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Sumario del 19/07/2016

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa na vídeo-mensagem para Polônia: JMJ no signo da Misericórdia

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Cidade do Vaticano (RV) - Foi divulgada nesta terça-feira (19/07), a vídeo-mensagem do Papa Francisco para a viagem apostólica à Polônia, em vista da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que se realizará em Cracóvia de 26 a 31 deste mês. 

Ano Jubilar

“Já está próxima a trigésima primeira Jornada Mundial da Juventude, que me chama a encontrar os jovens de todo o mundo, reunidos em Cracóvia, proporcionando-me também a feliz ocasião de encontrar a amada nação polonesa. Tudo será vivido sob o signo da Misericórdia, neste Ano Jubilar, e com grata e devota memória de São João Paulo II, que foi o artífice das Jornadas Mundiais da Juventude e guia do povo polonês no seu caminho histórico recente rumo à liberdade”, disse o pontífice.

O Papa agradeceu aos jovens poloneses que há muito tempo estão se preparando, sobretudo com a oração, para o grande evento de Cracóvia. “Agradeço-lhes de coração por tudo aquilo que estão fazendo e pelo amor com o qual fazem. Desde já os abraço e os abençoo”, frisou ainda Francisco.

Rosto da Misericórdia

“Queridos jovens de várias partes da Europa, África, América, Ásia e Oceania! Abençoo também os seus países, seus anseios e seus passos rumo a Cracóvia, para que seja uma peregrinação de fé e fraternidade. Que o Senhor Jesus lhes dê a graça de experimentar em si mesmos esta sua palavra: «Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia».”

“Sinto um grande desejo de os encontrar para oferecer ao mundo um novo sinal de harmonia, um mosaico de rostos diferentes, de tantas raças, línguas, povos e culturas, mas todos unidos no nome de Jesus, que é o Rosto da Misericórdia.”

Amoris laetitia

“E agora uma palavra a vocês, queridos filhos e filhas da nação polonesa! Sinto que é um grande dom do Senhor ir até vocês, porque são um povo que na sua história passou por muitas provações, algumas muito duras, mas avançou com a força da fé, sustentado pela mão materna da Virgem Maria. Estou certo de que a peregrinação ao Santuário de Czestochowa será para mim uma imersão nesta fé provada, que me fará muito bem. Agradeço-lhes as orações com as quais estão preparando a minha visita. Agradeço aos Bispos e sacerdotes, aos religiosos e religiosas, aos fiéis leigos, especialmente às famílias, a quem idealmente entrego a Exortação Apostólica pós-sinodal Amoris laetitia. A «saúde» moral e espiritual duma nação vê-se pelas suas famílias: por isso, São João Paulo II tinha tanto no coração os noivos, os casais jovens e as famílias. Continuem por esta estrada!”

“Queridos irmãos e irmãs, envio-lhes esta mensagem como penhor do meu afeto. Permaneçamos unidos na oração. Nos vemos na Polônia!

(MJ)

 

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Santa Sé pede na ONU ação global contra tráfico de menores

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Nova Iorque (RV) – O Observador da Santa Sé nas Nações Unidas, o Arcebispo Bernardito Auza, pediu o empenho da comunidade internacional para eliminar o tráfico de crianças e adolescentes.

Na semana passada, em Nova Iorque, foi lançada um nova parceria global para combater toda forma de violência contra menores. Em seu pronunciamento, Dom Auza recordou o compromisso da Santa Sé contra esta chaga social desde o Concílio Vaticano II, que ficou ainda mais evidente nos pontificados de S. João Paulo II e Bento XVI. Já o Papa Francisco elevou a ação da Igreja a outro nível, com a criação do “Grupo Santa Marta” e a organização de inúmeros eventos com especialistas no assunto.

Mensagem de Francisco

A mensagem do Pontífice, recorda Dom Auza, é que  estamos lidando com uma "ferida aberta no corpo da sociedade contemporânea", "um crime contra a humanidade", “câncer social” e um "flagelo atroz" que está ocorrendo em muitos dos nossos bairros.

Portanto, não podemos permanecer indiferentes perante o conhecimento que os seres humanos estão sendo “comprados e vendidos como objetos, até mesmo agredidos e mortos como animais vítimas de abuso, e que devemos juntos abordar as componentes econômicas, ambientais, políticos, antropológicos e éticos da crise”.

Crime contra humanidade

Dom Auza recorda que o tráfico de qualquer pessoa, não importa a idade, é um crime contra a humanidade. Mas há algo particularmente abominável quando se trata de crianças, como já ensinava Jesus há mais de dois mil anos. Atualmente, estimam-se que dois milhões de menores no mundo são traficados.

O representante da Santa Sé declarou-se satisfeito com a Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável, que identifica como uma de suas metas a eliminação de todas as formas de violência a crianças.

“Trabalhando em conjunto com perseverança, podemos eliminar o tráfico de crianças e adolescentes e, juntos, atingir o objetivo para acabar com abusos, exploração, tráfico e todas as formas de violência contra e tortura de crianças em 2030”, concluiu o Arcebispo.

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Igreja na América Latina



Cardeal Urosa: estamos com o povo que sofre

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Caracas (RV) -  “Garantir ao povo o direito de se alimentar, permitir a entrada de medicamentos do exterior e buscar uma solução para a grave crise social e econômica que afeta o povo venezuelano.” 

