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Sumario del 01/09/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa propõe nova obra de misericórdia: o cuidado com a casa comum

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Rádio Vaticano (RV) – A mensagem do Papa para o Dia Mundial de Oração e Cuidado da Criação, celebrado em 1º de setembro, é apresentada sob um único capítulo: “Usemos de misericórdia para com a nossa casa comum”, dividida em 6 subtítulos.

 

Quando instituiu o Dia Mundial de Oração e Cuidado da Criação em 2015, ano do lançamento da Encíclica Laudato Si, Francisco explicou o porquê deste dia:

“Para oferecer a cada fiel e às comunidades a preciosa oportunidade de renovar a adesão pessoal à sua vocação de guardiões da criação, elevando a Deus o agradecimento pela obra maravilhosa que Ele confiou ao nosso cuidado, invocando a sua ajuda para a proteção da criação e a sua misericórdia pelos pecados cometidos contra o mundo em que vivemos”.

No primeiro subtítulo que fala sobre a Terra que clama, o Papa recorda que 2015 foi o ano mais quente da história e que, provavelmente, 2016 será ainda mais.

“Como salienta a ecologia integral, os seres humanos estão profundamente ligados entre si e à criação na sua totalidade. Quando maltratamos a natureza, maltratamos também os seres humanos. Ao mesmo tempo, cada criatura tem o seu próprio valor intrínseco que deve ser respeitado. Escutemos ‘tanto o clamor da terra como o clamor dos pobres’ e procuremos atentamente ver como se pode garantir uma resposta adequada”, destaca o Pontífice.

Conversão ecológica

A seguir, o Papa cita o Patriarca Bartolomeu que tem evidenciado os pecados contra a criação.

Neste ponto, Francisco pede em sua mensagem que “aprendamos a procurar a misericórdia de Deus para os pecados contra a criação que até agora não soubemos reconhecer nem confessar; e comprometamo-nos a dar passos concretos no caminho da conversão ecológica”,

A consciência ecológica, todavia, toma forma somente após algumas reflexões, explica o Papa:

“Depois de um sério exame de consciência e habitados por tal arrependimento, podemos confessar os nossos pecados contra o Criador, contra a criação, contra os nossos irmãos e irmãs”.

Mudar de rumo

“O exame de consciência, o arrependimento e a confissão ao Pai, rico em misericórdia, levam-nos a um propósito firme de mudar de vida”, destaca Francisco.

O Pontífice recordar algumas coisas práticas apresentadas por ele na Laudato Si e que cada um de nós pode fazer para respeitar a criação.

“Utilizar com critérios o plástico e o papel, não desperdiçar água, comida e eletricidade, diferenciar o lixo, tratar com zelo os outros seres vivos, usar os transportes públicos e partilhar o mesmo veículo com várias pessoas”.

A estas pequenas ações de grande importância somam-se os compromissos em nível global, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e o Acordo de Paris.

“Os governos têm o dever de respeitar os compromissos que assumiram, enquanto as empresas devem responsavelmente cumprir a sua parte, e cabe aos cidadãos exigir que isto aconteça e também se aponte para objetivos cada vez mais ambiciosos”, exorta o Papa.

Nova obra de misericórdia

Ao concluir a mensagem, sob uma ótica holística da vida humana que na sua totalidade inclui o cuidado da casa comum, Francisco diz:

“Tomo a liberdade de propor um complemento aos dois elencos de sete obras de misericórdia, acrescentando a cada um o cuidado da casa comum".

E explica:

"Como obra de misericórdia espiritual, o cuidado da casa comum requer 'a grata contemplação do mundo', que 'nos permite descobrir qualquer ensinamento que Deus quer nos transmitir por meio de cada coisa'. Como obra de misericórdia corporal, o cuidado da casa comum requer aqueles 'simples gestos quotidianos, pelos quais quebramos a lógica da violência, da exploração, do egoísmo' e se manifesta o amor 'em todas as ações que procuram construir um mundo melhor'”.

A Rádio Vaticano transmite ao vivo nesta quinta-feira (1º/9) a Vigília de Oração com o Papa na Basílica de São Pedro a partir das 11h50 de Brasília.

