Noticiário da Rádio Vaticano Noticiário da Rádio Vaticano
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Sumario del 05/09/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Intenção de oração do Papa para o mês: solidariedade em resposta à crise

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Cidade do Vaticano (RV) – O período de crise também é de se movimentar em busca de melhores oportunidades. E a intenção de oração do Papa Francisco para este mês de setembro, divulgada na tarde desta segunda-feira (5), vai ao encontro do reinventar-se através da solidariedade.

No vídeo, que mensalmente apresenta a intenção, Francisco analisa o período de uma crise generalizada:

“A humanidade vive uma crise que não é apenas econômica e financeira... também é ecológica, educativa, moral, humana. Quando falamos de crise, falamos de perigos, mas também de oportunidades. Qual é a oportunidade? Ser solidários. Vem, ajuda-me! Para que cada um contribua para o bem comum e para a edificação de uma sociedade que ponha no seu centro a pessoa humana.” 

 

(AC)

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Card. Parolin: Santa Teresa de Calcutá, espelho do amor de Deus

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Rádio Vaticano (RV) – O Cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin presidiu na manhã da segunda-feira (05/09), na Praça São Pedro, a missa de ação de graças pela canonização de Santa Teresa de Calcutá. 

“Santa Teresa de Calcutá, com sua incessante oração, fonte de grandes óperas de misericórdia corporal e espiritual, foi um nítido espelho do amor de Deus e um admirável exemplo de serviço ao próximo”, disse o Cardeal Parolin.

Ao recordar que Madre Teresa se definia “um lápis nas mãos do Senhor”, o cardeal afirmou que ela “descobriu nos pobres o rosto de Cristo”.

Amor que faz mal

Em Santa Teresa – prosseguiu o cardeal – “descobrimos aquele feliz e inseparável binômio entre exercício heroico da caridade e clareza na proclamação da verdade... fruto de um amor que ‘faz mal’”.

Ao recordar o célebre discurso de Madre Teresa ao receber o Prêmio Nobel da Paz em 1979, em que a santa disse: “É muito importante para nós entender que o amor, para ser verdadeiro, deve fazer mal. Fez muito mal a Jesus nos amar, fez mal a Ele”, o Secretário de Estado refletiu:

“No meu entender estas palavras são como uma fronteira que, quando ultrapassada, nos faz entrar no âmago da vida da Santa, naquelas alturas e naquelas profundidades que são difíceis de explorar porque passam perto dos sofrimentos de Cristo, do seu incondicional dom de amor e das profundas feridas às quais padeceu”.

(rb)

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Imprensa brasileira prestigia Madre Teresa na Praça São Pedro

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Cidade do Vaticano (RV) – Jornalistas do mundo inteiro trabalharam na cobertura da canonização de Madre Teresa. Entre eles, a Rádio Vaticano encontrou alguns brasileiros.  

Cássio Andrade, repórter da TV Aparecida, estava em sua primeira cobertura jornalística internacional. Para ele estar no Vaticano significa encontrar uma atmosfera diferente.

"Estar no Vaticano é algo impressionante! O clima é diferente não pelo calor, que nós não estamos tão acostumados É uma sensação diferente até do próprio Santuário Nacional de Aparecida. Acredito que pelo contexto histórico e pela própria figura do Papa."

Para Mike, produtor da TV Aparecida, estar em uma Canonização é algo muito gratificante. Ele ainda fala sobre a emoção de encontrar o Papa Francisco e sobre Santa Teresa de Calcutá.

"Como pessoa engradece muito porque você está perto daquilo que você acredita e ainda faz aquilo que você gosta. Como profissional é poder levar a visão da Igreja para as pessoas isso é muito gratificante. Madre Teresa é a humildade e poder levar esse exemplo é ótimo. Uma outra coisa marcante para mim é ver o Papa e poder ouvi-lo."

Franciele, missionária e jornalista da Canção Nova em Roma, falou que cobrir uma cerimônia como essa é mais que um trabalho é uma missão.

"É uma santa ordinária que fazia o extraordinário, estar aqui é como tocar Madre Teresa e sua Santidade, isso é uma Graça."

Danusa, correspondente internacional da Canção Nova, há alguns anos em Roma, nos conta que a cobertura da Canonização é um mergulho na vida e espiritualidade de Santa Teresa.

Jéssica Fernandes, do Santuário Nacional de Aparecida, nos conta que é um presente indescritível estar na Canonização e jamais saberá agradecer pela bênção.

(vm)

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Dom Gallagher participa de encontro de ministros do exterior da OSCE

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Cidade do Vaticano (RV) - O secretário das relações com os Estados, Dom Paul Richard Gallagher, participou em Potsdam, na Alemanha, na quinta-feira (01/09), da reunião informal dos Ministros das Relações Exteriores dos países da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE).

O encontro foi organizado pela Presidência em exercício alemã, em vista do próxima cúpula ministerial a realizar-se em Hamburgo, na Alemanha (8 e 9 de dezembro próximo), para dar impulso ao diálogo político entre os membros da própria Organização sobre os desafios da segurança europeia e para tratar de questões relevantes: os refugiados e os migrantes, a crise ucraniana e os “conflitos estagnados”, bem como o reforço da OSCE.

