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Sumario del 24/06/2016

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Papa chega à Armênia: primeiro país cristão

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa deu início esta sexta-feira (24/06) a sua visita de três dias à Armênia - a 14ª viagem internacional do seu Pontificado.

Francisco embarcou esta manhã do aeroporto internacional de Fiumicino e depois de quatro horas de voo e quase 3 mil quilômetros percorridos, chega à capital Yerevan às 14h49 (hora local).

Como é tradição, na véspera da viagem o Pontífice foi à Basílica de Santa Maria Maior para rezar diante da imagem de Nossa Senhora Salus Populi Romani pelo bom êxito da visita. As flores que o Papa depositou aos pés do altar tinham as cores da bandeira armênia (vermelho, laranja e azul).

Francisco visita a Armênia a convite do Patriarca e Catholicos de todos os Armênios, Karekin II, e das autoridades políticas e da Igreja Católica.

Programação

Após a cerimônia de boas-vindas, o Papa desloca-se para um momento de oração na Catedral Apostólica em Etchmiadzin, com saudações de Karekin II e Francisco.

Às 18 horas locais, está prevista a visita de cortesia do Papa Francisco ao Presidente da República, Serzh Sargsyan, no Palácio Presidencial, seguido pelo encontro com as autoridades civis e com o corpo diplomático, meia hora depois. Estes dois eventos serão transmitidos ao vivo pela Rádio Vaticano, com comentários em português.

O último compromisso do primeiro dia da viagem à Armênia será um encontro privado com Karekin II, no Palácio Apostólico.

Armênia e os Papas

Trata-se da segunda visita de um Papa ao país. S. João Paulo II esteve na Armênia em 2001. Ainda em 2016, Francisco regressa ao Cáucaso para visitar a Geórgia e o Azerbaijão, entre os dias 30 de setembro e 2 de outubro.

Como Arcebispo de Buenos Aires, Bergoglio teve oportunidade de se reunir com a comunidade armênia na Argentina, a terceira maior da diáspora.

Primeiro país cristão

A Armênia é considerada “o primeiro país cristão”, pois o rei Tiridates III proclamou o Cristianismo como religião de Estado em 301, ainda antes do Império Romano, sob o impulso de São Gregório, o Iluminador.

O rito armênio é um dos mais antigos do Cristianismo do Oriente, com origens que remontam à época apostólica com Tadeus e Bartolomeu – considerados os Apóstolos do país.

(bf)

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Francisco encontra um país ferido que busca a paz

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco já está na Armênia para a 14ª Viagem Apostólica Internacional de seu Pontificado. Após 4 horas de voo, às 14h49 (hora local) chegou a Yerevan onde teve lugar a cerimônia de boas-vindas no aeroporto e, imediatamente, os primeiros encontros. 

Uma viagem apostólica cheia de significados, primeira etapa da visita ao Cáucaso, que será concluída em setembro próximo com a Geórgia e o Azerbaijão. O Papa Francisco visita a Armênia 15 anos depois da viagem de João Paulo II. Será um novo abraço com o país que por primeiro, em 301 dC, no ápice da missão evangelizadora de São Gregório, o Iluminador, proclamou o Cristianismo como religião de Estado: bem 79 anos antes do Edito de Teodósio, com o qual o Império Romano tornou oficial a fé em Cristo, depois de tê-la admitida em 313 com o Edito de Milão.

Diálogo

Será um diálogo profundo, o do Papa Francisco, com um país ferido que busca a paz. Após o longo período em que foi incorporada à União Soviética - o russo é a segunda língua mais falada no país – a Armênia ainda enfrenta hoje o conflito territorial com o Azerbaijão. No cerne da questão, a região de Nagorno-Karabakh, um enclave de maioria armênia em território Azerbaijão.

Mas, acima de tudo, a ferida mais profunda remonta a 1915, quando um milhão e meio de armênios, sobretudo cristãos, foram horrivelmente massacrados pela mão do exército otomano – um episódio que divide Armênia e Turquia. Ancara não aceita o termo “genocídio” para definir aquele massacre.

O Papa se reunirá com autoridades civis e religiosas, com os Patriarcas armênio-Apostólico e armênio-Católico. Significativa a visita ao Memorial de Tzitzernakaberde, que recorda precisamente o massacre armênio; a visita a um orfanato em Gyumri, no âmbito das obras de misericórdia que o Papa faz neste Jubileu extraordinário; em seguida, o encontro ecumênico e a oração pela paz.

Finalmente, a visita ao Mosteiro de Khor Virap, na fronteira com a Turquia, onde o Pontífice irá liberar duas pombas, símbolo da paz, em direção do Monte Ararat, onde, segundo a tradição bíblica, encalhou a Arca de Noé no final do Dilúvio Universal. Francisco retorna ao Vaticano no próximo domingo à noite.

(SP)

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Papa Francisco comenta saída do Reino Unido da União Europeia

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Yerevan (RV) - "Foi a vontade expressa pelo povo, e isso requer a todos nós uma grande responsabilidade para garantir o bem do povo do Reino Unido e também o bem e a convivência de todo o continente europeu. Assim eu espero".  

Essas foram as palavras do Papa Francisco aos jornalistas ao ser informado, durante o voo de Roma a Yerevan, sobre o resultado do referendo em que, por 52% contra 48%, o povo britânico votou pela saída do país da União Europeia.

Colômbia

Francisco também disse que é "uma bela notícia" aquela da assinatura do Acordo de Paz entre o Governo e as FARC na Colômbia.

"Espero que os países que trabalharam para construir a paz e que dão garantia de que isto vá adiante, blindem isso a tal ponto que não se possa voltar nem de dentro e nem de fora, a um estado de guerra".

(rb)

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Povo armênio: visita papal trará bênçãos ao país

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Yerevan (RV) – Com a visita à Armênia que tem início nesta sexta, o Papa Francisco acolhe o convite do Catholicos armênio apostólico, Karekin II, das autoridades civis e da Igreja católica, e retribui a visita realizada em 12 de abril, do ano passado, ao Vaticano, dos patriarcas armênios apostólicos e católico, e do presidente armênio. 

A visita da delegação armênia deu-se por ocasião da missa aos fiéis de rito armênio no Centenário do Metz Yeghern ‘O Grande Mal’ quando, em 1915, 1,5 milhão de armênios foram massacrados pelo Império Otomano.

Geografia e população

A Armênia é um país com 3 milhões e 300 mil habitantes. Localizada no sudeste da Europa, é a menor das ex-repúblicas soviéticas. A cadeia montanhosa do Cáucaso estende-se por todo o território. 

