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Sumario del 15/09/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: neste mundo "órfão" temos uma Mãe que nos acompanha e defende

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Cidade do Vaticano (RV) - "Neste mundo que sofre a crise da grande orfandade, nós temos uma Mãe que nos acompanha e nos defende": foi o que afirmou o Papa na missa da manhã, presidida na Casa Santa Marta, no dia em que a Igreja celebra a memória de Nossa Senhora das Dores. 

O Evangelho do dia (15/09) propõe uma cena no Calvário. Todos os discípulos fugiram, com a exceção de João e algumas mulheres. Aos pés da Cruz, ficou Maria, a Mãe de Jesus.

“Todos olhavam para ela. ‘Aquela é a mãe do delinquente; aquela é a mãe deste subversivo!’, diziam.

"Maria ouvia tudo e sofria uma humilhação terrível. Ouvia também os ‘grandes’, alguns sacerdotes que ela respeitava por serem sacerdotes. ‘Mas tu, que és tão bom, desça!’. Com seu Filho, nu, ali. Maria tinha um sofrimento tão grande, mas não foi embora; não renegou seu Filho! Era a sua carne”.

O Papa Francesco recordou quando visitava os detentos nos cárceres, em Buenos Aires, e via sempre em fila as mulheres que aguardavam para entrar:

“Eram mães, mas não se envergonhavam. A carne delas estava lá dentro. Estas mulheres sofriam não só com a vergonha de estar ali. ‘Olha aquela!... o que será que seu filho fez?’, mas também sofriam com a humilhante revista que lhes faziam antes de entrar. Mas eram mães e iam visitar a própria carne. Assim Maria estava ali com seu Filho, com aquele sofrimento tão grande”.

Jesus – afirmou o Papa – prometeu não nos deixar órfãos, e na Cruz nos doou a sua Mãe como nossa Mãe: 

“Nós, cristãos, temos uma Mãe, a mesma de Jesus; temos um Pai, o mesmo de Jesus. Não somos órfãos! E Ela nos dá à luz naquele momento com tanta dor: é realmente um martírio. Com o coração traspassado, aceita dar à luz a todos naquele momento de dor. E a partir daquele momento, Ela se torna a nossa Mãe, a partir daquele momento Ela é nossa Mãe, aquela que cuida de nós e não tem vergonha de nós, nos defende”.

Os místicos russos dos primeiros séculos – recordou o Papa Francisco –, aconselhavam a se refugiar sob o manto da Mãe de Deus no momento das turbulências espirituais: "Ali o diabo não pode entrar. Porque Ela é Mãe e como Mãe defende. Em seguida, o Ocidente acolheu este conselho e fez a primeira antífona mariana 'Sub tuum' praedisum - '! Sob o seu manto, sob a sua custódia, oh Mãe'. Ali, estamos seguros”.

“Em um mundo que podemos chamar “órfão” - concluiu o Papa - neste mundo que sofre com a crise de uma grande orfandade, talvez a nossa ajuda é dizer “Olhe para sua mãe!”. Nós temos uma que nos defende, nos ensina, nos acompanha; que não tem vergonha dos nossos pecados. Não se envergonha, porque Ela é mãe. Que o Espírito Santo, este amigo, este companheiro de viagem, este Paráclito advogado que o Senhor nos enviou, nos faça compreender este mistério tão grande da maternidade de Maria”. (CM-SP)

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Motu Proprio do Papa para harmonizar dois Códigos da Igreja

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Cidade do Vaticano (RV) – Foi publicada nesta quinta-feira (15/09) uma Carta Apostólica do Papa Francisco em forma de Motu Proprio. Trata-se do documento “De concordia inter Codices”, que nasceu da necessidade de harmonizar alguns pontos do Código de Direito Canônico e do Código dos Cânones das Igrejas Orientais. 

Os dois Códigos possuem, de um lado, normas comuns e, de outro, peculiaridades próprias que os tornam reciprocamente autônomos. Mas é necessário que nas normas peculiares haja suficiente concordância. De fato, explica o Papa no documento, as discrepâncias podem incidir negativamente na práxis pastoral.

Isso se verifica de modo especial nos dias de hoje, em que a mobilidade da população determinou a presença de um número notável de fiéis orientais em territórios latinos. Esta nova situação, afirma Francisco, gera múltiplas questões pastorais e jurídicas, as quais requerem ser resolvidas com normas apropriadas. Deve-se recordar que os fiéis orientais têm a obrigação de observar o próprio rito onde quer se encontrem, portanto a autoridade eclesiástica competente tem a responsabilidade de oferecer a eles os meios adequados para que possam cumprir com esta obrigação.

A finalidade das normas introduzidas com este Motu Proprio é alcançar uma disciplina comum, que oferece certeza no modo de agir pastoral nos casos concretos.

O Pontifício Conselho para os Textos Legislativos identificou as questões cruciais, como por exemplo o batizado dos filhos de pais pertencentes a ritos diferentes, matrimônios mistos, educação da prole e a função dos leigos. O Motu Proprio está disponível em italiano e latim.

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Papa: o homem perde a sua dignidade quando as riquezas tomam o lugar de Deus

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu no final da manhã desta quinta-feira, 15, no Vaticano, os membros da Associação Bíblica Italiana por ocasião da Semana Bíblica Nacional. 

O tema desta semana é “Sejamos seres humanos ... masculino e feminino: declinações da polaridade homem-mulher nas Escrituras”. Os participantes aprofundaram nestes dias alguns aspectos da relação entre homem e mulher, a partir de alguns textos bíblicos básicos.

Primeira narração da criação

“Sobre este assunto, - disse o Papa no seu breve discurso – refletiu muito São João Paulo II em um memorável ciclo de Catequeses na primeira parte do seu Pontificado. Eu, também, durante uma catequese no ano passado, comentando a primeira narração da criação, tive a ocasião de salientar como ‘Deus, tendo criado o universo e todas as coisas vivas, criou a obra-prima, ou seja o ser humano, feito à sua imagem: “à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. (Gn 1:27)

Compreensão da dignidade

 “Refletir sobre como fomos criados, formados à imagem e semelhança do Criador, diferentemente de outras criaturas e com toda a criação é essencial”, disse Francisco. Isto nos ajuda a compreender a dignidade que todos nós temos, homens e mulheres, dignidade que tem suas raízes no mesmo Criador. Sempre me chamou a atenção que a nossa dignidade é justamente o de sermos filhos de Deus, e no andamento da Escritura tal relação se manifesta no fato que Ele nos guia como um Pai faz com um filho.

