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Sumario del 01/08/2016

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa no avião: não identificar o Islã com a violência

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Cidade do Vaticano (RV) – Juventude, terrorismo, Turquia, Venezuela: estes foram alguns dos temas da coletiva de imprensa que o Papa tradicionalmente concede ao final de suas viagens. De Cracóvia ao Vaticano, Francisco respondeu às perguntas dos jornalistas, recordando logo no início a morte de uma colega, italiana Anna Maria Bianchini Jacobini, que morreu em Cracóvia enquanto fazia a cobertura da viagem. 

Polônia

A primeira questão foi justamente como Francisco viveu esses dias na Polônia, “invadida” desta vez pelos jovens. “O povo polonês é muito entusiasta. Esta noite, com a chuva, pelas ruas havia não somente jovens, mas também velhinhas. É uma bondade, uma nobreza. Eu tive uma experiência com poloneses quando era criança: onde trabalhava meu pai, muitos poloneses vieram depois da guerra. Eram pessoas boas e isso ficou no coração. Reencontrei esta bondade. Uma beleza…obrigado!

Jovens

Eu gosto de falar com os jovens. E gosto de ouvi-los. Sempre me colocam em dificuldade, porque dizem coisas às quais eu não pensei ou que pensei pela metade. Os jovens inquietos, os jovens criativos... Eu gosto e dali adquiro a linguagem. Muitas vezes me pergunto: “Mas o que significa isto?”. E eles me explicam. O nosso futuro é com eles, e devemos dialogar. É importante este diálogo entre passado e futuro. É por isso que destaco tanto a relação entre os jovens e os avós, e quando digo “avós” entendo os mais velhos e os nem tanto, mas eu sim... Para dar também a nossa experiência, para que sintam o passado, a história e a retomem e a levem avante com a coragem do presente, como disse esta noite. É importante. Importante! Eu não gosto quando ouço: “Mas esses jovens dizem besteiras!”. Mas também nós dizemos muitas, eh! Os jovens dizem besteiras e dizem coisas boas: como nós, como todos. Mas ouvi-los, porque devemos aprender deles e eles devem aprender conosco. É assim. E assim se faz a história e assim se cresce sem fechamentos, sem censuras.  

Crise turca e silêncio do Papa

Quando tive que dizer algo de que a Turquia não gostava, mas da qual eu estava certo, eu disse, com as consequências que vocês conhecem. Não falei porque ainda não estou certo, com as informações que recebi, do que está acontecendo ali. Ouço as informações que chegam à Secretaria de Estado, e também aquelas de algum analista político importante. Estou estudando a situação com os assessores da Secretaria de Estado e a coisa ainda não está clara.

Novas denúncias contra o Cardeal Pell

As primeiras notícias que chegaram eram confusas. Eram notícias de 40 anos atrás e nem mesmo a polícia deu atenção num primeiro momento. Uma coisa confusa. Depois, todas as denúncias foram apresentadas à Justiça e neste momento estão nas mãos da Justiça. Não se deve julgar antes que a Justiça julgue. Se eu desse um juízo a favor ou contra o Cardeal Pell, não seria bom, porque julgaria antes. É verdade, existe a dúvida. E há aquele princípio claro do Direito: in dubio pro reo. Devemos aguardar a Justiça e não fazer antes um juízo midiático, porque isso não ajuda. O juízo das fofocas, e depois? Não se sabe como acabará. Estar atentos àquilo que a Justiça decidirá. Uma vez que a Justiça falar, falarei eu.

Queda

Eu estava olhando para Nossa Senhora e esqueci do degrau… Estava com o turíbulo na mão… Quando percebi que estava caindo, me deixei cair e isso me salvou. Porque se tivesse resistido, teria tido consequências. Nada. “Esto fenomeno!” [Estou beníssimo!]

Mediação vaticana na Venezuela

Dois anos atrás, tive um encontro com o presidente Maduro, muito muito positivo. Depois ele pediu uma audiência no ano passado: era um domingo, um dia depois da minha chegada de Sarajevo. Mas depois ele cancelou aquele encontro porque tinha uma otite e não podia vir. Depois disso, deixei passar um pouco de tempo e lhe escrevi uma carta. Houve contatos para um eventual encontro. Sim, com as condições que se fazem nesses casos. E se pensa neste momento – mas não estou certo e não posso garantir isso, é claro? Não estou certo de que no grupo da mediação alguém – e nem sei se o próprio governo – quer um representante da Santa Sé. Não estou certo. No grupo estão Zapatero da Espanha, Torrijos e outra pessoa, e a quarta se falava da Santa Sé. Mas isso não tenho certeza…

Assassinato de Padre Jacques Hamel e “violência islâmica”

