Noticiário da Rádio Vaticano Noticiário da Rádio Vaticano
RedaÇão +390669883895 e-mail: brasil@vatiradio.va

Sumario del 18/06/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: Vila Nazaré, continue sendo uma obra de testemunho

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco visitou, na tarde desta sábado (18/06), a Vila Nazaré, em Roma. 

A Vila Nazaré foi fundada, em 1946, pelo Cardeal Domenico  Tardini, com o objetivo de acolher órfãos e filhos de famílias numerosas e pobres, a fim de valorizar a sua formação a serviço da sociedade.

  

Ao entrar na capela da estrutura, o Papa foi saudado pelo Cardeal Achille Silvestrini, e pelos fiéis ali presentes. A seguir, foi feita a leitura de um trecho do Evangelho de Lucas, a Parábola do Bom Samaritano. Depois, o Papa proferiu algumas palavras.

“Na parábola, talvez nem o sacerdote, nem o doutor da  lei, nem o samaritano e nem o dono do albergue sabiam responder: Mas quem é o meu próximo? Ou não sabiam quem fosse o próximo. O sacerdote estava apressado, como todos os sacerdotes. O doutor da lei não quis se envolver, mas o pecador, o estrangeiro, que não fazia parte do povo de Deus se comoveu, teve compaixão e se aproximou do homem que estava caído. Os três, o sacerdote, o doutor da lei e o samaritano sabiam bem o que tinham de fazer, mas cada um tomou a sua decisão”, disse o pontífice. 

“Por que me detenho no personagem do Bom Samaritano?”, perguntou o Papa. “Porque o nosso testemunho não pode ser contabilizado. Testemunhar significa viver de tal maneira que os outros vejam as suas obras e glorifiquem o Pai que está no Céu.”

“Eu ouvi falar da Vila Nazaré. Existe esta obra, mas eu não a conhecia bem. Depois, Dom Celli me disse alguma coisa: É uma obra, um trabalho onde se favorece o testemunho. Aqui se vem não para tirar proveito, ganhar dinheiro, mas para seguir os caminhos de Jesus e testemunhar Jesus, semear testemunho. No silêncio, sem explicações, com os gestos, retomar à linguagem dos gestos.”
 
“Espero que esta obra continue sendo uma obra de testemunho, uma casa de testemunho, de testemunho a todos. De testemunho às pessoas que se aproximam ou que ouvem falar. Espero isso e que o Senhor nos liberte dos assaltantes que são muitos! Nos liberte dos sacerdotes apressados, que não têm tempo para ouvir, ver, porque tem de fazer as coisas, nos liberte dos doutores que querem apresentar a fé de Jesus Cristo com uma rigidez matemática e nos ensine a parar, nos ensine a sabedoria do Evangelho: sujar as mãos. Que o Senhor nos dê esta graça”. (MJ)

 

 

inizio pagina

Catequese do Papa na audiência jubilar: "Misericórdia e conversão"

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – O Santo Padre recebeu, na manhã deste sábado (18/6), na Praça São Pedro, milhares de peregrinos e fiéis, provenientes de diversas partes da Itália e do mundo, para a audiência jubilar.

 

Em sua catequese o Papa refletiu sobre a passagem evangélica onde diz que “depois da sua ressurreição, Jesus apareceu diversas vezes aos discípulos, antes de ser elevado à glória do Pai”.

Em uma destas aparições, o Senhor indica o conteúdo fundamental da pregação que os apóstolos deveriam oferecer ao mundo, que o Papa assim classificou:

“Podemos sintetizá-la em duas palavras: ‘conversão’ e ‘perdão dos pecados’. São dois aspectos que classificam a misericórdia de Deus, que, com amor, cuida de nós”.

Hoje, porém, em sua catequese, o Santo Padre explicou apenas a primeira palavra: “conversão”, que está presente em toda a Bíblia, de modo particular na pregação dos profetas, que convidavam, continuamente, o povo a “voltar para Deus”, para pedir-lhe perdão e mudar seu estilo de vida:

“Converter-se, segundo os profetas, significa mudar de direção e dirigir-se novamente ao Senhor, na certeza de que ele nos ama e o seu amor é sempre fiel”.

