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Sumario del 28/06/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Papa: Bento XVI continua servindo a Igreja com vigor e sabedoria

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco conduziu nesta terça-feira (28/06), na Sala Clementina do Vaticano, a celebração solene de comemoração dos 65 anos de Ordenação sacerdotal do Papa emérito Bento XVI.  

“Hoje, festejamos a história de um chamado iniciado há 65 anos com a sua Ordenação sacerdotal ocorrida na Catedral de Frisinga em 29 de junho de 1951”, disse Francisco a Bento XVI. 

“Em uma das mais belas páginas que o senhor dedica ao sacerdócio, sublinha como, na hora do chamado definitivo de Simão, Jesus, olhando para ele, no fundo pergunta-lhe somente uma coisa: ‘Me amas?’. Como é bonito e verdadeiro isto! Porque é aqui, o senhor nos diz, é neste "me amas" que o Senhor funda o apascentar, porque somente se existe amor pelo Senhor Ele pode apascentar por meio de nós”, frisou ainda o Pontífice. 

“É esta a nota que domina uma vida inteira dedicada ao serviço sacerdotal e à teologia que o senhor não por acaso definiu como a ‘busca do amado’; é isto que o senhor sempre testemunhou e testemunha ainda hoje: que a coisa decisiva nos nossos dias - de sol ou de chuva - a única com a qual vem também todo o resto, é que o Senhor esteja realmente presente, que o desejemos, que interiormente sejamos próximos a ele, que o amemos, que realmente acreditemos profundamente nele e acreditando o amemos verdadeiramente. É este amar que realmente nos preenche o coração, este acreditar é aquilo que nos faz caminhar seguros e tranquilos sobre as águas, mesmo em meio à tempestade, precisamente como acontece a Pedro; este amar e este acreditar é o que nos permite de olhar ao futuro não com medo ou nostalgia, mas com alegria, também nos anos já avançados de nossa vida.”

Testemunho

“E assim, precisamente vivendo e testemunhando hoje em modo tão intenso e luminoso esta única coisa realmente decisiva - tendo o olhar e o coração voltado a Deus - o senhor, Santidade, continua servindo a Igreja, não deixa de contribuir realmente com o vigor e a sabedoria para o crescimento dela”, disse Francisco que acrescentou: 

“E o faz daquele pequeno Mosteiro Mater Ecclesiae no Vaticano, que se revela desta forma ser bem outra coisa do que um daqueles cantinhos esquecidos nos quais a cultura do descarte de hoje tende a relegar as pessoas quando, com a idade, as suas forças começam a faltar. É bem ao contrário; e isto permite que o diga com força o seu Sucessor que escolheu chamar-se Francisco!".

"Porque o caminho espiritual de São Francisco iniciou em São Damião, mas o verdadeiro lugar amado, o coração pulsante da ordem, lá onde o fundou e onde no final rendeu sua vida a Deus foi a Porciúncula, a 'pequena porção', o cantinho junto à Mãe da Igreja; junto a Maria que, pela sua fé tão firme e pelo seu viver tão inteiramente do amor e no amor com o Senhor, todas as gerações chamarão bem-aventurada. Assim, a Providência quis que o senhor, caro irmão, chegasse a um lugar por assim dizer propriamente 'franciscano' do qual emana uma tranquilidade, uma paz, uma força, uma confiança, uma maturidade, uma fé, uma dedicação e uma fidelidade que me fazem tão bem e dão força para mim e para toda a Igreja".

Palavras de Bento XVI

E o Papa Francisco concluiu: “Que o senhor, Santidade, possa continuar sentido a mão do Deus misericordioso que o sustenta, que possa experimentar e nos testemunhar o amor de Deus; que, com Pedro e Paulo, possa continuar exultando de alegria enquanto caminha rumo à meta da fé.” 

A seguir, o Papa emérito Bento XVI, em um breve discurso improvisado de agradecimento, recordou que sua vida sacerdotal foi marcada desde o início pela palavra grega "Eucharistomen" e suas tantas dimensões.