Eu não gosto de falar de violência islâmica, porque todos os dias quando leio os jornais vejo violências aqui na Itália: quem mata a namorada, outro que mata a sogra... E estas pessoas são violentos católicos batizados, eh! São católicos violentos… Se eu falasse de violência islâmica, deveria falar também de violência católica. Nem todos os islâmicos são violentos; nem todos os católicos são violentos. É como uma salada de frutas: tem tudo dentro; há violentos dessas religiões. Uma coisa é verdade: creio que em quase todas as religiões exista sempre um pequeno grupo fundamentalista. Fundamentalista. Também nós temos isso. E quando o fundamentalismo chega a matar – mas se pode matar com a língua, e isso o diz o Apóstolo Tiago e não eu, e também com a faca – creio que não seja justo identificar o Islã com a violência. Isto não é justo e não é verdadeiro! Tive um longo diálogo com o Grande Imã da Universidade de al-Azhar e sei o que eles pensam: buscam a paz, o encontro. O Núncio de um país africano me dizia que na capital há sempre uma fila de gente – está sempre cheio! – na Porta Santa para o Jubileu: alguns se detém nos confessionários, outros rezam nos bancos. Mas a maioria vai para frente, avante, para rezar no altar de Nossa Senhora: esses são muçulmanos que querem fazer o Jubileu. São irmãos. Quando estive na Rep. Centro-Africana, estive com eles e o imã também subiu no papamóvel. Pode-se conviver bem. Mas há grupos fundamentalistas. E me pergunto também quantos jovens – quantos jovens! – que nós europeus deixamos vazios de ideais, que não têm trabalho, que usam droga, álcool ou vão lá e se alistam em grupos fundamentalistas. Sim, podemos dizer que o chamado Isis é um Estado Islâmico que se apresenta como violento, porque quando nos mostra a sua carteira de identidade nos mostra como degola os egípcios na costa líbica ou outras coisas. Mas este é um grupo fundamentalista, que se chama Isis. Mas não se pode dizer – creio que não seja verdadeiro e não seja justo – que o Islã seja terrorista. 

Iniciativas concretas contra o terrorismo

O terrorismo está em todos os lugares! Pense no terrorismo tribal de alguns países africanos... O  terrorismo – não sei se dizê-lo, porque é um pouco perigoso… - cresce quando não há outra opção, quando no centro da economia mundial há o deus dinheiro e não a pessoa, o homem e a mulher. Este é o primeiro terrorismo. Expulsou as maravilhas da Criação, o homem e a mulher, e colocou ali o dinheiro. Este é terrorismo de base contra toda a humanidade. Pensemos nisso. 

Panamá

Um jornalista panamenho presentou o Papa com uma camisa com o número 17, sua data de nascimento, e o “sombrero” usado pelos camponeses do país, pedindo uma saudação ao povo e afirmando que os panamenhos o aguardam. E o Papa respondeu: “Se eu não estiver, irá Pedro. Aos panamenhos, muito obrigado. Faço votos de que se preparem bem, com a mesma força, a mesma espiritualidade e a mesma profundidade com a qual os poloneses e os habitantes de Cracóvia se prepararam.”

Ao final da coletiva, com um bolo, o Pontífice agradeceu a dois colaboradores que encerraram seu trabalho com esta viagem à Polônia: Pe. Federico Lombardi, Diretor da Sala de Imprensa, e o Sr. Mauro, que foi responsável pelas bagagens dos voos papais por 37 anos.

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Papa: quem pede trabalho, pede dignidade

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco enviou uma mensagem, nesta segunda-feira (01/08), ao Presidente da Conferência Episcopal Argentina, Dom José Maria Arancedo, pela festa de São Caetano que será celebrada no próximo dia 7. 

O Santuário de São Caetano, padroeiro na Argentina do ‘pão e do trabalho’, se encontra no bairro de Liniers, em Buenos Aires, periferia da cidade. Todos os anos, em 7 de agosto, milhares de fiéis fazem fila para passar diante do santo, beijar o vidro do pequeno nicho que contém a imagem e fazer o sinal da cruz. A espera na fila pode durar até 10 horas. 

Como Arcebispo de Buenos Aires, o então Cardeal Bergoglio presidia a missa no santuário na festa de São Caetano e no final percorria a fila dos fiéis, no sentido contrário, para conversar com eles, ouvir suas histórias e abençoar as crianças.

Pão e trabalho
 
“Daqui a pouco se celebrará a festa de São Caetano. Através de você, desejo que chegue a minha saudação e minha bênção aos homens e mulheres que se reunirão nos vários templos do país, dedicados ao santo para pedir pão e trabalho ou agradecê-lo pelo fato de não faltar”, escreve o Papa na carta enviada a Dom Arancedo.

O Santo Padre diz ainda que recorda com emoção o dia 7 de agosto em Buenos Aires. “A missa no Santuário de Liniers e depois a fila de pessoas até o Estádio Velez. Saudar, ouvir e acompanhar a fé das pessoas simples e muitas vezes, diante da angústia de homens e mulheres que querem e buscam trabalho e não conseguem, eu conseguia somente dar um aperto de mão, fazer uma carícia, olhar aqueles olhos cheios de lágrimas de dor e chorar por dentro. Chorar sim, porque é difícil encontrar um pai de família que quer trabalhar e não tem nenhuma possibilidade de fazê-lo”, ressalta o pontífice.

Dignidade

“Em São Caetano pedimos pão e trabalho. O pão é mais fácil de se obter, porque tem sempre alguém ou instituição boa que o procura, pelo menos na Argentina, onde a nossa gente é muito solidária. Existem lugares no mundo que não têm nem essa possibilidade. Porém, o trabalho é mais difícil de encontrar, sobretudo quando vivemos momentos em que os índices de desemprego são realmente elevados. O pão resolve uma parte do seu problema, porque aquele pão não é o que você ganha com o seu trabalho. Uma coisa é ter pão em casa para comer e outra coisa é levá-lo para casa como fruto do trabalho. Isso é o que dá dignidade”, destaca o Papa.

