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Sumario del 09/07/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Telegrama do Papa pelo falecimento do Cardeal Silvano Piovanelli

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco enviou um telegrama, na manhã deste sábado (09/7), ao Cardeal Giuseppe Betori, arcebispo de Florença, pelo falecimento do Cardeal Silvano Piovanelli, arcebispo emérito de Florença, aos 92 anos de idade.

Em seu telegrama, o Santo Padre diz “ter recebido com tristeza a notícia do falecimento, nesta noite, do Cardeal Piovanelli, após uma longa enfermidade, vivida com ânimo sereno e confiante abandono à vontade do Senhor”.

“Desejo expressar ao senhor, à toda a comunidade diocesana de Florença e aos familiares do Cardeal defunto - escreveu o Papa - a minha profunda participação na sua dor. Penso com afeto neste querido irmão no episcopado, que serviu com alegria e sabedoria o Evangelho e amou com tenacidade a Igreja, recordando com gratidão seu intenso trabalho pastoral, antes como zeloso sacerdote e Bispo auxiliar e depois como guia sábio e solícito da Arquidiocese”.

Francisco concluiu seu telegrama “elevando a Deus suas fervorosas orações, por intercessão de São João Batista e da Santíssima Virgem Maria, para que acolha este seu servo fiel e insigne Pastor na Jerusalém celeste”.

Por fim o Papa concedeu de coração a sua Bênção Apostólica à Igreja florentina e a todos os que conheceram e estimaram o Cardeal Piovanelli.

Agora, com o falecimento do Cardeal Silvano Piovanelli, o Colégio Cardinalício fica composto de 212 Cardeais, dos quais 112 eleitores e 100 não eleitores, em um eventual Conclave. (MT)

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"Motu Proprio" sobre algumas competências econômico-financeiras

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Cidade do Vaticano (RV) – O Santo Padre aprovou, no último dia 4 de julho, um “Motu Proprio” que implementa a reforma dos organismos vaticanos que se ocupam do controle e vigilância da Administração dos Bens da Santa Sé.

O novo documento legislativo destina-se a continuar o caminho iniciado com o “Motu Proprio” Fidelis dispensator et prudens (24.02. 2014), com o qual o Papa criou três novos órgãos: o Conselho para a Economia, a Secretaria para a Economia e o Setor do Revisor Geral.

O documento publicado por Francisco, neste sábado, reflete a necessidade de definir melhor a relação entre a Administração do Patrimônio da Sé Apostólica e a Secretaria para a Economia.

O princípio fundamental das reformas, particularmente com base no atual “Motu Proprio”, é garantir uma distinção clara e inequívoca entre o Controle e a Supervisão, por um lado, e a Administração dos Bens, por outro.

Portanto, o “Motu Proprio” do Papa Francisco especifica as competências pertencentes à Administração do Patrimônio da Sé Apostólica e descreve melhor o papel primordial do controle e fiscalização da Secretaria para a Economia. (MT)

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Dia Mundial da População: saúde reprodutiva

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Nova York (RV) – Celebra-se, no próximo dia 11, o Dia Mundial da População.

Nesta data, em 1987, a contagem da população chegava aos cinco biliões de pessoas, o que levou a ONU a instituir, dois anos depois, o dia 11 de julho para comemorar anualmente esta efeméride.

Estima-se que a evolução da população mundial registra um aumento anual de 75 milhões de pessoas. Quanto à distribuição da população mundial, a maior parte da população encontra-se na Ásia, com a China e a Índia no ápice dos países mais populosos do mundo.

O objetivo do Dia Mundial da População é alertar para as questões do planeamento e do desenvolvimento populacional, quando muita gente não tem acesso aos cuidados de saúde. Outro problema sério é a escassez de alimentos, porque a sua distribuição é desequilibrada: abundância nos países desenvolvidos e carência nos países em vias de desenvolvimento. A poluição, as epidemias e o uso de contraceptivos são outros temas relacionados com a população mundial abordados pela ONU.

Todos os anos, esta comemoração realiza-se em torno de um tema específico. Este ano, o destaque é dado ao tema "Acesso universal aos Serviços de Saúde Reprodutiva” para as jovens adolescentes, que enfrentam desafios constantes, como a desistência da escola e a procriação, com especial incidência nos países em desenvolvimento.

Neste sentido, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, insiste para que seja intensificada a ajuda aos que mais precisam de assistência e cuidados de saúde reprodutiva.

