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Sumario del 16/07/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Congresso Eucarístico Italiano: "Eucaristia, fonte da missão"

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Genova (RV) – O Santo Padre nomeou o Cardeal Angelo Bagnasco, Presidente da Conferência Episcopal da Itália (CEI), seu Enviado Especial às celebrações do 26° Congresso Eucarístico italiano, que se realizará em Genova, de 15 a 18 de setembro próximo.

O evento, que reunirá todas as realidades eclesiais da Itália entorno do mistério Eucarístico, é promovido pela Conferência Episcopal Italiana e terá como tema "A Eucaristia fonte da missão. Em vossa misericordiosa viestes ao encontro de todos".

Este 26° Congresso Eucarístico tem por objeto “viver uma renovada experiência de Deus, que sai de si mesmo para salvar o homem; na Eucaristia, levar a Igreja a sair dos seus confins, a convite do Santo Padre".

O evento Eucarístico realiza-se no âmbito do Ano Santo da Misericórdia “para que os fiéis se abram, de modo convincente e generoso, ao dom da misericórdia de Deus, fonte inesgotável de toda renovação pessoal e comunitária".

Logo, a misericórdia será o eixo central do Congresso Eucarístico italiano. A alegria que emana da experiência da misericórdia “proporciona um novo frescor às Comunidades eclesiais e um novo impulso ao anúncio do Evangelho".

Para se refletir sobre a Eucaristia, como fonte da missão, e sobre a misericórdia, o Congresso se articulará em quatro momentos: primeiro, contemplar a santidade misericordiosa de Deus, que vem ao encontro de cada homem; segundo, redescobrir a riqueza da celebração Eucarística na vida da Igreja; terceiro, indicar alguns aspectos da relação entre a Eucaristia e a transformação missionária nas comunidades; e quarto, descobrir os ambientes da vida social, onde a Eucaristia precisa de um testemunho renovado. (MT/GaudiumPress)

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Golpistas fracassam na Turquia: 200 mortos, quase 3000 detenções

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Ancara (RV) - Faliu o golpe militar na Turquia contra o Presidente Recep Tayyp Erdogan. A tentativa de golpe gerou no país uma situação de caos e violência. Uma parte do exército e da polícia resistiu ao assalto e os militares insurgentes perderam a luta contra o tempo. 

O balanço de vítimas é de cerca de 200, ao menos 47 civis. O presidente exortava o povo à resistência e, agora, a permanecer nas ruas. Ainda nas primeiras horas da manhã se ouviam tiroteios. Foram destituídos 29 coronéis e 5 generais.

O golpe durou poucas horas. Tudo teve início pouco antes das 22h locais. Os militares entraram em ação em Istambul e Ancara, a capital, onde carros-tanques se posicionaram diante do Parlamento, helicópteros atiravam no Palácio presidencial. Entraram na sede da TV estatal anunciando ter tomado o poder, prometendo retornar à democracia e à laicidade. Acusam Erdogan de autoritarismo e de ter islamizado o país.

Os militares pedem uma Turquia mais ligada à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e mais próxima dos EUA, ao tempo em que a questão dos separatistas curdos permanece irresoluta.

Em Istambul – metrópole cultural do país e ponto de contato entre Ocidente e Oriente Médio –, ocuparam as duas pontes principais sobre o Bósforo e o aeroporto. Foram horas de confusão. O chefe de Estado, que se encontrava de férias no Mar Egeu, parece ter querido pedir asilo político no exterior.

Uma parte do exército e da polícia resistiu. Muitos simpatizantes do presidente saíram às ruas. Os confrontos foram violentos. Um helicóptero dos golpistas foi abatido. Na madrugada, por volta das 3h locais, Erdogan retornou a Istambul, em meio à multidão, anunciando o falimento da tentativa do golpe e que os autores pagarão caro. Agora se passa à fase do acerto de contas. Quase 3.000 militares já foram detidos. (RL)

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Vigário na Anatólia: é preciso diálogo, há mal-estar por traz das tensões