“Na segunda narração da criação, - continuou o Papa - vemos como Deus nos fez de modo “artesanal”, moldando o barro da terra, ou seja, as mãos de Deus se comprometeram com a nossa vida. Ele nos criou não só com a sua palavra, mas também com as suas mãos e o seu sopro vital, quase como se dissesse que todo o ser de Deus se envolveu ao dar vida ao ser humano”.

Fazer "gol contra"

Mas existe a possibilidade de que essa dignidade, que nos foi conferida por Deus, possa degradar-se. Para dizer em termos futebolísticos, - disse Francisco - o homem tem a capacidade de fazer um “gol contra”. “Isso acontece quando negociamos a dignidade, quando abraçamos a idolatria, quando damos espaço em nossos corações à experiência dos ídolos. Durante o êxodo do Egito, quando o povo estava cansado porque Moisés tardava em descer do monte, foi tentado pelo demônio, e construiu um ídolo (cf. Ex 32). E o ídolo era de ouro: isso nos faz pensar na força de atração das riquezas, ao fato que o homem perde a sua dignidade quando no seu coração as riquezas tomam o lugar de Deus”.

Contagiar dignidade

Ao invés, Deus nos deu a dignidade de sermos seus filhos. Daqui deriva também uma pergunta, acrescentou o Santo Padre: “como posso compartilhar essa dignidade, para que se desenvolva em uma reciprocidade positiva? Como posso fazer de modo que o outro se sinta digno? Como posso "contagiar" dignidade? Quando alguém despreza, segrega, discrimina, não contagia dignidade, faz o contrário”. Irá nos fazer bem nos perguntarmos com frequência, concluiu Francisco: como assumo a minha dignidade? Como a faço crescer? Também será bom nos examinarmos para descobrirmos se e quando não contagiamos dignidade no nosso próximo. (SP)

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Santa Sé e Abu Dhabi assinam Acordo de Intenções

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu na manhã desta quinta-feira (15/09), Sua Alteza o Xeique Mohammed Bin Zayed bin Sultan Al-Nahyan, Príncipe herdeiro de Abu Dhabi, acompanhado de uma delegação.

Após o encontro com o Santo Padre, o Príncipe e delegação dirigiram-se à Sala dos Tratados, no Palácio Apostólico, para a assinatura de um Memorandum de Intenções, que versa sobre a isenção mútua de Vistos de Entrada para os titulares de Passaportes Diplomáticos e de Passaportes Especiais (oficiais e de serviço).

O Acordo foi assinado na presença do Cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin e de Sua Alteza o Xeique Mohammed bin Zayed bin Sultan Al Nahyan, Príncipe herdeiro do Emirado de Abu Dhabi e Vice-Comandante Supremo das Forças Armadas dos Emirados Árabes Unidos; do Secretário para as Relações com os Estados Dom Paul Richard Gallagher e do Xeique Abdulla bin Zayed Al Nahyan, Ministro dos Assuntos Exteriores e da Cooperação Internacional dos Emirados Árabes Unidos.

 

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Indonésia - Santa Sé: prioridade no diálogo inter-religioso

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Cidade do Vaticano (RV) – A promoção do diálogo inter-religioso é um tema prioritário nas relações bilaterais entre Indonésia e Santa Sé, afirmou o Embaixador da República da Indonésia junto à Santa Sé, Agus Sriyono, por ocasião do 71º aniversário da independência do país asiático, celebrado em 14 de setembro.

Indonésia garante convivência pacífica entre as religiões

O Embaixador Sriyono sublinhou a importância do compromisso assumido pelo governo de garantir uma convivência pacífica e harmônica entre os diversos componentes religiosos do país, tutelados pela Constituição. Um compromisso que assume um significado ainda mais atual às vésperas do Dia Indonésio da Juventude, a ter lugar na cidade de Manado, de 3 a 6 de outubro deste ano.

País de maioria muçulmana

A Indonésia, com seus 250 milhões de habitantes, é o maior país asiático de maioria muçulmana -  mais de 87% da população – mas que conta também com milhões de cristãos e de fieis pertencentes a outras religiões minoritárias, como budistas, xintoístas e hinduístas. Uma riqueza também cultural que encontra eco no lema do país: Bhinneka Tunggal Ika”, isto é, Unidade na Diversidade.

Museus Vaticanos acolhe dois projetos indonésios

Na Embaixada da Indonésia junto à Santa Sé, o Embaixador Sriyono também quis sublinhar a sempre maior colaboração no campo cultural com o Vaticano, que levará este ano à realização de dois novos projetos dentro da seção etnológica dos Museus Vaticano: a construção do Jardim de Borobudur e de um Jardim dos temperos indonésios.

(JE)

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Núncios de todo o mundo convidados pelo Papa para Jubileu

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Cidade do Vaticano (RV) – A partir de quinta-feira (15/09) e até sábado (17/09), toda a diplomacia da Santa Sé está reunida no Vaticano. O Papa convocou os 108 representantes pontifícios em função atualmente, e apenas 2 deles não puderam comparecer. Do total, 103 são núncios apostólicos e 5 observadores permanentes em diferentes organismos internacionais. 

O motivo do encontro, aberto com a Santa Missa na Capela do Coro, na Basílica Vaticana, presidida pelo Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, é a celebração do Ano Jubilar. Na agenda do primeiro dia, constam também duas conferências na Sala do Sínodo e à noite o jantar com o Papa Francisco na Casina Pio IV.

A manhã de sexta-feira (16/09) será dedicada a um encontro de trabalho com os Superiores da Secretaria de Estado; e à tarde, os participantes terão uma palestra do Card. Jean-Louis Tauran, Presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso sobre as relações com o Islã. À noite, haverá um evento com a presença de todos os chefes de departamento do Vaticano e os embaixadores credenciados na Santa Sé.

O dia de sábado (17/09) terá um caráter explicitamente espiritual, para o qual foram convidados também 40 núncios eméritos. Às 7h30, na Capela da Casa Santa Marta, participarão todos da missa presidida pelo Papa; farão uma reflexão, passarão sob a Porta Santa e às 11h15 serão recebidos em audiência por Francisco na Sala Clementina. O encontro se encerra às 13h, com uma confraternização na residência do Pontífice.

Ainda no âmbito das celebrações do Jubileu extraordinário da Misericórdia, o Santo Padre convidou ao Vaticano, no próximo dia 18 de novembro, os 163 colaboradores efetivos de Representações Pontifícias: conselheiros, secretários e adidos, para celebrar uma jornada jubilar. 