O secretário vaticano das relações com os Estados teve um encontro, no dia precedente, na sede da nunciatura apostólica em Berlim, com os responsáveis dos Katholisches Büro junto às autoridades federais e junto aos Estados da federação guiados pelo arcebispo de Munique e presidente da Conferência Episcopal Alemã, Cardeal Reinhard Marx

Dom Gallagher visitou também a sede da Fundação Konrad Adenauer encontrando os membros da Fundação, com os quais se deteve sobre os problemas internacionais, sobre a situação da Igreja católica em alguns países e sobre o empenho da Santa Sé no campo internacional. (RL)

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Igreja no Brasil



Artigo: Amar a misericórdia em Miquéias

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Rio de Janeiro (RV) - A cada ano no Brasil, desde a década de 1970, a Igreja tem a graça de celebrar em setembro o Mês da Bíblia. O mês foi escolhido porque no dia 30 comemoramos o Dia de São Jerônimo. No domingo próximo a esse dia celebramos também o Dia Nacional da Bíblia. Neste mês ressaltamos ainda mais a importância da Sagrada Escritura em nossas vidas. Porém, as Sagradas Escrituras estão presentes em todas as celebrações, reuniões, leituras que fazemos a cada dia. Com a Tradição da Igreja podemos ler a Bíblia e encontrar nela o rosto da Palavra (Verbo) feita carne, Jesus Cristo, nosso Senhor.

A cada ano temos um tema e um lema nesse mês, além de um dos livros da Bíblia para conhecer melhor. O tema deste ano (e dos próximos) é: “Para que n´Ele nossos povos tenham vida”, e o lema (de acordo com o tema do livro bíblico) “Praticar a justiça, amar a misericórdia e caminhar com Deus”. O Mês da Bíblia 2016 traz como proposta o estudo do livro do profeta Miquéias, que ilumina o lema anual.

Como é proposta da Igreja, além da Lectio Divina, da acolhida da Palavra de Deus, o livro bíblico escolhido é para ser também estudado e conhecido melhor. Miquéias atuou como profeta durante os governos dos reis Joatão (740-736), Acaz (736-716) e Ezequias (716-687), isto é, entre os anos 740 e 687aC. O texto base do Mês da Bíblia diz que algumas das palavras de Deus para Miquéias se referiam a Samaria, que foi destruída pelos assírios em 722. Nas suas profecias, Miquéias faz alusão a um desastre militar que arrasou grande parte das cidades de Judá (cf. Mq 1,10-16). Trata-se da invasão do exército da Assíria que aconteceu em 701 (cf. Is 5,26-30). Isso significa que a atuação profética de Miquéias começou antes de 722 e foi até depois de 701. Miquéias era contemporâneo dos profetas Oseias e Isaías, que atuaram na mesma época: Oséias na Samaria, Isaías em Jerusalém.

Miquéias era um homem do povo, bem do interior. Criado na roça, sua linguagem é simples e direta. Não usa meio termo e vai direto ao assunto. Ele vive muito identificado com o povo rural, que era explorado e oprimido pelos grandes (Mq 2,1-2). Miquéias é um lavrador que observava como as terras dos pobres eram tomadas e invadidas (Mq 2,2). Ele denuncia a terrível dominação que os grandes impunham ao povo trabalhador (Mq 3,3; 3,9-11). Faz denúncias muito fortes contra Judá e contra Samaria e indica as causas: exploração, propinas, corrupção, vontade de ganhar dinheiro sem preocupação com os pobres.

Miquéias era um homem da esperança. Ele lembra como era a vida do povo no passado, bem no começo, “nos dias da saída da terra do Egito” (Mq 7,15). Ele espera o mesmo para o futuro: terra ampla, desde Galaad até Basan, desde o Mar Morto até o Mar Mediterrâneo, desde a montanha do Hermon até o Monte Horeb, a montanha de Deus (cf. Mq 7,11-12.14). Assim, ele transforma a saudade em esperança. Compara este passado tão bonito com a situação presente, em que ele e os pequenos eram obrigados a viver. E se pergunta: Por que as coisas são assim? Não deveriam ser assim! Então, como deveriam ser? É aqui que entra o significado do nome. Ele se chama Miquéias, Mi-ca-ya, “quem é como Yhwh!”? Desde pequeno, ele deve ter se perguntado muitas vezes: Por que me deram esse nome? O que significa este nome para mim, para minha missão? Todas essas coisas fo¬ram provocando as profecias de Miquéias, conservadas nos sete capítulos do livro que traz o seu nome.

Miquéias era um homem de fé! Para ele, tudo vem de Deus (Mq 7,18-20). Sua fé transparece nos sete capítulos do seu livro. Uma fé simples e pura. Miquéias usa imagens bonitas para expressar a esperança que o anima. Em suas visões, ele vê Deus como um pastor que vai condu¬zir o seu povo (Mq 2,12; 4,6-7), e o povo será como um rebanho tranquilo (Mq 7,14-15). Sião vai ser um sinal no mundo inteiro (Mq 4,1), vai ser “a montanha de Deus” (Mq 4,1-2). De Sião, a lei de Deus vai se irradiar entre os povos (Mq 4,2b). As espadas irão se transformar em arados, e haverá paz (Mq 4,3), cada qual na sua terra, tranquilo e feliz (Mq 4,4). Vai ser como o orvalho para a terra seca (Mq 5,6). Deus, ele mesmo, vai ser a luz (Mq 7,8). A terra do povo será alargada com as fronteiras do tempo do êxodo (Mq 7,12), e a terra dos inimigos ficará vazia (Mq 7,13). Todas as nações o verão (Mq 7,16-17).

