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Sumario del 28/05/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Papa se solidariza com as crianças migrantes e refugiadas

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Cidade do Vaticano – No final da manhã deste sábado (28/5), o Santo Padre encontrou, no Átrio da Sala Paulo VI, no Vaticano, numerosas crianças que participam da iniciativa “O trem das Crianças”.

Trata-se de uma iniciativa promovida, pelo segundo ano consecutivo, pelo Pátio dos Gentios, uma estrutura do Pontifício Conselho da Cultura, que tem como lema “Trazidos pelas ondas”. O trem das crianças, que partiu da Calábria, sul da Itália, trouxe ao Vaticano cerca de 400 crianças, que vivem em centros de acolhida de migrantes.

Antes do pronunciamento do Santo Padre, o Cardeal Gianfranco Ravasi, Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, explicou sobre o objetivo da vinda das crianças ao Vaticano: encontrar o Papa e entregar-lhe uma carta.

Depois, algumas das crianças dirigiram umas breves saudações ao Papa Francisco, em nome das demais: um menino nigeriano, um do Sri Lanka, uma professora e o responsável do Centro Esportivo “Sem Fronteiras”.

A seguir, o Papa tomou a palavra e falou, em forma de diálogo com as crianças, sobre a Carta que lhe entregaram, com um desenho feito por elas, que representa as ondas, o pôr-do-sol, a indiferença e a fraternidade, e disse:

“Todos nós, todos, somos diferentes, diversos, mas também todos somos iguais porque somos irmãos. Mas, há um perigo: as crianças são obrigadas a fugir da sua terra, com seus pais e famílias, por causa da guerra, da fome... pegam grandes barcos e correm tantos perigos, sobretudo o de não chegar ao destino devido aos naufrágios”.

Por outro lado, o Papa recordou outro grande perigo: aquelas pessoas que fazem de tudo para que as embarcações não cheguem à meta final: a Europa. (MT)

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Papa recebe presidente de Cingapura: diálogo e direitos humanos

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência na manhã deste sábado, no Vaticano, o presidente da República de Cingapura, Tony Tan Keng Yam, o qual, sucessivamente, encontrou o Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, acompanhado do Secretário das Relações com os Estados, Dom Paul Richard Gallagher.

Segundo comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé, durante os cordiais colóquios foram evocadas as boas relações entre a Santa Sé e Cingapura, bem como a colaboração entre a Igreja e o Estado, sobretudo no campo educacional e social.

Além disso, foram passados em resenha alguns temas da atualidade internacional e da situação política regional, com referência particular à importância do diálogo inter-religioso e intercultural para a promoção dos direitos humanos, a estabilidade, a justiça e a paz no sudeste asiático. (RL)

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Papa abraça Hebe de Bonafini, fundadora das "Mães da Praça de Maio"

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco encontrou no final da tarde desta sexta-feira (27/05), na Casa Santa Marta, no Vaticano, Hebe de Bonafini, fundadora e presidente das “Mães da Praça de Maio”, uma associação formada pelas mães dos desaparecidos, os dissidentes desaparecidos durante a ditadura militar argentina (1976 – 1983).

Hebe de Bonafini, 87 anos, não perdeu seu espírito combativo. Sua vida passou por duras provações e privações durante a ditadura militar na Argentina: perdeu dois filhos e a nora, desaparecidos como tantos outros opositores do regime.

O encontro com o Papa na Casa Santa Marta foi longo, muito afetuoso: nós nos comovemos e nos abraçamos, disse Bonafini, que no passado havia criticado o Papa Bergoglio, e por isso pediu-lhe desculpas.

Tempos atrás, numa carta, reconhecera ter-se equivocado, não conhecendo o empenho e compromisso de Bergoglio em favor dos pobres. A fundadora das “Mães da Praça de Maio” falou ao Pontífice sobre a dramática situação da Argentina, com o povo sem trabalho e lutando pela sobrevivência.

