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Sumario del 01/07/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa reza para que povos indígenas sejam respeitados

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Cidade do Vaticano (RV) – Os povos indígenas estão no centro da intenção de oração do Papa Francisco para este mês de julho.

Ao Apostolado da oração, o Pontífice indica a seguinte intenção: “Para que os povos indígenas, ameaçados na sua identidade e existência, sejam respeitados”. 

Por ocasião da entrega do pálio, na quarta-feira (29/06) o Presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e Arcebispo de Porto Velho, Dom Roque Paloschi, entregou ao Papa o Relatório de Violência contra os Povos Indígenas de 2014 e uma carta, na qual agradece a atenção que o pontífice tem dedicado à questão indígena e comunica as dificuldades enfrentadas pelos povos indígenas no Brasil.

“Vivemos no Brasil uma situação desesperadora diante do sofrimento dos nossos primeiros habitantes”, afirma dom Roque em sua carta. “A indiferença, o avanço dos grandes projetos do agronegócio, a construção da grandes hidrelétricas, a mineração, e a devastação do meio ambiente em general. Isso tudo traz consequências desastrosas aos povos indígenas”.

O presidente do Cimi também citou a situação de extrema vulnerabilidade vivenciada pelos Guarani e Kaiowá no Mato Grosso do Sul. “Os Guarani Kaiowá tem visto o direito às suas terras ser negado, além de sofrerem repetidas violências de grupos paramilitares e o continuado descaso do próprio Estado”, afirma dom Roque na carta endereçada ao Papa.

Em diversas ocasiões, o Papa Francisco se pronunciou em relação à importância do respeito aos povos indígenas e sobre a necessidade de se “procurar outras maneiras de entender a economia e o progresso, o valor próprio de cada criatura, o sentido humano da ecologia, a necessidade de debates sinceros e honestos”, como escreveu na Encíclica Laudato Si (Louvado Sejas), divulgada em junho de 2015 com o tema “Sobre o Cuidado da Casa Comum”.

O pontífice tem manifestado sua preocupação com as crises social e ambiental que o mundo contemporâneo enfrenta e reconhecido as importantes contribuições dos povos originários. Em encontros com indígenas na Bolívia e no México, em 2015, o Papa Francisco pediu perdão aos povos indígenas, em nome da Igreja, “pelos crimes cometidos contra os povos nativos durante a chamada conquista da América”.

“Somos profundamente agradecidos pela sua ternura e proximidade com os povos originários do mundo”, afirma dom Roque Paloschi na carta entregue ao Papa durante cerimônia na Basílica de São Pedro. “Contamos com a sua oração e bênção aos povos originários do Brasil”, conclui, assinalando que Francisco será bem-vindo quando visitar o país.

Missão Continental

Já a intenção pela evangelização para o mês de julho fala da missão continental: “Para que a Igreja na América Latina e no Caribe, através da sua missão continental, anuncie o Evangelho com renovado vigor e entusiasmo”

A Missão Continental é o projeto proposto pela V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, que se realizou no santuário de Nossa Senhora Aparecida em 2007.

A Missão propõe uma mudança profunda de atitude: colocar toda a Igreja em “estado permanente de missão”, como aspecto fundamental da conversão pastoral. Reunidos em Aparecida, os bispos definiram a Missão Continental como “um tempo de graça para a Igreja que peregrina na América Latina e no Caribe, um tempo para tomar consciência de sua autêntica vocação cristã. 

(bf)

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Pausa nas audiências públicas e privadas do Papa em julho

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Cidade do Vaticano (RV) – Neste mês de julho, estão suspensas todas as audiências públicas e privadas do Papa Francisco no Vaticano.

Mas há exceções, como esta sexta-feira (1º/07), em que o Pontífice recebeu a recém-eleita Prefeita de Roma, Virginia Raggi, e o iniciador do Caminho Neocatecumenal, Kiko Arguello. 

Na quarta-feira (06/07), o Papa recebe na Sala Paulo VI um grupo de 200 doentes e portadores de deficiências, acompanhado pelo Arcebispo de Lyon (França), Card. Philippe Barbarin.

Mantem-se invariável a oração do Angelus com os fiéis na Praça S. Pedro todos os domingos, ao meio-dia – evento que é transmitido ao vivo pela Rádio Vaticano, com comentários em português a partir das 11h50 hora local (06h50 no horário de Brasília).

