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Sumario del 12/08/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Francisco encontra jovens salvas da prostituição

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Cidade do Vaticano (RV) – No âmbito das “Sextas-feiras da Misericórdia”, o Papa Francisco visitou na tarde desta sexta-feira, 12 de agosto, a estrutura romana da “Comunidade Papa João XXIII”, fundada pelo Padre Oreste Benzi, e que acolhe 20 mulheres libertadas da escravidão da prostituição. 

Seis delas são provenientes da Romênia, 4 da Albânia, 7 da Nigéria e as outras três da Tunísia, Itália e Ucrânia. A idade média das hóspedes da estrutura é de 30 anos. Todas sofreram graves violências físicas e vivem sob proteção.

Além das trinta mulheres, o Santo Padre também foi acolhido pelo responsável geral da Comunidade, Giovanni Paolo Ramonda, pelo assistente espiritual, Padre Aldo,  além de dois agentes que atuam nas ruas e a responsável pelo apartamento, localizado no centro de Roma.

Tráfico humano, crime contra a humanidade

A visita de hoje do Papa Francisco é um ulterior chamado às consciências para combater o tráfico de seres humanos, tragédia definida pelo Santo Padre como “um crime contra a humanidade” e “uma chaga no corpo da humanidade contemporânea, uma chaga na carne de Cristo”.

O gesto do Pontífice soma-se a outras visitas realizadas no âmbito das “Sextas-feiras da Misericórdia” durante o Jubileu.

Visitas anteriores

De fato, em janeiro Francisco visitou uma casa de repouso de idosos e uma para doentes em estado vegetativo em Tor Spacatta; em fevereiro, uma comunidade para toxicômanos em Castel Gandolfo; em março, na Quinta-feira Santa, o Centro de Acolhida para Refugiados (CARA), de Castelnuovo di Porto; em abril, a visita aos refugiados e migrantes na Ilha grega de Lesbos; em maio a comunidade do “Chicco”, em Ciampino, que acolhe pessoas com graves distúrbios mentais; em junho, duas comunidades romanas para sacerdotes idosos e sofredores.

Na sexta-feira, 29 de julho, durante a viagem à Polônia, o Papa fez a sua “Sexta-feira de Misericórdia” com a oração silenciosa em Auschwitz-Birkenau, a visita às crianças doentes no Hospital Pediátrico de Cracóvia e a Via Sacra com os jovens da JMJ, na presença dos jovens iraquianos, sírios e provenientes de outras zonas de guerra e conflitos.

 

(JE)

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Papa: na Confissão encontramos o abraço misericordioso do Pai

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco publicou esta sexta-feira  um novo tweet em sua conta @Pontifex: “Na Confissão encontramos o abraço misericordioso do Pai. O seu amor nos perdoa sempre”. 

O Santo Padre colocou ao centro de seu Pontificado o grande mistério da Misericórdia de Deus, exortando com frequência, para que busquemos o Sacramento da Reconciliação. Recordemos alguns momentos do seu magistério sobre este tema.

A misericórdia de Deus escandaliza

A misericórdia de Deus – afirma o Papa Francisco – escandaliza porque “é superior a todas as nossas expectativas”, dizia Padre Leopoldo Mandic. Escandaliza sobretudo se acreditamos sermos melhores do que os outros, menos pecadores, ou se fazemos da Igreja mais uma alfândega do que “a casa paterna onde há lugar para cada um com a sua vida de lutas”.

Jesus, pelo contrário, quer “atingir e salvar os afastados, curar as feridas dos doentes, reintegrar todos na família de Deus”: toca e cura os leprosos. Trata-se de “duas lógicas de pensamento e de fé: o medo de perder os salvos e o desejo de salvar os perdidos”:

“Hoje, às vezes, também acontece encontrarmo-nos na encruzilhada destas duas lógicas: a dos doutores da lei, ou seja marginalizar o perigo afastando a pessoa contagiada, e a lógica de Deus que, com a sua misericórdia, abraça e acolhe reintegrando e transformando o mal em bem, a condenação em salvação e a exclusão em anúncio”. (Homilia da Missa com os novos Cardeais, 15 de fevereiro de 2015).