(CM)

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Pontificado de Francisco: misericórdia, sinodalidade, pobreza e encontro

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Cidade do Vaticano (RV) – O Jubileu dos Representantes Pontifícios recebe até sábado (17), no Vaticano, toda a diplomacia da Santa Sé entre núncios apostólicos e observadores permanentes em diferentes organismos internacionais. Em entrevista à Rádio Vaticano sobre o evento, o substituto da Secretaria de Estado, o arcebispo Angelo Giovanni Becciu:

 

O pontificado de Francisco

Dom Angelo – “A coisa mais bonita é que nos encontramos juntos depois de tanto tempo e junto se compartilha experiência, junto se enfrenta problemas... Sábado de manhã teremos a alegria de viver o Jubileu junto com o Santo Padre. São dias dedicados ao aperfeiçoamento cultural. Na manhã de hoje veio Dom Piero Coda que nos fez um linda explanação sobre o pontificado do Papa Francisco.”

Misericórdia, Sinodalidade, Pobreza e Encontro

RV – A conferência de Dom Piero foi sobre três pontos cruciais: o mundo de hoje, a Igreja de hoje e Papa Francisco. Argumentos fortemente relacionados e interligados entre si. Afinal, os núncios apostólicos são chamados a ler o mundo de hoje, a trazer a voz da Igreja e aquela do Papa Francisco no mundo...

Dom Angelo – “Dom Piero nos ajudou a dar a interpretação certa, o pensamento e o pontificado do Papa Francisco. Conseguiu resumir em quatro palavras: misericórdia, sinodalidade, pobreza e encontro. ‘Misericórdia’: estamos no período do Jubileu, estamos vivendo o Ano da Misericórdia. Precisamos ter um coração aberto ao perdão como Deus perdoa cada um de nós. ‘Sinodalidade’: é um modo de ser na Igreja, como Papa Francisco nos repete frequentemente. Ver e viver em comunhão, as problemáticas diárias bem nesse aspecto. ‘Pobreza’: não colocar a Igreja sobre os aspectos da riqueza, do poder humano, de instrumentos humanos, mas é preciso fundamentá-la sobre o poder de Deus. ‘Encontro’: o mundo de hoje nos apresenta muitas ocasiões. Na verdade, seremos sempre mais provocados pela presença de outros grupos religiosos ou culturais diferentes da gente. Então, devemos dar uma resposta como cristãos e, fortalecidos da nossa identidade, devemos saber nos abrir ao diálogo com os outros.”

Na manhã desta sexta-feira (16) será realizado um encontro com os Superiores da Secretaria de Estado e à tarde com o Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso. No sábado (17), os núncios participam da missa presidida pelo Papa na Casa Santa Marta para depois se reunir em audiência com o Santo Padre na Sala Clementina. (AC)

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"Primado" na pauta da plenária católico-ortodoxa

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Cidade do Vaticano (RV) – Teve início esta quinta-feira (15/09), em Chieti, Itália, a XIV Sessão Plenária da Comissão mista internacional para o Diálogo Teológico entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa.

O encontro é presidido, pelo lado católico, pelo Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt Koch, e pelo lado ortodoxo, pelo Representante do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla junto ao Conselho Ecumênico das Igrejas, Arcebispo de Telmessos Job Gretcha.

O encontro pretende dar prosseguimento à reflexão iniciada pelo Documento de Ravena, delineando algumas características compartilhadas por católicos e ortodoxos de um primado a nível da Igreja universal que seja aceito por todos como um serviço à unidade. Trata-se de um tema que toca o coração do contencioso histórico entre católicos e ortodoxos.

A Rádio Vaticano conversou com o Sub-Secretário do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Mons. Andrea Palmieri, sobre as expectativas para esta Plenária:

“A esperança é a de alcançar um consenso suficiente para poder publicar um documento. Desde 2007, da Plenária realizada em Ravena, que a Comissão não consegue publicar um novo documento. Mas seria muito importante conseguir se chegar a tal consenso, pois ofereceria a possibilidade de enfrentar, mais tarde, novas questões. De fato, somente no quadro teológico e eclesiológico da relação entre primado e sinodalidade é possível tratar de outras questões ainda abertas no contencioso entre católicos e ortodoxos”.

RV: Esta Comissão encontra-se três meses após o Grande Concílio Pan-Ortodoxo realizado em Creta no mês de junho. O ecumenismo, as relações com as outras Igrejas, era um dos temas que foram tratados e é um assunto que causou algumas divisões neste Concílio. Que efeito terão os resultados neste Concílio sobre o encontro?

“O Concílio Pan-ortodoxo que realizou-se em Creta aprovou um documento sobre as relações entre a Igreja Ortodoxa  e o restante do mundo cristão. Portanto, de fato, houve naquele encontro um consenso entre as Igrejas que participaram naquele Concílio em relação a este tema. E então estamos confiantes de que aquele consenso alcançado naquele encontro poderá ajudar também a alcançar um consenso sobre o tema que atualmente está em discussão no diálogo entre católicos e ortodoxos. O documento, é um documento que seguramente abre novas perspectivas, um documento que atesta a vontade da Igreja Ortodoxa de continuar o diálogo teológico, não somente com a Igreja Católica, mas também com as outras Igrejas e comunidades eclesiais. Deste ponto de vista é seguramente um encorajamento também para o diálogo católico-ortodoxo”.

RV: Este encontro tem lugar também alguns meses após o histórico encontro entre o Papa Francisco e o Patriarca Kirill em Cuba. Um grande acontecimento nas relações entre Roma e Moscou. Também isto, talvez, poderá ter alguma repercussão sobre o vosso diálogo, nesta ocasião?

“Certamente, o encontro em Cuba terá uma influência positiva. Todas as ocasiões de encontro, de diálogo e de troca entre os líderes das Igrejas oferecem o contexto e o clima para poder levar em frente o diálogo teológico. Mas nós devemos recordar também outro histórico encontro que realizou-se durante este ano: o do Papa Francisco, o Patriarca Bartolomeu e o Arcebispo de Atenas e de toda a Grécia, Hieronimus, em Lesbos. O diálogo teológico, quando é realmente tal e não simplesmente uma discussão acadêmica, diz respeito ao coração da vida da Igreja, Não por acaso o tema da sinodalidade e do primado estão no centro da atenção, quer da Igreja Católica, quer da Igreja Ortodoxa;. Ambas as Igrejas se interrogam sobre como deve ser exercida a sinodalidade na relação com o primado. E isto, não somente por um interesse intelectual, mas porque a relação é com a própria missão da Igreja: basta ver como na Exortação Apostólica “Evangelii Gaudium” o Papa coloca precisamente as questões da reforma do Papado e a questão da sinodalidade, no documento em que se fala precisamente da nova evangelização. Discutir sobre estes temas significa também pensar juntos em uma Igreja reconciliada que possa estar a serviço da missão da Igreja de levar o Evangelho a todos os homens, também os homens de hoje que, mesmo sendo batizados, não vivem plenamente a sua adesão à Igreja”.