Também está confirmada a viagem de Francisco à Polônia, de 27 a 31 de julho, para participar da Jornada Mundial da Juventude em Cracóvia.

A audiência geral das quartas-feiras será retomada em 3 de agosto. As audiências jubilares, concedidas por ocasião do Ano Santo da Misericórdia, voltam a ser realizadas a partir de 10 de setembro. Já as homilias na capela da Casa Santa Marta recomeçam na quinta-feira, 8 de setembro.

Bilhetes gratuitos sempre

Para participar de audiências ou cerimônias com o Papa Francisco, necessita-se de bilhetes. Estes podem ser reservados escrevendo para a Prefeitura da Casa Pontifícia. Reitera-se que os bilhetes são inteiramente gratuitos. Tentativas de vendas devem ser sinalizadas às autoridades italianas competentes.

(bf)

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Papa recebe a nova prefeita de Roma

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu a nova prefeita de Roma, Virginia Raggi, na manhã de sexta-feira (1º/07).

Raggi, do Movimento Cinco Estrelas (M5S), venceu o segundo turno das eleições em junho com uma ampla diferença em relação ao candidato do partido do premiê Matteo Renzi.

 

Para a primeira prefeita da história de Roma foi também o primeiro encontro com o Papa Francisco.

“Foi emocionante. Encontrei uma pessoa verdadeiramente humana; fiquei muito impressionada”, – declarou Raggi à Rádio Vaticano.

Após o encontro com Francisco,  diante dos episódios de corrupção que ficaram conhecidos como “Mafia Capitale”, a prefeita reiterou:

“É preciso que os romanos, as pessoas, os cidadãos, entendam que há qualquer coisa que vai além do próprio bem: o bem comum, o interesse geral; é algo que supera o particularismo e o egoísmo”.

Laudato Si'

Raggi disse ainda ter “apreciado muito” as palavras da Encíclica Laudato Si’.

“Parecem-me extremamente atuais e modernas; falam de mudanças climáticas, de urbanística como, às vezes, de uma agressão à paisagem quando é realizada sem respeitar as regras, do espírito de comunidade, das pessoas mais frágeis. Devo dizer que naquela Encíclica há muito da sociedade romana de hoje”.

Olimpíadas 2024

Sobre a candidatura de Roma às Olímpiadas de 2024, Raggi disse que estes eventos pesam muito no bolso dos cidadãos.

“Se os romanos, que até hoje e durante a campanha eleitoral não me disseram nada sobre Olimpíadas, pedirem um referendo nós avaliaremos. Obviamente, apresentando todos os prós e contras, os custos e recordando que no ano passado terminamos de pagar a parcela anual de 92 milhões de euros pela Copa da Itália em 1990. Façam as contas e vejam quanto estes eventos pesam no bolso dos cidadãos. Isto é fundamental. Ninguém quer que Roma não seja competitiva em relação a outras cidades europeias, mas neste momento em que temos um débito de 13 bilhões de euros somente na administração extraordinária, creio que pedir aos cidadãos que se endividem por ao menos outros 20,30,40 anos, não seja ético, não seja justo”.

(lc/rb)

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Papa: Ver o essencial: o que significa?

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Cidade do Vaticano (RV) – Na última Audiência geral antes da pausa de Verão, o Papa Francisco meditou sobre as obras concretas de misericórdia.

 

Durante sua reflexão, de maneira improvisada, Francisco definiu o que é essencial para o cristão em tempos de multiplicação de pobrezas materiais e espirituais.

“Ver o essencial: o que significa? Olhar Jesus, olhar Jesus no faminto, no prisioneiro, no doente, no nu, em quem não tem trabalho, e deve levar avante uma família. Olhar Jesus nestes nossos irmãos e irmãs; olhar Jesus em quem está só, em quem está triste, em quem erra e precisa de conselho. Em quem precisa percorrer o caminho com Ele em silêncio para se sentir acompanhado. Estas são as obras que Jesus pede a nós. Olhar Jesus nestas pessoas. Por quê? Porque Jesus nos olha assim”.

