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Sumario del 06/07/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Videomensagem: Papa pede respeito pelos povos indígenas

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Cidade do Vaticano (RV) - Foi divulgada, nesta quarta-feira (06/07), a videomensagem do Papa Francisco sobre as intenções de julho para o Apostolado da Oração. 

Nas intenções de oração deste mês, o Pontífice recorda os povos indígenas: “Quero pedir, em nome dos povos indígenas, que sejam respeitados o nosso modo de vida, os nossos direitos e as nossas tradições. Ides escutar-me?”

O Papa diz ainda na videomensagem: “Quero ser eco e porta-voz dos anseios mais profundos dos povos indígenas. E quero que juntes a tua voz à minha para que, de todo o coração, peçamos que sejam respeitados os povos indígenas, ameaçados na sua identidade e até na sua existência”. 

(MJ)

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Papa Francisco: rezar por quem não tem compaixão

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu na manhã desta quarta-feira (06/07), na Sala Paulo VI, 200 peregrinos da diocese de Lyon, na França. 

Acompanhados por seu Arcebispo, Card. Philippe Barbarin, os peregrinos representam pessoas que vivem em condições de precariedade. De fato, são franceses desempregados, que vivem nas ruas ou doentes.

“Qualquer que seja a condição de vocês, a sua história ou o peso que carregam”, disse o Papa, “é Jesus que nos une. Sejam bem-vindos, sua presença é importante para mim.”

Jesus, prosseguiu, viveu a mesma condição desses peregrinos: foi desprezado pelos homens, esquecido, alguém que não contava nada. “Quando sentirem tudo isso, não se esqueçam que Jesus viveu a mesma experiência. Esta é a prova de que vocês são preciosos e estão no coração da Igreja. Jesus sempre deu prioridade a pessoas como vocês.”

Francisco agradeceu aos acompanhantes da peregrinação, fiéis à intuição do Padre José Wresinski, que partia da experiência vivida e não de teorias abstratas. “As teorias abstratas nos levam às ideologias e as ideologias nos levam a negar que Deus se fez Carne, um de nós! Porque a vida compartilhada com os pobres nos transforma e nos converte.

Pensem bem nisto, eh! E o Ano da Misericórdia é a ocasião para redescobrir e viver esta dimensão de solidariedade, de fraternidade, de ajuda e de apoio recíproco.”

Aos peregrinos, o Pontífice fez um pedido, para que preservem a coragem em meio às angústias, e a alegria da esperança. “Nós acreditamos num Deus que repara todas as injustiças, que consola todas as penas e sabe recompensar os que mantêm a confiança Nele. À espera deste dia de paz e de luz, a contribuição de vocês é essencial para a Igreja e para o mundo.”

Mas Francisco foi além e fez um pedido mais radical: “Eu lhes confio a missão de rezar pelos culpados de sua pobreza, para que se convertam! Rezar por tantos ricos que vestem púrpura e escarlate e fazem festa com grandes banquetes, sem perceber que à porta deles há tantos Lázaros desejosos de matar a fome com as sobras de suas refeições.

Rezem também pelos sacerdotes, pelos levitas que – ao verem aquele homem meio morto – passam olhando para o outro lado, porque não têm compaixão. A todas essas pessoas, desejem o bem e peçam a Jesus que as convertam. E lhes garanto que, se fizerem isso, haverá grande alegria na Igreja, no coração de vocês e também na amada França”.

O encontro na Sala Paulo VI foi uma exceção neste mês de julho, em que há uma pausa nas atividades públicas do Papa. A audiência foi marcada por cantos, leituras e testemunhos, em que Francisco teve a oportunidade de ouvir as histórias de alguns dos peregrinos franceses.

(bf)

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Dal Toso: Cor Unum e o encontro de formação de ajuda à Síria

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Cidade do Vaticano (RV) - Não somente organizar melhor os projetos concretizados pelos organismos de caridade e das dioceses empenhados na ajuda humanitária na Síria, no Iraque e nas crises médio-orientais em geral, mas também uma ocasião de encontro e de diálogo aberto. 

Este é o objetivo da sessão de formação para o pessoal diocesano na Síria - que se ocupa da atividade caritativa - organizada pelo Pontifício Conselho Cor Unum, com a colaboração do Catholic Relief Service, da Ajuda à Igreja que Sofre e da Missio. O encontro - realizado nos dias passados em Beirute, no Líbano - contou com a presença de 11 Bispos e do Núncio Apostólico em Damasco, Dom Mario Zenari, além de representantes diocesanos e de numerosos institutos religiosos.

Uma ocasião também para tratar do empenho da Igreja Católica na região, visto que somente em 2015 seus organismos para lá destinaram mais de 150 milhões de dólares. O Secretário do Pontifício Conselho Cor Unum, Dom Giampetro Dal Toso, participante do encontro, falou aos microfones da Rádio Vaticano:

"Esta sessão de formação nasce de uma proposta surgida durante nossas reuniões de coordenação: o Cor Unum, há alguns anos, realiza anualmente uma reunião de coordenação entre os grandes protagonistas católicos que estão realizando ações humanitárias na Síria, no Iraque e nos países fronteiriços. No contexto destes encontros, foi solicitado pelas agências e organismos locais, a possibilidade de serem formados mais detalhadamente sobre a preparação, sobre a implementação e sobre a prestação de contas dos projetos. Portanto, uma ação muito técnica, mas que é necessária ser tratada, precisamente porque melhorar, é a qualidade das nossas intervenções e maior também é a possibilidade de se ter acesso aos fundos de financiamento. Gostaria de destacar que o primeiro grande sucesso desta iniciativa foi o fato, de que pela primeira vez, foram reunidas estas pessoas, as quais puderam conhecer-se e ter a possibilidade de, juntos, compartilhar as suas preocupações e os seus objetivos. Neste sentido, para nós, foi muito importante a adesão tão alta dos bispos, haviam tantos, 11. Esta ocasião de encontro e de partilha é realmente crucial, porque somente se enfrentados juntos, estes desafios podem ser resolvidos".

