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Sumario del 13/08/2016

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Francisco encontra jovens salvas da prostituição

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Cidade do Vaticano (RV) – “Eu vos peço perdão por todos aqueles homens que vos fizeram sofrer”. No âmbito das “Sextas-feiras da Misericórdia”, o Papa Francisco visitou na tarde de sexta-feira, 12 de agosto, a estrutura romana da “Comunidade Papa João XXIII”, fundada pelo Padre Oreste Benzi, e que acolhe 20 mulheres libertadas da escravidão da prostituição. 

Seis delas são provenientes da Romênia, 4 da Albânia, 7 da Nigéria e as outras três da Tunísia, Itália e Ucrânia. A idade média das hóspedes da estrutura é de 30 anos. Todas sofreram graves violências físicas e vivem sob proteção.

Além das vinte mulheres, o Santo Padre também foi acolhido pelo responsável geral da Comunidade, Giovanni Paolo Ramonda, pelo assistente espiritual, Padre Aldo,  além de dois agentes que atuam nas ruas e a responsável pelo apartamento, localizado no centro de Roma.

Confiança

O Papa permaneceu mais de uma hora no local, rezando junto com a pequena comunidade e ouvindo as tristes experiências vividas pelas jovens, encorajando-as a olhar em frente com confiança. “Se alguém te disser que Cristo não ressuscitou, tu podes dizer a ele que Cristo ressuscitou, porque tu és testemunha disto”, disse Francisco a uma jovem vinda da Romênia para trabalhar como baby-sitter e que viu-se obrigada a prostituir-se nas ruas de Roma.

Perdão

Nos encontros, o Papa Francisco quis quase que desculpar-se pessoalmente com as jovens pelos erros a que foram submetidas: “Peço perdão por todos aqueles católicos e fieis que vos exploraram, abusaram e violentaram”. Este encontro – explicou – servirá para repreender quem merece. “Vivam com esperança e alegria o futuro que vos espera”, exortou ao final.

Eis o que o assistente espiritual da Comunidade, Padre Aldo Bonaiuto, disse em entrevista à Rádio Vaticano sobre a visita improvisada do Papa:

 “Foi uma grande surpresa, sobretudo para as jovens que sofreram tanto por causa da prostituição escravizada. O Papa veio exclusivamente para visitá-las, encontrá-las e ouvir as suas histórias de vida. Elas passaram por momentos de sofrimento, pranto mas também de consolação, como este concedido pelo abraço do Santo Padre. O Papa lhes disse palavras muito belas, mas também muito fortes. Ele pediu perdão, em nome dos cristãos, pelas violências e por todo o mal que receberam. Suas palavras foram comoventes! Após ter ouvido as suas longas experiências de vida e visto as cicatrizes que traziam no corpo, ele as abraçou com carinho. As mulheres que se prostituem pelas ruas são mais de cem mil. O Papa sempre condenou o tráfico e o abuso de seres humanos”.

Tráfico humano, crime contra a humanidade

A visita de hoje do Papa Francisco é um ulterior chamado às consciências para combater o tráfico de seres humanos, tragédia definida pelo Santo Padre como “um crime contra a humanidade” e “uma chaga no corpo da humanidade contemporânea, uma chaga na carne de Cristo”.

O gesto do Pontífice soma-se a outras visitas realizadas no âmbito das “Sextas-feiras da Misericórdia” durante o Jubileu.

Visitas anteriores

De fato, em janeiro Francisco visitou uma casa de repouso de idosos e uma para doentes em estado vegetativo em Tor Spacatta; em fevereiro, uma comunidade para toxicômanos em Castel Gandolfo; em março, na Quinta-feira Santa, o Centro de Acolhida para Refugiados (CARA), de Castelnuovo di Porto; em abril, a visita aos refugiados e migrantes na Ilha grega de Lesbos; em maio a comunidade do “Chicco”, em Ciampino, que acolhe pessoas com graves distúrbios mentais; em junho, duas comunidades romanas para sacerdotes idosos e sofredores.

Na sexta-feira, 29 de julho, durante a viagem à Polônia, o Papa fez a sua “Sexta-feira de Misericórdia” com a oração silenciosa em Auschwitz-Birkenau, a visita às crianças doentes no Hospital Pediátrico de Cracóvia e a Via Sacra com os jovens da JMJ, na presença dos jovens iraquianos, sírios e provenientes de outras zonas de guerra e conflitos.

(JE/MT)

 

 

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Papa aos argentinos: que seja ouvido o grito de tantos pobres

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco enviou sua saudação aos participantes da anual coleta de solidariedade “Más por menos”, a ser realizada na Argentina  nos dias 10 e 11 de setembro. 

A iniciativa - que tem por lema “Mais misericórdia por menos exclusão” - busca arrecadar fundos em favor dos mais pobres do país.

Na mensagem - assinada pelo Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin e endereçada ao Bispo de Humahuaca e Presidente da Comissão Episcopal para a Assistência às regiões mais pobres, Dom Pedro Olmedo - o Santo Padre “encoraja, sobretudo neste Ano Santo da Misericórdia, a se fazer um grande esforço pessoal e comunitário para alcançar tantos irmãos necessitados que se sentem excluídos da sociedade e para levar a eles a proximidade e o amor de Deus”.