“Alerto os Estados-Membros – afirmou Ban Ki-moon em sua mensagem - para uma ação comum urgente. Saúde e direitos reprodutivos são essenciais para o desenvolvimento sustentável e a redução da pobreza. Investir no acesso à saúde reprodutiva é um investimento fundamental nas sociedades saudáveis e em um futuro mais sustentável”.

“Desde a criação da ONU, em 1945, a população mundial triplicou e continua a crescer - referiu o Secretário-Geral - com mais de sete biliões de pessoas no planeta”. “É preciso trabalhar para a sobrevivência e o bem-estar das mulheres e adolescentes, que devem planejar as suas vidas e as suas famílias”.

Segundo os dados da ONU, os problemas de saúde reprodutiva continuam a ser principal causa de doença e de morte em mulheres em idade fértil em todo o mundo. Perto de 222 milhões de mulheres gostariam de evitar ou atrasar a gravidez, devido à falta de planeamento familiar eficaz, enquanto cerca de 800 mulheres morrem todos os dias no parto. Logo, o planeamento familiar é um direito humano básico! (MT/ONU)

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Cardeal Saraiva Martins será o Enviado Especial do Papa em Fátima

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco nomeou o Cardeal português, Dom José Saraiva Martins, Prefeito emérito da Congregação das Causas dos Santos, seu Enviado Especial às celebrações do XXIV Congresso Mariológico Mariano Internacional, que se realizará em Fátima, de 6 a 11 de setembro próximo. 

Promovido pela Pontifícia Academia Mariana, em colaboração com os responsáveis do Santuário de Fátima, o Congresso terá como tema: “O acontecimento de Fátima, cem anos depois: história, mensagem e atualidade’”.

Desta forma, a Cova da Iria será a sede desta 24ª edição do mais importante momento internacional de reflexão na área de Mariologia. Com efeito, no cinquentenário das aparições de Fátima, em 1967, teve lugar em Lisboa e em Fátima a V edição deste Congresso Mariológico Mariano Internacional.

Subordinado ao tema “A Mensagem de Fátima entre o carisma e a profecia”, o fórum internacional visa aprofundar a reflexão sobre a Mensagem de Fátima, conhecer as diferentes Congregações religiosas e movimentos ligados a Fátima e proporcionar encontros entre os amigos e devotos de Nossa Senhora de Fátima. (MT/Várias)

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Domingo do Mar: nossa vida depende dos marítimos, recorda Santa Sé

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Cidade do Vaticano (RV) - "Como Apostolado do Mar, estamos ao lado dos marítimos para repetir que seus direitos humanos e profissionais devem ser respeitados e protegidos". 

Esta é a mensagem que o Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e dos Itinerantes publicou por ocasião do Domingo do Mar, a ser celebrado no próximo dia 10 de julho.

No texto, assinado pelo Presidente do Pontifício Conselho, Card. Antonio Maria Vegliò, recorda-se que 90% das mercadorias que consumimos são transportadas via mar. Neste comércio, trabalham um milhão e 200 mil marítimos de várias nacionalidades a bordo de 50 mil navios.

Compreensão

“Sentamos comodamente no sofá de nossas casas, temos dificuldade em compreender até que ponto a nossa vida cotidiana depende da indústria marítima e do mar”, afirma a mensagem.

Combustível, móveis, computadores e celulares, roupas e até a fruta que comemos são entregues por navios. E não só: quando fazemos um cruzeiro ou quando migrantes são resgatados no Mediterrâneo, os marítimos estão sempre envolvidos.

Contudo, longas jornadas de trabalho, pirataria, exploração, desastres ambientais, poluição, remuneração escassa e distância da família e dos filhos podem comprometer a integridade física e psicológica dos marítimos.

Respeito e segurança

“Encorajados pelo Papa Francisco, que exortou os capelães e os voluntários do Apostolado do Mar ‘a serem voz dos trabalhadores que enfrentam situações de perigo e de dificuldade’, nós estamos ao lado dos marítimos, para repetir que seus direitos humanos e profissionais devem ser respeitados e protegidos.”

O Pontifício Conselho faz um apelo aos governos para que reforcem a aplicação da Convenção sobre Trabalho Marítimo da Organização Internacional do Trabalho, cujo objetivo é garantir que os trabalhadores tenham acesso a bordo de estruturas e serviços que protejam seu estado de saúde. Aos bispos das dioceses marítimas, pede que instituam e promovam o Apostolado do Mar.