“Ao final, queremos nos incluir neste obrigado do Senhor e, assim, receber realmente a novidade da vida e ajudar a transubstanciação do mundo, que seja um mundo não de morte, mas de vida – um mundo no qual o amor venceu a morte.”

(JE/MJ/RB)

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O agradecimento de Bento XVI

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Cidade do Vaticano (RV) – Os 65 anos de ordenação sacerdotal do Joseph Ratzinger foram celebradas esta terça-feira na Sala Clementina, no Vaticano, na presença do Papa Francisco e do próprio Papa emérito, além de numerosos Cardeais e a delegação do Patriarcado Ecumênico em visita ao Vaticano por ocasião da Festa dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo.

Bento XVI foi saudado pelo Papa Francisco, pelo Prefeito da Congregação da Doutrina da Fé Cardeal Gerhard Müller  e pelo Decano do Colégio Cardinalício, Cardeal Angelo Sodano. O último a se pronunciar foi o próprio Papa emérito, que usou estas palavras: 

“Santo Padre, queridos irmãos,

65 anos atrás, um irmão ordenado comigo me convenceu de escrever no santinho da primeira missa somente, exceto o nome e as datas, uma palavra, em grego: "Eucharistomen", convencido que com esta palavra, nas suas múltiplas dimensões, já está dito tudo o que pode se pode dizer neste momento. "Eucharistomen" diz um agradecimento humano, obrigado a todos. Obrigado especialmente ao senhor, Santo Padre! A sua bondade, desde o primeiro momento da eleição, em cada momento da minha vida aqui, me toca, me leva, realmente, interiormente. Mais do que nos Jardins do Vaticano, com a sua beleza, a Sua bondade é o lugar onde eu moro: Sinto-me protegido. Obrigado também pela palavra de agradecimento, por tudo. E esperamos que o senhor possa seguir em frente com todos nós neste caminho da Divina Misericórdia, mostrando o caminho de Jesus, para Jesus, para Deus.

Graças também ao senhor, [Cardeal Sodano], por suas palavras que realmente me tocaram o coração: Cor ad cor loquitur. O senhor fez presente quer a hora da minha ordenação sacerdotal, quer  também a minha visita em 2006 em Frisinga, onde eu revivi tudo isso. Eu só posso dizer que assim, com estas palavras, o senhor interpretou a essência da minha visão do sacerdócio, do meu agir. Lhe sou grato pelo laço de amizade que até agora continua por um longo tempo, de telhado a telhado [refere-se a suas casas que estão próximas]:  é quase presente e palpável.

Obrigado, Cardeal Müller, pelo o seu trabalho que faz para a apresentação dos meus textos sobre o sacerdócio, nos quais procuro também ajudar os confrades a entrarem sempre de novo no mistério em que o Senhor se dá em nossas mãos.

"Eucharistomen": naquele momento o amigo Berger queria mencionar não somente à dimensão da gratidão humana, mas naturalmente à palavra mais profunda que se esconde, que aparece na Liturgia, nas Escrituras, nas palavras gratias agens benedixit Fregit deditque. "Eucharistomen" lembra-nos da realidade de ação de graças, àquela nova dimensão que Cristo deu. Ele transformou em gratidão e assim em bênção, a cruz, o sofrimento, todo o mal no mundo. E então basicamente ele transubstanciou a vida e do mundo e deu-nos e nos dá a cada dia o pão da verdadeira vida, que supera o mundo graças à força do Seu amor.

No final, queremos inserir-nos neste "obrigado" do Senhor, e assim receber realmente a novidade de vida e ajudar para a transubstanciação do mundo: é um mundo não de morte, mas de vida; um mundo em que o amor venceu a morte.

Obrigado a todos vocês. Que o Senhor abençoe a todos nós.

 

Obrigado, Santo Padre”

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Bento XVI abriu a porta aos Papas eméritos, diz Francisco

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Cidade do Vaticano (RV) – Nesta terça-feira, 28 de junho, celebra-se os 65 anos de ordenação sacerdotal de Bento XVI. 

Uma celebração solene recorda a recorrência na Sala Clementina, no Vaticano.