Francisco exorta os argentinos “a serem sensíveis ao grito de dor de tantas pessoas marginalizadas e descartadas que, prostradas em sua pobreza, buscam uma mão amiga que as ajude. Que Cristo, verdadeiro rosto misericordioso do Pai – conclui a mensagem – vos conceda experimentar a alegria de compartilhar o vosso tempo, os vossos bens, a vossa vida, com aqueles que Deus ama com um amor de predileção, os mais pobres e abandonados”.

Crise econômica e social

O apelo do Papa chega em um momento em que é retomado o debate sobre a crise. Segundo um recente relatório do Observatório sobre a situação social, elaborado pela Universidade Católica argentina, a situação de vulnerabilidade social está se agravando, sobretudo pela estagnação da economia, pela alta inflação e pelo aumento do desemprego.

No centro do relatório – referido pela Agência Sir – o surgimento dos “novos pobres”, mais de um milhão de pessoas, pertencentes à assim chamada classe médio-baixa e provenientes sobretudo da economia informal, e portanto, em situação de vulnerabilidade.

Trata-se de uma classe – sublinham os autores do estudo – que emerge também após as medidas de adequação econômica decididas pelo novo governo, de uma parte da população que permanece sem proteção diante de somente uma variante econômica negativa e que, com 10% de perda de seu salário real, cai na pobreza.

No dossiê, no qual se fala de uma “pobreza multidimensional” que atinge 20 milhões de argentinos, é explicado que a taxa de desemprego envolve 9,5% da população economicamente ativa e que os dados do final de 2015 falam de 4,4 milhões de pessoas atingidas pela fome e pelo risco de indigência; 7,9 milhões de pessoas sem uma adequada assistência sanitária; 5,6 milhões de pessoas sem acesso a serviços essenciais; 7,2 milhões de pessoas sem uma habitação digna e 7,4 milhões de pessoas sem a instrução necessária.

“É possível que o governo tenha necessidade de tempo, antes que a economia possa iniciar a crescer – afirmam os autores do Relatório – mas serão magros os resultados se durante esta dura transição não se conseguir estabilizar uma distribuição socialmente mais equitativa dos custos causados pela atual adequação econômica e dos recursos disponíveis. É necessário perguntar-se se os custos da herança recebida estão sendo distribuídos com justiça”.

(JE/SC)

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Parolin sobre a Venezuela: prevaleça o bem comum e o senso de justiça

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Cidade do Vaticano (RV) – O Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, presidiu na manhã deste sábado a missa por ocasião da 36ª Tendópole dos Jovens, no Santuário de São Gabriel, aos pés do Gran Sasso.

Do evento – intitulado “A misericórdia se fez tenda” – tomaram parte centenas de jovens provenientes da Itália, Venezuela e Colômbia. O purpurado levou aos participantes do encontro a saudação e a bênção do Papa Francisco.

Na homilia, o Cardeal Parolin recordou o período em que era Núncio na Venezuela. “Sabemos – afirmou – que a Venezuela atravessa por graves dificuldades sociais, políticas e econômicas, que estão levando grandes sofrimentos” à população.

Neste sentido, o purpurado convidou a rezar pela Venezuela e para que “os protagonistas da vida pública e os componentes da sociedade sejam sábios e corajosos para encontrar soluções pacíficas para a presente crise e que prevaleça em todos o sentido do bem comum, da justiça, da solidariedade e do amor!”.

Após, exortou os jovens a seguirem o exemplo de São Gabriel da Virgem Dolorosa, “que confiou e acolheu o convite do Senhor. O fez seguindo a escola de São Paulo da Cruz, escolhendo partilhar a sua espiritualidade, voltada a viver com fidelidade o Evangelho e a anunciar o poder salvífico da Cruz a todos os irmãos”.

“São Gabriel – sublinhou o Cardeal -  com a sua existência tornou tangível o quanto a Paixão é realmente a força que sustenta a Igreja e o caminho de cada homem. Descobriu que a contemplação da Paixão é o melhor modo para compreender até que ponto o Senhor ama as suas criaturas. Ninguém poderá nunca duvidar que o Coração traspassado sobre a Cruz tenha se tornado para nós uma fonte de vida. Daquela ferida chega até nós a misericórdia”.

 

(JE)

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Card. Tauran: No magistério papal, a urgência do diálogo entre cristãos e muçulmanos

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Cidade do Vaticano (RV) – No âmbito da urgência do diálogo inter-religioso, em especial entre cristãos e muçulmanos, reproduzimos o artigo “O antídoto mais eficaz. No magistério papal, a urgência do diálogo entre cristãos e muçulmanos”, escrito pelo Presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean Louis Tauran, e publicado no L’Osservatore Romano.

“Eu estava na França no dia em que o Padre Jacques Hamel foi barbaramente assassinado durante a celebração eucarística na sua paróquia na Normandia.

Durante dois dias a França afundou na consternação: os meios de comunicação social informavam sem cessar, e os analistas recordavam a necessidade do diálogo entre pessoas de crenças diferentes.

