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Sumario del 20/05/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Entrevistas

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: "Compreender os pecadores e nunca negociar a verdade"

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Cidade do Vaticano (RV) – Manifestar a verdade de Deus não deve se desassociar da compreensão das fraquezas humanas. É o que Jesus ensina no Evangelho e que o Papa ressaltou, comentando, na Missa na Casa Santa Marta, esta sexta (20/05) o trecho evangélico em que Jesus fala com os fariseus sobre o adultério. Francisco afirmou que Cristo supera a visão humana que reduz a visão de Deus a uma ‘equação casuística’. 

O Evangelho é repleto de ‘ciladas’, como quando os fariseus e os doutores da lei tentam enganar Jesus, fazendo-o cair em contradição, ameaçando a sua autoridade e a confiança de que goza entre o povo. Uma das ‘emboscadas’ contidas no Evangelho do dia fala dos fariseus que perguntam a Jesus se é lícito repudiar a própria esposa.

Verdade, e não casuística

O Papa Francisco a definiu ‘a cilada da casuística’, montada por um ‘pequeno grupo de teólogos iluminados’ convencidos de possuir toda a ciência e a sabedoria do povo de Deus. Um risco do qual Jesus escapa indo ‘além’, indo até ‘a plenitude do matrimônio’.

E já o havia feito no passado com os saduceus, em relação à mulher que tinha tido sete maridos, mas que na ressurreição não será esposa de nenhum, porque no céu não se tem ‘mulher nem marido’.

Naquele caso Cristo, observou o Papa, se referiu à ‘plenitude escatológica’ do matrimônio. Com os fariseus, ao contrário, ‘vai à plenitude da harmonia da criação’. ‘Deus os criou homem e mulher, os dois serão uma só carne’.

“Não são mais dois, mas uma só carne. Assim, ‘o homem não divida o que Deus uniu. Seja no caso do levirato, seja neste, Jesus responde da verdade esmagadora, da verdade contundente – esta é a verdade! – da plenitude sempre! E Jesus nunca negocia a verdade. E estes, este pequeno grupo de teólogos iluminados, negociavam sempre a verdade, reduzindo-a à casuística. Jesus não negocia a verdade e esta é a verdade sobre o matrimônio, não existe outra”.

Verdade e compreensão

“Mas Jesus – prossegue Francisco – é tão misericordioso, tão grande, que jamais, jamais, fecha a porta aos pecadores. Por isso, não se limita a expressar a verdade de Deus, mas pergunta também aos fariseus o que Moisés estabeleceu na lei. E quando os fariseus lhe repetem que contra o adultério é lícito escrever ‘um ato de repúdio’, Cristo replica que aquela norma foi escrita ‘para a dureza do seu coração’. Ou seja, explicou o Papa, Jesus distingue sempre entre a verdade e a fraqueza humana, sem rodeios”.

“Neste mundo em que vivemos, com esta cultura do provisório, a realidade do pecado é muito forte, mas Jesus, recordando Moisés, nos diz: ‘Se há dureza do coração, se há pecado, algo se pode fazer: o perdão, a compreensão, o acompanhamento, a integração, o discernimento destes casos... Mas a verdade não se pode vender nunca! E Jesus é capaz de dizer esta verdade tão grande e, ao mesmo tempo, ser tão compreensivo com os pecadores, com os fracos”.

Perdoar não é uma equação

Assim, sublinhou Francisco, estas são as duas coisas que Jesus nos ensina: a verdade e a compreensão, o que os ‘teólogos iluminados’ não conseguem fazer porque estão fechados na cilada da ‘equação matemática ‘pode?’ ou ‘não pode?’ e, portanto, são incapazes de horizontes maiores e de amar a fraqueza humana.

É suficiente ver – concluiu o Papa – a delicadeza com a qual Jesus trata a adultera quando está para ser lapidada. ‘Eu também não te condeno; vai e de agora em diante, não peque mais’.

“Que Jesus nos ensine a ter, com o coração, uma grande adesão à verdade e também com o coração, uma grande compreensão e acompanhamento a todos os nossos irmãos que estão com dificuldades. E este é um dom, isto o ensina o Espírito Santo, não estes doutores iluminados, que para nos ensinar, precisam reduzir a plenitude de Deus a uma equação casuística. Que o Senhor nos dê esta graça”. 