RV: Ouvindo os agentes envolvidos a campo, mas também os bispos, o Núncio Dom Mario Zenari, a que conclusões se chegou a respeito da Síria? 

"Evidentemente é uma situação desastrosa que nos surpreende a todos, e surpreende claramente também os bispos, o pessoal religioso e os leigos que estão trabalhando. A coisa mais importante seria encontrar o mais breve possível uma paz, uma reconciliação para este país que realmente foi devastado pela guerra. É óbvio que - enquanto não existir uma mesa redonda para se buscar uma solução para o conflito - a Igreja está empenhada como pode para aliviar a situação das pessoas. Os campos de trabalho são diversos. O primeiro é o de dar de comer: dos dados que temos, o primeiro grande esforço ainda é o de assegurar a sobrevivência, dando de comer e beber. E é um grande esforço que se está levando em frente com gêneros de primeira necessidade. Depois surgiram outros três setores que me parecem importantes. O primeiro: a educação, portanto, garantir a educação às crianças, porque está claro que com esta forte mobilidade interna e também externa, para as famílias é difícil mandar os filhos à escola. O segundo: é muito importante - e os bispos sublinharam isto - garantir os alugueis das casas nas áreas onde ainda se pode viver tranquilamente. Esta crise, esta guerra, provocou um forte empobrecimento e é importante - se quisermos que os cristãos permaneçam - ajudá-los muito, simplesmente para pagar o aluguel da casa. Terceiro: garantir um trabalho, porque evidentemente nesta situação muito volúvel é difícil encontrar ocupação. Portanto, seria oportuno individuar pequenas formas de trabalho - e já se está começando - que tornem-se uma fonte de renda".

RV: Existe algum projeto ou história que o tenha tocado mais fortemente?

"Fiquei muito tocado - além dos colóquios que tive com os bispos e com o pessoal religioso e das dioceses que trabalham no setor humanitário -  pelos encontros que tive em alguns Centros da Caritas Líbano: a Caritas Líbano está realizando um grande trabalho e não somente com os refugiados sírios, mas também com outras faixas da sociedade. Encontrei mulheres que, em trinta, quarenta, estão seguindo um curso de formação junto à Caritas Líbano: mulheres que fugiram do Iraque e da Síria. Quando perguntei a elas - "Vocês voltariam ao seu país quando a paz for restabelecida?” - para a minha surpresa a maior parte disse que não. Mas não por razões econômicas ou de segurança, mas pelo clima de liberdade que agora elas podem usufruir. E isto me faz pensar que o homem, no final da contas, busca isto: a liberdade de poder ser ele mesmo, de poder se expressar, de poder se locomover... Penso que temos um grande trabalho pela frente: o de criar um tecido social, de criar também instituições que garantam às pessoas a possibilidade de serem elas mesmas".

RV: Este curso de formação mostra a solicitude do Papa e da Santa Sé com Oriente Médio, pelos cristãos da região, pela população local. Como foi acolhido?

"Mais além daquilo que se faz com a ajuda em dinheiro, com a ajuda por outros meios, o que realmente é apreciado é o encontro pessoal, o fato de que exista um interesse pessoal e que exista também um interesse concreto em ir de encontro às necessidades desta Igreja. Devo também dizer que um aspecto que não deve ser negligenciado é o do testemunho: não se trata somente de fazer o bem, mas em muitos casos esta ação está se tornando um grande testemunho de Cristo, do fato de que a Igreja Católica ajuda a todos, sem distinção, e pretende construir pontes, ir de encontro ao outro, para além de sua pertença religiosa, cultural ou social. E isto, no final das contas, é o que está no coração do Papa Francisco".

RV: Que balanço se poderia fazer ao final desta sessão de formação?

"Foi uma iniciativa extraordinária,  também pela unicidade do momento. Hoje, temos os dados da ONU que nos revelam que nestes cinco anos de guerra morreram mais de 400 mil pessoas e que na Síria e no Iraque existem 21 milhões de pessoas em risco. Portanto, é realmente uma situação trágica, à qual quisemos dar uma resposta - no nosso pouco - com este seminário. É a primeira vez que, junto a outros três organismo - o Catholic Relief Services, a Ajuda à Igreja que Sofre e a Missio - o Pontifício Conselho Cor Unum organiza uma sessão de formação deste tipo. Isto tem a ver com as iniciativas que estamos levando em frente na área. A próxima será em 29 de setembro próximo, quando teremos uma nova reunião de coordenação para todos os protagonistas que estão trabalhando nestes países em nome da Igreja Católica".

(JE/GA)

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Papa encontra os pais do jovem morto no Rio Tibre

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Cidade do Vaticano (RV) - Na manhã desta quarta-feira (06/07), antes da audiência aos 200 peregrinos franceses da Diocese de Lyon, entre pobres e voluntários de várias associações, o Papa Francisco se encontrou com os pais de Beau Solomon, um jovem estadunidense encontrado morto no Rio Tibre, em Roma, alguns dias atrás. 

O pontífice manifestou aos pais do jovem seus sentimentos, compaixão e proximidade na oração a Deus por esse jovem que morreu tragicamente. 

O caso está sendo investigado pela polícia italiana. (MJ) 

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Igreja no Brasil



Papa aceita renúncia de Dom Aldo Pagotto

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco aceitou a renúncia ao governo pastoral da Arquidiocese de Paraíba apresentada por Dom Aldo di Cillo Pagotto, S.S.S. (Congregação do Santíssimo Sacramento). 

A renúncia foi aceita em conformidade ao parágrafo 2º do cânone 401 do Código de Direito Canônico.