Por fim, Card. Vegliò expressa gratidão aos marítimos por seu trabalho, “essencial para a nossa vida cotidiana”, e os confia à materna proteção de Maria, Stella Maris.

(bf)

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Igreja no Mundo



Terra Santa: Saudação do Patriarca Latino Fouad Twal

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Jerusalém (RV) - "Cheguei ao fim da minha missão como Patriarca, mas a minha missão como sacerdote, amigo e cidadão continua", disse o Patriarca Latino de Jerusalém, Dom Fouad Twal, ao final de seu cargo, por limite de idade, 75 anos, ao se despedir dos fiéis. Numa entrevista publicada no site do Patriarcado Latino, Dom Fouad Twal fala também da herança que deixa nas mãos do novo Administrador Apostólico, Fr. Pierbattista Pizzaballa: “Entre os pontos de força sobre os quais o novo Administrador pode contar está o fato de ter servido por 12 anos como Custódio da Terra Santa e de ter sido o Vigário do Patriarca latino para a comunidade cristã de língua hebraica. Ele conhece bem os desafios e os problemas da Igreja na Terra Santa”. 

Dom Twal nota ainda “o problema da língua árabe, da mentalidade oriental e de toda a atividade pastoral. Por isso, entendo a sua preocupação, a de nossos sacerdotes e também a dos próprios franciscanos: estamos todos cheios de boa vontade para ajudá-lo nesta tarefa”. Ao novo Administrador, o Patriarca emérito faz votos de “conquistar totalmente a confiança dos sacerdotes, de começar a reforma com convicção e sem hesitação, recordando também que a tarefa de Administrador nem sempre significa popularidade”.(SP)

 

 

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Bangladesh: na radicalização dos jovens a falência da família

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Rajshahi (RV) – “Os pais não cuidam dos filhos: há uma falência da família. Deram a eles somente dinheiro e uma vida agitada, sem cuidar de sua formação, ideais e mentalidade. Foram expostos à propaganda ideológica que prometeu a eles que se tornariam heróis ou conquistariam o paraíso, matando. Há um gap geracional. E não se pode ainda esquecer a questão das madrasas (as escolas corânicas gratuitas), onde se faz uma verdadeira lavagem cerebral dos jovens, formando-os em ideias radicais. Este é realmente um problema nacional”: é o que afirma num colóquio com a Agência Fides Dom Gervas Rozario, Bispo de Rajshahi, comentando os elementos que emergiram depois do massacre de Daca em primeiro de julho, quando um comando de sete jovens terroristas entre 20 e 22 anos matou 20 reféns.

Os jovens eram todos provenientes de famílias ricas ou da burguesia médio-alta e tinham frequentado escolas particulares de nível internacional. Um deles, Rohan Imtiaz Kahn, era filho de um político do partido Awami League, que atualmente está no governo em Bangladesh. Seu pai pediu perdão publicamente à população, admitindo sua “falência”.

“O que impressiona a opinião pública é que esses terroristas eram todos jovens de boa família”, nota o bispo, que lança um apelo aos líderes islâmicos: “Há líderes islâmicos bengaleses que condenaram a violência, mas é preciso fazer mais no país e fazer juntos. Todas as forças saudáveis devem se unir, a partir das instituições, para restabelecer os valores da paz e da tolerância no centro da agenda política e derrotar juntos a ameaça terrorista”. (SP) 

 

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Celebrações dos 1700 anos de nascimento de São Martinho

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Budapeste (RV) – O Cardeal Dominik Duka, arcebispo de Praga, na República Tcheca, preside, em nome do Papa, neste sábado (09/7), em Szombathely, Hungria, às celebrações dos 1700 anos de nascimento de São Martinho de Tours.

São Martinho de Tours, filho de um Tribuno e soldado do exército romano, nasceu e cresceu na cidade de Sabaria, (atual Hungria), em 316. Recebeu uma educação pagã dos seus antepassados, que acreditavam em deuses mitológicos do Império Romano.

Aos 10 anos de idade, entrou para o grupo dos Catecúmenos; aos 15, contra a própria vontade, teve que ingressar no exército romano e ir para a Gália (atual França). Aos 18 anos, abandonou o exército e abraçou o cristianismo e os ensinamentos de Cristo. Foi batizado por Santo Hilário, bispo da cidade de Poitiers.