(JE/PH)

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Santa Sé: pensão adequada ao idoso - patrimônio de competência e experiência

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Cidade do Vaticano (RV) – É preciso proteger os direitos dos idosos, favorecendo a sua participação ativa na sociedade e lutando contra aquela ‘cultura do usa e joga fora’ que julga as pessoas somente em base à sua capacidade de produzir. As considerações em relação à pensão na terceira idade são do observador permanente da Santa Sé no escritório da ONU em Genebra, na Suíça, Dom Ivan Jurkovic.

 

A intervenção do arcebispo aconteceu durante uma sessão do Conselho dos Direitos Humanos ao fazer referência a três desafios que os idosos precisam enfrentar nos dias de hoje: a pobreza, a falta de acesso à assistência médica e a exclusão social.

Pensões são essenciais na garantia de direitos e dignidade do idoso

No que diz respeito à pobreza, Dom Jurkovic recordou a importância de um sistema adequado para os pensionistas: “as pensões são essenciais para garantir os direitos, a dignidade e a segurança de uma renda às pessoas idosas”, disse ele. Mas hoje, infelizmente, muitos homens e mulheres em idade avançada não conseguem ir em pensão e, então, “devem continuar trabalhando, normalmente com salários baixos e em condições precárias”.

Todavia, o arcebispo destacou que, apesar dos recursos econômicos limitados, normalmente são os próprios idosos a “suprir as necessidades dos seus familiares, inclusive dos netos”. Enquanto isso, a sociedade, “dominada pela lógica da eficiência e do lucro”, considera as pessoas idosas “improdutivas e inúteis”.

Acesso sustentável à assistência médica

A situação não melhora se tratamos sobre o tema da saúde: como confirma o observador permanente, é preciso promover “um acesso sustentável à assistência médica com políticas que sejam capazes de reforçar os cuidados de base, ajudando as famílias inclusive através de subsídios econômicos” e tomando conta daqueles que ficam em casa.

A propósito, então, sobre a exclusão social, Dom Jurkovic enfatizou como ela deve ser enfrentada, partindo do fato que as pessoas idosas devem ser valorizadas pelo seu “patrimônio de competência e de experiência” e não “rejeitados quando começam a precisar de cuidado e assistência”.

Participação ativa na sociedade

O arcebispo fez, então, um apelo: proteger “o direito humano dos idosos para que participem de todos os aspectos da sociedade” e, sobretudo, de serem “envolvidos nas decisões relacionadas às suas vidas e à sua integração social”. Construir cidades – inclusive para os idosos – “significa gerar oportunidades para a sua participação econômica e social num ambiente acessível e seguro”. Isso representa ainda ter “casas com preços acessíveis, assistência médica de base e serviços sociais adequados”.

Desenvolver políticas mais justas

Nesse sentido, então, Dom Jurkovic afirma ser “necessário desenvolver políticas mais justas e igualitárias, destinadas a redefinir o conceito de utilidade social para aqueles que estão em pensão mas que ainda são capazes de reforçar o tecido da sociedade através do voluntariado e de uma participação que resulte o de ser membros respeitados e experientes da comunidade”.

Não à cultura do desperdício

Por isso o arcebispo reforçou que “a Santa Sé retém essencial a promoção de políticas e de sistemas educacionais que proponham uma alternativa à postura dominante da cultura do usa e joga fora”. Dom Jurkovic acrescentou que “viver mais tempo não deve nunca ser considerada uma exceção, um fardo ou um desafio mas, sim, uma bênção – o que definitivamente é”.

Para isso é necessário olhar para os idosos como “uma fonte de sabedoria e de recursos” para que “a qualidade da sociedade e da civilização possam ser julgadas como são tratados os idosos”. “Que os direitos humanos da terceira idade”, concluiu o observador permanente, “transformem-se numa realidade”. (AC)

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Vaticanistas: Pe. Lombardi, exemplo de serviço à Igreja

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Cidade do Vaticano (RV) – Na Igreja Santa Ana, no Vaticano, foi celebrada na manhã desta quinta-feira uma Missa de Ação de Graças pelos serviços prestados pelo Padre Federico Lombardi à Sala de Imprensa da Santa Sé durante dez anos e concluídos em 31 de julho. Após a celebração, Lombardi encontrou a comunidade dos vaticanistas na Sala de Imprensa.

Lombardi, exemplo de serviço a Igreja

Esta é a forma mais bonita de festejar: encontrar-se juntos para rezar, no momento mais importante, a Missa. O Padre Federico Lombardi assim sintetizou os seus sentimentos, na homilia da celebração presidida pelo Arcebispo Dom Paul Tighe, Secretário adjunto do Dicastério da cultura e concelebrada pelo Secretário da Secretária para as Comunicações, Mons. Lucio Ruiz e pelo Padre Antonio Spadaro, Diretor da “Civiltà Cattolica”.

Coração de Jesus traspassado, sinal do serviço total

Comentando o Evangelho do dia, Padre Lombardi confidenciou que a imagem do Coração de Jesus traspassado lhe é a mais cara entre todas da iconografia católica, pois é o sinal de um serviço total aos outros. Neste sentido, convidou todos a rezar ao Senhor e a Virgem Maria que permaneceu sob a Cruz, para que eles possam nos acompanhar em nossa vida e em nosso trabalho.

O Padre Antonio Spadaro, por sua vez, fez uma saudação e um agradecimento ao ex-Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé e da Rádio Vaticano, destacando três pontos que o caracterizam: o cuidado para com as pessoas, a essencialidade, a flexibilidade diante dos tantos desafios que teve de enfrentar.

Termina o serviço, mas não a amizade e a proximidade

Após a Missa, os “companheiros de trabalho” por tantos anos de Padre Lombardi o saudaram em um momento descontraído na Sala de Imprensa. Entre os presentes, além do Diretor da Sala de Imprensa, Geg Burke e da Vice, Paloma G. Ovejero, estava o Diretor do L’Osservatore Romano, Giovanni Maria Vian.