Durante o voo de volta a Roma da Armênia, no domingo (26/06), dentre as respostas aos jornalistas, Francisco esclareceu que não existem “Dois Papas”.

“Não sei se se recorda, que eu agradeci publicamente – não sei quando, mas acredito que em um voo – Bento por ter aberto a porta aos Papas eméritos. E ele, com coragem – com coragem! – decidiu de abrir esta porta. E acredito que isto seja bom para a Igreja. Mas há somente um Papa”.

A cerimônia marca o 9º encontro público entre Francisco e o Papa emérito.

Encontros públicos

O primeira – histórico – foi o encontro em Castel Gandolfo, no dia 23 de março de 2013, quando Bento XVI e Francisco rezaram juntos por alguns momentos.

Depois disso, em 5 de julho de 2013, Bento XVI apareceu novamente ao lado de Francisco durante a inauguração de um monumento a São Miguel, nos Jardins Vaticanos.

Em 22 de fevereiro de 2014, durante o consistório para a criação de novos cardeais, a Basílica Vaticana teve pela primeira vez na história a presença de dois papas.

Ratzinger voltaria a encontrar o público – e Bergoglio – em 27 de abril de 2014, quando da canonização de São João Paulo II e São João XXIII, na Praça São Pedro.

Dois meses mais tarde, em 28 de setembro, a convite de Francisco, Bento XVI voltou à Praça São Pedro, onde participou do encontro com a terceira idade. O Papa emérito aparecera bem disposto, apesar de caminhar muito devagar e com a ajuda de uma bengala.

Sempre a convite do Papa Francisco, Bento XVI esteve novamente na Praça São Pedro em 19 de outubro de 2014, quando concelebrou o rito de beatificação do Papa Paulo VI.

Em 2015, Bento XVI voltou à Basílica de São Pedro, onde participou do consistório no qual Francisco criou 20 novos cardeais em 14 de fevereiro.

No final de 2015, Bento XVI passou a Porta Santa da Misericórdia da Basílica de São Pedro, aberta pelo Papa Francisco para o Jubileu, em 8 de dezembro.

(rb)

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Papa: sofrimento humano deve unir os cristãos

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu na manhã desta terça-feira (28/06), no Vaticano, uma delegação do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, que veio a Roma para participar da festa dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, em 29 de junho, padroeiros da cidade.

Trata-se de uma cortesia entre o Patriarcado e a Santa Sé que se repete todos os anos por ocasião dos santos padroeiros. A Santa Sé envia uma representação à sede do Patriarcado Ecumênico, em Istambul, para a festa de Santo André, em 30 de novembro. 

Em seu discurso, o Santo Padre destacou que a festa deste ano será marcada pela misericórdia, no âmbito do Jubileu que a Igreja está vivendo. Os Santos Pedro e Paulo fizeram ambos a experiência primeiro do pecado, depois da potência da misericórdia divina. O primeiro renegando seu Mestre, e o segundo perseguindo a Igreja.

Renovar

“Celebrando a festa dos Apóstolos, renovamos a memória daquela experiência de perdão e de graça que une todos os fiéis em Cristo”, disse o Papa. Não obstante as diferenças entre a Igreja de Roma e a de Constantinopla no que diz respeito à liturgia, às disciplinas eclesiásticas e ao modo de formular a verdade revelada, na base das duas Igrejas está a mesma experiência do amor infinito de Deus pela nossa pequenez e fragilidade.

“Reconhecer que a experiência da misericórdia de Deus é o vínculo que nos une, implica que devemos fazer com que a misericórdia se torne sempre mais o critério das nossas relações recíprocas”, afirmou Francisco, pedindo que sentimentos como rivalidade, desconfiança e rancor sejam superados. “A própria misericórdia nos liberta do peso de um passado marcado por conflitos e nos permite de nos abrir ao futuro rumo ao qual o Espírito Santo nos guia”, acrescentou.

Diálogo

Como passos positivos, o Pontífice citou o diálogo teológico entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa e, de modo especial, a visita realizada em abril passado à ilha grega de Lesbos, na companhia do Patriarca Bartolomeu e do Arcebispo de Atenas e de toda a Grécia, Ieronymo II.