Este foi o apelo lançado pelos bispos da Venezuela ao Governo do  Presidente, Nicolás Maduro, no final da assembleia do episcopado, realizada este mês. O Arcebispo de Caracas, Cardeal Jorge Urosa Savino, foi entrevistado pela nossa emissora.

Cardeal Urosa: “Em toda nossa assembleia, nós bispos venezuelanos, nos pronunciamos sobre a situação do país e o fazemos há mais de 40 anos. Claramente, neste momento, o nosso documento indicou uma situação extremamente grave, porque se produziu uma enorme falta de alimentos, e ao mesmo tempo, um custo elevado dos mesmos, por causa da inflação que chegou a 400% em relação ao ano passado. Portanto, a situação é extremamente grave. Neste sentido, convidamos o Governo Federal a resolver esta problemática e garantir realmente ao povo venezuelano o direito de se alimentar.”

Neste sentido, recentemente, Dom Padrón disse que tanto o Vaticano quanto o Papa estão acompanhando com muita atenção a situação na Venezuela, mas o Governo não ouve ninguém...

Cardeal Urosa: “Sim, é verdade. O Governo não ouve o Santo Padre e muito menos o episcopado venezuelano. Há muito tempo, nós, com um comportamento positivo e respeitoso, apresentamos os problemas, os erros e as soluções, mas o Governo não ouve. Este é um problema muito sério. É um pecado, pois a situação do país só piorou cada vez mais.”

Recentemente, também os médicos venezuelanos solicitaram a mediação da Igreja e do Papa a fim de pedir ao Governo para que faça entrar os medicamentos essenciais no país...

Cardeal Urosa: “Sim e infelizmente o Governo não escuta nem mesmo este pedido. Há vários meses a Igreja está pedindo ao Governo a autorização para que cheguem os produtos, tanto  alimentos quanto medicamentos, que muitas pessoas no exterior, pertencentes a organizações não governamentais ou organizações eclesiásticas, querem enviar. O Governo, porém, nega constantemente esta autorização. É algo deplorável e nós, naturalmente, não entendemos quais sejam as razões do Governo.”

Por outro lado, o Governo considera os membros da Igreja golpistas e nas últimas semanas foram agredidos dois seminaristas. O que o senhor nos diz sobre a situação da Igreja neste contexto?

Cardeal Urosa: “A agressão aos seminaristas foi um fato, podemos dizer, casual e deplorável da parte de um grupo de pessoas armadas que, em Mérida, procuravam impedir uma manifestação da oposição. Infelizmente, os seminaristas que não se apresentavam como tais, porque usavam roupas civis, passaram por ali e foram agredidos. Um fato deplorável! Agora, o que realmente incomoda é que o Governo ao invés de se interessar, ouvir, considerar ou estudar as propostas que nós bispos venezuelanos fazemos, simplesmente ataca os bispos com argumentos absurdos. Ao invés de estudar os problemas que nós levantemos, nos atacam e nos qualificam como golpistas. Isto é totalmente falto. Nós, de nenhuma forma, participamos de conspirações contra o Governo Federal.”

De fato, observando os vários comunicados feitos pelo episcopado venezuelano, nota-se a postura positiva da Igreja em favor do diálogo...

Cardeal Urosa: “Este sempre foi o nosso comportamento. Neste momento, pedimos ao Governo para que atenda não somente ao pedido do episcopado, mas também de um grande número de venezuelanos que quer soluções democráticas para a crise política, de alimentos e medicamentos que o país sofre atualmente.  Esperamos que o Governo analise esta proposta. Nós temos sempre um comportamento positivo, com uma mão estendida para ajudar a resolver os problemas do povo venezuelano.”

Para concluir, no comunicado se fala de um momento de grande tensão social...

Cardeal Urosa: “Sim, certo, pois por causa da penúria e da escassez de alimentos, o povo venezuelano está vivendo com muita angústia e há várias manifestações de protesto e, consequentemente, atos violentos como saques a lojas e mercearias. As pessoas se sentem aflitas por causa de uma situação que Governo não está dando solução. Encontramo-nos num momento muito crítico e esperamos que a situação atual do país não piore ainda mais.” (MJ)

 

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Bispos da Califórnia pedem apoio contra pena capital

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Califórnia (RV) – Os Bispos Católicos da Califórnia, neste Ano Jubilar da Misericórdia, apoiam a Proposição 62 para acabar com o uso da pena de morte no estado. “O nosso compromisso para eliminar a prática da pena capital baseia-se seja na fé católica, seja na nossa experiência pastoral.”

“Toda vida é sagrada – inocente ou imperfeita – assim como Jesus Cristo nos ensinou e demonstrou repetidamente ao longo de Seu ministério. Este foco na preciosidade da vida humana é fundamental para o Cristianismo. Jesus deixa claro que para amar a Deus devemos amar o nosso próximo.”

Pena de morte não é a solução

A nota dos Bispos prossegue: “O nosso apoio para abolir o uso da pena de morte também está enraizada no nosso firme propósito de acompanhar e apoiar todas as vítimas de crimes. Elas sofrem as consequências dolorosas dos atos criminosos. Enquanto rezamos por elas devemos também salientar que o atual uso da pena de morte não é a solução. Só traz mais violência para um mundo que já tem muita violência”.

