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Sumario del 16/06/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: nas múltiplas realidades da família, descobrir a presença de Deus

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Cidade do Vaticano (RV) - “Cada um de nós teve uma experiência de família. Em alguns casos brota o rendimento de graças com maior facilidade que em outros, mas todos passamos por esta experiência”: disse o Papa Francisco na noite desta quinta-feira (16/06), na Basílica de São João de Latrão, abrindo o Congresso eclesial da Diocese de Roma.

O Santo Padre havia iniciado lembrando o tema em torno do qual os participantes se concentrarão estes dias em seus trabalhos: “A alegria do amor – o caminho das família em Roma”.

O Pontífice disse querer recuperar algumas ideias/tensões-chaves que emergiram durante o caminho sinodal dedicado à família, as quais podem ajudar a compreender melhor o espírito que se reflete na Exortação apostólica “Amoris laetitia” – fruto dos dois últimos sínodos.

Para fazê-lo, Francisco lançou mão de três imagens bíblicas “que nos permitem – afirmou – entrar em contato com a passagem do Espírito no discernimento dos Padres sinodais”.

A primeira imagem bíblica a extraiu do livro do Êxodo (3,5): Tira as sandálias dos teus pés, porque o lugar em que te encontras é uma terra santa” – convite do Senhor a Moisés diante da sarça ardente.

Referindo-se ao caminho percorrido pelos Padres sinodais, o Papa referiu-se à preocupação em dar rosto aos temas sobre os quais se debruçaram durante os dois sínodos. “É a fé que nos impele a não cansarmos de buscar a presença de Deus nas mudanças da história”, ressaltou.

“Nossas famílias, as famílias em nossas paróquias com seus rostos, suas histórias, com todas suas complicações, não são um problema, são uma oportunidade”, ponderou. Oportunidade que nos desafia a suscitar uma criatividade missionária capaz de abraçar todas as situações concretas, em nosso caso, das famílias romana, acrescentou.

“Isso nos impõe sair das declarações de princípio para adentra-nos no coração palpitante dos bairros romanos e, como artesão, colocarmos a plasmar nessa realidade o sonho de Deus, o que pode ser feito somente pelas pessoas de fé, aquelas que não fecham a passagem à ação do Espírito.”

“Refletir sobre a vida de nossas famílias, assim como são e como se encontram, nos pede para tirar nossas sandálias para descobrir a presença de Deus”, frisou o Pontífice.

Como segunda imagem bíblica Francisco tomou a do fariseu, quando rezando dizia ao Senhor: “Ó Deus, eu te dou graças porque não sou como os outros homens, ladrões, injustos, adúlteros, e nem mesmo como este publicano (Lc 18,11).

O Papa advertiu para a tentação de se ter uma lógica separatista. “Cremos ganhar identidade e segurança toda vez que nos diferenciamos ou nos isolamos dos outros, especialmente daqueles que estão vivendo numa situação diferente”, observou.

“Todos precisamos de converter-nos, todos precisamos colocar-nos diante do Senhor e renovar sempre a aliança com ele e dizer com o publicano: meu Deus, sede propício a mim, pobre pecador.”

Com esse ponto de partida, observou Francisco, permanecemos incluídos na mesma “parte” e nos colocamos diante do Senhor com uma atitude de humildade e de escuta.

Voltando-nos para a misericórdia colocamo-nos diante da realidade de modo realista, não porém com um realismo qualquer, mas com o realismo de Deus, continuou o Santo Padre.

“Não se trata de não propor o ideal evangélico, pelo contrário, convida-nos a vive-lo no seio da história, com tudo aquilo que comporta”, observou Francisco acrescentando que “isso não significa não ser claros na doutrina, mas evitar cair em juízos e atitudes que não assumem a complexidade da vida”.

A terceira e última imagem Francisco tomou-a do livro do profeta Joel (3,1): “Os anciãos farão sonhos proféticos”. Francisco disse querer com essa imagem ressaltar a importância que os Padres sinodais deram ao valor do testemunho como lugar em que se pode encontrar o sonho de Deus e a vida dos homens.

Nos sonhos dos nosso anciãos muitas vezes reside a possibilidade que os nossos jovens tenham novas visões, tenham novamente um futuro, um amanhã, uma esperança. (RL)

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Francisco: o Pai-Nosso é a pedra angular da oração

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Cidade do Vaticano (RV) - Rezando o Pai Nosso sentimos o Seu olhar sobre nós. Foi o que afirmou o Papa na missa matutina na Casa Santa Marta nesta quinta-feira, (16/06).

Francisco ressaltou que, para um cristão, as orações não são palavras mágicas e recordou que ‘Pai’ é a palavra que Jesus profere sempre nos momentos fortes de sua vida. 

Não desperdiçar palavras como os pagãos, não pensar que as orações são palavras ‘mágicas’. O Pontífice se inspirou no Evangelho do dia, quando Jesus ensina a oração do ‘Pai Nosso’ a seus discípulos e refletiu sobre o valor de rezar ao Pai na vida do cristão. Jesus, disse, “indica o espaço da oração em uma só palavra: ‘Pai’”.

Jesus se dirige sempre ao Pai nos momentos fortes de sua vida

Este Pai, observou, “sabe do que precisamos antes que lhe peçamos”. É um Pai que “nos escuta às escondidas, no segredo, como Ele, Jesus, nos aconselha a rezar: no segredo”.

“Este Pai nos dá a identidade de filhos. Eu digo ‘Pai’, mas chego às raízes da minha identidade: a minha identidade cristã é ser filho e esta é uma graça do Espírito. Ninguém pode dizer ‘Pai’ sem a graça do Espírito. ‘Pai’ é a palavra que Jesus usava quando era cheio de alegria, de emoção: “Pai, te louvo porque revelas estas coisas as crianças”; ou chorando, diante do túmulo de seu amigo Lázaro. “Pai, te agradeço porque me ouvistes”; ou ainda, nos momentos finais de sua vida, no fim”.

“Nos momentos mais fortes”, evidenciou Francisco, Jesus diz: ‘Pai’. “É a palavra que mais usa; Ele fala com o Pai. É o caminho da oração e por isso – reiterou – eu me permito dizer, é o espaço de oração”. “Sem sentir que somos filhos, sem dizer ‘Pai’ – advertiu o Papa – a nossa oração é pagã, é uma oração de palavras”.

Rezar ao Pai, Ele conhece as nossas necessidades

Certo, acrescentou, podemos rezar a Nossa Senhora, aos anjos e Santos, mas a pedra angular da oração é o ‘Pai’. Se não formos capazes de iniciar a oração com esta palavra, “a oração não vai dar certo”: 

“Pai. É sentir o olhar do Pai sobre mim, sentir que aquela palavra “Pai” não é um desperdício como as palavras das orações dos pagãos: é um chamado para Aquele que me deu a identidade de filho. Este é o espaço da oração cristã – “Pai” - e, em seguida, rezamos a todos os Santos, os Anjos, fazemos também as procissões, as peregrinações... Tudo bonito, mas sempre começando com “Pai” e na consciência de que somos filhos e que temos um Pai que nos ama e que conhece todas as nossas necessidades. Este é o espaço”.

Francisco em seguida dirigiu o pensamento à parte onde na oração do “Pai Nosso”, Jesus refere-se ao perdão do próximo como Deus nos perdoa. “Se o espaço da oração é dizer Pai - observou -, a atmosfera da oração é dizer ‘nosso’: somos irmãos, somos uma família”.

Então o Papa recordou o que aconteceu com Caim, que odiou o filho do Pai, odiou seu irmão. O Pai nos dá a identidade e a família. “Por isso - disse o Papa - é tão importante a capacidade de perdoar, de esquecer, de esquecer as ofensas, a saudável habitude, mas, deixemos para lá... que o Senhor faça, e não carregar o rancor, o ressentimento, o desejo de vingança”.

Faz-nos bem fazer um exame de consciência sobre como rezar ao Pai

“Rezar ao Pai perdoando todos, esquecendo os insultos - disse -, é a melhor oração que você pode fazer":

“É bom que às vezes façamos um exame de consciência sobre isso. Para mim, Deus é Pai, e eu o sinto Pai? E se não o sinto assim, mas peço ao Espírito Santo que me ensine a senti-lo assim. E eu sou capaz de esquecer as ofensas, de perdoar, de deixar para lá e se não, pedir ao Pai, ‘mas também estes são seus filhos, eles me fizeram uma coisa ruim ... ajude-me a perdoar’?. Façamos esse exame de consciência sobre nós e nos fará bem, muito bem. ‘Pai’ e ‘nosso’": nos dão a identidade de filhos e nos dão uma família para “caminhar” juntos na vida”. (CM-SP)

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Papa a Igrejas orientais: restaurar para eliminar "crostas"

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Cidade do Vaticano (RV) – Na manhã de quinta-feira, (16/06), o Papa Francisco recebeu no Vaticano os participantes da Plenária Anual da Reunião das Obras de Ajuda para as Igrejas Orientais (Roaco). Os países representados nesta Plenária são Líbano, Síria, Iraque, Jordânia, Ucrânia e os representantes Pontifícios em Jerusalém. 