"Cân. 401 —  § 2. Roga-se instantaneamente ao Bispo diocesano que, em virtude da sua precária saúde ou outra causa grave, se tenha tornado menos apto para o desempenho do seu ofício, que apresente a renúncia".

De acordo com a Arquidiocese de Paraíba, o Administrador Apostólico nomeado pelo Papa será Dom Genival Saraiva de França, Bispo Emérito de Palmares (PE).

(bf/rb)

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Assista à "Amoris Laetitia" em vídeo

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Paraná (RV) - O regional Sul 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lança, em formato digital, o conteúdo central da Exortação Apostólica Amoris Laetitia, do Papa Francisco. 

O material está organizado em duas partes. A primeira delas aborda a visão pastoral e é apresentada, em 18 vídeos, pelo Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB, Dom João Bosco Barbosa de Sousa. Já a outra parte traz a visão jurídica, em 17 vídeos, com o canonista e secretário do regional Sul 2, Dom Francisco Carlos Bach.

Proposta

A coletânea é uma chave de leitura da Amoris Laetitia e foi preparada para ser compartilhada nas redes sociais e também para servir de apoio nos momentos de estudo em comunidades, paróquias e movimentos. Os vídeos podem ser assistidos em sequência ou individualmente.

O material é resultado do encontro com membros da Pastoral Familiar paranaense e padres coordenadores da Ação Evangelizadora, ocorrido em março, em Curitiba. Na ocasião, constatou-se a necessidade de traduzir em formato digital o conteúdo central da Amoris Laetitia.

A playlist está disponível no Youtube e pode ser acessada. Veja abaixo a apresentação:

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Igreja na América Latina



Plenária dos bispos peruanos: missa nos cárceres e hospitais

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Lima (RV) - Cárceres e hospitais: são estes os lugares símbolo da obra caritativa da Igreja em que a Conferência Episcopal Peruana (CEP) presidirá, nesta quarta-feira (06/07), a missa de inauguração de sua 108ª assembleia plenária.

“Trata-se de uma maneira”, explicam os prelados numa nota, “de estar próximo aos necessitados neste Jubileu Extraordinário da Misericórdia”.

A CEP escolheu celebrar a missa na prisão de Castro Castro, em San Juan de Lurigancho, e no cárcere feminino de  Santa Mônica, em Chorillos. Preside a Eucaristia também em dois hospitais: no Instituto Nacional para a Saúde da Criança, situado em Breña, e no de São Camilo Barrio Altos, em Lima. 

Recordando o que escreveu o Papa Francisco na Carta com a qual se concede a indulgência jubilar, os bispos desejam que a “celebração do Ano Santo seja para todos os fiéis um verdadeiro momento de encontro com a misericórdia de Deus”, “uma experiência viva de proximidade do Pai, quase como tocar com as mãos a sua ternura a fim de que a fé de todo fiel se reforce e o testemunho se torne cada vez mais eficaz”.

A CEP reitera a importância de que “também aqueles que sofrem por causa de doenças ou são privados da liberdade pessoal devem partilhar o Ano Jubilar, vivendo com fé e esperança este momento de provação”. 

A plenária da CEP se concluirá na próxima sexta-feira, 8 de julho. (MJ)

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Igreja venezuelana condena agressão a seminaristas

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Caracas (RV) - O Arcebispo de Mérida, Dom Baltazar Cardozo, condenou o ataque sofrido por um grupo de seminaristas na sexta-feira (1º/07), perpetrado por supostos grupos "oficialistas".

"Tudo parece indicar que por trás disto estão pessoas ligadas ao governo (de Mérida), alguns deles até mesmo com cargos dentro de organismos do governo", assegurou o prelado em uma entrevista à Unión Radio.

Dom Cardozo explicou que o pequeno grupo de estudantes foi atacado, foram despidos e seus pertences levados quando iam a um curso de inglês nas imediações da Federación de Centros Universitarios de Mérida, onde Lilian Tintori, esposa do político opositor preso Leopoldo López, realizaria algumas atividades.

Os jovens foram colocados contra a parede e interrogados se "eram chavistas ou oposição", relatou o Metropolita. Como "responderam que eram seminaristas, parece que a fúria foi muito maior. Um deles foi ameaçado ser embebido com gasolina e queimado vivo".

"Isto é inadmissível", exclamou Dom Baltazar.

Guerra política

O Arcebispo disse que o Partido Voluntad Popular, do qual é líder Leopoldo López, tentou fazer a denúncia, o que não foi aceito pela Polícia. "Tiveram então que ir à Procuradoria para apresentar, junto com nossos assessores, esta situação. São coisas que não podem ficar assim", reiterou.

O Governador do Estado de Mérida, Alexis Ramírez, afirmou que existe uma investigação em andamento sobre o ocorrido, mas que vê "com muita preocupação" que a oposição "veio denunciar, sem nenhuma prova, pessoas de Mérida". Ele afirmou que os estudantes participariam de um ato promovido pela esposa de López.

"A cidadã Lilian Tintori declarou que a parte logística dos eventos políticos cabe à Igreja. Então a pergunta que nos fazemos é: o que a Igreja, que se supõe seja neutra, faz com menores de idade para ir a um ato político?”

A Conferência Episcopal da Venezuela publicou na segunda-feira (04/07) a seguinte mensagem em sua conta no Twitter: "Mérida unida en oración por Venezuela frente al Seminario San Buenaventura".

Missa pela paz

Uma pequena multidão se reuniu durante a celebração da Missa pela Paz no Seminário Menor de São Boaventura de Mérida, também na segunda-feira. Padre Alexaner Rivera, Reitor do Seminário, agradeceu o apoio recebido após as violências, e assegurou que os agressores foram perdoados.