De fato, conversão foi a primeira palavra da pregação de Jesus: “Convertam-se e acreditem no Evangelho”. Com este anúncio, disse Francisco, Jesus se apresenta ao povo, pedindo que acolha a sua palavra, como última e definitiva que o Pai dirige à humanidade.

Em relação à pregação dos profetas, Jesus insiste ainda mais sobre a dimensão interior da conversão, com a qual toda a pessoa é envolvida, coração e mente, para se tornar criatura nova. E o Papa ponderou:

“Quando Jesus convida à conversão, não o faz para julgar as pessoas, mas a partir da proximidade, da partilha da condição humana e, portanto, da estrada, da casa, da mesa. A misericórdia com os que tinham necessidade de mudar de vida acontecia com a sua presença amável, envolvendo cada um na sua história de salvação”.

Com este seu comportamento, Jesus tocava a profundidade do coração das pessoas, que se sentiam atraídas pelo amor de Deus e impelidas a mudar de vida. Aqui Francisco citou algumas conversões, como a de Mateus e Zaqueu, que aconteceram precisamente assim, porque se sentiram amados por Jesus e, por meio dele, pelo Pai. E o Papa insistiu:

“A verdadeira conversão, insistiu o Papa, acontece quando acolhemos o dom da graça e o claro sinal da sua autenticidade é quando percebemos das necessidades dos irmãos e nos sentimos prontos a ir ao seu encontro”.

O Santo Padre concluiu a sua catequese desta audiência jubilar dizendo: “Quantas vezes sentimos a exigência de uma mudança que envolve toda a nossa vida!” Por isso, exortou os fiéis a seguir este convite do Senhor sem obstinação, porque somente abrindo-nos à sua misericórdia podemos encontrar verdadeira vida e verdadeira alegria.

Após a sua catequese, Francisco passou a cumprimentar os diversos grupos de peregrinos presentes na Praça São Pedro. Eis a sua saudação que fez aos presentes de  língua portuguesa:

“Queridos peregrinos de língua portuguesa, sejam bem vindos! Saúdo a todos convidando-os a pedir ao Senhor uma fé grande para verem a realidade com o olhar de Deus e uma grande caridade para se aproximarem das pessoas com coração misericordioso. Confiem em Deus, como a Virgem Maria! Sobre vocês e suas famílias, desça a bênção do Senhor”.

Assim, o Papa concedeu a todos a sua Bênção Apostólica(MT)

inizio pagina

Caritas Internacional há um ano da 'Laudato sí'

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - Celebra-se, neste sábado (18/06), o primeiro aniversário de publicação da Encíclica ‘Laudato sí’ do Papa Francisco, sobre o cuidado da casa comum. 

A nossa emissora conversou com o Secretário-geral da Caritas Internacional, Michel Roy, sobre o valor social e ambiental desse documento.

Roy: “Foi um documento muito bonito que nos deu muita energia para ir adiante num quadro estratégico. O nosso tema, para estes quatro anos, foi ‘Uma só família humana cuidando da criação’ e a Encíclica ‘Laudato sí’, um ano depois, ainda nos guia. Porém, as pessoas não conseguem segui-la porque o mundo corre rapidamente. Existem dois desafios. O primeiro é o de conseguir deter os subsídios para as energias fósseis e isso deve ser feito agora, buscando transformá-las em renováveis, mas ainda não vemos esta mudança que deve ser feita. Se não for feita agora, haverá uma catástrofe ainda maior! Isso não é somente a ‘Laudato si’ a promovê-la, mas também existem as decisões da Cúpula de Paris sobre as mudanças climáticas. O outro desafio diz respeito a todos nós: Devemos mudar o nosso estilo de vida e consumir menos. Todos nós sabemos que devemos mudar, mas sabemos também que é muito difícil fazê-lo. Estes dois desafios mostram como o ser humano, os pobres e a natureza são vítimas deste modelo de desenvolvimento que consome, um modelo materialista centralizado no consumo. Ainda há muito o que fazer”!

A ‘Laudato sí’ evidenciou quanto a justiça ambiental seja uma justiça social...

Roy: “É este novo conceito de ‘ecologia humana’ que o Papa Francisco incentiva: Como pessoas, como homens, fazemos parte da natureza e precisamos da natureza. O modelo de desenvolvimento atual exclui as pessoas e exclui a natureza. Esta visão unificadora é uma visão muito importante e atravessa todas as partes do mundo.” 