(rb)

 

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Dom Paglia: trabalho não se torne ídolo, a família esteja no centro

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Cidade do Vaticano (RV) - É preciso uma cultura do trabalho que vença o individualismo e coloque sempre no centro a pessoa e a família. Foi o que disse o presidente do Pontifício Conselho para a Família, Dom Vincenzo Paglia, na inauguração, na tarde desta quinta-feira (30/06), em Roma, do Festival do Trabalho. 

O arcebispo evidenciou que o trabalho se inscreve no eixo do entrelaçamento “pessoa, família e sociedade”. Por isso, quando se desvincula o trabalho da pessoa e da família, se atinge “de cheio” a sociedade e as relações humanas, advertiu.

O trabalho não se anteponha à pessoa

Sem dúvida, o trabalho é decisivo para a dignidade da pessoa, mas “não deve, contudo, tornar-se um ídolo sobre cujo altar sacrificar todas as coisas, ideais e afetos familiares”, reiterou o prelado.

Dom Paglia evidenciou ainda a importância da festa como momento em que a sacralidade da pessoa é “celebrada na gratuidade contra a tentação do primado absoluto da economia”.

Combater trabalho informal e exploração dos mais fracos

Hoje, é preciso mais do que nunca uma cultura que supere a do simples assistencialismo”, que ajude os jovens e que “se oponha com firmeza ao trabalho informal e à exploração dos mais fracos”, disse o presidente do dicastério vaticano para a Família.

O prelado exortou a colocar a questão do trabalho no centro da “preocupação civil” evitando, mesmo nos momentos de crise, “a tentação de aceitar condições e retribuições desumanas, desprovidas das mínimas condições de segurança e de legalidade”.

Família põe à prova mundo do trabalho

Em seu pronunciamento, o arcebispo citou mais vezes o Papa Francisco e, em particular, a Exortação apostólica Amoris laetitia. Para o Papa, “a família coloca à prova” a organização do trabalho, afirmou Dom Paglia.

A exemplo de São José, pai e trabalhador, tenham “um olhar capaz de ver nos trabalhadores não números”, mas pessoas que “através da experiência do trabalho” colaboram “para a obra criadora do Pai”, concluiu. (RL)

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Igreja no Brasil



Tradição e devoção marcam Festa do Divino Pai Eterno

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Trindade (RV) – Cerca de 350 carros de boi participaram na quinta-feira (30/06) de um desfile durante a Festa do Divino Pai Eterno, em Trindade, Região Metropolitana de Goiânia.

Antiga tradição, há 13 anos os carros de boi se encontram no chamado de “carreiródromo”. A chegada de comitivas de várias cidades do interior de Goiás e até de outros estados é acompanhada por uma pequena multidão.

Expressão de fé

O agricultor “J Carreiro” afirma que a tradição é uma forma de expressar a fé pelo Divino Pai Eterno.

“Eu fico emocionado a cada ano. Começamos em 2002 com este desfile e eu estou desde o primeiro. Cada ano aumenta mais os carreiros, uma festa que é pura fé. Os agricultores deixam a fazenda deles e vem por pura fé. Um carreiro quebrou as pernas e não tinha como vir, ele fez votos ao Divino Pai Eterno e hoje está aí”, disse.

O desfile se realizou dentro da programação da Festa do Divino Pai Eterno, que acontece até o próximo domingo (03/07) em Trindade. De acordo com a organização da romaria, até a quarta-feira (29/06), mais de 500 mil fiéis já haviam passado pela cidade.

Fiéis

As motivações que levam os romeiros até Trindade variam entre agradecimentos, promessas e devoção. Um grupo de 38 cavaleiros, por exemplo, chegou à capital da fé na quinta-feira (23/06) após dois dias de cavalgada em homenagem a um amigo do grupo que morreu há um ano. 

(ms)

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Laudato si - Francisco e o Irmão Mar

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Capítulo 10

IRMÃO MAR 

FRANCISCO Paz e bem, meus irmãos e minhas irmãs! Sou Francisco de Assis, o peregrino. Andei pelo norte e pelo sul, já conheci vários países desta Pátria Grande… E continuo cumprindo a missão que me foi confiada pelo papa Francisco: ver de perto como os seres humanos estão construindo, ou destruindo, o futuro do mundo, um desafio que já me deixou um pouco enrugado… Ai, esta Mãe Terra, quantos problemas! 