Os armênios da diáspora são cerca de 8 milhões. Cerca de 130 mil vivem no Nagorno-Karabakh, território armênio cedido por Stalin, em 1923, ao Azerbaijão, cuja ideia de unificação com a Armênia, que teve início em 1980, e resultou num conflito violento entre a Armênia e Azerbaijão. Em 1994, foi assinada uma trégua - nem sempre respeitada. 

Visita do Papa

O entusiasmo dos armênios pela visita do Papa Francisco nota-se já no aeroporto internacional de Yerevan onde foram instaladas alguns televisores cujas imagens e palavras dão as boas-vindas ao Santo Padre.

Foram colocadas várias bandeiras ao longo da avenida que do aeroporto leva ao centro da capital com as cores da Armênia, vermelho, azul e laranja, violeta, cor da Igreja Apostólica Armênia, e amarela e branca, da Santa Sé.

Também se veem vários telões espalhados pela cidade que anunciam a visita de Francisco. Em alguns foram escritas palavras de agradecimento ao Santo Padre por esta visita. 

Os fiéis apostólicos que constituem 90% da população consideram o Papa Francisco um pastor, um líder religioso que vem à Armênia encontrar o seu povo e que com esta visita trará bênçãos para esta nação. 

O Pontífice encontrará um país pobre que tornou-se independente em 1991. O motor da economia armênia é o turismo. O setor agrícola tem um papel discreto na economia, atendendo as necessidades de consumo da população local, e não de exportação.
 
O Santo Padre encontrará um país jovem. Caminhando pelas estradas de Yerevan nota-se que a juventude constitui a maior parte da população. Infelizmente, o índice de desemprego é elevado. 

Repercussão na imprensa

A imprensa local deu amplo destaque à visita do Papa ao país. O jornal ‘Yerakouyn,’ que significa ‘Tricolor’, as três cores da bandeira Armênia, mostra algumas fotos do encontro entre o Papa Francisco e o Presidente Armênio, Sargsyan, no Vaticano, em setembro de 2014.

Destaque ainda para o encontro entre o Papa Francisco e Catholicos Karekin II, na Basílica de São Pedro, em abril do ano passado, na celebração do centenário do Metz Yeghern.

O Yerakouyn é único jornal publicado na Armênia em língua armênia ocidental. Na Armênia se fala e se escreve em armênio oriental.
 
Outro jornal que deu amplo espaço à visita do Papa é o ‘Haier anisor’, ‘Armênios hoje’, órgão de comunicação do Ministério da Diáspora, importante porque conserva uma ligação entre a diáspora e a Armênia.

‘News.am’, ‘Notícias da Armênia’, destaca a visita do Papa ao país e fez algumas reportagens e vídeos sobre os lugares que o Santo Padre visitará aqui na Armênia.

Sobre o que os armênios esperam da visita do Papa nós conversamos com o Bispo dos Armênios Católicos da América do Sul, Dom Vartan Waldir Boghossian, que está entre os 14 bispos católicos armênios da diáspora presentes aqui na visita papal.  

Nós conversamos também com o sacerdote da Igreja Apostólica Armênia de São Jorge, em São Paulo, Pe. Der Yeznig, sobre o significado da visita do Papa Francisco à Armênia.  

De Yerevan para a Rádio Vaticano, Mariangela Jaguraba

 

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Armênia: Papa encontra um país marcado pelo desemprego

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Yerevan (RV) - Os armênios receberam o Papa Francisco, em Yerevan, nesta sexta-feira (24/06), com grande satisfação. 

Os fiéis apostólicos constituem 90% da população armênia e consideram o Santo Padre um pastor, um líder religioso que vem a este país encontrar o seu povo e afirmam que esta visita trará bênçãos para esta terra. 

Uma atmosfera religiosa se respira em Yerevan. De todas as partes da cidade se vê o majestoso e bíblico Monte Ararat, símbolo do país, que os armênios podem admirar somente à distância, pois se encontra na Turquia. A enorme montanha pode ser vista de vários pontos da Armênia.

Para os armênios, nessa região se situa o ‘Paraíso Terrestre’ descrito no Capítulo 2, versículo 14 do Livro do Gêneses. É também considerado o local onde a Arca de Noé encalhou depois do dilúvio e ele plantou as primeiras vinhas. Hoje, as uvas continuam sendo cultivadas no vale do Monte Ararat. Aos pés da grande montanha se encontra o Mosteiro de Khor Virap, que o Papa Francisco visitará no próximo domingo.

O Santo Padre encontra um país de maioria jovem. Caminhando pelas estradas de Yerevan nota-se que a juventude constitui a maior parte da população. Infelizmente, o índice de desemprego é elevado. 

Sobre a situação que o Papa Francisco encontra na Armênia nós conversamos com o Bispo dos Armênios Católicos da América do Sul, Dom Vartan Waldir Boghossian, que está entre os 14 bispos católicos armênios da diáspora presentes aqui na visita papal.  

Infelizmente, existe um conflito entre a Armênia e o Azerbaijão por causa do território de Nagorno-Karabakh, cedido por Stalin, em 1923, ao Azerbaijão, cuja ideia de unificação com a Armênia, que teve início em 1980, resultou numa guerra violenta entre os dois países.  Em 1994, foi assinada uma trégua nem sempre respeitada. 

Perguntamos a Dom Boghossian se  a visita papal irá contribuir no processo de paz na região.  

De Yerevan para a Rádio Vaticano, Mariangela Jaguraba

 

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Papa na Catedral armênia: renovar o esforço da plena unidade

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa partiu, na manhã desta sexta-feira (24/6) para mais uma Viagem Apostólica, a 14ª do seu Pontificado, que o levou à Armênia. 

Antes de partir para uma viagem internacional, o Pontífice costuma ir à Basílica de Santa Maria Maior para rezar diante da imagem de Nossa Senhora “Salus Populi Romani” pelo bom êxito da sua viagem. O ramalhete de flores que o Papa depositou aos pés da imagem mariana tinha as cores da bandeira armênia: vermelho, laranja e azul.

O Papa partiu do aeroporto romano de Fiumicino às 9h locais (4h de Brasília), com destino à capital armênia, Yerevan. Ao percorrer cerca de 3 mil quilômetros, em quatro horas, o Santo Padre  enviou, como de praxe, telegramas aos chefes de Estado dos países sobrevoados: Itália, Croácia, Bósnia-Erzegóvina, Montenegro, Sérvia, Bulgária e Turquia.

Francisco visita a Armênia a convite do Patriarca e Catholicos de todos os Armênios, Karekin II, e das autoridades políticas e da Igreja Católica.