O Santo Padre sobretudo ouviu, com grande atenção, e afirmou que por enquanto não pode ir à Argentina, disse ela num encontro com os jornalistas. (RL)

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Diálogo inter-religioso, tema relevante do magistério do Papa Francisco

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Cidade do Vaticano (RV) - “Não é exagerado dizer que o Papa Francisco não passa um dia sem fazer referência à importância do diálogo inter-religioso.” Foi o que disse o secretário do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Dom Miguel Ángel Ayuso, em pronunciamento em Castel Gandolfo – localidade próxima de Roma – na “Escola para o Diálogo Inter-religioso”, cuja inciativa é promovida pelo Movimento dos Focolarinos, que desde esta quinta-feira até o próximo domingo (29/05) está reunindo delegados de vários países do mundo.

Diálogo inter-religioso não é luxo, mas necessidade

“Todo o ensinamento do Papa Francisco é um a exortação a construir pontes e não muros, a olhar com misericórdia para a vida dos outros, a ter compaixão pelo pobre, a trabalhar juntos pelo bem da nossa casa comum que é a Criação”, explicou Dom Ayuso, reportado pela agência de notícias Sir.

E acrescentou: “as divisões do mundo, além das divisões religiosas, solicitam o diálogo, impõem-no como instrumento indispensável para dar passos avante na convivência entre os homens e entre os povos”.

Nessa ótica, Dom Ayuso definiu o diálogo inter-religioso “não como um luxo, mas como algo de necessário e essencial, a serviço do bem comum”.

Violência nasce da mistificação da religião

Efetivamente, construir pontes junto aos irmãos de outras religiões significa “buscar, neles, aliados para prevenir toda guerra, condenar toda e qualquer violência, conscientes de que uma fé sincera em Deus abre para o outro, gera diálogo e age em prol do bem, enquanto a violência nasce sempre de uma mistificação da própria religião”.

O diálogo proposto pelo Papa Francisco tem subjacente “o respeito recíproco que finca suas raízes no reconhecimento da dignidade humana de toda pessoa”, disse ainda o secretário do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso.

Respeitar o outro em sua dignidade humana

“O respeito pressupõe que você reconheça ao outro o seu valor enquanto ser humano pertencente à única família humana criada por Deus e, por conseguinte, o seu ser filho de Deus, prescindindo de suas convicções ou de seu credo”, acrescentou.

Em seguida, o prelado recordou a decisão do Papa de trazer para Roma, quando da sua viagem à ilha grega de Lesbos (16/04), três famílias de refugiados muçulmanos. “Francisco não fez uma escolha baseado na religião”, ressaltou Dom Ayuso, porque “o Papa busca o ser humano”.

Audiência Papa – Imame de Al-Azhar, encontro sincero carregado de forte mensagem

O secretário do dicastério vaticano deteve-se, ainda, sobre a audiência do Pontífice com o Grão-Imame de Al-Azhar, Ahmad Al-Tayyib, ocorrida na segunda-feira (23/05): um encontro preparado “em cinco anos que exigiu um trabalho paciente”.

Ao final do encontro, o Imame estava muito contente, e nós, muito felizes. Foi além das nossas expectativas”. “O encontro foi sincero” e “a mensagem foi forte”, explicou.

“Agora é importante dar início, imediatamente, a uma relação de colaboração. Existe uma humanidade ferida que precisa ser curada. Como podemos colaborar se estamos divididos?”, questionou Dom Ayuso.

“O mundo precisa destes sinais, precisa ver os líderes religiosos que se encontram para curar a humanidade dos males que a afligem.”

“Devemos alegrar-nos porque este encontro contribui para a construção da paz para o bem de todos, que é a finalidade de todo nosso trabalho”, concluiu o secretário do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso. (RL)

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Próximo encontro de Prefeitos no Vaticano sobre os Refugiados

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Cidade do Vaticano (RV) – Em breve, realizar-se-á, no Vaticano, mais um encontro de Prefeitos do mundo inteiro, com o objetivo de debater o papel das cidades europeias na crise dos refugiados.

Recordamos que em julho do ano passado, o Papa Francisco encontrou, no Vaticano, cerca de 70 Prefeitos de várias cidades do mundo, para aprofundar o tema do desenvolvimento sustentável das cidades, para uma maior consciência sobre a defesa do meio ambiente, um trabalho que deve começar pelas periferias dos grandes centros urbanos.