(rb)

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Cantalamessa: Ecologia sem glorificação a Deus torna o universo opaco

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Cidade do Vaticano (RV) –  O Papa Francisco, na tarde desta quinta-feira, 1º de setembro, presidiu na Basílica de São Pedro às Solenes Vésperas pelo Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação. A data foi instituída pelo Santo Padre em 2015, unindo assim a Igreja Católica a uma iniciativa que já era realizada pelas Igrejas Ortodoxas. 

“Ó homem, por que tens de ti um conceito tão baixo, quando és tão precioso para Deus?”. Com esta frase - extraída dos Discursos de São Pedro Crisólogo, século V - o Pregador da Casa Pontifícia, Frei Raniero Cantalamessa, iniciou sua longa e articulada reflexão, intitulada “Rezar pela Criação ou rezar com a Criação?”.

Desde o século V – explicou Frei Raniero – “mudou o motivo pelo qual o homem despreza a si mesmo, mas não mudou o fato”. “Hoje o motivo do desprezo é que o homem é menos que nada na imensidão  ilimitada do universo”.

O homem diante do universo

Para contrastar a afirmação de muitos cientistas ateus, que defendem a total marginalidade e insignificância do homem no universo, Frei Raniero propõe um enunciado de Dionísio, o Aeropagita, do século VI que diz, que “não se deve refutar as opiniões dos outros, nem se deve escrever contra uma opinião ou uma religião que não parece boa. Se deve escrever somente a favor da verdade e não contra os outros”. “Não se deve absolutizar este princípios – reiterou -  porque às vezes pode ser necessário refutar doutrinas falsas e perigosas; mas é certo que a exposição positiva da verdade é mais eficaz do que não a rejeição do erro contrário”.

Soberania do homem

Referindo-se novamente ao discurso de Crisólogo, o Pregador da Casa Pontifícia diz que o autor reafirma “a ideia bíblica da soberania do homem sobre o cosmos”, visão completada por São Paulo que indica o lugar que Cristo ocupa nele:

“Estamos diante de um “ecologismo humano” ou “humanístico”: um ecologismo, isto é, que não é um fim por si só, mas em função do homem, não só, naturalmente, do homem de hoje, mas também daquele futuro”.

Criado à imagem e semelhança de Deus

O pensamento cristão nunca deixou de interrogar-se sobre o porque desta transcendência do homem em relação ao resto da criação, encontrando sempre a resposta na afirmação bíblica de que “o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus”.

O renovado diálogo com o pensamento ortodoxo, tornou possível à teologia dar uma explicação realmente satisfatória para a questão, que “é saber em que consiste ser a imagem de Deus”:

“Tudo se alicerça na revelação da Trindade operada por Cristo. O homem é criado à imagem de Deus, no sentido que participa da íntima essência de Deus, que é de ser em relação  de amor entre Pai, Filho e Espírito Santo”. “Eles não têm uma relação entre si, mas são a relação”, como define Santo Agostinho.

Liberdade do homem

Somente o homem - enquanto pessoa capaz de relações livres e conscientes – participa desta dimensão pessoal e relacional de Deus. “Sendo a Trindade uma comunhão de amor, criou o homem como um “ser em relação”. É neste sentido que o homem é “a imagem de Deus””.

O abismo entre Deus e a criatura humana “é preenchido pela graça”, tornando-se “menos profundo do que aquele existente entre o homem e o resto da criação”. Com a redenção operada por Cristo, o homem tornou-se “partícipe da natureza divina”.

Triunfalismo racial?

Esta visão poderia levantar objeções, não somente por parte dos não-crentes: “Tudo isto não é triunfalismo racial?”, levando a um domínio indiscriminado do homem sobre o resto da criação, com as consequências facilmente imagináveis e, infelizmente já em curso?:

“A resposta é: não, se o homem se comporta realmente como imagem de Deus. Se a pessoa humana é imagem de Deus enquanto é “um ser em comunhão”, isto quer dizer que menos se é egoísta, fechados em si mesmos e esquecidos dos outros, mais se é pessoa realmente humana”.

