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Sumario del 10/08/2016

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: Jesus, verdadeira Porta que nos leva à salvação

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa encontrou milhares de peregrinos e fiéis, provenientes de diversas parte da Itália e do mundo, para a tradicional Audiência semanal nesta quarta-feira (10/08), na Sala Paulo VI. 

Em sua catequese, Francisco partiu da passagem evangélica da “ressurreição de um jovem”. Trata-se de um milagre realmente grandioso. Porém, o ponto central desta narração não é o “milagre”, mas a ternura de Jesus com a mãe do jovem.

A misericórdia – disse o Papa – se apresenta aqui como uma grande compaixão de Jesus pela mulher, que havia perdido seu marido e, agora, acompanhava seu único filho ao cemitério. Esta grande dor de uma mãe comoveu Jesus, a ponto de realizar o milagre da ressurreição de seu filho.

Ao iniciar este episódio, recorda Francisco, o evangelista Lucas descreve alguns particulares: à porta da cidadezinha de Naim encontram-se dois grupos numerosos, que provêm de direções opostas e não têm nada em comum.

Dor

Por sua vez, Jesus, acompanhado dos seus discípulos e de uma grande multidão, está para entrar na cidadezinha e se depara com o enterro de um jovem, com uma mãe viúva e muita gente. Ao ver a mulher, Jesus sentiu uma grande compaixão e, com uma grande misericórdia, tocou o caixão e enfrentou a morte. E o Papa ponderou:

“Durante este Jubileu seria bom que, ao passar pela Porta Santa, a ‘Porta da Misericórdia’, os peregrinos se recordassem deste episódio do Evangelho. Quando Jesus viu aquela mulher em lágrimas, ele entrou em seu coração. Ao passar pela Porta Santa cada uma leva a própria vida, com suas alegrias e sofrimentos, projetos e falências, dúvidas e temores, para apresentá-la à misericórdia divina”.

Além do sofrimento

Devemos estar cientes, acrescentou o Pontífice, que na Porta Santa o Senhor se aproxima de cada um de nós para oferecer a sua poderosa palavra consoladora: “Não chore”:

“Esta é a Porta do encontro entre a dor da humanidade e a compaixão de Deus. Ao passar pela Porta Santa realizamos a nossa peregrinação no âmbito da misericórdia de Deus, que hoje repete a nós, como fez com o jovem defunto: ‘Levante-se’. A palavra poderosa de Jesus realiza em nós a passagem da morte para a vida, nos faz reviver, nos dá esperança, fortalece os corações e nos leva para além do sofrimento e da morte”.

Porta

Em relação ao episódio, Jesus restitui o filho à sua mãe. Assim, ela se torna mãe pela segunda vez. Mãe e filho experimentam a misericórdia concreta do Senhor. Ele vai ao encontro do seu povo, a humanidade. Ele é a verdadeira Porta que nos conduz à salvação e nos restitui à vida nova. A sua Misericórdia nos conduz às obras de misericórdia.

Ao término da sua catequese semanal, o Papa passou a cumprimentar os diversos grupos de peregrinos em algumas línguas. Eis a saudação que fez em português:

Saudação em português

“Dirijo uma saudação cordial aos peregrinos de língua portuguesa, em particular aos fiéis de Portugal e do Brasil. Queridos amigos, a experiência da compaixão misericordiosa de Deus nos deve impelir a levar os outros ao encontro com Jesus, que espera cada homem e cada mulher nas diversas Portas da Misericórdia espalhadas por todas as Igrejas particulares do mundo. Que Deus os abençoe!”

Antes de conceder a sua Bênção Apostólica, Francisco dirigiu uma saudação particular a algumas Religiosas, que estão realizando seus Capítulos Gerais, e à Ordem dos Padres Pregadores ou Dominicanos pelo oitavo centenário de sua fundação por São Domingos de Gusmão.

Por fim, o Santo Padre concedeu a todos a sua Bênção Apostólica!

(mt)

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Audiência Geral com o Papa: brasileiros marcam presença

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Cidade do Vaticano (RV) - Nesta manhã calorosa de agosto, centenas de brasileiros e portugueses estavam ansiosos para o encontro com o Papa, e nos falaram da importância de Francisco hoje para o mundo.

Para Maria Fernanda de São Paulo, encontrar o Papa é uma grande emoção: 

“Estou super emocionada para vê-lo, cheguei na segunda feira e estava contando os dias, tenho certeza que eu vou chorar e vai valer a pena. Para mim, o Papa conseguiu unir os jovens além de resgatá-los e trazê-los para a Igreja. Ele é querido, fofo, simpático, ele é demais, eu sou apaixonada por ele”.

Pedro Milagres é de Lisboa (Portugal), veio com a família e para ele, o Papa Francisco é um visionário:

Simplicidade

“Eu acho que o Papa tem ideias muito definidas, são bem simples e essa simplicidade eu acredito que vai mudar o mundo. Um objetivo da minha vinda é que meus filhos conheçam o Papa Francisco e possam estar na presença luminosa que ele transmite”.

Antônio Lopes de São José dos Campos, interior de São Paulo, participou com a família da Jornada Mundial da Juventude em Cracóvia (Polônia). Para ele, estar nessa audiência é nutrir-se e crescer na fé.

“Fomos a Cracóvia para a Jornada e de lá viemos para Roma para fazer peregrinação e hoje último dia de nossa viagem tínhamos que vir aqui. A fé cristã vive dentro da minha família e quero ouvir uma palavra do Papa, algo para reforçar minha Fé”.

Nossa reportagem também conversou a historiadora Barbara Punti, que trabalha como guia turística em Roma, ela nos conta que o lugar mais procurado pelos turistas é o Vaticano e partilhou a alegria em levar brasileiros para verem o Papa.