Os Bispos dos Estados Unidos já há muito tempo se opõem a utilização da pena capital. A Proposição 62 fornece aos eleitores a oportunidade de abolir esta prática na Califórnia, assim como 19 outros Estados já o fizeram.

Papa Francisco

A Igreja Católica na Califórnia recorda também o empenho dos últimos Papas contra a pena capital e citam as palavras do Papa Francisco pronunciadas no Angelus de 21 de fevereiro deste ano:

“Um sinal de esperança é constituído pelo surgimento, na opinião pública, de uma contrariedade à pena de morte cada vez mais difundida, até como instrumento de legítima defesa social. Com efeito, as sociedades modernas têm a possibilidade de reprimir eficazmente o crime sem privar de modo definitivo aquele que o cometeu da possibilidade de se redimir. O problema deve ser visto na óptica de uma justiça penal que seja cada vez mais conforme com a dignidade do homem e com o desígnio de Deus sobre o homem e sobre a sociedade e também com uma justiça penal aberta à esperança da reinserção na sociedade. O mandamento «não matarás» tem valor absoluto e diz respeito quer ao inocente quer ao culpado.”

“Em novembro – o mês em que se conclui o ano da misericórdia – os californianos terão a oportunidade de abraçar tanto a justiça como a misericórdia no momento de votação. Encorajamos vivamente todos os eleitores a considerem a fé e a oração apoiando a proposta 62”, concluem os Bispos.

(NM)

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Igreja no Mundo



Cardeal Tagle: Deus apenas ama, não condena

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Manila (RV) – “Não sejam ansiosos em condenar os outros, mas encontrem um dom em cada pessoa” esta é a exortação que o Arcebispo de Manila, o Cardeal Luis Antonio Tagle, fez aos fiéis no encerramento da 3ª Conferência sobre a nova envangelização nas Filipinas. O evento se conclui no último domingo e focou-se no tema da misericórdia em sintonia com o Jubileu extraordinário.  

Deus ama

O Cardeal disse: "A pessoa que queremos desacreditar pode ser um presente de Deus. Presentes devem ser estimados”. Na homilia da missa, refletindo sobre o Evangelho de João, o Arcebispo de Manila, disse que Deus não quer condenar ninguém, ao invés disso, procura a salvação de todas as pessoas.

"Jesus não veio para desacreditar os pecadores. Jesus veio para salvá-los,” disse o Cardeal Tagle. Isto significa que os cristãos também foram enviados não para se tornarem sinais de condenação, mas de misericórdia e amor que salva.

Imigrantes

O Cardeal citou as muitas pessoas que estão sendo descartadas pela sociedade sem que ninguém se preocupe com elas. E emocionou-se ao recordar um jovem refugiado que conheceu na Grécia em outubro passado, um menino sírio que estava desacompanhado de seus pais. “Eles queriam salvá-lo. Às vezes, quando penso naquele menino, pergunto-me onde é que ele está agora? Será que ele algum dia voltará a ver os seus pais?" O Arcebispo de Manila também acrescentou: "Estas são as pessoas que são descartadas por situações que elas não criaram, mas de que são vítimas".

(NM)

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Bispos da África Oriental: perto dos irmãos do Sudão do Sul

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Addis Abeba (RV) - “No espírito de solidariedade, nós, bispos católicos da região AMECEA, condenamos todos os atos de violência, sem exceção. Combater por qualquer motivo é um ato ruim e injustificável”: foi o que escreveram os bispos da AMECEA, o organismo que reúne as Conferências Episcopais da África Oriental, em um comunicado assinado pelo seu Presidente o Cardeal Berhaneyesus Souraphiel, Arcebispo de Addis Abeba.

A dor dos bispos pela violência em Juba

No texto, divulgado pela AMECEA e reproduzido pela agência Fides, os bispos se dizem “entristecidos pelas trágicas consequências da violência que foi desencadeada em Juba desde a noite de 7 de Julho, e que causou mais de 100 mortes e deixaram milhares de pessoas inocentes sem-abrigo”.

Os bispos pedem diálogo para alcançar a paz

Recordando a Constituição Pastoral “Gaudium et Spes” sobre a partilha das alegrias e tristezas por parte de todos os seguidores de Cristo, o texto diz: “Nossos irmãos e irmãs na República do Sudão do Sul, precisam do nosso apoio para continuar a viver uma vida digna”. Portanto, recordando a dignidade da pessoa humana proclamada na Sagrada Escritura, concluem: “Estamos encorajados pelas vozes que pediram calma e o fim dos conflitos. Unimos as nossas vozes às vozes deles e pedimos a todos os militares e civis que se abstenham de todas as ações que possam inflamar e agravar a situação. O diálogo pacífico é a única maneira viável para chegar ao fim do conflito”. (SP)

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Filipe Neri, o "louco de Deus": concluem-se as celebrações pelos 500 anos do nascimento

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Roma (RV) –  Em 21 de julho de 2015 abriam-se solenemente em Florença as celebrações do V Centenário de nascimento de São Filipe Neri, festejado pela Congregação do Oratório no decorrer destes 12 meses, com um estilo de sobriedade inspirado na simplicidade do Santo, que foi “extraordinário” não somente na forma como viveu sua ordinária existência, como leigo por trinta e sete anos e sacerdote pelos restantes quarenta e quatro.