(je/efe/rb)

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Igreja no Mundo



Mensagem do Papa entrou na alma do armênios, diz Dom Minassian

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Yerevan (RV) - Há pouco mais de uma semana o Papa retornava ao Vaticano de sua viagem à Armênia. Três dias em que Francisco lançou muitas mensagens: custodiar a memória - fonte de paz no futuro - reconciliação mas, sobretudo, uma homenagem ao primeiro país cristão no mundo. 

A Rádio Vaticano entrevistou Dom Raphael Minassian, Ordinário para os Armênios Católicos da Europa Oriental:

"A mensagem do Santo Padre chegou, entrou imediatamente no coração de todo o povo armênio, também da diáspora: falamos de uma mensagem direta ao coração de 13 milhões de armênios no mundo. Ele veio para o primeiro povo cristão, que durante todos estes séculos conseguiu resistir a todas as tentações da vida de um povo. O genocídio foi já proclamado em 12 de abril de 2015 e, portanto, não era este nem o objetivo, nem a meta da visita do Papa. É antes sim, esta ligação espiritual de um pastor pelo rebanho de Jesus".

RV: A memória do passado para desarmar as vinganças, os confrontos, para levar o perdão e a reconciliação. Dom Minassian, foi forte a mensagem do Papa?

"Você tem perfeitamente razão, porque nesta mensagem havia o trabalho pela paz, o trabalho da unidade no testemunho evangélico. E isto vem justamente do coração do pastor que sabe onde vai e por que motivo vai. Estra mensagem chegou também às almas de todos aqueles que o encontraram, o escutaram e o viram, mesmo somente pela televisão. Eu não esperava ver estas pessoas, este povo tão ardoroso na sua fé, que conseguiu expressá-la completamente na pura simplicidade, na sua pobreza, com os sacrifícios, porém, estava presente. A presença na Missa do Santo Padre, em 25 de junho, foi baseada num grande sacrifício, porque vocês não conhecem o povo e como vive, vivem todos nos povoados, mas vieram, deixaram suas famílias, suas vacas, suas ovelhas, o trabalho cotidiano, para vir e ver e sentir e tocar o Papa. Este é um grande sinal da fé popular".

RV: Em seus pronunciamentos, o senhor agradeceu diversas vezes o Papa...

"É verdade. Eu usei o agradecimento em todas as minhas palavras, mas em cada agradecimento meu, havia um desejo, um modo de expressar e de pedir para continuar esta ligação. Foi dado um primeiro passo, agora é conosco. A mensagem era para nós, para nós clero. E aqui não faço diferença entre armênio católico e apostólico, todo o clero é chamado ao serviço das almas. Este passo do Santo Padre na Armênia é um chamado ao serviço profundamente ativo. Um primeiro passo que mudou a amizade, a fraternidade entre o clero católico e apostólico. Isto aconteceu: apagamos todo o passado com esta colaboração junto ao serviço do Santo Padre, o Santo Padre está a serviço de todo o povo".

RV: Em setembro, o Papa irá ao Azerbaijão. Que frutos se pode esperar?

"Primeiro: o Papa é livre de ir onde quer. Segundo: também o falar com o inimigo é um passo positivo para uma paz internacional. Eu creio sempre no otimismo, porque em cada contato existe um ponto positivo".

RV: Difícil olhar com este mesmo otimismo para a Turquia, depois das fortes críticas feitas pelo Papa...

"As pessoas são livres de criticar e de expressarem-se no modo como desejam. Como pai espiritual de toda a Igreja Católica no mundo, o Papa tem o dever de dizer a verdade e ir em frente. A missão é a de dizer a verdade. Nós devemos defender as pessoas que têm necessidade de nossa assistência e depois, os outros são livres de expressarem-se como querem. Não é nossa preocupação o que dirão de nós: a nossa preocupação é o que dirá de nós o nosso Salvador Jesus, se realizamos o nosso dever ou não. As outras coisas são secundárias".

(JE/FS)

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Bispos franceses publicam relatório sobre ação da Igreja nas periferias

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Paris (RV) - Periferias: uma preocupação para todos. Com essas palavras, o Papa Francisco sabe unir os franceses em torno de um mesmo ideal. Desse modo, seu convite a ir às periferias geográficas, sociais e existenciais é ouvido, para além dos âmbitos católicos, pelo conjunto da população.

Essa é uma das conclusões de um Relatório que acaba de ser publicado pela Conferência Episcopal Francesa (CEF), no qual se avalia a ação da Igreja no país em favor das pessoas que vivem às margens geográficas e existenciais da sociedade.

Intitulado “Igreja na periferia”, o documento busca mostrar, de um lado, as expectativas em relação à Igreja, e, de outro, a diversidade do público que ela alcança – refere o jornal vaticano “L’Oservatore Romano”.

A reação dos franceses aos pronunciamentos do Papa Francisco sobre as periferias

Os resultados de uma sondagem realizada em nível nacional em março passado – que ocupam boa parte do Relatório – revelam a percepção que os franceses têm dos pronunciamentos mais conhecidos do Papa Francisco.

Para as pessoas entrevistadas, o discurso pronunciado em 17 de junho de 2013 ao término do ano pastoral na Diocese de Roma, no qual o Santo Padre encorajava a “ir às periferias”, é um apelo a ir de modo prioritário até as pessoas excluídas da sociedade: os sem-teto, as pessoas anciãs ou aquelas que vivem sozinhas.

E o apelo é para todos, católicos e não católicos. Em seguida, coloca-se a ação nos bairros populares, entre aqueles que não são membros da Igreja ou que se distanciaram dela, e, por fim, na zona rural.

Para dois terços dos franceses a Igreja não está suficientemente presente nas periferias

Ademais, a avaliação dos bispos mostra que para dois terços dos franceses a Igreja não está suficientemente presente nas periferias, sobretudo nos ambientes populares. Ademais, 69% consideram que a Igreja deveria agir mais em colaboração com as outras associações e os atores locais.