Neste sentido, “a soberania do homem sobre o cosmos não é um triunfalismo de espécie, mas assunção de responsabilidade pelos mais fracos, os pobres, os indefesos. O único título que eles têm para serem respeitados, na ausência de outros privilégios e recursos, é o de ser pessoa humana”.

Deus que ouve o grito dos pobres

“O Deus da Bíblia – mas também de outras religiões – é um Deus “que ouve o grito dos pobres”, que “tem piedade dos fracos e do pobre”, que “defende a causa dos miseráveis”, que “faz justiça aos opressores”, que “nada despreza daquilo que criou”.

A encarnação do Verbo trouxe uma razão a mais para “para assumir o cuidado dos fracos e do pobre, independente da raça ou da religião a que pertença. Com a encarnação, o homem escolheu ser “não rico e poderoso, mas pobre, fraco e indefeso”.

São Francisco

Este foi o passo em frente que Francisco de Assis permitiu que a teologia desse, explicou o Pregador da Casa Pontifícia, “superando o dogma necessário para contrastar a heresia” da época, e que não podia permanecer nisto.

O que comoveu Francisco até as lágrimas no Natal, foi a humildade a pobreza do Filho de Deus:

“Nele, o amor pela pobreza e o amor pela criação andavam lado a lado e tinham uma raiz comum na sua radical renúncia em querer possuir. Francisco pertence a esta categoria de pessoa do qual São Paulo nos diz que “não tendo nada, possuíam tudo””.

Papa Francisco

O Papa Francisco – afirma o Frei Raniero – acolhe esta mensagem quando faz “da íntima relação entre os pobres e a fragilidade do planeta” um das “pedras angulares” da sua Encíclica sobre o ambiente”:

“O que de fato produz, ao mesmo tempo, os piores danos ao ambiente e a miséria de imensas massas humanas, se não o insaciável desejo de alguns de fazer aumentar sem medidas as próprias posses e lucros? À terra se deve aplicar aquilo que os antigos diziam da vida: a ninguém é dada em propriedade, a todos em uso”.

Terremoto

A verdade de que não somos os donos da terra nos é recordada por acontecimentos como “o terrível terremoto da semana passada” e que nos leva a perguntar: “Onde estava Deus?”, questionamento para o qual não temos uma pronta resposta:

“Algo, porém, a fé nos permite dizer. Deus não projetou a criação como se fosse uma máquina ou um computador, onde tudo é programado desde o início em cada detalhe, salvo a operar periodicamente atualizações. Por analogia com o homem, podemos falar de um tipo de “liberdade” que Deus deu à matéria de desenvolver-se segundo leis próprias. Neste sentido ( mas somente neste), podemos até mesmo compartilhar o ponto de vista dos cientistas não-crentes que falam de “acaso e necessidade”. Na evolução tudo ocorre “por acaso”, mas o próprio acaso é previsto pelo Criador e não é “por acaso””.

Assim, à pergunta “Onde estava Deus na noite de 23 de setembro, o fiel não hesita em responder com toda a humildade: “Ele estava ali sofrendo com as suas criatura, acolhendo na sua paz as vítimas que batiam á porta de seu Paraíso”.

Ecologia sem doxologia

O Frei capuchinho recorda que existem muitas tarefas do homem em relação à criação, “algumas mais urgentes que outras, como a água, o ar, o clima, a energia, a defesa das espécies em risco. Disto se fala em todos os ambientes e encontros que se ocupam de ecologia. Mas faz uma ressalva:

“Existe porém, um dever pela criação do qual não se pode falar se não em um encontro entre fieis e é justamente por isto que foi colocado ao centro deste encontro de oração. Tal dever é a doxologia, a glorificação de Deus pela criação. Uma ecologia sem doxologia torna o universo opaco, como um imenso mapa-múndi de vidro, privado da luz que deveria iluminá-lo por dentro”.