Após a cerimônia de boas-vindas, no aeroporto de Yerevan, o Papa dirigiu-se para a Catedral Apostólica, em Etchmiadzin, para alguns momentos de oração.

Depois das cordiais saudações do Patriarca Karekin, o Santo Padre pronunciou seu discurso, agradecendo as boas vindas do Catholicós de Todos os Armênios, dizendo:

Fraternidade

“Atravessei, comovido, o limiar deste lugar sagrado, testemunha da história do seu povo, centro irradiador de espiritualidade; considero uma graça de Deus poder me aproximar do santo altar, de onde refulgiu a luz de Cristo na Armênia. Agradeço o grato convite para visitá-los e à Sua Santidade, por ter-me acolhido em sua casa. Este sinal de amor expressa, mais que as palavras, o profundo significado de amizade e caridade fraterna”.

Nesta ocasião, o Papa recordou que “a luz da fé confere à Armênia a sua identidade peculiar de mensageira de Cristo entre as Nações”, que a acompanhou e amparou, sobretudo nos momentos de maior provação:

“Inclino-me diante da misericórdia do Senhor, que quis que a Armênia se tornasse a primeira nação, desde o ano 301, a acolher o cristianismo como sua religião, em uma época em que ainda enfuriavam as perseguições. Para a Armênia, a fé em Cristo foi um elemento constitutivo da sua identidade, um dom de enorme valor defendido à custa da própria vida”.

Unidade

Aqui, o Pontífice invocou as bênçãos divinas sobre este luminoso testemunho de fé, demonstrado até com o martírio, e a fecundidade do Batismo, recebido há mais de 1700 anos. Agradeceu a Deus pelo caminho que a Igreja Católica e a Igreja Apostólica Armênia realizaram, mediante um diálogo sincero e fraterno, para chegar à plena partilha da Mesa Eucarística:

“Que o Espírito Santo nos ajude a realizar a unidade desejada por nosso Senhor, que pediu para que todos os seus discípulos sejam uma só coisa e o mundo creia. Apraz-me lembrar aqui o impulso decisivo dado à intensificação das relações e ao fortalecimento do diálogo entre as nossas duas Igrejas nos últimos tempos por Vasken I e Karekin I, e por São João Paulo II e Bento XVI”.

A seguir, Francisco afirmou que o nosso mundo - marcado por divisões e conflitos, bem como por graves formas de pobreza material e espiritual, incluindo a exploração das pessoas, crianças e idosos, - espera dos cristãos um testemunho de estima mútua e colaboração fraterna, que faça resplandecer diante de cada consciência o poder e a verdade da Ressurreição de Cristo. E acrescentou:

“O esforço paciente e renovado rumo à plena unidade, a intensificação das iniciativas comuns e a colaboração entre todos os discípulos do Senhor, tendo em vista o bem comum, representam uma luz e um apelo para viver, na caridade e na compreensão mútua, as nossas diferenças. O espírito ecumênico adquire valor exemplar e constitui um forte convite a compor as divergências através do diálogo e da valorização do que nos une”.

O Bispo de Roma concluiu seu pronunciamento ressaltando que “quando a nossa atividade é inspirada e movida pela força do amor de Cristo, crescem o conhecimento e a estima recíprocas, criam-se melhores condições para um caminho ecumênico frutuoso e, ao mesmo tempo, mostra a toda a sociedade um caminho concreto, que pode ser percorrido para harmonizar os conflitos que dilaceram a vida civil e causam divisões”.

(MT)

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Papa: povo armênio sempre encontrou em Cristo a força para se levantar

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Yerevan (RV) - O povo armênio guarda na sua memória não só as feridas do passado, mas também o espírito que sempre lhe permitiu começar de novo: disse o Papa Francisco em seu segundo discurso em terras armênias, no encontro com as autoridades, a sociedade civil e o Corpo diplomático.

O encontro deu-se no Palácio Presidencial, em Yerevan, na visita de cortesia ao Presidente da República, Serzh Sargsyan.

Tendo manifestado a alegria de visitar o país caucásico, o Pontífice falou de um povo de antigas e ricas tradições, que testemunhou corajosamente a sua fé, que sofreu muito, mas sempre voltou a renascer.

Após ter agradecido as palavras de boas-vindas do Presidente a ele dirigidas em nome do governo e dos habitantes da Armênia, Francisco recordou com esta visita retribuir a que fez o mandatário da nação ao Vaticano, no ano passado, ocasião em que se celebrou o centenário do Metz Yeghérn, o “Grande Mal”, que atingiu o povo armênio e causou a morte duma multidão enorme de pessoas, ressaltou.

Tragédia que atingiu o povo armênio marcou início das imensas catástrofes do século passado

Atendo-se a essa imane tragédia que no século passado se abateu contra o povo armênio, o Papa referiu-se a ela como o início das imensas catástrofes do Séc. XX, explicitando-a:

“Aquela tragédia, aquele genocídio, marcou o início, infelizmente, do triste elenco das imensas catástrofes do século passado, tornadas possíveis por aberrantes motivações raciais, ideológicas ou religiosas, que ofuscaram a mente dos verdugos até ao ponto de se prefixarem o intuito de aniquilar povos inteiros. É muito triste que – tanto neste como nos outros – as grandes potências internacionais olhavam para outro lado.”

Mesmo nos momentos mais trágicos da sua história, o povo armênio “sempre encontrou na Cruz e na Ressurreição de Cristo a força para se levantar de novo e retomar o caminho com dignidade”, disse o Santo Padre evidenciando que isso revela como são profundas as raízes da fé cristã e que tesouro infinito de consolação e esperança a mesma encerra. Feitas tais considerações, o Papa acrescentou, auspiciando com veemência:

Humanidade saiba tirar lições do passado

“Tendo diante dos nossos olhos os resultados nefastos a que conduziram, no século passado, o ódio, o preconceito e a ambição desenfreada de domínio, espero vivamente que a humanidade saiba tirar daquelas experiências trágicas a lição de agir, com responsabilidade e sabedoria, para evitar os perigos de recair em tais horrores.”

O Pontífice exortou a que se multipliquem os esforços, por parte de todos, a fim de que, nas disputas internacionais, prevaleçam sempre o diálogo, a busca constante e genuína da paz, a colaboração entre os Estados e o assíduo empenho das organizações internacionais, a fim de se construir um clima de confiança propício a alcançar acordos duradouros, que olhem para o futuro.

A Igreja Católica deseja colaborar ativamente com todos aqueles que têm a peito o destino da civilização e o respeito pelos direitos da pessoa humana, para fazer prevalecer no mundo os valores espirituais, desmascarando quantos deturpam o seu significado e beleza.