De modo especial, o Pontífice saudou o novo Custódio da Terra Santa, Fr. Francesco Patton, que sucedeu ao Fr. Pierbattista Pizzaballa, e aproveitou a ocasião para expressar seu reconhecimento a todos os frades menores que, há séculos, garantem a manutenção dos Lugares Santos e dos Santuários.

"Crostas"

Comentando uma restauração em andamento em Belém, o Papa fez uma metáfora, falando das muitas “crostas” que encobrem as comunidades eclesiais de problemas e pecados.

“Mas a obra de vocês sempre deve ser guiada pela certeza de que, sob as crostas materiais e morais, inclusive sob as lágrimas e o sangue provocados pela guerra, pela violência e pela perseguição, sob este substrato impenetrável há uma face luminosa”, disse Francisco, pedindo que os projetos e as ações da Roaco cooperem para esta “restauração”, para que a Igreja reflita visivelmente a luz de Cristo.

Como exemplo, o Pontífice citou a coleta especial convocada em abril nas Igrejas europeias em prol da Ucrânia.

União

Em seu discurso, Francisco falou ainda dos diferentes ritos orientais presentes na Igreja indiana, ressaltando a importância da comunhão no testemunho do único Salvador.

“Esta comunhão, em qualquer parte do mundo onde católicos latinos e orientais vivem lado a lado, necessita das riquezas espirituais do Ocidente e do Oriente”, acrescentou o Papa.

O Pontífice concluiu seu discurso pedindo orações por sua próxima peregrinação numa terra oriental: a Armênia, “primeira entre as nações a acolher o Evangelho de Jesus”. Francisco visitará o país de 24 a 26 de junho.

(bf)

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Francisco: Circenses e artistas de rua, semeadores de beleza

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Cidade do Vaticano (RV) – O Vaticano e seus arredores se tingiram com as cores circenses na manhã desta quinta-feira (16/06) com a presença de milhares de artistas itinerantes que estão em Roma para participar de seu Jubileu com o Papa Francisco. 

O evento atraiu pessoas que se apresentam em ruas, circos, parques de diversões e feiras, músicos populares e aristas em geral: ‘a grande família do espetáculo ambulante’, como disse Francisco, recebendo-os na Sala Paulo VI.

“Vocês são os ‘artesãos’ da festa, da maravilha, da beleza: com estas qualidades, vocês enriquecem as sociedades do mundo, alimentam sentimentos de esperança e confiança. No Jubileu da Misericórdia, não podia faltar este encontro, porque com suas contínuas locomoções, podem levar a todos o amor de Deus, seu abraço e sua misericórdia”.

O espetáculo itinerante e popular é a forma mais antiga de diversão; está ao alcance de todos e se dirige a todos, pequenos e grandes, especialmente famílias. Difunde a cultura do encontro, segundo o Pontífice, porque os espaços que ocupam se tornam lugares de agregação e fraternidade.

Depois de encorajar os artistas a acolherem as pessoas mais carentes e necessitadas de consolo, o Papa lhes lembrou a importância de ‘cuidar da fé’, mesmo que, por causa da mobilidade, não possam pertencer a uma paróquia fixa.

“Como sabem, a Igreja se preocupa pelos problemas inerentes à sua vida itinerante e quer ajudar vocês a eliminar os preconceitos que por vezes os relegam às margens. Que vocês possam sempre trabalhar com amor e atenção, ser generosos nas obras de caridade e disponíveis em oferecer os recursos e as riquezas de suas artes e profissões”.  

(cm)

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Card. Vegliò: mundo do espetáculo transmite mensagens de acolhida e de solidariedade

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Cidade do Vaticano (RV) -  Com um show internacional na Praça Santa Maria in Trastevere, foi aberto na noite de quarta-feira (15/05) em Roma o Jubileu do Espetáculo itinerante e popular. A peregrinação envolve, entre outros, circenses, marionetistas, bandas de música e malabaristas. Na manhã desta quinta-feira, a audiência com o Papa Francisco na Sala Paulo VI, seguida pela passagem pela Porta Santa e na parte da tarde exibições na Praça São Pedro. Sobre o significado deste particular Jubileu, a Rádio Vaticano ouviu o Presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes - que organiza o evento - Cardeal Antonio Maria Vegliò: 

"Trata-se de pessoas que não têm uma moradia fixa, são itinerantes e têm necessidade de sentir que a Igreja os acompanha, que se preocupa com eles. Depois, no âmbito do Jubileu da Misericórdia não podia faltar o encontro com este mundo, habituado a transmitir alegria e esperança, a transmitir amor. Não esqueçamos que muitos deles abrem gratuitamente as portas aos mais necessitados, para proporcionar a eles momentos de despreocupação. E esta é a verdadeira misericórdia. Portanto são protagonistas neste Ano especial da Misericórdia. Para eles, portanto, o encontro com o Santo Padre será fonte de alegria e servirá para sentirem-se como um só coração e uma só alma com a Igreja".

RV: Quais são as problemáticas pastorais atuais que dizem respeito aos trabalhadores e aos artistas do espetáculo itinerante?

"Antes de tudo o seu estilo de vida. São pessoas que continuamente se deslocam e estes deslocamentos geram uma sensação de provisório; têm dificuldades para a escolarização e para a continuidade da iniciação cristã dos jovens; frequentemente escondem dificuldades de integração com a população residente, pois nem sempre são bem acolhidos e nem sempre os residentes os querem próximos. A Igreja é próxima à família do espetáculo itinerante, para apoiá-la e encorajá-la em seu caminho: a Igreja está em movimento com eles. Já foi feito muito para solicitar a integração e para oferecer percursos de formação à vida cristã continuados, não obstante a vida itinerante que eles são obrigados a ter".

RV: Cardeal Vegliò, quais são as maiores dificuldade que estas pessoas encontram em sua atividade profissional?

"Ficariam muito felizes se todos os dias que entram em cena com o seu espetáculo, a arena fosse cheia. Mas pelo contrário, a crise econômica causou uma forte queda de espectadores; os custos para o aluguel de locais e equipamentos aumentou; frequentemente eles têm dificuldades em encontrar locais disponíveis para acolhê-los, e aqui em Roma, isto ocorre frequentemente quando chegam estes circos; tantas vezes são marginalizados e não são acolhidos pela comunidade que os recebe, porque frequentemente se deparam com a desconfiança de quem não os conhece e se baseia somente em preconceitos. No fundo são pessoas que vão e vem, e as pessoas estáveis de um bairro não os vê com bons olhos e dizem: "Mas, o que eles vêm fazer? Sim, fazem o espetáculo, mas depois trazem insegurança, criam algumas vezes episódios de delinquência..."".

RV: Como estes artistas, trabalhadores, podem ser testemunhas de esperança para a sociedade?

"No próprio espetáculo são transmitidas mensagens de acolhida e de solidariedade. No fundo, é um espetáculo que envolve a todos e não esqueçamos um ponto do qual se fala sempre mais frequentemente que é o da pedagogia do circo: o valor, isto é, de suas expressões e de suas técnicas, que são um válido instrumento metodológico. De fato, a arte circense já está presente em várias estruturas fixas: nas clínicas, nos hospitais, nas escolas e centros sociais. Recordo que o Papa Bento, na famosa audiência concedida aos circenses em 2012, convidou-os a testemunhar os valores que fazem parte de suas tradições, como o amor pela família, pelos pequenos, pelos doentes, o respeito pelos idosos e  a importância da comunidade e do viver em comunhão. Este pode ser o exemplo para nossa sociedade, que seguidamente é muito individualista. É importante depois o testemunho de convivência que existe entre eles, entre pessoas de gerações, culturas e religiões diferentes. Porque se você vai ao circo, vê que estes artistas são provenientes de muitas nações e é bonito vê-los trabalhar juntos, dando um bonito exemplo do estar juntos, da convivência, da integração".

RV: Por fim, que papel os artistas do espetáculo itinerantes podem desenvolver na nova evangelização?