Glorificação de Deus

A tarefa primordial das criaturas em relação à criação é de emprestar a ela a sua voz. Foram necessários milhares de anos para que o universo chegasse “à luz da consciência”, alcançada quando apareceu aquela que Teilhard de Chardin chama de “fenômeno humano”. “Mas agora que o universo chegou à sua linha de chegada, exige que o homem cumpra o seu dever, que assuma, por assim dizer, a direção do coro e entoe em nome de toda a criação: “Glória a Deus no alto dos céus!””.

“Nós, crentes, devemos ser a voz não somente das criaturas inanimadas, mas também dos nossos irmãos que não têm a graça da fé. Não esqueçamos, em particular, de glorificar a Deus pelas brilhantes realizações da técnica. São obras do homem, é verdade, mas o homem, de quem é obra? Quem o fez?”.

A glorificação – sublinha Frei Raniero – não serve naturalmente a Deus, mas a nós:

“Com ela, se redime a criação da senilidade e da vaidade, isto é, do não-senso, em que a arrastou o pecado dos homens e a arrasta hoje a incredulidade do mundo”.

Rezar "com" a criação

São Francisco de Assis – conclui o Pregador da Casa Pontifícia – tem algo a dizer ainda hoje a propósito do ecologismo:

“Ele não reza “pela” criação, pelo seu cuidado (no tempo dele não havia ainda necessidade), reza “com a criação”, ou “pela causa da criação”, ou ainda “por motivo da criação”. São todas nuances presentes na preposição “pelo” por ele usada: “Laudato Si, meu Senhor, pelo irmão sol, pela irmã lua, pela irmã mãe terra”. O seu canto é uma doxologia e um hino de ação de graças. Mas precisamente disto deriva o respeito extraordinário por cada criatura pelo qual queria que até às ervas selvagens fosse deixado um espaço para crescer”.

(JE)

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Programa da visita do Papa a Assis: Dia Mundial de Oração pela Paz

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Cidade do Vaticano (RV) – A Sala de Imprensa da Santa Sé publicou, nesta quinta-feira (01/9), o Programa da Visita que o Papa vai fazer a Assis, no próximo dia 20 de setembro, por ocasião do Dia Mundial de Oração pela Paz, cujo tema será: “Sede de paz: religiões e culturas em diálogo”.

O Santo Padre vai deixar o Vaticano, de helicóptero, às 10h30, hora local (5h30 de Brasília). Após cerca de meia-hora chegará ao campo esportivo “Migaghelli”, em Santa Maria dos Anjos, onde será acolhido por Dom Domenico Sorrentino, Arcebispo de Assis, e autoridades civis e religiosas locais.

A seguir, se dirigirá ao Sacro Convento de Assis, onde encontrará o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeo I; um Representante Muçulmano; o Arcebispo de Cantuária, Justin Welby; Patriarca Siro-Ortodoxo de Antioquia, Efrém II; um Representante do  Judaísmo; o Líder Supremo dos “Tendai”, Japão.

Todos juntos se dirigirão ao Claustro de Sisto IV, onde estarão reunidos os Representantes das Igrejas e Religiões Mundiais, e os Bispos da região italiana da Úmbria.

Depois da saudação a cada um dos Representantes religiosos, o Santo Padre se dirigirá ao refeitório do Sacro Convento de Assis para o almoço, do qual participarão algumas vítimas das guerras.

Durante o almoço, o Presidente da Comunidade romana de Santo Egídio, Marco Impagliazzo, vai recordar os 25 anos de governo de Bartolomeu I no Patriarcado de Constantinopla.

Na parte da tarde, o Papa manterá encontros pessoais com Bartolomeo I, o Representante Muçulmano, o Arcebispo de Cantuária, o Patriarca Efrém II e o Representante do Judaísmo.

Às 16h00 (11h00 de Brasília, haverá momentos de oração pela Paz, na Basílica Inferior de São Francisco: Oração Ecumênica dos Cristãos.

Depois da oração, todos os participantes saem da Basílica Inferior, se encontram com os Representantes das outras Confissões Religiosas, que rezaram pela Paz em outros lugares, tomam lugar no palco montado na Praça São Francisco, para a cerimônia conclusiva. Serão pronunciadas Mensagens de uma vítima da guerra e das principais autoridades Religiosas.