Unir forças para isolar quem instrumentaliza e manipula o Santo Nome de Deus

A esse propósito, Francisco foi taxativo:

“É de importância vital que quantos declaram a sua fé em Deus unam as suas forças para isolar quem quer que use a religião para levar a cabo projetos de guerra, opressão e perseguição violenta, instrumentalizando e manipulando o Santo Nome de Deus.”

Francisco denunciou mais uma vez a perseguição de que os cristãos são vítimas em muitas partes do mundo e os muitos conflitos que não encontram solução positiva.

Hoje, nalguns lugares, particularmente os cristãos – como e talvez mais do que na época dos primeiros mártires – são discriminados e perseguidos pelo simples fato de professarem a sua fé, ao mesmo tempo que demasiados conflitos em várias áreas do mundo permanecem ainda sem soluções positivas, causando lutos, destruições e migrações forçadas de populações inteiras.

Por isso, acrescentou, “é indispensável que os responsáveis pelo destino das nações empreendam, com coragem e sem tardar, iniciativas destinadas a pôr fim a estes sofrimentos, fazendo da busca da paz, da defesa e do acolhimento das pessoas que são alvo de agressões e perseguições, da promoção da justiça e dum desenvolvimento sustentável os seus objetivos primários”.

“O povo armênio experimentou estas situações na própria carne; conhece o sofrimento e a dor, conhece a perseguição; guarda na sua memória não só as feridas do passado, mas também o espírito que sempre lhe permitiu começar de novo. Neste sentido, encorajo-o a prestar a sua valiosa contribuição à comunidade internacional.”

Armênia celebra 25 anos de independência

Francisco recordou que este ano se celebra o 25º aniversário da independência da Armênia.

Os festejos por esta jubilosa ocorrência serão ainda mais significativos, afirmou o Pontífice, “se se tornarem para todos os armênios, na pátria e na diáspora, um momento especial de reunir e coordenar as energias com o objetivo de favorecer um desenvolvimento civil e social, équo e inclusivo, do país”.

O Papa lembrou que a história da Armênia caminha lado a lado com a sua identidade cristã, preservada no decurso dos séculos. Esta identidade cristã, longe de ser obstáculo para a sadia laicidade do Estado, observou, “exige-a e a alimenta, estimulando a cidadania participativa de todos os membros da sociedade, a liberdade religiosa e o respeito pelas minorias.

Identificar caminhos para superar tensões com países vizinhos

O Sucessor de Pedro afirmou ainda que “a coesão de todos os armênios e o maior esforço por identificar estradas úteis para superar as tensões com alguns países vizinhos tornarão mais fácil realizar estes objetivos importantes, inaugurando uma época de verdadeiro renascimento para a Armênia”.

“Deus abençoe e proteja a Armênia, terra iluminada pela fé, pela coragem dos mártires, pela esperança mais forte do que toda a dor”, concluiu o Pontífice.

Encerrada no Palácio Presidencial a visita de cortesia ao presidente armênio, o Santo Padre deslocou-se de Yerevan até Etchmiadzin – a 16Km da capital armênia –, onde, no Palácio Apostólico, teve um encontro pessoal com o Supremo Patriarca e Catholicós de todos os Armênios, Karekin II, seguido da apresentação das Delegações e de 45 bispos armênios apostólicos.

Ao término, Francisco retornou à residência – onde se encontra hospedado –, no Palácio Apostólico, onde jantou de forma privada, concluindo assim seu primeiro dia em terras armênias.

Para amanhã sábado, destaque para a visita ao Complexo Memorial de Tzitzernakaberd, dedicado à memória dos massacres de 1915 perpetrados contra a população armênia sob o império otomano. Ali, o Santo Padre deporá uma coroa de flores na parte externa do Monumento.

Ainda no sábado, destaque também para a santa missa que Francisco presidirá em Gyumri, às 11h locais (4h da manhã de Brasília), e para o Encontro ecumênico e oração pela paz, em Yerevan, às 19 locais (12h de Brasília). A Rádio Vaticano transmitirá ambos os eventos ao vivo, via satélite, para todo o Brasil e demais países de língua portuguesa cujas emissoras nos retransmitem. (RL)

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Acompanhe conosco o Papa na Armênia, ao vivo também no YouTube

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Cidade do Vaticano (RV) – A redação brasileira vai transmitir ao vivo, também pelo YouTube, os principais eventos da Viagem Apostólica do Papa Francisco à Armênia, de 24 a 26 de junho. 

Em nosso canal VaticanBR já está publicada a playlist com todas as 11 transmissões especiais, das quais 5 serão transmitidas em português.

Inscreva-se para receber os alertas de transmissão e agende-se:

Sexta-feira, 24 de junho

Visita à Catedral Apostólica (8h25 Brasília)

Visita ao Presidente e Encontro com as Autoridades (11h Brasília)

Sábado, 25 de junho

Visita ao Memorial de Tzitzernakaberd (2h Brasília)

Santa Missa em Gyumri (4h Brasília)

Encontro Ecumênico e Oração pela Paz (12h Brasília)

Domingo, 26 de junho

Divina Liturgia (2h50 Brasília)

(rb)

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Dom Pizzaballa novo Administrador do Patriarcado Latino de Jerusalém

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco aceitou a renúncia ao governo pastoral do Patriarcado Latino de Jerusalém, apresentada por Sua Beatitude Fouad Twal, por limite de idade.

O Pontífice nomeou Administrador Apostólico Sede Vacante o Fr. Pierbattista Pizzaballa O.F.M., que por doze anos foi Custódio da Terra Santa.

O Papa Francisco elevou Fr. Pizzaballa à dignidade de Arcebispo, conferindo-lhe a sede titular de Verbe.

Currículo

Fr. Pierbattista Pizzaballa nasceu na província de Bergamo, na Itália, em 21 de abril de 1965. Foi acolhido no Seminário menor da Província Franciscana de Cristo Rei, em Bolonha, em 1976. Emitiu a profissão perpétua em Bolonha em outubro de 1989. Estudou Teologia no Pontifício Ateneu Antonianum de Roma e completou os estudos no Studium Biblicum Franciscanum de Jerusalém em 1993. Ainda em Jerusalém, lecionou Hebraico Bíblico na Faculdade Franciscana de Ciências Bíblicas e Arqueológicas. Iniciou seu serviço na Custódia em 2 de julho de 1999. Foi Guardião do convento dos Santos Simeão e Ana e Vigário Patriarcal. Foi eleito Custódio da Terra Santa e Guardião do Monte Sião em maio de 2004 e reeleito em 2010. Em 2013, o mandato se extendeu por mais três anos e se concluiu em abril de 2016.