(CM)

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Pesar do Papa pelas vítimas do EgyptAir

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco enviou um telegrama de pesar ao Presidente do Egito, Abdel Fattah Al-Sisi, pelas vítimas do voo 804 da EgyptAir. Os radares perderam o contato quando o avião passava pelo Mediterrâneo na quinta-feira (19).

Destroços, pertences e até pedaços de corpos de passageiros foram encontrados no mar, segundo as autoridades da Grécia e do Egito. 

O avião, que partiu de Paris em direção ao Cairo, transportava 66 pessoas.

No telegrama, assinado pelo Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, o Papa afirma que recebeu com tristeza a notícia do trágico acidente aéreo.

O Santo Padre assegura suas orações e solidariedade neste momento difícil e entrega os falecidos de várias nacionalidades à misericórdia de Deus.  

Sobre os parentes das vítimas e todos os que trabalham nas operações de resgate, Francisco invoca as bênçãos de Deus, força e paz. (MJ)

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Necessário "sim" da Santa Sé para institutos diocesanos de vida consagrada

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Cidade do Vaticano (RV) - Para que a criação de um Instituto diocesano de vida consagrada seja válida será necessário, a partir de 1º de junho próximo, a consulta prévia à Santa Sé, resultando na “pena de nulidade do decreto de criação do próprio Instituto” se o mesmo não tiver sido precedido da referida consulta.

Foi o que estabeleceu o Papa num Reescrito, assinado pelo Cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin, seguindo o parecer do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos.

A decisão deriva da consciência de que “todo novo Instituto de vida consagrada, mesmo se adquire presença e se desenvolve no seio de uma Igreja particular, é um dom feito a toda a Igreja”, e da necessidade, indicada pela Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, “de evitar que sejam criados a nível diocesano novos Institutos sem o suficiente discernimento que verifique a originalidade de seu carisma, que defina os traços específicos que a consagração terá nela mediante a profissão dos conselhos evangélicos e que identifique suas reais possibilidades de desenvolvimento”, lê-se no Reescrito.

A esse propósito, eis o que disse o secretário do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos, Dom Juan Ignacio Arrieta, entrevistado pela Rádio Vaticano:

Dom Juan Ignacio Arrieta:- “O Papa precisou um cânone do Código de Direito Canônico, o cânone 579, que reconhece que todos os bispos podem, na própria diocese, erigir institutos de vida consagrada ou sociedades de vida apostólica. Agora, o bispo, para erigi-los, segundo o Código, deve consultar previamente a Santa Sé. O Papa com este Reescrito diz que esta consulta é preceptiva, é obrigatória, e que se a Santa Sé não for consultada, a ereção de um instituto diocesano é nula, é inválida. A única novidade, portanto, é estabelecê-lo com clareza, inclusive de modo rápido. Daí, o Reescrito e não outras formas. Com esse procedimento rápido o Papa indicou que essa consulta serve para a validez.” (RL)

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Papa aos jogadores do Milan e Juve: sejam campeões na vida

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa recebeu no final desta manhã de sexta-feira, (20/5), na Sala Clementina, os Dirigentes da Liga Nacional Profissional de Primeira Divisão italiana e os jogadores de futebol da Juventus e do Milan. 

Ao cumprimentar os jogadores, que vieram a Roma para a final da Copa Itália sábado, (21/5), no Estádio Olímpico, o Papa disse:

“A sua presença aqui me oferece a oportunidade de expressar o meu apreço pelas capacidades profissionais e as belas tradições que distinguem as suas sociedades esportivas e o ambiente do futebol em geral. Penso aos tantos torcedores, especialmente jovens, que os seguem com simpatia. Portanto, vocês são convidados a manifestar suas qualidades humanas de atletas, que testemunham os autênticos valores do esporte”.

Virtudes humanas

O sucesso de um time, explicou Francisco, é resultado de uma multiplicidade de virtudes humanas: harmonia, lealdade, capacidade de amizade e de diálogo, solidariedade. Trata-se de valores espirituais que se tornam valores esportivos.

Exercendo estas qualidades morais, os jogadores fazem ressaltar ainda mais a verdadeira finalidade do mundo do esporte, marcado, às vezes, por fenômenos negativos. E o Papa acrescentou:

“Trata-se simplesmente de demonstrar que cada um de vocês, antes de ser jogadores, é pessoa, com suas qualidades e limitações. Mas, sobretudo, com sua consciência que, espero, seja sempre iluminada também pela relação com Deus. Logo, que nunca falte entre vocês o sentido de fraternidade, o respeito mútuo, a compreensão e o perdão”.