MAR Deixe a terra e vem falar comigo!

FRANCISCO Quem está me gritando assim?

MAR Não percebe? Não estou aqui, diante de ti, rodeando tudo o que vês?

FRANCISCO Irmão Mar, por que ruge assim? Estou apenas chegando a esta bela ilha, a que chamam Cuba, e gostaria de caminhar um pouco pela praia louvando suas brancas areias…

MAR Deixa a caminhada e o “louvor” para depois e ouça-me! É muito urgente!

FRANCISCO Mas… por que tanta impaciência? Já ouvi as criaturas que te habitam, falei com merluzas e até com estrelas do mar. Todos me contaram de suas aflições e…

MAR Sim, fiquei sabendo, um congro comentou sobre essa conversa contigo. Mas o que eu quero te dizer é ainda mais grave, é gravíssimo.

FRANCISCO Pois… me sentarei naquela pedra, perto de ti... para que não tenha que gritar tanto.        

MAR Francisco, eu concordo que chamem a casa comum de Mãe Terra, mas me preocupa que se esqueçam que essa mãe está rodeada pelo Pai Mar. Isto é, por mim. Eu encho o mundo. O planeta é azul. O planeta sou eu, um mar colossal, imenso…

FRANCISCO  Embora me pareça pouco humilde o que você diz, não deixa de ter razão.  Meus olhos se perdem em um horizonte sem fim quando estou diante de tuas águas. Sim, irmão Mar, você é realmente grandioso. 

MAR E aí está o perigo, Francisco. Já sou demasiado grande e demasiado poderoso. E não quero crescer mais.

FRANCISCO E quem te obriga a crescer? 

MAR A doença de que eu padeço, a que me estão provocando... 

CIENTISTA 1 O Painel Intergovernamental de Especialistas para a Mudança Climática já afirmou, de forma categórica, que o aquecimento global se deve à atividades humanas. Durante muito tempo empresas poderosas quiseram negá-lo. Já não restam dúvidas.

CIENTISTA 2 A mudança climática é o problema geopolítico e econômico mais importante do século 21. Podemos ser a última geração que tenha a oportunidade de deter o aquecimento global antes que seja tarde demais.

CIENTISTA 1 Se o calor continuar aumentando, se sobe mais de dois graus, a catástrofe será irremediável.

MAR Ouviu, Francisco? A doença da Mãe Terra e também a minha, a do Pai Mar, e a de todos os seres vivos se chama mudança climática.

FRANCISCO Vem sendo então como uma epidemia, como aquelas pestes que em certas ocasiões assolavam os povoados próximos de Assis.

MAR Mas esta é uma peste nova, recente, que não foram os ratos que a causaram. Foram os humanos quando encheram o mundo de gases muito quentes… Há uma enormidade de peixes e de animais e de plantas que vivem comigo que não prosperam em águas quentes. Vão morrendo…

FRANCISCO A chuva já me explicou de onde saem esses gases: chaminés, carros... 

MAR Esses gases me afogam, não me deixam respirar. O mar respira, Francisco, você sabia? Mas o pior não é isso. Já reparou que quando a água esquenta, quando ferve, sobe, não é? Pois comigo é a mesma coisa: quando me aquecem ocupo mais espaço, me incho. E para piorar...

FRANCISCO  Piorar? Mais ainda…?

MAR  ... esses gases quentes estão derretendo o gelo eterno dos polos e toda essa água doce cai sobre mim e cresço ainda mais. Subo, subo como uma maré sem controle. Vão me transformar em um assassino em série.

FRANCISCO Mas, o que está dizendo, irmão Mar, você não é assassino, nem em série você é uma benção de Deus?

MAR  Não, Francisco, se esta terrível epidemia da mudança climática que aquece o mundo me obrigar a subir de nível, matarei muita gente. Alagarei os litorais, inundarei as praias, farei desaparecer as cidades costeiras, acabarei com países inteiros…

FRANCISCO  E esta ilha de Cuba?

MAR Esta ilha na qual você está agora, também sofrerá. Minhas águas tragarão as ilhas, uma depois da outra. Olha a teu redor...

FRANCISCO O que quer me mostrar?

MAR Não as vê daqui, mas a tua direita fica Haiti e República Dominicana e Porto Rico... Ao sul está Jamaica... E mais além as pequenas ilhas do Caribe... Tudo isso desaparecerá.