Nem bondosismo ou laxismo

Não se trata nem de bondosismo, nem de laxismo, porque a verdadeira misericórdia não é fazer de conta de nada, mas assumir o outro, acompanhá-lo no reconhecimento dos pecados e no recomeçar uma vida nova, na consciência de que “ninguém pode colocar limites ao amor de Deus que perdoa”, se não nós mesmos, rejeitando-o:

“Não existe pecado algum que Deus não possa perdoar! Nenhum! Só aquilo que é subtraído à divina misericórdia não pode ser perdoado, assim como quem se subtrai ao sol não pode ser iluminado nem aquecido”. (Discurso aos participantes do Curso da Penitenciaria, 12 de março de 2015).

Necessidade da confissão

O Papa convida a confessar-se, porque o perdão dos pecados não é “fruto de nossos esforços”, mas “dom do Espírito Santo”, que nos cura e “não é algo que possamos dar-nos nós”. “O perdão se pede a alguém e na Confissão pedimos o perdão a Jesus:

“Alguém pode dizer: eu me confesso somente com Deus. Sim, tu poder dizer a Deus ‘perdoa-me’, e dizer os teus pecados, mas os nossos pecados são também contra os irmãos, contra a Igreja. Por isto é necessário pedir perdão à Igreja, aos irmãos, na pessoa do sacerdote”. (Audiência Geral, 19 de fevereiro 2014).

Sair do confessionário com a esperança no coração

Na Confissão, também a vergonha é salutar – diz o Papa – nos “faz bem, porque nos faz mais humildes”. Porém, “não deve ser uma tortura”. Os confessores – é a sua exortação – devem ser respeitosos pela dignidade  e pela história pessoal de cada um. “Mesmo o maior pecador que vem diante de Deus para pedir perdão é “terra sagrada”.... para “cultivar” com dedicação, cuidado e atenção pastoral. “Todos deveriam sair do confessionário com a felicidade no coração, com o rosto radiante de esperança”:

“O Sacramento, com todos os atos do penitente, não implica que ele se torne um interrogatório pesado, importuno e indiscreto. Ao contrário, deve ser um encontro libertador e rico de humanidade, através do qual poder educar para a misericórdia, que não exclui, aliás inclui até o justo compromisso a reparar, na medida do possível, o mal cometido”. (Discurso aos participantes da Penitenciaria, 12 de março de 2015).

Confessores, grandes perdoadores

Francisco exorta os confessores a serem “grandes perdoadores”, porque Deus é assim. Os “bravos confessores” – observa – “sabem que são grandes pecadores”. Pelo contrário, “os puros”, “os mestres”, “sabem somente condenar”. Neste sentido, convida a procurar sempre o caminho para perdoar e onde não for possível, acolher de modo paterno e nunca bater. Por outro lado, “todo fiel arrependido, depois da absolvição do sacerdote, tem a certeza, pela fé”, que os seus pecados foram apagados:

“Tem a certeza, pela fé, que os seus pecados deixaram de existir! Deus é onipotente. Agrada-me pensar que tem uma fraqueza: uma memória ruim. Quando Ele te perdoa, esquece. E isto é grandioso! Os pecados já não existem mais, foram cancelados pela divina misericórdia. Cada absolvição é, de certa forma, um jubileu do coração, que faz alegrar não somente o fiel e a Igreja, mas sobretudo o próprio Deus”. (Discurso à Penitenciaria Apostólica, 4 de março de 2016).

(JE/SC)

 

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Por dentro da diplomacia da Santa Sé nas Nações Unidas

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Nova Iorque (RV) – A convite do Observador Permanente da Santa Sé junto às Nações Unidas em Nova Iorque, Arcebispo Bernardito Auza, uma delegação com mais de 100 integrantes entre bispos, sacerdotes e leigos da província de Bohol, nas Filipinas, visitou a sede da ONU no final de julho para conhecer o trabalho da missão diplomática vaticana. 

Os membros da Missão permanente explicaram a dinâmica dos trabalhos da Santa Sé e também da ONU, assim como as relações entre as duas instituições. Dom Auza, que é originário da província de Bohol, moderou a conferência.