Mensagem positiva

Ao concluir sua saudação aos jogadores italianos, o Pontífice recordou que “o homem deve estar sempre em harmonia com o atleta” e lhes deixou sua exortação final:

“Sejam campeões no esporte, mas, sobretudo, campeões na vida! Ressaltem sempre o que há de verdadeiramente bom e belo mediante o testemunho dos valores que devem caracterizar o autêntico esporte. Não tenham medo de fazer conhecer, com serenidade e equilíbrio, aos seus tantos admiradores os princípios morais e religiosos, que inspiram as suas vidas”.

Neste sentido, Francisco reconheceu os esforços que a Liga da Primeira Divisão tem feito para que o futebol possa constituir uma mensagem positiva para toda a sociedade.

(MT)

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Famílias trazidas pelo Papa ganham status de refugiados

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Cidade do Vaticano (RV) – As três famílias sírias que o Papa Francisco trouxe ao Vaticano de Lesbos, na Grécia, em meados de abril, receberam na quinta-feira, (19/05), o status de ‘refugiados’. 

O decreto de reconhecimento oficial foi notificado pela Polícia de Roma aos seis adultos e seis menores que já podem retirar seus passaportes e vistos de permanência para 5 anos, com a possibilidade de trabalhar.

As três famílias estão ainda em Roma, hóspedes da Comunidade de Santo Egídio e com todas as despesas alimentares, de saúde e de vestiário por conta do Vaticano.

“Do ponto de vista burocrático, está tudo resolvido”, informa Daniela Pompei, responsável pelo serviços aos imigrantes da Comunidade.

Os adultos frequentam uma escola de língua e cultura italiana. “Organizamos também excursões em Roma e domingo passado, os levamos até Caserta para conhecerem a Reggia”, disse ainda Daniela.

“Todos os menores – um de 2 anos, dois de 6, um de 7, um de 15 e um de 18 anos – vão à escola. A Itália será o seu país de adoção”.

(CM)

 

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Igreja no Mundo



Igreja caldeia: missão do clero no Iraque e na diáspora

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Bagdá (RV) - A Igreja caldeia promove um encontro do clero para relançar a obra pastoral e a missão no Iraque e entre as comunidades da diáspora. A iniciativa se dá em concomitância com o Ano da Misericórdia convocado pelo Papa Francisco e num período de crise profunda pelo qual passa o País do Golfo. 

O encontro está programado para realizar-se nos dias 20 e 21 de junho próximo em Irbil, no Curdistão iraquiano, onde milhares de cristãos encontraram refúgio ao fugir de Mosul e da planície do Nínive com a ascensão, em 2014, do autoproclamado Estado Islâmico (EI).

O evento será também ocasião para repensar a obra de evangelização e o papel do sacerdote na comunidade, escreveu o Patriarca de Babilônia dos Caldeus, Dom Louis Rafael I Sako.

Missão da Igreja caldeia e papel do clero no Iraque

Num documento publicado no site do Patriarcado, e reportado pela agência missionária AsiaNews, Dom Sako ressalta a exigência de “relançar” a missão da Igreja caldeia e o papel do clero no país. Ele evoca os ensinamentos contidos no Evangelho, em vista de um “despertar humano, espiritual e nacional” diante dos “desafios atuais, os riscos e as tentações”.

Forte crise de identidade da comunidade cristã, agravada pelo êxodo

O Iraque está atravessando um período de profunda crise, não somente política devido ao impasse das instituições e da crise de governo, mas também em nível social e da segurança, com ataques contínuos na capital e em outras áreas do país fazendo centenas de vítimas entre a população civil.

A própria comunidade cristã vive uma forte crise de identidade, agravada com o êxodo – na última década – de quase metade da população em busca de amparo no exterior.

Interpelações sobre a vocação sacerdotal e impacto na missão de hoje

As “rápidas mudanças” que se registram na política e no social, observa Dom Sako, e que registraram uma escalada “a partir da queda do regime” de Saddam Hussein em 2003, “alcançaram todos os aspectos da vida, inclusive dos sacerdotes”.