Outro dado significativo é que somente 40% das pessoas entrevistadas consideram importantes as atividades ligadas à fé e ao culto da Igreja. Os franceses esperam da Igreja que ela assegure, em primeiro lugar, uma missão social.

A grande diversidade das ações promovidas pela Igreja francesa em favor dos excluídos

A segunda parte do documento apresenta a grande diversidade das ações promovidas pela Igreja na França, entre as quais a instrução para crianças migrantes, o serviço oferecido aos doentes; o acolhimento dado nas paróquias a famílias de refugiados iraquianos.

Ao mesmo tempo, evidencia, em âmbito rural, o auxílio a pessoas necessitadas de cuidados especiais e, nos bairros mais pobres, o empenho no diálogo com membros de outras confissões.

Contudo, “mesmo antes do apelo do Papa Francisco já íamos às periferias geográficas e existenciais, mediante micro iniciativas, pouco visíveis, mas eficazes, que se quer dar maior visibilidade”, comentou o bispo e Saint-Denis (região parisiense) e vice-presidente da Conferência Episcopal Francesa, Dom Pascal Delannoy, durante a apresentação do documento.

O prelado diz ter consciência de que se “o fazer” é a dimensão mais visível, em todo caso, é o Espírito Santo que age nas pessoas que atuam. Os bispos observam que tudo isso tem levado adultos a pedirem o Batismo.

A urgência de colocar em comum aquilo que já existe

Outro mérito do documento é mostrar que na França a ação social da Igreja é “por demais constituída de iniciativas solitárias”, reconheceu o secretário geral adjunto do episcopado local, Pe. Pierre-Yves Pecqueux, ressaltando a urgência de “colocar em comum aquilo que já existe e de partilhar os talentos”.

Dom Delannoy precisou, porém, que “é preciso evitar a tentação de uma Igreja centralizadora” que se esconde “atrás desse convite”.

O último objetivo é identificar as periferias nas quais a Igreja ainda é esperada com impaciência, colocando sempre em primeiro lugar o princípio fundamental de toda e qualquer ação a favor das periferias: passar de uma lógica distributiva a uma lógica participativa.

Trata-se de um belo desafio para a Igreja francesa, desafio que deve constituir um eixo prioritário daquela obra de evangelização em âmbito popular iniciada em 2014 pela Assembleia Plenária dos Bispos. (RL / L’Osservatore Romano)

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Patriarca Sako sobre atentados em Bagdá: "Tragédia terrível"

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Bagdá (RV) - Uma mensagem de paz e reflexão aos "irmãos muçulmanos" pela festa do Eid al-fitr - que marca o fim do Ramadã - foi divulgada pelo Patriarca caldeu Louis Raphael I Sako, poucos dias após o triplo atentado suicida em Bagdá, o mais sangrento dos últimos anos. 

O ataque, reivindicado pelo autoproclamado Estado Islâmico, provocou ao menos 175 mortos, entre os quais muitas crianças e jovens. Segundo fontes de imprensa, as vítimas seriam mais de 200. Eis o que disse a este respeito o Patriarca caldeu aos microfones da Rádio Vaticano:

"Condenamos estes ataques, foi uma verdadeira tragédia. Tantas famílias foram destruídas. Ontem (segunda-feira) fui rezar no local dos atentados e acendi velas junto com outros padres. Uma mulher nos disse: "Perdi sete filhos". É portanto algo terrível, uma ofensa contra toda a humanidade, contra todos os valores. Também os fiéis de nossas paróquias, um após outro, foram lá rezar: mais de cem pessoas - mulheres, religiosas, homens - caminharam por vinte minutos à pé, para rezar e mostrar a nossa presença, proximidade e solidariedade por todas estas famílias".

RV: Qual é o objetivo do Daesh? Eles estariam perdendo o controle do território?

"Está claro que para eles acabou, a 'geografia' acabou. Pensam na sua ideologia, segundo a qual o mundo inteiro é domínio deles. Querem atacar qualquer lugar e cidade e matar o maior número possível de pessoas, para provocar. Penso que todo o mundo deva fazer alguma coisa para derrotar tal ideologia, não somente por meio de ações militares, mas também com uma nova cultura para o Islã, um Islã moderado".

RV: O senhor teve contato com as autoridades iraquianas, quer civis como religiosas. Qual foi o teor do encontro?

"Eles se sentem ofendidos por tudo isto, estão desencorajados. Disse a eles que é o momento de superar todas as diferenças, reconciliar-se, pensar na vida dos cidadãos e proteger as suas propriedades. É necessária a paz, porque a guerra e a vingança não têm futuro. Mas a paz é dom de Deus, é um dom para todos nós, para a convivência, o respeito, os valores humanos e o direito do homem. É necessária uma nova postura, uma mudança de mentalidade, mas também de comportamento".

RV: O senhor também teve contato com líderes religiosos muçulmanos? Existe uma condenação deste ato e de outras ações violentas por parte do mundo muçulmano?

"Sim, muitos, também de al-Azhar. É um choque para todo o mundo".

RV: O Papa pediu para que o Senhor converta os corações dos violentos cheios de ódio...

"Isto é muito importante. Nós devemos rezar por estas pessoas que são cegas, que não veem. Que o Senhor ilumine a todos para que possam converter-se ao bem, à paz, à convivência, ao respeito. É necessário um milagre".

RV: Nestas horas se festeja o Eid al-Fitr, a festa islâmica que conclui o Ramadã, o mês sagrado para os muçulmanos. Qual a mensagem da Igreja?