“A Santa Sé não representa somente o Papa, mas toda a Igreja católica”, afirmou o arcebispo.

Atualmente, a Santa Sé mantém relações diplomáticas com 180 países. De acordo com o site da Missão permanente, a "Santa Sé tem, por escolha própria, o status de Observador Permanente junto à ONU e não de Estado-membro. Isso se deve, antes de tudo, ao desejo da Santa Sé em manter neutralidade absoluta diante de problemáticas políticas específicas". A Santa Sé é Observador Permanente junto às Nações Unidas desde 6 de abril de 1964.

Visitas dos Papas

Ao longo dos 70 anos das Nações Unidas, o Palácio de Vidro recebeu cinco visitas de um Pontífice. A última de Francisco, em setembro de 2015, quando a bandeira da Santa Sé foi hasteada pela 1ª vez junto àquelas dos Estados-membros.

Padre Roger Landry, responsável por eventos especiais na missão, disse que os Pontífices “sempre expressaram estima pelas Nações Unidas como uma instituição necessária”.

“E, ao mesmo tempo, eles disseram também que, à semelhança da Igreja, é uma instituição, é uma instituição que perenemente necessita de reformas”, acrescentou Landry, para afirmar:

“A Santa Sé procura trazer uma perspectiva influenciada pela luz do Evangelho e da experiência humanitária de 2 mil anos da Igreja para o debate internacional. Respeitar a dignidade de toda a vida humana é sempre uma prioridade porque a dignidade está regularmente sob ataque”, concluiu.

(rb)

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Igreja no Brasil



Tudo pronto em Belém para o CEN2016. Ouça o arcebispo

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Belém (RV) – “Eucaristia e partilha na Amazônia missionária”: ao redor deste tema, cento e cinquenta bispos, quinhentos padres, religiosas, milhares de  leigos estarão reunidos a partir de segunda-feira (15/08) até domingo (21/08) em Belém, no Pará, no XVII Congresso Eucarístico Nacional.  

Com o lema “Eles o reconheceram no partir do Pão”, a intenção é visibilizar em todo o Brasil a força da Eucaristia e da ação missionária na Amazônia, de um povo de fé que testemunha com sua cultura e maneira de ser uma Igreja viva no Norte do Brasil.

O anfitrião, Dom Alberto Taveira Correa, entrevistado pela RV, adianta a programação do encontro e explica o sentido de o Congresso se realizar na Amazônia. Para o arcebispo de Belém, este é um tempo de vitalidade na Igreja, especialmente na Amazônia. Naturalmente, o Congresso prevê um evento especial, um dia inteiro dedicado à Amazônia.

A programação

“Será uma semana inteira de atividades ao redor do tema do Congresso. Nós desejamos que a Amazônia não seja vista apenas como uma área missionada, mas como uma área missionária; temos muito a oferecer. A Igreja na Amazônia, nas suas diversas dioceses e prelazias, tem uma vitalidade missionária muito forte, de grande significação”.

Vitalidade e otimismo

“A Igreja cresceu muito. Tivemos muitos acontecimentos desde 2010, (o último CEN), quando começamos a colocar em prática o Documento de Aparecida. Para nós, este é um tempo de crescimento das dioceses, sensibilidade missionária, melhor organização das dioceses. Então, vemos a Igreja respondendo ás várias necessidades da nossa região e trabalhando para formar ministros, vocações. É um tempo de muito otimismo para nossa vida de Igreja, malgrado todos os problemas importantes e tão graves em nossa região”.

Dia dedicado à Amazônia

“Na sexta-feira, dia 19, teremos uma missa com os representantes de todas as dioceses da Amazônia, presidida pelo legado pontifício, Cardeal Cláudio Hummes, que também é o Presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia. Será uma oportunidade muito bonita para manifestarmos nossas realidades, rezarmos juntos. Queremos crescer, como vida de Igreja, como fruto deste Congresso Eucarístico”.  

 

  

legado do Papa Francisco ao Congresso Eucarístico Nacional é o Presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia, e Presidenre da Rede Eclesial pan-amazônica, Cardeal Cláudio Hummes.