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Ancara (RV) - A situação na Turquia permanece difícil. Há tempos que o país vive uma crise latente, também consequência das guerras que estão afligindo o Oriente Médio e o Norte da África. Nesse contexto, a pequena minoria cristã é instrumento de diálogo entre facções opostas. Entrevistado pela Rádio Vaticano, eis o testemunho que o vigário apostólico na Anatólia (Centro-Oeste da Turquia), Dom Paolo Bizzeti, deixou por telefone, falando de Iskenderun: 

Dom Paolo Bizzeti:- “Onde vivo – graças a Deus! – a situação é tranquila. Naturalmente, há muita tensão, mas a situação aqui é tranquila... É difícil, também para nós, compreender as dimensões reais desse confronto e, portanto, é preciso ser muito prudentes. Infelizmente, fomos ouvidos várias vezes nestes últimos tempos por uma série de fatos sangrentos, que já revelavam seguramente uma tensão dentro do país. Embora a grande maioria das pessoas seja seguramente pacífica e viva tranquilamente, não se pode negar que – nestes últimos tempos – tem sido praticada uma política de ódio, de confronto, e isso, evidentemente, a um certo ponto leva a uma deflagração maior. Creio que, sinceramente, a única coisa inteligente a ser feita é não exasperar os tons para reencontrar aquele mínimo de calma necessária para compreender as razões também de quem insurgiu: uma insurreição, por quanto não se saiba ainda a dimensão, é seguramente sempre índice de um mal-estar. Por conseguinte, é preciso ir às causas desse mal-estar.”

RV: O que se pode testemunhar e como, neste momento, com a própria presença no país?

Dom Paolo Bizzeti:- “Seguramente, sempre através da arma do diálogo, que é a única que pode assegurar um viver de modo civil. Portanto, da parte da Igreja creio que será unânime o testemunho de que, justamente, é preciso abaixar os tons e que se deve buscar compreender quais são as causas deste mal-estar.” (RL)

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Dom Ayuso sobre ataque na França: diálogo é necessidade vital

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Cidade do Vaticano (RV) - “Nossos esforços, de todos os fiéis e de todas as pessoas de boa vontade, devem estar voltados para construir a harmonia social e uma convivência atenta à dignidade de todo ser humano. Nesse sentido, o diálogo entre as religiões se impõe como necessidade vital que requer o compromisso dos líderes religiosos junto aos membros de suas comunidades.” 

Foi o que reiterou, com veemência, o secretário do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Dom Miguel Ángel Ayuso Guixot, comentando o sangrento ataque terrorista na França.

Interpelado pelo jornal vaticano “L’Osservatore Romano” ao retornar da missão no Egito – onde encontrou as autoridades máximas da Universidade de Al-Azhar –, o prelado, também em nome do presidente do dicastério, Cardeal Jean-Louis Tauran, que é de nacionalidade francesa, assegurou orações “pelas vítimas deste brutal atentado contra a humanidade”, ao mesmo tempo, expressando “pesar a todos os envolvidos nesse trágico atentado que atingiu a cidade de Nice, sudeste da França, e o mundo inteiro”.

“Todos estamos chocados com o ocorrido e é com grande sofrimento que continuamos assistindo a esses atos de insensata brutalidade que atingem pessoas inocentes em sua vida cotidiana”, disse o bispo comboniano.

Por fim, Dom Ayuso dirigiu um apelo à comunidade internacional e, em particular, “aos que têm em mãos a responsabilidade de gerir a coisa pública”, a fim de que evitando fáceis populismos “atuem sem ambiguidade” para debelar “a chaga da violência terrorista onde quer que essa se manifeste”. (L'Osservatore Romano / RL)

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JMJ ao vivo no YouTube em VaticanBR

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Cidade do Vaticano (RV) – A redação brasileira prepara uma série de transmissões especiais durante a visita do Papa à Polônia.

Todas as transmissões extraordinárias da Rádio Vaticano irão ao ar também ao vivo no YouTube.

Inscreva-se em nosso canal VaticanBR para receber os alertas antes do início das transmissões para seguir de perto o encontro de Francisco com a juventude mundial.

A playlist com as transmissões já está publicada. Os horários podem sofrem alterações sem prévio aviso.