Em nome de todos os presentes, a Redatora-chefe do Catholic News Service, Cindy Wooden, agradeceu ao jesuíta, em particular pela paciência e disponibilidade sempre demonstrados, também nos momentos mais difíceis e delicados. Palavras que o Padre Lombardi acolheu com gratidão, renovando o seu afeto pela comunidade de vaticanistas:

“Boa continuidade para o trabalho de vocês, obrigado por toda esta gentileza e por este desejo de vocês de dizê-lo diretamente a mim com muita simplicidade. Permaneçamos amigos e próximos e também nos compreendamos uns aos outros em nosso serviço. Obrigado por tudo!”.

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Primado e sinodalidade na pauta da plenária da Comissão católico-ortodoxa

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Cidade do Vaticano (RV) – A partir deste dia 15 até 22 de setembro, realiza-se a XIV Sessão Plenária da Comissão mista internacional para o Diálogo Teológico entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa. A reunião terá lugar em Chieti, sendo  sediada pela Arquidiocese de Chieti-Vasto e pela Conferência Episcopal Italiana.

Participantes

Tomarão parte nos trabalhos, entre outros, o Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt Koch, e o Arcebispo de Telmessos Iob (Getcha), do Patriarcado Ecumênico, além de dois representantes de cada uma das 14 Igrejas autocéfalas e outros da Igreja Católica, como ocorreu no passado em situações análogas.

Primazia e sinodalidade

O encontro examinará o esboço do documento “Towards a common understanding of Synodality and Primacy in service to the Unity of the Church”, cuja redação foi iniciada durante a precedente Sessão Plenária da Comissão realizada em Amã, Jordânia, em 2014, e completada pelo Comitê de Coordenação da Comissão no decorrer da reunião que teve lugar em Roma em 2015.

Em Chieti, os membros da Comissão serão chamados a avaliar se tal esboço reflete de maneira adequada o consenso atualmente existente sobre a delicada questão da relação teológica e eclesiológica entre primado e sinodalidade na vida da Igreja ou se será necessário continuar a aprofundar a temática.

Partilha e oração

A Sessão Plenária oferecerá aos participantes também a oportunidade de compartilhar momentos de oração com as comunidades cristãs locais.

No sábado, 17 de setembro, os membros da Comissão estarão presentes na celebração da Missa na Catedral de São Justino, em Chieti. Já no domingo, 18, participarão da celebração da Divina Liturgia no Santuário da Sagrada Face em Manopello (Chieti). Por fim, é previsto que a Comissão visite a cidade de Vasto e a Abadia de San Giovanni in Venere, em Fossacesia.

(JE)

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Refugiados no Encontro pela Paz em Assis vão almoçar com o Papa

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Assis (RV) – Além dos líderes de várias religiões, vencedores de Prêmios Nobel e expoentes intelectuais e da sociedade civil em geral, foram convidados para participar do Encontro Internacional pela Paz em Assis, de 18 a 20 de setembro, 25 refugiados. 

Serão 10 hóspedes da Comunidade de Santo Egídio em Roma, 10 do Centro de Acolhimento de Requerentes de Asilo (Cara) de Castelnuovo di Porto e 5 da Caritas de Assis. Depois do almoço com o Papa, no refeitório do Sacro Convento dos Franciscanos, uma senhora armênia de Aleppo, na Síria, e refugiada na região da Toscana, subirá ao palco e tomará a palavra.

Abertura dia 18 com o Presidente da República

O evento, há 30 anos do primeiro, promovido por São João Paulo II, se intitula “Sede de Paz; religiões e culturas em diálogo” e será aberto em um teatro da cidade com a presença do Presidente da República italiana Sergio Mattarella.

Conclusao dia 20 com o Papa Francisco

O último dia terá a cerimônia com a presença do Papa, que chegará a Assis de manhã. Estão previstas uma oração e uma procissão pela paz, e na Praça inferior de São Francisco, os líderes religiosos farão suas saudações, inclusive Francisco. O programa prevê um momento de silêncio em memória das vítimas de guerras e terrorismo, a assinatura de um apelo pela paz, o acendimento de candelabros e no fim, um abraço de paz.

A RV transmitirá ao vivo o evento principal do Encontro de Assis, na tarde do dia 20, com a presença do Santo Padre.

(CM)

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Igreja no Brasil



"Deus está na cidade. A Igreja em saída para comunicá-la"

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Rio de Janeiro (RV) - A Arquidiocese do Rio de Janeiro contou com a presença de Mons. Dario Edoardo Viganò no III Seminário de Comunicação para padres e assessores leigos de todo o Brasil.

Como a Igreja lida com os temas polêmicos? Como ela ajuda os jornalistas na busca da verdade? Como "re-anunciar"  Jesus num mundo urbano e que dize ter se esquecido de Deus? Como os novos meios de comunicação podem criar uma cultura de colaboração e de encontro com Deus e com o próximo? Esses foram alguns dos temas propostos pelo III Seminário de Comunicação, promovido pela Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. Esta edição do evento teve início no dia 13 e se encerra nesta sexta-feria, 16 de setembro, no Centro de Estudos do Sumaré, no Rio de Janeiro.

Presença de Mons Edoardo Viganò

Este ano, o curso reuniu mais de 100 participantes, entre padres e assessores leigos de comunicação de todo Brasil. As conferências e os temas foram trabalhados e apresentados pelo Monsenhor Dario Edoardo Viganò,  Prefeito da Secretaria para a Comunicação da Santa Sé (Vaticano), pelo Padre José Maria La Porte, Decano da faculdade de Comunicação Institucional da Universidade Santa Croce e professor de fundamento da Comunicação Institucional e Doutrina da Igreja sobre Comunicação, em Roma, e por Mayalla Miranda que falou sobre as oportunidades e riscos da internet.

Colaborar com a Igreja Católica no Brasil

Idealizador do evento, Padre Arnaldo Rodrigues, da Arquidiocese do Rio de Janeiro, acredita que através deste seminário se pode colaborar para que a Igreja Católica no Brasil possa utilizar os novos meios de comunicação para comunicar-se com mais eficiência. “Nossa preocupação enquanto Igreja não é só de comunicar, mas de comunicar-se bem, de forma mais profissional, clara e objetiva, sem esquecer jamais a base evangélica e doutrinária. Além disso, é uma forma de manter-se conectados e atualizados junto a todas as Igrejas do Brasil", explicou. (SP)

 

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POM apresenta “Cuidar da Casa Comum é nossa missão”

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Brasília (RV) - As Pontifícias Obras Missionárias (POM), apresentam em coletiva de imprensa, no dia 19 de setembro, às 14h, os subsídios da Campanha Missionária 2016. Promovida anualmente no mês de outubro, a Campanha tem o objetivo de chamar a atenção dos cristãos para o seu compromisso com a Missão da Igreja em todo o mundo.

