Sumario del 04/08/2016
- Francisco em Assis: Perdão, caminho para o Paraíso
- Papa confessa 19 pessoas em Assis
- Papa em Assis: peregrinação simples, mas significativa
- "Pregação só é crível quando há testemunho e caridade"
- Santa Sé: deter a barbárie contra as crianças nos conflitos
- Artigo: O Papa aos jovens em Cracóvia
- Em Romaria Especial: Música Popular Brasileira na Sala Assunta
Francisco em Assis: Perdão, caminho para o Paraíso
Assis (RV) – “A via mestra para alcançar o tal lugar no Paraíso é, sem dúvida, a estrada do perdão. E aqui, na Porciúncula, tudo fala de perdão”.
No âmbito dos 800 anos da Festa do Perdão de Assis, Francisco dedicou a tarde desta quinta-feira (04/08) para rezar na Porciúncula, local que passou a ter um grande significado na vida de São Francisco e posteriormente considerada “cabeça e mãe dos Frades Menores”.
”Uma peregrinação simples, mas muito significativa neste Ano da Misericórdia”, disse o Papa na Audiência de quarta-feira.
Antes de se pronunciar, Francisco deteve-se longamente em oração silenciosa dentro da Porciúncula, onde colocou flores no pequeno altar logo ao chegar.
Linhas mestras
Paraíso, arrependimento, perdão. Três linhas mestras que guiaram toda a reflexão do Santo Padre em Assis, que iniciou recordando as palavras do Santo de Assis pronunciadas ali mesmo, perante os bispos e o povo: «Quero mandar-vos todos para o paraíso».
“Que poderia o Pobrezinho de Assis pedir de mais belo do que o dom da salvação, da vida eterna com Deus e da alegria sem fim, que Jesus nos conquistou com a sua morte e ressurreição?”, pergunta o Papa. Aliás, que é o paraíso senão o mistério de amor que nos liga para sempre a Deus numa contemplação sem fim?”:
“Desde sempre a Igreja professa esta fé ao afirmar que acredita na comunhão dos santos. Na vivência da fé, nunca estamos sozinhos; fazem-nos companhia os Santos, os Beatos e também os nossos queridos que viveram com simplicidade e alegria a fé e a testemunharam na sua vida. Há um vínculo invisível – mas não por isso menos real – que, em virtude do único Batismo recebido, faz de nós «um só corpo» animados por «um só Espírito»”.
Indulgência
O Papa Francisco explica, que ao pedir ao Papa Honório III o dom da indulgência para quantos viessem à Porciúncula, talvez São Francisco tivesse em mente as palavras de Jesus aos seus discípulos, escritas no Evangelho de São João: «Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, como teria dito Eu que vou preparar-vos um lugar?”:
“A via mestra a seguir para alcançar o tal lugar no Paraíso é, sem dúvida, a estrada do perdão. E aqui, na Porciúncula, tudo fala de perdão. Que grande presente nos deu o Senhor ao ensinar-nos a perdoar, para tocar quase sensivelmente a misericórdia do Pai!”.
“Porque deveríamos perdoar a uma pessoa que nos fez mal?”, pergunta o Papa. “Porque antes fomos perdoados nós mesmo – responde - e infinitamente mais”.
Francisco explica, que quando nos ajoelhamos aos pés do sacerdote no confessionário, repetimos o mesmo gesto do servo da parábola narrada em Mateus, que tem uma grande dívida para pagar e que nunca conseguiria fazê-lo. Dizemos: «Senhor, tem paciência comigo!»:
Perdão
“Na realidade, sabemos bem que estamos cheios de defeitos e muitas vezes recaímos nos mesmos pecados. E todavia Deus não se cansa de nos oferecer o seu perdão, sempre que o pedimos a Ele. É um perdão completo, total, dando-nos a certeza de que, não obstante podermos voltar a cair nos mesmos pecados, Ele tem piedade de nós e não cessa jamais de nos amar”.
Como o senhor da parábola – explica o Papa - Deus compadece-Se, isto é, experimenta um sentimento de piedade combinada com ternura: é uma expressão para indicar a sua misericórdia para conosco.