Uma alteração profunda que “suscitou”, acrescenta, “múltiplas interpelações fundamentais” que incidem “na vocação sacerdotal e têm impacto na missão de hoje”.

O futuro da Igreja caldeia “depende, em primeiro lugar, da qualidade de seu clero”, e seus líderes devem encontrar “um novo estilo na administração e na formação/ensinamento”, para responder aos problemas que surgiram no Iraque e nas comunidades da diáspora, explica o Patriarca.

Como viver a vocação e a missão no Iraque

Em seguida, Dom Sako oferece uma série de questões sobre as quais refletir em preparação para o encontro de junho em Irbil: como “viver a vocação e a missão” em “circunstâncias imprevisíveis”; como “testemunhar o Evangelho” com “alegria, esperança, lealdade e admiração”; usar as homilias para “influenciar de modo positivo” o coração e o ânimo dos paroquianos; por que cada vez mais fiéis se unem aos grupos evangélicos; se essa crise se deve à “indiferença” ou “abandono” dos sacerdotes.

E ainda, o tema da inculturação, o encontro com os não-cristãos e como conciliar o empenho pastoral com o chamado à oração e à meditação.

O clero deve ser um sinal de esperança para os fiéis

Analisando o papel do clero, o Patriarca caldeu recorda o chamado evangélico “ao amor, ao serviço, ao cuidado para com os mais vulneráveis”, e a ser sempre “um sinal de esperança” para os fiéis.

Ademais, faz uma advertência contra aqueles que “usufruem da autoridade” que deriva da posição para “favorecimento pessoal”, que acaba por prejudicar a Igreja e minar seus fundamentos.

O Patriarca de Babilônia dos Caldeus pede também a todos os membros da comunidade caldeia que olhem para Cristo, seguindo “com o exemplo” os princípios e os valores pregados.

Por fim, o Patriarca convida seus sacerdotes a não procurar um modelo “ideal”, mas a “admitir que cometemos erros” que devem ser reconhecidos e aos quais é necessário corrigir, ao invés de “acumular segredos”.

Em vista do encontro, pede a todos que “se preparem de modo sério”, que deverá “reforçar a vocação” e dar um novo impulso à missão da Igreja. (RL)

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Polônia celebra canonização do fundador dos Padres Marianos

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Varsóvia (RV) – “Estamos esperando este momento há 300 anos”, disse o Padre Wojciech Skóra, da igreja da Divina Providência do Monte Calvário, onde se encontram os restos mortais do Beato Estanislau Papczynskiego, fundador dos Padre Marianos, que será declarado oficialmente Santo no próximo dia 5 de junho.

A Ordem dos Clérigos Marianos da Imaculada Virgem Maria é a primeira Ordem religiosa fundada na Polônia e sobreviveu a notáveis dificuldades.

Segundo informou a agência católica KAI, a Congregação dos Marianos tem uma longa lista de perdas materiais e humanas, mas tem conservado sua espiritualidade apesar das adversidades e destruição.

“Sua existência foi ameaçada devido à crise, às divisões, às guerras, à ocupação e ao comunismo, o que atrasou significativamente a canonização do fundador”, disse Alina Petrov-Wasilewicz à agência.

Santo confessor

O Beato Stanislaw Papczynskiego, ou Estanislau de Jesus e Maria, foi um religioso Escolópio com grande fama de pregador e promotor do Sacramento da Penitência. Durante seu apostolado, se dedicou à reforma de sua Ordem e buscou o estrito cumprimento da Regra.

Devido a uma divisão no interior da comunidade se viu forçado a retirar-se da mesma em 1670, fundando em seguida uma Ordem de eremitas dedicados à propagação do culto da Virgem Maria e do dogma da Imaculada Conceição (que não tinha sido ainda proclamado).

Edificou uma pequena capela de madeira e começou um intenso trabalho de apostolado nas comunidades rurais.

O futuro Santo experimentou numerosas visões das almas do purgatório, e afirmava: “Irmãos, rezem pelas pobres Almas do Purgatório, porque seus sofrimentos são insuportáveis”.

Da mesma maneira declarou guerra contra o abuso do álcool, um mal muito presente em seu tempo. Aos membros de sua comunidade, proibiu o consumo da popular vodca, causadora deste mal: “O uso da vodca está proibido estritamente, tanto em casa como fora dela, sob a perda da bênção divina”, determinou. “Isto é para honrar a sede de Nosso Senhor na Cruz”.