O senhor mencionou a Cúpula de Paris sobre as mudanças climáticas. Naqueles dias se falou muito sobre a ‘Laudato sí’.

Roy: “Este pensamento, esta encíclica teve realmente um grande impacto que foi reconhecido também pela Comunidade internacional. A delegação da Santa Sé, durante os trabalhos do encontro, foi convidada pelas delegações de outros países, principalmente dos subdesenvolvidos, para ter uma opinião. 
Viu-se como a ‘Laudato sí’ tinha guiado realmente a reflexão de muitas delegações. Chegamos a um acordo, que não é certamente perfeito, mas compromete cada parte e todos os países a fazerem alguma coisa e a elaborarem planos para mudar a situação.” (MJ)

 

 

 

 

 

 

inizio pagina

Beatificação da Madre Crostarosa, fundadora da Ordem do SS. Redentor

◊  

Foggia (RV) – O Cardeal Angelo Amato, Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, presidirá, neste sábado (18/), em nome do Papa, à Santa Missa de Beatificação de Maria Celeste Crostarosa, fundadora da Ordem do Santíssimo Redentor.

Júlia, nome que recebeu no batismo, nasceu em Nápoles, em 31 de outubro de 1696. Era a décima de doze filhos de uma família cristã e nobre, de alta magistratura.

Aos 21 anos de idade, juntamente com sua irmã mais velha, Úrsula, e mais tarde, também sua irmã mais nova, Giovana, entra para o Carmelo de Marigliano. Em 21 de novembro de 1718, festa da Apresentação de Maria ao Templo, Júlia recebe o hábito religioso e  passa a se chamar Irmã Maria Celeste do Santo Deserto.

A seguir, descobre o mistério de Cristo, vivo em sua alma e escreve uma regra de pureza para si mesma, inspirada pelo Espírito Santo. Certo dia, depois da Comunhão, penetrada pelo Olhar divino, foi inspirada pelo Senhor, que lhe disse: “Quero que sejas mãe de muitas almas e, por teu intermédio, salvá-las”.

Em 1723, o Carmelo de Marigliano, onde vivia, foi extinto, obrigando Irmã Celeste a se transferir para o de Scala, onde realizou a missão que Deus lhe destinara: a fundação da Ordem do Santíssimo Redentor, em 1731, aprovada pelo Papa Bento XIV em 1750.

Esta Ordem religiosa tem o carisma de levar a "copiosa redenção" aos mais pobres como missionários, padres e irmãos da copiosa redenção.

Madre Maria Celeste foi amiga de dois grandes santos, venerados no mundo inteiro: Santo Afonso Maria de Ligório, doutor da Igreja e fundador da Congregação dos Missionários Redentoristas, e o redentorista, irmão Geraldo Majela.

Essa mística do século XVIII trabalhou com muita coragem entre os mais necessitados. Foi uma mulher forte, perseverante, enérgica, decidida. Soube dizer sempre "sim" a Deus. E quando necessário soube dizer "não" aos homens, inclusive aos homens da Igreja. Sua mensagem, sobretudo sua mensagem eucarística, não é reservada somente aos contemplativos, mas a todos os cristãos.

A nova bem-aventurada faleceu em Foggia, em 14 de setembro de 1775. Seu processo de beatificação teve início em 1987. 

Os cerca de 600 membros da Ordem do Santíssimo Redentor estão presentes em todos os continentes, inclusive no Brasil, e, nos últimos anos, teve uma rápida expansão nos países leste europeu. (MT)

inizio pagina

Igreja no Mundo



Cristãos se unem ao jejum do Ramadã

◊  

Bagdá (RV) - Vários cristãos iraquianos, a convite do Patriarca de Babilônia dos Caldeus, Mar Louis Raphael I Sako, se uniram, nesta sexta-feira (17/06), ao jejum observado por seus compatriotas muçulmanos durante o mês sagrado do Ramadã.  

A iniciativa, proposta aos fiéis e a todos os cristãos alguns dias atrás num comunicado oficial do Patriarcado caldeu, pretende ser um sinal de solidariedade a todos os muçulmanos, jejuar e rezar juntos pedindo o dom da paz e a estabilidade do país e de todo o Oriente Médio.