Segundo Francisco, “quando pedimos trabalho, estamos pedindo para sentir dignidade. Nesta celebração de São Caetano pedimos esta dignidade que o trabalho nos dá: poder levar o pão para casa. O trabalho (junto com o teto e a terra) é a base dos direitos humanos. Quando pedimos trabalho para levar o pão para casa, estamos pedindo dignidade”.

Sabedoria

“A sabedoria de nosso povo usa um ditado para qualificar quem pode trabalhar e não o faz: ‘Esse vive nas costas dos outros’. As pessoas desprezam quem vive assim, porque veem nele uma certa falta de dignidade”, afirma o Papa.

O Santo Padre conclui a mensagem, convidando os bispos a saberem acompanhar com carinho, proximidade e oração os irmãos que pedem pão e trabalho. “Peçamos também para nós bispos esta graça: Que nunca nos falte trabalho, aquele trabalho ao qual o Senhor nos envia e nos dá dignidade.”

(MJ)

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Lombardi: JMJ uma grande mensagem de confiança para o futuro

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco concluiu sua viagem à Polônia. O avião papal, que decolou do aeroporto de Cracóvia em torno de 19h30, com quase uma hora de atraso, aterrissou no aeroporto de Roma, Fiumicino, às 21h35 aproximadamente. Para um breve resumo da viagem, em especial, da Jornada Mundial da Juventude na Polônia, a Rádio Vaticano ouviu o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, que nesta segunda-feira, 1º de agosto, depois de 10 anos, deixa o cargo de porta-voz vaticano:

R. - A viagem parece ter sido um grande sucesso, porque foi um sucesso a Jornada Mundial da Juventude, que respondeu totalmente às expectativas seja pelo número de jovens presentes, seja pelo clima em que se realizou, e seja pela mensagem que dá, uma mensagem de grande confiança e esperança para o futuro, em um momento em que há necessidade dessas mensagens. Esta foi a dimensão central da viagem do Papa. Era o seu motivo. Mas tivemos ainda - como sabemos – outros dois aspectos, também esses extremamente importantes: o encontro com o povo da Polônia, com a celebração dos 1050 anos do Batismo e a visita a Auschwitz.

P. - Como o Papa foi acolhido pelos poloneses?

R. - O Papa foi muito bem acolhido pelos poloneses, que naturalmente carregam a grande memória de João Paulo II, mas que veem nele a continuidade da mensagem, não só do ministério petrino, mas também a mensagem da misericórdia, que foi uma das características do Pontificado de João Paulo II, em particular com a sua inspiração ao tema da misericórdia nascida precisamente aqui em Cracóvia, na tradição de Santa Faustina e da devoção à misericórdia.

P – Muito bonito o último discurso improvisado pelo Papa aos jovens voluntários da JMJ.

R. - Sim, creio que foi uma boa síntese deste domingo, porque reuniu as palavras principais: memória, memória do passado; coragem para o presente e isto torna-se esperança; e esperança para o futuro. Eu acho que esta é a mensagem de toda a Jornada Mundial da Juventude. (SP )

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JMJ 2016: Bispos poloneses agradecem ao Papa pela visita

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Cracóvia (RV) - “Os bispos poloneses e os jovens estão muito agradecidos ao Papa Francisco por ter escolhido a Polônia e Cracóvia para a JMJ 2016, celebrada no aniversário de 1050 anos do batismo desse país e no Ano Santo da Misericórdia.” 

 

É o que afirma num comunicado o porta-voz da Conferência Episcopal Polonesa, Pe. Pawel Rytel-Andrianik, emitido no final da visita do Papa Francisco à Polônia, neste domingo (31/07), “um dos eventos mais importantes na história milenar do país”.

“A maneira de agir direta do Santo Padre, o entusiasmo dos jovens, e a boa organização dos eventos fizeram com que a Jornada Mundial da Juventude celebrada nas dioceses e em Cracóvia superasse todas as expectativas”, sublinha o porta-voz, ressaltando que “pela primeira vez chegaram jovens de mais de 180 países”. 

“Os jovens apreciaram a organização da JMJ”, destaca ainda Pe. Andrianik, acrescentando que também foi estimado “o trabalho das autoridades civis, eclesiásticas e dos voluntários que acolheram os jovens do mundo inteiro da melhor forma possível”.

“O encontro com o Papa Francisco fez com que os jovens entrassem na maturidade”, conclui o porta-voz. (MJ)

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Card. Dziwisz: JMJ, o evento mais belo do Ano da Misericórdia

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Cracóvia (RV) – O Cardeal Arcebispo de Cracóvia, Stanislaw Dziwisz, expressou grande satisfação pela viagem do Papa Francisco à Polônia. Ouçamos sua reflexão aos microfones da Rádio Vaticano:

“Agradeço ao Senhor pelo fato de que a viagem tenha andado bem! A juventude do mundo respondeu positivamente. Vieram e ficaram muito tocados pela hospitalidade da cidade e das famílias. A atmosfera era incrível: alegria, reflexão, oração e também uma simpatia grandíssima pelo Papa Francisco. Foi realmente um grande presente! Não houve acidentes, a segurança foi perfeita: a Polônia é um país que pode tranquilamente acolher quem quiser visitá-la”.

RV: Foi a JMJ da Misericórdia: em um momento em que o mundo tem tanta necessidade de misericórdia, Francisco pediu aos jovens para tornarem-se apóstolos da misericórdia. Era impressionante ver isto enquanto ao seu lado víamos as imagens de Santa Faustina e São João Paulo II....

