Ocidental”.

Diminuição de cristãos

Nesse contexto, o Pe. Rodrigo Miranda aponta que a população cristã na Síria passou dos 10% para tão somente 2%, porque ‘é o alvo’ não só do chamado Estado Islâmico, mas também da oposição. “A Igreja em Aleppo continua sendo muito fervorosa, muito devota, com muita atividade. Nós, do rito latino, somos a minoria dentro da minoria”, assegura o jovem sacerdote.

Entretanto, recorda o sacerdote ao jornal ‘ABC’ que, antes da guerra, “nos fins de semana tínhamos na missa entre 250 e 300 pessoas, agora temos 15. A maioria vai às igrejas do centro da cidade, porque estão mais protegidas. Sendo uma minoria, todos nos conhecemos. Conhecemos por nome e sobrenome as pessoas que foram assassinadas”.

Ninguém se queixa de Deus

“Em todos os anos que estive na Síria, não escutei nenhuma pessoa se queixar contra Deus. Pelo contrário, agradecem a Deus por cada dia. Quando contam as histórias mais chocantes, sempre terminam dizendo: ‘Mas graças a Deus estamos vivos, podemos vir à Igreja’. Os cristãos do Oriente Médio têm um temperamento diferente. Cada vez que há um bombardeio, enche-se a Igreja. Não vejo rostos tristes, embora isso não signifique que não sofram”, explica o Pe. Rodrigo Miranda.

(SP)

inizio pagina

Índia: cristãos agredidos por não se converterem ao hinduísmo

◊  

Nova Déli (RV) - Um grupo de 16 cristãos que pertence à classe dos “intocáveis” na Índia – os dalit –, inclusive mulheres e crianças, fugiram de uma aldeia na região de Jharkhand, localizada no leste do país, depois que seus vizinhos os agrediram porque se negaram a professar o hinduísmo.

Naresh Bhuiya, um dos cristãos que escapou, disse à UCA News que eles se tornaram cristãos há 9 anos, mas pertenciam aos dalit, uma das classes mais baixas da sociedade indiana, chamados de “intocáveis”; só podem realizar trabalhos marginais e costumam ser vítimas de agressões físicas.

Minoria

Segundo um relatório elaborado pela Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre, 2,5% da população na Índia professa o cristianismo, enquanto 79,5% são hinduístas, cerca de 14% são muçulmanos e 3,6% pertencem a outras religiões.

O problema desses 16 cristãos começou no dia 8 de maio, quando foram convidados a uma reunião da comunidade e lhes pediram que explicassem por que não podiam praticar o hinduísmo. “Queriam que gritássemos ‘Jai Shri Ram’, para louvar o deus hindu Ram. Quando nos negamos, amarraram as nossas mãos e as nossas pernas e nos agrediram sem misericórdia”.

Esta é a segunda vez que um grupo de cristãos foge de uma situação como esta. No último dia 29 de abril, seis famílias cristãs pertencentes à tribo Gond fugiram de sua aldeia no Estado de Chhattisgarh porque foram ameaçados de assassinato caso não se convertessem ao hinduísmo. (SP-UCA)

 

inizio pagina

Paquistão: recordado Dom Joseph, profeta contra lei sobre a blasfêmia

◊  

Islamabad (RV) - Um líder profético que previu as crises futuras, um homem comprometido no combate às atrocidades, um mensageiro da harmonia entre as religiões, um líder sincero.

Desse modo, ativistas e líderes muçulmanos recordam o bispo de Faisalabad, no Paquistão, Dom John Joseph, que em 6 de maio de 1998 tirou a própria vida no Tribunal de Sahiwal para protestar contra a condenação à morte – por motivo de blasfêmia – de Ayyub Masir, um católico por ele defendido, e contra a discriminação dos cristãos.

Modificar a lei sobre a blasfêmia no Paquistão

Por ocasião do 18º aniversário da morte, líderes muçulmanos se uniram à comunidade católica ao ser recordado “o bispo do povo”, refere a agência missionária AsiaNews.