Ao todo, serão  13 transmissões especiais: entre elas, a visita do Papa aos campos de concentração nazistas de Auschwitz e Birkenau, a Vigília de Oração com os jovens e a Missa de Encerramento – na qual o Pontífice anunciará a cidade-sede da próxima Jornada Mundial da Juventude.

Acesse a lista completa da programação no horário de Brasília.

(rb)

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Rádio Vaticano na JMJ: a tabela das transmissões ao vivo

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Cidade do Vaticano (RV) – Contagem regressiva para a XXXI Jornada Mundial da Juventude que se realizará em Cracóvia, Polônia, de 26 a 31 deste mês de julho.

A Rádio Vaticano transmitirá ao vivo os principais eventos. Os horários se referem ao de Brasília.

Terça-feira (26/07)

O Cardeal-arcebispo de Cracóvia, Dom Stanislaw Dziwisz, presidirá à solene Missa de inauguração da JMJ com os milhares de jovens provenientes de várias partes do mundo. A celebração Eucarística será transmitida ao vivo, em português, a partir das 12h20.

Quarta-feira (27/07)

O Papa partirá do Vaticano, com destino a Cracóvia, onde manterá os seguintes encontros, que também serão transmitidos ao vivo pela Rádio Vaticano, no horário de Brasília:

Às 11h50: encontro com as Autoridades, a Sociedade Civil e o Corpo Diplomático, no pátio de honra de Wawel;

Às 13h15: encontro com os Bispos poloneses na Catedral de Cracóvia;

Quinta-feira (28/07)

Às 04h40: oração na Capela de Nossa Senhora Negra, em Częstochowa, e, a seguir, Santa Missa, na área do Santuário de Częstochowa, por ocasião dos 1050 anos do Batismo da Polônia;

Às 12h00: entrega das chaves da Cidade de Cracóvia e Cerimônia de Acolhida dos jovens no Parque Jordan, em Blonia, Cracóvia;

Sexta-feira (29/07)

Às 04h30: visita ao Campo de Concentração de Auschwitz–Birkenau, onde o Papa rezará diante do “muro da morte” e da cela de São Maximiliano Kolbe;

Às 11h20: visita ao Hospital Pediátrico Universitário;

Às 12h45: Via Sacra com os Jovens;

Sábado (30/07)

Às 05h15: Santuário da Divina Misericórdia, visita à Capela da Irmã Faustina e, depois de atravessar a Porta Santa da Basílica de Łagiewniki, celebração da Eucaristia com sacerdotes e consagrados de toda a Polônia.

Às 13h50: na esplanada do “Campus Misericordiae”, Vigília de Oração com os jovens participantes na JMJ;

Domingo (31/07)

Às 04h45: Santa Missa conclusiva da XXXI JMJ no “Campus Misericordiae”;

Às 11h50: encontro com os Voluntários da JMJ;

Às 13h10: cerimônia de despedida no aeroporto de Valice-Cracóvia.

(mt)

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Igreja no Mundo



O perdão de Assis e a Indulgência plenária da Porciúncula

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Assis (RV) – Realiza-se na Basílica de Santa Maria dos Anjos, em Assis, nesta sexta e sábado (15-16/7), um encontro sobre o tema “O perdão de Assis e as indulgências plenárias”, por ocasião do VIII Centenário da Indulgência da Porciúncula (1216-2016).

Origem

A origem da Indulgência da Porciúncula deu-se assim, segundo o testemunho de Bartolomeu de Pisa: “Certa noite, do ano do Senhor de 1216, Francisco estava compenetrado na oração e na contemplação na igrejinha da Porciúncula, perto de Assis, quando, repentinamente, a igrejinha ficou repleta de uma vivíssima luz. Assim, Francisco viu Cristo sobre o altar e, à sua direita, a sua Mãe Santíssima, circundados de uma multidão de anjos. Francisco, em silêncio e prostrado no chão, adorou a seu Senhor. Então, perguntaram-lhe o que ele desejava para a salvação das almas. A resposta de Francisco foi imediata: “Santíssimo Pai, mesmo que eu seja um mísero pecador, vos peço, que a todos os que, arrependidos e confessados, virão visitar esta igreja, possam receber um amplo e generoso perdão, com uma completa remissão de todas as culpas”. O Senhor lhe disse: “Ó Irmão Francisco, o que me pede é algo de grandioso, mais você é digno de coisas maiores e as obterá: acolho, portanto, seu pedido, com a condição de pedir tal indulgência, da parte minha, ao meu Vigário na terra, o Papa”.