Este, disse o Papa – é nosso Pai que sempre se compadece de nós quando estamos arrependidos, “mandando-nos voltar para casa de coração tranquilo e sereno dizendo que todas as coisas nos foram remidas e nos perdoou tudo”:
“O perdão de Deus não tem limites; ultrapassa toda a nossa imaginação e alcança toda e qualquer pessoa que, no íntimo do coração, reconheça ter errado e queira voltar para Ele. Deus vê o coração que pede para ser perdoado”.
Relações humanas
O problema surge, infelizmente – recordou Francisco - quando nos encontramos com um irmão que nos fez uma pequena ofensa. A reação que ouvimos na parábola é muito expressiva: «Segurando-o, apertou-lhe o pescoço e sufocava-o, dizendo: “Paga o que me deves!”» (Mt 18, 28). Nesta cena – disse o Papa - temos todo o drama das nossas relações humanas:
“Quando estamos em dívida com os outros, pretendemos misericórdia; mas, quando são os outros em dívida conosco, invocamos justiça. Esta não é a reação do discípulo de Cristo, nem pode ser este o estilo de vida dos cristãos. Jesus ensina-nos a perdoar, e a fazê-lo sem limites: «Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete»”.
Se nos detivermos na nossa pretensão de justiça – alertou o Papa – não seríamos reconhecidos como discípulos de Cristo, “que obtiveram misericórdia ao pé da Cruz apenas em virtude do amor do Filho de Deus”.
Perdão no coração
Francisco exorta, neste sentido, a não esquecermos “as palavras severas com que termina a parábola: «Assim procederá convosco meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar ao seu irmão do íntimo do coração»”.
O perdão de que São Francisco se fez canal na Porciúncula – afirmou o Pontífice – “continua ainda a «gerar paraíso» depois de oito séculos. Neste Ano Santo da Misericórdia, torna-se ainda mais evidente como a estrada do perdão pode, verdadeiramente, renovar a Igreja e o mundo. Oferecer o testemunho da misericórdia, no mundo atual, é uma tarefa a que nenhum de nós pode subtrair-se”:
Humildade
“O mundo tem necessidade de perdão; demasiadas pessoas vivem fechadas no rancor e incubam ódio, porque incapazes de perdão, arruinando a vida própria e a dos outros, em vez de encontrar a alegria da serenidade e da paz. Peçamos a São Francisco que interceda por nós, para que nunca renunciemos a ser sinais humildes de perdão e instrumentos de misericórdia”.
Após a visita à Basílica Santa Maria dos Anjos e a oração na Porciúncula, o Santo Padre saudou os freis internados na Enfermaria do Convento, e por fim, do átrio da Basílica, saudou os fieis presentes na Praça.
(JE)
Papa confessa 19 pessoas em Assis
Assis (RV) – Ao terminar seu discurso na Basílica de Santa Maria dos Anjos, o Papa Francisco convidou frades e bispos presentes para que o acompanhassem nas confissões.
O Papa confessou 19 pessoas, entre as quais: 4 escoteiros, 2 padres, 1 franciscano, 1 idosa cadeirante e diversos voluntários. O Papa permaneceu no Confessionário por cerca de uma hora.
Ao final, o Pontífice saudou os frades e bispos locais, e também um imã de Perugia. A seguir, foi até a enfermaria onde estão internados cerca de 10 franciscanos.
(rb)
Papa em Assis: peregrinação simples, mas significativa
Cidade do Vaticano (RV) – Francisco na terra de S. Francisco.
Uma peregrinação muito simples, como disse o próprio Papa, mas muito significativa neste Ano Santo da Misericórdia.
O motivo desta peregrinação é celebrar os 800 anos do perdão de Assis, como nos explica o Diretor Espiritual da Ordem Franciscana Secular, Fr. José Antônio Cruz Duarte:
“Quando se fala do perdão de Assis estamos falando da indulgência que S. Francisco pediu ao Papa em 1216. Ele queria que todas as pessoas que fossem à Porciúncula recebessem a indulgência sem óbolo, porque – naquela época – para se ter uma indulgência deveria ser feita uma oferta. S. Francisco pediu isso porque não queria que nenhuma pessoa ficasse sem a indulgência, queria que fosse universal. O Papa perguntou o motivo e ele respondeu: ‘Porque quero mandar todos para o Céu’.”
Ouça aqui a reportagem completa:
"Pregação só é crível quando há testemunho e caridade"
Cidade do Vaticano (RV) – Na manhã desta quinta-feira (04/08), no Vaticano, o Papa recebeu os participantes do Capítulo geral da Ordem dos Dominicanos.