“Desta maneira queremos somente propor um gesto cristão. Como cristãos, acreditamos que o jejum e a oração, partilhados com os outros, podem fazer milagres, enquanto as armas e as intervenções militares matam somente”, disse o Dom Louis à Agência Fides.

A iniciativa causou reações que foram definidas pelo patriarca como paradoxais. “Alguns cristãos que vivem no exterior se agitaram e até nos criticaram. Por outro lado, recebemos de muitos muçulmanos manifestações comovidas de gratidão. Uma mulher muçulmana veio ao escritório me agradecer. Continuava a repetir: Estamos muito agradecidos, porque somos todos iraquianos”, frisou o patriarca.

“Como é usual nas práticas da tradição espiritual cristã, o jejum e a oração são acompanhados de gestos de caridade. Oferecemos, através da Caritas iraquiana, uma contribuição de 50 mil dólares para os deslocados de Falluja”, disse o Primaz da Igreja caldeia, acrescentando que, na última sexta-feira à noite, os cristãos ofereceram simbolicamente a um grupo muçulmano iraquiano o Iftar, refeição ingerida durante a noite com a qual se quebra o jejum diário durante o mês do Ramadã. (MJ)

inizio pagina

Religiosos indianos: no Jubileu, 40 obras de misericórdia

◊  

Nova Délhi (RV) - “Colocar em prática planos de ação concreta em benefício dos pobres e sofredores”: esse é o sentido do Ano da Misericórdia, segundo o secretário nacional da “Conferência dos Religiosos Indianos – que une as congregações e ordens religiosas presentes na Índia –, Pe. Joe Mannath.

O Jubileu “é algo de real, não é simplesmente fazer uma oração ou participar de uma conferência, explica Pe. Mannath à agência missionária Fides. Podemos responder concretamente ao chamado do Papa Francisco, acrescentou.

Uma contribuição que faz a diferença

“As necessidades são urgentes, as possibilidade são muitas, e nós religiosos encontramo-nos numa posição melhor em relação à maior parte das pessoas: nossa contribuição pode fazer a diferença”, explica ainda o religioso.

Por isso, a Conferência dos Religiosos na Índia propôs a todas as Congregações mais de 40 compromissos práticos a serem cultivados durante o Jubileu e a ser continuado também após a conclusão do Ano especial da Misericórdia.

“Há um leque de opções de 40 planos de ação. Além do mais, essa proposta pode ser também um bom momento para verificar aquilo que nós religiosos estamos fazendo pessoalmente e como comunidade, como províncias e ordens religiosas”, afirma o salesiano.

Três gestos de misericórdia por dia

As ações propostas encorajam obras que podem ser feitas a nível pessoal, bem como a nível comunitário: promover gestos de perdão e reconciliação; doar sangue ou tornar-se doadores de órgãos; instituir uma bolsa de estudo e ajudar um jovem pobre; visitar e cuidar regularmente de enfermos; anciãos e encarcerados; tratar com respeito e justiça os trabalhadores e funcionários das casas dos religiosos; dedicar-se às crianças de rua e toxicômanos; engajar-se no trabalho de instrução, catecismo e auxílio escolar para as famílias indigentes. O plano encoraja todo religioso a “realizar, a cada dia, ao menos três gestos de misericórdia”. (RL)

inizio pagina

Formação



Editorial: Naturalização da miséria

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco voltou a ser “a voz dos últimos” nesta semana quando chamou a atenção para o paradoxo da existência de obstáculos, sejam econômicos, sejam políticos nas ajudas para lutar contra a fome, enquanto as armas circulam livremente. A ocasião para esta dura crítica do Pontífice foi a sua primeira visita à sede em Roma do Programa Mundial Alimentar, PMA, organismo das Nações Unidas que se encarrega de distribuir ajudas alimentares.

 

No seu denso discurso diante dos representantes dos Estados que fazem parte do Conselho Executivo do PMA, Francisco fez notar um fenômeno estranho e paradoxal: “enquanto as ajudas e os planos de desenvolvimento se veem obstaculizados por intrincadas e incompreensíveis decisões políticas, por tendenciosas visões ideológicas ou por insuperáveis barreiras alfandegárias, as armas não; não importa a sua origem, circulam com uma liberdade jactanciosa e quase absoluta em muitas partes do mundo. E assim nutrem-se as guerras, não as pessoas. Em alguns casos, usa-se a própria fome como arma de guerra”.