“Olhar o desespero no rosto de homens, mulheres e crianças que não sabem seu destino, ouvir impotentes o relato de suas desventuras e nos deter em oração às margens daquele mar que devorou a vida de tantos seres humanos inocentes foi uma experiência muito comovente, que confirmou o quanto ainda há por fazer para garantir dignidade e justiça a tantos irmãos e irmãs”, disse o Papa Francisco.

Para ele, católicos e ortodoxos estão sempre mais se conscientizando da responsabilidade comum diante de quem se encontra na necessidade. “Assumir juntos esta responsabilidade é um dever que toca a credibilidade própria do nosso ser cristão. Por isso, encorajo toda forma de colaboração entre católicos e ortodoxos em atividades concretas a serviço da humanidade sofredora.”

O Pontífice citou ainda a recente realização em Creta, na Grécia, do Concílio Pan-ortodoxo, fazendo votos de que deste evento possam germinar frutos abundantes para o bem da Igreja. E concluiu seu discurso garantindo seu respeito e amor fraterno pelo Patriarcado Ecumênico e pedindo orações por si e por seu ministério.

(bf)

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Bartolomeu I: diálogo na caridade leva ao recíproco enriquecimento espiritual

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Cidade do Vaticano (RV) – O compromisso ecumênico na defesa das minorias perseguidas e a importância dos princípios cristãos diante da crise dos migrantes e refugiados. Estas foram as duas passagens-chave da carta enviada ao Papa pelo Patriarca Ortodoxo Ecumênico, Bartolomeu I. A missiva foi entregue ao Pontífice na manhã desta terça-feira, durante a audiência concedida à delegação do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla.

  

“As nossas Igrejas escutam o grito das vítimas de violência e fanatismo, discriminações e perseguições, injustiças sociais, pobreza e fome”, escreve Bartolomeu na carta ao Papa, recordando “com profunda gratidão” o encontro realizado em Lesbos, em 16 de abril passado. Um encontro – sublinha o Patriarca – que teve o objetivo de oferecer “apoio aos migrantes e refugiados, dando a eles coragem e esperanças”, mas também defender  “a necessidade de garantir uma solução pacífica diante da maior crise humanitária desde os tempos da II Guerra Mundial, cujas vítimas contam também populações cristãs”.

Civilização europeia não pode ser compreendida sem raízes cristãs

Em particular, Bartolomeu lança um olhar para a Europa: “A atual crise dos migrantes e dos refugiados – afirma – demonstrou a necessidade, para as nações europeias, de enfrentar o problema com base nos princípios cristãos de fraternidade e justiça social”. Neste sentido, o chamado para reconhecer  que “a civilização europeia não pode ser entendida sem fazer referência às suas raízes cristãs”, porque “o seu futuro não pode ser uma sociedade inteiramente secularizada ou sujeita exclusivamente à economia ou ao fundamentalismo”. De fato – explica Bartolomeu –“a cultura da solidariedade alimentada pela cristandade não se preserva por meio do progresso da internet e da globalização”.

Caminho ecumênico, diálogo de verdade na caridade

Em seguida, o Patriarca invoca o empenho ecumênico para o bem da humanidade, para sua liberdade, em contraste contra o mal social e no esforço de fazer prevalecer a justiça e a paz. Um compromisso comum que constitui “um bom testemunho para a Igreja de Cristo – escreve Bartolomeu – fortalecendo as recíprocas responsabilidades espirituais diante dos desafios contemporâneos”.

Quanto ao caminho rumo à unidade de ortodoxos e católicos, o Patriarca afirma que o diálogo na caridade “confirma os comuns modelos cristãos” e leva “ao conhecimento teológico, à experiência ecumênica e ao recíproco enriquecimento espiritual”.

Conversão ecológica para salvaguardar a criação

Outro ponto central da mensagem é a salvaguarda da criação, tema muito caro também ao Patriarca Ecumênico, cujo compromisso também é recordado pelo Papa Francisco na “Encíclica Laudato Si, sobre o cuidado da casa comum”. Bartolomeu sublinha “as causas espirituais e morais da crise ecológica atual” e alerta para a necessidade de “uma mudança radical de atitudes” para encontrar uma solução.