Depois da saudação de André Riccardi, Fundador da Comunidade romana de Santo Egídio, o Papa Francisco pronunciará seu discurso.

Por fim, será lido um Apelo de Paz, que será entregue a Crianças de várias Nações; haverá um momento de silêncio pelas vítimas das guerras; a assinatura do Apelo de Paz; a ascensão de dois candelabros e o intercâmbio da Paz.

O Santo Padre se despede dos presentes e regressa, de helicóptero, ao Vaticano, onde chegará pelas 19h35 (14h35 de Brasília). (MT)

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Conferência internacional contra o tráfico de seres humanos na África

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Cidade do Vaticano (RV) - O Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes e a Caritas Internacional promovem de 5 a 7 de setembro próximo, em Abuja, Nigéria, uma Conferência Internacional sobre o Tráfico de seres humanos na África e da África para sensibilizar sobre o problema e dar esperança.

A Conferência será uma ocasião propícia para promover o diálogo e a cooperação entre as principais partes interessadas, como as Organizações religiosas internacionais e regionais, as Forças da Ordem, e as Organizações Não-Governamentais (ONG).

A Conferência Internacional pretende ainda reforçar os elos de união entre as partes interessadas, promover estratégias e ações comuns e partilhar as melhores práticas para prevenir e combater o tráfico de seres humanos e a escravidão; quer também oferecer ajuda e dar esperança às vítimas. (MT)

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Jubileu do Mundo do Voluntariado e dos Agentes de Misericórdia

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Cidade do Vaticano (RV) – Inicia-se nesta sexta-feira (02/9), em Roma, o Jubileu do Mundo do Voluntariado e dos Agentes de Misericórdia, que será dedicado, de modo especial, às vítimas do terremoto no centro da Itália.

Algumas obras de misericórdia, que poderão ser feitas nestes três dias do evento Jubilar, são: prestar consolo às famílias que sofrem pela perda de seus entes queridos e dos seus bens no terremoto no centro da Itália; levar um sorriso e gestos de amizade aos irmãos portadores de deficiência física e oferecer um pouco de tempo livre aos encarcerados.

O convite do Papa é dirigido a todos os Voluntários e Agentes de Misericórdia do mundo inteiro, porque cada um é chamado a ser agente de misericórdia, mediante atos e gestos concretos. O convite é dirigido também aos que não poderão vir a Roma para o Ano Jubilar.

Os Voluntários e Agentes da Misericórdia participarão, neste sábado (03/9) da Audiência Jubilar, que o Papa concederá na Praça São Pedro, e, domingo, da solene concelebração Eucarística de Canonização de Madre Teresa de Calcutá, presidida pelo Santo Padre na Praça São Pedro, que coroará seu Jubileu. Madre Teresa foi exemplo incansável de agente da Misericórdia de Deus. (MT)

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Igreja no Brasil



Cardeal Damasceno: “impeachment foi político”

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Rádio Vaticano (RV) – O Cardeal Arcebispo de Aparecida (SP), Raymundo Damasceno Assis considerou que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff foi “político”.

 

"Eu creio que o impeachment foi realmente político embora estando embasado juridicamente em dois crimes de responsabilidade fiscal dos quais a presidente foi acusada. Mas é, sem dúvida, também, um julgamento jurídico e não podemos dizer que foi um 'golpe' porque é previsto na Constituição. Todo este processo foi realizado dentro da legislação brasileira, acompanhado pelo Supremo Tribunal Federal, presidindo esse processo o presidente da Suprema Corte. Cabia ao Senado fazer um juízo de valor sobre essas acusações e terminou justamente aprovando o impeachment da presidente por 61 votos a favor e 20 contra. Os senadores também decidiram, por outro lado, manter os direitos políticos da presidente, de modo que ela não se torna inelegível. Vamos fazer votos de que este novo governo que está assumindo não prejudique os programas sociais, embora passemos por uma dificuldade econômica e social. Mas geralmente nestas crises muitas vezes os mais pobres são os que mais sofrem. O governo busca conter gastos e aumentar os impostos para poder cobrir o déficit, o buraco nas finanças, e isso tem o risco de fazer sofrer mais ainda as pessoas mais pobres, a população mais vulnerável. E nos preocupa um projeto de emenda constitucional que congela as despesas primárias por 20 anos. Isto é: despesas relativas à educação, à saúde. Portanto, as necessidades fundamentais básicas das pessoas. De modo que fazemos votos de que essa situação seja superada e o novo governo seja sensível à situação social da nossa população, dos mais pobres, e que as medidas realmente não resultem numa penalização ainda maior dessa população que já é tão sofrida no momento". 