Não faltaram iniciativas religiosas e culturais de grande valor ao longo deste ano ano, como por exemplo o simpósio  “Lauda filipina”, iniciativa da Congregação e do Pontifício Instituto de Música Sacra. Ou publicações: entre as reedições, a ‘Vida de São Filipe Neri’, do oratoriano Cardeal Alfonso Capecelatro, ou a tradução em alemão da ‘Escola do grão mestre do espírito, São Filipe Neri’, de Giuseppe Crispino.

Entre as novas publicações, um pequeno livro de 38 páginas, 5 das quais com imagens, obra de Simone Raponi, um jovem do Oratório de Roma. Seis pequenos capítulos que delineiam um entusiasmante retrato de São Filipe Neri, o “louco de Deus”, como é dito no final do título, com um genitivo do qual ao final da leitura se desvela claramente o valor: um louco que pertence a Deus, ou um homem que é “louco de Deus?”.

O perfil de Filipe que emerge é completo. A brevidade do texto nada subtrai do conteúdo, rico de referências também  históricas e culturais. Com grande cuidado o autor colhe o essencial e o comunica com um texto claro que torna a leitura agradável.

Filipe Neri está na sua totalidade nestas seis “pinceladas” de cores vivas: a serenidade do reformador, a alegria do discípulos, a liberdade do homem, a sapientia cordis do mestre, a genialidade do fundador, a “loucura” do místico.

“A administração dos Sacramentos e a promoção do culto sagrado alicerçadas no desejo de perfeição nas virtudes e nas práticas de piedade e oração são o fundamento sobre o qual se desenvolve a obra de Filipe, verdadeiro protagonista da penetração da Reforma de Trento no vivo tecido da sociedade romana. (...)

A evangelização que Filipe realiza na Urbe marcada pelo exercício gradual e positivo de reconhecimento da natureza da própria liberdade.  Ele se desdobra, confortado pela graça do Espírito, com o viver a liberdade humana como progressiva dependência da liberdade absoluta que não está na exterioridade, mas sim na raiz do nosso próprio ser.

Para Filipe, a vida do Espírito deve desdobrar-se em uma relação pessoal, e junto sacramental e eclesial, com Deus mediante a conformidade em Cristo. A loucura do Santo aparece como epifania do pazer extemos por Deus, isto é, do agostiniano delectatio victrix que triunfa “subversivamente” sobre o dever: amar loucamente Deus em vista de uma plenitude de vida e não da satisfação de ter cumprido um dever”.

Estes são alguns trechos do texto que requer 15 minutos de leitura e sucessivos dias de reflexão.

 

(JE/Osservatore Romano)

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Sir Lanka: A Igreja na luta contra o tráfico de droga e a toxicodependência

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Colombo (RV) – “Erradicar o tráfico de drogas no Sri Lanka e salvar os jovens e, sobretudo, as crianças da toxicodependência: este é o apelo lançado pelo Cardeal Malcolm Ranjith, Arcebispo de Colombo, depois da denúncia do diretor de uma escola católica que descobriu 15 estudantes envolvidos no consumo de heroína e maconha.

“Devemos levantar a voz contra os narcotraficantes que, com frequência, traficam nas proximidades das escolas. São necessárias leis rígidas e restritivas”, - disse o Cardeal durante uma coletiva de imprensa -, já que algumas drogas entram no país classificadas como “remédios”.

O Cardeal Ranjith exortou também os líderes religiosos, a polícia, educadores e políticos a assumirem as próprias responsabilidades e a se unirem para enfrentar e derrotar a chaga do tráfico de drogas e a difusão da toxicodependência.

O Bispo auxiliar de Colombo, Dom Maxwell Silva, anunciou uma marcha de protesto e de sensibilização para 30 de julho na Diocese de Colombo, que envolverá paróquias, associações, movimentos cristãos e outras organizações da sociedade civil. (SP)

 

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Angola: Reunião dos bispos da África em Luanda

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Luanda (RV) – Teve início nesta segunda-feira, 18, em Luanda, a 17ª Assembleia Plenária dos Bispos do Simpósio das Conferências Episcopais de África e Madagáscar (SECAM). Presentes 200 entidades religiosas, entre membros das 37 conferências episcopais do SECAM e convidados vindos do Vaticano e das conferências episcopais das Américas, Ásia e Europa. O evento, previsto para se encerrar no próximo dia 24, tem como lema “A família em África, ontem, hoje e amanhã: à luz do Evangelho”.

O porta-voz da  Assembleia Plenária, Dom António Francisco Jaka, afirmou durante uma coletiva de imprensa,  que o evento “é, de alguma forma, um momento único para as famílias angolanas”. Dom António Francisco Jaka, Bispo da Diocese do Bengo, afirmou que, apesar de ser um encontro entre figuras religiosas, o nome da Angola vai ser elevado internacionalmente. A assembleia plenária, - acrescentou ele -, é realizada com o objetivo central de fazer uma reflexão sobre a família na África e encontrar soluções pastorais que possam ajudar a encontrar resoluções claras para as famílias. 

