Sumario del 31/07/2016
- Panamá, sede da próxima JMJ em 2019
- Missa conclusiva da JMJ: criem uma nova humanidade!
- Homilia da Missa conclusiva da JMJ - Texto integral
- Papa abençoa estrutura da Caritas no 'Campus Misericordiae'
- Papa agradece aos voluntários: memória, coragem, futuro
- Uma noite no Campus Misericordiae da JMJ
- Primaz da Polônia: Francisco foi um grande presente
- Pe Lombardi: JMJ, um grande sinal de esperança para o mundo
- Papa despede-se da Polônia
Panamá, sede da próxima JMJ em 2019
Cracóvia (RV) - Ao término da solene concelebração Eucarística de encerramento da JMJ, em Cracóvia, o Santo Padre passou à oração mariana do Angelus no “Campus Misericordiae”, anunciando oficialmente que a próxima JMJ será no PANAMÁ:
“A Providência divina sempre nos precede. Ela já decidiu onde será a próxima etapa desta grande peregrinação iniciada, em 1985, por São João Paulo II! Por isso, é com alegria que lhes anuncio que a próxima JMJ, depois das duas a nível diocesano, se realizará no Panamá, em 2019”.
Depois, antes da oração do Angelus, o Papa disse: “No final desta Celebração, quero unir-me a todos vocês, em ação de graças a Deus, Pai de Misericórdia infinita, porque nos permitiu viver esta JMJ. Agradeço pelo trabalho e a oração para preparar este evento e a todos os que contribuíram para seu bom êxito”.
S. João Paulo II
Francisco quis dirigir uma “obrigado especial” aos jovens, que encheram Cracóvia com o entusiasmo contagiante da sua fé. “São João Paulo II rejubila-se no Céu e nos ajudará a levar a alegria do Evangelho pelo mundo inteiro”.
Nestes dias, acrescentou o Papa, experimentamos a beleza da fraternidade universal em Cristo, centro e esperança da nossa vida. Ouvimos a voz do Bom Pastor, vivo no meio de nós, que falou aos nossos corações, renovou-nos com seu amor e fez-nos sentir a luz do seu perdão e a força da sua graça. Foi uma verdadeira oxigenação espiritual!
Depois, ao indicar a imagem da Virgem Maria, ao lado do altar, venerada por São João Paulo II no Santuário de Kalwaria, o Pontífice a invocou para que fecunde a experiência vivida pelos jovens na Polônia, a fim de que germine e produza frutos abundantes, com a ação do Espírito Santo.
Enfim, o Papa expressou seu desejo de que “que cada um, com suas limitações e fragilidades, possa ser testemunha de Cristo no lugar onde vive, em suas famílias, paróquias, associações e grupos, nos ambientes de estudo, trabalho, diversão.
Programação
Ao término da solene Santa Missa de encerramento da JMJ, o Bispo de Roma regressou à sede do Episcopado de Cracóvia para o almoço.
Na parte da tarde, deste domingo (31/7), o Santo Padre vai se despedir do pessoal da Episcopado, onde esteve hospedado nestes cinco dias da sua XV Viagem Apostólica e, depois manterá um encontro, na Arena Tauron, a 10km., com os cerca de 20 mil Voluntários da JMJ e com o Comitê organizador e Benfeitores da JMJ. Por fim, no aeroporto de Cracóvia, o Papa se despedirá da Polônia. (MT)
Missa conclusiva da JMJ: criem uma nova humanidade!
Cracóvia (RV) – Quinto e último dia da XV Viagem Apostólica do Santo Padre que o levou à Polônia.O Papa deixou a sede do arcebispado de Cracóvia, na manhã deste domingo (31/7) e se dirigiu, novamente, ao “Campus Misericordiae”, a 12 km., para presidir à solene Santa Missa de encerramento da XXXI JMJ.
Ao chegar à localidade, o Pontífice abençoou uma das duas Casas que, depois da JMJ, será dedicada à Assistência de idosos em dificuldade e pobres; a outra servirá como sede da Caritas local.
Depois de aspergir, com a água benta, as pessoas presentes, o ambiente e a imagem de Nossa Senhora de Loreto, tomou o papamóvel e deu uma volta entre os milhares de jovens que se encontravam no “Campus Misericordiae”, muitos dos quais passaram a noite ali em oração e meditação diante do SS. Sacramento exposto sobre o altar.
A seguir dirigiu-se à sacristia para se paramentar e dar início ao grande evento do dia: a celebração Eucarística conclusiva da JMJ. Concelebraram cerca de 1.200 bispos e arcebispos e mais de 15 mil sacerdotes.
Em Cracóvia para encontrar Jesus
No início da Santa Missa, o Cardeal-arcebispo de Cracóvia, Dom Stanislaw Dziwisz, fez uma saudação ao Papa e numerosos presentes. Depois, ao pronunciar sua homilia, Francisco recordou inicialmente que os jovens se encontram em Cracóvia para encontrar Jesus, com base no Evangelho de hoje que fala do encontro, Jericó, entre Jesus e um homem, chamado Zaqueu:
“Jesus não se limita a pregar ou a saudar alguém, mas atravessa a cidade. Em outras palavras, Jesus quer se aproximar da vida de cada um, percorrer o nosso caminho até ao fim, para que a sua vida e a nossa se encontrem concretamente”.