Na ocasião, participaram do evento, promovido pela Pontifícia Academia das Ciências e das Ciências Sociais, também sete prefeitos brasileiros, que, além dos problemas climáticos, abordaram outros temas como a escravidão e o tráfico de pessoas.

Em vista do próximo encontro no Vaticano, em data ainda não estabelecida, Dom Marcelo Sorondo, Chanceler da Pontifícia Academia das Ciências e das Ciências Sociais, se encontrou com a Prefeita de Madri, Manuela Carmena, na sede do município da capital espanhola, à qual pediu seu apoio para o próximo evento. (MT)

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Igreja no Mundo



Bispos Japão: exame de consciência sobre responsabilidades do passado

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Tóquio (RV) - “Uma agradável surpresa” que pode contribuir “para aumentar o desejo de muitos japoneses de banir as armas nucleares”: com essas palavras, o bispo de Niigata, Dom Tarcisius Isao Kikuchi, comentou, esta sexta-feira (27/05), a visita do presidente estadunidense Barack Obama ao Japão, em particular, a Hiroshima.

A verdadeira paz se alcança com exame de consciência

“A paz verdadeira não pode ser alcançada sem um verdadeiro exame de consciência sobre as responsabilidades do passado”, acrescentou o prelado. “Qualquer ação por um mundo sem armas nucleares é auspiciosa e bem-vinda, mas não se pode seguir adiante sem uma reflexão madura acerca dos ensinamentos que a II Guerra Mundial nos deixou e sobre as medidas a serem hoje adotadas para preservar a paz.”, concluiu Dom Tarcisius.

Renunciar à guerra

Como é compreensível, a Igreja católica japonesa tem particularmente a peito o tema do desarmamento nuclear: nos anos 1995, 2005 e 2015, por ocasião, respectivamente, dos 50, 60 e 70 anos do bombardeio de Hiroshima e Nagasaki e do fim do segundo conflito mundial, os bispos nipônicos constantemente reiteraram seu compromisso não somente em favor da paz, bem como da renúncia à guerra.

Mais recentemente, num documento de 7 de abril passado, os bispos reiteraram sua posição denunciando a entrada em vigor, em 29 de março de 2016, de duas leis que deram a possibilidade, ao exército japonês, de ajudar um aliado em dificuldade num conflito estrangeiro.

Desse modo, dribla-se o artigo 9 da Constituição que proíbe ao País do Sol Nascente o uso da força para resolver as controvérsias internacionais.

Reconciliar-se com a oração e não com os exércitos

“O sofrimento causado pelas armas nucleares vai além de toda e qualquer palavra” – ressaltaram os bispos. “Procuremos não mais repetir aqueles erros, mas como cidadãos do nosso tempo e como cristãos, pensemos seriamente naquilo a que somos chamados. Mediante a oração, e não através das forças armadas, sigamos adiante para construir uma paz baseada na confiança recíproca.” (RL)

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Formação



Editorial: Salvar vidas humanas

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Cidade do Vaticano (RV) – Realizou-se no início desta semana, mais precisamente nos dias 23 e 24, respectivamente segunda e terça-feira, em Istambul, na Turquia, a 1ª Cúpula Humanitária Mundial. 175 os países presentes, entre os quais a Santa Sé, - 55 chefes de Estado, seis mil os participantes, também o setor privado – para falar sobre os milhões de pessoas em fuga de guerras, violências, calamidades naturais, perseguições e mudanças climáticas. Predominou, contudo nas conversas, o conflito sírio, com suas centenas de milhares de mortos e seus milhões de refugiados.

 

Aumentando o olhar falou-se ainda sobre os 60 milhões de deslocados ou refugiados existentes no mundo; falou-se sobre os 125 milhões de pessoas que hoje dependem de ajudas de doadores internacionais para poderem sobreviver.

Todos chamados a repensar o modo como são administradas as ajudas humanitárias, partindo precisamente do dramático dado que os doadores contribuíram no último ano com menos de 50% dos cerca de 20 bilhões de dólares solicitados pelas Nações Unidas para a sua ação humanitária. A esse importante encontro, o primeiro em absoluto sobre o tema, o Papa Francisco decidiu enviar uma Delegação de alto nível, guiada pelo Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin.