Reconhecimento

Para obter a aprovação canônica, o fundador teve que assumir uma Regra já existente e desenvolver seu apostolado em paróquias constituídas. Cumprindo estes requerimentos, obteve a aprovação Pontifícia em 1699, recebendo a Regra da Ordem da Anunciação da Virgem Maria, uma comunidade feminina franciscana, o que fez com que os religiosos fossem agregados à Ordem dos Frades Menores.

O Beato Estanislau faleceu dois anos depois, e somente alguns meses depois professaram votos os primeiros religiosos da Ordem.

A Ordem continuou crescendo e se expandiu pela Polônia e Lituânia, assim como obteve a custódia da igreja dos Santos Vito e Modesto em Roma.

Em 1787 se reconheceu como uma realidade independente da comunidade franciscana e se anulou a agregação à Ordem dos Frades Menores.

No entanto, novas dificuldades aguardavam a comunidade, que padeceu o confisco da maior parte de seus bens por parte do Czar da Rússia. Em 1867 só restavam 24 religiosos, em 1897 só três e, finalmente, um em 1908.

Para evitar o desaparecimento da Congregação, o Beato Jurgis Matulaitis, então sacerdote e professor da Academia Teológica, pediu que se permitisse ingressar na Ordem sem completar o noviciado e poder usar o hábito preto dos sacerdotes seculares.

O Beato restaurou a comunidade que ainda teve que enfrentar a censura russa e a perseguição por parte do regime nazista e a União Soviética.

(SP)

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Bispos contra fechamento do maior campo de refugiados do mundo

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Nairóbi (RV) - “O fechamento do campo de refugiados de Dadaab, sem dúvida, terá consequências não somente para centenas de milhares de refugiados, mas para toda a região”, afirmam os bispos do Quênia, numa declaração em que expressam sua contrariedade ao anúncio do Governo de Nairóbi de fechar o maior campo para refugiados do mundo.

Depois de recordar que "durante anos o Quênia tem estado na vanguarda no esforço humanitário para acolher os refugiados de países vizinhos e não só", os bispos lembram os princípios da Constituição do Quênia e as obrigações internacionais decorrentes da Convenção da ONU sobre os refugiados de 1951 e da Organização pela Unidade Africana (que se tornou entretanto União Africana), de 1968, que "obriga o governo a proteger os refugiados durante a sua permanência no Quênia, proíbe todas as formas de retorno forçado, e mantém o caráter civil e humanitário dos campos de acolhimento".

"Em conformidade com as obrigações nacionais e internacionais, bem como com os ensinamentos católicos, pedimos ao governo para demonstrar um compromisso sincero com as necessidades de todos, sem distinção, especialmente dos refugiados", sublinham os bispos.

Motivações

Se o Governo queniano justificou a decisão de fechar os campos de acolhimento por razões de segurança nacional, os bispos reconhecem "as preocupações reais do governo e apreciam a determinação de reforçar a segurança, mas isso deve ser feito em favor do cuidado e da proteção de todos aqueles que vivem dentro das fronteiras do Quênia".

Os bispos recordam outro artigo da Constituição, o 228, que afirma: "devemos buscar a segurança nacional em conformidade com a lei e com pleno respeito das regras legislativas, democráticas, dos direitos humanos e das liberdades fundamentais".

Tendo reafirmado o seu compromisso de colaborar com as autoridades para encontrar "soluções sustentáveis a longo prazo para os refugiados", os bispos concluem pedindo ao governo que reconsidere a sua decisão e prossiga no caminho do diálogo para "garantir uma repatriação voluntária e serena dos refugiados" que assim desejarem. Enquanto isso, recomenda a reativação do Departamento para os Assuntos de Refugiados.

(BF/Agência Fides)

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Entrevistas



Conheça o novo Custódio da Terra Santa

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Cidade do Vaticano (RV) – O frade italiano Francesco Patton é o novo Custódio da Terra Santa. Ele sucede ao Fr. Pierbattista Pizzaballa, que guiou a Custódia nos últimos doze anos.

Fr. Patton foi nomeado pelo Governo-Geral da Ordem dos Frades Menores e aprovado pela Santa Sé. 