Assim dá-se o encontro tão surpreendente com Zaqueu, o chefe dos Publicanos, isto é, dos cobradores de impostos. Zaqueu era um rico, colaborador dos odiados romanos; era um explorador do povo, uma pessoa que, pela sua má reputação, nem devia sequer aproximar-se do Mestre. Porém, disse o Santo Padre, este encontro com Jesus mudou a sua vida, como poderia acontecer com cada um de nós:
Baixa estatura, vergonha paralisante, multidão murmurante
“Zaqueu, porém, teve que enfrentar alguns obstáculos para encontrar Jesus: pelo menos três, que podem servir de exemplo também para nós: baixa estatura, vergonha paralisante, multidão murmurante”.
Começando pelo primeiro obstáculo, a sua “baixa estatura”, o Papa disse que Zaqueu não conseguia ver o Mestre, porque era baixinho. Também hoje – explicou - podemos correr o risco de ficar distante de Jesus, porque não nos sentimos à altura, porque temos uma baixa estima de nós mesmos. Esta é uma grande tentação, que não tem a ver apenas com a autoestima, mas com a fé:
“Jesus assumiu a nossa humanidade e o seu coração nunca se afastará de nós; o Espírito Santo quer habitar em nós; somos chamados à alegria eterna com Deus. Eis a nossa estatura, a nossa identidade espiritual: não aceitar-nos e viver descontentes e de modo negativo significa não reconhecer a nossa verdadeira identidade. Deus nos ama como somos e nenhum pecado, defeito ou erro lhe fará mudar de ideia”.
Para Jesus, ninguém é insignificante
Para Jesus, ninguém é inferior e distante, ninguém é insignificante. Pelo contrário, todos somos prediletos e importantes! Deus conta conosco pelo que somos, não pelo que temos; ele nos aguarda com esperança, acredita em nós e nos ama! Aqui, Francisco passou a explicar o segundo obstáculo que Zaqueu tinha para encontrar Jesus: uma “vergonha paralisante”:
“Podemos imaginar o que aconteceu no coração de Zaqueu, antes de subir ao sicômoro: deve ter havido uma grande luta; por um lado, uma curiosidade boa: conhecer Jesus; por outro, o risco de fazer um papelão”.
Zaqueu era um personagem público, um líder, um homem de poder e sabia que, ao subir à árvore, faria um papel ridículo; ele, porém, venceu a vergonha, porque a atração por Jesus era mais forte. Ele estava pronto a tudo, porque Jesus era o único que poderia livrá-lo do pecado e da infelicidade. Quando ele o chamou, desceu imediatamente e colocou-se em jogo. E o Pontífice exortou:
Apostem no amor
“Queridos jovens, não tenham vergonha de apresentar-lhe tudo na Confissão: fraquezas, cansaço, pecados, pois Ele os surpreenderá com o seu perdão e a sua paz. Não tenham medo de dizer-lhe ‘sim’ com todo o entusiasmo do coração, de responder-lhe com generosidade, de segui-lo. Apostem no belo amor, que requer renúncia ao sucesso forçado e à droga de pensar só em si e nas próprias comodidades”.
Por fim, depois da “baixa estatura” e da “vergonha paralisante”, o Santo Padre explicou terceiro obstáculo que Zaqueu teve que enfrentar: a “multidão murmurante”, que o bloqueou e o criticou, dizendo que Jesus não devia entrar na casa dele, por era um pecador. Como é difícil acolher Jesus e aceitar um Deus “rico em misericórdia”! Mas, ele nos convida a ter coragem, a ser mais fortes que o mal. Os outros poderão rir de nós por acreditarmos na força da misericórdia. E dirigindo-se de modo particular aos jovens da JMJ, Francisco deixou seu recado:
Nova humanidade
“Não tenham medo, mas pensem nas palavras destes dias: ‘Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia’. Vocês poderão parecer sonhadores em acreditar numa humanidade nova, que rejeita o ódio entre os povos e as barreiras dos países, que mantém suas tradições, sem egoísmos ou ressentimentos. Não desanimem! Com seu sorriso e braços abertos transmitam esperança, pois vocês são uma bênção para a família humana”.
Em suma, enquanto a multidão criticava e julgava Zaqueu, Jesus levantou seu olhar para ele, um olhar que vai além dos defeitos e pecados. Assim, ele entrevê o bem futuro, não se resigna perante a obstinação, mas busca o caminho da unidade e da comunhão; Jesus não se detém nas aparências das pessoas, mas olha seu coração. E o Papa ponderou:
“Com este olhar de Jesus, vocês podem criar uma nova humanidade, sem esperar recompensa, mas buscando o bem, felizes de ter um coração puro e lutando, de modo pacífico, pela honestidade e a justiça. Não sejam superficiais, desconfiem das aparências mundanas. Mas, tenham um coração que vê e transmite o bem, sem cessar. Contagiem o mundo com a alegria que receberam gratuitamente de Deus.