"Enviei uma mensagem a todos os muçulmanos, recordando que o jejum é um momento forte para a conversão, para fazer uma avaliação da situação também à luz destes ataques, mas também da vitória do exército iraquiano que libertou Falluja e Ramadi. Agora é necessário uma nova posição para superar todas estas diferenças, ir além dos interesses pessoais e apresentar uma Carta Magna para o futuro de um Iraque unido, onde exista segurança, paz e prosperidade".

(JE/GA)

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Bispos filipinos: redobrar esforços para acabar com tráfico de seres humanos

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Manila (RV) - O presidente da Comissão Episcopal Filipina para os Migrantes e os Itinerantes, Dom Ruperto Santos, lançou um apelo a redobrar os esforços para acabar com o tráfico de seres humanos.

O apelo do prelado dá-se após ter sido divulgado o Relatório 2016 do Departamento estadunidense que se ocupa desta chaga social. Na classificação, as Filipinas melhoraram em algumas posições, passando assim do “nível 2” para o “nível 1”, no que tange ao respeito aos padrões mínimos para as vítimas desse tráfico.

Tráfico é exploração máxima porque destrói a vida humana

“Trata-se de um andamento positivo, mas ainda há muito a ser feito e os esforços para erradicar o crime do tráfico de seres humanos deve continuar, aliás, redobrar”, comentou Dom Ruperto.

“O tráfico de seres humanos é um flagelo para o país, uma exploração máxima, porque destrói a vida humana, em particular a de mulheres e crianças”, acrescentou. Daí, o chamado a todos os setores da sociedade a fim de que façam um esforço de cooperação para acabar com esse drama.

Compromisso comum das Igrejas cristãs

Colaboração que a Igreja católica, por sua vez, está levando avante. Efetivamente, o presidente da referida Comissão  evidenciou que a Conferência episcopal fez um “Pacto de cooperação” com o Conselho nacional das Igrejas filipinas e com a Igreja evangélica do país asiático para trabalhar, juntos, contra o tráfico de seres humanos.

O pacto foi selado em 10 de junho passado, durante um encontro do Movimento interconfessional contra o tráfico de seres humanos, uma realidade nascida em 2013 fruto da cooperação das três confissões cristãs.

Acolher, curar e ajudar as vítimas

Em particular, as Igrejas signatárias se comprometeram a tornar-se “lugares de acolhimento, tratamento e hospitalidade” para as vítimas e os sobreviventes desse tipo de tráfico, oferecendo-lhes conforto espiritual, auxílio legal, fundo de emergência e consultas médicas e psicológicas.

O pacto prevê também o compromisso a assegurar que todas as formas de tráfico de seres humanos sejam enfrentadas pelo governo nacional. (RL)

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Religiosa copta é assassinada no Egito

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Cairo (RV) - A religiosa copta Madre Asnathia morreu ao ser atingida por disparos na estrada que liga o Cairo à Alexandria.

A religiosa viajava com outras duas irmãs ao Mosteiro Mar Girgis Khatatba, próximo ao povoado de Salmaniya. No tiroteio morreu também um policial cujo filho ficou ferido.

Até o momento não se sabe quem tenha aberto fogo e nem o motivo. O porta-voz da Igreja Copta Ortodoxa, Boulos Halim, afirmou no entanto não tratar-se de um ataque terrorista.

"Não era ela o alvo", afirmou ele. A irmã encontrava-se em meio ao fogo cruzado de projéteis vindos de dois outros automóveis.

A declaração desmente as informações divulgadas pelo jornal al Masri el Youm que, citando algumas fontes coptas, havia falado de um atentado contra a religiosa.

Mesmo com o desmentido, a morte da Madre Asnathia trouxe preocupações entre as minorias.

Há menos de uma semana, em 30 de junho, no Sinai, foi assassinado o Padre Rafael Mousa, da Igreja de São Jorge de al-Arish. O sacerdote copta foi crivado de balas ao levar o carro para o conserto. O atentado foi reivindicado pelo Daesh. (JE)

 

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Formação



O Papa Francisco e o clericalismo na América Latina

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Cidade do Vaticano (RV) - No nosso espaço Memória Histórica - 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos continuar a tratar da Constituição Dogmática Lumen gentium, abordando no programa de hoje a questão do clericalismo na América Latina. 

No programa passado, tratamos da "Eclesiologia no Brasil na época do Concílio", oportunidade em que foi recordado que enquanto no Vaticano era elaborada a Lumen gentium, a Igreja no Brasil realizava a sua primeira Campanha da Fraternidade com o  tema “Igreja em Renovação” e lema: “Lembre-se: você também é Igreja”.

No programa de hoje, o Padre Gerson Schmidt nos propõe a reflexão "O Papa denuncia clericalismo na Igreja da América Latina":

"O Concílio Vaticano II propõe uma nova visão da Igreja. Se podemos fazer em modelo de Igreja, se isso não for talhar e aprisionar o dom do Espirito Santo numa única forma, então diremos que o modelo que a Lumem Gentium propõe é a Eclesiologia de comunhão. O Papa Francisco dirigiu, em março deste ano, uma carta ao Cardeal Marc Ouellet, Presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina, onde recorda alguns trechos da Lumen gentium. Falei rápido outro dia. Vamos hoje aprofundar o pensamento do Papa, nesse resgate do cinquentenário desse documento conciliar:

Diz o Papa Francisco:

“Olhar continuamente para o Povo de Deus salva-nos de certos nominalismos declarativos (slogan) que são frases bonitas, mas não conseguem apoiar a vida das nossas comunidades. Por exemplo, recordo a famosa frase: ‘Chegou a hora dos leigos’ mas parece que o relógio parou” – o Papa parece aqui dizer que paramos no tempo e ainda não valorizamos a participação dos leigos, tão querida e desejada pelo Concílio. E continua o Sumo Pontífice: “Olhar para o Povo de Deus é recordar que todos fazemos o nosso ingresso na Igreja como leigos. O primeiro sacramento, que sela para sempre a nossa identidade, e do qual deveríamos ser sempre orgulhosos, é o batismo. Através dele e com a unção do Espírito Santo, (os fiéis) «são consagrados para serem edifício espiritual e sacerdócio santo» (O papa aqui cita literalmente o número 10 da Lumen gentium, que faz parte do grande capítulo da Igreja Povo de Deus e que tem subtítulo Sacerdócio comum dos fiéis).