A celebração do funeral viu todo o país, inclusive as autoridades políticas, reunido na partilha da dor da família, da paróquia e da diocese.

Tive a impressão de que os franceses se recordassem de que a sua cultura tem raízes na mensagem cristã. O comentário na boca de todos era: On ne tue pas un curé!

Alguns não hesitaram em dizer que as religiões são agentes de paz. Tudo isto é relevante para hoje e para o futuro. Obviamente, estes fatos criminosos ameaçam a credibilidade do diálogo inter-religioso, mas devemos continuar a encontrar-nos, a falar, a trabalhar juntos quando for possível, para que o ódio não prevaleça.

Muitas vezes dou-me conta de que muitos problemas se devem à ignorância de um lado e de outro. E a ignorância gera o medo. Para viver juntos é necessário olhar para quem é diverso de nós com estima, curiosidade benévola e desejo de caminhar lado a lado.

Dificuldades, desilusões, tragédias de ontem e de hoje devem ser meditadas como lições providenciais, das quais cabe aos homens tirar a sabedoria necessária para abrir novas vias mais racionais e corajosas.

Tornou-se urgente aprofundar o conteúdo das nossas religiões com uma catequese minuciosa e nós, católicos, em relação a isso, somos privilegiados porque podemos inspirar-nos no magistério do Papa Bento XVI, o qual, mais do que os outros Pontífices, falou sobre a necessidade do diálogo islâmico-cristão.

Com frequência dizemos que o diálogo religioso corre o risco de acabar no sincretismo. Eu penso o contrário. Aliás, diria que o diálogo inter-religioso é o antídoto mais eficaz para contrastar o relativismo.

De fato, a primeira coisa que se faz no diálogo é professar a própria fé. Não se pode basear o diálogo na ambiguidade.

Portanto, parece-me que um evento como o de 26 de julho de 2016 nos estimula a aprofundar a nossa vida espiritual e a nutri-la com a oração e o estudo.

Faz sempre bem recordar o que João Paulo II afirmou em Kaduna, na Nigéria, no dia 14 de fevereiro de 1982: « Todos nós, cristãos e muçulmanos, vivemos na terra sob o sol do único Deus misericordioso. […] e defendemos a dignidade do homem. Adoramos a Deus e professamos-lhe submissão. [...] Cristianismo e islamismo têm muitas coisas em comum: o privilégio da oração, o dever de justiça acompanhado da compaixão e caridade, e sobretudo um sagrado respeito pela dignidade do homem, que está na base dos direitos fundamentais de cada ser humano, inclusive o direito à vida da criança nascitura».

Por conseguinte, podemos aliás devemos trabalhar juntos e promover a educação religiosa, dado que alguns elementos das sociedades procuram fazer esquecer ou até destruir o aspeto espiritual da vida do homem.

Assassinando o Padre Jacques, quem concebeu este ato ignóbil tinha uma finalidade bem precisa: demonstrar que não é possível a convivência entre muçulmanos e cristãos. Nós demonstramos e acreditamos que, pelo contrário, devemos unir as nossas forças em nome de Deus para agir juntos pela harmonia e a unidade num espírito de sinceridade e de confiança recíproca.

Por sua vez, o Papa Francisco oferece sinais contínuos de que a coexistência fraterna não só é possível, mas conveniente e frutuosa. Por ocasião da peregrinação à Terra Santa, por exemplo, o Papa não hesitou em afirmar diante do Grão Mufti de Jerusalém, a 26 de maio de 2014: «Nesta nossa peregrinação terrena, não estamos sozinhos: cruzamos o caminho de outros fiéis, às vezes partilhamos com eles um pedaço de estrada, outras vezes vivemos juntos uma pausa que nos revigora. [...] Vivemos uma comunicação e um intercâmbio fraternos que podem revigorar-nos e dar-nos novas forças para enfrentar os desafios comuns que se nos apresentam pela frente»”.

Jean-Louis Tauran

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Frei Tasca: a ligação do atual pontificado com a espiritualidade franciscana

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Cidade do Vaticano (RV) –  Quer a recente visita do Papa Francisco à Porciúncula, como a sua oração silenciosa na cela de São Maximiliano Kolbe em Auschwitz - durante a visita à Polônia por ocasião da JMJ - confirmam ulteriormente a ligação do atual pontificado com a espiritualidade franciscana.

Esta é a impressão manifestada ao L’Osservatore Romano pelo Ministro Geral dos Frades Menores Conventuais, Padre Marco Tasca, que acompanhou Francisco em ambos os eventos.

“Exatamente. Na primeira “Regra” – explicou -  o Pobre de Assis escreveu, no Capítulo 16, como os frades devem ir em missão. E introduziu um conceito simples: devem testemunhar que vocês se querem bem. In suma, também aqui, no centro, há a vida. Agora, oito séculos depois, também Francisco insiste nisto: o testemunho da beleza do viver como irmãos, a beleza da comunhão”.

“Eu vejo uma grande conexão entre a espiritualidade franciscana e o método missionário da Evangelii gaudium que o Papa Francisco está levando em frente”, acrescenta o frei Tasca.