Já no último domingo, durante a oração mariana do Angelus com os fiéis reunidos na Praça São Pedro, Francisco se referiu a esse importante evento que tinha como objetivo, refletir sobre as medidas a serem tomadas para responder às dramáticas situações humanitárias.  O Papa pediu empenho para realizar o objetivo humanitário principal: “salvar a vida de cada ser humano, sem exceção, especialmente os inocentes e os mais indefesos”.

Francisco também enviou uma mensagem, lida pelo Cardeal Parolin, na qual voltou a expressar o conceito de que “a nenhum refugiado seja negado acolhimento”. “Não deve haver famílias sem casa, refugiados sem acolhimento, feridos sem curas, nenhuma criança tenha sua infância subtraída; nenhum homem e nenhuma mulher devem ser privados do futuro, não pode haver idosos sem uma velhice digna”.

E deu uma luz para salvar vidas humanas: fazer escolhas corajosas em favor da paz, do respeito, da cura e do perdão. “Ninguém ama um conceito, ninguém ama uma ideia – escreveu ainda o Papa - nós amamos as pessoas. Além da luz um desafio: ouvir o pranto das vítimas e daqueles que sofrem. “Deixemos que nos deem uma aula de humanidade. Mudemos o nosso estilo de vida, a política, as decisões econômicas, os comportamentos e atitudes de superioridade cultural”, acrescentou o Papa. “Aprendendo das vítimas e daqueles que sofrem, seremos capazes de construir um mundo mais humano”.

Mas depois de todas essas palavras e incentivos do Papa, o que sobrou desses dias de encontros e conversas? A reunião de Cúpula, desejada pela ONU, encerrou-se na terça em meio a tantos interrogativos e muitas perplexidades. Iniciando pela real futura aplicação das promessas feitas em auxílio de milhões de pessoas que sofrem devido a crises humanitárias no mundo, para chegar às cadeiras vazias durante o evento.

Sim, porque os grandes ausentes deste encontro foram principalmente os líderes dos países ricos. Um vazio duramente criticado pela liderança da ONU, apesar da grande presença mundial; sim faltaram os chamados líderes do G7, dos sete países mais industrializados do mundo. A exceção foi a chanceler alemã, Angela Merkel.

Apesar da não presença dos “grandes da terra”, o sentimento dos presentes foi da necessidade de dar passos importantes. A ausência deles não deve jamais ser uma desculpa para não fazer nada no campo humanitário. Primeira ação concreta: o corte de cerca de 1 bilhão de dólares ao ano nas despesas de gestão da ONU e garantir que a maior parte dos fundos possa ir em ajuda às pessoas mais necessitadas. As despesas gerais das agências de ajuda da ONU agora absorvem cerca de 15% dos financiamentos.

Essa 1ª Cúpula Humanitária Mundial procurou responder à emergência em que nos encontramos. Vivemos um período, talvez o mais complicado desde o fim da Segunda Guerra Mundial, no que diz respeito á relações humanas, nas crises, no número de refugiados, nos desastres causados pelo homem e pela natureza. Por isso é de suma importância partir dessa realidade e procurar respostas concretas baseadas na solidariedade.

O primeiro ponto é reconhecer que somos parte de uma só família humana, por isso há uma responsabilidade coletiva de enfrentar esses problemas que estão se acumulando – violências, crises econômicas – já definidos pelo Papa , “uma terceira guerra mundial em pedaços”.

Diante destas crises, uma multidão de vítimas; pessoas excluídas, descartadas que merecem uma resposta. O evento desta semana deveria exatamente ir nesta direção para encontrar novas estradas para evitar novas violências, sofrimentos e desastres ambientais. Devemos buscar, todos juntos, como sociedade, como família humana, respostas.

“O importante – como disse o Cardeal Parolin - é ‘não ficar só na política’”, mas superar também as tensões ou as diferenças que existem e se encontrar unidos nas questões fundamentais.