(CM)

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Igreja na América Latina



Bispos alertam para a ideologia de gênero na lei colombiana

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Cidade do Vaticano (RV) – Defender a família preservando o direito de educar os filhos em um ambiente livre de ideologias: o pedido foi novamente reiterado pelo episcopado colombiano às vésperas da Celebração Jubilar da Misericórdia no Continente Americano.

 

Os bispos da Colômbia reconhecem o respeito como valor fundamental para a saudável convivência entre os homens, independentemente da raça, sexo, orientação sexual, nacionalidade, língua, religião ou opinião política.

Também foi recordada a preocupação com a implementação da ideologia de gênero proposta na revisão dos manuais e projetos  institucionais de educação na Colômbia.

“Com o pretexto do direito à inclusão, tenta se impor a ideologia de gênero como única forma válida de coexistência", alertam os bispos.

Ensinamento do Papa

Neste ponto, os bispos colombianos lembram os ensinamentos do Papa Francisco na Exortação Amoris Laetitia, sobre o amor na família.

“A ideologia de gênero nega a diferença e reciprocidade natural do homem e da mulher. Isto apresenta uma sociedade sem diferenças de gênero e esvazia o fundamento antropológico da família”.

“Esta ideologia – lê-se ainda na Exortação – traz consigo projetos educacionais e orientações legislativas que promovem a identidade pessoal e intimidade emocional dissociada radicalmente da diversidade biológica entre homem e mulher".

Abuso da lei

A Conferência Episcopal da Colômbia lamenta que o Tribunal Constitucional e o Ministério da Educação  abusem da lei para promover a ideologia de gênero nas mais diversas áreas da sociedade.

E reafirma que a definição constitucional da família foi “distorcida para impor um modelo que não estava previsto”. Enquanto isso – concluem os bispos – “no processo de manuais de revisão de convivência, o Ministério exerce poderes não previstos na lei para impor critérios da ideologia de gênero”.

Por esta razão, os bispos exortam as instituições do governo colombiano a ouvir a voz de milhões de pessoas que rejeitam a imposição legislativa de tal ideologia.

(MFB-VM)

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Igreja no Mundo



Novos sacerdotes: testemunhas de Cristo entre os refugiados

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Irbil (RV) -  Irbil festeja três novos sacerdotes, testemunhas de Cristo entre os refugiados.

Após dois anos da expulsão de milhares de famílias cristãs de Qaraqosh, centro da planície de Nínive, norte do Iraque, três jovens locais foram ordenados sacerdotes no Campo de Refugiados de Irbil, no Curdistão iraquiano.

Trata-se do Padre Roni Salim Momika, Padre Emad e Padre Petros, pertencentes à comunidade sírio-católica no Iraque.

A cerimônia de Ordenação sacerdotal realizou-se no último dia 5 de agosto, em uma igreja pré-fabricada no Campo de Refugiados Aishty, na periferia de Irbil.

A celebração Eucarística, da qual participaram cerca de 1.500 pessoas, foi presidida pelo Arcebispo Yohanno Petros Moshe, líder da Igreja Siro-ortodoxa de Mosul, Kirkuk e Curdistão iraquiano.

Naquele Campo estão acampados cerca de 5.500 pessoas, que fugiram, em meados de 2014, da planície de Nínive, por causa do avanço das milícias do denominado Estado Islâmico (IS).

De fato, após dois anos de luto e tristeza pela expulsão dos cristãos da planície de Nínive, hoje a população local faz festa e se regozija com a ordenação sacerdotal de três de seus filhos, uma nova esperança para todos.

Os novos sacerdotes esperam, agora, continuar o seu ministério ao lado dos refugiados, para levar Cristo às pessoas e incutir força, confiança e coragem à população. (MT/AsiaNews)

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Encontro Europeu da Juventude na Ásia: a coragem da misericórdia

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Hong Kong (RV) – Iniciou-se nesta quinta-feira (11/8) na Ilha de Cheung Chau, na Ásia oriental, o Encontro europeu da Juventude. Serão três dias de atividades promovidas pela Comunidade Ecumênica de Taizé, da França, que têm como tema: “A coragem da misericórdia”.