“Um segundo aspecto, por outro lado, evoca o Ano Santo da Misericórdia. O Pobre de Assis pediu a Indulgência da Porciúncula, porque tinha um programa: “Quero mandar todos para o Paraíso”. Me parece que este seja o mesmo sonho do Papa: que todos possam encontrar o Evangelho de Deus bom e misericordioso, do Deus acolhedor e que vem ao encontro dos homens”.

Em relação à visita à Basílica Santa Maria dos Anjos, em 4 de agosto, “o Papa se fez peregrino entre os peregrinos para rezar na Porciúncula  – explicou o Ministro Geral dos Frades Menores. Esta realidade que há 800 anos concede graças, misericórdia e paz. Um gesto, o seu, de grande significado. Por meio do qual o Papa diz que rezar na Porciúncula é um caminho a ser percorrido para chegar à paz, à reconciliação, à misericórdia”.

(JE)

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Igreja na América Latina



Igreja argentina promove coleta pela evangelização

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Buenos Aires (RV) - Com o tema "Aquilo que é difícil para alguém, é possível para todos. A missão é nossa", a Arquidiocese de Resistencia, Argentina, organiza para este sábado 13 e domingo 14, a coleta anual em prol da evangelização. 

Em particular - refere a Agência Aica - "convida-se a comunidade para participar da campanha para o sustento da missão evangelizadora da Igreja", dando a própria contribuição.

Fundo para a evangelização

"Dos fundos recolhidos em cada paróquia - continua a nota - 25% ficará à disposição de cada comunidade, enquanto os 75% restantes serão destinados ao assim chamado Fundo para a obra evangelizadora".

A missão da Igreja tem necessidade de todos

A coleta será realizada nas capelas e nos colégios católicos argentinos. Nos locais mais distantes, se estenderá até o final de agosto.

"A comunhão é um dom de Deus que requer uma resposta generosa de nossa parte - lê-se ainda no convite da arquidiocese. Para que a Igreja possa cumprir a sua missão, existe a necessidade da ajuda de todos".

O Presidente do Conselho Econômico da Conferência Episcopal Nacional, Dom Enrique Eguía Seguí, ressalta a necessidade de "haver uma maior consciência da importância de oferecer a própria contribuição para que a evangelização possa se concretizar".

Ajudas para as paróquias mais necessitadas

"Trata-se - acrescenta - da oportunidade de aumentar a compreensão da necessidade que a Igreja tem de todos os fieis. Por isto, todos somos convidados a colocar os nossos talentos a serviço da Igreja, assim como o nosso tempo e a nossa contribuição econômica possível".

Os recursos recolhidos servirão para apoiar a adequada formação dos agentes pastorais, as paróquias mais necessitadas, além de contribuírem para a restauração das estruturas necessárias às atividades pastorais".

(JE/IP)

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Igreja no Mundo



Bispos da África combatem tráfico de órgãos e de seres humanos

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Maputo (RV) – A Conferência Internacional dos Bispos Católicos da África Austral, realizou, de 3 a 5 deste mês, um encontro sobre o “Tráfico de Seres Humanos”, que se concluiu com uma Declaração de Conjunta. 

O evento foi promovido pela Comissão Episcopal para Migrantes, Refugiados e Desabrigados de Moçambique, em colaboração com a Rede da África Austral de Tráfico e Abuso de Menores e a Agência Católica para o Desenvolvimento.

A Conferência internacional contou com a participação de líderes da Igreja Católica da África do Sul, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia, Zimbábue e Moçambique, como também de representantes de Instituições governamentais, ONGs e a sociedade civil

Ação da Igreja

Segundo o Arcebispo de Maputo e Presidente da Conferência Episcopal de Moçambique, Dom Francisco Chimoio, o encontro foi “um momento de partilha e intercâmbio de experiências entre os diversos países africanos”. A Igreja,  disse ele, tem a tarefa de estar ao serviço da vida e da dignidade humana na pessoa de Jesus Cristo.

Por sua vez, o Presidente da Comissão Episcopal para Migrantes, Refugiados e Deslocados de Moçambique, Dom Adriano Langa, afirmou que “com a guerra civil no país, que durou 16 anos, houve muita migração interna e externa; agora é preciso acolhê-los novamente e reintegrá-los na sociedade.

Tráfico de órgãos humanos

A Comissão Episcopal para Migrantes, Refugiados e Desabrigados de Moçambique realizou, recentemente, uma pesquisa no país, que constatou o tráfico de órgãos de seres humanos.

Por outro lado, a representante da Agência Católica para o Desenvolvimento, Clare Dixon, pediu aos governos para unir suas sinergias com o intuito de combater o tráfico de órgãos e seres humanos, um fenômeno que atingiu dimensões alarmantes.

A Conferência Internacional dos Bispos Católicos concluiu com uma Declaração Conjunta. (MT)

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Zâmbia celebra os 125 anos do catolicismo no país

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Lusaka (RV) – “125 anos de amor de Deus e de misericórdia”. Este é o lema com o qual a Conferência Espiscopal Católica de Zâmbia (ZCCB) lançou as celebrações pelos 125 anos do catolicismo no país.