O livro de Miquéias tem sete capítulos, divididos em duas partes: capítulos 1 a 5 e capítulos 6 e 7. Em cada uma dessas duas partes existem denúncias de condenação e anúncios de esperança. Na primeira parte: os capítulos 1 a 3 são denúncias, e os capítulos 4 e 5 trazem anúncios de es¬perança. Na segunda parte: o capítulo 6 traz denúncias e o capítulo 7 traz anúncios de esperança.

Três textos de Miquéias, com valores muito diversos, tiveram especial importância para os autores neotestamentários. O mais conhecido é 5,1 (“E tu, Belém...”), citado em Mt 2, 6; Jo 7,42. Também 7,20, que fala da fidelidade de Deus aos antepassados do povo de Israel, é retomado no Magnificat (Lc 1,55) e em Rm 15,8. Enfim, 7,6, que apresenta as desavenças familiares como o maior argumento da falta de lealdade e de fidelidade, é citado ou recordado em Mt 10, 21.35; Mc13,12 e Lc 12,53 para descrever as trágicas consequências da atividade de Jesus.

Que os grupos de reflexão, círculos bíblicos, pequenas comunidades em forma de Lectio Divina, ou leitura orante da Bíblia, junto com os estudos estilo acadêmicos do Profeta Miquéias, aproveitem este mês para conhecer ainda mais o contexto do livro e do profeta, e dar passos para que a Palavra ilumine sempre nossos caminhos.

Que neste mês de setembro, conduzido pela temática e pelo livro do profeta Miquéias, a esperança tome conta dos nossos corações e da nossa vida, particularmente neste momento em que o Brasil precisa de unidade e de concórdia para um recomeço iluminado pela Palavra de Deus. Que este mês possa despertar ainda mais em nós a vontade do estudo e do aprofundamento dos textos bíblicos, pois, como diz a música: “tua Palavra é lâmpada para meus pés e luz para os meus caminhos”.

Orani João, Cardeal Tempesta, O.Cist.

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

       

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Voluntários: realidade preciosa da Igreja

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Rádio Vaticano (RV) – Dom Eurico Veloso dos Santos, Arcebispo emérito de Juiz de Fora (MG), esteve presente na inauguração do memorial a Nossa Senhora Aparecida nos Jardins do Vaticano, no sábado, 3 de setembro.

No mesmo dia, o Papa Francisco celebrava com milhares de pessoas o Jubileu dos Voluntários, na Praça São Pedro.

Na ocasião, o Pontífice afirmou que os voluntários são uma das “realidades mais preciosas da Igreja que, muitas vezes no silêncio e escondidos, dão forma e visibilidade à misericórdia”.

Neste sentido, Dom Eurico recordou os voluntários da Organização Social Pró-Saúde, presente em mais de 10 Estados do Brasil. 

(rv)

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Igreja na América Latina



Chile: 100 mil pessoas reunidas em favor da vida

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Rádio Vaticano (RV) – Para confirmar o empenho de “gerar uma cultura da vida”, mais de 100 mil pessoas se reuniram no último sábado (3) em Santiago, no Chile. Com iniciativa da arquidiocese, a manifestação intitulada “Celebração pela vida” contou ainda com a colaboração de representantes de diversas igrejas e da comunidade cristã.

Segundo a agência de notícias Sir, os participantes agradeceram pelo dom da vida, da concepção até a morte natural, e, de maneira pacífica, deram uma mensagem forte ao governo chileno que nestes meses está discutindo sobre a legalização da interrupção voluntária da gravidez em algumas situações. Durante a manifestação foram alternados momentos musicais e testemunhos de casais, mães e filhos que são encontrados a defender a vida humana em momentos particularmente difíceis da própria existência.

Respeito à vida é irrenunciável

O cardeal Ricardo Ezzati, arcebispo de Santiago, assinou uma declaração, junto aos representantes de outras Igrejas e comunidades cristãs, entre os quais anglicanos e pentecostais, no qual se enfatiza “o irrenunciável respeito à vida humana da concepção até a morte natural”. O purpurado enalteceu ainda que é necessário dignificar a vida de crianças e jovens que sofrem abandono no Chile, além dos presos e daqueles que não têm uma vida digna, e das mulheres que sofrem violência familiar.

Sim à vida!

No momento da bênção, o Card. Ezzati agradeceu todos os presentes, dizendo que “hoje queremos gritar forte, muito forte, a nossa convicção: sim à vida, dom precioso de Deus e inestimável patrimônio do nosso país”.