Aprovação do Papa

Imediatamente, Francisco se apresentou ao Pontífice Honório III que, naqueles dias encontrava-se em Perugia, ao qual narrou a cândida visão que teve. O Papa o ouviu com atenção e, depois de alguns esclarecimentos, deu a sua aprovação, dizendo: “Por quanto anos você quer esta indulgência”? Francisco, com desapego, respondeu-lhe: “Padre Santo, não vos peço por anos, mas pelas almas”.

Feliz, Francisco dirigiu-se à porta, mas o Pontífice o chamou: “Mas você não quer nenhum documento”? E Francisco respondeu-lhe: “Santo Padre, Deus cuidará de manifestar a obra sua; eu mesmo não preciso de nenhum documento. Esta documento deve ser a Santíssima Virgem Maria, Cristo o Escrivão e os Anjos as testemunhas”.

Poucos dias mais tarde, diante dos Bispos da Úmbria e do povo reunido na Porciúncula, Francisco anunciou a indulgência plenária, dizendo entre lágrimas: ”Meus irmãos, quero que todos vocês vão para o Paraíso!”

Extensão da Indulgência

Mais tarde, com a Bula de 4 de julho de 1622, o Papa Gregório XV estendeu esta grande indulgência a todas as igrejas da Ordem Franciscana e prescreveu que, além da confissão, era necessária a comunhão e a oração pelo Sumo Pontífice.

Em 16 de abril de 1921, o Papa Bento XV estendeu a indulgência plenária do Perdão de Assis a todos os dias do ano, somente na Basílica de Santa Maria dos Anjos, em Assis.

Este ano, em concomitância com o Ano Santo da Misericórdia, os Frades festejam, na Basílica Santa Maria dos Anjos, o Grande Jubileu do Perdão de Assis no seu oitavo centenário (1216-2016).

Programa

No próximo dia 2 de agosto, o Cardeal Gualtiero Bassetti, arcebispo de Perugia, presidirá à la solene celebração Eucarística de inauguração do VIII Centenário do Perdão de Assis.

O tríduo em preparação à Solenidade do Perdão, de 29 a 31 de julho, será presidido pelo Padre Raniero Cantalamessa, capuchinho, Pregador oficial do Vaticano.

Dia 1° agosto: Celebração Eucarística de Abertura da Solenidade do Perdão, presidida pelo Padre Michael Perry, Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores. Procissão da “Abertura do Perdão” e diversas atividades e romarias.

Dia 2 e 3 de agosto: Dedicação da Porciúncula e Solenidade do Perdão; abertura oficial do VIII Centenário do Perdão de Assis.

Enfim, na tarde do dia 4, o Papa Francisco irá como peregrino à igrejinha da Porciúncula, “coração pulsante” da espiritualidade franciscana, situada na Basílica de Santa Maria dos Anjos, em Assis, onde se deterá em oração e pronunciará seu discurso. (MT)

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Formação



Editorial: O espaço da Oração

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Cidade do Vaticano (RV) – Neste mês de julho não estamos tendo as já tão esperadas homilias do Papa Francisco nas Santas Missas na capela da Casa Santa Marta; também em agosto não as teremos. São muitos os fiéis em todas as partes do mundo que aguardam com ansiedade o pensamento do Santo Padre e por que não, os seus puxões de orelhas, principalmente aqueles que se sentem “grandes cristãos”, ou “cristãos acomodados”.

 

Francisco nas suas reflexões matutinas, de um modo muito simples e eficaz nos faz ver e nos indica o caminho de como devemos ser para sermos bons cristãos, para seguirmos os ensinamentos de Cristo.