Oração pelo êxito do Sínodo Pan-Ortodoxo

Olhando, então, ao Concílio Pan-ortodoxo recém concluído em Creta, Bartolomeu pediu ao Papa para rezar por "um resultado frutuoso de tal encontro", o primeiro depois de mais de um mil de anos. Finalmente, o Patriarca reza a Deus para que fortaleça o Papa "para o bem da Igreja e a unidade dos cristãos, em benefício da humanidade tão conturbada". (JE/IP)

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Quatro arcebispos brasileiros receberão pálio. Acompanhe com a RV

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Cidade do Vaticano (RV) – Por ocasião da Festa dos Santos padroeiros Pedro e Paulo nesta quarta-feira, 29 de junho, o Papa Francisco preside à Santa Missa na Basílica Vaticana com a entrega do pálio aos novos Arcebispos metropolitanos.

Este ano, 25 Arcebispos estão contemplados, entre eles quatro brasileiros: Dom Roque Paloschi, de Porto Velho (Rondônia), Dom Zanoni Demettino Castro, de Feira de Santana (Bahia), Dom Rodolfo Luís Weber, de Passo Fundo (Rio Grande do Sul), Dom Darci José Nicioli, C.SS.R. de Diamantina (Minas Gerais).

Os outros 21 Arcebispos são oriundos de França, Equador, Estados Unidos, Antilhas, Itália, Espanha, Bélgica, Turquia, Cuba, México, Polônia, Ilhas Salomão, Mianmar e Benin.

RV

A Rádio Vaticano transmite esta cerimônia ao vivo, com comentários em português, a partir das 9h25 hora local, 4h25 no horário de Brasília. Depois da celebração, o Papa rezará com os fiéis na Praça a oração mariana do Angelus, sempre com transmissão da Rádio Vaticano.

Mudança

O Papa Francisco instituiu uma mudança na imposição do pálio aos novos Arcebispos. Com uma carta datada de 12 de janeiro de 2015, o Mestre das Celebrações Pontifícias, Mons. Guido Marini, informou que a faixa de lã branca será somente entregue e não colocada pelo Santo Padre. A imposição do pálio será realizada nas respectivas arquidioceses pelo Núncio Apostólico no país.

“O significado desta alteração é colocar em maior evidência a relação dos bispos metropolitanos com a sua Igreja local e, assim, dar também a possibilidade a mais fiéis de estarem presentes neste rito tão significativo para eles, e também particularmente aos bispos das dioceses sufragâneas que, deste modo, poderão participar do momento da imposição. Neste sentido, mantém-se todo o significado da celebração de 29 de junho, que sublinha a relação de comunhão e também de comunhão hierárquica entre o Santo Padre e os novos arcebispos; ao mesmo tempo, a isto se acrescenta – com um gesto significativo – esta ligação com a Igreja local”, explicou Mons. Marini à Rádio Vaticano.

O pálio

O pálio é elaborado com lã branca, com cerca de 5cm de largura e dois apêndices – um na frente e outro nas costas. Possui seis cruzes bordadas em lã preta. É confeccionado pelas monjas beneditinas do Mosteiro de Santa Cecília, em Roma, utilizando a lã de dois cordeiros que são oferecidos ao Papa no dia 21 de janeiro de cada ano na Solenidade de Santa Inês.

O uso do pálio, que nos primeiros séculos do Cristianismo era exclusivo dos Papas, passou a ser usado pelos Metropolitanos a partir do século VI, tradição que perdura até aos nossos dias. O pálio é símbolo do serviço e da promoção da comunhão na própria Província Eclesiástica e na sua comunhão com a Sé Apostólica. (BF)

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Livro traz 25 anos de relações diplomáticas entre Bulgária e Santa Sé

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Cidade do Vaticano (RV) - Na esteira da solenidade dos santos apóstolos Pedro e Paulo, celebrada em 29 de junho – festa da Santa Sé –, vai ser apresentado na quinta-feira (30/06), em Sófia, o livro “Bulgária e Santa Sé. 25 anos de relações diplomáticas”, publicado pela Livraria Editora Vaticana.