(AC/Sir)

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Cardeal Ezzati: Madre Teresa, mulher forte na fé e no amor

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Cidade do Vaticano (RV) - “Madre Teresa de Calcutá foi uma mulher frágil, porém, muito forte na fé e no amor”: disse o arcebispo de Santiago do Chile, Cardeal Ricardo Ezzati Andrello, durante a homilia da missa de ação de graças pela canonização da fundadora das Missionárias da Caridade, no domingo (04/09), no Vaticano.

Mulher de pequena estatura, que o Senhor fez grande

Realizada na catedral metropolitana da capital chilena, a missa foi concelebrada pelo núncio apostólico no país, Dom Ivo Scapolo, e por dois bispos auxiliares de Santiago, Dom Pedro Ossandón e Jorge Concha, com a participação, entre outros, dos embaixadores da Índia e da Albânia, refere a agência Sir.

“O Papa elevou aos altares uma mulher pequena de estatura, pobre segundo os critérios deste mundo, porém, o Senhor a fez grande, porque, como sempre, olha para a humildade de seus servos. A partir de hoje, no mundo inteiro, será chamada: Bem-aventurada”, disse o Cardeal Ezzati.

Recordado o empenho das Missionárias da Caridade no Chile

O arcebispo recordou as visitas de Madre Teresa ao Chile e o empenho das Missionárias da Caridade no país: “Demos graças pelo amor que soube infundir em suas filhas, o que foi feito inclusive quando visitou nossa pátria. Em poucos dias semeou esperança nas duas obras de caridade presentes na Estação Central e em Batuco”.

Por fim, agradeceu às Missionárias da Caridade dizendo: “Obrigado por serem o rosto da nossa Igreja com o testemunho de vocês de ternura e misericórdia”. (RL)

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Igreja no Mundo



Emmanuel, abandonado recém-nascido e acolhido por Madre Teresa

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Cidade do Vaticano (RV) – Em 19 de setembro de 1982, um bebê nasceu em Amravaki, favela da cidade indiana de Bombay. Dez dias depois, sua mãe o abandonou numa lixeira, em frente ao orfanato da Congregação das Missionárias da Caridade. 

O destino quis que naquele mesmo dia, Madre Teresa, visitando o lugar, encontrasse e recolhesse o menino, levando-o para a estrutura. Aquele é o dia que Emmanuel considera como a data de seu nascimento e o orfanato, a sua primeira casa. 

Domingo, 4 de setembro, ele participou da canonização de Madre Teresa e foi entrevistado pela rádio RTL.

Adotado por uma família francesa

Ainda bebê, Emmanuel Leclercq foi adotado por uma família francesa e cresceu com quatro novos irmãos: um indiano, um haitiano e dois franceses: “uma comunidade de amor”, como a define. 

Doutor em filosofia moral, seminarista, é autor de vários livros, dos quais um se intitula “Meditar com Madre Teresa”.

“Devo tudo a Madre Teresa: meu nascimento e toda a minha vida”, declarou à RTL. “Se não fosse por ela, não estaria aqui na Praça, agradecendo ao Senhor e rezando”. 

A descoberta de sua origem

Quando jovem, Emmanuel foi a Bombay visitar o orfanato que o acolheu quando bebezinho. Trabalhou na Índia lá por um período e conheceu uma religiosa idosa, que foi testemunha do seu ‘nascimento’ naquela casa. Foi quando conheceu a sua história. 

Fé no centro da vida

Emmanuel Leclercq tem hoje a fé no centro de sua vida. “Na palavra ‘abandonar’ está contida a palavra ‘dom’. Minha mãe me abandonou para me doar a vida e a doou de modo extraordinário, porque Madre Teresa me fez digno desta vida”, disse na entrevista, ressaltando ainda a sua admiração por São João Paulo II. 

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Madre Teresa queria que cada um vivesse melhor a sua fé

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Roma (RV) – A obra de Madre Teresa em Calcutá foi “um trabalho de fronteira com os pobres, que foi de inspiração para nós do “Child In Need Institute”. 

É o que afirma em uma nota Samir Chaudhuri, fundador da CINI, a ONG que há mais de 40 anos ajuda as comunidades mais pobres de Calcutá.

“Em Calcutá - afirma Chaudhuri - a presença de Madre Teresa é visível por tudo, sobretudo nas favelas da cidade, como o é nas outras megalópoles da Índia. Ela foi criticada de tentar converter os pobres ao cristianismo. Nas favelas onde trabalhamos, nós nunca vimos obras de conversão forçada”.

“Madre Teresa nos disse que existe somente um Deus e ele é Deus para todos, continuou Samir. Cada um deve ser visto como um igual diante de Deus. Ele sempre disse que deveríamos ajudar um hindu a transformar-se em um hindu melhor, um muçulmano a tornar-se um muçulmano melhor e um católico a tornar-se um católico melhor. Nós estamos orgulhosos pela honra da canonização de Madre Teresa, que foi sublinhada pela presença maciça da delegação indiana no Vaticano no dia de ontem”.

(JE/Ansa)

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Religiosa espanhola será sepultada em Porto Príncipe

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Porto Príncipe (RV) - A religiosa espanhola Isa Solá, assassinada na sexta-feira no Haiti, será sepultada na próxima quinta-feira em Porto Príncipe, "onde sempre quis estar”, informa o site da Congregação a que pertencia Jesús-María, Província de Espanha. 