Os temas principais   levados à discussão são: “Novos desafios pastorais enfrentados pela família africana hoje”; “A definição de novas formas de evangelizar as famílias”; “A influência da mídia moderna”; e “As novas ideologias na família no continente.” Dom Antônio salientou que os bispos da África estão preocupados com a atual situação das famílias e os novos desafios impostos às novas ideologias religiosas, sociais e culturais e defendeu que as famílias devem ter “uma linha de doutrina cristã à luz do Evangelho.”

A  assembleia plenária encerra oficialmente no domingo, 24, com a celebração, a partir de uma Santa Missa no Pavilhão Multiusos do Kilamba, e da qual participarão mais de dez mil fiéis da Arquidiocese de Luanda. (SP)

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Papa em Auschwitz: novos documentos sepultam negacionismo

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Roma (RV) – “São documentos que enterram qualquer versão de negacionismo. Nestes textos os próprios nazistas confessam que estão ampliando o Campo de Concentração de Auschwitz, construindo fornos crematórios e encomendando o letal gás Ziklon-B. Existe a prova comprovada de que estavam organizando um plano de extermínio em modo muito meticuloso. Não foram, porém, tão meticulosos assim aos destruir os documentos que demonstravam tudo isto, o que permite apreender novos elementos sobre a história do Holocausto”.

Às vésperas da visita do Papa Francisco ao Campo de Concentração de Auschwitz-Birkenau, em 29 de julho, o historiador Matteo Luigi Napolitano, docente de História das Relações Internacionais na Universidade dos Estudos de Molise e Delegado Internacional do Pontifício Comitê das Ciências Históricas, sublinha a importância do livro The beginnings of the extermination of Jews in KL Auschwitz in the light of the source material, publicado em polonês e inglês, precisamente do Museu Memorial de Auschwitz-Birkenau, em 2014.

Uma reconstrução que continua

“É um trabalho de grande valor histórico que o Museu Memorial está realizando há alguns anos, sobre aquelas que poderíamos definir como “fontes primárias”, explica o estudioso. “Trata-se de documentos que os nazistas não conseguiram destruir durante a precipitada fuga daquele Campo de Concentração, na chegada do Exército russo. Um material que é recolhido, inventariado e gradualmente disponibilizado para consulta de estudiosos”.

“Não esqueçamos que existe outro material – explica Matteo – como os efeitos pessoais dos deportados e das pessoas mortas nos campos, que deve ser ainda inventariado. Isto demonstra o quanto é delicado este trabalho de reconstrução histórica e historiográfica que está em vias de definição e está sendo realizado ainda hoje em Auschwitz”.

Trabalho útil para a humanidade

“Hoje – afirma o historiador – a corrente negacionista permanece forte em alguns ambientes. Menos entre os historiadores e entre a opinião pública mais atenta. Os negacionistas baseiam-se naquela que eles consideram a inconfiabilidade da memória, a instabilidade dos testemunhos, a ausência de uma documentação que comprove a determinação nazista de eliminar todos os judeus europeus. Sustentam que faltam as provas da existência das câmaras de gás e falta uma ordem específica de extermínio de massa por parte de Hitler. Partem da ideia que qualquer genocídio sempre exigiu uma ordem escrita, enquanto a história da humanidade demonstra que não é assim”.

“Todas estas afirmações – completa Prof. Napolitano – são, segundo o meu modesto parecer, desconstruídas pelos documentos de Auschwitz onde os próprios nazistas confessam as suas  transgressões”.

“Desejo que em breve os colegas do Museu Memorial de Auschwitz-Birkenau possam publicar novos trabalhos. Acredito que estejam fazendo um trabalho extremamente útil para toda a humanidade e em particular para os historiadores”.

Impossível confronto cultural

“É também verdade – conclui – que é impossível abrir um confronto cultural com o revisionismo e o negacionismo. Trata-se de posições que não contextualizam as várias fases do nazismo e supõe que todos os documentos alemães da época sejam sempre verdadeiros. E isto não é verdade. Não o é do ponto de vista diplomático, ideológico e da política interna, imaginemos se o possa ser em relação ao seu antissemitismo e à organização do extermínio dos judeus na Europa. Em muitos documentos a verdade é frequentemente escondida, omitida e é desmentida em outros arquivos”.

 

(JE/FC) 

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Formação



Saletinos celebram Ano Jubilar com nova missão na Tanzânia

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Cidade do Vaticano (RV) – Neste mês de julho, há uma pausa nas audiências públicas do Papa Francisco, mas não nas atividades e eventos por ocasião deste Jubileu da Misericórdia, que já começa a dar os seus frutos. 

Hoje, nossa atenção se dirige à Congregação dos missionários de Nossa Senhora da Salette.

O Pe. Adilson Schio, que trabalha no Conselho Geral da Congregação em Roma, nos fala de uma iniciativa que nasceu neste Ano: uma nova missão na Tanzânia. Ouça aqui: 

 

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Hanseníase: o testemunho de Valdenora da Cruz Rodrigues

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Cidade do Vaticano (RV) - Prosseguimos em nosso espaço de saúde com o tema da hanseníase. Hoje, a senhora Valdenora da Cruz Rodrigues do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) nos conta a sua experiência com a lepra. 