"No âmbito da festa, pode-se comunicar a verdade da fé, a beleza da vida vivida em comunhão com Deus.  Nem sempre ocorre, entendo isto... Porém, é possível e às vezes acontece. A sua arte, a arte deste circenses, é um canal privilegiado para transmitir a mensagem de amor que Jesus veio nos trazer: o ser acolhedores e generosos com o público é imitação da acolhida e da misericórdia do Pai. Eles devem estar sempre atentos, contentes em fazer o público feliz, como o Senhor que está sempre contente em dar-nos o perdão na sua misericórdia. E depois, um papel que têm é o de transmitir a alegria e divertimento, nos ajudam a expressar a alegria que deve caracterizar todo cristãos". (JE/FC)

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Aberto em Roma Congresso diocesano dedicado à família

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Cidade do Vaticano (RV) - Foi aberto esta quinta-feira, às 19h locais, com o discurso do Papa Francisco na Basílica de São João de Latrão, o Congresso da Diocese de Roma com o tema “A alegria do amor: o caminho das famílias em Roma à luz da Exortação apostólica Amoris laetitia”. Entrevistado pela Rádio Vaticano, o vigário do Papa para a Diocese de Roma, Cardeal Agostino Vallini, nos fala sobre o tema do Congresso diocesano:

Cardeal Agostino Vallini:- “Esta escolha é um ato providencial. A ‘Amoris laetitia’ é o fruto de dois Sínodos e é, portanto, a conclusão pastoral, com um texto muito interessante e também muito corajoso, que o Santo Padre nos oferece; mas para nós é uma escolha providencial porque possibilita desenvolver um caminho do projeto pastoral que, partindo da proposta da fé neste tempo histórico, foi feito mediante etapas. Efetivamente, já tem alguns anos que temos trabalhado o tema da família. Redescobrimos o caminho da Igreja a partir da reproposta da fé, mediante os itinerários de formação para a fé; a etapa da iniciação cristã e o envolvimento dos pais. Hoje a questão da família se alarga a todas as famílias, com uma pastoral – diria – mais ampla e, justamente, a ‘Amoris laetitia’ nos permite incidir com uma ação evangelizadora mais corajosa e mais contundente e de apoio às famílias. Trata-se de um plano providencial, cujo intento de projeto é realmente belo. Fazemos votos de que tenha bom êxito.”

RV: A seu ver, quais são hoje as dificuldades na evangelização voltada para as famílias?

Cardeal Agostino Vallini:- “As dificuldades são muitas. A primeira delas é a vida frenética das famílias; a segunda é que há uma necessidade enorme de repropor a fé e não somente no momento da família, mas desde quando se nasce. Eis o motivo porque o tema da iniciação cristã, que parte da preparação dos pais que pedem o Batismo dos filhos e do acompanhamento a viver a vida cristã na fase da adolescência e da primeira juventude, faz de modo que o tema central e a responsabilidade de formar para a fé seja justamente, sobretudo, o tema da família.”

RV: Por que – a seu ver – quando se fala de família por vezes se assiste a confrontos ideológicos, como se houvesse quem é a favor e quem é contra, e não se é capaz, ao invés, de serem todos a favor desta realidade que é um alicerce da vida coletiva e da vida individual?

Cardeal Agostino Vallini:- “Expresso-me com palavras que o Papa Francisco usou, quando falando da cultura europeia, disse que ‘a Europa é triste, é envelhecida’. E isso é a cultura iluminista que produziu uma visão da vida, do homem, da pessoa quase reduzindo-a a indivíduo; é claro que também as relações humanas – mesmo no desenvolvimento do respeito recíproco – acabam se tornando um ponto delicado. Se a fé ilumina a relação afetiva, também o nascimento da relação afetiva da qual provem e depois deriva a família – a transmissão da vida, a alegria de uma realidade comunitária qual é a da família –, então é claro que tudo é diferente. Mas o homem precisa de Deus: sem Deus, sem ver a força que vem da graça, sem a luz do Evangelho, o homem é mais pobre. Basta ver ou ouvir um telejornal: é um elenco de vulnerabilidades, de fragilidades humanas que nos fazem entender como investir forças pastorais da fé para desenvolver relações humanas – e também a redescoberta da sexualidade na justa medida, da vida de relação familiar e do constituir-se famílias – é algo hoje imprescindível, diria, urgente. Procuramos empenhar-nos nessa linha e o Santo Padre nos ajuda e lhe somos gratos. Espero que também o Congresso diocesano deste ano, como os dos anos precedentes, traga bons frutos.” (RL)

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Equador: vítimas do terremoto receberão ajuda do Papa

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Cidade do Vaticano (RV) – O Pontifício Conselho Cor Unum inicia a partir desta quinta-feira (16/06) uma missão de seis dias no Equador e na Colômbia.

O Subsecretário deste organismo, Mons. Segundo Tejado Muñoz, visitará as dioceses do Equador atingidas pelo terremoto de abril passado, que matou quase 600 pessoas. 

Solidariedade do Papa

Depois de uma primeira ajuda enviada por Cor Unum logo após a tragédia, a missão que se inicia esta quinta-feira será a ocasião para levar um sinal concreto da solidariedade do Papa Francisco às populações afetadas pelo sismo.

A visita será também uma oportunidade para avaliar com o Núncio Apostólico e a Igreja local eventuais iniciativas em nome da Santa Sé para a reconstrução de casas, escolas e edifícios. De acordo com dados do Escritório das Nações Unidas para Assuntos Humanitários (OCHA), há mais de 21 mil pessoas desabrigadas e 150 mil crianças que sofrem diretamente as consequência do terremoto que chegou a 7,8 graus da escala Richter. Inúmeras cidades ainda enfrentam problemas de abastecimento de energia elétrica, água potável e saneamento básico.

Colômbia

Do Equador, Mons. Tejado Muñoz visitará Bogotá de 21 a 24 de junho para participar da reunião anual do Conselho de Administração da Fundação Populorum Progressio para a América Latina (desde sua criação em 1992 por parte de S. João Paulo II, a Fundação responde ao Pontifício Conselho Cor Unum).

No decorrer da reunião, os membros do Conselho deverão avaliar e decidir o financiamento de projetos em favor das comunidades indígenas, mestiças, afrodescendentes e camponesas da América Latina e do Caribe para o ano de 2016. Já foram apresentados cerca de 90 projetos, num custo total de 1,5 milhão de dólares.

O Arcebispo de Salvador, Dom Murilo Krieger, é membro da Fundação Populorum Progressio.

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O Papa no YouTube com a Redação Brasileira

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Cidade do Vaticano (RV) – A Redação Brasileira da Rádio Vaticano assumiu um novo desafio: transmitir em português ao vivo pelo YouTube os principais eventos do Papa Francisco e da Santa Sé. 

Para receber os avisos sobre as futuras transmissões inscreva-se em nosso canal VaticanBR.

A iniciativa atende às exigências das novas ferramentas de comunicação, com atenção especial à evangelização por meio da internet, com ênfase nas redes sociais.

Ao promover a difusão da mensagem do Papa em língua portuguesa, a Redação Brasileira proporciona um ponto de encontro online com informação precisa e direta da fonte.

A interação é uma das principais características da nova ferramenta, que oferece a possibilidade de enviar mensagens ao vivo durante as transmissões.

Como um novo marco nas comunicações vaticanas para os católicos brasileiros e lusófonos, convidamos todos a compartilhar e inscrever-se neste novo canal de informação dedicado ao Magistério do Papa Francisco.

Os eventos ao vivo também serão promovidos em nosso Twitter e Facebook.

(rb)

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Jubileu dos Doentes: Hanseníase, interligada aos determinantes sociais

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Cidade do Vaticano (RV) - O Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde promoveu recentemente, em Roma, a conferência internacional sobre a hanseníase intitulada “Por uma cura holística que respeite a dignidade dos hansenianos”. 

Participaram do encontro cerca de duzentas pessoas provenientes de vários países do mundo. A iniciativa foi promovida no âmbito do Jubileu dos Doentes e das Pessoas Portadoras de Deficiência que se realizou de 10 a 12 deste mês, no contexto do Ano Santo da Misericórdia.
 
O encontro contou com a participação de vários brasileiros. Um deles é Dra. Rosa Castália França Ribeiro Soares da Coordenação-Geral da Hanseníase e Doenças Negligenciadas. Ela representou o Ministério da Saúde. 

Dra. Rosa nos fala sobre a situação da hanseníase no Brasil. (MJ)

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Igreja no Brasil



Dom Edson: o abraço com o Papa, esperando sua visita aos índios

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Cidade do Vaticano (RV) – Abraçando Dom Edson Taschetto Damian é como se o Papa abraçasse todos os povos da Amazônia. O bispo de São Gabriel da Cachoeira, esteve quarta-feira (15/06) com o Papa Francisco, após a audiência geral na Praça São Pedro.

Dom Edson é bispo desde 2009. Seguindo a espiritualidade de Charles de Foucauld, dirige a diocese mais indígena, além de uma das mais extensas e pobres do Brasil.