O novo Custódio nasceu em Vigo Meano, na diocese de Trento, em 23 de dezembro de 1963. Recebeu a ordenação presbiteral em maio de 1989. Em 1993, formou-se em Ciências da Comunicação na Pontifícia Universidade Salesiana de Roma. Desempenhou inúmeros cargos dentro de sua Província de origem e dentro da Ordem. Além do italiano, fala inglês e espanhol.

Sobre os desafios que Fr. Patton deverá enfrentar e a herança de Fr. Pizzaballa, a Rádio Vaticano contatou o brasileiro Fr. Bruno Varriano, Reitor e Guardião da Basílica da Anunciação, em Nazaré, em Israel:

 

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Formação



"A Grande Morte" dos povos indígenas é denunciada na ONU

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Nova Iorque (RV) – Mais de 360 terras indígenas no Brasil estão ainda sem algum encaminhamento, desde que a Constituição, em 1988, estabeleceu que em 5 anos as reconheceria.

Os povos indígenas têm suas terras invadidas e roubadas por megaprojetos, as matas destruídas e os rios envenenados; seus direitos são desrespeitados.

Acompanhando a caminhada dos povos indígenas em nome das igrejas, o Conselho Indigenista Missionário, CIMI, (órgão ligado à CNBB) participa em Nova York, até 20 de maio, da 15ª Edição do Fórum Permanente da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a questão indígena (UNPFII).  

O Presidente do Conselho é o Arcebispo de Porto Velho, Roque Paloschi, para quem a criminalização do movimento indígena impede que estes povos possam viver sua autodeterminação, sua cultura e suas tradições, o que representa a ‘Grande Morte’ dos povos indígenas.

CIMI, comunhão, solidariedade, partilha

“A presença do CIMI é a presença da comunhão. É a presença da vizinhança e da solidariedade com estes irmãos e irmãs que clamam por justiça e por respeito a seus direitos à sua História e suas tradições. A presença do CIMI quer também ajudar a Igreja a olhar, nesta expressão bonita que o Papa nos pede, com muita ternura e respeito, a esta História. Para nós aqui, nas Américas, eles foram sempre vistos como um estorno e como pessoas sem uma sua cultura, que foram desrespeitados e massacrados na sua dignidade e na sua esperança”.

“Por isso, a presença do CIMI é expressão da solidariedade, da união e da certeza de que Deus continua falando para o mundo através da vida e do caminho dos povos indígenas neste mundo marcado pelo consumismo, pela cultura do descarte, pela ganância de ter e poder, e continua nos convidando a uma vivência harmoniosa com a Criação e sobretudo nos ensinando a viver uma vida austera na partilha e na solidariedade com todos. Na comunidade indígena, se um tem comida, todos tem. Isto é um sinal muito visível e palpável de um mundo que descarta as crianças, os jovens e os idosos. Entre os índios nós não encontramos crianças abandonadas e nem idosos abandonados; encontramos, sim, grandes famílias que procuram viver bem nesta Casa Comum e zelar pelo bem de todos”.

Direitos adquiridos na Constituição são desrespeitados

“Por isto, o CIMI está lá (em NY) para ampliar também as denúncias em âmbito internacional os desrespeitos dos três poderes no Brasil: legislativo, executivo e judiciário que vêm cometendo contra os direitos constitucionalmente consagrados. Juntamos nossa voz à voz desesperada dos povos indígenas do Brasil e lembramos o povo Guarani-Kaiowá, no Mato Grosso do Sul”.

Dom Roque também denuncia que a relatora Especial da ONU sobre Direitos dos Povos Indígenas, Victoria Tauli-Corpuz, depois de analisar, em março passado, a situação destes povos no Brasil, afirmou que existem vários indícios de um ‘etnocídio’ em curso no país.  

“A visitadora da ONU declarou com todas as letras, em seu pronunciamento, que viu o Brasil em caminho para um etnocídio dos povos indígenas. Isto é muito grave para nós no Brasil, num país grande, um país com tanta riqueza. Nós não temos a sensibilidade de respeitar os mais fragilizados, os que mais foram pisados e desrespeitados em sua história, em suas convicções de vida, cultura e esperança”.

Ouça Dom Roque clicando aqui: 

(CM)

 

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Atualidades



Unicef pede US$15 milhões para atender crianças equatorianas

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Genebra (RV) - O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) revelou, nesta semana, que necessita de 15 milhões de dólares para atender às necessidades de 250 mil crianças afetadas pelo terremoto que atingiu o Equador há um mês.