A histórica viagem de São João Paulo II à Bulgária

O Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, que é autor do prefácio do livro, enviou uma mensagem especial para a ocasião. Participarão da apresentação, entre outros, o núncio apostólico na Bulgária, Dom Anselmo Guido Pecorari, o presidente do Pontifício Comitê das Ciências Históricas, Pe. Bernard Ardura, e o ex-rei Simeão de Saxônia Coburgo Gotha – premier da Bulgária durante a visita de João Paulo II em 2002.

“Certamente, a viagem do Papa foi o evento histórico mais importante nestes 25 anos repercorridos no volume através de uma excelente documentação histórica”, pondera o núncio apostólico.

A excepcional contribuição de Dom Angelo Roncalli, que mais tarde se tornou Papa João XXIII

“É uma importante página de história que oferece a oportunidade de reevocar alguns momentos significativos das vicissitudes religiosas búlgaras e das relações com a Santa Sé”, cujas origens mais remotas remontam à Idade Média, afirma o responsável pela organização do volume, Prof. Kirill Plamen Kartaloff, que acrescenta:

Uma parte da obra é dedicada “à excepcional contribuição do primeiro delegado apostólico em Sófia, Dom Giuseppe Angelo Roncalli, que mais tarde veio a tornar-se Papa João XXIII. Ele amava muito os búlgaros e ainda hoje, aqui, chamam-no de o Papa “búlgaro”. (RL)

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Fundação Ratzinger faz doação ao Papa Francisco

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Cidade do Vaticano (RV) – O Presidente da Fundação vaticana “Joseph Ratzinger – Bento XVI”, Mons. Giuseppe Scotti,  confirmou em um comunicado a doação de 4 milhões de euros ao Papa Francisco, gesto que demonstra a unidade entre o Papa e seu predecessor emérito.

No texto  é explicado que desde sua instituição em março de 2010, a respectiva Fundação e todas as atividades por ela promovidas não têm outro objetivo que “colocar-se a serviço do Sumo Pontífice e de seu Magistério, com as especificidades típicas desta Fundação, doada por Bento XVI, desde o início, à Santa Sé e aos Pontífices seus sucessores”.

O aspecto caritativo da instituição é exercido com a distribuição a cada ano de dez bolsas de estudo a estudantes na Itália e no exterior. “Em 2015 foram concedidas bolsas de estudos num montante de 120 mil euros”, afirma a nota, explicando que os nomes dos estudantes beneficiados podem ser consultados no site da Fundação.

Outrossim, a organização dos Simpósios de alto valor cultural e científico, previstos pelo Estatuto da fundação, tem como guia o quanto afirma o Papa Francisco na Exortação Apostólica Evangelii gaudium: “As universidades são um âmbito privilegiado para pensar e desenvolver este compromisso de evangelização de modo interdisciplinar e inclusivo”.

Por fim, com a designação do Prêmio Ratzinger a estudiosos cujos nomes são submetidos ao Papa pelo Comitê Científico da Fundação, o Santo Padre quer colocar em evidência o trabalho destes homens e mulheres, católicos ou não, “que com a sua vida de estudo colocam-se totalmente a serviço do Evangelho, tornando-o compreensível aos seus contemporâneos. Isto porque, como lê-se ainda na Evangelii gaudium, “ O anúncio às culturas implica também um anúncio às culturas profissionais, científicas e acadêmicas”. (JE)

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Igreja no Mundo



Primaz da Inglaterra condena racismo contra imigrantes comunitários

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Westminster (RV) - “Devemos refletir sobre o que tem ocorrido nestes dias tumultuosos e avaliar com atenção o que é necessário fazer agora.” É o veemente apelo do arcebispo de Westminster e presidente da Conferência Episcopal da Inglaterra e Gales, Cardeal Vincent Nichols, que numa nota expressa firme condenação dos graves episódios de intolerância verificados estes dias no país contra imigrantes comunitários.