O grupo de 70 frades, encabeçados pelo Mestre, Frei Bruno Cadoré, está reunido desde 17 de julho em Bolonha, neste ano em que se comemoram 8 séculos da confirmação da Ordem dos Pregadores pelo Papa Honório III.
Pregação, testemunho e caridade: estas três palavras são os alicerces que garantem o futuro da Ordem, segundo o Papa.
Em seu discurso, proferido em espanhol, lembrou que São Domingos, Pai Fundador, dizia: ‘Primeiro contemplar e depois ensinar’, pois “a pregação não tocará jamais o coração das pessoas se não houver uma forte união com Deus, em sua raiz”.
“Transmitir eficientemente a Palavra de Deus requer testemunho. O testemunho encarna o ensinamento, o faz tangível, acrescenta à verdade a alegria do Evangelho, de saber que somos amados por Deus e objeto de sua infinita misericórdia”.
Vivenciar o testemunho
Explicando o conceito, Francisco afirmou que “os fiéis não necessitam apenas receber a Palavra em sua integridade, mas também experimentar o testemunho de vida de quem a prega”.
Por último, o Papa frisou que o pregador e o testemunho são condicionados à caridade: “Olhando hoje ao nosso redor, constatamos que o homem e a mulher dos nossos dias estão sedentos de Deus. Eles são a carne viva de Cristo, que grita «tenho sede» de palavras autênticas e libertadoras, de gestos fraternos e de ternura. Este grito nos interpela e deve ser o cerne da missão e da vida de nossas estruturas e programas pastorais”.
Verdade anunciada por amor e misericórdia
Neste sentido, Francisco terminou pedindo que os dominicanos pensem nisso ao programar o organograma da Ordem, discernindo sobre a resposta a este grito de Deus: “Quanto mais tentarmos saciar a sede do próximo, mais seremos pregadores da verdade a verdade anunciada por amor e misericórdia”.
(CM)
Santa Sé: deter a barbárie contra as crianças nos conflitos
Nova Iorque (RV) - Sobre a situação das crianças envolvidas em conflitos, a Santa Sé faz votos de que todas as partes deponham as armas e tomem o caminho do diálogo. Foi o que disse Mons. Simon Kassas, encarregado de negócios da Missão do Observador Permanente da Santa Sé na ONU, na última terça-feira (2), no debate aberto no Conselho de Segurança sobre esta questão. Mons. Kassas recorda o compromisso da Igreja, através de suas estruturas, no cuidado das pequenas vítimas. O cerne da discussão foi o 14º Relatório Anual divulgado pelo Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon.
As crianças envolvidas em conflitos. Não à destruição de escolas e hospitais
As crianças-soldado usadas como homens-bomba, para fins sexuais, ou nas operações militares mais perigosas. 2014 foi o pior ano em termos de crianças envolvidas nos conflitos armados, superado no entanto, por 2015, também por causa da gravidade das violações. “Nunca na história recente houve tantas crianças submetidas a uma brutalidade tão violenta”. Parte desta consideração, o discurso proferido por Mons. Kassas no debate realizado no Conselho de Segurança da ONU. Foi pedida uma condenação, na maneira mais dura possível, também para crimes como “a deliberada destruição de escolas e hospitais”, que, em total desrespeito do direito humanitário internacional, se tornou “uma estratégia de guerra”.
Os governos devem cumprir os compromissos assumidos
O Relatório fala de progresso na proteção das crianças, mas também da necessidade de fazer muito mais, chamando em causa os governos que, sublinha Mons. Kassas, devem implementar plenamente os compromissos que assumiram para acabar com o recrutamento de crianças-soldado. “A minha Delegação - continua Mons. Kassas - concorda plenamente com o Relatório “sobre o fato de que o uso de ataques aéreos e armas explosivas, com extensos efeitos em áreas povoadas, agrave os perigos a que estas crianças estão expostas. Deve-se também evitar a percepção de ter dois pesos e duas medidas, em colocar ou remover da lista os responsáveis, desencorajando assim os governos em causa a assumirem compromissos e planos de acção.