Hoje, disse por fim Francisco, Jesus nos diz, como fez com Zaqueu: “Desça depressa, pois hoje vou ficar na sua casa”. Logo, a JMJ, poderíamos dizer, começa hoje e continua em suas casas, porque é lá que Jesus vai encontrá-los, a partir de agora. O Senhor não quer ficar apenas nesta bela cidade ou nas belas recordações, mas agir em suas vidas: no estudo, no trabalho, nas amizades, nos afetos, nos projetos e nos sonhos.
Tudo, porém, recomendou o Papa, deve realizar-se na oração, na Palavra de Deus, no Evangelho! Respondamos a Jesus que nos chama por nome. Façamos memória, agradecidos, do que vimos e ouvimos aqui. (MT)
Homilia da Missa conclusiva da JMJ - Texto integral
Cracóvia (RV) - Na manhã de domingo (31/07) o Papa Francisco presidiu no Campus Misericordiae a Missa conclusiva da Jornada Mundial da Juventude 2016 em Cracóvia. Eis o texto na íntegra:
"Queridos jovens, vocês vieram a Cracóvia para encontrar Jesus. E o Evangelho de hoje fala-nos precisamente do encontro entre Jesus e um homem, Zaqueu, em Jericó (cf. Lc 19, 1-10). Aqui, Jesus não Se limita a pregar ou a saudar alguém, mas quer – diz o Evangelista – atravessar a cidade (cf. v. 1). Em outras palavras, Jesus deseja aproximar-Se da vida de cada um, percorrer o nosso caminho até ao fim, para que a sua vida e a nossa se encontrem verdadeiramente.
E assim acontece o encontro mais surpreendente, o encontro com Zaqueu, o chefe dos «publicanos», isto é, dos cobradores de impostos. Zaqueu era um rico colaborador dos odiados ocupantes romanos; era um explorador do seu povo, alguém que, pela sua má reputação, não podia sequer aproximar-se do Mestre. Mas o encontro com Jesus muda a sua vida, como sucedeu ou pode sucede a cada dia com cada um de nós. Entretanto Zaqueu teve de enfrentar alguns obstáculos para encontrar Jesus: pelo menos três, que podem dizer algo também a nós.
O primeiro é a baixa estatura: Zaqueu não conseguia ver o Mestre, porque era pequeno. Também hoje podemos correr o risco de ficarmos distantes de Jesus, porque não nos sentimos à altura, porque temos uma opinião negativa de nós mesmos. Esta é uma grande tentação, que não tem a ver apenas com a autoestima, mas diz respeito também a fé. Porque a fé nos diz que somos «filhos de Deus; e, realmente, o somos» (1 Jo 3, 1): fomos criados à sua imagem; Jesus assumiu a nossa humanidade, e o seu coração não se afastará jamais de nós; o Espírito Santo deseja habitar em nós; somos chamados à alegria eterna com Deus. Esta é a nossa «estatura», esta é a nossa identidade espiritual: somos os filhos amados de Deus, sempre. Compreendeis então que não aceitar-se, viver descontentes e pensar de modo negativo significa não reconhecer a nossa identidade mais verdadeira? É como voltar-se para o outro lado enquanto Deus quer colocar o seu olhar sobre mim, é querer apagar o sonho que Ele tem para mim. Deus ama-nos assim como somos, e nenhum pecado, defeito ou erro o fará mudar de ideia. Para Jesus – assim mostra o Evangelho –, ninguém é inferior e distante, ninguém é insignificante, mas todos somos prediletos e importantes: tu és importante! E Deus conta contigo por aquilo que és, não pelo que tens: a seus olhos, não vale nada a roupa que vestes ou o celular que usas; não importa a Ele se andas na moda ou não, o que lhe importa é você. A seus olhos, você vale; o valor de você é inestimável.
Quando acontece na vida diminuirmo-nos em vez de nos ensoberbarmos, pode ajudar-nos esta grande verdade: Deus é fiel em amar-nos, até mesmo obstinado. Ajudar-nos-á pensar que Ele nos ama mais do que nos amamos nós mesmos, que crê em nós mais de quanto acreditamos nós mesmos, que sempre nos apoia como o mais irredutível dos nossos fãs. Sempre nos aguarda com esperança, mesmo quando nos fechamos nas nossas tristezas e dores, remoendo continuamente as injustiças recebidas e o passado. Mas, afeiçoar-nos à tristeza, não é digno da nossa estatura espiritual. Antes pelo contrário; é um vírus que infecta e bloqueia tudo, que fecha todas as portas, que impede de reiniciar a vida, de recomeçar. Deus, por seu lado, é obstinadamente esperançoso: sempre acredita que podemos levantar-nos e não Se resigna a ver-nos apagados e sem alegria. Porque somos sempre os seus filhos amados. Lembremo-nos disto, no início de cada dia. Far-nos-á bem dizê-lo na oração, todas as manhãs: «Senhor, agradeço-Vos porque me amais; fazei-me enamorar da minha vida». Não dos meus defeitos, que hão de ser corrigidos, mas da vida, que é um grande dom: é o tempo para amar e ser amado.