Dom Raymundo está em Roma para a inauguração do Memorial a Nossa Senhora Aparecida nos Jardins do Vaticano, e também para a Canonização de Madre Teresa de Calcutá.

Em entrevista à Rádio Vaticano, Dom Raymundo falou ainda sobre o cuidado com a casa comum – nova obra de misericórdia sugerida pelo Papa –, do Ano Mariano que o Brasil vai celebrar a partir de outubro pelos 300 anos do achado da imagem, do encontro pessoal que teve com a futura Santa Teresa de Calcutá.

A íntegra da entrevista com Dom Raymundo vai ao ar no Programa em Romaria, às 12 de Brasília, e ficará disponível on-demand.

(cm/sp/rb)

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Igreja na América Latina



Semana pela Paz na Colômbia: Reconciliação, encontro e reconstrução

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Colômbia (RV) – Após o acordo de Paz definido entre o governo da Colômbia e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farcs), o país se prepara para a 29ª Semana pela Paz e terá como objetivo principal refletir sobre a urgente necessidade de "reconciliar, encontrar e reconstruir relações que permitam avançar na construção de um país no qual possamos viver em paz e serenidade", disse mons. Héctor Fabio Henao Gaviria, diretor do Secretariado Nacional da Pastoral Social - Caritas Colômbia, promotor do evento.

A Igreja colombiana convida a refletir nesta semana o documento: “Artesãos do perdão, da reconciliação e da paz”, publicado em setembro de 2015, no final do VII Congresso Nacional de Reconciliação que reuniu líderes de 650 comunidades da Colômbia, em particular àquelas envolvidas nos conflitos armados.

No texto que tem como referência o ícone do Bom Samaritano se coloca em relevo a necessidade que o processo de paz aconteça primeiro dentro dos corações e que possa mostrar que para Deus tudo é possível, até chegar ao perdão e a reconciliação.

A iniciativa dessa semana será organizada em escolas, paróquias, grupos e bairros, e devem colocar em relevo a necessidade do perdão, fundamental para curar feridas, o ódio e divisões seguindo o exemplo de Jesus e do Bom Samaritano, para assim, poder ir ao encontro daqueles que sofrem para construir a paz.

Na Semana pela Paz mons. Héctor Fabio Henao Gaviria  convida a todos a realizar ações de paz estável e duradoura nas famílias, escolas, bairros...

 (Agência Fides – VM)

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Igrejas e Mineração: vida e esperança, em harmonia com a Criação

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Bogotá (RV) – Está começando em Bogotá o terceiro encontro da rede “Igrejas e Mineração”. No programa, testemunhos de comunidades vítimas de atividades extrativas, a análise de causas e consequências dos conflitos minerários na América Latina, aspectos da ecoteologia, causas e estratégias no cuidado e defesa da casa comum.

Rede Igrejas e Mineração: quem é

A Rede ‘Igrejas e Mineração’ é um espaço ecumênico formado por comunidades cristãs da América Latina, equipes pastorais, congregações religiosas, grupos de reflexão teológica, leigas, leigos, bispos e pastores que buscam responder aos desafios dos impactos e violações dos direitos socioambientais provocados pelas atividades minerárias nos territórios. 

Desde seu nascimento, em 2013, a Rede tem trabalhado para empoderar as Comunidades afetadas pela mineração; aprofundar e divulgar uma teologia e espiritualidade ecológica; comunicar as violações provocadas pela mega-mineração, a resistência das comunidades afetadas, assim como suas propostas e alternativas orientadas ao bem viver; dialogar com as Igrejas, em todos seus níveis hierárquicos, para incidir nas suas ações em defesa das comunidades e territórios afetados pela mineração.