Participam cerca de 300 jovens de toda a Ásia oriental, provenientes de Hong Kong, Macau, China, Taiwan, Coréia do Sul e Japão. Os jovens chineses representam diversas regiões do país: Guangdong, Hebei, Pequim.

Precisamente há dois anos, o Papa Francisco se encontrava na Coréia do Sul, por ocasião da VI Jornada Asiática da Juventude, que se realizou em Seul, de 13 a 18 de agosto de 2014.

Comunhão

Segundo os organizadores, o encontro tem por objetivo aprofundar a comunhão com Deus na oração pessoal e comunitária, em cantos e silêncio, para descobrir o sentido da vida na reflexão e na partilha com os outros.

Para despertar "a coragem da misericórdia", a Comunidade de Taizé propõe refletir sobre cinco pontos: confiar em Deus, que é misericórdia; perdoar continuamente; participar de uma situação de dificuldade, sozinho ou com alguém; difundir a misericórdia também em nível social; aprofundar a misericórdia em toda a criação.

Por estes meios, pretende-se educar os jovens a se tornar portadores de paz e de confiança na vida diária.

(MT)

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Formação



Laudato si - Francisco e o Irmão Coltan

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Laudato si - Francisco e o Irmão Coltan

 

Capítulo 15
IRMÃO COLTAN


FRANCISCO Paz e bênçãos para vocês, irmãs e irmãos que me ouvem nestes dias! Sou Francisco, o de Assis, o andarilho. Eu caminhei toda Itália de cima a baixo com chuva e com frio... E seguramente, como fui tão viajante, meu xará o papa Francisco me pediu que viesse até aqui... Sabem aonde eu cheguei?  Nada menos que na África. Sim, África… embora não sei bem em que zona estou nem com quem posso falar para saber o que ocorre por estas terras. 

COLTAN Fala comigo, Francisco.

FRANCISCO Quem é você, por que não vejo ninguém diante de mim?

COLTAN É que te falo do fundo da terra. 

FRANCISCO E por que te ouço tão claramente, ainda que você esteja tão escondido?

COLTAN Porque eu sou um bom condutor de eletricidade. Sabe para que me usam? Para os celulares, os telefones móveis. Por isso você me ouve tão bem.

FRANCISCO Não sei do que você está falando... celulares?

COLTAN São uns telefones pequeninos que os humanos levam para todos os lados e servem para comunicar-se. Não viu muita gente com eles? 

FRANCISCO A meio mundo vejo com esses aparelhos encostados na orelha falando sozinhos. Depois me explica mais sobre esse invento. Primeiro diga-me como você se chama. 

COLTAN Me chamam de coltan. Sou um mineral negro, raro, muito escasso… 

FRANCISCO Pois irmão Coltan, vim averiguar o que acontece nestas terras.                 Conte-me onde estou. 

COLTAN Está no Congo, no coração da África. Olha a tua direita... Mais além daquelas montanhas, está o berço da Humanidade, onde nasceram os primeiros humanos… 

FRANCISCO  Adão e Eva?

COLTAN Não sei como se chamavam, mas… tudo começou aqui, na África. Agora olha a tua esquerda, para o horizonte. Mais além está o mar. Por essas costas    milhares, milhões de africanos, homens e mulheres, foram levados como escravos a América. Os arrancaram de suas terras e os fizeram trabalhar como animais. A compra e venda de seres humanos durou séculos... 

FRANCISCO Meu pai comerciava tecidos. E aqui comerciavam gente! 

COLTAN Destas terras roubaram tudo: ouro, diamantes, petróleo, urânio... Agora roubam a mim. Antes, eu vivia tranquilo nas profundezas da terra, nem me conheciam. Agora matam por mim. 

FRANCISCO  Como é isso, irmão coltan?

COLTAN Estão desesperados para encontrar-me. Me procuram, me necessitam, me desejam…

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COLTAN Para fabricar todos esses aparelhos precisam de mim. E para possuir-me, matam. Há uma dezena de anos aqui no Congo tem havido guerra atrás de guerra… 

FRANCISCO Guerras!