Ela participou recentemente, em Roma, da Conferência internacional sobre o tema “Por uma cura holística que respeite a dignidade dos hansenianos”. (MJ)

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Atualidades



CPLP 20 anos: Timor-Leste e o papel da Igreja na consolidação da democracia

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Cidade do Vaticano (RV) – O Timor-Leste deixará a presidência rotativa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) no final deste ano. O Brasil deverá assumir por dois anos a presidência da Comunidade, que celebra 20 anos de fundação.

O Embaixador de Timor-Leste junto à Santa Sé, Professor Egas da Costa Freitas, participou de uma reunião com outros representantes da Comunidade promovida pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), nesta terça-feira (19/07), em Roma.

Freitas destacou a importância do país asiático manter uma embaixada junto à Santa Sé: 

“Pelo menos, depois, como foi a História, que o movimento da libertação que começou em Timor-Leste foi sempre considerado movimento da esquerda, mas com a luta e a presença da Igreja no movimento, pelo menos queremos dizer ao mundo internacional que todas as acusações feitas desde 1975, por que a Indonésia invadiu? Porque o Timor-Leste estava a ser invadido por um movimento esquerdista, maoista, comunista, mas aquilo tudo é uma mentira, porque todos os líderes da resistência, desde o presidente até o próprio Xanana são todos formados nas escolas católicas, seminaristas, estavam para ser padres. Por isso, a nossa presença aqui na Santa Sé é para dizer ao mundo exterior – principalmente aqueles que estavam enganados pela política na Indonésia – que nós somos de esquerda, com tendências socialistas e comunistas, é uma mentira. É por isso que nós consideramos a Igreja católica uma das pedras, uma das referências próprias para marcar nossa presença no mundo internacional”.

(rb)

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CPLP: 20 anos 'mantendo os laços entre países lusófonos'

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Lisboa (RV) – A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), está celebrando 20 anos de fundação. Em discurso na cerimônia que assinalou o aniversário, em Lisboa, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, garantiu que a organização “está viva e é politicamente importante”. 

A CPLP foi fundada em Lisboa em 17 de julho de 1996 por Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe; Timor-Leste aderiu à comunidade em 2002 e a Guiné Equatorial em 2014. 

Para o cardeal-patriarca de Lisboa, “temos de manter os laços que nós criamos”. 

Em declarações à Agência Ecclesia, Dom Manuel Clemente se referiu ao recente Campeonato Europeu de Futebol, lembrando que “foi muito bonito ver como as vitórias portuguesas tanto eram aclamadas em Lisboa como em Díli ou Maputo”.  

O Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa sublinhou a importância da proximidade criada pelos eventos desportivos, bem como o papel dos voluntários que partem em missões para países lusófonos.

“É uma verdadeira teia, que depois sustenta relações fraternas e cooperações produtivas”, assinalou.

Os bispos dos países lusófonos têm encontro marcado de 23 a 28 de julho de 2016, no Santuário Nacional de Aparecida (SP). 

(CM)

 

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Papa tem 30 milhões de seguidores no Twitter

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Cidade do Vaticano (RV) – Mais de 30 milhões de seguidores: é a nova marca atingida pela conta Twitter do Papa Francisco. 

Nos últimos dois meses, a conta ganhou 1 milhão de novos seguidores, atingindo uma média de 16.100 a cada 24 horas.

No início deste ano, os seguidores eram 26 milhões.

O percentual mais recente nas nove línguas em que está disponível é o seguinte:

Espanhol - 39.89%

Inglês - 31.92%

Italiano - 12.50%

Português - 7.36%

Polonês - 2.18%

Latim - 2.00%

Francês - 1.94%

Alemão - 1.21%

Árabe - 1.00%

(CM)

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Segurança na JMJ: autoridades polonesas confiantes

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Cracóvia (RV) - Após o ataque de 14 de julho, na França, o Presidente da Polônia, Andrzej Duda, afirmou que não há ameaças à segurança dos participantes da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). "Não existe nenhuma ameaça à Polônia…Não há evidências de qualquer risco", declarou.

 

Um dia após o ataque de Nice, as autoridades polonesas convocaram uma reunião de alto nível sobre terrorismo em vista da Jornada. O Ministro do Interior, Mariusz Blaszczack, acredita que não é necessário reforçar o dispositivo previsto, o mesmo que foi estabelecido para a cúpula da OTAN realizada em Varsóvia no início de julho - uma conferência em que não houve conflitos.

Segurança nas fronteiras

Até 2 de agosto, os controles nas fronteiras entre a Polônia, a República Chéquia, a Alemanha, a Lituânia e a Eslováquia foram reforçados. O tráfego de fronteira com o enclave russo de Kaliningrado e com a Ucrânia está suspenso. Em relação ao aeroporto de Cracóvia, onde o avião do Papa aterrará, a supervisão será feita pelo Escritório de operações antiterroristas. A proibição de transporte de armas também foi implementada.