A sua vida foi uma verdadeira cruzada contra os pagãos e em favor do cristianismo, do qual praticava os ensinamentos, principalmente a caridade.

Certo dia, um mendigo que morria de frio pediu-lhe esmola e, como não tinha, o jovem Martinho cortou seu próprio manto com a espada dando-lhe metade. Durante a noite o próprio Jesus lhe apareceu em sonho, usando o pedaço de manto, que dera ao mendigo, e o agradeceu por tê-lo aquecido no frio. Deste então, decidiu deixar as fileiras militares e se dedicou à religião.

Com vinte e dois anos foi batizado e afastado da vida da corte e do exército. Tornou-se monge e discípulo do famoso Bispo de Poitiers, Santo Hilário que o ordenou diácono. Ali fundou uma comunidade de monges.

Eram tantos os jovens religiosos que buscavam sua orientação, que Martinho construiu o primeiro mosteiro da França e da Europa ocidental. Com seus monges, visitou aldeias pagãs, pregava o Evangelho, demolia templos dee ídolos e construía igrejas.

Dizem os escritos, que, na época, havia recebido dons místicos, operando muitos prodígios em beneficio dos pobres e doentes que tanto amparava.

Quando a diocese de Tours ficou vacante, em 371 o povo o aclamou Bispo local por unanimidade. Mas não deixou suas peregrinações apostólicas, as visitas a todas as paróquias, o zelo pelo culto e a conversão dos pagãos, mediante grande caridade.

Martinho foi Bispo e Tours por vinte e cinco anos; aos oitenta e um, faleceu na cidade de Candes, em 8 de novembro de 397.

São Martinho de Tours tornou-se o primeiro Santo não mártir da Igreja e um dos mais populares da Europa medieval e é considerado o santo patrono dos alfaiates, cavaleiros, pedintes, restauradores, produtores de vinho, alcoólicos reformados, como dos soldados.

A Hungria é o único país que deu continuidade à Fé cristã, há mais de 17 séculos, graças em grande parte a São Martinho. O primeiro rei da Hungria, Santo Estevão, escolheu São Martinho como Padroeiro do país. (MT/GPE/EPC)

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Formação



Dom Orani: Contemplar o Deus misericordioso

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Rio de Janeiro (RV) - Dentre as sugestões para a vivência das obras de misericórdia, o mês de julho, que estamos iniciando, que nos faz viver o clima da Jornada Mundial da Juventude, escolhemos um tema mais contemplativo. Acredito que a contemplação do Senhor Misericordioso nos faz ter um coração renovado, que deve se traduzir em atitudes misericordiosas.

A importância da vida de oração nos une cada vez mais ao Senhor das misericórdias para que, acolhendo o dom da graça de Deus em nossas vidas, experimentemos, pela ação do Espírito Santo, a Sua presença.

Existem muitos enfoques que podemos trilhar para essa contemplação. Procuremos alguns textos bíblicos que nos falam dessa direção.

A Palavra de Jesus (Mt 5, 38-48) nos convida a amar a todos, sem nenhuma discriminação, pois assim seremos perfeitos como o Pai Celeste é perfeito. O Senhor nos convida a ser santos como Ele é santo! A santidade a que somos chamados consiste em fazer a vontade de Deus nosso Pai, que ama a todos, sem distinção. Diz-nos São Paulo: “Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação” (1Ts 4, 3). Jesus nos convida a viver a caridade para além dos critérios humanos. Neste sentido, em nossa Carta Pastoral “Com Misericórdia Olhou para Ele e o Escolheu” fixamos como obra de Misericórdia para o mês de julho de 2016 “Contemplar o Deus misericordioso”. (Cf. Carta Pastoral “Com Misericórdia Olhou para Ele e o Escolheu”, n. 23.3). Como Moisés, que ao encontrar com o Senhor voltou com o rosto luminoso, assim somos chamados a ter o mesmo “contagio” que nos transfigura ao encontrarmo-nos com o Senhor.