FRANCISCO E tanta gente que vive nelas, pescadores, mulheres, jovens… o que farão, para onde escaparão?   

MAR Sabe, Francisco, que um de cada quatro de teus irmãos humanos vive junto a mim, muito próximo de mim, e que a maioria das cidades que construíram estão situadas no meu litoral?

FRANCISCO  Lá na Itália também...

MAR  Não ouviu o que disse essa senhora que falou antes?  Se o calor continuar aumentando, se subir dois graus, três, quatro...   

JORNALISTA 1  Se a temperatura do planeta sobe mais de dois graus…

JORNALISTA 2  Ondas de calor asfixiantes.

JORNALISTA 1  Furacões de extrema violência.

JORNALISTA 2  Inundações nas cidades litorâneas de todo o mundo.

JORNALISTA 1  E se sobe três graus...

JORNALISTA 2  A Amazônia se converte em um deserto.

JORNALISTA 1  Cidades inteiras sem uma gota de água para beber.

JORNALISTA 2  E se sobe quatro graus…

JORNALISTA 1  Desaparecem os polos, transbordam os oceanos.

JORNALISTA 2  Morre a metade das espécies do mundo.

JORNALISTA 1  E se sobe cinco graus…

JORNALISTA 2  Desaparece a espécie humana. Quase não sobra vida sobre a Terra.

FRANCISCO Não quero ouvir mais, irmão Mar. Se é assim, não haverá mundo para ninguém. Temos que fazer algo e rápido. É urgente! Temos que mudar!

O Papa Francisco disse em sua encíclica Laudato Si, Louvado Sejas:

O clima é um bem comum, um bem de todos e para todos. A nível global, é um sistema complexo, que tem a ver com muitas condições essenciais para a vida humana. Há um consenso científico muito consistente, indicando que estamos perante um preocupante aquecimento do sistema climático. Nas últimas décadas, este aquecimento foi acompanhado por uma elevação constante do nível do mar... A elevação do nível do mar afeta principalmente as populações costeiras mais pobres que não têm para onde se transferir. (Laudato Si 23, 48)

E disse o Papa Francisco no Encontro com os Movimentos Populares na Bolívia:

O futuro da humanidade não está unicamente nas mãos dos grandes dirigentes, das grandes potências e das elites. Está fundamentalmente nas mãos dos povos, em sua capacidade de organizar-se e também nas mãos que regam com humildade e convicção este processo de mudança. Continuem com sua luta e, por favor, cuidem muito da Mãe Terra.

PERGUNTAS PARA O DEBATE

1- Se você vive próximo ao mar, tem observado mudanças de nível, de temperatura ou de sua fauna?

2- A água do mar pode se tornar potável? Investigue.

3- Sabia que a vida nasceu no mar? Sabia que 70 por cento de teu corpo é água?

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Igreja no Mundo



Terra Santa: ordinários católicos saúdam Frei Pizzaballa

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Jerusalém (RV) - Os Ordinários Católicos da Terra Santa saúdam o Frei Pierbattista Pizzaballa como novo Administrador Apostólico do Patriarcado Latino de Jerusalém.  

“A missão que o espera não será fácil, aliás, requer sacrifício, dedicação e paixão. Problemas pastorais não faltam. Estamos todos conscientes. Abrir caminhos é difícil. Trata-se de abaixar colinas, quebrar rochas, encher vales e desfiladeiros, e construir pontes”, escrevem os religiosos na carta divulgada, nesta sexta-feira (1º/07), pela Agência Sir.

Os ordinários recordam os doze anos de serviço do Frei Pizzaballa como Custódio da Terra Santa, animando os “frades da Custódia e cuidado das relações ecumênicas com os Patriarcados greco-ortodoxo e armênio-ortodoxo”, mostrando “empatia com os pobres, doentes, refugiados e últimos”, e determinação “em  manter a presença dos frades da Custódia nas áreas mais difíceis da Síria”.

“A nossa resposta concreta será a de abrir a mente e o coração para facilitar a capacidade de nos encontrar e nos acolher uns aos outros, nós pastores na Igreja de cristo”, afirmam ainda os religiosos.
 