Angelus

No Angelus dominical, que seguiu-se à canonização de Madre Teresa, o Papa Francisco havia se dirigido a todos aqueles que, em contextos difíceis e arriscados, colocam-se a serviço dos irmãos:

“Penso especialmente em tantas religiosas que dão a sua vida sem poupar-se. Rezemos, em particular, pela missionária espanhola, Irmã Isabel, assassinada dois dias atrás na capital do Haiti, um país que vive tão duras provações, pelo qual faço votos de que cessem tais atos de violência e haja maior segurança para todos. Recordemos também outras Irmãs que, recentemente, sofreram violências em outros países”.

Mensagem de esperança

Ao comunicar a celebração de missas na memória da religiosa - na terça-feira, na Capela do Colégio Jesús-Maria de São Gervásio, em Barcelona, e na Casa Provincial de Madrid, em data e hora ainda a ser confirmada" - a Congregação deixa uma mensagem de esperança:

“Temos a certeza esperançosa de que a a vida e a morte de nossa Irmã Isa, como o grão de trigo que morre, dará muitos frutos. Sua vocação missionária, sua entrega e amor pelos mais pobres e pelo povo haitiano, são para nós um testemunho vivo de que vale a pena dar a vida por amor".

A morte

Na sexta-feira, a Superiora Geral da Congregação, Irmã Monica Joseph RJM, havia informado no site da Congregação sobre o assassinato:

"Com grande tristeza, e ainda chocadas, compartilhamos a notícia que acabamos de receber da Provincial dos Estados Unidos. Hoje assassinaram a Irmã Isa Solá no Haiti em um assalto, próximo à Catedral de Porto Príncipe".

A religiosa da Congregação Jesús-María foi assassinada por um grupo de desconhecidos, que efetuaram disparos de dentro de um carro. Segundo fontes policiais, Isabel recebeu dois disparos enquanto dirigia. O motivo do crime seria um roubo, visto que os assassinos levaram sua bolsa e pertences.

Dedicação aos pobres

Isabel Solas Matas tinha 51 anos e era de Barcelona, porém desde 2008 estava radicada no Haiti, dedicando sua vida aos mais pobres do país, junto com sua  Congregação, que é de origem francesa, tendo sido fundada pelo Irmã Claudina Thévenet.

A religiosa era enfermeira, mas trabalhava com os mais humildes também na área educativa, na pré-escola e em tarefas vinculadas à alimentação. Ela é recordada pela população, entre outros, pela oficina de fabricação de próteses para mutilados, vítimas do terremoto que dizimou o país em 2010.

(JE)

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Bispos EUA: apelo em prol da dignidade humana e tutela da família

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Washington (RV) - Dignidade para todo ser humano e sacralidade do trabalho dado por Deus: são os dois eixos basilares da mensagem dos bispos dos EUA para o “Labour Day”, o Dia do Trabalho, celebrado esta segunda-feira (05/09).

No documento, assinado pelo arcebispo de Miami e presidente do Comitê episcopal para a justiça e o desenvolvimento humano, Dom Thomas Wenski, os prelados ressaltam “os tempos difíceis” hoje vividos pela humanidade e “a palavra de esperança” oferecida pela Igreja para “substituir o desespero e o isolamento com a verdadeira solidariedade”.

Crises da família, oprimida pelas pressões econômicas

Os sinais dramáticos visíveis são muitos em nosso tempo, explicam os bispos: salários congelados, milhões de famílias vivendo na pobreza, crianças obrigadas à indigência, indústrias abandonando as cidades, trabalho em diminuição e retração no setor privado.

Acrescenta-se a tudo isso “a crise da família, oprimida pelo peso das pressões econômicas e dos problemas culturais relacionados”, como, por exemplo, a falta de acesso à instrução superior, o divórcio, a toxicomania.

Trata-se de problemas que os bispos estadunidenses não subestimam: “a Igreja chora com todas essas famílias, com todas essas crianças cujo mundo é atingido”, lê-se na mensagem.

Trabalho digno, chave essencial para construir a sociedade

Em seguida, olhando para o contexto político, os prelados evocam a importância da unidade, evidenciando com pesar que os esforços para dividir a sociedade parecem aumentar, ao invés de se buscar “o diálogo e soluções construtivas”, em vista do “bem comum”.

“Para uma mudança dinâmica devemos substituir o medo com uma visão mais ampla, fortemente alicerçada pela fé”, ressaltam os bispos.

Daí, a exortação a um “trabalho digno”, que – como dizia São João Paulo II – se torna “chave essencial para compreender nossas relações sociais, instrumento vital para a formação da família e a construção das comunidades, segundo a dignidade que Deus nos deu”.

Trabalho digno, chave essencial para construir a sociedade

Por isso, os bispos exortam a “recorrer aos princípios da solidariedade e da subsidiariedade” para reconstruir as comunidades em bases mais sólidas”.

“Todos temos a responsabilidade de cuidar uns dos outros, em particular, dos pobres e vulneráveis”, lê-se ainda na mensagem que convida sobretudo os cristãos a se comprometerem no auxílio a quem se encontra em dificuldade.