COLTAN Sim, Francisco, está pisando em mortos… Cinco, seis milhões de homens, de mulheres, de crianças morreram aqui… Quem poderá contá-los? 

FRANCISCO  Quem os mata, irmão coltan?

EFEITO    GUERRA

COLTAN  As corporações transnacionais fazem os povos guerrearem uns contra os outros, vendem armas, organizam guerrilhas, contratam mercenários. Se apoderam das terras em que vivi esquecido tanto tempo.   

FRANCISCO Quando os ricos fazem a guerra, são os pobres que morrem.  

JORNALISTA 1  80 por cento das reservas mundiais de coltan estão no Congo. 

JORNALISTA 2 As empresas eletrônicas abrem cada vez mais minas para extrair coltan.

JORNALISTA 1 Minas custodiadas por militares fortemente armados. 

JORNALISTA 2 Minas que produzem mortais emanações radioativas de urânio e rádio. 

COLTAN Está ouvindo, Francisco? É o funcionamento de uma mina próxima. Sabe como trabalham lá? De sol a sol, como escravos. Comem e dormem próximos das minas. Um mineiro pode extrair um quilo de coltan por dia. Me vendem a 500 dólares o quilo… mas pagam 2 dólares para o trabalhador. As crianças ganham menos: 25 centavos diários.  

FRANCISCO Como? Crianças trabalham nesses lugares?

COLTAN Sim, Francisco. Essas minas parecem formigueiros. São longos túneis que abrem a flor da terra, buracos que escavam nas colinas. Quanto menores são, melhor entram por esses buracos. Trabalham aos milhares… Os recrutam desde os seis, sete anos… Entram e saem, entram e saem e dentro se asfixiam, muitos morrem esmagados... 

JORNALISTA 1  Por cada quilo de coltan morrem duas crianças no Congo.

JORNALISTA 2 O Congo é um dos países mais empobrecidos do planeta. 

JORNALISTA 1  As minas de coltan deixaram florestas arrasadas...

JORNALISTA 2 ... reservas naturais devastadas...

JORNALISTA 1 ... populações de elefantes e gorilas exterminadas...

JORNALISTA 2 ... campos de cultivo convertidos em lodaçais. 

COLTAN Os aparelhos eletrônicos ajudaram muito a teus irmãos humanos, mas também os enlouqueceram.  Os compram, os roubam, os descartam para comprar o último modelo. Consumir, consumir é a única coisa que lhes importa… Uma poluição mental!     

FRANCISCO  Irmão coltan, sabemos o nome de quem condenou Jesus, Pôncio Pilatos… Digamos os nomes das empresas que condenaram a este povo, a este país…

DOIS JORNALISTAS Nokia, Samsung, Motorola, Apple, Dell, Sony, Toshiba, Microsoft, IBM, HP!...  Os nomes destas poderosas empresas estão gravados nos mais de 7 bilhões de telefones móveis que hoje possuem os 7 bilhões de pessoas que povoam nosso planeta... 

COLTAN Em todos eles há um pouco de mim, o coltan. Em todos eles há muito sangue.

Diz o Papa Francisco em sua encíclica Laudato Si, Louvado Sejas: 

Não podemos ignorar que a energia nuclear, a biotecnologia, a informática, o conhecimento do nosso próprio DNA e outras potencialidades que adquirimos, nos dão um poder tremendo. Ou melhor: dão, àqueles que detêm o conhecimento e sobretudo o poder económico para o desfrutar, um domínio impressionante sobre o conjunto do género humano e do mundo inteiro... Nas mãos de quem está e pode chegar a estar tanto poder? É tremendamente arriscado que resida numa pequena parte da humanidade. (Laudato Si 104)

E disse o Papa Francisco nas Nações Unidas:

Na região dos Grandes Lagos, há rostos concretos... Nas guerras e conflitos há seres humanos singulares, irmãos e irmãs nossos,     homens e mulheres, jovens e anciãos, crianças que choram, sofrem e morrem. Seres humanos que se convertem em material de descarte. 
                