Em uma das suas últimas homilias, em meados de junho último, Francisco chamou a atenção para a oração do Pai Nosso. O Papa insistiu mais uma vez no valor da oração, nesta conversa “rosto a rosto” com Deus. Referindo-se à oração que Jesus nos ensinou e que todos os dias – esperamos – todos recitem, o Pontífice afirmou que rezando o Pai Nosso “sentimos o olhar do Pai sobre nós”.

Para um cristão, as orações não são palavras mágicas disse Francisco recordando que ‘Pai’ é a palavra que Jesus profere sempre nos momentos fortes de sua vida. Não desperdiçar palavras como os pagãos, não pensar que as orações são palavras ‘mágicas’.

Jesus “indica o espaço da oração em uma só palavra: ‘Pai’”.

E precisamente este nosso Deus, nosso Pai, sabe o que precisamos já antes de fazermos o pedido. É um Pai que “nos escuta às escondidas, no segredo, como Jesus, nos aconselha a rezar: no segredo”. Este Pai nos dá a identidade de filhos.

Digo ‘Pai’, e chego às raízes da minha identidade: a minha identidade cristã é, portanto, ser filho e esta é uma graça do Espírito. Ninguém pode dizer ‘Pai’ sem a graça do Espírito.

‘Pai’  - disse Francisco - é a palavra que Jesus usava quando estava cheio de alegria, de emoção: “Pai, te louvo porque revelas estas coisas as crianças”; ou chorando, diante do túmulo de seu amigo Lázaro. “Pai, te agradeço porque me ouvistes”; ou ainda, nos momentos finais de sua vida, no fim”.

Nos momentos mais fortes Jesus diz: ‘Pai’. Ele fala com o Pai”. É o caminho da oração, é o espaço de oração. “Sem sentir que somos filhos, sem dizer ‘Pai’ – advertiu então o Papa – a nossa oração é pagã, é uma oração de palavras”.

Certo, podemos rezar a Nossa Senhora, aos anjos e Santos, mas a pedra angular da oração é sempre o ‘Pai’. Se não formos capazes de iniciar a oração com esta palavra, “a oração não vai dar certo”.

Fazemos também as procissões, as peregrinações... Tudo bonito, mas sempre começando com “Pai” e na consciência de que somos filhos e que temos um Pai que nos ama e que conhece todas as nossas necessidades. Este é o espaço”.

Como dissemos antes Francisco nos recorda que rezar ao Pai, é sentir o olhar do Pai sobre nós, sentir que aquela palavra “Pai” não é um desperdício, mas é um chamado para Aquele que me deu a identidade de filho.

Ainda na oração do Pai Nosso temos a parte em que Jesus se refere ao perdão do próximo, como Deus nos perdoa. “Se o espaço da oração é dizer Pai - observou o Papa -, a atmosfera da oração é dizer ‘nosso’: somos irmãos, somos uma família”.

O Pai nos dá a identidade e a família. Por isso é tão importante a capacidade de perdoar, de esquecer, de esquecer as ofensas, a saudável costume, mas, deixemos para lá... que o Senhor faça, e não carregar o rancor, o ressentimento, o desejo de vingança.

Rezar ao Pai perdoando o próximo, esquecendo os insultos, é a melhor oração que podemos fazer. Pedir ao Pai é sentir-se realmente filho. A oração é voltar o nosso coração a Deus. (Silvonei José)

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Episódio de Marta e Maria: "Prioridade à Palavra de Deus"

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Cidade do Vaticano (RV) - O tema da liturgia de hoje é a hospitalidade. Tanto na primeira leitura que fala da visita de Deus a Abraão e Sara, quando moravam em tendas, como no Evangelho, quando relata a visita de Jesus Cristo a Lázaro, Marta e Maria. Deus vem a nós como qualquer pessoa e deseja ser acolhido. 

A primeira leitura versa sobre a dificuldade que temos quando fazemos um ato de caridade e de acolhida e nos lembramos das palavras de Jesus: “Quem acolhe um desses pequeninos, me acolhe e quem me acolhe, acolhe o Pai que me enviou.” Abraão não sabe que acolhe Deus, mas no final tem consciência de que hospedou e serviu o Deus Altíssimo nas pessoas daqueles três homens.