Zaqueu tinha um segundo obstáculo no caminho do encontro com Jesus: a vergonha paralisadora. Podemos imaginar o que se passou no coração de Zaqueu antes de subir àquele sicômoro: teria havido uma grande luta; por um lado, uma curiosidade boa, a de conhecer Jesus; por outro, o risco de fazer um papelão. Zaqueu era uma figura pública; sabia que, tentando subir na árvore, faria papel de ridículo aos olhos de todos: ele, um líder, um homem de poder. Mas superou a vergonha, porque a atração de Jesus era mais forte. Teria experimentado o que acontece quando uma pessoa experimenta quando alguém lhe parece tão fascinante, a ponto de enamorar-se: então pode acontecer que fazemos voluntariamente coisas que de outro modo nunca teríamos feito. Algo semelhante aconteceu no coração de Zaqueu, quando sentiu que Jesus era tão importante que, por Ele, estava pronto a tudo, porque Ele era o único que poderia retirá-lo das areias movediças do pecado e da infelicidade. E assim a vergonha que paralisa não levou a melhor: Zaqueu – diz o Evangelho – «correndo à frente, subiu» e depois, quando Jesus o chamou, «desceu imediatamente» (vv 4.6). Arriscou e colocou-se em jogo. Aqui está também para nós o segredo da alegria: não apagar a boa curiosidade, mas colocar-se em jogo, porque a vida não se deve fechar numa gaveta. Perante Jesus, não se pode ficar sentado à espera de braços cruzados; a Ele que nos dá a vida, não se pode responder com um pensamento ou com uma simples «mensagem».
Queridos jovens, não vos envergonheis de entregar tudo a ele, especialmente as fraquezas, as fadigas e os pecados na Confissão: Ele saberá surpreender-vos com o seu perdão e a sua paz. Não tenhais medo de dizer «sim» a Ele com todo o entusiasmo do coração, de responder a Ele generosamente, de segui-lo. Não vos deixeis anestesiar a alma, mas apostai no amor formoso, que requer também a renúncia, e um «não» forte à facilidade do sucesso a todo o custo e à droga de pensar só em si mesmo e nas próprias comodidades.
Depois da baixa estatura e da vergonha paralisante, houve um terceiro obstáculo que Zaqueu teve de enfrentar, não dentro de si mesmo, mas ao seu redor. É a multidão murmuradora, que primeiro o bloqueou e depois criticou-o: Jesus não devia entrar na casa dele, na casa dum pecador. Como é difícil acolher verdadeiramente Jesus! Como é árduo aceitar um «Deus, rico em misericórdia» (Ef 2, 4)! Poderão obstaculizar-vos, procurando fazer-vos crer que Deus é distante, rígido e pouco sensível, bom com os bons e mau com os maus. Ao contrário, o nosso Pai «faz com que o Sol se levante sobre os bons e os maus» (Mt 5, 45) e convida-nos a uma verdadeira coragem: ser mais fortes do que o mal amando a todos, incluindo os inimigos. Poderão rir-se de vós, porque acreditais na força mansa e humilde da misericórdia. Não tenhais medo, mas pense nas palavras destes dias: «Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia» (Mt 5, 7). Poderão considerar-vos sonhadores, porque acreditais numa humanidade nova, que não aceita o ódio entre os povos, não vê as fronteiras dos países como barreiras e guarda as suas próprias tradições, sem egoísmos nem ressentimentos. Não desanimeis! Com o vosso sorriso e os vossos braços abertos, pregais esperança e sois uma bênção para a única família humana, que aqui tão bem representais.
Naquele dia, a multidão julgou Zaqueu, mediu-o de cima a baixo; mas Jesus fez o contrário: levantou o olhar para ele (v. 5). O olhar de Jesus ultrapassa os defeitos e vê a pessoa; não se detém no mal do passado, mas entrevê o bem no futuro; não se resigna perante os fechamentos, mas procura o caminho da unidade e da comunhão; único no meio de todos, não se detém nas aparências, mas vê o coração. Com este olhar de Jesus, vós podeis fazer crescer outra humanidade, sem esperar louvores, mas buscando o bem por si mesmo, felizes por conservar o coração limpo e lutar pacificamente pela honestidade e a justiça. Não vos detenhais à superfície das coisas e desconfiai das liturgias mundanas do aparecer, da maquilhagem da alma para parecer melhor. Em vez disso, instalai bem a conexão mais estável: a de um coração que vê e transmite o bem sem se cansar. E aquela alegria que gratuitamente recebestes de Deus, gratuitamente dai-a (cf. Mt 10, 8), porque muitos esperam por ela.