“O nosso desejo comum de servir-se de tudo e de todos para abrir caminhos e construir pontes nos protegerá da tentação de colocar bastões entre as rodas ou barricar-se atrás do pensar a realidade a partir do próprio umbigo.”

“Damos graças ao Senhor por aquilo que faremos juntos: A sua graça nos basta. Sigamos em frente juntos sem pensar duas vezes, sem titubear e sem voltar atrás, amando-nos sempre”, concluem os Ordinários Católicos da Terra Santa. (MJ)

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Igrejas cristãs debatem crise migratória na Europa

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Varsóvia (RV) - “Os povos europeus, assim como as Igrejas de nosso continente, devem enfrentar, hoje, o grande desafio da crise migratória.” 

É o que afirma a mensagem das Igrejas cristãs na Polônia assinada nesta quinta-feira (30/06), em Varsóvia, pelos representantes das Igrejas católica e ortodoxa, e outras seis Igrejas entre vétero-católicas e protestantes, informa a Agência Sir.

“A situação atual colocou à prova a ideia de colaboração entre os países da União Europeia”, observam os líderes cristãos poloneses preocupados com a “polarização das posições sobre a eficiência dos métodos adotados para governar a crise migratória”.
 
“A tarefa das Igrejas é a de educar os corações para socorrer os que sofrem, os que fogem de guerras, perseguições e morte, com obras concretas de misericórdia”, destaca a mensagem.
 
A nota sublinha que “a defesa da tradição da hospitalidade e a educação são, na Polônia, expressão da sensibilidade cristã e da tradição nacional”.
 
Convencidos de que as guerras no Oriente Médio e na África sejam os motivos principais da crise migratória atual, os representantes das Igrejas cristãs sublinham, na conclusão, “a necessidade de rezar pela paz, prosseguir nos esforços de mediação e fazer apelo constante à consciência dos governantes”. (MJ)

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Relíquias da “Apóstola dos Apóstolos” na JMJ

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Cidade do Vaticano (RV) – As relíquias de Santa Maria Madalena – a quem o Papa recentemente elevou o dia da memória à Festa litúrgica – poderão ser veneradas durante a Jornada Mundial da Juventude de Cracóvia.

As relíquias de Santa Maria Madalena Evangelizadora, que também é a Padroeira da região de Provença, no Sul da França, estão conservadas em Sainte-Baume.

Tradição

De acordo com a tradição dos Santos de Provença, não muito tempo depois da Ressurreição de Cristo, Maria Madalena, juntamente com seu irmão Lázaro e com sua irmã Marta, entrou no convés de um navio que navegava para o oeste.

Maria Madalena e seus companheiros navegaram para Saintes-Marie-de-la-Mer. Maria Madalena passou um tempo, com seu irmão, em Marselha e lá pregou a Boa Nova. Em seguida, ela decidiu seguir o curso do rio Huveaune até o maciço de Sainte-Baume.

Meta de peregrinos

Encantada com esse lugar, ela decidiu viver no eremitério, em oração, confiando a Deus todas as pessoas que ela conheceu, que vieram a ela, que se abrigaram junto dela e lhe pediram a ajuda.

A gruta em Sainte-Baume onde estão guardadas as relíquias da santa, as quais o Papa autenticou em 1279, são meta para muitos peregrinos.

Gestos que se repetirão em Cracóvia. As relíquias serão levadas à igreja dos Padres Franciscanos Reformados na cidade velha (ul. Reformacka 4). Será possível venerá-las todas as tardes da semana que antecede o último final de semana da JMJ.

(RB/JMJ)

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Formação



Mato Grosso: ontem desmatamento, hoje agronegócio

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Cidade do Vaticano (RV) – Como Presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia, ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Cardeal Cláudio Hummes já visitou 34 circunscrições eclesiásticas da região, entre dioceses e prelazias. Em julho, estão marcadas duas outras visitas: Grajaú e Caxias, no estado do Maranhão.

Em junho, Dom Cláudio esteve no norte de Mato Grosso, em três dioceses: Juína, Sinop e Diamantino. A região é a maior do Brasil no agronegócio. Grandes propriedades monocultoras modernas empregam tecnologia avançada e pouca mão de obra; a produção é voltada principalmente para o mercado externo ou para as agroindústrias, com finalidade de lucro.