As vítimas se multiplicam – observou o Pontífice – porque ao número de pessoas que morrem de fome e desnutrição se acrescenta a de combatentes que morrem no campo de batalha e de muitos civis que caem nos conflitos e nos atentados. Estamos plenamente conscientes disso, porém deixamos que a nossa consciência se anestesie.

E assim, as populações mais fracas não somente sofrem os conflitos bélicos mas também, por sua vez, sofrem com a falta de ajudas, que são bloqueadas. É urgente, - disse Francisco -, desburocratizar tudo aquilo que impede que os planos de ajuda humanitária cumpram seus objetivos. Nesta desburocratização da fome o Papa citou o papel fundamental do PMA.

Em outra parte do discurso o olhar de Francisco tocou a excessiva informação de hoje. Sim, “o excesso de informação de que dispomos gera gradualmente a habituação à miséria; ou seja, pouco a pouco tornamo-nos imunes às tragédias dos outros, considerando-as como qualquer coisa de “natural”; em nós gera-se a “naturalização” da miséria”. E uma dura constatação de Francisco: “são tantas as imagens que nos invadem onde vemos o sofrimento, mas não o tocamos; ouvimos o pranto, mas não o consolamos; vemos a sede, mas não a saciamos. Assim, muitas vidas entram a fazer parte de uma notícia que, em pouco tempo, acabará substituída por outra. E, enquanto mudam as notícias, o sofrimento, a fome e a sede não mudam, permanecem”.

O Santo Padre voltou a levantar a sua voz para deixar claro que a falta de alimentos “não é algo natural, não é um dado óbvio nem evidente”. E destacou que em pleno século XXI, onde muitas pessoas sofrem deste flagelo, tudo se deve a uma egoísta e má distribuição dos recursos, a uma “mercantilização” dos alimentos.

Francisco lamentou como o acesso aos alimentos se “transformou em privilégio de uns poucos” e que o consumismo nos induziu a nos a acostumarmos ao supérfluo e ao desperdício cotidiano de comida. O Santo Padre não perdeu a oportunidade para recordar que o alimento que se desperdiça é como se fosse roubado da mesa do pobre, “de quem tem fome” e exortou a identificar caminhos e modos que, afrontando seriamente tal problemática, sejam veículos de solidariedade e de partilha para com os mais necessitados.

Dirigindo a sua atenção ao PMA Francisco fez um apelo para que os Estados membros incrementem decisivamente sua real vontade de cooperar com essa finalidade para que o PMA, não somente possa responder às urgências, mas também possa realizar projetos sólidos e consistentes.

Aos funcionários do PMA, um pensamento “que brotou do coração”. Falando de improviso animou-os a seguirem avante. A não se deixarem vencer pelo cansaço, e a não permitam que a dificuldades os desencorajem. “Necessitamos sonhar e necessitamos de sonhadores”, disse Francisco.

Fiel à sua missão, a Igreja Católica quer trabalhar com todas as iniciativas que visam a salvaguarda da dignidade das pessoas. Para se tornar realidade esta prioridade urgente da “fome zero”, o Papa assegurou todo o apoio e sustentação.

Fazemos nossas as palavras do Observador da Santa Sé junto à agência humanitária das Nações Unidas, Mons. Fernando Chica Arellano, que através da Rádio Vaticano fez um convite, para que seja lido todo o discurso do Santo Padre, porque se trata de um texto verdadeiramente programático que ajuda todos. O Papa disse que não podemos considerar a fome um problema a mais, não podemos habituar-nos com o fato de existir famintos no mundo. Ou seja, os famintos devem realmente mexer com a nossa consciência e será a única maneira de realmente se fazer alguma coisa, não confiar somente nas palavras, mas começar a agir. “A fome deve pertencer aos museus, isto é, ao passado.” (Silvonei José)

 

inizio pagina

Reflexão dominical: a identidade de Jesus

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - O trecho escolhido do Evangelho de Lucas para este domingo nos fala da identidade de Jesus.  Nele temos Pedro diante da pergunta do Senhor: “Quem diz o povo que eu sou?”, respondendo: “O Cristo de Deus”.