Cerca de 95% da população pertence a 23 etnias indígenas, que falam 18 línguas.

Ele conversou com o Programa Brasileiro e revelou a sua emoção:

“Abracei o Papa Francisco pela primeira vez; eu disse que era do Amazonas, da Igreja indígena, e ele disse assim: ‘Diga aos indígenas que eles estão no coração do Papa; diga-lhes que cuidem da Amazônia, e que o Papa reza e abençoa os povos indígenas’”.

Nós estamos esperando o Papa na Amazônia..

“Claro... no ano que vem, ele vai visitar Aparecida, nos 300 anos do encontro da imagem, e ele já pediu que quer visitar o povo indígena. Eu gostaria muito que ele fosse lá (S. Gabriel, ndr), mas é tão longe, é tão difícil o acesso. Há um pequeno aeroporto, com dois voos semanais... Provavelmente ele irá a uma área de mais fácil acesso, mas visitando um povo indígena é como se visitasse todos os indígenas, inclusive os meus queridos de São Gabriel da Cachoeira”.

Ouça aqui: 

 

(CM)

 

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Mais um jovem índio assassinado no Mato Grosso do Sul

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Brasília (RV) - O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) em nota divulgada terça-feira (14/06), denuncia e repudia a ação realizada contra famílias do povo Guarani-Kaoiwá, no estado do Mato Grosso do Sul, que resultou no assassinato do jovem Clodieldo de Souza, de 26 anos.

Leia, abaixo, a íntegra do texto:

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O Conselho Indigenista Missionário – Cimi denuncia e repudia a ação paramilitar realizada por fazendeiros contra famílias do povo Guarani-Kaiowá, do tekohá Tey Jussu, na região de Caarapó, no estado do Mato Grosso do Sul, nesta terça-feira, 14, que resultou no assassinato do jovem Clodieldo de Souza Guarani-Kaiowá, 26, além de ao menos dez feridos à bala.

Constatamos, com preocupação, que ações paraestatais realizadas por setores do agronegócio tem sido recorrentes no Mato Grosso do Sul. Desde agosto de 2015, quando foi assassinado o líder Simeão Vilhalva, no tekohá Nhenderú Marangatu, foram registrados mais de 20 ataques paramilitares contra comunidades do povo Guarani-Kaiowá no estado. Demonstrando profundo desrespeito ao Estado de Direito e agindo na completa impunidade, latifundiários têm optado pela prática corriqueira da “injustiça pelas próprias mãos” no estado.

Consideramos que a atuação de parlamentares ruralistas na tentativa de aprovar proposições legislativas, como a PEC 215/00, e no âmbito de Comissões Parlamentares de Inquérito, como a CPI do Cimi e a CPI da Funai/Incra, contribuem para aprofundar o sentimento de ódio aos indígenas, agravando ainda mais a situação de violência contra os povos originários no Brasil e, de modo especial, no Mato Grosso do Sul.

O Cimi solidariza-se com os Guarani-Kaiowá, especialmente com os familiares da liderança assassinada e dos feridos, e exige que o Ministério da Justiça tome providências imediatas e efetivas a fim de fazer cessar os ataques paramilitares contra comunidades indígenas no Mato Grosso do Sul, bem como, para identificar e punir os assassinos de mais uma liderança indígena daquele estado.

Causa vergonha nacional e internacional ao Brasil o fato de setores do agronegócio exportador de commodities agrícolas continuar assassinando líderes de povos originários de nosso país.

O genocídio Guarani-Kaiowá avança pelas mãos do agrocrime no Mato Grosso do Sul.

Brasília, 14 de junho de 2016

Conselho Indigenista Missionário – Cimi

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Igreja na América Latina



Cursilhos da Cristandade promovem encontro mundial em Cuba

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Havana (RV) – O Comitê Executivo do Organismo Mundial dos Cursilhos de Cristandade (MCC), sediado em Portugal até 2017,  promove em Cuba esta sexta-feira e sábado (17 e 18 de junho) um encontro para dinamizar o Movimento cristão naquele país.

Em declarações concedidas à Agência Ecclesia, Dom Francisco Senra Coelho, Bispo Auxiliar de Braga e Assistente espiritual do MCC, sublinha que “apoiar os Cursilhos em Cuba significa levar o abraço a todos quantos trabalham com afinco e coragem, num país em enorme transformação” em termos “ideológicos”.

Os Cursilhos chegaram à Ilha há cerca de 50 anos. Foram relançados nos anos 90 e “em 2012 já se tinham realizado 41 cursilhos de mulheres e 38 de homens em Cienfuegos, 1 Cursilho de mulheres na Província de Matanzas e 42 de mulheres e 39 Cursilhos de homens em Niágara”, conta o prelado.

“Importante salientar que todo este trabalho de primeiro anúncio da fé vem acontecendo num contexto de enorme dificuldade econômica e falta de meios bibliográficos e humanos, nomeadamente de sacerdotes”, salienta Dom Francisco Coelho, destacando que Cuba é um país que lentamente está abrindo-se ao mundo.

A Igreja Católica em Cuba já “testemunhou” a vinda dos “últimos três Papas” e mais recentemente teve oportunidade de acompanhar “o encontro histórico entre o Papa Francisco e Kirill”, Patriarca de Moscou e de toda a Rússia.

O encontro internacional do MCC, que vai decorrer na cidade de Cienfuegos, terá a participação de responsáveis e coordenadores dos Cursilhos de Cristandade em cerca de 60 países dos 5 continentes.

Representados estarão os grupos da Europa, da Ásia-Pacífico, da América do Norte e Caraíbas e da América Latina, que congregam atualmente milhões de membros.

Sobre os pontos que estarão em debate durante o evento, Dom Francisco  Coelho destaca a reflexão sobre a nova carta publicada pela Congregação para a Doutrina da Fé sobre os movimentos eclesiais,‘Iuvenescit Ecclesia’.

Na pauta do encontro, também a “necessária atualização da mensagem dos Cursilhos” aos “novos tempos”, no contexto do “rico magistério do Papa Francisco”.

O Movimento dos Cursos de Cristandade nasceu em Palma de Maiorca (Espanha) em 1949, tendo como iniciadores Eduardo Bonnín e um grupo de sacerdotes e leigos, militantes da Ação Católica, apoiados pelo Bispo diocesano Dom João Hervás.

Desde então, foi-se configurando como um movimento de evangelização que busca levar a Boa Nova do Amor de Deus a cada pessoa, especialmente aos mais afastados.

Durante a reunião em Cuba, os participantes darão continuidade à preparação do processo de beatificação de Eduardo Bonnin e da Ultreia mundial que  terá lugar em Fátima, no contexto do centenário das Aparições de Nossa Senhora.

Portugal é, pela primeira vez desde 2014 até 2017, o principal ponto de encontro para membros do movimento, tendo sido escolhido como sede da Organização Mundial dos Cursilhos de Cristandade, durante o último encontro europeu realizado entre 23 e 26 de maio de 2013, na Áustria. (JE/Ecclesia)

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Venezuela: Prior dominicano, “a situação é desastrosa, as pessoas passam fome”

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Caracas (RV) – “A situação na Venezuela é terrível” e “a população sofre com a fome”: essas expressões que revelam a situação difícil e dolorosa que vivem os venezuelanos estão contidas em um carta que o Prior regional do Vicariato da Província de Nossa Senhora do Rosári, Frei Angelo Villasmil OP, enviou aos dominicanos da sua província e da América Latina e Caribe.

Frei Angelo fornece os detalhes sobre os principais fatores que “caracterizam a terrível situação na Venezuela: a inflação, a carência de gêneros alimentícios e a insegurança”. Além disso, denuncia “a violação sistemática dos direitos humanos”, que é “uma das características mais dolorosas da situação atual no país”, descrevendo o “clima de tensão social” que infelizmente prevalece.

Depois de várias manifestações, vemos a reação do governo, e a carta afirma: “mais de uma centena de presos políticos, muitos torturados e mortos. Tudo isso na absoluta impunidade”.

Um dos problemas mais graves, informa o Prior, é “o bloqueio de informações imposto pelo aparelho de comunicação do governo. A partir das redes sociais ficamos sabendo de pessoas que morrem por falta de medicamentos, pessoas morrendo de fome ou pelos efeitos repressivos do Estado no âmbito dos protestos e saques que estão ocorrendo no país”.

No que diz respeito à insegurança, “não conhecemos os números oficiais de mortos que entram todo fim de semana no necrotério de Bello Monte, periferia da capital. No necrotério de Caracas entram todo fim de semana de quarenta a cinquenta corpos de pessoas mortas pelo crime organizado. As ruas de Caracas e das principais cidades do país, no cair da noite, se tornam desoladas e desertas. Isto não é apenas obra de criminosos comuns. Foram formados grupos criminosos organizados que cometem assassinatos, sequestros e subornos à população”.