O estado é o maior produtor de soja e algodão em pluma, o segundo maior produtor de arroz, quinto produtor de cana-de-açúcar e sétimo de milho. O rebanho bovino tem crescido rapidamente e MT já possui o maior rebanho de corte do país.

É grande a preocupação ambiental, entre as comunidades, sobre a maneira em que é feita esta produção agrícola e agropecuária. O relato de Dom Cláudio:

 

“Estas três dioceses no norte do Mato Grosso têm uma característica muito especial, porque aquela é a região do agronegócio. Toda a imensa região é também um imenso campo de produção de soja, gado, milho, algodão, girassol e assim por diante. É o grande agronegócio do Brasil. É uma região também muito questionada sobre seu passado, porque ela foi desmatada para o agronegócio. Houve grandes movimentos de colonização de governos anteriores, pelos militares, que abriram aquela área toda. Então muitas questões se colocam sobre como foi feito este desmatamento no passado. Atualmente, a questão é como se está fazendo esta agricultura, esta agropecuária, como está se procedendo e com que cuidados. Há de fato uma preocupação ambiental? Cuida-se de fazer uma agricultura sustentável?”.

“Eu sempre insisto que a Igreja tem tudo a ver com isto, porque o Papa na encíclica Laudato si, convoca a Igreja a participar deste grande desafio meio ambiental e climático, porque isto tem uma dimensão religiosa e ética, como o Papa coloca muito bem. Então a Igreja não fala em área alheia, não. Isto faz parte da missão da Igreja e da evangelização ali. E os 3 bispos daquelas dioceses são muito conscientes disso, são muito valentes, ativos e dinâmicos, acompanhando esta difícil problemática ali na região”.

“Há ainda bastante floresta, por exemplo, na diocese de Juína há ainda mais de 60% de floresta e muitas regiões demarcadas para os indígenas. Em Juína visitei uma área de comunidades indígenas. Este é outro desafio diferente, embora tudo esteja ligado... porque se trata de como a Igreja vai fazer a sua evangelização de forma que seja inculturada na história, na identidade, na cultura dos indígenas. Este também é um percurso onde temos muito ainda o que fazer”.

(CM)

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Carmelitas: Igreja em saída com o Profeta Elias

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Cidade do Vaticano (RV) – O Profeta Elias, patrono da Ordem Carmelita, está sendo homenageado pela Província Carmelitana, que congrega todos os membros da Ordem, com um Ano Eliano Missionário. A imagem de Santo Elias está em peregrinação pelo Brasil desde 13 de março até 25 de setembro de 2016, e uma cópia chegou até a redação do Programa Brasileiro, por mãos do Frei Petrônio de Miranda.

Inspiração para os carmelitas, o Profeta Elias foi aquele que teve medo, mas se levantou e continuou a caminhar.

Frei Petrônio explica também como conferir o percurso da peregrinação. Ouça aqui: 

(CM)

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Atualidades



Mons. Pozzo: diálogo com a Fraternidade São Pio X continua

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Cidade do Vaticano (RV) - A Fraternidade São Pio X hoje não busca, em primeiro lugar, um reconhecimento canônico da parte da Santa Sé: é o que afirma um comunicado da comunidade tradicionalista publicado na última quarta-feira (29/06). Trata-se de uma declaração que pode provocar uma estagnação no diálogo em andamento? Foi o que a Rádio Vaticano perguntou ao secretário da Pontifícia Comissão “Ecclesia Dei”, Mons. Guido Pozzo. Eis o que disse:

Mons. Guido Pozzo:- “A Comissão ‘Ecclesia Dei’ não considera que possa comportar uma estagnação do diálogo: o comunicado parece não entrar no mérito das questões concretas que são objeto de exame no diálogo e na apreciação entre a Pontifícia Comissão ‘Ecclesia Dei’ e a Fraternidade São Pio X. Por conseguinte, o diálogo e a apreciação sobre tais questões concretas deverão prosseguir.”

RV: Como a Pontifícia Comissão ‘Ecclesia Dei’ interpreta esse comunicado?