PERGUNTAS PARA O DEBATE 

1- É certo que a África é o berço da Humanidade, que nossos genes são africanos?

2- Por que na África há tanta pobreza?

3- Você é viciado em celular ou de algum equipamento eletrônico?

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Atualidades



Fórum Social Mundial: por que no Canadá?

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Montreal (RV) – A cidade canadense de Montreal hospeda desde terça-feira (09/08), mais de 5 mil organizações da sociedade civil de 118 países para a 12ª edição do Fórum Social Mundial (FSM). Pela primeira vez, o evento criado em Porto Alegre em 2001, se realiza em um país do Norte e membro do G7.  

Nos seis dias do Fórum, a reflexão será centrada nos temas: "As alternativas econômicas, sociais e solidárias diante da crise capitalista; A defesa dos direitos da natureza e a justiça ambiental; As migrações e a cidadania sem fronteiras; Os direitos humanos e sociais”.  

Presença brasileira

A delegação do Brasil em Montreal é significativa. Além de Francisco Whitaker, um dos criadores do Fórum de Porto Alegre, vários ativistas brasileiros estão presentes.

Os organizadores afirmam ter escolhido Montreal este ano em função do alto grau de ativismo de sua sociedade civil e seu contato com movimentos recentes, oriundos de outras partes do mundo.

Rede comboniana presente no Fórum

Com o slogan "Um outro mundo é necessário. Juntos torna-se possível", a rede comboniana “Comboni Network” está presente no encontro, participando das cerca de 1300 atividadese 22 grandes conferências temáticas.

Em entrevista à RV, o Pe. Arlindo Pinto, Coordenador de Justiça e Paz do Instituto comboniano, que participa do Fórum, afirma que o conceito da divisão do mundo entre Norte e Sul, com ricos de um lado e pobres do outro, não pode mais ser aplicado. “O Canadá, país anfitrião, afirma, tem o Sul dentro de seu território. Lá são extraídos carvão, ferro, ouro, coltan e gás; 80% dos projetos de extração mineira estão relacionados com o Canadá”.

Falar dos problemas dos pobres na casa dos ricos

O país deve arcar com sua grande responsabilidade no campo social, já que provoca danos junto a pessoas, ao meio abiente e ao clima. “Realizar o FSM no Canadá é ir debater na casa dos ricos debater sobre as suas responsabilidades na pobreza e nas injustças ndo mundo de hoje".

Ouça a entrevista: 

(CM/DA)

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Projeto reúne ações de solidariedade, lista será enviada ao Papa

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Cidade do Vaticano (RV) – "Ninguém é tão pobre que não possa ajudar e ninguém é tão rico que não precise de ajuda".  

Esta era uma das máximas de Dom Helder  Câmara, que dedicou sua vida para promover uma sociedade em que todos, mesmo os mais marginalizados, pudessem experimentar a solidariedade e a misericórdia de Deus.

Impulsionada pelo legado de Dom Helder, a Fraternidade da Esperança (Sermig-Brasil) criou o projeto Floresta que Cresce, ação que destacamos neste Dia Internacional da Juventude. 

"Faz mais barulho uma árvore que cai, do que uma floresta que cresce", diz o ditado popular que se tornou lema para a comunidade. No Brasil, são tantos os jovens vítimas da violência, criminalidade e drogas. Esses fazem barulho... mas, silenciosamente existem pessoas comprometidas em melhorar o mundo, "queremos ser uma floresta que cresce para que as árvores não caíam mais...", lê-se no site da Fraternidade.

O símbolo da Floresta

A princípio, somente as pessoas ligadas ao Arsenal da Esperança eram convidadas a participar do projeto, mas este ano, durante a Celebração do Jubileu da Juventude, o projeto foi lançado para todo o mundo, um convite à prática do bem.

Para mostrar a força desse ideal foi escolhida a imagem de uma “floresta” que se compadece das “árvores que caem”. Um símbolo para todos  que se deixam abater pela falta de esperança e de perspectivas, mas que reage produzindo bons “frutos” para todos.