“Há uma saída para a situação na Venezuela? É o que nós esperamos, embora saibamos que uma solução constitucional e pacífica é cada vez mais difícil, já que o governo está bloqueando todos os canais que poderiam trazer uma solução pacífica”, afirma a carta.

“A Conferência Episcopal, através de comunicados de imprensa, se posicionou de maneira crítica em relação ao governo”, lê-se na parte final da carta, que prossegue: “Estamos conscientes de que, em algum momento, como Igreja, vamos ter de sofrer o que poderia ser o 'assalto do governo’”.

Frei Angelo conclui: “Foi a Igreja que levantou a sua voz diante da crise e em favor dos venezuelanos. Foi a Igreja que denunciou os abusos e violações dos direitos humanos no país. Por isso, não duvidamos que a Igreja possa ser atacada”. (SP)

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Com o fim das eleições, bispos peruanos fazem apelo à reconciliação

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Lima (RV) – O Presidente da Conferência Episcopal Peruana (CEP) Dom Salvador Piñeiro, exortou os políticos a realizarem um esforço em favor da reconciliação nacional, após uma campanha eleitoral que gerou adjetivos “alto calibre” entre os dois candidatos presidenciais.

Após a realização de uma reunião com o virtual Presidente da República, Pedro Pablo Kuczynski, o prelado afirmou que a reunião discutiu vários temas, como educação e saúde, assim como o desenvolvimento do país.

"Nós acreditamos que é necessário realizar um esforço pela reconciliação. Quando existe uma campanha eleitoral,  vestimos camisas diferentes, mas uma vez terminada, agora temos de vestir a vermelha e branca (cores do país) e jogar pelo Peru", declarou aos jornalistas após o encontro.

Em outro momento, Dom Piñeiro destacou o conhecimento do país por Kuczynski, explicando tratar-se de uma reunião "muito fraterna".

"Ele sabia de nossos trabalhos, falamos sobre estradas, portos, e sobre sua preocupação de levar o país para a frente. Ele também nos antecipou que em breve irá visitar o Santo Padre”, disse.

“Ele prometeu – revelou o prelado - que na próxima reunião dos bispos no país estará presentes, para ouvir as propostas”. (JE)

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Igreja no Mundo



Hilarion: decisão de não ir a Creta não é uma "rejeição"

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Moscou (RV) – A decisão do Sínodo da Igreja ortodoxa Russa em “não participar” do Concílio Pan-Ortodoxo de Creta não é uma “rejeição ao Concílio”, afirmou em uma entrevista à Agência russa Interfax o Presidente do Departamento das Relações Eclesiásticas Externas do Patriarcado Russo, Metropolita Hilarion.

“A decisão tomada pelo Sínodo de apoiar a posição de quatro Igrejas locais sobre o adiamento do Concílio Pan-Ortodoxo não quer dizer, absolutamente, que a Igreja Russa renuncie à celebração do Concílio, ou que se retira do processo pré-conciliar”, explicou Hilarion.

“O Patriarca de Moscou – observa o Metropolita – propõe em prosseguir juntos a preparação do Concílio para que o Concílio seja realmente Pan-Ortodoxo, o que é impossível se quatro Igrejas autocéfalas rejeitam oficialmente tomar parte dele nas datas previstas”.

Além da Igreja Ortodoxa Russa, os desfalques no grande encontro em Creta serão as Igrejas da Bulgária, de Antioquia e da Geórgia. O Patriarca da Sérvia voltou atrás da decisão anterior, devendo portanto participar no Concílio.

Neste sentido, dez das quatorze Igrejas Ortodoxas participarão do “Santo e grande Concílio”, ou seja, os Patriarcas de Constantinopla, de Alexandria, de Jerusalém, da Sérvia, da Romênia, assim como as Igrejas autocéfalas de Chipre, Grécia, da Polônia, da Albânia, da República Tcheca e da Eslováquia.

Esta sexta-feira  – sublinha o L’Osservatore Romano, que enviou um cronista a Creta – será um dia importante. De fato, após a chegada do Patriarca Ecumênico Bartolomeu I na quarta-feira e dos outros Patriarcas esta quinta-feira, terá lugar uma “synaxi” dos Primazes que durará todo o dia.

Esta “pequena synaxi” foi decidida por aquela precedente, em janeiro de 2016 em Genebra, com o objetivo de examinar a agenda do Concílio e trabalhar na mensagem final que será submetida à assembleia conciliar.

No domingo, dia 19, os Primazes das Igrejas celebram a Divina Liturgia na Catedral de São Mena em Iraklion e no dia 19, a abertura do Concílio na Academia Ortodoxa de Creta.

O Patriarca Ecumênico de Constantinopla chegou na quarta-feira à Ilha de Creta para o Concílio que terá início no dia 19 de junho. (JE)

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Armênios preparam-se "material e espiritualmente" para a visita do Papa, diz Dom Minassian

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Yerevan (RV) - A Igreja da Armênia, a comunidade cristã e os fieis compartilham "o mesmo sentimento de entusiasmo" no caminho de preparação "material e espiritual" da visita do Papa Francisco, programada de 24 a 26 de junho. É o que afirma à Asianews o Bispo armênio-católico em Yerevan e Ordinário para os Armênios Católicos da Europa Oriental,  Dom Raphael François Minassian, que fala da alegria e da grande expectativa pela visita do Pontífice.

Telão para acompanhar a missa

Para a Missa Solene na Praça Vartanants, em Gyumr, no sábado 25, "registramos até o momento 23 mil inscritos e muitos outros gostariam de ir, mas não há mais lugar". Por isto - prossegue - "estamos instalando um telão em outra praça", para possibilitar a outros fieis de "acompanharem a celebração".

A Armênia é a primeira etapa da viagem apostólica do Papa Francisco ao Cáucaso, que no final de setembro irá também à Geórgia e Azerbaijão.

Sede de espiritualidade e amor à Igreja

"Vivemos um clima de grande expectativa - conta Dom Minassian - sobretudo entre as pessoas simples. Também nos povoados mais remotos existe o desejo de participar do evento. Existem pessoas que caminharão mais de uma hora até uma parada de ônibus, para então viajar até a cidade e participar da Missa". "A nossa - observa o prelado - é uma comunidade "em espera", com uma grande sede de espiritualidade, de amor à Igreja e de união com o Santo Padre".

Entre os momentos mais significativos da viagem, a Missa Solene em Gyumri e a oração ecumênica pela paz em Yerevan.

Significados da visita

A visita do Papa - explica Dom Minassian - tem um "duplo valor": por um lado, é  sinal de que Francisco "aprecia o povo armênio" e o país, como "primeira nação cristã da história" e que por tantos séculos testemunhou a sua fé com o martírio". E por esta razão "nutre por ela um afeto especial". E por outro, é o "gesto de gratidão e de agradecimento especial" do povo armênio ao Papa que "se expressou com coragem diante do mundo, falando do genocídio armênio de 1915".

Centenário do genocídio armênio

De fato, em uma celebração na Basílica de São Pedro em abril de 2015, o Papa Francisco referiu-se ao drama dos armênios como "o primeiro genocídio do século XX". O Pontífice dirigiu uma mensagem ao povo armênio na ocasião, auspiciando a retomada do "caminho de reconciliação" com os turcos. "Muitos países politizaram e instrumentalizaram este drama. O Papa - comenta Dom Minassian - usou palavras claras e essenciais, por isto nós temos uma dívida (de reconhecimento) com ele".

Fé profunda e enraizada

Falando à comunidade católica-armênica, o prelado sublinhou que "mesmo tendo vivido por 35 anos em muitas nações do mundo, entre as quais Estados Unidos, Israel e outras regiões do Oriente Médio, nunca viu uma fé tão profunda e enraizada". O sofrimento e a distância da religião - prossegue - "hoje é expressa com um sentimento forte, rigoroso. Uma fé que conseguiu também arrancar lágrimas de mim".

Sede de bênção

Para o prelado, é "comovente" o abraço e a busca da bênção que as pessoas demonstram ao final de cada celebração. "As pessoas te rodeiam - explica - e mesmo se o rito dura bastante (até três horas na Igreja Oriental, na Armênia, em particular) não querem se afastar. Os fieis têm sede de bênção, querem ser tocados, o aspecto devocional é muito forte".