Ouçamos, por fim, as palavras de Jesus a Zaqueu, que parecem ditas de propósito para nós hoje: «Desce depressa, pois hoje tenho de ficar em tua casa» (v. 5). Jesus dirige-te o mesmo convite: «Hoje tenho de ficar em tua casa». A JMJ – poderíamos dizer – começa hoje e continua amanhã, em casa, porque é lá que Jesus te quer encontrar a partir de agora. O Senhor não quer ficar apenas nesta bela cidade ou em belas recordações, mas deseja ir a tua casa, habitar a tua vida de cada dia: o estudo e os primeiros anos de trabalho, as amizades e os afetos, os projetos e os sonhos. Como Lhe agrada que tudo isto seja levado a Ele na oração! Como espera que, entre todos os contactos e os chat de cada dia, esteja em primeiro lugar o fio de ouro da oração! Como deseja que a sua Palavra fale a cada uma das tuas jornadas, que o seu Evangelho se torne teu e seja o teu «navegador» nas estradas da vida!
Ao pedir para ir a tua casa, Jesus – como fez com Zaqueu – chama-te por nome. O teu nome é precioso para Ele. O nome de Zaqueu evocava, na linguagem da época, a recordação de Deus. Fiai-vos na recordação de Deus: a sua memória não é um «disco rígido» que grava e armazena todos os nossos dados, mas um coração terno e rico de compaixão, que se alegra em eliminar definitivamente todos os nossos vestígios de mal. Tentemos, também nós agora, imitar a memória fiel de Deus e guardar o bem que recebemos nestes dias. Em silêncio, façamos memória deste encontro, guardemos a recordação da presença de Deus e da sua Palavra, reavivemos em nós a voz de Jesus que nos chama por nome. Assim rezemos em silêncio, fazendo memória, agradecendo ao Senhor que aqui nos quis e encontrou".
Papa abençoa estrutura da Caritas no 'Campus Misericordiae'
Cracóvia (RV) – Antes de presidir a Missa conclusiva da JMJ na manhã deste domingo, o Papa Francisco abençoou duas estruturas da Caritas - construídas precisamente no Campus Misericordiae – como legado da JMJ e sinal tangível da misericórdia.
Trata-se de uma Casa diurna para idosos, que tem por nome “Campus Misericordiae” e um Centro Caritas batizado de “O pão da Misericórdia”.
Acolhido às 9 horas pelo Prefeito de Wielickza – em cujo território se encontra o Campus , pelo Presidente da Caritas Internationalis, Cardeal Luis Antonio Tagle e pelo Diretor da Caritas diocesana, o Papa foi acompanhado na entrada de uma das duas casas destinada à acolhida de pessoas pobres e idosos em dificuldades.
No local, o Santo Padre abençoou os presentes, as estruturas e uma imagem de Nossa Senhora de Loreto.
(JE)
Papa agradece aos voluntários: memória, coragem, futuro
Cracóvia (RV) – O último “compromisso” do Papa Francisco na Polônia foi o encontro com os voluntários da Jornada Mundial da Juventude, no Ginásio de Esportes Tauron, distante 10 km de Cracóvia.
O encontro teve início com o testemunho de dois voluntários – uma polonesa e um panamenho – que confirmam ao Papa os dons recebidos desta e das outras JMJ, vividas no serviço, ajudas extraordinárias por escolha de vida pessoal, coerente com a fé, e a pertença à Igreja.
Comovente foi a leitura – feita pelo irmão – de uma carta escrita por um jovem gráfico polonês, a quem se deve toda a cenografia da JMJ em Cracóvia, falecido devido a um tumor no início de julho.
Francisco iniciou o seu pronunciamento aos jovens voluntários lendo o texto que havia preparado – de seis folhas: “Caríssimos voluntários – disse – antes de voltar para Roma, sinto o desejo de vos encontrar e, sobretudo, agradecer a cada um de vocês pelo empenho, a generosidade e a dedicação com que acompanharam, ajudaram e serviram a milhares de jovens peregrinos. Graças também pelo vosso testemunho de fé que, unido ao de tantíssimos jovens provenientes de todas as partes do mundo, é um grande sinal de esperança para a Igreja e para o mundo. Doando-vos por amor a Cristo, vocês experimentam o quanto é bonito comprometer-se por uma causa nobre”.
Deixando o texto de lado, por achá-lo “chato”, Francisco o entregou e começou a falar de improviso em espanhol.
“Preparar uma Jornada da Juventude – afirmou – é uma aventura, quer dizer colocar-se em uma aventura e chegar. Chegar, servir, trabalhar, fazer e depois despedir-se. Portanto, antes de tudo, a aventura, a generosidade. Eu quero agradecer a todos vocês, voluntários, voluntárias, benfeitores, por tudo o que fizeram. Quero agradecer pelas horas de oração que fizeram, porque sei que esta Jornada foi colocada ao lado de muito trabalho, mas também muita oração. Obrigado aos voluntários que dedicaram um tempo à oração, para que pudéssemos seguir em frente assim”.
“Obrigado aos sacerdotes, aos sacerdotes que vos acompanharam; obrigado às religiosas, que vos acompanharam; obrigado aos consagrados e obrigado a vocês que entraram nesta aventura, com a esperança de conseguir chegar ao final”.