No centro de espiritualidade “Francisco Palau”, no bairro da Soleda, o evento terá a participação de ao menos 45 representantes, provenientes de 12 países. Conosco, Padre Dario Bossi, comboniano e missionário na Amazônia, um dos fundadores da Rede.

Conosco, Padre Dario Bossi, impulsionador da Rede, comboniano, missionário italiano na Amazônia. 

“O III Encontro será uma sequência de outros eventos importantes que reuniram as comunidades latino-americanas. Junto com a REPAM, Rede Eclesial Pan-amazônica, a Rede ‘Igrejas e Mineração’ se propõe a posicionar a Igreja frente aos grandes conflitos que ameaçam o meio ambiente e a vida das comunidades”.

O programa do encontro

“Em Bogotá, 2 dias serão dedicados à visita às comunidades no campo, que estão ameaçadas pela mineração de ouro e de carvão. Um dia, haverá reuniões institucionais com o Departamento Justiça e Solidariedade do CELAM; outros 2 dias teremos estudo, global e coletivo, e organização da Rede”.

“Nosso objetivo é analisar a conjuntura latino-americana, fazer uma reflexão aprofundada sobre a ecoteologia e as motivações que alimentam a nossa mística, a nossa espiritualidade; o compromisso ao lado das comunidades afetadas pela mineração e também dar uma estrutura a médio prazo e uma identidade à Rede ‘Igrejas e Mineração’”.

Extrativismo, impacto e ameaça às comunidades

“Sabemos que o extrativismo na América Latina está sendo a única solução à crise econômica e isto ameaça muito as comunidades; sabemos que a crise de democracia de muitos países latino-americanos está dando ainda mais poder às corporações internacionais e isto está provocando ainda mais impacto e uma maior criminalização das lideranças”.

“Por outro lado, a Encíclica Laudato si e a fragilidade do planeta nos impõem buscar novos rumos, proteger a vida, as comunidades e os territórios em nosso continente”.

Em sintonia com o Dia de Oração convocado pelo Papa

“O dia 1º de setembro foi declarado pelo Papa Francisco como Dia Mundial de Oração pelo cuidado da Casa Comum. E nós, em paralelo estaremos, como Igrejas, reunidas para debater e fortalecer a nossa solidariedade, ao lado das comunidades afetadas pela mineração. Celebraremos a vida e a esperança. Podemos dizer que a Igreja tem a missão e a força para promover um novo jeito de viver em harmonia com a Criação”. 

(CM)

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Formação



Papa Francisco: A misericórdia tem de crescer, não ser freada

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Cidade do Vaticano (RV) - A fundação ‘Ajuda à Igreja que Sofre’ (AIS) lançou recentemente a campanha internacional ‘Seja a Misericórdia de Deus’.

A iniciativa responde a um desafio do Papa Francisco que convida todas as pessoas de “boa vontade a realizarem obras de misericórdia”.

 
 
A campanha teve início em junho e prossegue até 4 de outubro, com o objetivo arrecadar fundos para a realização de várias obras de misericórdia no mundo. 

O presidente da fundação Ajuda à Igreja que Sofre no Brasil, Frei Hans Stapel, fundador da Fazenda da Esperança, esteve recentemente com o Papa Francisco e conversou com ele sobre esta campanha. (MJ)

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Atualidades



Lições de Auschwitz: manipulação ideológica ainda é ameaça

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Cidade do Vaticano (RV) – Em 1º de setembro de 1939 os nazistas davam início à "solução final da questão dos judeus". 

O som das pequenas pedras ao caminhar por Auschwitz nos recordam que aqui o passado ainda está presente. Mesmo depois de mais de 70 anos, as violações dos direitos humanos que aqui aconteceram, num tempo em que sequer se falava de Direitos Humanos, marcaram para sempre a história da humanidade e também dos Direitos Humanos em si.

O sacerdote polonês Gregório Paderewsky aproveitou a JMJ para retornar ao seu país natal. Ele que está na Paróquia de Cristo Rei, na Zona Leste de Manaus, levou quatro jovens para a peregrinação em Cracóvia.