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Santa Sé: Promover a acessibilidade universal ao Turismo

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Cidade do Vaticano (RV) -  “Turismo para todos: promover a acessibilidade universal” é o tema que a Organização Mundial do Turismo (UNWTO) escolheu para o Dia Mundial do Turismo que será celebrado, como de costume, no dia 27 de setembro.

O Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes divulgou esta quinta-feira uma mensagem pela recorrência, em que recorda as quase 1,2 bilhão de chegadas turísticas internacionais em 2015, número que poderá chegar a 2 bilhões em 2030.

Consciência

Com o aumento numérico – observa a mensagem –  “cresceu também a consciência da influência positiva exercida pelo turismo em muitos âmbitos da vida, com as suas numerosas virtudes e potencialidades. Sem ignorar alguns dos seus elementos ambíguos ou negativos, estamos convictos de que o turismo humanize porque é ocasião para o repouso, oportunidade para o conhecimento recíproco de povos e culturas, instrumento de desenvolvimento econômico, promotor de paz e de diálogo, possibilidade para a educação e para o crescimento pessoal, momento para o encontro com a natureza e âmbito para o crescimento espiritual, para citar algumas das suas características positivas”.

“O turismo não é somente uma oportunidade, mas deve ser um direito de todos e não pode ser limitado a determinadas faixas sociais ou a algumas zonas geográficas precisas”, afirma a nota assinada pelo Presidente do dicastério Cardeal Antonio Maria Vegliò e pelo Secretário Joseph Kalathiparambil, amparados pelo Magistério eclesial. Neste sentido, pode-se falar de um “direito ao turismo”.

Direito de viajar

Os fatos demonstram no entanto que esta realidade não está ao alcance de todos, e “são ainda muitas as pessoas que continuam a ser excluídas desse direito”. Em muitos países em via de desenvolvimento, “esse direito parece uma frivolidade”, não obstante esta atividade represente “um recurso contra a pobreza”. Mas também nos países desenvolvidos existem faixas da sociedade “que não têm acesso fácil ao turismo social”.

Neste sentido, em nível internacional, “se está a promover o chamado “turismo para todos”, que pode ser usufruído por qualquer um e que integra os conceitos de “turismo acessível”, “turismo sustentável” e “turismo social”.

Por “turismo acessível”, compreende-se o esforço por garantir que as destinações e os serviços turísticos sejam acessíveis a todos, independentemente do perfil cultural, dos limites permanentes ou temporários (físicos, mentais ou sensoriais) ou das necessidades particulares , como as que requerem, por exemplo, as crianças e os anciãos.

Sustentabilidade

O conceito de “turismo sustentável”, por sua vez,  inclui o compromisso por obter que esta atividade humana seja a mais respeitosa possível da diversidade cultural e ambiental do lugar que acolhe, levando em consideração as repercussões presentes e futuras.

Já o “turismo social”, pretende “que não sejam excluídos aqueles que têm uma cultura diferente, menos recursos econômicos ou que vivem em regiões mais desfavorecidas”, como  “os jovens, as famílias numerosas, as pessoas com desabilidade e os anciãos, como nos lembra o Código Mundial de Ética do Turismo”.

Assim, é preciso “promover um “turismo para todos” que seja ético e sustentável”, que “garanta uma acessibilidade real física, econômica e social, evitando toda espécie de discriminação”, o que só será possível, “se se puder contar com o esforço de todos, políticos, empresários, consumidores, assim como com o das associações engajadas neste âmbito”.

Neste contexto, a Igreja avalia positivamente os esforços realizados em favor de um “turismo para todos”, iniciativas “que colocam realmente o turismo a serviço da realização da pessoa e do desenvolvimento social”.

“Que o compromisso eclesial a favor de um “turismo para todos” – conclui a mensagem - seja vivido e compreendido como “testemunho da predileção especial de Deus pelos mais humildes”. (JE)

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Apresentado Jubileu das Universidades e dos Centros de Pesquisa

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Cidade do Vaticano (RV) – “Conhecimento e Misericórdia. A terceira missão da Universidade”. Este é o fulcro do Jubileu das Universidades, a ser realizado de 7 a 11 de setembro, e apresentado na manhã desta sexta-feira (24) em Roma. O encontro é promovido pela Congregação para a Educação Católica em colaboração com o Escritório para a Pastoral Universitária da Diocese de Roma e o Ministério da Educação, da Universidade e da Pesquisa.

Serão 300 os relatores provenientes de todo o mundo, além de 1000 participantes previstos e 20 sessões de trabalhos que abordarão dos temas econômicos aos de comunicação, da bioética à teologia, até a psicologia e as finanças; uma mesa redonda que reunirá reitores dos cinco continentes e até mesmo uma Audiência com o Papa Francisco.

Dom Lorenzo Leuzzi, delegado do Escritório diocesano para a Pastoral Universitária:

“Acredito que o Jubileu das Universidades seja um momento importante porque oferece uma ocasião para se ir ainda mais em profundidade no tema da misericórdia e portanto a tentativa de passar da misericórdia assistencial à misericórdia projetual. É uma passagem que não significa exclusão, mas tentativas de recuperar a dimensão assistencial para relançá-la naquela projetual, porque hoje estamos diante de uma sociedade que deve ser construída, como o Papa Francisco nos indicou em diversas ocasiões. Estamos diante de uma mudança de época que impõe uma nova reflexão, isto é, buscar, trabalhar juntos, por meio da colaboração de todos, porque a humanidade tem diante de si grandes desafios nos quais e para os quais a universidade deve desempenhar um papel preponderante”. (JE)

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Igreja na América Latina



Colômbia: assinatura de uma paz verdadeira e não simbólica

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Havana (RV) - Em uma cerimônia em Havana, o presidente colombiano Juan Manuel Santos e o comandante das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), Rodrigo Londono, chegaram a um acordo sobre o cessar-fogo bilateral e definitivo, e o desarmamento dos rebeldes. O acordo põe fim ao conflito que se arrasta no país há 52 anos e que causou mais de 220 mil mortes.

“Precisamos de um sinal claro de que o acordo de paz seja efetivo e não apenas um ato simbólico”, disse Dom Luis Augusto Castro Quiroga, Arcebispo de Tunja e Presidente da Conferência Episcopal da Colômbia depois que – refere a agência Fides -, foi anunciada para esta sexta-feira a assinatura do último dos pontos dos “Diálogos de Paz” em Cuba pelo Governo colombiano e o grupo guerrilheiro FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

A população quer ver imediatamente os efeitos do acordo

“Os guerrilheiros devem entregar e destruir as armas em público”, acrescentou o Arcebispo. Dom Quiroga também recordou algumas informações não verificadas que se espalharam pelo país sobre a possibilidade de que a guerrilha possa retomar as cidades. O arcebispo se fez então intérprete da necessidade de assegurar o povo colombiano. “A população quer ver imediatamente os efeitos do acordo”, sublinhou Dom Castro Quiroga.