Os três chegaram à tenda de Abraão em um momento inoportuno. Fazia o maior calor do dia e Abraão fazia sua sesta. Todavia, ao vê-los ao longe, ele se levanta e se dirige aos visitantes e lhes dá as boas-vindas. Faz com que se sentem, traz água para que lavem os pés e vai tomar outras providências para bem recebê-los. Mais tarde, aparece com pão feito na hora, com a carne do novilho que havia mandado o empregado matar e preparar, com coalhada e com leite.

Podemos dizer que, com sua generosidade, Abraão providenciou o máximo que ele podia oferecer e ofereceu um banquete.

Abraão não se senta, mas permanece de pé, no sentido de estar disponível para servi-los. Podemos imaginar, pela fala de Abraão, que os chama de "meu Senhor" ao acolhê-los, que intuía que os visitantes fossem Deus. Por outro lado, eles se comportam de modo diferente de como os habitantes daquela região se comportariam, não perguntando pela mulher do dono da casa; ao invés, eles perguntam por ela e demonstram saber seu nome, e fazem alusão à sua esterilidade, prometendo-lhes um filho dentro de um ano.

O relato da visita de Jesus à família de Betânia traz à nossa reflexão a dimensão espiritual que pode conter uma visita e sua acolhida.

Jesus não critica Marta por chamar sua irmã para ajudá-la nos afazeres e nem elogia Maria porque, aparentemente, está desligada, não percebendo o "sufoco" da irmã. Marta é censurada por Jesus porque está "preocupada e agitada por muitas coisas"; está dispersa em meio a tantos afazeres. Maria é elogiada porque está à "escuta da Palavra".

Marta deveria ter-se envolvido no trabalho após ter escutado a Palavra. Isso evitaria que ela caísse na agitação, na canseira e na neurastenia.

Por outro lado, durante esse episódio, não se ouviu a voz de Maria. Ela permaneceu silenciosa todo o tempo. Certamente, em seu silêncio, Maria viu a reação da irmã e se levantou colocou o avental e foi trabalhar. Por sua vez, Marta deixou o avental e foi acalmar-se aos pés de Jesus, quando este a censurou.

Abraão, com serenidade, deixou seu descanso no momento mais exaustivo do dia e foi servir os hóspedes. Marta, preocupada em servir o Mestre, se esqueceu de se alimentar de sua Palavra e ficou agitada, preparando a refeição. Maria, a disponível, primeiro se preparou para o serviço, ouvindo o Senhor. Mesmo com a reclamação da irmã, mesmo trabalhando e servindo o tempo todo, conservou a serenidade a ponto de não se ouvir sua palavra.

A acolhida mais importante é a feita à Palavra de Deus. Ela irá nos ensinar a acolher todas as pessoas. Contudo, seremos mais felizes se estivermos no seguimento de Abraão e de Maria, acolhendo a Palavra nos dois sentidos: tanto em escutar o Senhor, a Palavra encarnada, como em servi-la com nossos préstimos, deixando que ela fale através de nossos gestos, deixando o Verbo encarnar em nós, como fez Maria de Nazaré.

Do mesmo como Maria de Betânia e como Maria de Nazaré, com serenidade, conservemos tudo no silêncio de nosso coração. (Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para o XVI Domingo do Tempo Comum)

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Atualidades



Jornada Internacional "Nelson Mandela": apartheid, liberdade e paz

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Cidade do Cabo (RV) – Celebra-se, no próximo dia 18 de julho, a Jornada Internacional intitulada “Nelson Mandela”, proclamada pela ONU, em 2010, como homenagem pela preciosa contribuição do ex-presidente sul-africano para a construção da cultura da paz e da liberdade. 

Nelson Mandela ficou preso por 27 anos por causa da luta contra o Apartheid na África do Sul. Com a chegada de Frederik de Klerk ao poder, em 1989, Nelson Mandela voltou à liberdade em 11 de fevereiro de 1990.

Ao sair da prisão, o defensor da liberdade fez um discurso pacífico, em Durban, sem nenhum tipo de vingança, pedindo aos sul-africanos que jogassem no mar suas espingardas e todo tipo de arma mortal.