Para o diretor da Ong South Asia Partnership Pakistan, Irfan Mufti, com seu gesto, Dom Joseph recordou que o “respeito, a honra e a proteção devem ser garantidos a todos os cidadãos, prescindindo de sua religião”, e que “o único caminho é modificar as leis sobre a blasfêmia e unir toda a nação”.

Dom Joseph será para sempre recordado pelos ativistas dos direitos humanos

O secretário geral da Comissão para os direitos humanos do Paquistão, IA Rehman, define Dom Joseph, primeiro bispo proveniente do Punjab, “um homem comprometido no combate a todas as atrocidades. Ele havia prometido a um pobre cristão que o salvaria de toda injustiça e manteve sua promessa. Os ativistas dos direitos humanos o recordarão para sempre”, disse.

A lei sobre a blasfêmia é comumente utilizada de modo abusivo

A lei sobre a blasfêmia foi introduzida na Constituição do Paquistão em 1986 pelo ditador Gal. Zia ul Haq, e estabelece a pena de morte para aqueles que são acusados de ofensas a Maomé e ao Corão.

Porém, a lei é utilizada de modo abusivo para eliminar inimigos ou confiscar propriedades dos acusados. Até hoje, cerca de 1.400 pessoas foram acusadas de blasfêmia.

Segundo o relatório anual da Comissão para os direitos humanos do Paquistão, em 2015 ao menos 22 pessoas foram detidas com essa acusação: 15 muçulmanos, 4 cristãos e 3 membros da Comunidade Ahmadi.

A comunidade dos ulemás paquistaneses se opõe à eliminação ou emenda das leis, mas exige controles que impeçam que a mesma seja utilizada de forma abusiva. (RL)

inizio pagina

Bispos congoleses deliberam novos documentos sobre o Catecismo

◊  

Brazzaville (RV) - Os bispos da República do Congo adotaram um documento sobre o Catecismo e a Carta do catequista, após terem discutido – na sessão pastoral anual – sobre a formação e educação dos jovens e das crianças.

A questão educacional no centro da sessão pastoral

Realizada no Centro interdiocesano de Brazzaville – capital do país do centro-oeste da África –, a sessão dedicou espaço sobretudo à questão educacional, que continua sendo atual no Congo e necessita de particular atenção por parte da Igreja, inclusive mediante profundas reflexões.

Durante os trabalhos – lê-se no portal da Conferência Episcopal do Congo –, dos quais participaram parte dos bispos, membros do Secretariado geral, secretários e coordenadores das comissões episcopais, foi aprovada a criação de uma permuta para os prestam suas atividades na Conferência episcopal e em suas várias estruturas.

Organizar melhor os seminários para uma boa formação dos futuros sacerdotes

As comissões episcopais identificaram vários problemas econômicos. Foram evidenciadas algumas dificuldades concernentes às instalações oferecidas para a formação dos sacerdotes. Nos grandes seminários se deve ajudar os jovens que estudam e se preparam para o sacerdócio e a vida pastoral.

Com seus 99 seminaristas estudantes de teologia, os 56 que estudam filosofia e os 25 docentes internos e externos, as duas casas de formação no Congo apresentam problemas de ordem logística. Entre as soluções propostas destaca-se a de transferir o seminário de filosofia para outra sede, a fim de oferecer mais espaço para o pessoal da teologia. (RL)

inizio pagina

Entrevistas



Ser confessor no Vaticano: o testemunho de um franciscano

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Frei Pedro Antonio Buonamassa tem mais de 50 anos de vida sacerdotal, e hoje é confessor-ajudante na Basílica de São Pedro.

Quando jovem, viveu muitos anos como missionário no interior de São Paulo. Em seguida, a estrada o levou à Venezuela, onde permaneceu por mais de 37 anos.

Atualmente, o franciscano conventual colabora com a redação hispano-americana da Rádio Vaticano. Durante um intervalo nas gravações, ele conversou com a nossa equipe. 

Instrumento de Deus

“O confessor não é outra coisa que um instrumento por meio do qual Deus perdoa e reconcilia o homem a si. Não é fácil abrir o coração a um estranho, porém temos que ter fé que, com este gesto humilde e de arrependimento, eu recebo o perdão de Deus. Recomendo ler o livro que é uma entrevista com o Papa Francisco: “O nome de Deus é misericórdia. Muito bonito este livro”.