“A presença dos Apóstolos da Misericórdia era muito forte. Não somente em imagens, mas se sentia a proteção espiritual deles do Céu. O Papa disse – e também nós achamos isto – que esta Jornada foi a mais bela celebração do Ano da Misericórdia, na cidade da misericórdia; realizou-se aquilo que Jesus disse: fazer sair a chama que preparará o mundo para a vinda de Jesus Cristo. É uma coisa belíssima. Espero que estes jovens tenham assumido esta mensagem e a levem a todo o mundo”.

RV: Quais frutos o senhor espera para a Polônia?

“Espero que a Polônia será diferente depois deste encontro, que será mais unida e com uma esperança a mais para um futuro melhor. Não falo das coisas materiais, mas espirituais. Esta viagem dará frutos”.

 

(JE/AG)

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“Efeito Rio” marca JMJ de Cracóvia

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Cracóvia (RV) - Milhares de brasileiros estiveram presentes em Cracóvia: é o “efeito Rio” que se sente aqui na Polônia. O Arcebispo do Rio de Janeiro, Orani João Tempesta, disse que a Igreja precisava envolver mais os jovens latino-americanos se quisesse se renovar. 

“A JMJ do Rio motivou sem dúvida a participação dos brasileiros e latino-americanos aqui em Cracóvia”, afirmou Dom Orani.

Os brasileiros formaram a 4ª maior delegação da JMJ 2016, atrás apenas dos poloneses, italianos e franceses. Esses jovens católicos se vivaram como puderam para chegar aqui, e não escondem a emoção em realizar o sonho de encontrar jovens do mundo inteiro e o Papa Francisco. Como relata Letícia Aparecida Campos, de São Paulo.

“A gente passou por muitas dificuldades, muitos problemas: crise econômica, reformulação dos grupos. Então, foi um encontro muito bom, porque a gente está junto há uma semana. [No Brasil] a gente fez show, arrecadação, passava mais tempo na igreja do que fora. Essa vitória não é minha: fiquei muito feliz por ser uma das privilegiadas de participar das missas aqui”.

Terminados os eventos oficiais com o Papa, os festivais da juventude espalhados pela cidade reuniram jovens do mundo inteiro. E os brasileiros chamaram a atenção pela alegria e, e principalmente, pela música. Como esse grupo de Fortaleza que fez uma canção especial para a Jornada.

“Nosso grupo ‘Ser-tão do Papa” quis fazer alguma coisa diferente. A gente quis fazer um ‘forrozinho’ que representasse o nosso grupo”, disse Danilo Aguiar.

Mas não é só música, não é só festa: todos estes jovens percorrem um percurso espiritual: é isso que diferencia a Jornada Mundial da Juventude de outros grandes eventos juvenis.

“É o momento da sua busca espiritual. De você estar em contato com o Espírito Santo para que ele possa te guiar sempre mais próximo de Deus”, disse Diego Queiroz da Silva, de Maringá (PR).

Deus no céu e Francisco na terra.

Mais de 5 mil jornalistas acompanham a 15ª viagem internacional de Francisco para documentar ao mundo o quanto o Papa sabe falar diretamente aos jovens.

De Cracóvia para a RV, Rafael Belincanta

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Padre Lombardi é o novo Presidente da Fundação Ratzinger

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Cidade do Vaticano (RV) – Depois de dez anos como porta-voz do Papa, dirigindo a Sala de Imprensa da Santa Sé, a partir desta segunda-feira (01/08), Padre Federico Lombardi S.I., é o Presidente do Conselho de Administração da Fundação “Joseph Ratzinger – Bento XVI”. A nomeação ocorreu por meio de carta assinada pelo Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano. 

Promover o estudo teológico

A Fundação foi instituída em 1º de março de 2010 no Vaticano pelo Papa Bento XVI, com o objetivo de promover pesquisas, estudos, publicações e conferências científicas dedicadas à teologia. As três principais áreas de atividade são as Sagradas Escrituras, a Patrística e a teologia fundamental.

A ideia de criar a Fundação surgiu dos chamados "shulerkreis", os encontros informais organizados por Bento XVI com seus ex-alunos universitários, que antes mesmo de Ratzinger se tornar cardeal, criaram um centro de estudos e documentação teológica em Munique, a cidade alemã da qual o Pontífice emérito foi arcebispo.

Prêmio já foi conferido a brasileiro

Anualmente, a Fundação Pontifícia confere o prestigioso "Premio Joseph Ratzinger" a estudiosos de teologia e biblistas de todo o mundo. Em 2015, um dos premiados pelo Papa Francisco foi o sacerdote jesuíta brasileiro Mario de França Miranda, professor emérito da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Outra iniciativa desta instituição é conferir bolsas de estudo para o estudo de teologia. 

(CM)

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Nomeado Administrador Apostólico do Quirguistão

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Cidade do Vaticano (RV) -  Em 31 de julho de 2016, o Santo Padre nomeou Administrador Apostólico ad nutum Sanctae Sedis da Administração Apostólica do Quirguistão, o  Padre Janez Mihelčič, SI, Superior da Residência da Companhia de Jesus em Bishkek.

Padre Janez Mihelčič, SI, nasceu em Radovljica, na Eslovênia, em 13 de maio de 1942. Entrou na Companhia de Jesus em 7 de setembro de 1966, foi ordenado sacerdote em 23 de março de 1975. Posteriormente, ele completou os estudos em lingüística Belgrado (1975-1978) e transcorreu um período como missionário no Japão (1979-1992), onde ensinou língua e cultura russa na Universidade Sophia, em Tóquio.