A chegada dos primeiros missionários católicos na nação africana, de fato, remonta a agosto de 1891. As celebrações comemorativas terão a duração de um ano, concluindo-se em 15 de julho de 2017, em Lusaka.

Desafios pastorais do pais e a resposta do Evangelho

Ao apresentar a iniciativa, o Arcebispo de Kasama, Dom Ignatius Chama, recordou os numerosos desafios enfrentados pelos primeiros missionários no país: “Encontraram um povo atemorizado, jovens reduzidos à escravidão, pessoas acusadas de bruxaria e vítimas de homicídios rituais, jovens sem uma escola para estudar, doentes sem nenhum hospital para tratar-se, situações de incesto e poligamia, esposas crianças, homicídios tribais”.

Mas, precisamente diante de tudo isto – observou Dom Chama – os missionários não se renderam e levaram à população local “a Boa Nova do Reino de Deus, a esperança de viver de modo digno e seguro”.

O drama da bruxaria

Contudo – sublinhou ainda o prelado – também hoje o Zâmbia deve enfrentar muitas dificuldades: “Temos ainda casos de matrimônios precoces, considerados até mesmo, em alguns casos, um elemento fundamental da cultura e do costume nacional. Temos ainda a escravidão da poligamia, as acusações de bruxaria e a caça às bruxas que, infelizmente, podem levar à morte de pessoas inocentes”.

Menores não conseguem escolarização

O Arcebispo de Kasama recordou ainda, que no país, “muitas crianças não conseguem ir à escola  devido às grandes distâncias e à falta de infraestrutura, enquanto mulheres e jovens são obrigadas a prostituírem-se para conseguir algum dinheiro para se manter”.

Por fim, no âmbito do Ano Jubilar. A ZCCB auspicia uma visita do Prefeito da Congregação para a Evangelização dos povos, Cardeal Fernando Filoni, no próximo mês de dezembro. (JE)

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Disponível online versão chinesa da "Doutrina Social", do Card. Hoeffner

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Pequim (RV) – A tradução em chinês da “Christliche Gesellschaftslehere”, obra fundamental para compreender a Doutrina Social da Igreja, está disponível online deste sexta-feira (12/08), podendo ser baixada gratuitamente pelos interessados. 

A instituição acadêmica  Ordo Socialis, voltada à promoção da Doutrina e com sede na Alemanha, é a responsável pela publicação na internet, segundo informa a Agência Asianews.

Card. Hoeffner, um dos pais da moderna Doutrina Social da Igreja

O livro, traduzido em italiano como “La dottrina sociale cristiana”, foi publicado pela primeira vez em alemão, em 1962. O autor é o falecido Cardeal e teólogo alemão Joseph Hoeffner, considerado um dos pais da moderna Doutrina.

A tradução chinesa foi realizada com base em uma edição atualizada e surgida no ano 2000 (ainda que seu autor tenha falecido em 1987). A versão impressa não está mais disponível e a editora chinesa, VI Horae, não existe mais.

Obra fundamental para atualizar a Igreja chinesa

A atualização neste campo e no da teologia é de fundamental importância para a Igreja chinesa, que desde o advento do maoísmo – precedente ao Concílio Vaticano II – não conseguiu realizar estudos aprofundados na matéria, devido ao longo isolamento imposto pelo governo até os anos 80 do século passado. Não obstante restrições e censuras, desde o início do século XXI os estudos ganharam um novo impulso.

(JE)

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Formação



Reflexão dominical: despertar o ardor missionário

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Cidade do Vaticano (RV) - Nesta segunda semana do mês de agosto, mês das vocações, a Igreja nos convida a refletir sobre a vocação familiar, dando uma atenção especial aos pais; os pais são os representantes de Deus no seio da  família e os pilares que a sustentam! 

Na família, a figura do pai sempre aparece como ponto de referência, Deus coloca em suas mãos o destino e a segurança da família; a ele são conferidas as maiores responsabilidades!

O Evangelho que a liturgia deste Domingo nos convida a refletir, nos desperta sobre a importância de cultivarmos em nossos corações o ardor missionário!

O anuncio da Boa Nova do Reino incendeia os nossos  corações com um fogo ardente que vai se alastrando por onde passamos, chegando às raízes de outros corações.

O texto que nos é apresentado, a princípio, pode nos parecer de difícil compreensão, mas se meditarmos com profundidade, as palavras de Jesus, vamos compreendê-lo facilmente! “Eu vim lançar fogo sobre a terra...” De fato, Jesus veio purificar o mundo, permitindo que a graça e a salvação brilhem em todo o seu esplendor! O fogo que Jesus veio acender aqui na terra, podemos dizer, é o ardor missionário!

O ardor missionário, é como fogo que queima dentro de nós, que nos faz avançar para as águas mais profundas, até às periferias do mundo, nos tornando propagadores do Evangelho!

Foi através dos missionários de todos os tempos, que a palavra de Deus se espalhou e continua espalhando no mundo como fagulhas de fogo, de um fogo que nada e ninguém conseguem apagar!