Misericórdia

“Para mim, estar aqui é dar força a espiritualidade, falar sobre a pessoa do Papa e principalmente ver o valor da misericórdia”.

Já para o jesuíta de São Paulo–SP, Pe. Anderson Antônio, estar com o Papa é acreditar que o mundo pode ser mais unido e fraterno.

“A expectativa é encontrar Pedro, encontrar o Papa, ouvi-lo, receber a benção e sentir a universalidade da Igreja, sentir que não estamos sozinhos, que o mundo tem esperança, e o Papa é esse sinal de esperança. Eu estou muito feliz, muito agradecido. É uma graça poder estar aqui”.

Facebook

A chegada do Papa à Audiência foi transmitida ao vivo em nossa fan-page no Facebook.

(VM)

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Papa: te esperamos no Brasil!

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Cidade do Vaticano (RV) – A Rádio Vaticano esteve bem pertinho do Papa na manhã desta quarta-feira (10/08), no início da Audiência Geral. 

Em uma entrada ao vivo no Facebook, acompanhamos a chegada de Francisco, que antes de entrar na Sala Paulo VI, saudou as pessoas que estavam do lado de fora.

Ao entrar no hall, o Papa abençoou e beijos algumas crianças que estavam próximas a nossa equipe, que disse que o esperávamos no Brasil.

Francisco sorriu, e disse: “Bueno”.

Recentemente, o Papa escreveu uma carta ao bispo de Itaituba, no Pará, dizendo da sua intenção em visitar uma tribo na região do Rio Tapajós.

Em Aparecida, em 2013, Francisco “prometeu” voltar ao Santuário em 2017.

(rb)

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Papa visita conventos femininos em Rieti e L'Aquila

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Cidade do Vaticano (RV) –  O Santo Padre deixou nesta terça-feira (09/08), a Casa Santa Marta no Vaticano para visitar em forma privada o Convento de São Francisco, em Carsoli, L'Aquila, onde residem as Irmãs Reparadoras da Santa Face de Nosso Senhor Jesus Cristo.

O Papa visitou também o Mosteiro das Irmãs Franciscanas de Santa Filipa Mareri, na cidadezinha de São Pedro em Petrella Salto, na diocese de Rieti, a cerca de 90 quilômetros de Roma.

Francisco estava acompanhado por Dom Domenico Pompili, bispo de Rieti. É a segunda vez que o Papa encontra Dom Pompili. A primeira foi em janeiro passado quando almoçou com ele por ocasião da visita que fez à cidade de Greccio, onde se realizava um Encontro de Jovens.

(MT)

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Quem conhece Jesus não pode ser fundamentalista, diz Car. Marx

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Salzburgo (RV) – O Presidente da Conferência Episcopal Alemã (DBK), Cardeal Reinhard Marx, pronunciou-se na 85ª “Semana da Universidade de Salzburgo” iniciada em 1º de agosto e concluída no dia 8.

Em seu discurso, o Cardeal avaliou que, à luz dos atuais acontecimentos, estão em andamento na Europa grandes mudanças, que podem ser parte de uma evolução epocal.

“Não somente na Turquia, mas também aqui entre nós, nas nossas famílias, ouço frequentemente que não se pode falar abertamente de política, sem levar a grandes controvérsias, disse ele. Esta evolução é muito inquietante. Apresentam-se duas tendências que emergem: de um lado, uma sociedade motivada, de outro, um aumento na frieza comum de viver juntos na solidariedade”. É “a globalização da indiferença, como a chama o Papa Francisco – avaliou o purpurado”.

Para o Cardeal Marx, o atual projeto europeu carece de sentimento de amor e pertença: “A Europa é chamada a desenvolver uma nova síntese cultural de uma comunidade viva, uma capacidade que a Europa sempre teve e que o Papa Francisco recordou em seu discurso ao receber o Prêmio Carlos Magno”.

O cristão deve redescobrir o sentimento, o amor, o misticismo – frisou ainda o Presidente da Conferência Episcopal Alemã. “Quem conhece Jesus Cristo nunca pode ser fundamentalista! As grandes narrações do Evangelho, como a história do Bom Samaritano ou as Bem-aventuranças, são histórias que pertencem ao acontecimento cultural da Europa, não somente aos cristãos”.

“Mas – continuou – a civilização moderna da liberdade não tem nenhuma garantia de existência. Aquilo que realizamos, não deve ser colocado em discussão por uma nova era de paixões que provavelmente nos está tocando”.

Para o Cardeal Marx, os cristãos “não devem renunciar à visão cristã do homem como componente de liberdade”.

 

(JE/Sir)

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Igreja na América Latina



70 templos de Pe. Obermaier serão Patrimônio da Bolívia

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La Paz (RV) – Oito dias após a morte do Padre Obermaier, o Conselho Municipal de El Alto, Bolívia, anunciou o reconhecimento dos templos construídos pelo sacerdote alemão. A declaração como Patrimônio, representa maior proteção aos projetos.

O sacerdote faleceu em 2 de agosto, aos 81 anos. Durante os 38 anos que viveu em El Alto, construiu 71 igrejas na cidade, 59 santuários nas planícies do Altiplano, salas e casas para a população de baixa renda.

Autodidata

“Não era arquiteto, porém se havia alguma necessidade, ele mesmo se munia de informações e começava a planejar, era um autodidata”, observa o Vigário da Paróquia Cuerpo de Cristo, Pavel Padilla. 

“O modelo de construção que  ele tinha – explicou - era similar à arquitetura de seu povo natal em Munique, na Alemanha. Também as cores alegres dos templos: verde e alaranjado”.

O sacerdote colaborava com o Padre Obermaier em oficiar as eucaristias nos templos mais distantes. Ele comenta que Padre Sebastián trabalhava em seus projetos de forma reservada e já havia apresentado ao Governo outros projetos arquitetônicos.