Desde 1992, exerce o ministério em Bishkek (capital do Quirguistão), onde é professor de línguas na universidade estadual local. Desde 2001, é também Superior da Residência da Companhia de Jesus em Bishkek.

O Quirguistão localiza-se na Ásia Central, possui 5,6 milhões de habitantes, sendo 83,4% muçulmanos, 8,3% agnósticos e ateus e 7,3% cristãos, a maioria ortodoxos (6,1%).

(JE)

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Antes de Assis, o Papa encontra os dominicanos

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco receberá no Vaticano na quinta-feira, 4 de agosto, os Superiores Maiores dominicanos e o Mestre da Ordem, Frei Bruno Cadoré.

Um comunicado da Ordem explica que “a visita é um acontecimento de relevo do Capítulo Geral dos Frades Dominicanos, que realiza-se em Bolonha por ocasião dos 800 anos da Ordem. O Capítulo Geral estabeleceu as diretrizes sobre as quais se desenvolverá a missão e a pregação da Ordem nos próximos anos”.

“Com a mensagem pela abertura do Capítulo (em 17 de julho passado), o Santo Padre convidou os dominicanos a tornarem-se sinais da proximidade e da ternura de Deus. Os padres capitulares – continua a nota -  procuram acolher este convite segundo o seu carisma”.

Em particular, "os dominicanos desejam promover as atividades da Ordem relativos ao diálogo entre as culturas e as religiões, por meio de instituições acadêmicas especializadas, para fortalecer ou criar a formação dos frades e outras iniciativas apostólicas".

Ainda no dia 4 de agosto, os dominicanos voltarão para Bolonha para celebrar uma missa presidida pelo Bispo Matthew Zuppi. A celebração terá lugar na Basílica de São Domingos, onde são preservados os restos mortais do Santo fundador da Ordem dos Pregadores, e marcará o momento conclusivo do capítulo.

 

(JE/Sir)

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Igreja na América Latina



JMJ 2019 no Panamá: a alegria dos bispos

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Cracóvia (RV)– O anúncio de que Panamá será a sede da próxima Jornada Mundial da Juventude de 2019, alegrou os Bispos panamenhos presentes em Cracóvia, que asseguraram que a diocese está à altura de organizar a JMJ de 2019. 

Evento vai atrair jovens latino-americanos

O Cardeal José Luis Lacunza, bispo da diocese de David (Panamá) disse ontem em Cracóvia que “Panamá será certamente capaz de organizar a Jornada Mundial da Juventude 2019, um encontro que servirá para despertar os jovens, não apenas no Panamá, mas em toda a América Latina. Muitos poderão se locomover por terra, enfrentando custos mais baixos”.

Encontrar o caminho de Deus

Já o arcebispo de Panamá, Dom José Domingo Ulloa, em um breve pronunciamento, disse que a próxima Jornada da Juventude no Panamá “será um bálsamo para os jovens da América Central”, região em que “a grande maioria dos jovens vive na pobreza e sob o risco da migração, do tráfico de drogas e da violência. Eis porquê a JMJ será um estímulo para que os jovens da América Central consigam encontrar o caminho de Deus”. Dom Ulloa recordou depois que Panamá é a primeira diocese fundada na América, em 1513, de onde partiu a evangelização de todo o continente.  

O foco nos pobres e excluídos

Por sua vez, o bispo de Colón-Kuna Yala, Dom Manuel Ochogavía, comentou que a notícia que Panamá será sede da próxima JMJ “encherá de esperança os corações das pessoas marginalizadas e excluídas. Elas precisam de fé”.

O bispo explica que dirige uma diocese de periferia e que a JMJ vai incrementar a paz, ante a violência; a solidariedade, ante a má distribuição de riquezas”. 

(CM)

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Igreja no Mundo



Arquivada denúncia contra Cardeal Philippe Barbarin

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Paris (RV) – A investigação por acobertamento de crime pedofilia contra o Cardeal francês Philippe Barbarin foi arquivada. Foi o que informou no final da tarde desta segunda-feira (1º /8) o Procurador da República de Lyon, Marc Cimamonti.

Cardeal acusado de ter acobertado casos de pedofilia

O Arcebispo de Lyon era investigado por não denunciar o crime de abuso, colocando em perigo a vida de outrem, após a denúncia de algumas vítimas de um sacerdote da Arquidiocese, Bernard Preynat, indiciado no final de janeiro por abusos sexuais cometidos contra menores, entre o 1986 e 1991.

As vítimas o acusaram por não ter denunciado o religioso,  mantendo-o no cargo por muito tempo, até 2015, em uma paróquia da cidade frequentada por muitas crianças.

Acusações rejeitadas

O Cardeal Barbarin sempre refutou as acusações, recordando que no momento dos fatos não era Arcebispo de Lyon; de ter sido informado do passado deste sacerdote somente em 2007-2008 e de ter decidido suspendê-lo em 2015, depois de ter recebido o testemunho direto de uma de suas vítimas, antes ainda da denúncia à justiça.

Sem intenção de obstruir à justiça

Ao final da investigação preliminar iniciada em 4 de março passado, a Procuradoria de Lyon confirmou que as autoridades diocesanas vieram ao conhecimento do passado do Padre Preynat entre 2005 e 2010, mas este período é coberto pelo prazo de prescrição de três anos, prevista para o crime de omissão de denúncia. Em relação ao período sucessivo a 2014, o Procurador considerou que não houve intenção de obstruir a justiça.