Ao trazer-nos a verdade que liberta, Jesus provocou divisões, porque incomodou os que não estavam comprometidos com a vida, os que se beneficiam com um sistema opressor. O anuncio da verdade, incomoda quem quer continuar vivendo na mentira, explorando o povo!

Evidentemente, Jesus veio dividir, porque nem todos querem aceitá-Lo! A divisão na família, a que Jesus se refere, é a consequência de aceitar ou não a sua proposta; em uma família, uns  aceitam a sua proposta, outros não. Todos são chamados, mas nem  todos aceitam a sua proposta. Por isso, nem todos serão salvos!

Os que aderem à proposta de Jesus serão salvos porque vivem segundo a vontade de Deus! Os que optarem pelas propostas do mundo, serão excluídos da salvação!

Jesus não veio trazer a Paz. Pelo contrário, provocou conflitos, incomodou os inimigos da Paz! O que Jesus nos trouxe mesmo  foi a arma para conquistarmos a Paz, o seu Amor, manifestado na sua ressurreição; Ele abriu o caminho para a verdadeira paz, uma paz contrária à paz que o mundo oferece com armas que ceifam vidas!

A paz, que é fruto da ressurreição de Jesus, foi conquistada com a arma mais poderosa que existe e que gera a vida: o Amor! Esta é a paz que todos nós podemos ter, mesmo em meio às turbulências do mundo, que continua rejeitando o dom e o dono da Paz!

Quem faz a opção por Jesus e adere às suas propostas é criticado, rejeitado, excluído. A sua cruz é inevitável como o foi para Jesus. 

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Atualidades



Editorial: a integração da diversidade

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Cidade do Vaticano (RV) - Uma foto chamou a atenção do mundo nos primeiros dias da Olimpíada. De um lado da rede, na disputa do vôlei de praia, uma atleta muçulmana completamente vestida e, do outro, uma atleta ocidental, devidamente “uniformizada” para o jogo nas areias de Copacabana.

 

No Brasil, muitos consideraram a cena um “choque cultural”. No entanto, a imagem também oferece a possibilidade de outras interpretações: uma delas é a da integração da diversidade.

No Oriente muçulmano, cobrir-se é uma obrigação religiosa para muitas mulheres. No Ocidente cristão, despir-se é sinal de liberdade e emancipação feminina. Mas qual liberdade? E qual obrigação?

Divididas por aquela rede sutil que permite que ambos os lados se mirem nos olhos, misturam-se as duas culturas onde ser mulher é uma disputa diária pelo “ouro olímpico” na modalidade da dignidade feminina.

A difícil tarefa de enxergar a partir da visão do outro pode ajudar a expandir os horizontes da compreensão de um ocidental que vê a cena e se questiona: mas, por que, toda coberta?

Provavelmente, a atleta muçulmana sequer considera esta questão. Para ela, é algo natural e simples, mesmo que muitos vejam isso como repressão imposta pela religião. E ser natural e simples às vezes provoca reações um tanto quanto adversas em opiniões mais restritivas.

E o que dizer da liberdade da atleta cujo uniforme é um biquíni? Ao que parece, o traje oficial da modalidade não oferece muita “liberdade” de escolha. E isso também é natural e não significa que a atleta seja vítima de uma cultura em que a mulher é vista como objeto.

Uma característica inerente ao esporte é a capacidade que este tem de colocar em segundo plano as diferenças, e o Papa sabe disso. Tanto é que em sua mensagem ao povo brasileiro por ocasião do início da Olimpíada, Francisco afirmou:

“Diante de um mundo que tem sede de paz, tolerância e reconciliação, faço votos de que o espírito dos Jogos Olímpicos possa inspirar a todos, participantes e espectadores, a combater o bom combate e a terminar juntos a corrida, almejando alcançar como prêmio não uma medalha, mas algo muito mais valioso: a realização de uma civilização onde reine a solidariedade, fundada no reconhecimento de que todos somos membros de uma única família humana, independentemente das diferenças de cultura, cor da pele ou religião”.

A emblemática foto do vôlei de praia da Rio 2016 passa a ser uma peça fundamental no quebra-cabeça que forma esta “única família humana”.

E se fundamenta na mulher-atleta, a verdadeira chama olímpica que promove a transformação cultural da sociedade também por meio do esporte – seja de biquíni ou de véu islâmico.

Em uma de suas mensagens no Twitter nesta semana que termina, o Papa novamente recordou a importância de se defender a diversidade cultural.

“Uma sociedade com culturas diferentes deve buscar a unidade no respeito”, escreveu.

Somente reconhecendo e respeitando a diversidade é que a sociedade poderá reencontrar o norte que leva à Verdadeira Liberdade, que não distingue e não reprime, integra e une.

(rb)

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Oss. Romano recorda encontro de João XXIII e Rada Khrushchov, falecida aos 87 anos

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Moscou (RV) – Faleceu este sábado aos 87 anos, em um hospital de Moscou, a jornalista Rada Khrushchov, filha do ex-líder soviético Nikita Khrushchov.