“Também tinha projetos para descentralizar todos os Ministério de um só lugar. Havia inclusive feito uma maquete que foi apresentada ao Vice-Presidente”, afirma Padre Padilla, que também contou que no passado alguns vizinhos tentaram expropriar terrenos do Padre Obermaier.

Projeto para preservar construções

Em fevereiro passado, o sacerdote havia apresentado um projeto detalhado à Assembleia Legislativa Plurianual, para que as 70 igrejas por ele construídas fossem declaradas Patrimônio Cultural e Turístico.

A proposta do sacerdote ficou registrada em um extenso documento, com fotografias e argumentações, encontrado na casa onde vivia na Villa Adela.

Visionário

“Sabendo que as casas humildes de planta baixa darão lugar no futuro à edificações de muitos andares, construí torres muito altas; para que também 100 anos depois as torres deem a sua mensagem: Deus vive entre nós”, escreve Obermaier em sue projeto.

No documento, de mais de 70 páginas, o sacerdote explica que se as igrejas estão muito longe dos fieis, a frequência às missas serão menor. Ao contrário, se cada região tem o seu templo, este será um lugar de reunião familiar para viver os Sacramentos.

Atração turística

“Até hoje, El Alto não tem construções que motivem os turistas internacionais e nacionais a saírem de La Paz para visitar a nossa nova cidade. Os diferentes templos poderiam motivar as empresas turísticas de permanecerem ao menos meio dia na cidade”, argumenta o sacerdote.
“Reconhecer o trabalho espiritual e social do Padre Obermaier não mereceria nenhum tipo de restrição por parte das autoridades municipais, departamentais e nacionais. É um trâmite que deve ser feito para que as capelas e templos sejam declarados Patrimônios. Nós, como legislativo municipal, apoiamos esta iniciativa”, disse o Presidente do Conselho de El Alto, Édgar Calderón.


(JE/Pagina Siete)

 

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Igreja no Mundo



Índia: Igreja celebra o Black Day contra a discriminação dos dalits

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Nova Délhi (RV) - “A comunidade cristã não pede nenhum favor especial, mas apenas justiça, igualdade e proteção para as minorias, garantidos pela Constituição do país.”

Com estas palavras o Arcebispo de Mumbai, Cardeal Oswald Gracias, Presidente da Conferência Episcopal da Índia (Ccbi), lembrou as razões do “Black Day”, dia de protesto celebrado no país em 10 de agosto de cada ano, contra as discriminações dos dalits (sem casta), em particular cristãos.  

Segundo AsiaNews, a data recorda o dia 10 de agosto de 1950, quando o presidente da Índia aprovou o artigo 3º da Constituição sobre as castas. A lei reconhece aos membros de castas vários direitos, mas o terceiro parágrafo da norma específica afirma que não pode ser membro desses grupos “quem professa uma religião diferente do hinduísmo”.

Em 1956, e em 1990, foram introduzidas emendas para estender a categoria também aos budistas e sikhs. Até agora, permanecem excluídos cristãos e muçulmanos. Graças a esta lei, os dalits hinduístas têm facilitações econômicas, educacionais e sociais, com cotas de empregos marcados na burocracia. 

Os dalits cristãos e muçulmanos há muito tempo taxaram a norma de ilegal, pois viola os princípios constitucionais. Os dalits cristãos são cerca de dois terços da comunidade cristã nacional que conta 2,3% da população total.

Por ocasião do 66º aniversário da lei, a Conferência Episcopal da Índia convidou todos os católicos a celebrarem “o Black Day nas respectivas dioceses e instituições, através de encontros, demonstrações, greves de fome e procissão de velas para manifestar solidariedade aos cristãos que sofrem”. Os bispos fazem também um apelo a usar as redes sociais para conscientizar a sociedade sobre o assunto. 

“Os índices de desenvolvimento dos dalits cristãos mostram discriminações de tipo social, econômico, político e cultural que causam diferenças nos salários e no grau de pobreza, dificuldades nas oportunidades e no acesso a recursos e serviços. O governo deve interromper esta diferença de tratamento”, disse o Cardeal Gracias. O purpurado convida também a Igreja a não praticar discriminação de casta. (MJ)

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Jordânia: Católicos e ortodoxos respondem juntos à emergência humanitária

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Amã (RV) – As emergências humanitárias que afligem o Oriente Médio, entre conflitos e fugas de massa dos cenários bélicos, pedem respostas compartilhadas dos cristãos pertencentes a diferentes denominações.

Um testemunho desta solicitude humanitária é representado pelo Projeto PEER (Preparing to Excel in Emergency Response), apresentado na última segunda-feira (08/08), no Centro de Conferências do Hotel de Amã.

O Projeto - realizado com o apoio da Caritas Jordânia e do Catholic Relief Services (CRS) – propõem-se a aumentar a sinergia e a capacidade de interação entre os diferentes grupos cristãos, que na Jordânia estão comprometidos nos diversos programas para enfrentar as emergências humanitárias e tornar mais eficazes e rápidas as intervenções realizadas a campo em cada particular realidade e comunidade.

Entre os dez grupos de trabalho envolvidos até agora no projeto, figuram também comunidades da juventude cristã greco-ortodoxa e ONGs como a Orthodox Progress Association.

Em seu pronunciamento de abertura, o Diretor da Caritas Jordânia, Dr. Wael Suleiman, sublinhou que o projeto de coordenação apoiará a colaboração das diversas realidades que operam, sobretudo, em favor dos refugiados e das pessoas que vivem em estado de necessidade.