Remédio

“A exortação a amar a confissão. Não digo todos os meses, mas não deixar passar dois meses. E, sobretudo, quando um tem um pecado grave, ali está o remédio. Te dou um exemplo: se eu tenho uma enfermidade grave, não fico tranquilo, mas busco o remédio ou o médico. Aqui o médico é o confessor e o remédio, a confissão”.

“Que o Senhor os abençoe a todos, os dê saúde material, é verdade, porém muito mais, a saúde espiritual”.

(rb)

inizio pagina

Formação



Justiça Restaurativa é sinal de esperança, diz Pastoral Carcerária

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Sinal de esperança: assim a Pastoral Carcerária concebe a Justiça Restaurativa, uma alternativa para substituir a Justiça Punitiva hoje em vigor no Brasil.

A Rádio Vaticano recebeu em seus estúdios o vice-coordenador da Pastoral Carcerária, Pe. Gianfranco Graziola, que relatou o caos do sistema prisional brasileiro e apontou um novo caminho:

“A situação continua, como sempre, dramática. Não temos grandes mudanças. Temos sempre os perigos da privatização do sistema prisional, temos a questão da mulher, temos as graves questões do sistema penitenciário que continua na mesma e que, estando ao que vai acontecer, temos medo que vai piorar ainda mais. Depois, tem a questão do mecanismo contra a tortura, do qual a Pastoral Carcerária é um dos autores, que está indo para outros caminhos, vamos lá ver o que vai acontecer. Mais uma vez a ONU, através do seu representante, disse que o Brasil continua torturando e torturando de várias maneiras, não apenas espancando, mas também torturando com o sistema em si. O sistema em si é uma tortura. Como Pastoral Carcerária, estamos  questionando a Justiça Punitiva que temos e a Justiça Restaurativa é um sinal de esperança.”

Clique aqui para ouvir a reportagem completa:

 

inizio pagina

Modo de ser do Papa faz com que ele esteja mais próximo do povo

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, na edição passada do quadro “Nova Evangelização e Concílio Vaticano II”, o bispo da Diocese de Campina Grande, Dom Manoel Delson Pedreira da Cruz, O.F.M. Cap., concluiu sua participação atendo-se ao pastoreio do Papa Francisco, cujo Pontificado tem dado ulterior impulso à aplicação do Concílio ecumênico Vaticano II. 

Trazendo-nos seu testemunho à frente desta Igreja particular da Paraíba, disse-nos sentir no meio do povo, na diocese como no Brasil, “como o povo ama o Papa Francisco, aprecia sua palavra”, acrescentando que Francisco é um dom para a Igreja, para o mundo inteiro”.

Nessa mesma linha, trazemos hoje a participação do Reitor do Santuário Nacional de São José de Anchieta, em Anchieta (ES), Pe. Cesar Augusto dos Santos, sacerdote jesuíta que por sete anos esteve à frente do nosso "Programa Brasileiro" da Rádio Vaticano, com o qual continua atuando como colaborador nosso.

Em suas considerações, Pe. Cesar nos diz que Francisco mexe com as pessoas, e que quando se fala no Papa todo mundo fica atento. “O povo brasileiro gosta demais dele”, afirma. “O seu modo de ser faz com que ele esteja mais próximo do povo, que o sente como seu”, acrescenta.

Mas passemos então a mais um trecho da entrevista que Pe. Cesar nos concedeu por ocasião de sua recente passagem por Roma. Para entrar no tema, propusemos a questão da seguinte maneira (ouça clicando acima).

(RL)

inizio pagina

O Jubileu da Misericórdia entre os assessores da CNBB

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - No programa “O Caminho da Misericórdia” desta quinta-feira (19/05), o assessor nacional da Comissão para a Comunicação da CNBB, Padre Rafael Vieira, conversa com Silvonei José sobre como os assessores da CNBB estão vivendo o Ano da Misericórdia. 