Ao recordá-la, o L’Osservatore Romano sublinha que seu nome está intimamente ligado, sobretudo, ao histórico encontro com João XXIII, no Vaticano, em 7 de março de 1963. O Papa Roncalli recebeu-a em audiência, acompanhada pelo marido, Alexei Adjubei, também ele jornalista.

Nascida em Kiev em 1929, Rada havia trabalhado como jornalista em diversos meios de comunicação soviéticos.

Apreço pelos esforços pela paz

Referindo-se ao histórico encontro no Vaticano, o L’Osservatore Romano recorda que Rada, até o último instante, não sabia ao certo se realmente havia encontrado o Pontífice: “Meu marido e eu estávamos presentes na entrega do Prêmio Balzan e, ao final da cerimônia, fomos acompanhados à Biblioteca onde o Papa já nos aguardava”. Auxiliados por um tradutor, “entregamos a João XXIII uma carta de meu pai que manifestava apreço pelos seus esforços pela paz”. E “em resposta o Papa nos deu uma carta, onde auspiciava a esperança de futuros passos para uma aproximação”.

Origens comuns

Com emoção – refere ainda o L’Osservatore Romano – Rada Khrushchov recordava ainda como o Papa Roncalli havia colocado em evidência “as comuns origens camponesas com o meu pai” e também as comuns dramáticas experiências das duas guerras mundiais”.

Depois, conta comovida: ele “quer ouvir da minha própria voz o nome de meus três filhos: Alexei, Nikita, ‘como o nono’, disse o Papa, e Ivan, ‘isto é, João, como eu”.

O Pontífice entregou um terço para Rada e ao marido as medalhas cunhadas por ocasião do Concílio Vaticano II.

Pacem in terris

“No final, nos acompanhou até a porta e o que aconteceu depois é conhecido: mas na realidade, João XXIII, o que pretendia nos dizer o expressou muito bem pouco depois na Encíclica Pacem in terris”...

Na edição de sexta-feira 8 de março de 1963, justamente ao final do discurso do Papa pelo Prêmio Balzan, o L’Osservatore Romano noticiou o encontro do Pontífice com “o Senhor Alexei Adjubei, Diretor do jornal Izvestia e esposa, que haviam manifestado o desejo de encontra o Santo Padre”.

No decorrer dos anos – recorda por fim o jornal da Santa Sé – quer a filha de Khrushchov como o marido, continuaram a manter estreitas ligações com os protagonistas daquela estação de diálogo corajoso e de compromisso pela paz.

 

(JE)

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Fórum Social Mundial: Norte deve rever exploração do Sul

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Montreal (RV) – Prossegue em Montreal, no Canadá, o Fórum Social Mundial, que nesta sua 12ª edição tem como tema "Um outro mundo é necessário. Juntos torna-se possível". Pela primeira vez, o evento que reúne associações e movimentos provenientes de todo o mundo, é realizado em um país industrializado.

A Rádio Vaticano conversou com o Padre Efrem Tresoldi, Diretor da revista “Nigrizia”, dos combonianos, e participante do evento: 

“A escolha desta cidade, que está pela primeira vez no mundo ocidental, foi decidida pelo fato de que muitos dos problemas do Sul do mundo têm as próprias raízes aqui, no Norte. Eu diria de uma forma mais explícita: o Canadá é uma das nações do Norte do mundo que tem grandes investimentos minerais no Sul, na África, na América Latina... O significado da escolha de Montreal é justamente o de indicar que a solução dos problemas do Sul do mundo deve também partir daqui, do Norte do mundo.  Em uma região onde, precisamente, existem estas grandes companhias que levam em frente a exploração dos recursos do Sul do mundo, deixando pouco às pessoas do lugar e poluindo o ambiente, violando os direitos humanos. E assim o significado é precisamente este: criar uma maior tomada de consciência do Norte do mundo em relação aos tantos problemas e conflitos, também armados, que ocorrem no Sul do mundo, onde as potências ocidentais - mas também aquelas emergentes da Ásia - levam em frente esta exploração sem critérios, violando também os direitos ambientais”.

RV: Portanto, do Fórum Social Mundial eleva-se este grito, frequentemente de dor e de sofrimento, do Sul do mundo. Mas o Norte do mundo está preparado para uma mudança radical, para um exame de consciência?

“Não está, certamente, pronto. Mesmo que existam – e continuam a trabalhar – muitos movimentos, organismos governamentais comprometidos em promover esta sensibilização, também pelo fato de que não é somente pelo bem dos povos do Sul do mundo que devemos nos comprometer. Devemos nos comprometer também pelo próprio planeta que sofre. Portanto, as consequências de uma economia, voltada somente ao lucro e ao capital, são deletérias para todos, não somente para o Sul do mundo: sabemos como esta economia baseada nos combustíveis fósseis leva realmente ao aquecimento do planeta com todas as consequências  das mudanças climáticas”.

RV: Qual é o balanço depois de 15 anos do primeiro Fórum realizado em 2001 em Porto Alegre?