Em um comunicado, a agência da ONU informa que os fundos recebidos para responder à emergência “continuam sendo muito baixos”, e corresponde a 15% do necessário.

“Se a comunidade internacional não aumentar as doações, vamos falhar com milhares de crianças”, alertaram responsáveis do Unicef no Equador.

Emergência

O terremoto de 16 de abril, com uma magnitude de 7,8 na escala de Richter, matou 660 pessoas e danificou os sistemas de abastecimento de água, 33 centros de saúde, 560 escolas e outros 10 mil edifícios, lembrou o Unicef.

“Em uma região onde uma em cada cinco crianças tem diarreia e sofre de desnutrição, é essencial oferecer a estes menores os recursos básicos para sobreviverem e crescerem”, diz o comunicado do Unicef.

O terremoto deixou mais de 7,6 mil famílias sem casa. Os desabrigados estão temporariamente alojados em albergues e acampamentos.

(SP) 

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Caritas: Conferência de Istambul pode aprimorar assistência humanitária

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Roma (RV) – A Caritas Internacional participará da 1ª Conferência Humanitária Mundial, que se realizará em Istambul (Turquia) nos dias 23 e 24 de maio.

O Cardeal Presidente Luis Antonio Tagle, Arcebispo de Manila, fará um pronunciamento na Sessão Especial sobre Engajamento Religioso no primeiro dia da Conferência.

Para ele, a forma de ajudar as pessoas em situações de emergência pode ser mais eficiente e eficaz, envolvendo organizações locais e confessionais.

"A crescente desigualdade, as alterações climáticas, a escassez de água, a urbanização, o conflito por recursos e a propagação do extremismo vai colocar milhões em risco nos próximos anos. Precisamos de um sistema humanitário capaz de atender a essas necessidades crescentes", disse o Cardeal Tagle.

Emergência

O Arcebispo de Manila lamenta que, embora as organizações locais e confessionais ofereçam redes de infraestruturas que servem como fonte de abrigo, cuidados e educação, o sistema atual humanitário de doadores não os reconhece no momento de tomar decisões.

Por isso, defende, a Conferência Humanitária Mundial é a chance de transformar o atual sistema, dando a essas organizações o seu devido lugar nas negociações.

A Caritas pede que a abordagem vertical utilizada atualmente para a resposta humanitária seja substituída por um investimento em ações locais, reforçando a capacidade das bases e melhorando a parceria e coordenação.

Participam da Conferência em Istambul representantes das Caritas de EUA, Áustria, Reino Unido, Irlanda, Holanda, Líbano, Luxemburgo, Serra Leoa e Níger.

(bf)

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Situação na Venezuela preocupa episcopado do país

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Caracas (RV) – Para a Igreja venezuelana, sempre mais preocupada pela “gravíssima situação no país”, se está vivendo um dilema: ou “a submissão absoluta” ao poder autoritário ou “a explosão social da violência”. A preocupação foi manifestada à Agência SIR pelo Presidente da Conferência Episcopal da Venezuela, o Arcebispo de Cumaná Dom Diego Rafael Padrón Sánchez. “Sofremos muito e nos sentimos impotentes”, afirmou.

Também o Papa Francisco foi informado em detalhes sobre a situação vivida no país: “Escrevi e mandei mensagens, mas não podemos fazer nada porque o governo é surdo, não escuta ninguém”.

Solução aos problemas

A respeito da última ameaça do Presidente Nicolás Maduro de sequestrar as fábricas que interromperem a produção, Dom Padrón Sánchez reiterou “a absoluta rejeição à medida por parte da população, mesmo porque as empresas permitem a produção de cerca de 80% dos alimentos consumidos no país”.

“O governo não pode nacionalizar as empresas porque automaticamente seriam paralisadas, afirmou o prelado. Já no passado houve experiências similares. As empresas não produzem mais nada e se perde tudo”. Os bispos venezuelanos pedem por isto ao governo “para convocar as empresas privadas para que busquem uma solução para os problemas do país”.

Economia não funciona

“A economia não funciona, prossegue Dom Sánchez. O sistema econômico, enquanto tal, é a causa do desastre do país”. A situação “piorou. Continua a penúria, a falta de comida, existe um choque contínuo entre o poder executivo e legislativo”, a violência e a delinquência dominam no país enquanto “o Governo é incapaz de controlá-las”. 