Deixe sua marca

Qualquer pessoa pode inserir sua boa ação no site que reúnem todas essas atividades. Após cada registro, uma árvore nasce no mapa. Ao clicar em cada árvore, é possível descobrir ações como a “Campanha de doação de sangue”, promovida pelo Projeto Juventude Cultivando a Paz; a “Levando Paz às Ruas”, iniciativa de visita aos moradores de rua, com encontro de oração, promovida pela Comunidade Missão Mensagem de Paz; assim como a “Vigília da Unidade”.

Escolas, paróquias, famílias, pastorais, comitês de bairro, grupos de amigos, movimentos, entre outros, cada um a partir de sua própria realidade pode consolidar caminhos de esperança.

Incentivo

Como incentivo às ações e registro delas no site, Dom Carlos Lema Garcia, bispo responsável pelo Setor Juventude da Arquidiocese de São Paulo, afirma que “cada um de vocês (se tornará) uma árvore que cresce!”.

A coleta dos “frutos” dessa etapa do Floresta que Cresce terminará no dia 20 de novembro, data do encerramento do Ano Santo da Misericórdia. Uma relação completa das ações solidárias realizadas será encaminhada ao Papa Francisco, como resposta ao seu apelo.

Recentemente, em um encontro em um parque de Roma, o Papa falou diretamente aos jovens do Movimento dos Focolares: “Vocês são pessoas que fazem com que o deserto se torne floresta (…). Não devemos ter medo de ir ao deserto para transformá-lo em vida”.

(Arsenal da Esperança/VM)

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Dia Internacional da Juventude, ONU: "a caminho de 2030"

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Nova York (RV) – Celebra-se, neste dia 12 de agosto, o Dia Internacional da Juventude por resolução da Assembleia Geral da ONU, em 1999, em resposta à recomendação da Conferência Mundial de Ministros Responsáveis pela Juventude, reunida em Lisboa, de 8 a 12 de Agosto de 1998.

O tema escolhido para este ano é "A caminho de 2030: erradicar a pobreza e alcançar a produção e o consumo sustentáveis".

O principal objetivo desta data é dar ênfase à educação e à conscientização dos jovens para que assumam a responsabilidade como representantes do futuro do planeta.

Mensagem UNESCO

Por ocasião deste Dia Internacional da Juventude, Irina Bokova, Diretora-geral da UNESCO, enviou uma mensagem aos jovens do mundo inteiro, onde se lê:

“Os jovens não são apenas o nosso futuro, são o nosso presente. Nosso planeta nunca foi tão jovem, com 1,8 bilhão de jovens de ambos os sexos. Eles formam a geração mais conectada, mais sincera e mais aberta às tantas opiniões mundiais. Eles são poderosos agentes de mudanças positivas, essenciais para o avanço da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”.

“Não é suficiente ter esperança em um futuro melhor – diz a mensagem – mas devemos agir, desde já. As mudanças estão em andamento e milhões de cidadãos estão transformando a maneira como produzimos, consumimos, nos comportamos e nos comunicamos”.

Irina Bokova afirma ainda que “existem inúmeras iniciativas em andamento para formar um novo humanismo, novos meios de solidariedade e cidadania para combater a pobreza, a marginalização e o desespero. Por isso, - conclui - hoje, muitos jovens vivem em países menos desenvolvidos e carregam os pesados fardos dos conflitos e da pobreza. Não pode haver desenvolvimento sustentável se os jovens permanecerem à margem”.

Evento no Brasil

O Sistema das Nações Unidas e a Fundação Oswaldo Cruz celebram o Dia Internacional da Juventude com uma mesa redonda, da qual participam jovens de várias camadas sociais de todo o Brasil e altos dirigentes da ONU.

Aproveitando a Rio/2016, o tema deste ano é “Juventudes, Esporte e Desenvolvimento: rota para 2030”. O encontro se realizará na tarde da próxima segunda-feira (15/8).

O objetivo da iniciativa é promover a discussão sobre os desafios e oportunidades para os jovens e seu papel para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que compõem a Agenda para 2030 das Nações Unidas.

Participam jovens e lideranças de articulações e redes que trabalham com a juventude em geral, comunidades tradicionais, afro-religiosas, indígenas e de refugiados, entre outros. (MT)

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