O compromisso da Santa Sé e de toda a Igreja Católica
A Santa Sé tem sido um parceiro constante da Organização das Nações Unidas em opor-se às muitas formas de violência contra as crianças envolvidas nos conflitos armados. “Através de suas várias estruturas operacionais na maioria das áreas em conflito, a Igreja Católica está ativamente empenhada em cuidar das vítimas dessa violência”, sublinha Mons. Kassas. Além disso, ao longo dos anos as estruturas da Santa Sé e de muitas Instituições católicas têm colaborado com as Missões de paz e com as agências da ONU para compartilhar práticas para enfrentar este flagelo. Assim, o auspício que o drama das crianças envolvidas em conflitos leva a uma mudança do coração e induza as partes a deporem as armas, escolhendo, em vez disso, “o caminho do diálogo”.
Central é a reintegração das crianças atingidas pelos conflitos
Devem também ser ajudadas as famílias dessas crianças que sobreviveram os conflitos a superarem preconceitos contra eles, especialmente as meninas vítimas de estupro. É necessário encontrar maneiras para reintegrá-las nas suas comunidades. Reintegração, de fato, é o ponto central. Acabar com os atos barbáricos em relação às crianças envolvidas em conflitos, é um dever de todos e especialmente do próprio Conselho de Segurança.
O Relatório de Ban Ki-moon na ONU
“É como se vivessem no inferno”, disse no debate o Secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, referindo-se às muitas crianças que são vítimas de tortura, mutilação, abuso sexual. As frentes mais quentes são Afeganistão, Iraque, Somália, Sudão do Sul. Mas também o Iêmen, que aumentou cinco vezes em um ano, o número de crianças recrutadas no exército e nas milícias locais, e aumentou 6 vezes mais o número de crianças mortas ou mutiladas, para não mencionar o auto-intitulado Estado Islâmico, que usa cada vez mais crianças para aumentar as suas fileiras, ou do grupo fundamentalista Boko Haram na Nigéria, que fez explodir 21 jovens. Não podemos esquecer a Síria, onde milhares de crianças morreram desde o início do conflito. Há também alguma luz que ilumina esta cena escura: em 2015, mais de 8 mil crianças foram libertadas e muitos países já aprovaram leis para sua proteção. Passos importantes, em um mundo onde 250 milhões de crianças vivem em países dilacerados por conflitos. (SP)
Cimi obtém status consultivo na ONU
Nova Iorque (RV) - O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) obteve status consultivo especial no Conselho Econômico e Social (ECOSOC) da Organizações das Nações Unidas (ONU).
Após dois anos de análise de documentos e relatórios realizado pelo Comitê de ONGs, o ECOSOC aprovou a concessão. Ao conceder o status, o organismo internacional reconhece a competência especializada e a experiência prática da entidade na temática indígena, permitindo que ela contribua nos trabalhos das Nações Unidas.
Ao ser considerada uma entidade consultiva e de competências técnicas, o Cimi poderá ser requerido pelo Conselho da ONU, suas comissões ou por um de seus Estado membros que buscam informações especializadas ou pareceres sobre assuntos e situações relacionadas aos povos indígenas no Brasil.
Voz
Para o presidente da entidade, Dom Roque Paloschi, a concessão "reconhece e qualifica nossa atuação e incidência internacional em defesa dos projetos de vida dos povos indígenas. Trata-se de uma arena estratégica para denúncias e para uma construção coletiva do conhecimento e dos interesses das comunidades indígenas de todo o mundo, com capacidade efetiva de influenciar ações e os acordos no campo dos direitos sociais e econômicos".
Organizações não-governamentais têm trabalhado com as Nações Unidas desde sua criação, em 1945. Atualmente, cerca de 4 mil organizações possuem status consultivo no órgão internacional. Com a entrada do Cimi, apenas 22 organizações brasileiras possuem esse status.
O ECOSOC é o maior conselho da ONU, com 54 Estados-membros. Coordena as atividades nas áreas econômicas e sociais das agências especializadas das Nações Unidas - entre elas, OIT, FAO, UNESCO e OMS -, além de comissões técnicas e regionais. Como principal fórum de deliberação sobre questões econômicas e sociais, o ECOSOC elabora recomendações práticas sobre essas questões dirigidas aos 193 Estados-membros e à ONU.
Formalização
O Cimi agora poderá participar formalmente das agendas do Conselho, bem como apresentar declarações por escrito ou orais relativas à questão indígena junto a seus órgãos subsidiários.