Ajuda “que pode ser alimento, dinheiro, amizade, apoio espiritual ou outras formas de amor e de gentileza”. Dirigindo-se aos empregadores, os bispos pedem que “respeitem a dignidade dos funcionários através de um justo salário e condições de trabalho que permitam uma vida familiar segura”.

Compromisso com o bem comum, forma excelsa de caridade

Em seguida, recordando o que escreveu o Papa Francisco na Carta encíclica “Laudato si” sobre o cuidado da casa comum”, os bispos dos EUA reiteram que “o amor pela sociedade e o compromisso com o bem comum são uma forma eminente de caridade, que diz respeito não somente às relações entre os indivíduos, mas também macro-relações, relações sociais, econômicas, políticas”.

Economia e política estejam a serviço da pessoa humana

Também aos sindicatos e às associações dos trabalhadores é dirigido um apelo a fim de que “continuem sendo uma parte essencial do esforço” feito junto às pessoas de fé e de boa vontade” no sentido de assegurar “empregos e salários que propiciem uma vida digna para cada pessoa e suas famílias”.

A mensagem conclui-se com um renovado “sentido de esperança e de transformação duradoura”, a fim de que “os sistemas econômicos e políticos estejam a serviço da pessoa humana”. “Há muito a ser feito! Vamos em frente”, concluem os bispos estadunidenses. (RL)

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Catedral de Colônia recebe nova relíquia de João Paulo II

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Colônia (RV) -  Após o roubo de uma relíquia no início de junho, a Catedral de Colônia recebeu uma nova relíquia de São João Paulo II. O Arcebispo de Cracóvia, Cardeal Stanislaw Dziwisz, doou ao Cardeal Arcebispo de Colônia, Dom Rainer Woelki – por ocasião de seus 60 anos – uma relíquia de sangue do Papa Santo, para ser conservada no domo da cidade alemã.

Um dom extraordinário

“Este é realmente um dom extraordinário”, disse o Reitor da Catedral, Dom Gerd Bachner, citado pela Agência Sir. A dor pela perda da primeira relíquia não desapareceu”, mas “é um pouco atenuada” pelo novo presente. Todo o capítulo da catedral é agradecido ao Cardeal Dziwisz, que quis assim curar a ferida em toda a Igreja de Colônia.

Trabalha-se em novo relicário

Nos primeiros dias de junho desconhecidos haviam roubado o relicário anterior, rompendo um vidro de proteção que protegia a amplo contendo sangue do Papa Wojtyla. Os fieis deverão esperar um certo tempo, antes de poder venerar novamente a relíquias. Um novo relicário está sendo elaborado pelo escultor de Düsseldorf, Bert Gerresheim. (JE)

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Formação



A "piedade popular" no Doc. de Aparecida: lugar de encontro com Jesus

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, o projeto de animação missionária chamado “Missão Continental”, oriundo da Conferência de Aparecida (maio de 2007) tem dado nestes anos um renovado impulso à ação evangelizadora de nossas Igrejas, buscando assim atender ao objetivo proposto pelo episcopado latino americano: colocar toda a Igreja na América Latina e no Caribe em estado permanente de missão. 

Na edição passada do nosso quadro semanal “O Brasil na Missão Continental” nos ativemos a um dos temas de particular importância em Aparecida, “a piedade popular”. Traço característico da religiosidade dos nossos povos, a V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe buscou valorizar, resgatar e incentivar esta forma genuína de expressão da nossa fé.

Na edição precedente, para tratar do assunto destacamos o discurso do Papa Francisco aos participantes, em Roma, do Jubileu dos Agentes de Peregrinações e Reitores de Santuários (21/01), ocasião em que sublinhou a importância da peregrinação, “uma das expressões  mais eloquentes da fé do povo de Deus e que manifesta a piedade de gerações de pessoas”.

O Papa citou uma curiosidade que vale a pena repropor: o Beato Paulo VI, na “Evangellii nuntiandi”, fala de “religiosidade popular”, mas diz que é melhor dizer “piedade popular”. E depois, disse Francisco, o episcopado latino-americano no Documento de Aparecida dá um passo a mais e fala de “espiritualidade popular”. "Os três conceitos são válidos, mas juntos", observou.

E recorrendo ao Documento de Aparecida, trouxemos o que este nos diz a respeito nos números 37, 258 e 549. Na edição de hoje vamos ver o que nos dizem os números 263, 264 e 265.

263. Não podemos rebaixar a espiritualidade popular ou considerá-la um modo secundário da vida cristã, porque seria esquecer o primado da ação do Espírito e a iniciativa gratuita do amor de Deus. A piedade popular contém e expressa um intenso sentido da transcendência, uma capacidade espontânea de se apoiar em Deus e uma verdadeira experiência de amor teologal. É também uma expressão de sabedoria sobrenatural, porque a sabedoria do amor não depende diretamente da ilustração da mente, mas da ação interna da graça. Por isso, a chamamos de espiritualidade popular. Ou seja, uma espiritualidade cristã que, sendo um encontro pessoal com o Senhor, integra muito o corpóreo, o sensível, o simbólico e as necessidades mais concretas das pessoas. É uma espiritualidade encarnada na cultura dos simples, que nem por isso é menos espiritual, mas que o é de outra maneira.