A segurança dos peregrinos na JMJ em Cracóvia, mas também durante os eventos que se realizarão nas diferentes paróquias do país, será controlada por 20.000 policiais. A polícia recebeu equipamentos adicionais, incluindo um robô projetado para desarmar explosivos. Uma possível evacuação dos peregrinos nas rotas designadas demoraria apenas oito minutos. 

(NM)

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Diálogo interreligioso no coração da OEA, inspirado em Francisco

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Washington (RV) – Um Instituto de diálogo interreligioso no coração da Organização dos Estados Americanos (OEA), para lançar uma mensagem de paz e de convivência possível. 

Esta é a iniciativa de Omar Abboud - líder islâmico argentino e amigo de longa data de Jorge Mario Bergoglio - surgida a partir de uma experiência similar nascida em Buenos Aires.

O lançamento está previsto para o início de setembro no Vaticano, em um Congresso que terá a duração de dois dias. Será divulgada uma declaração ao final dos trabalhos e é esperada a presença do Papa Francisco. O Secretário Geral da OEA, Luis Almadro, já deu total apoio à iniciativa.

"Entendemos há muito tempo que o diálogo inter-religioso é uma boa parte da solução para os conflitos do mundo", explicou Abboud em entrevista ao Notimex.

A convite de Francisco, Abboud acompanhou-o juntamente com o Rabino Abraham Skorka na visita em maio de 2014 à Terra Santa, onde diante do Muro das Lamentações os três protagonizaram um gesto de paz e convivência entre as três religiões monoteístas que ficou imortalizado pelas câmaras de todo o mundo.

"Acreditamos que Francisco é a única autoridade espiritual do mundo moderno, é quem expressa a objeção de consciência ao poder temporal. O único que ocupa esse espaço hoje é Bergoglio e nenhum outro. Claro, que com a devida independência", afirmou.

Precisamente desta consideração surgiu a ideia da criação do Instituto para o Diálogo Interreligioso das Américas, inspirado em um organismo semelhante nascido em Buenos Aires, dirigido por Abboud, o Rabino Daniel Goldman e o sacerdote católico Guillermo Marcó. Na época o Arcebispo era Jorge Mario Bergoglio.

“Na Argentina a convivência superou a ideia de tolerância e gerou âmbitos particulares de colaboração”, destacou Abboud. Um verdadeiro “laboratório de convivência”, disse o Papa muitas vezes.

Partindo desta experiência, o Instituto quer motivar também a juventude do continente americano para lançar mensagens que sirvam como sinal de esperança.

Uma das atividades do Instituto será focada na educação. “Se pode educar para o diálogo – disse Abboud – assim como também se pode educar para o fundamentalismo. Devemos ver como podemos reverter a tendência, e a América é um grande lugar para se fazer isto, pois ali existe uma espiritualidade presente”.

“Falar de diálogo – precisou - é muito sensível e é uma proposta política interessantíssima, porém dialogar é outra coisa completamente diferente”.

A proposta do novo Instituto – explicou o líder muçulmano – é a de promover valores comuns na prática, sem entrar em debates teológicos.

“O mundo, neste século em particular, terá que definir de que lado está. A religião é um ato de libertação, porém em mãos erradas e com más interpretações é o pior dos venenenos. Quem ensina um homem a dialogar é como se tivesse dialogando com toda a humanidade”, assegurou.

"A questão é como construir a identidade do futuro. Ou nos recalcitramos nas identidades fundamentalistas no passado, que terminarão em confronto, ou tomamos a coragem de nos colocarmos no lugar do outro", observou.

Abboud afirmou que o Papa não é ingênuo quando aposta no diálogo e na cultura do encontro, especialmente com os muçulmanos, não obstante os ataques que semearam o terror em toda a Europa.

Como descendente de sírio e muçulmano, foi muito drástico ao ilustrar a sensação de sua comunidade ao saber das perseguições anticristãs no Oriente Médio.

“Na Síria existia o último lugar do mundo onde se falava o aramaico, em Malula. Toda a vida viveram ali e agora ter que ouvir que alguém, em nome do islã, os quer expulsar ou bombardear (…), dá vergonha”, deplorou.

 

(JE/Terra)

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África: somente 1 em cada 4 pessoas tem acesso a tratamento para Aids

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Durban (RV) – 18 mil participantes, entre cientistas, políticos, líderes mundiais e soropositivos discutem o estágio atual da epidemia e sobre como alcançar o objetivo reconhecido a nível global de fornecer o tratamento para o HIV a 30 milhões de pessoas até 2020. A 21ª Conferência Internacional sobre a Aids teve início em Durban, África do Sul na segunda-feira, dia 18, devendo se estender até o dia 21.

Desde o início da epidemia – recorda a Unaids, na nota enviada à Agência Fides – cerca de 35 milhões de pessoas morreram por doenças relacionadas à Aids e estima-se que existam 78 milhões de soropositivos.

“Este ambicioso objetivo nunca poderá ser alcançado sem esforços realizados a nível de cada país; sem uma ampliação significativa da difusão do teste; a manutenção das pessoas sob tratamento em maneira eficaz e o início precoce do tratamento e a sua duração por toda a vida”, sublinha a equipe dos Médicos Sem Fronteiras (MSF), parte ativa da Conferência de Durban.