“Aquele que te fere na face direita, oferece-lhe também a esquerda” (Mt 5, 39). Jesus Cristo estabelece novas bases – o amor, o perdão das ofensas, a superação do orgulho – sobre os quais os homens hão de atender a uma defesa razoável dos seus direitos. Ainda: “Amai os vossos inimigos, rezai por aqueles que vos perseguem e caluniam” (Mt 5, 44). Devemos também viver a caridade com aqueles que nos tratam mal, que nos difamam e roubam a honra, que procuram positivamente prejudicar-nos. O Senhor deu-nos exemplo disso na Cruz, e os discípulos seguiram o mesmo caminho do Mestre. Ele nos ensinou a não ter inimigos pessoais – como o testemunharam heroicamente os santos de todas as épocas – e a considerar o pecado como o único mal verdadeiro.

Somos chamados a contemplar essa misericórdia! Cristo não pregou essa doutrina somente com a palavra, mas também com o exemplo. Do alto da cruz, depois de crucificado por todos os pecadores, pronuncia aquelas palavras que continuam nos comovendo profundamente: “Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem” (Lc 23,34). Faz dois mil anos que essas palavras ressoam aos “ouvidos” do Pai que, em atenção a essa súplica do seu Filho, ao qual não fizeram justiça, continua perdoando e nos levando ao Paraíso.

As consequências dessa contemplação é também aos que nos odeiam e aos que nos maltratam, aos que nos perseguem e aos que falam mal de nós, pois nem excluímos os que difamam a Igreja e os que injuriam os ministros de Deus. Também os insensatos que afirmam disparates contra a fé e os bons costumes, tentando corromper a família, a juventude e as crianças, devem ser objetos do nosso amor que perdoa (mesmo denunciando profeticamente as maldades que fazem). Enfim, todos os que nos consideram inimigos – nós, ao contrário, não somos inimigos de ninguém – se sintam amados e perdoados por nós. O amor de Cristo não conhece fronteiras e nós, seus discípulos, também devemos desconhecê-las.

Jesus chama atenção para o espírito, a intenção, a motivação com a qual se realiza o preceito: “Ouvistes o que foi dito: olho por olho, dente por dente” – é justo, era a medida da justiça da Lei de Moisés e ainda hoje é a medida de todos os tribunais do mundo. Este preceito não é de vingança, é de justiça: um olho por um olho, um dente por um dente! “Eu, porém, vos digo: não só justiça, mas misericórdia, generosidade, porque vosso Deus é assim”! “Ouvistes o que foi dito: amarás a quem te ama, não tens obrigação para com teus inimigos. Eu, porém, vos digo: amai a todos, amai sem esperar recompensa, porque o coração do vosso Pai no céu é assim”! Abri-vos, pois, irmãos meus, abri-vos para Deus, aquele Deus que vos deu tudo quando vos deu o Filho Único, o Amado, até a morte e morte de cruz.

Peçamos a Deus na nossa oração pessoal que nos dilate o coração; que nos ajude a oferecer sinceramente a nossa amizade a um círculo cada vez mais vasto de pessoas; que nos anime a ampliar constantemente o campo do nosso apostolado, ainda que num caso ou noutro não sejamos correspondidos, ainda que seja necessário ceder nalgum ponto de vista ou nalgum gosto pessoal. 

O Senhor sempre nos perdoa! Ele tem uma paciência infinita com a nossa mesquinhez e com os nossos erros. Por isso nos pede – e assim nos ensinou expressamente no Pai Nosso – que tenhamos paciência em face de certas situações e circunstâncias que dificultam que os nossos amigos ou conhecidos se aproximem de Deus.   

 

            Orani João, Cardeal Tempesta, O.Cist.

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

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Editorial: Chorar por aqueles que ninguém chora

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Cidade do Vaticano (RV) – Era uma segunda-feira de 3 anos atrás, precisamente o dia 8 de julho de 2013 quando o Papa Francisco, na sua primeira viagem em território italiano, tocava os pés na Ilha de Lampedusa, Sul da Itália. Este pedaço de terra no meio do Mar Mediterrâneo foi e continua sendo uma das principais rotas de entrada de refugiados do Norte da África em direção à Europa. Ali estava o coração entristecido do Papa pela morte de tantos imigrantes.

 

Para muitos a costa do Mediterrâneo naquela região é digna de uma versão contemporânea do inferno de Dante. Nos poucos mais de 100 quilômetros de mar que dividem a Europa do Norte da África ali já morreram milhares de pessoas. A maioria em função dos naufrágios das precárias embarcações, mas também por falta de água e comida, enquanto ficavam à deriva no mar.