Participam da coletiva na sede das POM, em Brasília (DF), o bispo auxiliar de São Luís (MA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB, Dom Esmeraldo Barreto de Farias; o diretor nacional das POM, Padre Maurício da Silva Jardim; o secretário executivo do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Cleber César Buzatto. 

“Cuidar da Casa Comum é nossa missão”. Este é o tema escolhido para a Campanha Missionária em 2016. O lema é extraído da narrativa da criação no livro do Gênesis: “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1, 31). O projeto do Criador é maravilhoso, mas encontra-se ameaçado! A temática retoma a Campanha da Fraternidade Ecumênica deste ano e amplia a missão de cuidar da vida em todo o planeta.

Responsável por organizar todos os anos a Campanha Missionária, as POM já enviaram os subsídios às 276 dioceses e prelazias do Brasil para serem distribuídos entre as paróquias e comunidades. Os materiais também podem ser baixados e multiplicados livremente por meio do site www.pom.org.br

Neste ano, os subsídios são compostos por: cartaz com o tema e o lema; livrinho da Novena Missionária; DVD com testemunhos missionários; mensagem do papa Francisco para o Dia Mundial das Missões; orações dos fiéis para os quatro domingos de outubro; envelopes para a coleta do Dia Mundial das Missões; seis versões de marcadores de página.

A Campanha Missionária tem o seu ponto alto no Dia Mundial das Missões, celebrado no penúltimo domingo do mês de outubro (este ano, dia 23) quando é feita a coleta. 

A CNBB colabora com a Campanha por meio das Comissões para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial e para a Amazônia, além de outros organismos que compõem o Conselho Missionário Nacional (Comina).

(CM-POM)

 

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Igreja na América Latina



Assembleia das Comunidades Eclesiais de Base na América Latina

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Assunção (RV) - “Continuando a caminhar proclamando o Reino”: esse é o slogan que acompanha a Assembleia que as Comunidades Eclesiais de Base (Cebs) da América Latina realizam até o próximo sábado (17/09) em Luque, no Paraguai.

Trata-se de uma assembleia importante porque serão recordados os 50 anos de presença das Cebs na América Latina e, ao mesmo tempo, serão lançadas as bases para uma refundação e uma redefinição dos objetivos de tais realidades, em referência aos novos sinais dos tempos, explica a agência Sir.

Celebrações pelo 50º aniversário e perspectivas para o futuro

Os trabalhos se realizarão mediante várias sessões que terão, cada vez, uma abordagem bíblica, teológica e sociológica. A assembleia realiza-se em estreita relação com o Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), representado nesta ocasião pelo arcebispo de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, Dom Segio Gualberti.

Neste olhar celebrativo e aberto para o futuro será feita também uma troca de experiências sobre a situação atual das Comunidade Eclesiais de Base, conscientes de que sua presença marca profundamente a vida das Igrejas no continente. (RL/SIR)

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Igreja no Mundo



Bispos do Gabão: apelo do Papa acolhido com alegria no país

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Roma (RV) - “O apelo do Santo Padre em prol do Gabão foi acolhido com grande alegria pela população local”, disse à agência Fides Dom Euzébius Chinekezy Ogbonna Managwu, Bispo de Port Gentil, que se encontra em Roma para um Seminário de Estudo para os bispos de recente nomeação em territórios de missão, organizado pela Congregação para a Evangelização dos Povos.

O povo do Gabão: o Papa não nos faz sentir abandonados

“Recebi várias telefonemas do Gabão de pessoas entusiasmadas pelas palavras do Papa Francisco. Eles dizem que “o Papa reza por nós, e assim não nos sentimos abandonados”. É um grande incentivo para todos nós a continuarmos a rezar pelo nosso país e não perdermos a esperança num futuro melhor”, declarou o bispo. Na conclusão do Angelus no domingo último, o Papa Francisco disse: “Queridos irmãos e irmãs, gostaria de convidar para uma oração especial pelo Gabão, que está passando por um momento de grave crise política. Confio ao Senhor as vítimas dos confrontos e os seus familiares. Uno-me aos Bispos daquele querido país africano para convidar as partes a rejeitarem toda violência e a terem sempre como objetivo o bem comum. Encorajo todos, em especial os católicos, a serem construtores de paz no respeito da legalidade, no diálogo e na fraternidade”.

Novo apelo dos bispos pela calma e oração

Os bispos após a mensagem de 2 de setembro assinada por Dom Basile Mve Engone, Arcebispo de Libreville, no dia 10 de setembro lançaram um novo apelo à calma e à oração, mas ao mesmo tempo pediram a todos os responsáveis políticos que  “façam de tudo para que a verdade que saiu das urnas, e objetivamente verificável, seja respeitada por todos. Assim se evitará a explosão de violência com a perda de vidas humanas e destruição de bens públicos e privados. Sem esse respeito, a que serve organizar eleições e participar delas?”.

No país voltou acalma

“No momento, a situação esta calma, mas se vive na tensão da espera da decisão do Tribunal Constitucional sobre a confirmação ou não da vitória do atual presidente Ali Bongo Ondimba contra o seu opositor Jean Ping nas eleições de 27 de agosto” disse à agência Fides Dom Managwu. No plano econômico o Gabão, um dos principais produtores de petróleo africanos, sofre as consequências da queda acentuada nos preços do petróleo bruto.

Grande parte da população vive abaixo da linha de pobreza

“A minha diocese, Port Gentil é a capital econômica do país”, afirmou Dom Managwu. “No entanto, grande parte da população vive abaixo da linha da pobreza. O Estado está fazendo cortes na administração pública devido à redução das receitas do petróleo. Eu digo aos jovens:  voltem à terra, pelo menos assim vamos ter algo para comer. Na verdade, o Gabão tem tanta terra fértil abandonada porque se preferiu importar alimentos, quando o preço do petróleo estava elevado. Mas agora temos de aprender a nos tornarmos autossuficientes na produção de alimentos”, concluiu o bispo. (SP) 

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Terrorismo: medo não impede fiéis de ir à missa em Rouen

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Cidade do Vaticano (RV) – A missa em sufrágio de Pe. Jacques Hamel na capela da Casa Santa Marta, no Vaticano, recebeu um grupo de 80 peregrinos franceses de Rouen, acompanhados do bispo Dominique Lebrun, além de familiares do sacerdote assassinado, como as irmãs Chantal e Roselyne.