Dom Roque defende que os mecanismos e sistemas multilaterais de proteção e garantia de direitos são uma ferramenta importante para as populações originárias no Brasil. "Para o governo e seu projeto desenvolvimentista, os povos indígenas se mostram como entraves. E assim o são, porque eles não podem aceitar um desenvolvimento que extermine suas vidas, explore seus territórios, acabe com seus modos e costumes, num genocídio que precisa ser qualificado perante as leis internacionais das quais o Brasil é signatário”, explica. "Não nos omitiremos em denunciar a incapacidade do Estado brasileiro em cumprir suas próprias leis, sua conivência com setores do agronegócio que assassinam e promovem o deslocamento forçado de populações indígenas através de milícias armadas e crimes atrozes”.
(bf)
México: Estudo revela que ir à Missa traz benefícios à saúde
Cidade do México (RV) - Nos últimos anos vários estudos mostraram que praticar alguma religião traz benefícios para a saúde. O mais recente deles, realizado pela 'Harvard Chan School of Public', chamado 'Association of religious service attendance with mortality among Women' (Associação de assistência a serviços religiosos com mortalidade de mulheres), revelou que ir à Missa traz muitos benefícios para a saúde.
De acordo com o estudo, apresentado pelo Sistema Informativo da Arquidiocese do México (SIAME), as pessoas que vão à Missa com regularidade, ou que são religiosos praticantes, tem 33% menos risco de morrer antes em comparação daquelas pessoas que não vão à Igreja.
Para obter esta porcentagem, os pesquisadores relacionaram dados sobre serviços religiosos e mortalidade entre as mulheres. Dados que foram recolhidos com mais de 74 mil mulheres entre os anos de 1992 a 2012, tendo em conta também outras considerações como antecedentes clínicos, estilos de vida e fatores demográficos.
Segundo a pesquisa, as mulheres que vão à Missa ou parar rezar na Igreja pelo menos uma vez por semana tem 27% menos risco de enfermidade cardiovascular, e 21% menos risco de morrer por câncer.
O estudo conclui de maneira contundente: “A religião e a espiritualidade estão sendo um recurso pouco apreciado que os médicos deveriam explorar com seus pacientes”.
Sobre este estudo se referiu o Padre Sergio G. Román, do México, que escreveu para SIAME: “A Missa não é um seguro de vida contra a morte, mas sim é um seguro de Vida Eterna que começa já desde esta mesma vida (...). Os que vão à Missa recebem de uma forma palpável os benefícios da graça divina que se manifestam em uma vida mais sã, mais ordenada, mais integrada à comunidade e mais harmônica no familiar”.
Além disso, “pertencer à Igreja é saudável”. Algo que se vê especialmente no “testemunho constante dos distanciados que retornaram ao seio da Igreja”.
“A enfermidade volta ao homem especialmente vulnerável e necessitado da misericórdia de Deus e por isso Jesus nos deixou como mandato não somente o pregar o Evangelho, mas o visitar e ungir aos enfermos. Seria muito interessante um estudo médico sobre a efetividade do sacramento da Unção dos Enfermos em seus pacientes. A experiência sacerdotal nos ensina que este santo sacramento atua maravilhosamente nos enfermos, dando-lhes fortaleza para lutar contra sua enfermidade, serenidade, tranquilidade de alma e muitas vezes, muito frequentemente, dando-lhes a saúde do corpo”, conclui o Padre Román. (SP-SIR)
Caminhada noturna recordará fuga de cristãos de Mosul e Nínive
Roma (RV) – Caminhar ao lado dos cristãos iraquianos, repercorrendo, mesmo que em condições bem diversas, aquela dramática marcha que na noite entre 6 e 7 de agosto de 2014, viu mais de 120 mil cristãos iraquianos abandonar as próprias casas para fugir da violência do Estado Islâmico.
Peregrinação noturna
Para recordar os dois anos daquele trágico acontecimento, a Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) aderiu à peregrinação noturna em direção ao Santuário do Divino Amor, em 6 de agosto, organizada pela Basílica de ‘Santa Maria in Cosmedin’ da Igreja Católica Greco-melquita. A peregrinação partirá às 24 horas das Termas de Caracalla.
Cristãos merecem ser recordados
“Os cristãos deixaram tudo para não renunciar à sua fé e merecem serem recordados na oração e em gestos concretos de solidariedade como esta peregrinação “, explica o Padre Rebwar Basa, religioso da Arquidiocese caldeia de Irbil, pertencente à Ordem Antoniana de São Ormisda dos Caldeus.