Francisco naquela ocasião lançou uma coroa de flores para recordar os imigrantes que morreram em muitos naufrágios, encontrou imigrantes então alojados no centro de imigração de Lampedusa e presidiu uma missa na praça esportiva da ilha. Recordamos, Francisco ficou profundamente tocado pelo naufrágio de uma embarcação que transportava imigrantes provenientes da África, mais um numa série infinita de tragédias. Dai o desejo de rezar pelos que perderam a sua vida no mar, encontrar os sobreviventes e animar os moradores desta ilha. Não deixou de fazer um chamado à responsabilidade de todos, para que se ocupem destes “irmãos e irmãs em extrema necessidade”.

Em Lampedusa Francisco "chorou pelos mortos que ninguém chora" e voltou a colocar os pobres ao "centro da sua missão”. Naquela ocasião com a voz embargada pela emoção exortou todos a "despertarem suas consciências" e a combaterem a "globalização da indiferença". Alertou assim para a “cultura do bem-estar pessoal”, que leva à indiferença para com os outros, diante das desumanas tragédias.

Mas desde aquele dia histórico para esta ilha o que mudou? Para onde foram as lágrimas do Papa, para qual direção foram as flores jogadas ao mar? Será que os corações e consciências foram tocados? Muitos afirmam que algo mudou e um vento novo sacudiu as consciências, mas muitos afirmam que pouca coisa mudou pois milhares de pessoas continuam a chegar em barcos e a arriscar sua vidas no mar, provenientes da África, em busca de uma vida melhor para seus filhos e famílias. Muito foi feito e se está fazendo, principalmente pelo governo italiano, mas ainda muito deve ser feito para evitar tantas mortes.

Com uma reflexão sobre a indiferença humana diante das tragédias, reflexão que frequentemente Francisco faz nos seus discursos, naquela ocasião o Papa retomou o trágico acontecimento bíblico entre Caim e Abel, perguntando: “Caim, onde está o teu irmão”! Ali, questionou de quem era a responsabilidade pela tragédia dos contínuos naufrágios.

“Perdemos o sentido da responsabilidade fraterna”- disse o Papa -.

Enquanto isso no grande mar da esperança, as utopias continuam a encontrar o seu fim, e o sonho de uma vida melhor naufraga, levando consigo todo desejo de uma vida digna. O Mar Mediterrâneo nos últimos três anos continuou a cobrar duramente o alto preço de vidas, que tentavam atravessar a “piscina dos deuses”, em busca de um horizonte cheio de expectativa.

Neste “mar da esperança” se continua a morrer e se continua a usar quilos de tinta para escrever rios de palavras que ciclicamente são destinadas a cair numa simples retórica. Quase todos os dias, desta parte do sul da Europa chegam notícias de tentativas de atravessar esse mar em embarcações improvisadas que, quando não chegam a um “porto feliz”, deixam seus “peregrinos” no meio do caminho, sem vida, na indiferença total, em um mar que já se tornou cemitério.

É preciso pensar e criar soluções que vão além de um resgate em alto mar, que possa ir a fundo nas causas desses fluxos migratórios desordenados; conflitos, guerras, fome, miséria. São peças de um mosaico complicado, que todos devem contribuir para resolver. Neste momento o único mosaico que se forma é o da dor e do sofrimento de pessoas que se tornaram somente números em uma estatística fria.

Por ocasião dos três anos da visita que o Papa realizou a Lampedusa mais de trinta cidades italianas se recolheram em oração pelos milhares de pessoas que perderam suas vidas em uma viagem da esperança, sem um porto feliz. (Silvonei José)

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Reflexão dominical: gesto misericordioso do Bom Samaritano!

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Cidade do Vaticano (RV) – A primeira leitura da liturgia de hoje nos fala da maravilha que é possuir uma lei feita por Deus e que, por isso mesmo, leva à Vida. Essa Lei está impregnada em nosso ser. 

O Livro do Deuteronômio diz que ela “está ao seu alcance: está na sua boca e no seu coração”. Isso significa que não deveremos ficar presos a um código de regras, de prescrições, mas que nos entreguemos, sem reservas, à promoção da Vida.

No Evangelho, a parábola do Bom Samaritano, contada por Jesus, deixa isso claríssimo. O Mestre dá a essa Lei um nome: misericórdia!

A misericórdia promove a Vida. Ela não faz rodeios para salvar o ser humano.