 

Durante a celebração desta quarta-feira (14), presidida por Papa Francisco, foi colocada uma imagem de Pe. Hamel no altar, como contou Dom Lebrun aos jornalistas: “eu estava preocupado pelas freiras que não vieram por razões de saúde. Então, pedi ao Papa para assinar a foto e ele mesmo me disse ‘colocamos sobre o altar’. Depois, quando nos saudou fraternalmente, me falou ‘pode colocar a foto, é beato. O Papa te dá a permissão’”.

"Devemos ter a coragem de ter medo"

Pe. Jacques Hamel, de 85 anos, foi degolado por dois jihadistas num atentado em 26 de julho durante uma celebração eucarística na igreja de Saint-Etienne-du-Rouvray na cidade de Rouen, na França.

Quando os jornalistas perguntaram a Dom Lebrun se existe medo entre os fiéis da comunidade, ele respondeu: “sim, há medo, sem dúvida. Uma semana atrás, na reunião com os vigários, eles me disseram que receberam telefonemas para saber se as missas aconteciam regularmente e se havia perigo”. Mas, segundo afirma Dom Lebrun, “hoje tem mais gente na missa que antes. Inclusive me veio em mente as palavras de São João Paulo II ‘não tenham medo’. Não é estúpido ter medo, Jesus nos disse que devemos ter a coragem de ter medo. No nível superficial há medo, no nível profundo há coragem”.

Missa em Roma

A partir das 20h desta quinta-feira (15) será realizada uma missa em São Bartolomeu, a igreja em Roma dedicada aos “novos mártires”, para recordar Pe. Hamel.

(AC/AGI)

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Caritas inglesa contrária ao muro de Calais

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Londres (RV) - A Caritas inglesa – Csan (Caritas Social Action Network) – está preocupada com a proposta da construção de um muro ao redor do campo de refugiados de Calais. “Reconhecemos o direito dos Estados de proteger seus confins, mas acreditamos que investir mais dinheiro na segurança do porto e sob o canal da Mancha não será uma solução a longo prazo para os crescentes problemas de Calais”.

Respeitar a dignidade humana dos refugiados

“Nos meses passados - observa a Caritas inglesa - o campo de Calais cresceu. Estima-se que cerca de 9 mil pessoas vivam em condições precárias ali, esperando encontrar uma maneira para reconstruir suas vidas”. Organizações parceiras na Caritas da França e da Inglaterra estão comprometidas neste território. “Renovamos nosso apelo à União Europeia – escreve ainda a Csan – para que responda à situação de Calais em sintonia com a dignidade humana dos residentes no campo”.

Prioridade às reintegrações familiares e à tutela de mulheres e crianças

De modo especial, a Caritas solicita a União Europeia, a França e o Reino Unido a providenciar “as necessidades fundamentais dos migrantes, inclusive os que estão em trânsito, para lhes garantir dignidade; aprimorar a solidariedade e a divisão das responsabilidades entre os Estados europeus; dar prioridade à reintegração dos requerentes de asilo com seus familiares já moradores no Reino Unido, especialmente menores desacompanhados; privilegiar a proteção das pessoas vulneráveis, com especial atenção às mulheres e crianças”. 

(CM)

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Síria: reconstrução da Catedral melquita em Homs

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Homs (RV) – “Obrigado de coração. A reconstrução desta Catedral, dedicada a Nossa Senhora da Paz, é fundamental para que os cristãos permaneçam em Homs e as famílias que nos últimos anos abandonaram a cidade, possam retornar”.

Assim o Arcebispo melquita de Homs, Hama e Yabrud, Dom Jean Abdou Arbach, agradeceu à instituição de direito pontifício "Ajuda à Igreja que Sofre" (AIS) pelo apoio em reconstruir a Catedral melquita de Homs, na Síria.

Famílias cristãs retornam à Homs

Homs foi assediada pelos rebeldes de maio de 2011 à maio de 2014. Uma maior segurança na cidade – refere a Agência Sir – permitiu que nos últimos meses muitas famílias cristãs retornassem.

“Hoje são mais de 70 as famílias melquitas que retornaram à Homs – conta Dom Arbach – mas a Catedral é a única igreja da qual dispomos, sem a qual não podemos celebrar a Missa. A nossa esperança é que sempre mais fieis possam retornar às suas casas, mas não o farão se não houver uma igreja onde possam rezar”.

Catedral serviu como caserna

Os ícones foram seriamente danificados e alguns desfigurados intencionalmente. As colunas e o ambão foram parcialmente destruídos e muitos móveis e objetos litúrgicos queimados. Os túmulos dos sacerdotes que se encontravam na cripta foram profanados.

“A Catedral restaurada – afirma o prelado – será o sinal tangível da existência da comunidade cristã”.  Ao lado da Catedral será reconstruído também o Arcebispado, de forma que também o bispo possa de novo residir em Homs.

Projetos da AIS permitem permanência dos cristãos na Síria

O projeto de reconstrução insere-se no âmbito das numerosas iniciativas da Ajuda à Igreja que Sofre – num total de quase 15 milhões de euros doados de março de 2011 à agosto de 2016 – voltados a permitir à comunidade cristã de permanecer na Síria.

“O que acontece com os cristãos sírios é sem dúvida um genocídio – comenta Dom Arbach – que devemos combater ajudando os fieis a permanecer na Síria. Caso contrário, a nossa comunidade terá o mesmo destino trágico dos nossos irmãos na fé da Terra Santa, onde os cristãos já são menos de 2%”.

(JE)

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Formação



O testemunho de um bispo brasileiro em Moçambique

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Cidade do Vaticano (RV) – Uma Diocese quase do tamanho de Portugal, com 2 milhões de habitantes e inúmeros e grandes desafios: esta é a Diocese de Pemba, em Moçambique, cujo bispo é um brasileiro: Dom Luiz Fernando Lisboa.

Em entrevista à Rádio Vaticano, Dom Luiz fala da ameaça de guerra no país e da fome que atinge 1 milhão de moçambicanos. Mas fala também de um sonho: construir um asilo para idosos, num país em que a expectativa de vida é de 42 anos. Ouça aqui:

 

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Pe. Mauro: Francisco, um homem que sempre esteve do lado dos pobres

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, a edição de hoje do nosso quadro semanal “Nova Evangelização e Concílio Vaticano II” prossegue com a participação do sacerdote claretiano, Pe. Mauro Zequin Custódio, com quem temos contado estes dias neste espaço de formação e aprofundamento. 