No encontro para o lançamento do projeto – refere um comunicado da Caritas Jordânia, enviado à Agência Fides – tomou parte também Jocelyn Braddock, Diretora dos Programas de Assistência sustentados pela CRS Libano. Em seu pronunciamento, Jocelyn sublinhou a utilidade e a urgência de envolver realidades e instituições locais na realização dos projetos implementados para enfrentar as emergências humanitárias que afligem a área do Oriente Médio.

(JE/Fides)

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Patriarca Raï: Que o Oriente Médio seja o berço da convivência interreligiosa

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Beirute (RV) – O Líbano continua sem Presidente. A 43ª sessão parlamentar reunida na última segunda-feira (08/08) em Beirute, não chegou a um acordo sobre o sucessor de Michel Aoun, que encerrou o mandato em maio de 2014.

Devido à falta do quorum necessário para o voto, o Presidente da Câmara, Nabih Berri, suspendeu a sessão, adiando-a para 7 de setembro.

Apelo à unidade nacional

Neste contexto, o Patriarca Maronita Bechara Boutros Raï lançou um novo apelo à unidade nacional, exortando a um renovado esforço comum para colocar fim à atual instabilidade política do país.

Ao pronunciar-se na cerimônia de inauguração de um anfiteatro em Bzommar – dedicado ao Beato Ignazio Maloyian, mártir armeno – o Patriarca exortou “os grupos parlamentares a elegerem um novo Presidente da República”, de forma a “preservar os valores” fundamentais do país.

Cristão, vítimas de um novo genocídio na Síria e Iraque

A seguir, o pensamento do purpurado maronita voltou-se a todo o Oriente Médio, ao recordar, em particular, “o novo genocídio” sofrido hoje pelos cristãos, “sobretudo na Síria e no Iraque”, perpetrado por “movimentos fundamentalistas e organizações terroristas”.

Desta situação, o chamado do Patriarca a uma característica específica do cristianismo, ou seja, a sua “abertura ao próximo para edificar uma humanidade melhor”. Por isto – disse ainda – “a presença dos cristãos no Oriente Médio é um fator vital e essencial pela mesma razão”.

Colaboração com muçulmanos para proteger Oriente do fundamentalismo

Ao mesmo tempo – explica o Cardeal Raï - “consideramos o Islã uma necessidade para o nosso mundo árabe, com a condição, porém, que conserve moderação e abertura, colocando fim às organizações terroristas que recorrem à violência em seu nome”

Junto aos muçulmanos – frisou o Patriarca maronita – os cristãos são “chamados a proteger o Oriente da rejeição da diversidade, das diferenças confessionais, étnicas e linguísticas”, porque “os cristãos do Oriente tiveram um papel essencial no fortalecimento da diversidade cultural e religiosa”.

 

(JE/IP)

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Irlanda despede-se de Dom Edward Daly

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Dublin (RV) -  Milhares de pessoas reuniram-se no centro da cidade irlandesa de Derry para as últimas homenagens ao Bispo emérito da Diocese de Derry, Dom Edward Daly, falecido aos 82 anos na última segunda-feira, após uma longa doença.A Missa de corpo presente será celebrada na tarde desta quinta-feira.

Ao longo da terça-feira, as pessoas desfilaram diante do seu caixão aberto disposto em frente ao altar principal da Catedral de St Eugene, que foi sede de Dom Daly como bispo. Muitos pararam, para tocar sua mão ou acariciar seu rosto e oferecer uma oração silenciosa.

Dom Edward Daly tornou-se um dos símbolos dos conflitos vividos na Irlanda do Norte, depois de ser fotografado segurando um lenço manchado de sangue, enquanto ajudava um manifestante ferido fatalmente durante os protestos em 1972 em Derry, naquele que ficou conhecido como "Domingo Sangrento" ("Bloody Sunday"), quando 14 pessoas foram mortas a tiros por tropas britânicas.

Figura emblemática

O Arcebispo de Armagh e Primaz de toda a Irlanda, Dom Eamon Martin, descreveu Dom Daly como "uma figura emblemática" na Irlanda, "um destemido construtor da paz" - como demonstrou sua coragem no "Bloody Sunday"  - e um líder santo, humilde e com uma grande fé.

Em sua mensagem de condolências, o Arcebispo Martin também escreveu:

"A bravura do Bispo Edward também foi aparente em sua convicção de que a violência vivida a partir de qualquer lado durante os conflitos era inútil e nunca poderia ser moralmente justificada. Ele foi corajoso em falar contra a injustiça e assumiu muitos riscos pessoais pela paz e a reconciliação. Sua amizade pessoal com o Bispo James Mehaffey enviou uma mensagem tranquila mas poderosa de harmonia e construção de pontes em meio a uma comunidade dividida".

Reconhecimento póstumo

Parentes de algumas das vítimas do “Bloody Sunday” estão pedindo ao Governo irlandês para honrar a coragem de Dom Edward Daly.

Será solicitado um reconhecimento póstumo ao Bispo emérito de Derry, que será lembrado como o Padre que acenou com um lenço branco encharcado de sangue enquanto conduziam o adolescente Jack Duddy,  em meio ao tiros do exército britânico.

Legado

O legado de Dom Daly está para ser avaliado, quando funcionários do governo irlandês encontrarão  na próxima alguns dos parentes das vítimas do “Bloody Sunday”. Na ocasão também será discutido o desenvolvimento do ‘Museum of Free Derry’, em Dublin.

Tony Doherty, que teve seu pai Paddy morto no Domingo Sangrento, disse que pretende pressionar o governo para honrar a coragem de Dom Daly de alguma forma.

"Em qualquer outro país do mundo, pessoas como o Bispo Daly - e outros - teriam sido escolhidos para honras e reconhecimento por parte dos governos pela coragem que demonstraram em Bloody Sunday”, afirmou.

"Mas aqui, por causa da situação, nunca houve qualquer honra oficial do governo, embora o Bispo Daly tenha recebido a ‘Liberdade de Derry’”.