A Vida está em primeiro lugar. Salvaguardar a Vida, seja de quem for, é a Lei Máxima! E quando se fala em Vida não se restringe à vida física, mas se compreende também a moral, a psíquica, a espiritual.

Fala-se da Vida do Homem. Tudo deve estar subordinado a esse valor, porque Deus é Vida e Ele assim determinou que fosse. Por isso, matar alguém, física ou moralmente é um pecado grave.

Do mesmo modo é desconhecimento da revelação do Amor de Deus, qualquer atitude que demonstre falta de misericórdia. Está escrito: “Quero a misericórdia e não o sacrifício”.

Por que é um samaritano quem pratica a misericórdia na parábola contada por Jesus? Será que Jesus quer simplesmente incomodar os judeus? Não, não é nada disso. Ele até pode ter esse desejo, e certamente o tem, de alertar seus concidadãos. Mas a figura do samaritano, nesta parábola, tem o significado de ser alguém que desconhece um código de leis. Jesus quer destacar que esse homem nascido na Samaria agiu somente por causa de seu coração. Ele teve a sensibilidade de perceber a situação de miséria em que se encontrava o homem assaltado. Ajudou muito para que tivesse compaixão, sua origem samaritana, de marginalizado. Ele se identificou com o pobre coitado e agiu como Deus, isto é, teve compaixão. Segundo Lucas, somente Jesus tem compaixão. É um gesto eminentemente divino! O QUE É MEU É TEU!  QUERO QUE VOCÊ TENHA VIDA!

Podemos apreender o seguinte ensinamento: para alguns, a salvação está no cumprimento das leis; para outros, nos atos realizados dentro de um templo; para o samaritano, está em assumir a Vida e colocar-se a caminho dos que estão sendo privados dela. Ao se solidarizar com o marginalizado, o samaritano encontrou Deus e a verdadeira religião. (Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para o XV Domingo do Tempo Comum)

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Atualidades



Venezuela: Coligação da oposição pede ajuda ao Vaticano

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Caracas (RV) - A coligação da oposição da Venezuela, Mesa de Unidade Democrática (MUD), pediu ao Vaticano que se una a uma mediação internacional para promover o diálogo com o Governo de Nicolás Maduro.

“É necessário alargar a mediação. Entendemos que é fundamental a participação de um representante da Santa Sé e/ou a implicação de mais ex-presidentes”, refere um comunicado da MUD, divulgado na noite de quinta-feira (07/7).

O texto fala numa “grave crise humana”, em particular por causa da “falta de medicamentos”, da “carência de alimentos” e da situação econômica.

A coligação, com maioria no Parlamento, manifestou disponibilidade para participar numa primeira reunião, já na próxima terça-feira.

Em maio, o Papa Francisco enviou uma carta ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, depois de na mensagem proferida no Domingo de Páscoa (27/3), ter falado publicamente sobre as “difíceis condições” em que vive o povo venezuelano, pedindo a criação de “espaços de diálogo e colaboração entre todos”.

O presidente da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), D. Diego Padrón, afirmou na quinta-feira que o governo de Maduro não tinha “autoridade moral para apelar ao diálogo e à paz”, criticando a “incapacidade” do Governo para resolver a situação do país, que tem levado à “violência social”.

Na abertura da assembleia plenária da CEV, o responsável lamentou a “ingovernabilidade” do país e a “brutal repressão” na vida social, convidando o executivo a reconhecer a “gravidade da situação”.

A MUD tenta revogar o mandato do sucessor de Hugo Chávez com a realização de um referendo.

Para D. Diego Padrón, “consultar e acatar a decisão do povo é um imperativo moral” e o referendo é uma saída democrática que pode impedir uma “espiral de ódio”.

O presidente da CEV declarou que os bispos não são “opositores” nem “profetas do desastre”, antes de oferecer os “bons serviços da Igreja” para criar “canais de diálogo”.

A Nunciatura Apostólica em Caracas anunciou em maio o cancelamento de uma visita à Venezuela do secretário do Vaticano para as Relações com os Estados, D. Paul R. Gallagher, por “motivos alheios” à Santa Sé.

A viagem do responsável diplomático previa a ordenação de um bispo, encontros com autoridades políticas e representantes da oposição, entre os dias 24 e 29 de maio.

O Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, foi Núncio apostólico em Caracas.

(Ecclesia/MT)

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