264. A piedade popular é uma maneira legítima de viver a fé, um modo de se sentir parte da Igreja e uma forma de ser missionários, onde se recolhem as mais profundas vibrações da América Latina. É parte de uma “originalidade histórica cultural” dos pobres deste Continente, e fruto de “uma síntese entre as culturas e a fé cristã”. No ambiente de secularização que vivem nossos povos, continua sendo uma poderosa confissão do Deus vivo que atua na história e um canal de transmissão da fé. O caminhar juntos para os santuários e o participar em outras manifestações da piedade popular, levando também os filhos ou convidando a outras pessoas, é em si mesmo um gesto evangelizador pelo qual o povo cristão evangeliza a si mesmo e cumpre a vocação missionária da Igreja.

265. Nossos povos se identificam particularmente com o Cristo sofredor, olham-no, beijam-no ou tocam seus pés machucados, como se dissessem: Este é “o que me amou e se entregou por mim” (Gl 2,20). Muitos deles golpeados, ignorados despojados, não abaixam os braços. Com sua religiosidade característica se agarram no imenso amor que Deus tem por eles e que lhes recorda permanentemente sua própria dignidade. Também encontram a ternura e o amor de Deus no rosto de Maria. Nela vem refletida a mensagem essencial do Evangelho. Nossa Mãe querida, desde o santuário de Guadalupe, faz sentir a seus filhos menores que eles estão na dobra de seu manto. Agora, desde Aparecida, convida-os a lançar as redes ao mundo, para tirar do anonimato aqueles que estão submersos no esquecimento e aproximá-los da luz da fé. Ela, reunindo os filhos, integra nossos povos ao redor de Jesus Cristo.

Amigo ouvinte, por hoje é só. Semana que vem tem mais, se Deus quiser! (RL)

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Atualidades



Papa Francisco, novos ares para o mercado literário brasileiro

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São Paulo (RV) - Dados da Câmara Brasileira de Livros mostram que as vendas de obras literárias de conteúdo religioso no Brasil teve um crescimento constante nos últimos dez anos. Apesar da crise e recessão econômica, o segmento vendeu aproximadamente 68,4 milhões de exemplares em 2015 - ou seja, 61% a mais comparado a 2006, quando a marca era 42,4 milhões de exemplares.

O crescimento é comemorado pelas editoras católicas, que veem as edições da Bienal Internacional de Livros de São Paulo como uma das principais vitrines para a divulgação de suas publicações.

A feira se encerrou no dia 4 de setembro e reuniu 280 expositores entre editoras, livrarias e distribuidoras, além de autores nacionais e internacionais, lançamentos de livros, tardes de autógrafos, oficinas, brincadeiras e debates.

Bienal de São Paulo, oportunidade para segmento religioso

Paulo Silas conversou com representantes de algumas delas sobre a atuação do segmento religioso no mercado editorial. O gerente comercial da Editora Santuário, Edimar Custódio, acredita que a Bienal é uma ótima oportunidade para apresentar e divulgar o catálogo da empresa para o público.

"A Bienal é grande oportunidade em que o mercado editorial se reúne para atender o seu público fiel e também para apresentar (o seu catálogo) para clientes em prospecção. Essa é grande oportunidade nossa."

Diversificar pontos de venda para contrastar a crise

De acordo com Custódio, o segmento religioso vai contra a corrente do mercado editorial, que tem sido afetado pela crise econômica brasileira. Ele acredita que a diversificação dos pontos de venda pode explicar o caminho inverso.

"Isso se dá por dois motivos. Quando as pessoas estão passando por um momento de dificuldade, buscam a fé e, através disso, pode ser uma das vertentes do crescimento nosso da linha editorial. O segundo fator, são os pontos de venda alternativos para as vendas de livro. Hoje, os templos, as igrejas e as comunidades tornaram-se um ponto de vendas de livro ou também um ponto de formadores de opinião, que são os líderes religiosos, que influenciam o consumo do mercado. Os dois fatores determinam um pouco o crescimento."

Papa Francisco traz inovação no mercado

Além disso, Custódio acredita que o Papa Francisco contribuiu diretamente nas inovações do segmento religioso. Para ele, o líder da Igreja Católica trouxe um novo ar para o mercado editorial.

"O Papa Francisco trouxe um novo ar à Igreja Católica, então, consequentemente tudo o que é relacionado à igreja se motiva e se transforma. E não é diferente com a linha editorial. A partir da linha teológica e da linha de formação que o Papa Francisco segue, surgem novas publicações dentro desse carisma que ele começa a transmitir na igreja."

A responsável pela área infanto-juvenil da editora Paulinas, Irmã Maria Goretti de Oliveira, também reconhece que o Papa Francisco tem contribuído positivamente para o mercado literário. Segundo ela, existe um interesse cada vez maior por esse tipo de conteúdo.

"O Papa Francisco trouxe uma abertura muito grande para a Igreja como um todo. As publicações acabam ganhando mais visibilidade, não só os livros que falam sobre o Papa Francisco, mas de uma modo geral. Nós publicamos também os documentos dele, então, percebemos que as pessoas estão lendo mais os documentos da Igreja, que antes ficava muito restrito."