A ONG compartilha no encontro os resultados da própria experiência e das pesquisas feitas em países da África Ocidental e Central, onde somente uma pessoa portadora do vírus HIV em cada quatro - num universo de 6,5 milhões de soropositivos - tem acesso aos tratamentos e onde ocorrem quase que um terço das mortes por AIDS a nível global, não recebendo o tratamento de que teriam necessidade e em contextos de conflitos, onde a cobertura da terapia antiretroviral está a nível alarmantes.

Atualmente, a MSF trata mais de 250 mil pessoas infectadas em 19 países na África, Ásia e Europa Oriental.

(JE/Fides)

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Barzani quer apoio dos cristãos para independência do Curdistão

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Irbil (RV) – Um futuro referendo para estabelecer a total independência do Curdistão iraquiano e a garantia de que os cristãos poderão voltar a viver como "donos de suas casas" nos povoados da Planície do Nínive quando os jihadistas do Daesh forem derrotado e Mosul for libertada.

Estes foram alguns pontos-chaves tratados no encontro realizado no sábado, 16 de julho, em Irbil, entre o líder curdo Massud Barzani, Presidente da Região Autônoma do Curdistão iraquiano e os representantes de siglas e partidos políticos formados por líderes e ativistas cristãos atuantes na região.

Os conteúdos do encontro, evocados também nos comunicados divulgados pela Presidência da Região Autônoma do Curdistão, documentam a intenção do Presidente Barzani de envolver tais formações políticas na elaboração de um plano preliminar sobre o futuro quadro político da Região, antes da conquista de Mosul e da definitiva libertação das terras atualmente controladas pelo Daesh (supondo que isto será eminente e realmente acontecerá).

Referindo-se aos políticos cristãos, Barzani reiterou que “estas pessoas têm o direito de determinar o próprio futuro” e os convidou a permanecerem sujeitos ativos no processo político que envolve toda a região.

A hipótese prefigurada nos colóquios é sempre a de fazer da Planície do Nínive uma “Província autônoma de maioria cristã”, e de permitir aos habitantes da Província de escolher, por meio de um referendum, o próprio destino político sob o governo de um Curdistão iraquiano independente, antes que sob o governo federal com sede em Bagdá.

O comunicado da Presidência da Região Autônoma do Curdistão iraquiano, consultado pela Agência Fides, sublinha a urgência de encontrar um acordo prévio sobre o futuro perfil político da área, que garanta aos grupos minoritários viver em paz e segurança, sem estarem expostos às violências e às discriminações sofridas diversas vezes nas várias etapas históricas e garantir a vida em segurança dos grupos sem estarem expostos aos problemas do passado.

A estratégia curda, portanto, parece ser a de reconhecer a autonomia administrativa das áreas onde estão concentradas as minorias, no quadro de uma progressiva afirmação do projeto independentista. Neste sentido, é pedido aos grupos minoritários para comprometerem-se militarmente ao lado das formaças curdas Peshmerga na libertação de Mosul e das terras ainda nas mãos dos jihadistas.

A conquista de Mosul e da Planície do Nínive pelo Daesh provocou a fuga de cerca 120 mil cristãos, grande parte dos quais estão refugiados em Irbil e em outras áreas do Curdistão iraquiano.

(JE/GV)

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Discriminação contra pobres será penalizada na França

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Paris (RV) –  A França acaba de instituir o 21° critério de discriminação social inscrito em seu Código Penal: o comportamento antipobre. Neste sentido, quem a partir de agora discriminar um pobre, pode ser penalizado com três anos de prisão e multa de até 45 mil euros.

Juridicamente, o critério de “precariedade social” visa “a particular vulnerabilidade resultante da situação econômica aparente ou conhecida” da vítima. Conscientes das dificuldades em se provar o delito, os parlamentares aprovaram a medida pensando menos em ações na Justiça e mais no seu objetivo simbólico e educativo, para lutar contra os “discursos estigmatizantes” e “devolver a dignidade” aos pobres.

A iniciativa para inserir o novo artigo no Código Penal é do Senador Yannick Vaugrenard foi motivada por um relatório alertando para a existência de cerca de 8,5 milhões de pessoas vivendo abaixo do nível  de pobreza no país, o que representa mais de 14% da população.

A inclusão no Código Penal, no entanto, do artigo de discriminação social contra os pobres é uma antiga reivindicação da Associação caritativa ATD (Agir Todos pela Dignidade) Quarto Mundo, com atuação em 29 países dos cinco continentes.

Em 2013, um incidente causou a indignação na opinião pública francesa: uma família – os pais e seu filho de 12 anos –, acompanhada por um voluntário da associação, foi expulsa do Museu d’Orsay, quando visitava a sala dedicada ao pintor Van Gogh, porque outros visitantes teriam se queixado de seu “odor”.

Com a nova lei, a ATD abriu um “livro branco” para receber testemunhos de eventuais vítimas, e aproveitou para lançar via redes sociais uma consulta popular para a escolha de um neologismo (pobrefobia? miseriafobia? outro?) que designe o preconceito econômico, com o auxílio de um linguista.

O novo termo escolhido deverá, depois, registrar ao menos 30 mil citações em livros, jornais, blogs etc. para começar a existir e, quem sabe um dia, entrar para o dicionário.

 

(JE/Zero Hora)

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