Desde a proclamação dos resultados do referendo sobre a saída ou não da Inglaterra da Comunidade Europeia, em que prevaleceu o voto pela não permanência, mais de cem agressões e intimidações de caráter racial foram registradas no país, em particular, contra a comunidade polonesa, a mais numerosa entre os imigrados pertencentes à Comunidade Europeia.

Ódio e racismo são intoleráveis

“Esta onda de racismo e ódio são inaceitáveis e não deve ser tolerada”, afirma o purpurado, que convida a não ceder ao medo e a confiar em Deus: “Se não deixamos espaço para a Providência, a sociedade se fecha em si mesma e torna-se muito mais egocêntrica e dividida”.

Ouvir a voz dos excluídos e superar as divisões

Em seguida, o Cardeal Nichols chama em causa as responsabilidades dos líderes políticos: “Estou certo de que todo líder deve refletir sobre nossa capacidade de ouvir e dar voz aos que se sentem sem voz. Devemos recuperar o sentido dos objetivos do nosso viver juntos”, que são “o bem comum que não exclui ninguém”.

“Os políticos, os empreendedores e os banqueiros devem, cada um, fazer o trabalho que lhe é próprio, mas o objetivo fundamental é construir um mundo em que a força seja utilizada para o serviço e ninguém seja excluído”, ressalta o primaz inglês.

Nesse sentido, “o grande desafio que se apresenta hoje a quem guia a nossa nação é falar a todos. Efetivamente, se a vitória no referendo continuar dividindo o país, nos tornaremos uma nação cada vez mais frágil e não seremos capazes de desempenhar um papel no cenário político internacional face aos grandes problemas do mundo”, conclui a declaração. (RL)

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Igreja francesa imortalizada por Van Gogh ameaçada pela umidade

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Paris (RV) – A pequena cidade francesa de Auvers-sur-Oise, a cerca de trinta quilômetros de Paris, quer salvar a igreja que tornou-a célebre com uma pintura de Vincent van Gogh (1853-1890), que ali viveu os últimos três meses de sua vida e que, após sua morte, foi sepultado no cemitério local. 

De fato, o símbolo da cidade está em perigo, ameaçado pela umidade. A Igreja românica de Nossa Senhora da Assunção (Notre-Dame de l’Assomption), que foi imortalizada por Van Gohg na primavera de 1890, está em péssimos estado de conservação. A má conservação do teto faz que chova dentro da sacristia e na nave central. Devido à umidade, o reboco em várias partes cai aos pedações.

O projeto de restauração – refere um artigo do Le Figaro – chega ao montante de 600 mil euros. A Prefeitura de Auvers-sur-Oise é proprietária do templo, mas não tem condições financeiras de completar o valor já garantido pelo Estado, pela região e departamento na qual está inserida.

Diante da urgência dos trabalhos e devido à impossibilidade de pagar o valor estimado, a Prefeita Isabelle Mézières lançou um apelo público aos franceses para recolher doações por meio da Foundation du Patrimoine. Mais de dois mil euros já foram recolhidos num curto espaço de tempo.

Até 2019, o município pretende também reformar e organizar o cemitério onde repousa o artista holandês. (JE)

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Formação



Dom Leonardo sobre a "Cultura do Estupro": decadência

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Cidade do Vaticano (RV) – “O estupro não é tocar no outro, é apenas abusar do outro. Não somos animais e devemos recuperar a grandeza de filhos e filhas de Deus”: esta é a reflexão que o Secretário-Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Dom Leonardo Steiner, fez aos ouvintes da Rádio Vaticano sobre os inúmeros casos de notícias envolvendo estupros coletivos.

Ele comenta a cultura machista em nosso país e indica o caminho a seguir: educação. Ouça aqui:

 

Não é pouco machista: neste sentido é muito machista. Eu quase diria que nós estamos sofrendo de uma doença. A nossa época está exacerbando a questão da sexualidade aonde a pessoa não é levada em consideração. A sexualidade humana tem a ver com a pessoa, tem a ver com a dignidade da pessoa, a sexualidade não é um objeto, não é um órgão do corpo. A sexualidade caracteriza a pessoa como um dos elementos mais íntimos da pessoa. Vejam que um estupro coletivo não leva em consideração absoluta a pessoa que ali esta, senão não se conseguiria fazer os atos que se têm feito.