Padre Basa foi ordenado sacerdote no Mosteiro de São Jorge, de Mosul, desde 2014 nas mãos do Estado Islâmico. “Ainda não consigo acreditar que tudo isto seja verdade! Os terroristas têm um “Estado Islâmico”, que resistiu por mais de dois anos, e não somente cometeu um verdadeiro genocídio contra as minorias cristãs e yazidis, mas semeou ódio, violência, terror e morte em todo o mundo”.
Solidariedade ocidental
Em um aniversário assim triste, é ainda mais importante para os cristãos do Iraque a proximidade de seus irmãos na fé ocidentais. E ao mesmo tempo, o Ocidente, sempre mais atacado pelo fundamentalismo, não pode continuar a fechar os olhos.
“Todo o mundo deve contribuir mais e unir as forças para fazer com que acabe esta ideologia de ódio e terror e para erradicar este radicalismo, que como um câncer, aflige toda a humanidade”.
Desde o início do Estado Islâmico, em junho de 2014, a Igreja à Ajuda que Sofre já doou cerca de 20 milhões de euros ao Iraque.
“A AIS ajudou muito os cristãos perseguidos no Iraque – afirma Padre Rebwar – doando a eles casas pré-fabricadas para sobreviverem, igrejas para continuar a rezar – também para a conversão de seus perseguidores - e escolas para que a nova geração não seja vítimas desta ideologia de ódio, mas construtora de um mundo melhor, repleto de humanidade, fraternidade, amor, perdão, justiça e paz”.
(JE)
Diocese de Floresta: o ecumenismo na esteira do Concílio Vaticano II
Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, o quadro “Nova Evangelização e Concílio Vaticano II” traz hoje, com o bispo de Floresta – PE, Dom Gabriel Marchesi – com quem temos contado estes dias – uma abordagem sobre a relação da Igreja católica com as demais confissões cristãs.
Vale lembrar que o Vaticano II foi um Concílio ecumênico e pastoral e que o ecumenismo recebeu dele um grande impulso, tendo inclusive um documento todo ele dedicado a essa questão: Decreto conciliar Unitatis redintegratio, sobre a reintegração da unidade dos cristãos.
Perguntamos ao bispo de Floresta qual tem sido sua experiência no campo do ecumenismo. Ele diz-nos ter experiências maravilhosas com os anglicanos e os luteranos, ressaltando que estes últimos não estão presentes na região, mas ter tido ocasião de participar de encontro e ter constatado um desejo incrível de ecumenismo, uma disponibilidade, grande fraternidade autêntica, a ponto que estamos pensando – afirma – "no próximo ano, na festa de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida, ter um momento de reflexão sobre o Magnificat de Lutero" (Comentário de Lutero ao Magnificat – um dos mais belos elogios à Virgem Maria, ndr).
“Porque estamos vendo que há muitas possibilidades de trabalhar juntos. É um espírito ecumênico verdadeiro”, ressalta Dom Gabriel, acrescentando ter igualmente com os anglicanos uma experiência muito boa de colaboração, inclusive com um anglicano que este mês de agosto vai pregar um retiro para os padres. “Diferente, é o caso com as Igrejas neopentecostais, com elas o ecumenismo é muito difícil”, observa o bispo desta Igreja particular de Pernambuco. Vamos ouvir (ouça clicando acima).
(RL)
Artigo: O Papa aos jovens em Cracóvia
São Paulo (RV*) - A 31ª Jornada Mundial da Juventude foi concluída com a Missa presidida pelo Papa Francisco e acompanhada por cerca de 2 milhões de jovens de todo o mundo, no Campus Misericordiae – Campo da Misericórdia, em Cracóvia, na Polônia. Concelebraram cerca de 2 mil padres, 1.600 bispos e 25 cardeais.
Foram dias intensos para os jovens, que participaram dos diversos eventos programados para cada dia e também fizeram suas programações próprias, visitando igrejas, santuários e museus, ou confraternizando pelas praças e ruas da cidade antiga, culta e bela de Cracóvia, que foi capital da Polônia por cerca de oito séculos.