"Eu acho que agora é hora de mudar isso e para honrar o Bispo Daly pelo que ele fez na época e por aquilo que fez após Bloody Sunday, embora, infelizmente, agora ele já tenha partido", disse Doherty.

Artífice de uma "paz impossível"

Entre os muitos presentes, estava um dos líderes do Partido Trabalhista britânico, Jeremy Corbyn, que afirmou que o Bispo emérito havia ajudado a conseguir a paz, que muitas pessoas pensaram que não era possível.

Em um post no Twitter, o Sr. Corbyn disse: "Bispo de Derry Edward Daly dedicou sua vida à paz na Irlanda do Norte."

A família de Dom  Daly disse estar “comovida” com as homenagens. Seu sobrinho, Gerard Daly, afirmou que somente percebeu a grande estima que as pessoas tinham pelo tio quando chegou a Derry.

Dom Daly foi ordenado Bispo de Derry em 1974 e serviu até uma doença grave que o obrigou a se aposentar em 1994. Na aposentadoria, apesar de problemas de saúde, ele continuou a servir como capelão do 'Foyle Hospice' em Derry.

(JE)

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Bispo do Porto apela à solidariedade pelos incêndios

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Porto (RV) –  Dom Antônio Francisco dos Santos, bispo do Porto, em Portugal falou hoje (10/08) sobre os incêndios no território da sua diocese, neste tórrido verão europeu.

Em declarações à imprensa, o Bispo disse que “todos são necessários para ajudar, aliviar e minimizar o sofrimento dos envolvidos" e que nunca se deve deixar de agradecer o “trabalho incansável dos bombeiros”.

Dom Antônio expressou “grande carinho e proximidade” para com as populações afetadas pelos incêndios, por ver suas casas em risco e seus bens em perigo”.

Proximidade

“A missão e o dever de todos, disse o Bispo do Porto, independentemente da situação e responsabilidade, é manifestar proximidade. Eu queria muito que a Igreja testemunhasse isso e sinto que podemos fazê-lo”.

Depois, o Bispo expressou sua “gratidão” também para com os bombeiros, os membros da Proteção Civil, as populações e as várias instituições “que se uniram” para o combate aos incêndios”.

Dom Antônio Francisco dos Santos afirmou que a “situação é preocupante e dadas as condições atmosféricas – calor e vento – e a grande área florestal torna-se mais difícil combater a onda de incêndios”.

Formação

O prelado disse que “a Igreja está disponível a abrir as suas portas, para acolher os desabrigados por causa dos incêndios. Nesse contexto, reforçou a “abertura da Igreja” para a divulgação, a formação, a ajuda e a solicitude imediata.

Os incêndios que afetam as populações e bens têm sido um “problema recorrente a cada ano” e para o Bispo do Porto “mais do que julgar outras formas de procedimento”, neste momento, é preciso ter solidariedade para com “os que sofrem”.

(MT/Ecclesia)

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Formação



LG: A união com Cristo num só corpo que comungamos

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Cidade do Vaticano (RV) – No nosso espaço Memória Histórica, 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos continuar a tratar da Constituição dogmática Lumen Gentium.

A Constituição dogmática Lumen Gentium (Luz dos Povos) é um dos mais importantes documentos do Concílio Vaticano II, motivo pelo qual, a ela temos dedicado tantos programas. O texto permite colher diversas imagens sobre a Igreja, imagens estas que tem sido amplamente exploradas nas reflexões propostas pelo Padre Gerson Schmidt, incardinado na Arquidiocese de Porto Alegre. Na edição de hoje, o sacerdote nos propõe a meditação “A união com Cristo num só corpo que comungamos”. Vamos ouvir: 

“Queremos, nesse espaço, na memória e atualização da Lumen Gentium, passados 50 anos do Concilio, que foi sem dúvida um divisor de águas, apontar a unidade dos cristãos comungando o mesmo pão eucarístico, como já damos luz nos comentários anteriores. O pregador da Casa Pontifícia, Raniero Cantalamessa, no advento do ano passado fez uma rica recordação da Lumen Gentium. Dizia ele o seguinte, referindo ao corpo Mistico que é a Igreja por ser esposa de Cristo: “É desnecessário mencionar que este era o coração da concepção agostiniana da Igreja, a ponto de dar, às vezes, a impressão de identificar pura e simplesmente o corpo de Cristo que é a Igreja com o corpo de Cristo que é a Eucaristia. Isso é o que atesta a evolução do termo “corpo místico” de Cristo que, de indicar a Eucaristia, passa lentamente a significar, como acontece hoje, a Igreja. Esta, como sabemos, é também a visão que mais aproxima a eclesiologia católica da eclesiologia eucarística da Igreja Ortodoxa. Sem a Igreja e sem a Eucaristia, Cristo não teria “corpo” no mundo”. É interessante essa frase tirada de Santo Agostinho que repetimos ao ouvinte para que se fique atento: Sem a Igreja e sem a Eucaristia, Cristo não teria “corpo” no mundo”. Ou seja, em outras palavras: A maneira de Cristo se visibilizar em seu corpo, em sua ação concreta, não abstrata, é a Igreja, enquanto exerce sua missão nos sacramentos e na evangelização dos povos. Sem a Igreja e sem a Eucaristia, Cristo não teria “corpo” no mundo”.