Trata-se de um momento histórico para a Colômbia

“As delegações do governo nacional e das FARC informam a opinião pública que chegaram a um acordo sobre cessar-fogo e sobre o fim definitivo das hostilidades” afirma o comunicado conjunto dos negociadores colombianos divulgado na noite desta quinta-feira em Havana. Trata-se de um momento histórico para a Colômbia, visto que a assinatura do acordo significa concluir o conflito armado que dura mais de 50 anos. (SP)

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Igreja no Mundo



Card. Nichols sobre referendum: "Nova passagem da história, difícil para todos"

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Londres (RV) – “Uma nova passagem da história, difícil para todos”. Assim define o Primaz católico da Inglaterra e Gales, Cardeal Vincent Nichols, o novo cenário político e econômico aberto pelo resultado do voto no referendum do Brexit com o qual a maioria dos britânicos decidiu deixar a União Europeia.

Em uma declaração divulgada poucas horas após o anúncio dos resultados, o líder de cinco milhões de católicos ingleses e galeses afirmou que “a Conferência Episcopal reza por quem está comprometido na difícil tarefa de respeitar a vontade popular, expressa nas urnas, trabalhos com respeito e civilidade, além das profundas diferenças de opiniões, e para que os mais vulneráveis sejam apoiados e protegidos sobretudo aqueles que são vítimas do tráfico humano e de pessoas sem escrúpulos que oferecem trabalhos”.

O Arcebispo de Westminster também recordou a “grande tradição democrática do Reino Unido de respeitar a vontade dos eleitores” e disse para rezar para que “as nossas nações construam sobre tradições melhores de generosidade e abertura aos estrangeiros e acolhida a quem tem necessidade de ajuda”.

O comunicado do Presidente da Conferência Episcopal da Inglaterra e Galles se conclui com uma oração, porque “devemos agora trabalhar duramente para demonstrar sermos bons vizinhos e saber contribuir com decisão aos esforços internacionais para enfrentar os problemas mais críticos de nosso mundo”. (JE/Sir)

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Resgatados 5 mil em um dia no Mediterrâneo

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Roma (RV) – A Guarda Costeira italiana confirmou o resgate de 5 mil migrantes na quinta-feira, (23/06).

Foram 43 operações de resgate distintas para salvar os migrantes que estavam em 40 botes infláveis, duas embarcações de médio porte e um pequeno pesqueiro.

Apesar de todos os esforços da Marinha italiana e seus associados europeus, o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), revelou que desde janeiro, 2,5 mil pessoas perderam a vida na travessia.

Êxodo

Desde o início deste ano,  203,9 mil pessoas conseguiram realizar a viagem pelo Mediterrâneo. A maioria seguiu da Turquia para a Grécia. Pouco mais de 20% desse total saiu do norte da África em direção à Itália.

Hoje, a Itália garante os resgates por meio da operação “Mar Seguro”. Desde maio de 2015, o Conselho Europeu financia a operação EUNAVFOR MED Sophia para evitar novas “tragédias no mar ligadas ao tráfico de seres humanos no Mediterrâneo”.

As autoridades alertam que, com a chegada do Verão e as boas condições de navegabilidade no Mediterrâneo, o número resgates tende a crescer neste período.

(rb)

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Concílio Pan-Ortodoxo: Clima de unidade e respeito recíproco

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Atenas (RV) – Os Primazes e Arcebispos das 10 Igrejas Ortodoxas que participam do Santo e Grande Concílio, entraram esta sexta-feira no quinto dia dos trabalhos sinodais. “Tenho uma boa notícia para partilhar com vocês”, disse aos jornalistas o Arcebispo de Telmessos, Job, membro da representação do Patriarcado Ecumênico no Concílio Pan-Ortodoxo. “O Concílio está trabalhando num clima de amor fraterno, em espírito de unidade, escuta recíproca e com discussões amplas e interessantes”.

Importância da observância do jejum hoje

Intensos os trabalhos em Creta – refere a Agência Sir – sobre seis documentos conciliares que foram publicados antes do início do Concílio: muitas foram as discussões e numerosas as emendas. Na quinta-feira os Primazes e os Arcebispos continuaram a discutir o documento sobre “a importância do jejum e sua observância atual”, enquanto prosseguem as sessões sobre o texto “O Sacramento do Matrimônio e os seus impedimentos” Em relação a estes dois documentos, o Escritório de Comunicação do Concílio fala também neste caso de uma “discussão ampla e honesta sobre diversas perspectivas canônicas e pastorais” e informa que “os primazes e hierarcas das Igrejas ortodoxas locais propuseram uma série de sugestões e pedido esclarecimentos”.

Relações com outras Igrejas

Os membros do Concílio receberam os textos finais sobre “Autonomia” e sobre a “Diáspora ortodoxa” e começaram a assiná-los. Para os próximos dias deverão ser assinados os documentos sobre o jejum e sobre “A Missão da Igreja Ortodoxa no mundo de hoje”. No decurso da sessão final, por outro lado, serão discutidas as relações com as outras Igrejas.

Cooperação

O porta-voz do Patriarcado de Alexandria declarou aos jornalistas que foi o Patriarca Bartolomeu que desejou “dar voz aos presentes” e “o que vem a ser dito, deve ser respeitado e acolhido”. Entre os delegados existe um clima de “cooperação, não obstante no passado nunca tenhamos nos encontrado”. Mais do que as deliberações finais, portanto, o Concílio adquire importância como “ocasião de encontro” e o Patriarca Bartolomeu fez de tudo para que este debate acontecesse.

Notícias do mundo chegam a Creta

Os líderes religiosos reunidos em Chania não estão separados do mundo externo. De fato, a notícia de um ataque suicida contra um campo de refugiados na fronteira entre Síria e Jordânia comoveu a Assembleia. Da mesma forma, o Patriarca Bartolomeu foi informado do trágico incidente na Rússia em um campo de férias que causou a morte de 15 crianças. Os Patriarcas e os Arcebispos decidiram enviar uma carta ao Patriarca Kirill da Rússia onde expressam sua solidariedade. (JE/RP)

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Formação



Laudato si - Francisco e o Irmão Ouro

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Capítulo 9

IRMÃO OURO 

FRANCISCO A paz com vocês que me ouvem. Paz e bênçãos. Sou Francisco de Assis. Amigo dos pobres e inimigo das riquezas. Eu vivi há muito  tempo. Há 800 anos. Nasci e me criei na Itália. Naquela época, ainda não se conheciam as terras da América. Me contaram que há 500 anos foi um italiano como eu, um tal Colombo, que as descobriu. E que depois vieram missionários para evangelizar estas terras, para batizar os índios...