Em tudo isto, “a imprensa escrita continua a sofrer restrições. As rádios e as televisões também enfrentam muitas dificuldades”. A Igreja pode manifestar-se livremente, “mas nos dizem que pertencemos à oposição, que somos golpistas”, afirmou.

(SP)

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Suicídio de jovens Guaranis debatido nas Nações Unidas

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Cidade do Vaticano (RV) – O alto índice de suicídios entre jovens Guarani-Kaiowá no Mato Grosso do Sul foi apresentado no Fórum Permanente da ONU sobre Questões Indígenas que, após duas semanas de debates, se encerra nesta sexta-feira, (20/05), em Nova Iorque.

 

"Especificamente com os Guarani-Kaiowá, que é a população indígena que mais comete suicídio em todo o território brasileiro, nós tivemos em 2015, 45 casos de suicídio em Mato Grosso do Sul. 73% são do sexo masculino e 27% do sexo feminino. Os maiores índices ocorrem entre jovens de 10 a 19 anos. Essa faixa etária corresponde a 61% de todos os casos de suicídio indígena", disse à Rádio ONU Fabiane Vick, representante da Secretaria Especial de Saúde Indígena, órgão ligado ao Ministério da Saúde.

Tragédia

Vick relatou ainda que há registros sobre crianças de até 10 anos que também tiraram a própria vida. Ao ser questionada sobre as causas desta tragédia, a especialista explica que os motivos são econômicos, sociais e culturais.

"A questão do choque cultural é um fator que contribui bastante, a falta de perspectiva de vida nesses jovens. Essas aldeias, especificamente no Mato Grosso do Sul, estão muito próximas dos centros urbanos. Além da questão da pobreza que, infelizmente, tem impacto direto porque as famílias entram em crises. Existe também ausência dos pais dentro da dinâmica familiar, em função de terem que ir em busca de um emprego e essas crianças muitas vezes ficam abandonadas".

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi), representado pela missionária Laura Vicuña Pereira, também havia denunciado no evento as violências e violações que têm sido praticadas contra os povos indígenas do Brasil.

O Fórum Permanente da ONU sobre Questões Indígenas reuniu cerca de 1 mil representantes de comunidades indígenas e de governos. O tema da reunião este ano foi prevenção de conflitos e paz, assuntos ligados à questão da demarcação de terras.

(radio onu/rb)

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Colômbia: acordo entre Governo e Farc será guardado na Suíça

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Genebra (RV) - Será guardado, na Suíça, o texto do acordo de paz entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o Governo local, que será assinado em breve.

Com este gesto, pretende-se destacar o papel desempenhado pelas Convenções de Genebra na elaboração do acordo.

Segundo o jornal da Santa Sé, L’Osservatore Romano, as duas partes, em conflito há anos, reconhecem que a Suíça apoiou intensamente as negociações de paz durante 15 anos. Por isso, na declaração comum entre o Governo colombiano e os membros das Farc torna-se evidente que o acordo que colocará fim à guerra e definirá os princípios de uma paz duradoura deverá ser imediatamente entregue ao Conselho Federal para a sua conservação.
O Departamento Federal de Assuntos Exteriores (Dfae) acolhe com fervor a declaração das duas partes, recordando que desde 2001 a Suíça se comprometeu no processo de paz e o apoiou também nos momentos mais delicados.

Recordamos que o Governo de Bogotá e as Farc anunciaram, em 24 de setembro passado, a assinatura de um acordo de paz definitivo daqui a poucos meses. Isso foi feito um dia depois de ter alcançado um acordo sobre suas consequências judiciárias, assinado em Havana pelo presidente colombiano, Juan Manuel Santos, e pelo comandante das Farc, conhecido como Timoshenko, cujo verdadeiro nome é Rodrigo Londoño Echeverri. Estava presente o Presidente de Cuba, Raúl Castro, país que agiu como mediador na tratativa de paz.

Em vista do acordo definitivo, uma das últimas teclas foi o acordo, assinado dias atrás, que concede a anistia às crianças-soldado com menos de 15 anos, alistadas dramaticamente entre os rebeldes. Num segundo momento, a anistia será estendida a todos os guerrilheiros abaixo de 18 anos. (MJ)

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