No capítulo três da Lumen Gentium, que tem como título “A missão e o múnus do Filho”, aponta essa unidade concreta e palpável da Igreja como corpo, na celebração eucarística, que congrega todos num só pão que nos alimenta, que não é simples pão, mas o Corpo do Senhor que comungamos. Palavras textuais do nosso documento que estamos enfocando: “Sempre que no altar se celebra o sacrifício da cruz, na qual «Cristo, nossa Páscoa, foi imolado» (1 Cor. 5,7), realiza-se também a obra da nossa redenção. Pelo sacramento do pão eucarístico, ao mesmo tempo é representada e se realiza a unidade dos fiéis, que constituem um só corpo em Cristo (cfr. 1 Cor. 10,17). Todos os homens são chamados a esta união com Cristo, luz do mundo, do qual vimos, por quem vivemos, e para o qual caminhamos” (Lumen Gentium, 3). 

Recordemos aqui que sempre o documento volta a apontar a Eclesiologia Cristológica. Acabemos de ler: “Todos os homens são chamados a esta união com Cristo, luz do mundo, do qual vimos, por quem vivemos, e para o qual caminhamos”.  Portanto, a Igreja será Lumen Gentium – Luz para os povos - enquanto irradiar Cristo – luz do mundo.  E como irradiamos Cristo se estivermos divididos?  A Lumen Gentium aponta, o que acabamos de ler no documento: “Pelo sacramento do pão eucarístico, ao mesmo tempo é representada e se realiza a unidade dos fiéis, que constituem um só corpo em Cristo” – frase essa embasada na Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios, capitulo 10,versículo 17. É interessante lermos esse trecho bem contextualizado. Diz São Paulo assim: “Eu vos falo como a pessoas esclarecidas. Ponderai vós mesmos o que eu digo: O cálice da bênção, que abençoamos, não é comunhão com o sangue de Cristo? E o pão que partimos não é comunhão com o corpo de Cristo? Porque há um só pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, pois todos participamos desse único pão”(1 Cor 10,15-17). E na comparação com a Igreja que é um corpo, São Paulo, no capitulo 12, aponta que todos nós bebemos no mesmo espírito, porque fomos todos batizados no mesmo Espírito (1Cor 12,13). Quer gregos, quer judeus, quer qualquer raça, povo ou nação, formamos um só corpo em Cristo, pelo água batismal que nos regenerou, pelo sangue derramado na cruz, pela único pão que partilhamos na Eucaristia”. 

(JE)

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O significado da misericórdia para S. Francisco de Assis

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Cidade do Vaticano (RV) – Neste espaço dedicado ao Jubileu, voltamos a falar da visita do Papa Francisco a Assis, realizada na semana passada, por ocasião dos 800 anos do perdão de S. Francisco.

Neste ano jubilar, esta data nos convida a aprofundar o tema da misericórdia – fundamental para o santo de Assis. O Diretor Espiritual da Ordem Franciscana Secular, Fr. José Antônio Cruz Duarte, nos fala do significado da misericórdia para S. Francisco: 

"São Francisco de Assis sempre viu todos os seres como criaturas de Deus. E como criaturas de Deus, todos esses seres são irmãos. Para Francisco, a misericórdia é um olhar de Deus. Basta lembrar o Evangelho de Lucas, quando o pai acolhe o filho de volta. Quando S. Francisco escuta este Evangelho, ele se sente aquele filho que está voltando e, portanto, se sente tão acolhido pelo Pai, sente tão forte a misericórdia de Deus na sua vida, que se propõe a ser misericordioso com todos."

Ouça aqui a reportagem completa: 

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Atualidades



Acampamento jovem: educação à precariedade e gratuidade

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Roma (RV) – Após a Jornada Mundial da Juventude, em Cracóvia, jovens de diversas regiões da Itália e alguns até da Venezuela e Colômbia, se reúnem por três dias em um acampamento em torno do Santuário de São Gabriel, na diocese de Teramo, a 165 km de Roma.

Trata-se da 36ª “Tendopole de Jovens” que tem como tema “A misericórdia se tornou tenda" e que tem início nesta quarta-feira (10/08) e se conclui no próximo dia 13.

União

Durante o evento, diversas personalidades do mundo religioso e cultural manterão encontros com os jovens participantes. Na conclusão, está prevista a presença do Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin.

Sobre este encontro juvenil, o Programa italiano da Rádio Vaticano entrevistou Padre Francesco Cordeschi, fundador e promotor da “Tendopole de Jovens”:

“O princípio inspirador da “Tendopole” é educar os jovens a dois elementos fundamentais: viver na precariedade e na essencialidade. Neste âmbito, esforçamo-nos de fazer chegar aos jovens a percepção da gratuidade de todas as coisas lindas que têm, ou em suas casas ou que Deus lhes deu, às quais não dão valor. De fato, na “Tendopole”, por exemplo, falta água quente e não se tem os serviços mais elementares que uma pessoa precisa. Logo, devem adaptar-se às circunstâncias que uma vida itinerante ou nômade lhes proporciona. Assim, devem-se se virar e pedir ajuda do Senhor. Depois, a tenda em si é um lugar educativo e bíblico por excelência. Quantas vezes Deus se revelou ao seu povo que vivia em tendas e com eles caminhou! Deus leva a sua misericórdia às tendas, ou seja, aos nossos corações: ele mora dentro de nós com a sua misericórdia! Enfim, a beleza da “Tendopole” é seu poder de conversão e de decisão. Nestes encontros, quantos jovens decidiram seguir a vocação religiosa! Quantos casais se tornaram autênticas testemunhas da mensagem cristã! Por isso, a “Tendopole” torna-se um verdadeiro caminho espiritual”! (MT)

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EUA-México: marcha para unir famílias separadas pela fronteira

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El Paso (RV) - Realiza-se, nesta quarta-feira (10/08), a marcha binacional Estados Unidos e México para pedir a reunificação das famílias separadas pela fronteira que divide os dois países.  

Com o gesto simbólico de um abraço no meio do Rio Grande, que serve de fronteira entre Estados Unidos e México, dezenas de famílias pretendem denunciar as políticas estadunidenses de rejeição e deportação que provocam a separação dos núcleos familiares. Os participantes da marcha querem reivindicar um tratamento mais humano e digno para as famílias imigrantes e as comunidades que vivem nas áreas de confim. 