OURO  Cale-se, Francisco!... O que está dizendo? Você está completamente enganado.

FRANCISCO Quem me fala, quem me manda calar?

OURO  Eu, Francisco. Falo do fundo da montanha. Mas como você tem bons ouvidos e sabe falar com as criaturas de Deus, me ouvirá.

FRANCISCO Te ouço, mas não sei quem você é...

OURO   Sou... o ouro.

FRANCISCO Ouro?

OURO   Sim, o ouro. Esse metal amarelo e brilhante, reluzente... ouro!

FRANCISCO Olha só, eu nunca tinha falado com metais... E para ser franco, nunca fui muito amigo teu... Mas, diga-me, por que me mandou calar, irmão Ouro? Por que diz que eu estou enganado?

OURO  Porque esse tal Colombo não descobriu nada. Estas terras que agora você está pisando estavam descobertas há milhares de anos... Milhares de povos as habitavam. Os espanhóis e os portugueses não descobriram nada. Eles conquistaram, invadiram. Sabe quem eles estavam procurando por esses lados do mundo?

FRANCISCO Diga-me você, irmão Ouro.

OURO  Procuravam a mim.

MULHER Era uma febre do ouro. Com os índios do Caribe trocaram ouro por espelhos. No México, pareciam porcos furiosos buscando ouro. No Peru, destruíram templos sagrados, convertiam tudo em barras de ouro. Procuravam em lagoas, nas selvas, até no fundo dos vulcões. Inventaram que havia uma cidade de ouro e enlouqueceram para encontrá-la. Ladrões, isso sim.

FRANCISCO Mas, ao menos, com esses ladrões vieram os missionários para evangelizar estes povos...

OURO   Não, Francisco, não, está enganado de novo. Sim, não o nego, alguns foram bons. Mas a maioria fazia o jogo dos invasores... A espada em uma mão, a cruz na outra... Arrasaram as aldeias, violaram mulheres, mataram com pólvora...

FRANCISCO O que me conta me estremece o coração.

OURO Disseram-me que há um papa em Roma, que se chama Francisco como você, que denunciou o que aconteceu.

E disse o Papa Francisco no Encontro com os Movimentos Populares na Bolívia:

Peço humildemente perdão, não só pelas ofensas da própria Igreja, mas pelos crimes contra os povos originários durante a chamada conquista da América.

FRANCISCO Pelo que ouço, também ele se indignou com essas notícias antigas.

OURO  Está enganado outra vez, Francisco. Não são antigas, são de agora, de agora mesmo. Os ladrões só mudaram de nome. Agora se chamam corporações do Canadá, empresas da China, dos Estados Unidos...

FRANCISCO E o que fazem estes novos?

OURO   A mesma coisa. Me procuram, procuram o meu parente o cobre, o meu parente o ferro, o meu primo o carvão... Extrativismo! Isso fazem, nos “extraem”, nos tiram da terra, saqueiam estes países. Sabe como se chama este lugar no qual está?

FRANCISCO Na verdade não, irmão Ouro...

OURO   Se chama Cajamarca, no norte do Peru. Aqui pertinho está a maior mina de ouro da América. Mas se você for no México, na Argentina, no Brasil, na Colômbia, no Chile, em Honduras, no Panamá, em toda América Central, no Equador, na Bolívia, no Caribe... Minas de ouro e de     metais por toda parte...

FRANCISCO  E como te tiram da terra, irmão Ouro, se você vive tão escondido?           

OURO  Já não é como antes, Francisco, quando abriam túneis. Agora removem montanhas inteiras, fazem crateras gigantes, moem milhões de toneladas de terra. E depois, para separar o pó de ouro dessa terra gastam enormes quantidades de água...

LOCUTORA  A mina La Alumbrera, no norte da Argentina, consome 100 milhões de litros diários de água, mais do que bebe toda a população do país por dia.

LOCUTOR  A mina Marlin na Guatemala gasta 250 mil litros de água por hora, a mesma quantidade de que precisa uma família camponesa em 30 anos.

OURO  E essa água que utilizam a misturam com cianureto, com mercúrio, com arsênico... A água fica envenenada e se infiltra no solo. A água já não serve para beber e o solo já não serve para plantar.

FRANCISCO Mas, diga-me, irmão Ouro... as pessoas que vivem nesses lugares estão de acordo?

OURO  Como podem estar de acordo? Mas estas empresas não consultam as comunidades. Só negociam com os governos e com os banqueiros...

FRANCISCO Compram consciências...

OURO  Os governantes de direita e também os que se chamam progressistas todos fazem a mesma coisa. Dizem que assim se desenvolvem nossos países, que somos mendigos sentados sobre um saco de ouro. Mas as empresas retiram o ouro e o levam para fora.

FRANCISCO E o país fica com o quê?

OURO   Esmolas. Migalhas. Crianças doentes, câncer, violência, bares, prostituição... Isso é o que sobra para as comunidades que vivem perto dessas minas. As chamam “minas a céu aberto”.

FRANCISCO A inferno aberto você quer dizer. Desculpe, irmão Ouro, quero te fazer uma pergunta indiscreta. Você... para que você serve?

OURO   Para nada, Francisco. Para fazer joias. A água vale mais que eu.

FRANCISCO  Isso mesmo, porque a água se bebe, mas o ouro não se come.

OURO   Vou te contar um segredo. A maioria, a imensa maioria do ouro que tiram desses buracos enormes vai parar em outros buracos. Nos cofres dos bancos.

FRANCISCO O deus dinheiro, o esterco do diabo. E o que você gostaria, irmão Ouro?

OURO  Gostaria que se esquecessem de mim. Que se adornem com penas de coloridas. Ou com cristais, que também brilham.

FRANCISCO Laudato Si!… Mineradora…? Mineradora Não!