E lembra o Papa essa vocação primordial aos consagrados, aos presbíteros e bispos: “A nossa primeira e fundamental consagração funda as suas raízes no nosso batismo. Ninguém foi batizado sacerdote nem bispo. Batizaram-nos leigos e é o sinal indelével que jamais poderá ser cancelado. Faz-nos bem recordar que a Igreja não é uma elite de sacerdotes, consagrados, bispos, mas que todos formamos o Santo Povo fiel de Deus. Esquecermo-nos disto comporta vários riscos e deformações na nossa experiência, quer pessoal quer comunitária, do ministério que a Igreja nos confiou. Somos, como frisou o concílio Vaticano II, o Povo de Deus, cuja identidade é «a dignidade e a liberdade dos filhos de Deus, em cujos corações o Espírito Santo habita como num templo» (Lumen gentium, 9). O Santo Povo fiel de Deus foi ungido com a graça do Espírito Santo e, portanto, no momento de refletir, pensar, avaliar, discernir, devemos estar muito atentos a esta unção” – são afirmações do Papa nessa carta dirigida ao Cardeal Presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina.

E nessa carta ainda o Papa denuncia o clericalismo, que a América Latina precisa enfrentar. Atentos para as palavras do Papa. Diz ele: “Ao mesmo tempo, devo acrescentar outro elemento que considero fruto de um modo errado de viver a eclesiologia proposta pelo Vaticano II. Não podemos refletir sobre o tema do laicato ignorando uma das maiores deformações que a América Latina deve enfrentar — e para a qual peço que dirijais uma atenção particular — o clericalismo. (...) O clericalismo leva a uma homologação do laicato; tratando-o como “mandatário” limita as diversas iniciativas e esforços e, ousaria dizer, as audácias necessárias para poder anunciar a Boa Nova do Evangelho em todos os âmbitos da atividade social e, sobretudo, política. O clericalismo, longe de dar impulso aos diversos contributos e propostas, apaga pouco a pouco o fogo profético do qual a inteira Igreja está chamada a dar testemunho no coração dos seus povos. O clericalismo esquece que a visibilidade e a sacramentalidade da Igreja pertencem a todo o povo de Deus e não só a poucos eleitos e iluminados”. Palavras fortes do Papa Francisco que quer resgatar a verdadeira eclesiologia do Vaticano II, que inverte a pirâmide, colocando os leigos no topo e a hierarquia a seu serviço. Vou repetir essa última frase importante do Papa: “O clericalismo esquece que a visibilidade e a sacramentalidade da Igreja pertencem a todo o povo de Deus e não só a poucos eleitos e iluminados”- (baseando-se nessa afirmativa em Lumen gentium, números 9 a14).

Portanto, o clericalismo – presente nos padres, bispos ou leigos – limita as diversas iniciativas e esforços eclesiais. Faz a Igreja retroceder, empobrece o verdadeiro sentido de colegiado, de todos pertencerem a esse Povo de Deus em marcha que caminha e que cada membro desse povo santo, participarem a seu modo, nos diversos carismas e ministérios, para a santificação e edificação do corpo de Cristo, a qual pertencemos todos. A hierarquia tem sua vocação. Mas não de abafar a iniciativa da participação efetiva dos fiéis leigos, nos seus ministérios específicos e variados, seja na Igreja, na política, na economia, no mundo, mergulhados como verdadeira luz para o mundo".

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CNBB quer levar a Laudato si a todas as comunidades do Brasil

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Cidade do Vaticano (RV) – Atual bispo auxiliar de Brasília e Secretário-geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner foi bispo de São Felix do Araguaia (MT) durante 6 anos, de 2005 a 2011. Conhecedor da realidade amazônica e indígena e de suas relações com o meio ambiente, o bispo celebra o primeiro aniversário da encíclica Laudato si enaltecendo a sua atualidade e o embasamento sobre a qual foi redigida.

Dom Leonardo também revela que a CNBB está promovendo o documento com uma iniciativa especial: 

“No Brasil, temos feito um esforço muito bom neste sentido. Fizemos uma publicação pequena, um resumo, que pudesse ser distribuída para as comunidades. Um cientista tomou a encíclica e fez uma espécie de entrevista com o Santo Padre, mas também com respostas bastante curtas, a partir da própria encíclica. Nós estamos também preparando um pequeno folheto popular para ser distribuído a todas as nossas comunidades. Precisamos naturalmente alguém que nos ajude a financiar, pois não é tão barato e precisamos de um bom número para poder atingir as comunidades no Brasil, que são muitas. O texto está entrando, devagarinho. O que não podemos deixar de fazer lembrar o texto, apresentá-lo, discuti-lo e tem havido uma resposta satisfatória. Estive duas vezes no Congresso nacional falando sobre a encíclica. Existem diversas iniciativas da Comissão Caridade, Justiça e Paz e da Comissão para a Amazônia da CNBB”.

“Realizamos o primeiro seminário, agora em Cuiabá, em torno da encíclica e celebraremos outros seminários nas regiões Norte e Nordeste, para devagar ir despertando para esta realidade. E devagar, vai, mas temos que ser perseverantes. Um ano é pouco, dizem que nós levamos 50 anos para fazer entrar as ideias fundamentais...  Até o Papa disse que o Concílio precisaria de 100 anos para entrar, e são passados apenas 50”.