Gratidão e plena disponibilidade em colaborar com as vítimas

A decisão foi saudada pelo Cardeal Barbarin. Em um comunicado, a Arquidiocese afirma ter adotado iniciativas “para a prevenção, a formação e o discernimento e a escuta, para impedir o repetir-se destes comportamentos”.

O Cardeal Barbarin reitera, além disto, o seu apoio, também na oração, e a sua gratidão às vítimas: “A iniciativa deles – lê-se no comunicado – permitiu melhorar as medidas adotadas pela Arquidiocese contra os abusos sexuais”. Ele confirma, depois, a plena disponibilidade em encontra-los e em colaborar na luta contra a chaga da pedofilia.

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Assis espera por Francisco

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Assis (RV) – Há 800 anos, Francisco de Assis, mergulhado em oração na Porciúncula, pediu a Jesus para conceder o perdão total de todas as culpas àqueles que, arrependidos e confessados, visitassem a pequena igreja.

Assim, o Papa Honório III (1148 – 18 de Março de 1227) concedeu a ele o direito de celebrar a Festa do Perdão no dia 2 de agosto.

Por ocasião da recorrência – a Festa do Perdão e a Abertura do VIII Centenário da Indulgência da Porciúncula – realizou-se uma celebração esta segunda-feira (1º/8) em Assis, presidida pelo Ministro Geral dos Frades Menores, Padre Michael A. Perry.

Os olhares também estão voltados para o dia 4 de agosto, quando o Papa Francisco fará uma peregrinação à Porciúncula. Sobre a expectativa para a visita, a Rádio Vaticano entrevistou o Padre Enzo Fortunato, Diretor da revista “San Francesco”:

“São sentimentos de grande alegria, acompanhados por aquilo que está acontecendo no mundo. Portanto, dá uma grande esperança que esta alegria possa traduzir-se em esperança por meio de novos comportamentos, mas sobretudo por meio de um estilo, que é aquilo que o Papa Francisco quer sublinhar com a sua visita: o da acolhida e do perdão. Eu diria que estes são os trilhos sobre os quais devemos andar e fazer com que Assis torne-se realmente um grande megafone, que alcance os corações de quem não quer viver o perdão e não quer dá-lo. Pensemos sobretudo àquilo que está acontecendo hoje, com os graves atentados terroristas que criam desconcerto e preocupação”.

RV: Neste sentido, a mensagem do Perdão de Assis é ainda atual para o homem de hoje?

“É atualíssima, e é de tal forma atual, que nós assistimos a uma das mais belas coincidências a nível histórico, a nível de acontecimento espiritual: vivemos um Jubileu Franciscano - os 800 anos do Perdão de Assis - com o Jubileu da Igreja dedicado ao perdão. Eu acredito que realmente que não poderia haver melhor coincidência e sintonia de datas, e uma coincidência de mentes, pensando também aos dois Franciscos”.

RV: Existe alguma inciativa especial em função da visita do Papa na quinta-feira?

“Sim, fizemos um número especial da Revista ‘San Francesco’, inteiramente dedicado ao perdão -  pensamentos, gestos e olhares de misericórdia – que se vale das assinaturas das maiores autoridades do panorama intelectual italiano e religioso. Será um número que nós entregaremos pessoalmente ao Papa, antes da partida”.

 

(JE/DD)

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8º Centenário do Perdão de Assis: mensagem dos franciscanos

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Assis (RV) – “Que este centenário nos ajude a experimentar uma saudável vergonha - pois parece que ninguém se interessa em levar paz e concórdia à realidade conflitual em que vivemos - e nos faça crescer na capacidade criativa para encontrar novas maneiras de cantar uma canção compreensível para os homens e mulheres do nosso tempo: uma provocação eficaz para construir paz e reconciliação”. 

É o que afirmam os quatro Ministros Gerais da Família Franciscana (Superiores das Ordens dos Frades Menores, Frades Capuchinhos, Frades Conventuais e Terceira Ordem Regular), na carta pastoral divulgada por ocasião do 8º Centenário do Perdão de Assis.

A misericórdia na espiritualidade franciscana

“Em 2016 – recordam os Ministros Gerais – coincidem duas datas: o aniversário da tradicional data da concessão da indulgência da Porciúncula - desejada por Francisco “para mandar todos ao Paraíso” – e o Jubileu da Misericórdia, desejado por um Papa que leva o nome de Francisco”.

“Queremos aproveitar a ocasião desta coincidência de datas, que nos convida para aprofundar o grande tema da misericórdia e do perdão em relação à nossa tradição espiritual franciscana”.

Nunca separar amor a Deus e ao próximo

“Misericórdia – prossegue a mensagem – é uma palavra cara à Francisco, que a usa frequentemente em seus Escritos e que a utiliza em partes iguais em duas direções: o agir de Deus misericordioso e o nosso agir com os irmãos com misericórdia”.

“Aquilo que importa – conclui a mensagem – é que nunca separemos os dois elementos, porque Jesus no Evangelho ensina que o primeiro mandamento fala contemporaneamente do amor a Deus e ao próximo, que não podem ser separados”.