Ter memória
“O bispo, quando fez a apresentação, disse a ele – não sei se entenderão esta palavra – um cumprimento adulatório: “Vocês são a esperança do futuro”. E é verdade! Porém, sob duas condições. Vocês querem ser esperança para o futuro? Sim? Estão certos disto? (respondem “sim”). Então, sob duas condições: não, não é necessário pagar o bilhete de entrada... A primeira condição é ter memória, perguntar-se de onde venho; a memória de meu povo, a memória da minha família, de meu país, de toda a minha história. O testemunho da segunda voluntária era repleto de memória, repleto! Memória de um caminho, memória de quanto recebeu de seus pais. Um jovem sem memória não pode ser esperança para o futuro. Está claro? (respondem: “Sim!”).
“’Padre, como faço para ter memória?’ – ‘Fala com teus pais, fala com os adultos. Sobretudo fala com os avós ‘. Está claro? De tal modo, que se vocês querem ser a esperança do futuro, vocês devem receber a ‘tocha do nono e da nona’, está claro?”.
“Me prometam que para preparar o Panamá vocês falarão mais com os avós? (respondem: “Sim”). E se os nonos já foram pro céu, falem de qualquer modo com os idosos e perguntem a eles? (responde: “Sim!”). Peçam a eles, porque eles são a sabedoria do povo. Portanto, para ser esperança, a primeira condição é ter memória. “Vocês são a esperança do futuro”, disse para vocês o bispo”.
Coragem e futuro
“Depois, a segunda condição: se para o futuro sou esperança e tenho memória do passado, permanece para mim o presente. O que devo fazer no presente? Ter coragem. Ter coragem! Serem corajosos, ser corajosos! Não assustarem-se. Ouvimos o testemunho, o adeus deste nosso amigo que foi vencido pelo câncer: ele queria estar aqui! Não chegou, mas teve a coragem, a coragem de enfrentar, a coragem de continuar a lutar, também na pior das condições. Este jovem, hoje, não está aqui, mas aquele jovem semeou esperança para o futuro. Portanto, para o presente, coragem! “Para o presente?” (respondem: “Coragem!”). Valentia, coragem. Está claro? Portanto, se vocês têm... Qual era a primeira coisa? (respondem: “Memória!”). E se têm (responde: “Coragem!”, vocês serão a esperança (respondem: “Futuro!”). Está tudo claro? Bem!”.
“Eu não sei se eu estarei no Panamá, mas posso assegurar para vocês uma coisa, que Pedro estará no Panamá. E Pedro perguntará para vocês se falaram com os avós, se falaram com os anciãos para ter memória, se tiveram a coragem e audácia para enfrentar a situação e se semearam para o futuro. E responderão a Pedro... (respondem: “Sim!”). Está claro? Que Deus vos abençoe a todos. Obrigado. Obrigado por tudo! E agora todos juntos, cada um na própria língua, rezemos a Virgem”.
Recita Ave Maria...
E peço a vocês para rezarem por mim. Não esqueçam. E vos dou a bênção.
Bênção
E estava me esquecendo: como era? (respondem: “Memória, coragem, futuro!”).
Uma noite no Campus Misericordiae da JMJ
Cracóvia (RV) – Milhares de jovens permaneceram no Campus Misericórdia durante a noite de domingo para acompanhar o encerramento da Jornada Mundial a Juventude.
Perguntamos alguns brasileiros como foi essa experiência.
João Vitor de Albarquete, Niterói (RJ): “Foi uma experiência muito boa, dormir com todas essas pessoas que você não conhece, que não falam sua língua, mas que vieram aqui pelo mesmo motivo e compartilhar o mesmo sentimento com elas é muito bom”.
Ir. Sebastião Lopes Pereira, Lasalista: “A noite foi de reflexão também, quando a gente se dá conta que podemos viver em simplicidade e comunhão. O mais bacana de tudo é que essa experiência de comunhão se dá no respeito entre as pessoas”.
Heloísa Pochezzato de Souza, do Rio Grande do Sul. “Estou de pés descalços. Desisti dos sapatos, mas a essas alturas nem faz mais diferença. É difícil e sempre vai ser: frio, sereno. Mas quando estamos aqui por um propósito comum não é tão difícil”.
Ana Paula Lopes dos Santos, de São Paulo: “Foi difícil mas foi muito bom”.
Wesley Moura Andreotti, de São Paulo: “O ciático dói de manhã, mas só de estar aqui no encontro com Pedro é maravilhoso”.
Do Campus Misericordiae para a Rádio Vaticano, Rafael Belincanta
Primaz da Polônia: Francisco foi um grande presente
Cracóvia (RV) – A Polônia está agradecida ao Papa Francisco. Esta é a mensagem singela que brota do coração da Igreja local, tocada pela estima e pelas palavras que o Papa dirigiu aos sacerdotes, consagrados e leigos. Desta gratidão se faz intérprete o Arcebispo Metropolita de Gnienzo e Primaz da Polônia, Dom Wojcieh Polak, entrevistado pela Rádio Vaticano:
“Penso que todos os poloneses – também nós – sentimos uma abertura grande pelo nosso povo e também uma grande estima que o Papa Francisco nos demonstrou, dando também um belíssimo ensinamento, muito profundo, muito espiritual: nos delineou um pouco as diretrizes para o nosso povo e também para a Igreja na Polônia. Sobretudo pedindo-nos para sermos claros com a nossa identidade cristã, com a proximidade de Cristo e também com a proximidade com os outros. Durante o seu discurso em Jasna Gora ele nos deu uma belíssima direção, dizendo que as coisas mais importantes são as menores, aquelas que estão muito próximas à nossa vida, e aquelas que são concretas, isto é, não abstratas, não ideológicas, mas precisamente “de vida”. E também quando no Santuário de São João Paulo II falou diante dos sacerdotes, à vida consagrada, às pessoas consagradas, aos futuros sacerdotes, também, sobre estas diretrizes da nossa vida, da nossa identidade sacerdotal, da identidade das pessoas consagradas, dizia que devemos ter presente fortemente a nossa consagração a Cristo e à Igreja”.