Mons. Guido Pozzo:- “Não diz nada de novo em relação às posições já bem conhecidas da Fraternidade São Pio X acerca da situação da Igreja hoje. Posso eventualmente acrescentar que quando se faz referência à falta de reconhecimento canônico, que não é o que neste momento levam em consideração, posso dizer que o reconhecimento canônico por parte da Santa Sé é condição essencial a fim de que uma obra católica esteja na plena comunhão eclesiástica, conforme o direito. Não há reconhecimento canônico, estamos trabalhando a fim de que isso aconteça: mas o reconhecimento canônico não é uma fato notarial, é condição essencial!”

RV: O senhor evoca vários pontos chave em questão, sobre os quais trabalham juntos...

Mons. Guido Pozzo:- “São sempre as mesmas questões de ordem doutrinal e de ordem disciplinar: são as questões que dizem respeito ao Magistério, à tradição, às questões do Vaticano II... Portanto, são todas coisas já conhecidas e que não precisamos repetir.”

RV: Pouco tempo atrás o Papa recebeu o superior da Fraternidade, Dom Fellay. Qual é a frequência dessas relações diretas ou indiretas?

Mons. Guido Pozzo:- “Não há uma periodicidade precisa. Os encontros se dão entre nós da Comissão ‘Ecclesia Dei’ ou nossos delegados e os representantes da Fraternidade São Pio X. Houve, porém, este encontro importante: uma audiência privada com o Santo Padre, no qual Dom Fellay pôde expor seu ponto de vista ao Santo Padre. Foi um encontro muito cordial e certamente se insere no caminho de diálogo e, sobretudo, de confiança recíproca que estamos construindo. Portanto, não se exclui que possa haver outros encontros, mas esses não estão já programados...”

RV: Bento XVI tinha muito a peito este trabalho em busca de se poder alcançar a unidade com a Fraternidade. O Papa Francisco tem a mesma ótica?

Mons. Guido Pozzo:- “Sim, certamente. O Papa Francisco tem a peito a unidade da Igreja e tudo aquilo que possa favorecer à unidade da Igreja. Ele é sempre muito disponível, propriamente como habitus mental tem essa disponibilidade. E creio que Dom Fellay tenha se dado conta disso. Mas, evidentemente, também não podemos negar que ainda existem problemas a serem resolvidos, enfrentados, examinados.” (RL)

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O primeiro Iftar numa Igreja Católica nas Arábias

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Dubai (RV) - A igreja católica de São Miguel na cidade de Sharjah, capital do emirado do mesmo nome, surpreendeu ao organizar o Iftar, a quebra do jejum islâmico, para promover a coexistência e a tolerância do espírito religioso. 

De fato, nunca se ouviu falar que uma igreja cristã promovesse uma quebra de jejum, seguindo os parâmetros islâmicos. Ao mesmo tempo em que o jejum foi quebrado, a celebração da missa acontecia na igreja, coincidindo com a convocação para a oração pelo Imã, na sala adjunta.  Mais de 500 trabalhadores de diversos albergues do emirado foram convidados. A participação dos expatriados caracterizou-se pela jovialidade e alegria.

Quem teve a ideia pioneira de realizar o Iftar foi o Padre Wissam Al Massadeh, da comunidade árabe, recebendo o apoio incondicional do pároco Padre Vijay Varghese.

Considerando que, neste tempo, o calor é intenso, como parte das iniciativas da igreja, expatriados voluntários distribuem água e tâmaras aos trabalhadores, ao término do jejum. “Eu me sinto feliz de fazer isso, porque ao final do dia, nós somos toda uma só nação que existe um servindo outro", disse um jovem voluntário. Todos os receptores esboçam um sorriso pela cortesia dos cristãos.

O pároco Padre Vijay Varghese afirmou que, por meio do Iftar, ”quisemos  ultrapassar as fronteiras humanas para chegar aos outros irmãos, especialmente aos pobres”.  “Humanismo não conhece diferenças, disse, mas, como afirma o Papa Francisco, um pouco de misericórdia faz o mundo menos frio e mais justo."

Foi uma boa oportunidade para que também os islâmicos conhecessem uma igreja católica. “O Iftar foi maravilhoso”, afirmou um trabalhador do município. “Foi a primeira vez que entrei numa igreja e gostei da hospitalidade", acrescentou.

O Padre Al Massadeh está convencido de que “as pequenas ações de bondade fazem a diferença”.

(Missionário Pe, Olmes Milani CS)

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