 

(JE)

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Card. Bagnasco: importante sinal dos muçulmanos contra a barbárie

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Roma (RV) – Milhares de muçulmanos entraram em igrejas na França e na Itália este domingo, para participar das Missas. Um sinal de fraternidade após o bárbaro assassinato do Padre Jacques Hamel durante uma Celebração Eucarística. Quase uma resposta ao que disse o Papa Francisco: não é justo associar o Islã com a violência. Ouçamos o comentário a este respeito o Presidente da Conferência Episcopal Italiana Cardeal Angelo Bagnasco:

“Absolutamente não. De fato, logo depois do fato gravíssimo da morte violenta daquele sacerdote na Normandia, os Bispos italianos pediram uma grande ajuda ao mundo islâmico moderado, porque consideramos que a melhor reação é justamente a de uma voz unitária de condenação absoluta e sem hesitação por parte de todo o mundo islâmico moderado. E isto ocorreu precisamente ontem, em muitas partes da nossa Itália, e estamos muito contentes por isto. É um sinal: não é nada mais que um sinal, mas um sinal – repito - muito importante e significativo!”.

RV: Houve setores católicos tradicionalistas que criticaram esta presença de muçulmanos nas igrejas, quer na Itália como na França...

“Realmente, não entendo o motivo. O motivo me parece realmente não existir: é um sinal de uma presença que quer ser uma palavra de condenação, de distanciamento absoluto, claro, por parte de todos aqueles, muçulmanos antes de tudo, mas não somente, que não aceitam nenhuma forma de violência, por nenhuma razão, tanto menos de caráter religioso”.

RV: Na sua opinião, que outras iniciativas poderiam ser tomadas para que os muçulmanos possam sempre mais claramente se distanciar da violência extremista?

“Certamente esta é uma avaliação que eles devem dar. Desejamos que existam outros sinais de condenação por parte dos moderados e dos não-fundamentalistas, porque – volto a repetir – a primeira, a correta, boa e talvez mais eficaz reação a esta barbárie, deve vir antes de tudo deles, enquanto moderados, enquanto não-fanáticos, enquanto pessoas de bom senso em substância. O Ocidente deve fazer a sua parte, antes de tudo no plano espiritual e cultural, porque uma Europa que não tem nada a dizer a ninguém, não pode falar com ninguém”.

RV: Da JMJ de Cracóvia brota uma grande mensagem de confiança.....

“Seguramente, mas não somente de confiança em termos emotivos: seria muito pouco, evidentemente. Uma confiança que, porém, encontrou mais uma vez nas palavras e na presença do Papa um forte impulso e uma grande motivação. E depois pela presença destes jovens, que é uma presença – não obstante o cansaço dos dias, porque é claro que são dias muito empenhativos os das Jornadas Mundiais - de jovens que são sempre e permanecem jovens repletos de alegria, de esperança e de grande seriedade: porque as catequeses que nós bispos fizemos aos vários grupos de jovens, encontraram muita atenção e perguntas por parte deles, muito sérias, muito profundas. Eis o mundo novo que está nascendo, que está indo em frente! Esta é uma grande confiança e uma grande esperança”.

(JE/SC)

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Formação



Missão é renovar a vida não somente dentro da Igreja, mas sobretudo fora

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, o quadro semanal “O Brasil na Missão Continental” traz, estes dias, a participação do bispo da Diocese de Floresta, Dom Gabriel Marchesi, desde maio de 2013 à frente desta Igreja particular de Pernambuco. 

Na esteira da edição anterior, Dom Gabriel continua suas considerações sobre a missão evangelizadora, e o faz no signo daquele impulso missionário dado pelo Papa Francisco, que nos pede uma Igreja de portas abertas: portas abertas não somente para acolher, mas, sobretudo, para sair ao encontro daquelas realidades de periferias geográficas, sociais e existenciais – como costuma chamar.

Nesse sentido, o bispo de Floresta fala de uma Igreja de portas abertas para ajudar todos os cristãos a serem missionários de Jesus Cristo e a levar a todos, às periferias, aos pequenos, aos humildes, a alegria do encontro com Deus.

Observa que para além do desejo normal de se ver as igrejas repletas de fiéis, o lugar da fé é o mundo. “A evangelização é ajudar os cristãos a serem cristãos fora da Igreja, abastecendo-se, alimentando-se dentro da Igreja, no encontro com Jesus Cristo - no Sacramento – e depois testemunhando e levando ao povo a vida de Deus, que se pode viver em todo lugar, em todo canto”, afirma.

Ele acrescenta que a missão é renovar a vida não somente dentro da Igreja, mas sobretudo fora, e diz acreditar que a nossa missão é “ajudar as pessoas a desejar viver de um jeito diferente, dando o exemplo”.

Como dissemos, a reflexão de Dom Gabriel parte da exortação do Papa Francisco a sair das paróquias para – sem presunção – anunciar Cristo aos afastados, a sermos uma Igreja em saída, de portas abertas. Ouçamos o bispo de Floresta (ouça cliando acima).

(RL)

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Atualidades



Muçulmanos dentro de igrejas na França e Itália: sinal de fraternidade

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Roma (RV) - Milhares de muçulmanos entraram neste domingo em igrejas da França e da Itália, para estarem presentes à missa dominical: um sinal de fraternidade após o assassinato de Padre Jacques Hamel em Rouen. Uma mensagem de paz, nascida da sugestão da comunidade muçulmana francesa.

Sentaram-se um ao lado do outro nos bancos das igrejas, imãs, fiéis muçulmanos, católicos, para testemunhar que a fraternidade é possível e que, em relação ao bárbaro assassinato de Padre Hamel, não se trata, como disse o Papa, de “guerra de religião”, nem de Islã violento, mas de violência, só isso. Palavras que se tornaram evidentes neste domingo nos abraços, nos apertos de mão, nas palavras de paz. A Itália, de norte a sul, foi percorrida por estes gestos: mais de 23 mil muçulmanos foram às igrejas.