Televisão Armênia

Dom Raphael François Minassian nasceu em 1946 em Beirute, no Líbano. Ingressou no Seminário libanês em Roma em 1966, sendo ordenado sacerdote em 1973. O prelado foi pastor dos católicos-armênios na Califórnia de 1996 a 2006. Foi redator-chefe do Avetaber Verelk por oito anos e fundou a Sociedade de Televisão Armênia em 2005. Em 2011 Papa Bento XVI o nomeou Ordinário para os Armênios Católicos da Europa Oriental.

A Igreja Armênio-católica é uma Igreja Católica Patriarcal sui iuris, nascida em 1742 da Igreja Nacional Armênia. Foi reconhecida pelo Papa Bento XIV (1740-1758). Atualmente está presente com comunidades no Líbano, Irã, Iraque, Egito, Síria, Turquia, Israel, Palestina e em outras realidade da diáspora armênia no mundo. O número de fieis é estimado em 585.000 (2010). (JE/Asinaews)

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Idosos e necessitados serão beneficiados por legados da JMJ em Cracóvia

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Cracóvia (RV) – Um Centro de reabilitação física para pessoas idosas e uma área coberta com mais de 800m² para estocar gêneros alimentícios a serem destinados à pessoas necessitadas. Estas serão duas “obras sinais” que a JMJ 2016 deixará como legado em Cracóvia.

Duas “obras de misericórdia” que serão administradas pela Caritas da Arquidiocese polonesa, como explica o Padre Bogdan Kordula: “O Centro poderá atender diariamente até 60 pessoas. Haverá também quem poderá ser acolhido de forma permanente”.

A construção é financiada pelo Ministério do Trabalho e das Políticas Sociais junto à Prefeitura de Wieliczka, em cujo território funcionará a estrutura. A Caritas Cracóvia, por sua vez, pagará os acabamentos e a mobília.

Como antecipado pela Agência SIR, no Centro de Reabilitação será colocada uma cópia da imagem de Nossa Senhora de Loreto, doada por jovens italianos.

Resposta a um apelo do Papa

“Os projetos respondem ao convite do Pontífice às Dioceses, para que concretizem obras de caridade como frutos do Jubileu da Misericórdia”, explica Padre Kordula.

Parque da JMJ

“Gostaríamos que o Campus Misericordiae fosse um local reconhecido – afirma por sua vez o Prefeito Wieliczka, Artur Kozioł –por isto muitas das estruturas e móveis realizados para acolher o Papa serão conservados como recordação para os dias que virão. Estamos pensando até mesmo em um Parque da JMJ para manter viva a memória do Campus”.

Quer o Centro para os idosos como o pavilhão serão abençoados pelo Papa Francisco antes da missa final.

Padre Kordula revela que no centro será preparado um quarto para o Papa onde “poderá repousar ou até mesmo dormir” no final da Vigília da noite de sábado. (JE/Sir)

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Espanha: Igreja condena uso blasfemo da imagem de Nossa Senhora

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Valência (RV) - Profanação e blasfêmia são as palavras usadas na nota da Secretaria Geral da Conferência Episcopal Espanhola para expressar a indignação dos fiéis católicos diante da divulgação de imagens de “Nossa Senhora dos Desamparados” e de “Nossa Senhora de Montserrat” que se beijam, para convocar uma manifestação do “orgulho gay”, que se realizará no próximo sábado, em Valência. “Uma profanação blasfema – lê-se no texto - que fere os sentimentos religiosos arraigados no povo cristão da Comunidade de Valência, da Catalunha e do resto da Espanha”.

Uma piada que deve ser condenada

A nota do episcopado afirma que “infelizmente, esta propaganda blasfema é outro episódio que vai alimentar uma espiral que ameaça o legítimo exercício da liberdade religiosa e contra a livre pregação do Evangelho em uma sociedade pluralista”. A Associação gay LGBT de Valência imediatamente esclareceu que “se distancia de tal propaganda”, pois não corresponde à convocação oficial do evento com o lema: “As pessoas bissexuais, diferentes e iguais”. O anúncio blasfemo foi patrocinado pela Associação Endavant - uma organização da esquerda radical - que nos últimos anos tem como alvo a Igreja Católica com várias campanhas onde piadas de mau gosto e ofensa estão na ordem do dia.

Missa de reparação em Valência

A Conferência Episcopal manifestou sua proximidade ao Arcebispo de Valência, Cardeal Antonio Cañizares Llovera e a todos os bispos desta comunidade autônoma, convidando os fiéis a participarem espiritualmente do ato de reparação convocado para esta quinta-feira, às 19h30 locais, na Praça da Virgem, onde será recitado o Terço e em seguida se celebrará a Santa Missa na catedral da cidade.

Nesta quarta-feira (15), durante a missa do meio-dia, o Cardeal Cañizares e o bispo auxiliar Dom Esteban Escudero, reiteraram a sua “forte condenação pela profanação injusta e gratuita contida na referida propaganda”, e convocaram todas as universidades e escolas católicas, paróquias e as pessoas “desejosos de uma convivência pacífica no respeito de suas convicções” a unirem-se no ato de reparação e protestar contra este grave ato de intolerância e falta de respeito para com milhares de fiéis valencianos. (SP)

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Cruz de São Damião volta "para casa" após oito séculos

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Assis (RV) - A Cruz de São Damião deixou a Basílica de Santa Clara, em Assis - onde é custodiada desde que as Clarissas para lá se transferiram após a morte de Santa Clara - para ser recolocada temporariamente no local em que Francisco a viu pela primeira vez, onde rezou no início de sua conversão e recebeu o mandato “Francisco, vai e reconstrói a minha Igreja, que está em ruínas!”.

"Nos encontramos na Capela da Basílica de Santa Clara que custodia a Cruz de São Damião que falou a Francisco no início do caminho de sua conversão: “Francisco, vai e reconstrói a minha Igreja, que está em ruínas!”. Giotto eternizou este momento com um afresco na Basílica de Assis", disse o Diretor da Sala de Imprensa do Sacro Convento de Assis, Padre Enzo Fortunato.

Momento histórico

"Hoje é um momento histórico - continuou - porque a comunidade das Irmãs Clarissas, presente no traslado, em sinergia com a Província dos Frades menores, pensou - visto a extraordinariedade do Jubileu da Misericórdia - de levar por cinco dias o crucifixo de São Damião no ao seu lugar de origem, isto é, na igreja que leva o seu nome".

"Um momento de grande importância do ponto de vista histórico - avalia o sacerdote - mas também de profunda intensidade espiritual. Assim vem em mente as palavras do Papa Francisco no início do Jubileu, que desejava uma Igreja que caminhasse, edificasse e confessasse por meio da fé, por meio do Senhor. É evidente que o centro é "edificar", o mesmo que pediu Jesus a Francisco, e que hoje pede a cada um de nós por meio do nosso estilo de vida".

Não foi a primeira "saída"

Esta, no entanto, não é a primeira vez que a Cruz deixa a Basílica de Santa Clara. De fato, na tarde de 22 de março de 1953, no âmbito do VII Centenário da morte de Santa Clara, a Cruz de São Damião deixou por poucas horas o templo, sendo levado em solene peregrinação pelas ruas de Assis. Naquela ocasião, no entanto, não chegou a ser levado até a Igreja de São Damião.

No último domingo, teve lugar precisamente no Santuário de São Damião um encontro descrito pelo Padre Guardião - Fr. Gianpaolo Masotti - como necessário "prólogo" para o histórico traslado da Cruz que terá lugar de 15 a 19 de junho de 2016. 

Maiores informações sobre o histórico evento, podem ser encontradas no site dos franciscanos. (JE)

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Metropolita de Malta deplora medo dos migrantes

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Valletta (RV) - “A Europa está criando um novo estilo de Apartheid”. Este é o alerta do Arcebispo Metropolita  de Malta, Dom Charles Scicluna, no âmbito de um simpósio sobre migrações organizado pela Faculdade de Teologia da ilha. O prelado advertiu para o perigo de construção de  muros na Europa e no Oriente Médio.

Barreiras não são eficazes

Revelando que para as pessoas hoje é difícil aceitar situações que não lhes tragam algum benefício, Dom Scicluna lamentou esta desconfiança que conduz à paralisia. O prelado maltês - que se notabilizou quando ainda era promotor da justiça do Tribunal da Congregação para a Doutrina da Fé, encarregado na investigação dos casos de pedofilia - sublinhou que as barreiras não são eficazes em termos de segurança. Ao contrário, elas criam divisões ao invés de promover o desenvolvimento dos povos, “e sabemos que cedo ou tarde as divisões acabam por nos conduzir a confrontos”.