RV: Mais uma vez vimos o amor do povo polonês pelo Sucessor de Pedro: claramente, Karol Wojtyla estará para sempre no coração dos poloneses, mas também o foi assim com Bento XVI e agora com o Papa Francisco se viu um entusiasmo até mesmo comovente...
“Penso que seja uma linha constante na vida de nosso povo; talvez antes de João Paulo II estávamos – o sabemos – atrás do Muro: esta “Cortina de Ferro” nos dividia muito, também pela mídia, também por estes contatos, que eram realmente raros. Nós queríamos, há 50 anos, que o Papa Paulo VI pudesse ter estado em meio a nós, mas o regime comunista não permitiu que ele viesse. (No seu lugar) havia um lugar vazio com um ramalhete de flores. Enquanto que com João Paulo II nós nos aproximamos, não somente à pessoa do Papa, mas sobretudo ao Vigário de Cristo na terra. Nos aproximamos: penso que tantas pessoas tenham se aproximado interiormente precisamente da Sé Apostólica. Para nós é algo muito importante, também para as pessoas, que devemos acolher com coração aberto a cada Sucessor de Pedro”.
RV: O que representa para a Polônia, para a Igreja, mas não somente, esta JMJ em terras polonesas? Uma JMJ em um momento tão particular também para a Europa.... O Papa Francisco disse mais vezes: “Não somente a Igreja, mas o mundo olha para vocês”....
“Para nós é um grande dom. Não me canso de repetir que para nós o Papa Francisco deu um grande presente, um grande dom, uma grande graça de vir com as pessoas, com os jovens, precisamente a Cracóvia, dando este sinal visível que permanecerá no coração dos poloneses. E esperamos para a nossa Igreja, para o nosso povo, que também nós possamos ser estes sinais visíveis, quer para os outros crentes, mas também para o mundo: esta será também a nossa missão aqui, na Terra, de dar sinais de esperança, de proximidade, de sentimento de Deus às pessoas”.
(JE/AG)
Pe Lombardi: JMJ, um grande sinal de esperança para o mundo
Cracóvia (RV) – O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, fez no final da tarde de sábado para a Rádio Vaticano, um primeiro balanço do encontro mundial de jovens em Cracóvia:
“A Igreja polonesa é uma grande Igreja, tem uma grande tradição. O povo polonês tem uma grande história. É um povo que nos deu muitos Santos, o último deles o nosso caríssimo e grande João Paulo II. Mesmo que num tempo breve, o Papa Francisco entrou em profundidade em contato com o povo e com a Igreja polonesa, um pouco em todas as suas dimensões. Deu a eles o sentido de seu afeto, da sua proximidade, da sua mensagem de ser Igreja em saída, de ser Igreja criativa. Demonstrou um grande respeito pela tradição dos valores cristãos e pela história da qual vem este povo, da qual vem esta Igreja e ao mesmo tempo – com discrição, mas com decisão – deu também ao povo e à Igreja polonesa a sua mensagem que é aquela que está dando em todo o mundo: de estar em saída, de serem missionários, de serem solidários, de serem dialogantes, de construírem uma grande comunidade de nações por um mundo de paz. Portanto, acredito realmente que tenha sido um encontro feliz, sereno, muito construtivo e que possa dar à Igreja na Polônia, ao povo polonês aquela serenidade, aquela alegria de continuar a olhar em frente, sentindo ter um Papa que está nas pegadas, na direção de João Paulo II, levando em frente dele também as mensagens essenciais, antes de tudo, a do anúncio da misericórdia no mundo de hoje, que dela tem extrema necessidade”.
RV: O que lhe chamou mais a atenção nesta JMJ, entre as tantas que o senhor pode participar?