O encontro fez esse esforço de ir além, além das posições, das diferenças, das contraposições políticas para dar uma resposta humana e solidária às necessidades de tantos homens e mulheres que sofrem. Esperamos que as declarações de intentos pronunciadas pelos líderes políticos presentes se traduzam em ações concretas. (Silvonei José)

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Reflexão dominical: "Ter fé na misericórdia de Deus"

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Cidade do Vaticano (RV) - O tema da liturgia deste domingo enfoca o carinho de Deus por todos os homens, sejam seguidores da revelação judaico-cristã ou não. O importante é ter fé no Deus Vivo e Verdadeiro. 

Na primeira leitura, extraída de 1Rs 8, 41-43, fica bem claro que o Povo de Israel tinha consciência de ser o povo escolhido, mas isso não era motivo para que somente suas súplicas fossem acolhidas, no Templo, pelo Senhor. Salomão faz uma bela oração naquele lugar sagrado e diz: “Senhor, escuta então do céu onde moras e atende todos os pedidos desse estrangeiro.”

No Evangelho de Lucas, no capítulo 7, versículos 7 a 10, Jesus age exatamente mostrando a misericórdia de Deus. Não importa se o pedido vem de um israelita ou de um estrangeiro, o que importa é que um ser humano suplica ao Senhor a cura de seu empregado.

Mais ainda, esse estrangeiro mostra uma fé extraordinária no poder de Deus a ponto de dispensar a ida de Jesus à sua casa, pois sabe que para Deus basta querer para que alguém recupere a saúde ou algo seja mudado ou transformado, afinal, Deus é Deus! Essa atitude do estrangeiro foi louvada por Jesus exatamente por isso, por dar um salto qualitativo na fé.

Se antes, na oração de Salomão aparecia a oração feita no Templo, agora fica claro que basta a fé no poder de Deus. A oração não só não precisa ser feita por um pertencente ao Povo de Israel, mas nem precisa ser feita no Templo de Jerusalém. Basta a fé no Deus Vivo e Verdadeiro.

Mas podemos tirar desse fato relatado por Lucas, outra lição. Deus dá maior importância à fé de quem suplica e não tanto à adequação de sua vida aos preceitos religiosos. O suplicante, um oficial romano, era um pagão. Apesar de ser um homem honesto e respeitoso para com os israelitas – até havia construído uma sinagoga para eles –, não havia se convertido, não havia feito a circuncisão e nem seguia os mandamentos de Moisés.

Contudo, esse militar demonstra uma confiança radical em Jesus, no poder de Deus, que não se importa de modo público professar sua fé: “Senhor, ordena com tua palavra, e o meu empregado ficará curado”.

Demonstra grande humildade:  “Senhor, não sou digno de que entres em minha casa”. Mais ainda, nem se sentiu digno de ir ao encontro do Cristo, enviou alguns mensageiros para que, em seu nome, fizessem o pedido.

Qual a lição que levamos para o nosso dia a dia?

Deus quer que vivamos de acordo com seus mandamentos, de acordo com os preceitos que aprendemos quando fomos catequizados.

Em uma ocasião Jesus disse que não veio abolir a Lei e nem mudar uma letra sequer. Mas só isso não basta, não faz levantar voo. O jovem rico cumpria todos os mandamentos, mas não foi capaz de largar tudo para seguir Jesus; o fariseu no Templo orava e agradecia a Deus por ele ser certo, honesto, correto com os preceitos religiosos, mas sua oração não foi ouvida porque ele atribuía tudo isso a si mesmo e se sentia orgulhoso por isso e desprezava o pecador publicano, que estava lá no fundo do Templo.

Devemos, antes de tudo, ter grande fé em Deus e sermos misericordiosos. Isso é o “plus”, o mais que o Senhor deseja de nós.

Neste Ano Santa da Misericórdia, proposto pelo Papa Francisco, devemos ter a consciência de que Deus é Onipotente, que tudo pode; de que é Onisciente, que sabe tudo; e de que é  Onipresente, que está em todo lugar; deverá atravessar nossa vida e nossas orações.

Mas uma coisa nos falta ainda, é sabermos da radicalidade de Seu Amor por nós, de Sua Misericórdia, da grandeza de Seu Coração.    

Somos chamados a ser testemunhas vivas da fé no Amor de Deus para com todos os homens, sejam pecadores ou não, sejam cristãos ou não. (Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para o IX Domingo do Tempo Comum)

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