Para ele, é importante que os jovens saibam o que aconteceu ali naquele Campo de Concentração nazista e que duas lições ficam do Holocausto. 

“Quando não se conhece a história este lugar não é tão claro. Temos que lembrar lá perderam a vida milhões de pessoas, além deste número assustador, isto é sinal de que a ideologia consegue fazer esses crimes tão grandes. Na verdade, lá os nazistas não somente matavam as pessoas, faziam das pessoas animais, ou pior, objetos que se contava. Somente números existiam. Uma fábrica da morte. Eles até conseguiram aperfeiçoar esse processo que, imagine, tudo o que os prisioneiros traziam, eles aproveitavam, inclusive cabelos, roupas, todos os objetos. Tudo, tudo, tudo tinha que ser aproveitado. Isto mostra que, na verdade, temos que ficar muito atentos porque os alemães também eram pessoas normais. E o homem conseguiu, manipulando as pessoas, fazer depois com as mãos deles esta coisa. Temos que ficar muito atentos. Eu tenho a impressão que agora as pessoas em geral, a sociedade, ainda está muito mais vulnerável. É mais fácil manipular as pessoas do que antigamente”.

Mensagem positiva

“Acho que são duas mensagens principais: Deus sempre em primeiro lugar. Quando alguém tem Deus no coração, nunca vai fazer coisas deste tipo. Porque, até consegue errar, pecar, mas sempre, mais cedo ou mais tarde, sempre vai aparecer na cabeça dele este grito: não faça mais! E outra coisa é o perdão: porque, imagine, todas estas pessoas que lá sofreram, e as famílias, com uma perda de tantas pessoas, somente era possível continuar a vida, dando perdão e pedindo pelo perdão. Acho que são estas as duas mensagens principais que nós temos que divulgar para que as pessoas tenham isso no coração”.

(rb)

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UNICEF: 18 milhões de crianças fora da escola

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Cidade do Vaticano (RV) – Os países mais pobres do mundo também apresentam as maiores taxas de exclusão escolar. A Libéria, por exemplo, tem o mais alto índice de crianças fora da escola.  Segundo números revelados pelo UNICEF, aproximadamente 18 milhões de crianças estão fora da escola nos 10 países com as mais altas taxas de exclusão do ensino básico.

O segundo país com uma porcentagem alta de exclusão escolar é o Sudão do Sul, com apenas 1 escola em funcionamento  e outras 3 fechadas por causa dos conflitos.

Dados que assustam

O Afeganistão (46%), Sudão (45%), Níger (38%) e Nigéria (34%) também estão entre os países com as mais altas taxas de exclusão no ensino fundamental: isso significa que a emergência humanitária está atingindo também as crianças, mantendo-as fora do ambiente escolar.

Mesmo que a Síria não esteja entre os 10 países, o país tem  2,1 milhões de crianças que não vão à escola e outras 600 mil crianças que vivem como refugiados também exclusos do ensino básico.

O UNICEF teme que, sem estudo, uma inteira geração de crianças que vive em países atingidos por conflitos, desastres naturais e pobreza extrema crescerá sem as competências necessárias para contribuir com o desenvolvimento de seus países, agravando a situação de milhões de famílias.

Investimento

O ensino continua a ser  um dos setores menos financiados na questão humanitária. Em 2015, as agências humanitárias receberam somente 31% dos fundos necessários para o financiamento de ensino comparado com os 66% de 10 anos atrás. Mesmo com um aumento de 126% dos requisitos para o Ensino desde 2005, os financiamentos mundiais aumentaram apenas 4%.

“Nos países atingidos pelos conflitos, a escola prepara as crianças com conhecimento e competências necessárias para enfrentar os traumas. As escolas podem também proteger as crianças dos traumas e perigos que as rodeiam. Quando as crianças não vão à escola, têm mais possibilidades de sofrer abusos, exploração e recrutamento pelos grupos armados”, explicou Jo Bourne, responsável pelo Ensino no UNICEF.

(VM) 

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