Para Pe. Vieira, os assessores estão agradecidos. “A atmosfera que se respira na CNBB é de gratidão ao Papa Francisco por ter nos dado este ano, e a Deus que olha para a nossa miséria e tem piedade de nós. Nos anima, nos corrige e nos reconcilia”, disse o sacerdote.

A assessora da Comissão Episcopal para a Amazônia, irmã Maria Irene Lopes, falou sobre o Jubileu da Misericórdia na Amazônia. 

Segundo ela, o Jubileu é vivido na Amazônia a cada momento. “Naquele meio simples e pobre as pessoas vivem a experiência de partilha. Visitam outras pessoas não obstante as distâncias e dificuldades.” (MJ)

inizio pagina

Atualidades



Patriarca caldeu: "péssima ideia" enviar armas às "milícias cristãs"

◊  

Bagdá (RV) – O Congresso dos Estados Unidos poderá, em breve, autorizar o financiamento para o envio prioritário de armas às “milícias cristãs”, atuantes na Planície do Nínive, sob a justificativa de que tais operações fazem parte da luta contra o Estado Islâmico (Daesh). A ação é uma consequência direta da declaração do Congresso dos Estados Unidos  que classificou como “Genocídio” as violências sofridas pelos cristãs por parte dos milicianos do Daesh. O Patriarca caldeu Raphael Louis Sako I considera a medida “uma péssima ideia”.

A lei ainda está em fase de elaboração, mas o objetivo é inserir no orçamento da defesa estadunidense o financiamento e a distribuição de armas às milícias cristãs. Uma disposição parlamentar já havia destinado fundos no passado para as forças de segurança locais na Planície do Nínive, mas o novo projeto de lei faz referências específicas às “milícias cristãs” como destinatárias do apoio logístico-militar dos EUA.

A iniciativa – sublinha a mídia estadunidense, como Christian Today – chega na onda do pronunciamento com o qual os legisladores EUA, por unanimidade, definiram como “Genocídio” o tratamento que o Daesh dispensa aos cristãos e à outras minorias. Steve Oshana, Diretor Executivo da organização “A Demand for Action” (um dos lobbies que trabalha no panorama político dos EUA sob a bandeira da “proteção aos cristãos”), definiu a iniciativa como “um importante passo a frente”.

O Patriarca caldeu, por sua vez,  está convencido de que é uma “péssima ideia” dar armas às “milícias cristãs”. Segundo o Primaz da Igreja Caldeia, “não existem milícias “cristãs”, mas somente grupos politizados e pessoas simples que têm necessidade desesperada de um salário. Os cristãos remanescentes no Iraque são somente os pobres ou pertencentes à classe média. E entre eles, existem 100 mil deslocados”.

Há alguns dias, muitos refugiados cristãos foram levados a assinar uma “declaração de fidelidade” à região autônoma do Curdistão iraquiano e ao seu Presidente Masud Barzani. “Agora – explica à Agência Fides o Patriarca caldeu – os árabes sunitas querem criar uma região autônoma em Mosul com o apoio da Turquia, enquanto os curdos querem acentuar o processo de independência do Curdistão. Um outro grupo político cristão é apoiado pelo governo central de Bagdá. É uma confusão total! Todos querem instrumentalizar os cristãos da Planície do Nínive para suas ambições e interesses políticos. Aquela área se encontra precisamente na fronteira, é uma área com diversas etnias e comunidades religiosas, é área de divisão entre a região dominada pelos curdos e a região dominada pelos árabes sunitas. Todos olham para os cristãos de lá na perspectiva dos próprios interesses econômicos ou políticos. E eu temo que todos estes discursos transformarão a Planície do Nínive em uma região de conflitos permanentes, e neste caso nenhum cristão poderá mais retornar à própria casa. Os cristãos, se querem ter um futuro – acrescenta o Patriarca – devem integrar-se nas instituições e seguir as legítimas autoridades que governam o lugar onde vivem. E os EUA, se realmente querem derrotar o Daesh, que apoiem os exércitos regulares que são liderados pelo governo central ou pelo governo autônomo do Curdistão, ao invés de criar milícias sectárias”. (JE)

inizio pagina