“O balanço destes 15 anos, do primeiro World Social Forum no Brasil, é que este mundo novo, este outro mundo, é possível. Mas é possível somente se trabalharmos juntos: esta é, um pouco, a palavra chave. É este “juntos”. Deve-se, isto é, procurar colocar-se em rede com tantas outras organizações que trabalham com o mesmo objetivo, para além das diferenças de fé ou de crenças. Deve-se estar unidos pelo mesmo ideal de uma economia sustentável do ponto de vista dos direitos humanos. Uma economia sustentável e equitativa também no que diz respeito aos recursos da terra. Portanto, este “juntos”, torna-se um pouco um chamado a uma maior colaboração e cooperação entre as várias entidades e organizações empenhadas pela justiça social e ambiental”.

(JE/AL)

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Fidel Castro completa 90 anos: decisivos encontros com três Papas

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Cidade do Vaticano (RV) – Fidel Castro completa este sábado 90 anos. Em toda a Cuba estão previstos espetáculos e eventos para homenagear o líder da Revolução Cubana. 

Castro afastou-se progressivamente da vida pública há cerca de dez anos, quando, após uma cirurgia, passou o poder ao irmão Raúl, nomeado Presidente da ilha caribenha em 2008. Desde então, foram iniciadas diversas reformas e a normalização das relações com a comunidade internacional.

O papel da Igreja Católica

“Na abertura de Cuba ao mundo e do mundo a Cuba” foi decisivo o papel diplomático da Igreja Católica, inicialmente com João Paulo II e Bento XVI, e depois com a ação do Papa Francisco que levou à normalização das relações entre Washington e Havana.

Em 20 de setembro de 2014, Fidel recebeu o Papa Francisco em sua residência na capital cubana. O ‘comandante” doou ao Pontífice, na ocasião, uma cópia do livro “Fidel e a religião”, do Frei Betto (1997), com uma dedicatória: “Para o Papa Francisco por ocasião de sua visita a Cuba, com admiração e o respeito do povo cubano”. O ex-Presidente havia feito algumas perguntas ao Santo Padre, referentes, em particular, à defesa do meio-ambiente e à situação atual do mundo.

Fidel Castro também encontrou o Papa Wojtyla em 1996, no Vaticano, e em 1998 em Cuba. O encontro com Bento XVI, por sua vez, realizou-se em Havana, em 2012.

Para traçar um perfil de Castro e a situação em Cuba nesta fase de mudanças, a Rádio Vaticano conversou com Roberto Da Rin, expert em questões sul-americanas da “Sole 24 ore”:

“Castro chega aos 90 anos, antes de tudo lúcido e em condições de saúde discretas. Ele está acompanhando um país que está profundamente transformado, em relação aos objetivos que ele havia traçado, mesmo se, na realidade e não obstante as reformas, não obstante o degelo com os Estados Unidos, a maior parte dos cubanos continue a viver em condições de restrições evidentes. Obviamente, quem entre os cubanos está ligado ao circuito do dólar, e portanto do turismo, vive em uma situação de privilégio, mas esta é uma minoria”.

RV: Como mudou a atitude de Castro? Existe um socialismo real que perdeu a sua força?

“Então, o socialismo real em Cuba nunca existiu, simplesmente pelo fato de que este é um país tropical e não foi possível implantar modelos econômicos e existenciais que, pelo contrário, distinguiram outras regiões. Nestes dez anos as coisas mudaram, efetivamente, no sentido de que, se em 2006, quando Fidel deixou de fato campo livre a Raúl, foram iniciadas reformas econômicas: agora existem mais de 400 mil “cuentapropistas” – como assim são chamados – ou seja, trabalhadores autônomos que não são dependentes do Estado e começaram pequenas atividades comerciais. Esta faixa de pequenos comerciantes está se expandindo: este é o dado mais relevante que se pode constatar. O que vale a pena salientar é que permanecem problemas de caráter substancial: a dupla moeda é o primeiro; o segundo é a continuação das reformas que são implementadas a cada semana, mas com uma potencial vitória de Trump – e isto está escrito nos jornais de todo o mundo – poderiam sofrer uma parada”.

RV: Qual foi a contribuição da Igreja Católica para a abertura do mundo a Cuba?

“A Igreja Católica contribuiu de maneira determinante, porque já o Papa Wojtyla e o atual Papa Francisco – que naquele momento era Arcebispo de Buenos Aires – foram os grandes artífices das relações entre a Igreja e Cuba, tanto que na viagem de Wojtyla, esta missão foi preparada nos detalhes precisamente pelo então Arcebispo Bergoglio. A Igreja tem, sem sombra de dúvida, um papel relevante. Agora, naturalmente, o papel de mediação que foi realizado, permitiu o grande degelo iniciado há dois anos com este anúncio contemporâneo de Obama e Raúl Castro, Obama em Washington e Raúl em Havana, em que se dizia: “Não somos mais inimigos, estamos próximos”.

RV: Um diálogo, o que Fidel Castro teve com a Igreja Católica desde o fim do degelo, nos primeiros anos da década de 90: uma ligação direta que nunca se rompeu...

“Absolutamente: sim, houve um a ligação direta. E depois, não esqueçamos que Fidel Castro estudou com os jesuítas, e que Cuba, naturalmente, em parte é um país católico e portanto o terreno era bastante fértil...”.

 

(JE/MG)

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