Diz o Papa Francisco em sua encíclica Laudato Si, Louvado Sejas:

As exportações de algumas matérias-primas para satisfazer os mercados no Norte industrializado produziram danos locais, como, por exemplo, a  contaminação com mercúrio na extracção minerária do ouro ou com o dióxido de enxofre na do cobre... Constatamos frequentemente que as empresas que assim procedem são multinacionais, que fazem aqui o que não lhes é permitido em países desenvolvidos ou do chamado primeiro mundo. Geralmente, quando cessam as suas actividades e se retiram,  deixam grandes danos humanos e ambientais, como o desemprego, aldeias sem vida, esgotamento dalgumas reservas naturais, desflorestamento, empobrecimento da agricultura e pecuária local, crateras, colinas devastadas, rios poluídos e qualquer obra social que já não se pode sustentar. (Laudato Si 51)

E disse o Papa Francisco no Encontro com os Movimentos Populares na Bolívia:

Estamos castigando a terra, os povos e as pessoas de um modo quase   selvagem. E por trás de tanta dor, tanta morte e destruição, se sente o  cheiro disso que Basílio de Cesareia chamava “o esterco do diabo”. A  ambição desenfreada de dinheiro que governa. Esse é o esterco do diabo.                                                                       

PERGUNTAS PARA O DEBATE

1- É justo falar do “descobrimento” e da “evangelização” de América?

2- Além de pedir perdão, o que mais a Igreja Católica deveria fazer para reparar os danos causados na Colônia?

3- Que vantagens e desvantagens tem a mineração a céu aberto e a artesanal?

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Artigo: Comunicar Boas Notícias

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Passo Fundo (RV) - A celebração do nascimento de São João tem a marca da alegria. A liturgia da Igreja recorda que João é um dom gratuito de Deus. O nome João significa “Deus se mostrou misericordioso”. Isto se mostra de diversas maneiras: a idade avançada de seus pais, ninguém na família tinha este nome e seu pai volta a falar quando dá o nome ao filho. Mais tarde, São João irá preparar e anunciar a presença de Jesus Cristo no meio de nós, uma presença que marca a história da humanidade. Além da festa religiosa, temos muitas festas juninas inspiradas em São João, cuja tônica é a simplicidade, a alegria e o humor. 

A festa de São João provoca uma reflexão sobre o modo como se olha e se avalia a vida e o mundo. Cotidianamente, ocupa-se muito tempo para comentar as notícias de violência, corrupção, injustiças, polêmicas. Isto está presente na boca das pessoas e nos meios de comunicação. Isto é notícia e desperta interesse. Numa análise mais profunda da realidade e da vida percebe-se que esta é uma parte da verdade. Ver, julgar, criticar o que está errado é necessário. O profetismo de São João foi marcado por denúncias e um forte apelo à conversão. Foi um profeta incômodo e por isso foi martirizado.

Mas também foi o profeta que apontou em meio às realidades que denunciava uma luz ainda desconhecida, uma boa notícia, Jesus Cristo. Aquele que se preocupa com os pobres, que traz liberdade aos oprimidos, anuncia a graça, vive na verdade, prega a justiça, o amor e a paz. Convoca as pessoas a viverem fraternalmente e se amarem.

É só olhar ao nosso redor e perceberemos uma quantidade de gestos de amor, de atenção, de carinho. Nem é preciso fazer muito esforço. Uma infinidade de gestos individuais e institucionais de cuidado com a vida das pessoas, do meio ambiente, dos animais, acontecem permanentemente. Estas ações não requerem, nem necessitam de publicidade. Olhando na perspectiva cristã, vale a recomendação de Cristo, que a tua mão esquerda não saiba o bem que fez a mão direita.

Ver o bem existente é uma questão de justiça para com as pessoas e as instituições. O reconhecimento gera gratidão, gera emoção por saber que uma pessoa fez uma boa ação, um auxílio, um favor a alguém. Gratidão é uma espécie de dívida, é querer agradecer a outra pessoa por ter feito algo muito benéfico para alguém.

Ver e reconhecer o bem gera otimismo que é necessário para vivermos com as imperfeições nossas, dos outros e das instituições. O otimismo estimula à ação. É um remédio contra o azedume que contamina as relações humanas e pinta o mundo com cores falsas.

Se as notícias do mal são replicadas e amplificadas, com muito mais razão as notícias do bem devem ser comunicadas, repetidas e amplificadas.

Dom Rodolfo Luís Weber

Arcebispo de Passo Fundo

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Dom Eurico: João Batista

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Juiz de Fora (RV) - “Antes de ser concebido, tu lhe atribuíste um nome profético, antes que nascesse, ficou cheio do Espírito Santo. Ainda no ventre materno, mereceu ouvir a voz da Mãe do Senhor e, estremecendo de misteriosa exultação, saudou o início da humana redenção. Ele se tornou o Precursor de Cristo, que o proclamou o maior entre os nascidos de mulher.” (Missal segundo o rito ambrosiano) 

Como relata e evangelho de São Lucas, o sacerdote do culto judaico Zacarias e Isabel, apesar da idade avançada, não tinham ainda perdido a esperança de ter um filho. Era para eles uma grande dor, pois a esterilidade para os hebreus, era considerada uma desventura, uma maldição.

Um dia, enquanto Zacarias cumpria o seu ofício de sacerdote no templo e oferecia o sacrifício vespertino no interior do santuário, recebeu um anúncio humanamente inacreditável: em breve, teria um filho. Não conseguiu acreditar e pediu um sinal. O sinal foi dado: ficou mudo até o cumprimento da palavra do Senhor.

Quando João Batista nasceu, os pais concordaram em chamá-lo de João. Que quer dizer “Javé mostra a sua benevolência” e Zacarias readquiriu a fala para cantar o seu hino de agradecimentos e anunciar o destino do recém-nascido, chamando-o de “profeta do Altíssimo”.

Ciente de sua missão, quando chegou à idade conveniente, João foi viver no deserto. Sua vida de penitente impressionava muita gente que de toda a região da Palestina vinha para ouvir o profeta. Ele pregava a penitência e a conversão do coração, para se preparar para a vinda do reino messiânico que se aproximava. Em sinal de purificação dos pecados e do nascimento para uma nova vida, mergulhava nas águas do Jordão todos aqueles que acolhiam sua palavra. Por isso, foi chamado de o “Batista”, isto é, o batizador.

Muitos começaram a pensar que ele fosse o Messias tão esperado, mas ele falou claramente a todos; “Eu vos batizo com água, em sinal de penitência, mas aquele que virá depois de mim é mais poderoso do que eu e eu nem sou digno de carregar seus calçados. Ele vos batizará no Espírito Santo”.

Quando Jesus se apresentou a João, no rio Jordão para ser batizado, ele, indicando Jesus às multidões, dizia: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!”

Para os cristãos, João Batista representa aquele que conclui o Antigo Testamento e que abre o Novo, apresentando a todos a figura de Cristo Redentor.

São João Batista abençoe a todos nós, particularmente, o Brasil neste momento grave em que precisamos de união para refundar a República.

+ Eurico dos Santos Veloso

Arcebispo Emérito de Juiz de Fora, MG.

 

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