Desta forma, Mandela tornou-se o construtor negro de uma sociedade multirracial e, junto com De Klerk, acabaram com o apartheid. Ambos foram agraciados com o Prêmio Nobel da Paz em 1993.

Em maio de 1994, Mandela foi eleito presidente da África do Sul. Na sua tomada de posse, declarou: “Comprometemo-nos a construir uma sociedade em que todos os sul-africanos, brancos ou negros, possam caminhar de cabeça erguida, sem nenhum medo, certos do direito inalienável da dignidade humana, na nação do arco-íris, em paz com o mundo e consigo mesma.”

Mandela retirou-se da vida política, em 2004, mas continuou a unir multidões, nos quatro cantos do mundo. Aquele que era chamado Madiba, pôs-se ao serviço das grandes causas como a luta contra a Aids a pobreza. Faleceu em 5 de dezembro de 2013.

Na data do seu aniversário, em 18 de julho, a UNESCO criou a Jornada Internacional “Nelson Mandela” por um mundo mais justo. (MT)

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Nas Arábias, respeitar as culturas significa merecer acolhida

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Dubai (RV*) - Amigas e amigos, com satisfação envio uma saudação das Arábias. 

Viver e trabalhar nos Emirados Árabes Unidos, é uma oportunidade única porque permite conviver com a cultura de 10% da população local e com os expatriados de 200 países que constituem 90% do total de pessoas do país. Graças às inúmeras experiências em outras terras, digo-lhes que tenho livre trânsito em todos os grupos. Faço parte de uma comunidade apostólica de 11 pessoas de seis nacionalidades, que é uma fonte de enriquecimento diário.

Diferentemente do turista que viaja para ver coisas, a condição de residente, além de ver, permite experimentar a cultura local de outros países.

A cultura árabe é uma das mais antigas do mundo. Os princípios básicos de respeito em sociedade são mantidos desde o surgimento da civilização. 

É bom conhecer o âmago do povo a fim de evitar perguntas, intervenções e atitudes que, sob ponto de vista deles, podem aparecer como ofensivas. Vejamos alguns pontos fundamentais.

A cultura da sociedade árabe é acolhedora, forte e tradicional. É mundialmente conhecida pelos hábitos conservadores. O povo árabe não costuma expressar os sentimentos pessoais. Problemas particulares, seja entre amigos ou familiares, sempre são mantidos longe dos estranhos; existe uma grande preocupação, em não permitir a outras pessoas saberem o que se passa em suas vidas, bem como não se veem nas ruas de países árabes, pessoas rindo em voz alta.

A privacidade, uma das características mais importantes da sociedade árabe, é visivelmente percebida na construção civil; as casas e prédios costumam ser construídos com paredes bem largas, para proporcionar distância do barulho do trânsito. Uma das considerações mais importantes na construção, é a garantia de que seus moradores não verão os seus vizinhos, de nenhuma parte da casa, e vice-versa.  Em visita à casa de um árabe, é recomendável ficar próximo à porta, de maneira que, quando esta se abrir, não seja visível o interior da casa; só tomar a iniciativa de entrar ao ser convidado, pelo anfitrião que estende a mão, com a palma para cima, dizendo: “tifaddal” (“entre”).

Deve-se ter cuidado com as palavras porque elas são analisadas, uma a uma, mesmo que sejam elogios! Um simples elogio a algo do anfitrião árabe, faz com que ele se sinta obrigado a lhe retribuir, mesmo que seja de valor expressivo. É prudente admirar as coisas, mas sem exagero.

Ao ser convidado à casa de um anfitrião árabe, ou para o seu escritório, e for apresentado a uma mulher, seja ela funcionária ou parente dele, não se deve beijá-la. Se ela estender a mão para cumprimentar, cumprimente-a; em outros casos, só a cumprimente com palavras. Nunca comente a beleza da mulher de um árabe, seja ela, a esposa, a irmã, filha ou funcionária. Isto não será visto como um elogio!

O respeito por essas características culturais é o caminho para um bom acolhimento.   Dessa forma, ao entrar em sua cultura, podemos dizer como eles: “As-salam alaykom”, “a paz esteja contigo”.

*Missionário Pe. Olmes Milani CS, das Arábias para a Rádio Vaticano

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