Os encontros com o Papa Francisco foram um presente para os jovens participantes, mas também para a juventude de todo o mundo. Sua empatia com os jovens foi imediata; usando uma linguagem familiar a eles, Francisco tocou em temas que interessam a juventude e os desafiou a viverem em profundidade sua jovem idade. “Estamos hoje aqui por causa de Jesus Cristo. Foi ele quem os chamou e vocês responderam; deixaram seus lares e seus afazeres, enfrentaram viagens longas peregrinações cansativas durante esses dias. Vocês são maravilhosos! É por ele que vieram aqui!”
E perguntou, em tom provocador: “Vocês querem viver em profundidade ou se contentam em viver pela metade? Busquem sempre Jesus Cristo, caminho, verdade e vida. Abram seu coração para o encontro com o Deus da misericórdia”. E se referiu aos jovens que não se lançam à busca de grandes ideais, que requerem generosidade e também sacrifícios, mas trazem grande alegria. Jovens “da poltrona”, que passam longas horas na Internet e já não se comunicam com mais ninguém pessoalmente... “É desolador ver certos jovens que já parecem velhos aos 20 anos de idade, ou que entregam os pontos, antes mesmo de terem iniciado a partida!”
E convidou os jovens a sonharem alto, a não deixarem que seus sonhos sejam roubados por quem lhes quer “vender” ilusões e modelos apenas confortáveis de vida. Há quem não goste do jovem questionador, cheio de iniciativas, que busca, deseja abrir caminho e assumir sua vida. E perguntou de novo, para desafiar os jovens, que seguiam atentos suas palavras: “Vocês querem que outros decidam sobre seu futuro? Sim ou não?” E um coral de centenas de milhares de vozes respondeu uníssono: Não!
Essa resposta era sincera, pois foi precedida por uma caminhada de cerca de 10km, do centro de Cracóvia até o Campus Misericordiae, com mochila pesada às costas, debaixo do sol escaldante de verão e com o programa de dormir ao relento sobre a relva, debaixo das estrelas, ali mesmo, após a vigília, que precedeu a conclusão da Jornada. Eram jovens valentes e muito dispostos a abrir caminho, a descer da poltrona, a unir-se à multidão de peregrinos, em busca de algo importante. Sua resposta, portanto, era coerente e generosa. Esses jovens não querem ser meros expectadores, mas protagonistas da vida que passa!
Francisco referiu-se aos obstáculos que os jovens precisam enfrentar na vida, entre eles, o medo e a sensação de impotência diante dos grandes problemas do mundo: “O medo paralisa e contagia as boas disposições, tirando-lhes o vigor; o medo produz o fechamento em si mesmo, o desperdício de energias, a sensação de derrota... Não cedam ao medo, mas tenham a coragem de encarar a vida e de assumir o seu papel!” E referiu-se aos que querem impor medo aos outros pelo preconceito ou pelo terror, criando um clima de desconfiança geral: “Não cedam ao medo! Seria a vitória de quem lhes quer tirar o protagonismo!”
O Papa falou das ilusões que se vendem facilmente aos jovens: “Muitos tentam preencher seu coração com respostas falsas, com alienações, que tiram a sua vida ou a fazem ficar sem valor”. E referiu-se à “canábis” – maconha, e ao uso de drogas... Também mexeu com os jovens que perderam toda fibra e são vítimas do consumismo e do uso obsessivo das mídias sociais... “Não percam suas vidas, vocês valem muito! Deus os ama infinitamente, acreditem nisso!”
As mensagens do Papa orientaram os jovens para a experiência da misericórdia de Deus, que conhece cada um de nós pelo nome e compreende nossas fraquezas e também nossa generosidade. E Francisco convidou os jovens a praticarem a misericórdia todos os dias.
* Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo (SP)
Em Romaria Especial: Música Popular Brasileira na Sala Assunta
Cidade do Vaticano (RV) – O Programa Em Romaria traz neste mês de agosto uma série dedicada à Música Popular Brasileira.
Gravada na Sala Assunta da Rádio Vaticano, as músicas percorrem épocas de ouro da MPB. No piano de João Tavares e na voz e violão de Zé Galia, Silvonei José apresenta neste primeiro programa a execução de “Tico Tico no Fubá”, que também foi gravada em vídeo.
O Programa segue com a apresentação de “A Casa” e “Samba italiano”.
Em Romaria pode ser ouvido on-demand em nosso site.
(sp)