Mais espaaço para crianças e jovens

Sobre o departamento infanto-juvenil, Irmã Goretti diz que a área tem crescido bastante e já representa 20% do total de catálogos da Paulinas. De acordo com ela, há muito material bom no Brasil e lamenta não poder publicar todos.

"Nós temos em nosso catálogo mais de 500 títulos. A área infanto-juvenil corresponde a 20% do total do catálogo. É uma área que tem crescido bastante. No Brasil, realmente, o mercado é muito amplo. Também há autores infanto-juvenis muito bons. Chega muita coisa boa para a Paulinas. Uma pena que não podemos publicar tudo. É um mercado que, no Brasil, cresce cada vez mais."

Interesse pela formação humana e espiritual

Já o Padre Zulmiro Caon, um dos responsáveis pela área comercial da Editora Paulus, acredita que o crescimento do segmento religioso possui duas vertentes: o interesse cada vez maior do público pela formação humana e a parte espiritual.

"O produto religioso é um nicho, uma área de mercado que, quando está em dificuldade, cresce mais. Diametralmente acompanha a dificuldade da sociedade. Quando eu vejo, por um lado, o crescimento da produção e o crescimento do consumo do segmento religioso, tenho duas vertentes de análise. Primeiro, o interesse pela formação humana, religiosa, porque, principalmente em nosso caso, somos uma editora católica, porém, que ela não traz consigo apenas livros confessionais, mas, propostas que levam a valorizar a vida humana. Então, alargamos o leque. Então, percebemos o interesse não somente da parte religiosa, mas do segmento humano. A outra vertente é o religioso, em que busco uma resposta para a dificuldade em que vivo."

Ainda segundo ele, a leitura será sempre fundamental para a vida do ser humano. "A leitura continua sendo uma ferramenta insubstituível, onde a pessoa lê, relê, rabisca, anota e volta a reler. É  por assim dizer uma reflexão da vida", diz.

Ouça a reportagem completa aqui:

 

 

(Paulo Silas)

 

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Artigo: Pátria amada, Brasil!

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Passo Fundo (RV) - As comemorações da Semana da Pátria são uma oportunidade para colocar em pauta a nação brasileira. O que fazer para homenagear a Pátria? Como e o que comemorar? Do que se lamentar ou orgulhar? Enfim, o que é importante na Semana da Pátria? 

Recordar a história da nação sempre se faz necessário. Conhecer melhor o passado mais distante até os acontecimentos mais recentes ajuda a situar o tempo presente. Esta terra acolheu e acolhe imigrantes em busca de melhores condições de vida para si, para os familiares e descendentes. Pessoas de povos diferentes encontraram seu espaço aqui como nova Pátria. Do encontro desta variedade de origens foi-se moldando o povo brasileiro. Nos registros da história, encontram-se poucas pessoas como construtoras do país. Não pode ser esquecida a multidão anônima que exerceu um papel fundamental para o desenvolvimento do Brasil, particularmente os indígenas, os escravos e trabalhadores de atividades menos valorizadas, seja pelo salário, pelo reconhecimento ou pelo seu espaço social.

A nação brasileira é marcada por frequentes crises - sejam de ordem econômica, social, política, estrutural. Desde a Proclamação da Independência elas se manifestam gerando instabilidade e insegurança. Agora, vive-se mais uma. As crises oferecem-se como uma oportunidade de fazer os ajustes e rever as estruturas existentes promovendo as devidas reformas.

A nação é maior que o governo. A responsabilidade de cuidar da Pátria amada não é exclusividade do governo, por mais necessário que seja. Sem autoridades legitimamente constituídas a nação vira um caos e a realização do bem comum torna-se inviável. As estruturas governamentais são imprescindíveis, mas elas não podem e nem devem impedir iniciativas pessoais, de grupos, de associações da sociedade civil na construção da nação. As ações governamentais não conseguem realizar tudo o que é necessário.  Na doutrina social da Igreja defendem-se princípios, como a subsidiariedade e a participação. O estado coloca-se em atitude de ajuda, de subsídio, de apoio, promoção e incremento em relação às iniciativas da sociedade civil e de pessoas. Não pode impedir as iniciativas, tolher a liberdade e tirar a responsabilidade.

“Brasil, um sonho intenso, um raio vívido. De amor e de esperança à terra desce” canta o Hino Nacional. São grandes os sonhos para a Pátria amada. Sonha quem está vivo, quem não está conformado. Sonha o otimista que tem os pés no chão. Muitos sonhos ainda estão distantes de se concretizarem, mesmo parcialmente. E quando um sonho é realizado, logo se sonha com algo novo. O mesmo hino que ensina a sonhar, também convida para a esperança. Esperança que é virtude teologal. Sem a esperança o sonho se torna uma ilusão. Com a esperança o sonho de torna projeto, estímulo, incentivo, desafio. Os antepassados fizeram a sua parte com seus sonhos, agora é a hora de fazer a nossa parte.

Dom Rodolfo Luís Weber

Arcebispo de Passo Fundo

 

 

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