Nas edições precedentes o religioso da Congregação dos Missionários Claretianos falou-nos sobre o Concílio na vida da Igreja em tempos do Papa Francisco e sobre o interesse com que os fiéis acompanham o Pontificado do primeiro Sucessor de Pedro filho da América Latina.

Nesta edição Pe. Mauro nos fala sobre como o Papa Francisco tem trazido para a Cátedra de Pedro a sua experiência de pastor, experiência esta vivida e encarnada na realidade da qual provém.

Ele nos diz que “a nossa experiência pastoral latino-americana é uma experiência de uma pastoral muito próxima do povo”, especialmente os que sofrem, os doentes, os marginalizados, aquelas pessoas que estão realmente deixadas de lado.

“E o Papa Francisco traz uma experiência pastoral nesse sentido, de um homem despojado, um homem pobre, um homem simples, um homem que sempre se colocou do lado dos pobres”, afirma Pe. Mauro, destacando algumas iniciativas e gestos muito eloquentes do Papa argentino, acrescentando que “o mundo precisa de tais gestos”. Vamos ouvir (ouça clicando acima).

(RL)

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Fazenda da Esperança, uma obra de misericórdia

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Cidade do Vaticano (RV) - A fundação ‘Ajuda à Igreja que Sofre’ (AIS) lançou recentemente a campanha internacional ‘Seja a Misericórdia de Deus’.

A iniciativa responde a um desafio do Papa Francisco que convida todas as pessoas de “boa vontade a realizarem obras de misericórdia”.

 
 
A campanha teve início em junho e prossegue até 4 de outubro, com o objetivo arrecadar fundos para a realização de várias obras de misericórdia no mundo. 

O presidente da fundação Ajuda à Igreja que Sofre no Brasil, Frei Hans Stapel, fundador da Fazenda da Esperança, esteve recentemente com o Papa Francisco e conversou com ele sobre esta campanha. (MJ)

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Atualidades



Papa recebe responsável Acnur: grande atenção aos refugiados

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Cidade do Vaticano (RV) - Refugiados e migrações, condições de vida nessas situações, bem como as causas que produzem êxodos forçados de pessoas: esses foram alguns dos pontos fundamentais do encontro do Papa na manhã desta quinta-feira (15/09), no Vaticano, com o Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados, Filippo Grandi.

Ainda nesta quinta-feira o Acnur apresentou um Relatório documentando a crise na instrução dos refugiados, no qual se precisa que três milhões e setecentos mil dos seis milhões de crianças refugiadas em idade escolar não têm a possiblidade de frequentar a escola.

Os refugiados são gravemente lesados com a escassez de instrução quando, ao invés, esta representa uma das poucas ocasiões a disposição para transformar e construir as futuras gerações, denuncia o Relatório. Logo após o encontro com o Santo Padre, o Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados foi entrevistado pela Rádio Vaticano. Eis o que disse:

Filippo Grandi:- “Naturalmente, foi para mim uma ocasião extraordinária para dizer ao Papa como a sua voz pública é indispensável para a causa que nós defendemos, para a causa de milhões de refugiados, deslocados, pessoas em fuga da guerra, de perseguições e assim por diante. Sua mensagem de solidariedade é fundamental, hoje. O gesto que fez, quando foi a Lesbos (ilha grega) e trouxe para Roma refugiados desembarcados na Grécia, foi um entre tantos outros! Portanto, este agradecimento e essa confirmação de seu empenho em favor dos refugiados, e também a sua preocupação com as posturas de fechamento, com a rejeição, a falta de solidariedade por parte de tantos governos foram temas muito importantes desse encontro.”

RV: Essas foram, portanto, preocupações manifestadas de ambas as partes. Mas, quais foram os denominadores comuns?

Filippo Grandi:- “Falamos sobre como responder a essa crise global. Estou indo a Nova York porque na próxima segunda-feira, na Assembleia Geral (da Onu) se terá, pela primeira vez, um encontro de chefes de Estado e de governo sobre a temática global dos deslocamentos forçados de população, ou seja, refugiados e migrantes. Portanto, o momento é favorável para o debate. Conviemos, com o Papa, que é muito importante que esse debate não seja centralizado na rejeição e no controle, mas se concentre sobre a resolução destes problemas a partir da raiz. Eu disse ao Papa que as questões fundamentais – mas o disse também ele – são a pobreza, o trabalho – como disse o Papa reiteradas vezes –, o trabalho é importante, a dignidade do trabalho e também a autossuficiência que o trabalho dá, mas também a educação e ademais, sobretudo, a busca da paz em tantos lugares na África, no Oriente Médio e em outros lugares, onde não há paz. Dias atrás o Papa instituiu um dicastério para o Desenvolvimento Humano – explicou-me – como parte das reformas que ele está levando adiante na Igreja, e me confirmou que se ocupará pessoalmente da questão dos refugiados. A meu ver, esse é um sinal forte, importante do qual estamos muito contentes. Represento uma instituição das Nações Unidas, fazemos também um trabalho jurídico, institucional, político, operacional, e a figura do Papa projeta essa causa numa dimensão moral universal que é muito, muito importante. Esse foi o centro da nossa conversação.”

RV: De fato, de 19 a 20 do corrente se realizará em Nova York o encontro de cúpula da Assembleia Geral da Onu sobre refugiados e migrantes. Será colocada uma questão muito importante, evidenciada no Relatório do Acnur, isto é, a necessidade da instrução e a crise na instrução dos refugiados. Quais são os dados mais importantes?

Filippo Grandi:- “O dado mais importante, que inclusive partilhei com o Santo Padre, é um dado numérico: somente 50% das crianças refugiadas frequenta as escolas de ensino fundamental, somente 22% frequentam a escola após o ensino fundamental e apenas 1% consegue chegar à universidade. Isso é grave! Todas as crianças têm direito à educação, mais inda, as crianças refugiadas que por sua condição já vivem numa situação de exílio e que, portanto, estão erradicadas de seu contexto, são vulneráveis do ponto de vista social e econômico e precisam da solidez da educação para poder constituir-se uma personalidade, sobretudo em situação de exílio, mas também para preparar-se para um futuro no qual a sua condição de refugiados acabará, quer retornem à casa própria – que seria a coisa melhor –, quer sejam acolhidos alhures. Portanto, a saúde, alimentação, casa: essas são coisas importantes, não estou dizendo que não devem ser asseguradas aos refugiados, mas não deve ser feito em detrimento da educação, que é uma necessidade igualmente primordial, primária e urgente.” (RL)

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