“Não podemos permitir que as políticas de imigração sejam administradas por políticos irresponsáveis e desprezíveis, que dilaceram as nossas famílias em favor dos próprios interesses egoístas”, afirma o comunicado da Border Network for Human Rights do Texas, enviado à Agência Fides.

“Este evento pretende abraçar uma visão dos Estados Unidos que exalta os valores fundamentais da família e da comunidade, e experimentar as soluções propostas pelos residentes das áreas de fronteira e não de uma retórica que incentiva o medo”, destaca ainda a nota.

Organizações como a Rede de Fronteira para os Direitos Humanos pedem há muito tempo uma reforma global das políticas de imigração que trace um percurso mirado a fim de reconhecer o direito de cidadania para 11 milhões de famílias clandestinas que já vivem e trabalham nos Estados Unidos. (MJ)

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Núncio na Ucrânia: difícil a situação humanitária

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Kiev (RV) – No leste da Ucrânia, não obstante o cessar-fogo alcançado em 2015 com o Acordo de Minsk, continuam os combates.  Torna-se cada vez mais difícil a situação humanitária, sobretudo para as faixas mais vulneráveis da população.

Desde o início do conflito, são cerca de 9.500 as vítimas, enquanto outras 800 mil necessitam de assistência nas zonas onde ainda se combate e nas vizinhanças imediatas. Difícil também o acesso das ajudas humanitárias nestas áreas.

Há poucos dias, pela primeira vez em cinco meses, os comboios da UNHCR – a Agência da ONU para os refugiados – conseguiu chegar às populações nas zonas não controladas pelo governo, na região de Luhansk. Foram distribuídos materiais de construção de vital importância para as milhares de pessoas cujas habitações foram danificadas ou destruídas durante o conflito.

Sobre a situação no leste do país, nós conversamos por telefone com o Núncio Apostólico na Ucrânia, Dom Claudio Gugerotti:

“Infelizmente, a situação nos últimos dias piorou. Foram retomados os conflitos armados e também as vítimas”.

RV: Em relação à situação humanitária, quais são as maiores necessidades?

“A assistência àqueles que vivem na zona onde se confrontam os dois contingentes: o dos separatistas e o do exército ucraniano. É uma zona minada, o que torna muito difícil levar as ajudas, pois se corre o risco de pisar numa mina. Depois, naquela zona, continuam os bombardeios, muitas casas foram destelhadas e as pessoas estão substancialmente isoladas. As outras duas faixas mais atingidas são aquelas que vivem na zona sob o controle dos separatistas, porque são sobretudo idosos. A terceira faixa é a dos refugiados que estão na Ucrânia, certamente mais de 1 milhão”.

RV: Como em toda a guerra, as vítimas mais indefesas são as mulheres, as crianças, os idosos. O que se poderia fazer por eles?

“Isto, de fato, é também o objeto principal da atenção da Comissão que o Santo Padre instituiu para distribuir a grande ajuda humanitária para a Ucrânia. Existem muitas mães que permaneceram sozinhas com as crianças, porque o marido ou está na guerra ou porque deixou a família. Estas mães, naturalmente, tendo crianças pequenas, não podem normalmente ter um trabalho, e disto depende a sobrevivência do núcleo familiar. A outra categoria que corre um grande risco é a dos idosos, que praticamente não são assistidos: geralmente têm a casa destruída ou gravemente danificada, têm dificuldades em receber alimento e sobretudo uma enorme dificuldade em ter acesso aos remédios. Em relação ao envio de ajudas nas várias zonas, isto é particularmente difícil”.

RV: O quanto é difícil a chegada das ajudas nas zonas de fronteira ou do conflito por parte das ONGs, da Igreja?

“É muito difícil. A parte sob controle ucraniano tem um acesso relativamente mais fácil, mas na parte da chamada “zona cinza” – aquela ao redor da linha de demarcação – e sobretudo na zona sob o controle das “autoridades de fato”, a coisa é muito difícil, mesmo porque foi mudada a moeda. Depois, existe um mecanismo muito rigoroso para o reconhecimento das organizações que têm a permissão para acessar e distribuir. Nesta zona as dificuldades são particularmente graves também para nós: conseguimos, de qualquer maneira, programar as ajudas, que deveriam partir no final de agosto, somente por meio das Nações Unidas”.

RV: O conflito ucraniano que teve início em 2014, provocou mais de 9.500 mortos. Dois milhões de pessoas tiveram que abandonar as suas casa. Não obstante isto, parece ter se tornado um conflito esquecido, porque a atenção da mídia se voltou para outras latitudes. Mas, certamente o apelo do Papa em abril e a coleta promovida para Ucrânia, chamaram a atenção novamente para esta país....

“Certamente. A operação desejada pelo Papa Francisco é antes de tudo uma operação humanitária e as pessoas estão muito sensíveis a esta intervenção do Papa, que fez também uma grande oferta pessoal. E devo dizer que também a Europa contribuiu com uma certa generosidade. Sem sombra de dúvida, houve um aumento da atenção para esta área. É preciso também dizer que, por razões políticas, não está na moda falar da Ucrânia, porque esta é uma terra que piorou, digamos, as dificuldades existentes entre Estados Unidos e Europa, por um lado, e Rússia, por outro, colocando ambos em xeque. E portanto falar disto, é como falar dos próprios fracassos. E eu não acredito que este silêncio seja totalmente espontâneo: no sentido de que a Ucrânia, que evidentemente orbitava na área da Federação Russa, decidiu, também por pressão - sem sombra de dúvida da comunidade internacional - de voltar-se para a Europa e Estados Unidos. Houve o fenômeno Maidan, houve portanto “de fato” uma separação da Rússia com toda a recaída do ponto de vista econômico. Mas por outro lado, por várias razões - o que seria demorado explicar - o Ocidente não ocupou o lugar da Rússia para tentar tornar ágil a vida das pessoas daqui. Por isto, neste momento, a Ucrânia perdeu em todos os fronts. Um elemento que dá uma ideia é que o salário, que antes de Maidan era de 100, hoje é de 25 como valor. Portanto, ao problema da guerra, se soma um aumento da pobreza geral da população em toda a Ucrânia. E o risco é que, se esta situação não desbloquear, possa nascer uma guerra entre os pobres”.