Imediatamente a essa resposta, o Senhor proíbe seus discípulos de tornarem pública sua identidade. 

Perguntamo-nos qual o motivo desse segredo e em seguida lemos Jesus falando de sua paixão, morte e ressurreição. Ora, Jesus receia que o anúncio de que ele é o Cristo de Deus, reforce na mente dos judeus a missão messiânica da restauração política de Israel, mas essa não é sua missão. Jesus revela a seus amigos que ele irá sofrer e chegará à morte, mas ressuscitará. Mais ainda, diz que quem quiser acompanhá-lo deverá, a seu exemplo, entregar sua vida até à morte.

O Senhor faz conhecer a seus discípulos o verdadeiro significado de ser messias. Não é uma tarefa triunfante, mas sim, árdua, penosa, que exige profunda conversão de interesses e obediência ao Pai. É um sair de si, um voltar-se totalmente para o outro no serviço do Pai.

Também nós, que nos colocamos ao serviço do Evangelho, seja como sacerdotes, seja como catequistas, seja apenas como uma presença cristã em meio a uma sociedade paganizada, deveremos nos conscientizar de que precisamos sair de nós mesmos e aceitar a cruz de cada dia. Somente assim seguiremos o Senhor em sua missão, agora nossa, recebida no dia de nosso batismo e confirmada no dia em que fomos crismados.

Sair de si, sair de nós mesmos significa renunciar ao controle de nossa própria vida e nos abrirmos ao futuro, à ação de Deus; sempre confiando na graça de Sua força e proteção para não cedermos à tentação, mas fortalecidos por ela, atravessar os sofrimentos e chegar à ressurreição.

(Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para o XII Domingo do Tempo Comum)

inizio pagina

Atualidades



Crônica: Ministérios para a felicidade e a tolerância nas Arábias

◊  

Dubai (RV*) - Amigas e amigos, estou de volta, desejando-lhes paz e felicidade, dos desertos das Arábias. 

O Criador continua a surpreender-nos com sua ação. Certamente, nossa resposta é deixar-nos fascinar e alegrar-nos com tudo o que acontece de bom no universo. Como nada se move fora de sua presença, é digno de apreço quando boas noticias surgem, fora de nossa órbita.

É de conhecimento que a máquina do governo de países corruptos é composta de muitos ministérios, cuja finalidade é beneficiar os amigos dos próprios governantes. A consequência é o alto custo que isso acarreta, em detrimento da falta de serviços para o povo.

É digna de apreço e, talvez, de inspiração a atitude do governo dos Emirados Árabes Unidos, de reduzir o tamanho para ter um bom governo. Além de diminuir o número de ministérios e reestruturá-los para entrar com eficiência nas décadas futuras, é admirável a intenção de governar para a felicidade do povo.

Na era em que o mundo coloca, no centro de tudo, a economia e o mercado, parece até estranho que um país crie o “Ministério para a Felicidade”, tendo como meta a canalização de politicas públicas e planejamentos para construção de uma sociedade mais feliz. Pois é. O governo dos Emirados Árabes Unidos está criando o “Ministério para a Felicidade”.

Seguindo a tradição de flexibilidade adotada pelo governante anterior, cria-se também o “Ministério da Tolerância”, com a finalidade de inculcar a tolerância como valor fundamental no país.

Pensando no futuro, também o conselho da juventude é formado por mulheres e homens que assessoram o governo, nos assuntos relacionados com os jovens e sua participação na vida do país.

Os expatriados que trabalham nos Emirados Árabes Unidos,* trazendo suas culturas e religiões, têm a esperança que essa forma de governar lhes traga benefícios palpáveis e possam eles também serem felizes vivendo, trabalhando e praticando os valores e princípios de suas religiões, no país.

Que assim, como no deserto, a criatividade humana fez surgir um país moderno e rico materialmente, possa também construir uma sociedade de paz, felicidade e fé, sob o olhar do mesmo Deus.

Amigas e amigos, “O futuro pertence àqueles que acreditam na beleza de seus sonhos”. (Eleanor Roosevelt). Vale a pena sonhar.

* Missionário Pe. Olmes Milani CS, das Arábias para a Rádio Vaticano

inizio pagina