“Cada Jornada da Juventude realiza-se em um contexto particular e pode dar, portanto, uma mensagem específica. Digamos que, por exemplo, não sei, a de Paris tinha demonstrado a alegria e a vitalidade da fé em um mundo secularizado que não se esperava, que ficava surpreso pela vitalidade e pela fé dos jovens. É uma mensagem diferente.... Nesta, a mensagem é de coragem e de esperança em um mundo marcado por conflitos e por temores, isto me parece muito evidente, e é uma mensagem muito preciosa. Uma coisa análoga foi, por exemplo, em Toronto, também depois dos atentados de 11 de setembro às Torres Gêmeas: eram vários meses mais tarde, mas a impressão ainda estava muito forte. Era de novo, também naquele caso, uma mensagem de esperança em um mundo que se sentia incerto pela presença do ódio em formas novas, que não se conhecia ainda. E foi uma mensagem importante. Portanto, cada Jornada da Juventude assume um significado particular segundo o contexto em que se coloca. As primeiras, a primeira, a de Czestochowa, era aquela em que se vivia um pouco a Europa do Leste que se abria, e portanto, a possibilidade do encontro com “os dois pulmões da Europa”: também aquela era uma mensagem nova, extremamente importante. Aqui sabemos todos em que momento estamos vivendo da história e o evento “Jornada Mundial da Juventude” é um grande sinal de esperança para este mundo. O evento como tal é que é a mensagem: o evento como tal criado, naturalmente, pela fé, pelo anúncio do Evangelho que chama todos estes jovens, estas forças maravilhosas, estes entusiasmos e estas esperanças maravilhosas de futuro que têm os jovens, e as orienta, as catalisa, faz com que tomem consciência das próprias potencialidades de serviço e de anúncio para o mundo de hoje. Ontem (ndr - sexta-feira) o Papa: “As coisas podem ser mudadas?” – perguntava aos jovens. “Siiim!”. Ele os fazia repetir e os fazia repetir: devem tomar consciência, os jovens: tomar consciência – este milhão e mais de jovens que está aqui – que se ouvem a Palavra de Deus, se acreditam no amor antes que no ódio, então podem dar uma contribuição importante para este mundo”.
(JE/AG)
Cracóvia (RV) – O Santo Padre concluiu neste domingo (31/7), mais uma Viagem Apostólica do seu Pontificado, a de número XV, que o levou à Polônia para a realização da JMJ, em Cracóvia.
Após agradecer o trabalho dos voluntários que trabalharam na JMJ no Ginásio de Esportes Tauron, o Papa Francisco dirigiu-se ao Aeroporto Internacional São João Paulo II, de Balice.
O Pontífice foi acolhido no edifício do cerimonial na área militar pelo Presidente da República polonês Andrzej Duda, acompanhado pela esposa, e o Cardeal Arcebispo de Cracóvia Stanislaw Dziwisz. Estavam presentes alguns fiéis e um coral.
Após o encontro privado, o Pontífice transferiu-se de carro, embaixo de chuva, ao local do embarque.
O Papa foi o último passageiro a embarcar no Voo B787/LOT, que partiu de Cracóvia, às 19h30min, com uma hora de atraso.
Após percorrer 1.100 quilômetros e sobrevoar a Polônia, a Eslováquia, Áustria, Eslovênia, Croácia e Itália, o avião trazendo o Papa a Roma deverá aterrissar por volta 21h25min no Aeroporto Fiumicino.
Conclui-se assim a 15ª Viagem Apostólica internacional do Pontificado de Francisco.
Card. Bagnasco agradece gesto dos muçulmanos de irem à Igreja este domingo
Roma (RV) – A presença dos fiéis muçulmanos durante a Missa deste domingo na França e na Itália - como gesto de solidariedade pelos cristãos e de condenação à violência terrorista após o ataque na Igreja de Rouen – é vista como positiva pelo Cardeal Angelo Bagnasco, Presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI).
“Estamos muito contentes e agradecidos, junto às nossas comunidades cristãs”, “agradecidos por esta pronta resposta a uma apelo que esperávamos”. É uma “condenação clara e permanente, sem “se” e “mas””.
Está ocorrendo uma reação forte ao terrorismo islâmico
De Cracóvia, onde participa junto aos jovens italianos da JMJ, que se conclui este domingo, o Cardeal afirma: “O fato é que nem sempre ouvimos reações fortes, agora isto está se criando – lê-se no Jornal ‘Avvenire’ deste domingo. É verdade, de fato, que o mundo muçulmano está bastante fragmentado por motivações de caráter teológico, que não nos dizem respeito, mas sobre este ponto fundamental de condenação clara da barbárie, podemos estar todos de acordo. E agora me parece que se vá nesta direção”.
A primeira resposta ao fundamentalismo deve vir do mundo islâmico
“A religião verdadeira – afirma o purpurado – traz consigo sempre o amor, a paz, ilumina a vida, tudo aquilo que se tinge de morte, por outro lado, pode se dizer religioso, mas não o é, nunca”. A “condenação da violência fundamentalista” tem um “grande valor que unifica e supera todas as distinções... A primeiríssima resposta ao fundamentalismo bárbaro e brutal deve chegar do mundo islâmico, porque, se quem pratica a violência se sente rodeado por uma condenação clara, permanente, sem medo, acredito que deverá assumir isto”.
A crise da Europa é espiritual, antes que política
O Arcebispo de Gênova espera que este seja “o início de um percurso novo”, porque “todos sabemos que a crise da Europa, antes que política, é espiritual”; é necessário, portanto, reafirmar “o primado do espírito, que significa elevar o homem a um nível mais elevado de pensamento, de ação e de sentir. Acredito que este seja um valor compartilhado por todas as religiões”.
(JE/RP)