Que Europa não renegue cultura de hospitalidade

Citando o Papa Francisco, Dom Scicluna apelou à Europa para não negar sua cultura de hospitalidade e de direitos humanos e  nunca esquecer que os migrantes são pessoas com um rosto, um nome e uma história pessoal. Todos aqueles que pisam o solo europeu - insiste Dom Scicluna - devem se sentir no continente dos direitos humanos e por sua vez, respeitar e defender esses mesmos direitos. “Infelizmente – lamenta - muitos migrantes, incluindo crianças, nem sequer conseguem chegar à Europa, muitas vezes vítimas de contrabandistas pouco escrupulosos”

Segundo o HCR, mais de 10 mil migrantes perderam a vida desde 2014 ao tentar atravessar o Mediterrâneo para chegar à Europa.

Para conter o afluxo de migrantes provenientes do Mediterrâneo, a Comissão Europeia propôs na terça-feira (14/06) uma nova parceria com os países africanos que têm cooperado, como a Etiópia, o Mali, mas também Jordânia e Líbano. Trata-se de investimentos financeiros de mais 60 milhões de euros.(BC)

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Mongólia: inaugurada missão católica em Erdenet

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Ulan Bator (RV) – Chama-se “Igreja Católica da Divina Misericórdia” a missão católica inaugurada em Erdenet, a segunda cidade da Mongólia. A autorização foi concedida pelas autoridades civis por um período de três anos e permitirá, em particular aos sacerdotes missionários estrangeiros, obter o visto de ingresso no país.

A cidade de Erdenet, rica em jazidas de cobre, foi fundada no período do regime soviético e viu os primeiros missionários católicos somente em 1991, após a queda do Muro de Berlim.

Comunidade católica local é muito jovem

A comunidade católica local, portanto – explica à Agência Eglise d’Asie – é muito jovem: a primeira construção oficial remonta à 2003, data da inauguração de um asilo administrado pela Congregação do Coração Imaculado de Maria e destinado às crianças mais pobres.

Atualmente, existem cerca de vinte fieis que, a cada domingo, encontram-se em uma simples sala alugada. Todavia, não faltam cursos de catecumenato para adolescentes e adultos, enquanto cresce o número de fieis que pedem o Batismo para os próprios filhos. Previstos também cursos de catecismo sobre os princípios fundamentais da Igreja Católica. O ensinamento da religião nas escolas, no entanto, é proibido por lei.

País de tradição budista

A ser sublinhado, que a concessão da autorização à missão chegou cinco meses após a apresentação do pedido por parte da comunidade católica e isto indica tempos relativamente breves para o país, que tem uma tradição budista tradicionalmente forte e radicada.

Todavia, Erdenet é uma cidade em que vivem muitos estrangeiros, onde portanto a questão inter-religiosa é mais viva e dinâmica. Sem esquecer que o Chefe do Estado, Tsakhiagiin Elbegdori, é originário precisamente desta cidade. Em 17 de outubro de 2011 ele recebido em audiência pelo então Papa Bento XVI.

Em 28 de agosto será ordenado o primeiro sacerdote mongol

A ação missionária da Igreja Católica  na cidade é ampla e variada: vai dos estudantes aos pacientes do Hospital Psiquiátrico e provincial, dos migrantes aos trabalhadores das minas de cobre, que normalmente trabalham em condições difíceis.

Segundo as leis nacionais, o Chefe oficial de uma organização religiosa deve ser de nacionalidade mongol. Mas como não existem sacerdotes católicos nascidos no país (o primeiro será ordenado em 28 de agosto) oficialmente os responsáveis pelas comunidades católicas são os leigos. Também os proprietários de terras devem ser cidadãos mongóis e isto cria alguns problemas para os terrenos onde porventura é construída uma Igreja. (JE/IP)

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Formação



Direitos Humanos: Combater a fome é promover a paz

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Cidade do Vaticano (RV) – Após a visita do Papa Francisco na última segunda-feira, hoje voltamos a falar do Programa Mundial de Alimentos, mais precisamente do Centro de Excelência de Combate à Fome do PMA. 

Este Centro de Excelência tem sede em Brasília e está completando cinco anos de criação. A Rádio Vaticano conversou com o seu Diretor, Daniel Balaban, que apresentou na sede do PMA em Roma os resultados alcançados desde sua fundação.

Em entrevista a Rafael Belincanta, Daniel destaca primeiramente a visita do Papa Francisco e o discurso proferido na última segunda-feira (clique acima para ouvir).

Paradigma brasileiro

Dezenas de delegações de diversos países das Américas, África e Ásia visitaram o Centro no Brasil para conhecer os programas de alimentação escolar baseados na produção e consumo local, responsáveis por tirar o Brasil do Mapa da Fome.

Quarenta países, como México e Cuba já visitam o Centro. Atualmente, 28 deles estão implementando políticas baseadas na experiência brasileira. No combate à fome, ressalta Daniel Balaban, o elemento fundamental é a vontade política.

(bf/rb)

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Dom Lucena: Concílio ainda precisa ser vivido plenamente

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, o quadro “Nova Evangelização e Concílio Vaticano II” continua trazendo a participação do bispo da Diocese de Guarabira, Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena, cuja contribuição tem enriquecido este nosso espaço dedicado aos 50 anos do Concílio na vida da Igreja. 

Tecendo suas considerações sobre o Concílio como um novo Pentecostes, o qual produziu uma grande transformação em toda a vida eclesial, Dom Lucena concluiu a edição precedente deixando-nos uma exortação: a não retrocedermos, a não cairmos no medo, na tentação – por vezes verificada – de se querer voltar para trás.

Hoje, o bispo desta Igreja particular da Paraíba atém-se a alguns desafios e intuições do Concílio que precisam ser melhor trabalhados. São muitos os elementos – afirma –, quer no âmbito da própria vida, da liberdade, da participação, quer da igualdade, do compromisso social também.

Entre aqueles elementos sobre os quais a Igreja deve trabalhar, destaca com ênfase que ela deve ser despojada do seu “clericalismo”, do “triunfalismo” e do que chama de “juridicismo” (aspecto formal da lei, apego à materialidade da letra, ndr).

Dom Lucena destaca, ainda, que o Papa Francisco tem acenado muito isso e reitera que esses pontos devem ser trabalhados, inclusive a questão da autossuficiência da Igreja. “Todo o Concílio nos mostra isso, não podemos pensar que somos autossuficientes”, afirma o bispo de Guarabira acrescentando que “devemos ser pessoas voltadas para a simplicidade”.

Feitas tais considerações, ele nos afirma que o Concílio ainda precisa ser vivido realmente, plenamente, e “não é porque já celebramos 50 anos, que podemos dizer: já conhecemos o Concílio”, enfatiza. Vamos ouvir (ouça clicando acima).

(RL)

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Atualidades



Artigo: Valei-nos Nhá Chica!

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Juiz de Fora (RV*) – No último dia 14 de junho os mineiros e os devotos de Nhá Chica celebraram a Páscoa de Francisca Paula de Jesus. Dom Eurico dos Santos Veloso, Arcebispo Emérito de Juiz de Fora, MG, nos enviou um artigo.

Valei-nos Nhá Chica!

Nós mineiros nos alegramos muito em celebrar no dia 14 de junho a Páscoa de Francisca Paula de Jesus, carinhosamente chamada de Nhá Chica, a nossa Beata querida beatificada para a glória de Deus, ornando o altar do Senhor Jesus com a santidade universal dos fiéis, no chamado comum de todos os batizados.

A Beata Nhá Chica, nascida no distrito de Rio das Mortes, em São João del-Rey, depois de ter passado toda a sua vida em Baependi, na Diocese da Campanha, percorreu a sua vida com os olhos fixos no céu:

Nhá Chica era negra, analfabeta e oriunda de uma família muito humilde. Nunca se casou, ficando a vida toda solteira, consagrada totalmente a Deus a quem dedicou a sua profícua existência. Ela fez, em vida atos extraordinários, como curas, milagres e aconselhamentos espirituais. Atendia o povo diariamente, exceto nas sextas-feiras em que se dedicava à oração, ao jejum e à penitência, recordando, sempre recolhida e piedosamente, a paixão e morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.  A receita de sua santidade era a devoção absoluta em Deus e a sua filial amizade espiritual e devoção com Nossa Senhora da Conceição, a quem ela, carinhosamente, chamava de “Minha Sinhá”. Nhá Chica compôs uma Novena em honra de Nossa Senhora da Conceição e dos votos que recebia de sua caridade fez construir uma bela Capela dedicada à santa, ao lado da sua casa, do alto do Morro, voltada para toda a cidade de Baependi, ornando a Igreja com um órgão que tocou pela primeira vez em honra da Imaculada Conceição. Nesta Igreja repousam seus restos mortais.