Dignidade

Talvez o primeiro elemento importante é tentarmos resgatar a questão da pessoa. A questão da mulher como pessoa, não como objeto sexual, mas também do homem como pessoa. E se o homem se dá o direito de praticar estes atos, ele não tem uma compreensão de si mesmo que o dignifique. E também não tem uma compressão da mulher que a dignifique. Toda a questão do estupro, do abuso sexual, tem a ver com uma decadência da nossa época da compreensão da pessoa e, por isso, também, uma compreensão decadente da sexualidade humana: nós não somos animais, nós não somos animais.

A sexualidade humana tem a ver com relações, tem a ver com intimidade, tem a ver com amor, não tem a ver apenas com prazer, com gostar de. Não, a sexualidade humana ela tem algo de extraordinário que também, no gesto da entrega, no gesto da receptividade, pode gerar a vida. Tudo que diz respeito ao estupro não está levando absolutamente em consideração nenhuma destas questões.

Decadência ocidental

Isso é grave, não apenas para o Brasil, mas para o mundo inteiro. E vejo que a sexualidade humana no mundo de hoje perdeu seu valor, a sua força maior. E isso vai levando à decadência a nossa civilização ocidental. Vejam, por exemplo, em determinadas épocas a mulher era decantada como aquela que fazia cortesia, quem se dedicava ao amor, ao canto, à canção, e assim por diante. Hoje não. Hoje se vê o corpo da mulher, e o corpo da mulher como um mero prazer. Mas também vice-versa é verdade quanto ao homem.

Talvez o primeiro elemento importante de contribuição que nós podemos dar como Igreja e que a sociedade deveria ajudar a reconquistar é o valor da pessoa. Que tem a ver com questão da migração que o Papa está levantando: o que está em jogo é a pessoa que ali está, não é aquele que veio da outra terra e não me interessa. O Santo Padre disse que nós até gostamos de dar esmola, mas deixamos cair na mão do outro, e não tocamos o outro. O estupro, no fundo, no fundo, é não tocar no outro, é apenas abusar do outro. Quer dizer, não se criou relação. Não houve afeto, não houve entrega. Então é fundamental reconquistar esse elemento e isso é possível com a educação, com o debate, com bons textos. Só é possível assim.

Papel dos cristãos

E, para nós, cristãos, talvez fosse muito importante nós ajudarmos os nossos jovens, a nossa sociedade, a recuperarmos o que é o homem como homem? O que é a mulher como mulher? Desta relação, homem-mulher, o que acontece de grandeza, de transformação, nesta relação mútua. Não se está, creio, refletindo suficientemente que desta relação homem-mulher existe uma transformação em mim como homem, existe uma transformação nela como mulher, existe uma transformação em nós como homens e nelas como mulher, como mulheres.

Creio que isso quase desapareceu do nosso horizonte. Quando isso desaparece do nosso horizonte, essa dignidade de filhos de Deus, de filhas de Deus, você pode imaginar o que significa abusar de uma filha de Deus, de alguém que está ali, deitada e drogada, e ser abusada de tal forma, e que não se consiga mais ver a filha de Deus que está sendo abusada. Isso é de uma vilania enorme.

Reconquistar a grandeza de filhos de Deus

Eu creio que nós cristãos deveríamos ajudar a reconquistar essa grandeza de filhos e de filhas de Deus. E também nos educarmos para a sexualidade. Acho que nós perdemos isso hoje. Perdemos este educar para a sexualidade. Hoje tudo pode, tudo é válido. Dá a impressão de um tanto faz. Não, a sexualidade é algo extraordinário, diria até uma energia sublime, mas ela precisa ser educada, integrada, senão pode se tornar meio animalesca.

E o Evangelho nos ensina que isso só é possível no amor, só é possível no amor. Se não amarmos, nós também não nos integraremos sexualmente, afetivamente, só no amor é que a mulher será respeitada, só no amor é que o homem será respeitado. Vejam, o caminho é longo, mas o caminho, em primeiro lugar, é atraente, esperançoso.

(bf/rb)

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