Quem acolheu o apelo dos muçulmanos franceses foi a Coreis, a Comunidade religiosa islâmica italiana, com algumas ressalvas. O porta-voz da Grande Mesquita de Roma disse que não concordava com a iniciativa, temendo "o tom espetacular." Mas três imãs vieram a Roma para estarem presente na missa na igreja de Santa Maria in Trastevere.

O Islã é paz, o terrorismo não tem justificação religiosa e se consegue dividir, venceu: este é o coração das mensagens. “Estamos muito gratos por esta resposta rápida, oportuna e clara”, disse o Presidente dos Bispos Italianos, Cardeal Angelo Bagnasco, acrescentando que “se continuarmos por este caminho se poderá criar um verdadeiro isolamento ao redor desses fanáticos homicidas”.

Também em Assis, a cidade de São Francisco registrou-se a presença de muçulmanos.

Na manhã deste domingo, à solene celebração eucarística na Basílica papal de Santa Maria dos Anjos na Porciúncula, presidida pelo Custódio da Porciúncula, Padre Rosario Gugliotta e concelebrada pelo Padre Raniero Cantalamessa, estava presente o Imã de Perugia Abdel Qader Moh’d.

Na conclusão da Santa Missa, Padre Rosario, o Imã e todos os fiéis presentes, se dirigiram até a entrada da Basílica para a benção da nova rampa de acesso instalada por ocasião do 8º Centenário do Perdão de Assis, com o Brasão do Papa Francisco, que no próximo dia 4 de agosto atravessará a porta da Basílica e da Porciúncula, fazendo-se ele mesmo peregrino do Perdão.

O custódio concedeu a palavra ao Imã Abdel Qader Moh'd, que depois de agradecer, confessou a emoção de se encontrar, juntos, naquele que ele definiu “lugar sagrado”, acrescentando que “todos os lugares sagrados do mundo devem ser respeitados”.

“A nossa Comunidade italiana muçulmana”, destacou ainda – “condenou, condena e condenará qualquer ato que for perpetrado por pessoas que se dizem muçulmanas, que não pertencem ao Islã, e falam em nome de Deus e matam: Deus não mata ninguém. Deus nos criou para vivermos em paz. Para vivermos em harmonia entre nós”, finalizou. (SP)

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Crianças refugiadas cantam na cerimônia da Trégua Olímpica

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Rio de Janeiro (RV) – O Coral Infantil Coração Jolie, formado por 26 crianças refugiadas que vivem no Brasil, participa segunda-feira (07/08) da cerimônia oficial da Trégua Olímpica, na Vila dos Atletas dos Jogos Rio 2016. O coral é mantido pela organização não-governamental IKMR (I Know My Rights), com o apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) no Brasil.

Crianças de 7 nacionalidades

A cerimônia da Trégua Olímpica está marcada para às 11h15, na área internacional da Vila dos Atletas, também conhecida como Plaza. O coral, composto por crianças de sete diferentes nacionalidades, faz sua apresentação para uma plateia seleta, que inclui os presidentes do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, e do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Nuzman, a prefeita da Vila dos Atletas, Janeth Arcain, e de representantes da Prefeitura do Rio de Janeiro, do governo brasileiro e dos atletas que disputam os Jogos Rio 2016. Também estará presente a Representante do ACNUR no Brasil, Isabel Marquez.

Durante a cerimônia, será inaugurado um mural no qual os convidados – e os frequentadores da Vila, posteriormente – poderão deixar suas assinaturas e mensagens de apoio à Trégua Olímpica.

COI encoraja soluções pacíficas para conflitos

A tradição da Trégua Olímpica remonta o século IX AC, na Grécia Antiga, quando um tratado foi assinado entre três reis para permitir que atletas, artistas e suas famílias pudessem viajar em segurança para assistir os Jogos Olímpicos e retornar aos seus locais de origem.

Considerando o atual contexto mundial, o Comitê Olímpico Internacional tem mantido esta tradição para proteger os interesses dos atletas e do esporte e também para encorajar a busca de soluções pacíficas e diplomáticas para os diferentes conflitos ao redor do mundo.

A Trégua Olímpica deste ano foi aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em outubro de 2015 e foi apoiada por 180 dos 193 países membros da ONU. Durante esta sessão da Assembleia Geral, o presidente do COI, Thomas Bach, lembrou da importância da Trégua em promover a paz, a tolerância e o entendimento entre os povos e no mundo esportivo. Ele informou ainda que o COI estava considerando a criação de uma equipe de atletas composta exclusivamente por refugiados, o que se concretizou na Rio 2016.

Atletas refugiados concorrem em quatro disciplinas

Nestes jogos, pela primeira vez na história, uma equipe composta por 10 atletas refugiados participará das Olimpíadas. Os atletas já se encontram no Brasil e disputarão os jogos em quatro diferentes esportes: natação, judô, atletismo e maratona. Os atletas são refugiados da Síria, República Democrática do Congo, Sudão do Sul e Etiópia. Assim como as crianças do Coral Infantil Coração Jolie, eles foram forçados a deixar seus países de origem por causa de guerras e perseguições para buscar proteção em outros países. Os atletas congoleses da Equipe Olímpica de Atletas Refugiados vivem no Brasil.

(ACNUR/CM)

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