 

(JE/ER)

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Os 722 anos da Festa do Perdão Celestino

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L'Aquila (RV) - Com uma oração diante da “Bula do Perdão”, publicada pelo Papa Celestino V em 29 de setembro de 1294, o Papa Francisco abriu – mesmo que à distância - a 722ª edição da Festa do Perdão de L’Aquila ou Perdão Celestino.

De fato, em 4 de agosto, ao visitar o Museu da Porciúncula na Sala São Pio X, localizado no interior da Basílica Santa Maria dos Anjos, o Papa Francisco deteve-se alguns momentos diante do documento que está exposto no contexto das iniciativas culturais para celebrar o VIII Centenário do Perdão de Assis ou da Indulgência da Porciúncula (1216-2016).

A mostra "O Perdão de Assis: história, hagiografia e erudição" foi inaugurada em 2 de julho. Por meio de documentos e livros antigos da Biblioteca, de arquivos italianos e também do exterior - entre os quais da Biblioteca Vaticana – a exposição reconstrói a história deste extraordinário "privilégio".

E justamente, entre os objetos expostos, está a Bula de Celestino V pelo Perdão de L'Aquila e a Bula de Bonifácio VIII pelo primeiro Jubileu de 1.300.

A Bula, levada às terras de São Francisco por ocasião da recorrência, mudará de lugar novamente. A Superintendência do Bens Históricos Abruzzo-Molise, de fato, prevê a restauração do documento para o próximo mês de setembro. Assim, de Assis, a Bula será transferida para laboratórios em Roma, algo previsto inicialmente para outubro, com o final da exposição.

As informações foram dadas pelo Coordenador e Vice-Presidente do Comitê do Perdão, Alfredo Moroni, à margem da Coletiva de imprensa de apresentação dos eventos concernentes à 722ª  edição do evento.

(JE)

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Festa da Assunção: apelo à oração junto ao túmulo de Pe. Jacques

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Rouen (RV) - Duas semanas após o assassinato do Padre Jacques Hamel em Saint-Étienne-du-Rouvray, o Arcebispo de Rouen, Dom Dominique Lebrun, convidou os fiéis para rezarem com ele, em 15 de agosto, Festa da Assunção, no túmulo do sacerdote, no cemitério da Basílica de Bonsecours, na parte alta de Rouen.

O Arcebispo precisou na terça-feira em um comunicado, que "no final das Vésperas, às 17h15min, os interessados podem visitar e orar (com ele) junto ao túmulo do Padre Jacques Hamel, no cemitério, em frente à Basílica".

O sacerdote de 86 anos  foi degolado por dois jovens jihadistas em 26 de julho, em sua igreja paroquial, enquanto celebrava a missa matutina. Seu funeral, que reuniu milagres de pessoas, foi realizado em 2 de agosto na Catedral Rouen. A pedido da família, seu enterro não foi imediatamente tornado pública. "Ele está enterrado na praça dos padres, no cemitério da Basílica", disse mais tarde um porta-voz da diocese.

Durante as celebrações da Festa da Assunção em Rouen, na presença de Dom Georges Pontier, Arcebispo de Marselha e Presidente da Conferência da França Episcopal, será celebrada uma Missa na Catedral às 10 horas, durante a qual, na oração universal,  o prelado convidará a "orar pela França, que passa por um momento de provação".

Inúmeros gestos de solidariedade entre cristãos e muçulmanos  foram registrados  na região de Rouen, mas também no resto da França, após o assassinato do sacerdote. Muitos muçulmanos acorreram às Igrejas para honrar a memória do padre e condenar a violência em nome da religião.

(JE/AFP)

 

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EUA classifica EI como "genocida" de cristãos, yazidis e xiitas

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Washington (RV) -  Os Estados Unidos denunciaram esta quarta-feira (10/08) o "genocídio", perpetrado pelo grupo Estado Islâmico contra os cristãos, xiitas e Yazidis.

A classificação  de “genocídio” consta do relatório anual divulgado pelo Departamento de Estado sobre a liberdade religiosa em todo o mundo, considerada como “sombria”.

Numa avaliação abrangente sobre a situação em mais de 200 países em 2015, o Departamento de Estado disse que os atores não-estatais, como o grupo EI e Boko Haram, “continuam a figurar entre os abusadores mais flagrantes da liberdade religiosa no mundo".

O grupo Estado Islâmico "continuou a perseguir uma brutal estratégia” que constitui – segundo o Secretário de Estado John Kerry  - um “genocídio contra yazidis, cristãos, xiitas e outros grupos vulneráveis no território controlado", afirma o Departamento de Estado.

Kerry e especialistas das Nações Unidas já haviam usado precedentemente o termo "genocídio", para se referir aos crimes perpetrados por jihadistas no Iraque e na Síria.

Nos dois países devastados pela guerra, onde o grupo Estado Islâmico controla faixas de território, os militantes foram "responsáveis por atos bárbaros, incluindo assassínios, tortura, escravidão e tráfico, estupros e outros abusos sexuais contra as minorias e sunitas religiosas e étnicas", informa o relatório.

 

(JE/AFP)
 

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