“É uma verdade, as grandes ideias vão entrando de devagar. Mudar de ideia é exigente; precisa muita paciência, de muito diálogo, de muita reproposições, discussões... e o texto do Santo Padre está nos ajudando nisso. Nós somos muito gratos e nunca agradeceremos o suficiente o Santo Padre por esta encíclica, porque realmente o texto tem dado uma grande contribuição. Eu pude participar da delegação da Santa Sé na COP21 e percebi como o documento foi bem recebido. Talvez seja exagerado dizer, mas se pudemos dar passos em Paris, isso se deve muito às colocações que o Santo Padre faz. No Plenário das discussões, o texto foi citado muitas vezes, inclusive por nações onde a maioria não é cristã e nem católica. O texto está muito bem embasado e abre perspectivas e principalmente nos provoca ao cuidado da Casa Comum”.  

(CM)

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Atualidades



Tese cita pioneirismo das mídias sociais da redação brasileira

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Cidade do Vaticano (RV) – A fanpage da redação brasileira no Facebook foi um dos objetos de estudo de uma tese de doutorado em Ciências da Comunicação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos.

 

Em “E o Verbo se fez rede – uma análise da circulação do ‘católico’ em redes comunicacionais online”, o jornalista Moisés Sbaderlotto apresentou o caso do Programa Brasileiro da Rádio Vaticano no contexto da institucionalidade católica vaticana.

Pioneirismo

Sbaderlotto transitou por diversos setores comunicacionais da Santa Sé. Realizou entrevistas na redação brasileira e também no Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais (PCCS).

“Se eu fosse dizer qual é, provavelmente, a iniciativa de mídia social de maior sucesso dentre as várias [da Santa Sé], seria a página do Facebook em português da [Rádio Vaticano], porque eles são muito rápidos, eles pegam o material e imediatamente colocam-no lá”, destacou ao pesquisador o então secretário do PCCS, Dom Paul Tighe.

O Programa Brasileiro da Rádio Vaticano está no Facebook desde 6 de março de 2012 e foi a primeira página institucional vaticana a estar presente no Facebook.

“A institucionalidade católica da página, que é reconhecida pelos interagentes, lhe dá uma autoridade e um peso comunicacional maiores nos processos em rede”, afirma o documento.

Papel moderador

Sbaderlotto conclui afirmando que o estudo do caso da fanpage permitiu “compreender um pouco mais como se ‘organiza’ a circulação do católico” na internet.

“Mediante debates em rede, em suas tensões e desdobramentos, o catolicismo vai sendo negociado pelos interagentes. A rádio, por sua vez, não tem a palavra final nas conversas públicas, nem interfere nas questões teológicas que levanta, apenas regrando tais debates públicos em relação à linguagem utilizada pelos usuários”.

A pesquisa foi desenvolvida antes criação de fato da Secretaria para as Comunicações (SPC), que promove a convergência e reestruturação dos meios de comunicação vaticanos na era digital.

A íntegra da tese pode ser consultada online.

(rb)

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Porta Aberta: A misericórdia não sai de férias

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Cidade do Vaticano (RV) – A edição desta quarta-feira (06/07) do “Porta Aberta no Ano da Misericórdia” traz entrevistas com sacerdotes, arcebispos e cardeais que passaram por Roma  - e pelos estúdios da Rádio Vaticano – nos últimos dias.

Neste mês de julho, há uma pausa nas audiências públicas do Papa Francisco, mas não nas atividades e eventos por ocasião deste Jubileu da Misericórdia, que já começa a dar os seus frutos. O Pe. salettino Adilson Schio, que trabalha no Conselho Geral da Congregação em Roma, nos fala de uma iniciativa que nasceu neste ano: uma nova missão na Tanzânia.

De passagem por Roma esteve o Arcebispo de Aparecida, Card. Raymundo Damasceno Assis. Em entrevista à Rádio Vaticano, Dom Raymundo fala da relação entre Nossa Senhora e misericórdia e da aguardada visita de Francisco a Aparecida, em 2017.

Também esteve em Roma o Arcebispo de Diamantina (MG), Dom Darci Niccioli, para receber o pálio das mãos do Papa Francisco. Dom Darci fala da relação entre pálio e misericórdia e dos novos desafios em Diamantina.

O “Porta Aberta” vai ao ar às quartas-feiras, às 17h - hora local (12 horário de Brasília) e pode ser ouvido on demand no link acima.

(bf)

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JMJ: Papa não quer agradar os jovens e sim propor desafios a eles

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Varsóvia (RV) - “O Papa Francisco não quer agradar os jovens e não usa atalhos. Ele propõe a eles desafios, quer que vivam em conformidade com o Decálogo, porque somente isto os tornará felizes". 

Foi o que afirmou o Cardeal Kazimierz Nycz, atual Arcebispo de Varsóvia, ao falar à imprensa polonesa sobre a iminente visita do Pontífice à Polônia para a Jornada Mundial da Juventude (de 26 a 31 de julho). 

"O Papa Francisco continua a obra de São João Paulo II, observou o Cardeal. Apresenta exigências aos jovens, mas o faz com amor, porque é a felicidade deles que está em jogo".

Frutos concretos

E os jovens agradecem o Papa com "uma atitude muito positiva, como testemunha a grande presença deles na Praça São Pedro, em Roma, nas Audiências Gerais das quartas-feiras e no Angelus", diz o purpurado.

"Não é verdade que os jovens são insensíveis", acrescenou. "Eles querem oferecer ajuda desinteressada e são felizes em fazê-lo. Estou certo de que a JMJ produzirá frutos concretos".

"Cada ser humano - completou o purpurado polonês - quer fazer algo de bom sem esperar recompensa. Basta olhar ao número crescente de voluntários, também na Polônia. Esta é a prova de tal comportamento". (JE/Sir)

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