A vida de Nhá Chica foi de exclusiva dedicação ao amor a Deus e ao próximo e sua humildade, na sua caridade, na sua acolhida a todos os que batiam a sua porta, a quem não condenava, ao contrário acolhia e encaminhava pelos prados do Evangelho e pela vida na Igreja Católica. Uma mulher negra que fez um voto interior, não um voto religioso. Dedicou toda vida para o amor de Deus, e seu amor a Deus foi transmitido para os outros. Depois, na sua simplicidade e humildade, ela foi heroica extraordinária, pode dar um contributo de esperança de ensinamento para todo mundo, do maior ao menor.

Na Bula em que proclamou a serva de Deus Beata o Santo Padre o Papa Francisco deixa candente o motivo desta beatificação. “Nhá Chica, leiga, virgem, mulher de assídua oração, perspicaz testemunha da misericórdia de Cristo para com os necessitados do corpo e do espírito”.

O Papa Francisco, na sua missa cotidiana de 24 de maio de 2006 ensinou que: “Este ‘caminhar’: a santidade é um caminho, a santidade não se compra e nem se vende. Nem se pode presentear. A santidade é um caminho na presença de Deus, que eu devo fazer: ninguém o faz em meu nome. Posso rezar para que o outro seja santo, mas é ele que deve fazer o caminho, não eu. Caminhar na presença de Deus, de modo irrepreensível. Usarei hoje algumas palavras que nos ensinam como é a santidade de todo dia, a santidade – digamos – anônima. Primeira: coragem. O caminho rumo à santidade requer coragem”. 

A santidade de Nhá Chica é atualíssima, particularmente neste ano de 2016, em que aa 54ª. Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, aprovou o documento “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na Sociedade. Sal da terra e luz do mundo”. A partir desse documento, as comunidades, paróquias e dioceses do Brasil tem um novo referencial da reflexão da Igreja sobre a identidade e a atuação dos leigos, como foi a atuação a identidade de Nhá Chica, uma leiga, que de própria vontade consagrou a sua vida e nos ensinou uma singular experiência de santidade, muito atual e que pode e deve ser vivida por todo mundo. Essa santidade é para cada pessoa que queira amar a Deus. Quando se ama a Deus, pode se fazer uma vida como fez a Beata Nhá Chica, uma vida de renúncia, de acolhida, de escuta, de oração, de penitência, de misericórdia e ajuda ao próximo, tudo muito próprio do leigo e leiga de nosso tempo, que deve ser arauto da misericórdia.

Com a Beata Nhá Chica, rezemos a Nossa Senhora da Conceição, pedindo esta graça:

“Virgem da Conceição,
Vós fostes aquela Senhora
que entrastes no céu vestida de sol, calçada de lua,
coroada de estrelas e
cercada de anjos...
Vós prometestes ao Anjo Gabriel
que socorreríeis a todo aquele
que invocasse
Vosso Santo Nome.

Agora é a ocasião.
Valei-me, Senhora da Conceição! (3 vezes)
Salve Rainha, mãe de misericórdia...”.

       Beata Nhá Chica, rogai por nós!

* Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora, MG.

 

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Artigo: O desafio de ser cristão nas Arábias

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Dubai (RV*) - É importante não generalizar conceitos ou preconceitos a respeito da presença do Islã, seja no Oriente Médio ou nos países do Extremo Oriente da Ásia.

Obviamente, as ações dos grupos radicais, no Iraque e Síria alimentam as notícias das redes da grande mídia internacional, dando a impressão de que o islamismo é igual em todos os lugares.

Expatriados de muitos países que trabalham e moram nos Emirados Árabes Unidos, Omã, Kuwait, Barhein, Qatar e Jordânia, respiram ares bastante diferentes.

Certamente a experiência de praticar religiões que não sejam o Islã é muito diferente, se fizermos comparações com países de tradição e cultura cristãs.

Nos Emirados Árabes Unidos, a presença islâmica é avassaladora. São 5.251 mesquitas espalhadas sobre um território, relativamente pequeno, de 83.600 quilômetros quadrados.

Salas de oração, em centros e edifícios comerciais e parques, reforçam ainda mais a atmosfera islâmica do país. Em qualquer parte da cidade, é possível ouvir os chamados para a oração, cinco vezes por dia, emitidos pelos poderosos sistemas de amplificação.

De acordo com o Research Center's Religion & Public Life Project: United Arab Emirates de 2010 , dos quase 10 milhões de habitantes, 77% são islâmicos, 10% católicos, 4% hinduístas, 2% budistas e 7% outras religiões ou nenhuma.

Uma das preocupações comuns de quem vem morar por esses lados, e não é muçulmano, refere-se à prática de sua religião.

"Será que é proibido seguir outra religião?". "Será que existem igrejas cristãs?". "Como será a vida de um cristão em um país muçulmano?". Estas são as perguntas mais frequentes.

Os governantes dos Emirados Árabes Unidos e a mídia, sempre que uma ocasião se apresenta, manifestam seu orgulho de serem considerados um país aberto e tolerante com as outras religiões.

 As igrejas cristãs e templos no país são construídos em terras generosamente doadas pelos governantes de cada Emirado.

Atualmente, em todo o país, são 8 os locais destinados às igrejas e templos. Todas as atividades relacionadas com o culto e doutrinação devem ser realizadas, nas dependências das instituições religiosas.

As igrejas não têm permissão para exibir cruzes ou colocar sinos acima do teto. As construções devem ser baixas sem a opulência das igrejas cristãs de outros países.

Quase todas a igrejas católicas estão funcionando no limite de sua capacidade.

Além de usar todos os espaços internos dos edifícios, algumas delas levantaram grandes tendas para abrigar os frequentadores do sol, sob as quais participam das funções religiosas, transmitidas por telões.

Por ser um país islâmico cujo feriado semanal é a sexta-feira, as atividades religiosas dos cristãos e outras religiões sucedem neste dia em vez do domingo.

Para atender o maior número de participantes, são celebradas até 15 missas, numa sexta-feira, em 9 ou mais línguas. A curiosidade é que a liturgia dominical é celebrada nos três dias, sexta, sábado e domingo.

A Igrejas Anglicanas, além de edificarem seus lugares de culto, multiplicaram salas para acolher grupos cristãos que não possuem estrutura própria.

Aos estrangeiros e cidadãos locais, respeitar o Islã é tido como obrigatório. Blasfemar ou cometer sacrilégio contra qualquer religião é profundamente ofensivo.

O descumprimento dessas regras pode resultar em prisão ou deportação, previstas pela Constituição do país. O proselitismo com a intenção de converter muçulmanos é proibido, mesmo que seja praticado de maneira inconsciente.

O ensino de qualquer religião que não seja o Islamismo não é permitido, em escolas públicas. Por causa dessas questões, é importante ficar atento às manifestações de fé em público; por exemplo, colocar terços ou adesivos de cunho religioso no carro e usar vestimentas ou acessórios que "denunciem" a sua crença, como as camisetas com imagens de santos e crucifixos. Isso é considerado como proselitismo.

Os muçulmanos têm muita dificuldade de aceitar qualquer ideia religiosa que não seja estritamente monoteísta. Embora não concordem com a definição de Deus Uno e Trino, os cristãos são bem vistos, por serem considerados "do Livro", uma forma que se refere aos cristãos e judeus, por serem monoteístas.

* Missionário Pe. Olmes Milani CS.

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Novas tensões na fronteira entre a Eritreia e a Etiópia

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Asmara (RV) - Eritreia e Etiópia entraram em confronto na segunda-feira (13/06) num suposto ataque à Tsorona, pequena localidade da fronteira muito disputada entre os dois países. O incidente reflete as tensões que se prolongam por vários meses.

 Asmara e Adis Abeba não deixaram de acusarem-se mutuamente sobre os ataques na fronteira. Segundo informaram as autoridades etíopes, os combates na fronteira causaram um número significativo de vítimas e seriam os piores registrados nos últimos anos entre os dois países.

No dia seguinte, a Etiópia alertou a Eritreia para o risco de uma guerra total. O porta-voz da diplomacia norte-americano exortou ambas partes à se conterem e avançar para um diálogo político.

Esta animosidade não data de ontem. Desde 1991 e a independência da Eritreia, os conflitos armados continuaram a multiplicar-se com a Etiópia para uma guerra sangrenta em 1998.

Milhares de civis continuam a fugir da Eritreia, afirmou a ONU, constituindo  crimes contra a humanidade em grande escala.

Estas crises estão particularmente relacionadas com a demarcação das fronteiras, questão que já havia sido resolvida com o Acordo de Argel, que foi presenciado pela União Africana em dezembro de 2000.

Com quase 20 anos de hostilidades, estas novas confrontações revelam as tensões sempre presentes sobre esta questão da demarcação das fronteiras. (BC)

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