Noticiário da Rádio Vaticano Noticiário da Rádio Vaticano
RedaÇão +390669883895 e-mail: brasil@vatiradio.va

Sumario del 16/09/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa aos bispos: "pescados" pelo coração de Deus para guiar o seu Povo

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu em audiência no final da manhã desta sexta-feira (16/09), cerca de 170 bispos nomeados durante o último ano.

Em um denso discurso, após saudar a Congregação para os Bispos e a Congregação para as Igrejas Orientais que organizaram o encontro, Francisco se disse feliz por estar diante daqueles que foram “pescados” pelo coração de Deus para guiar o seu Povo Santo.

“Sim  – disse o Papa –, Deus os precede no seu amoroso conhecimento. Ele os “pescou” com o anzol da sua surpreendente misericórdia. Suas redes foram misteriosamente apertando e vocês não puderam fazer mais nada a não ser deixarem-se capturar. Eu sei que ainda um calafrio atravessa vocês quando pensam no seu chamado que veio na voz da Igreja, Sua Esposa. Vocês não são os primeiros a sentirem essa emoção. Aconteceu também com Moisés, que acreditava estar sozinho no deserto e se descobriu, ao invés, encontrado e atraído por Deus que lhe confiou o seu Nome, não para ele, mas para o seu povo. Hoje continua a subir a Deus o grito de dor do seu povo, e saibam que desta vez é o nome de vocês que o Pai quis pronunciar.

Caminho de Deus

Também os Apóstolos, disse o Santo Padre sentiram esse calafrio quando, revelados “os pensamentos de seus corações”, com fadiga descobriram o acesso ao secreto caminho de Deus, que habita nos pequenos e se esconde de quem é autossuficiente. Não se envergonhem das vezes em que também vocês tocaram levemente este distanciamento dos pensamentos de Deus.

É muito bonito, continuou o Pontífice, deixar-se traspassar pelo conhecimento amoroso de Deus. É consolador saber que Ele verdadeiramente sabe quem somos e não se perturba com a nossa pequenez. Tantos hoje colocam máscaras e se escondem. Gostam de construir personagens e inventar perfis. Tornam-se escravos dos míseros recursos que recolhem e aos quais se agarram como se fosse suficiente para comprar o amor que não tem preço. Não suportam a emoção de saber serem conhecidos por Alguém que é maior e não despreza a nossa pequenez, é mais Santo e não culpa as nossas fraquezas, é realmente bom e não se escandaliza com as nossas feridas. Não seja assim para vocês: deixem que este calafrio percorra vocês, não o remova e não o silencie.

Reconciliação

O Papa convidou os novos bispos que no próximo domingo irão passar a Porta Santa do Jubileu da Misericórdia a viver intensamente uma pessoal experiência de gratidão, de reconciliação, de entrega total, sem reservas, da própria vida ao Pastor dos Pastores.  “A maior riqueza que vocês podem levar de Roma no início de seu ministério episcopal – disse Francisco -, é a consciência da misericórdia com a qual vocês foram olhados e chamados”. Recordou ainda que eles são bispos da Igreja, partícipes de um único Episcopado, membros de um indivisível Colégio.

O Santo Padre disse ainda aos novos bispos que eles peçam a Deus, que é rico de misericórdia, o segredo para tornar pastoral a sua misericórdia nas suas dioceses. “Não tenham medo de propor a Misericórdia como síntese daquilo que Deus oferece ao mundo, porque nada maior pode o coração do homem aspirar”.

Misericórdia

Para que a Misericórdia, no ministério episcopal, seja tangível, são necessárias – segundo indicou o Papa – alguns requisitos.

O primeiro é que os bispos sejam capazes de encantar e atrair; mas sem seduzir o coração dos homens a eles mesmos, pois o mundo está cansado de ‘encantadores mentirosos’. As pessoas reconhecem os narcisistas, manipuladores, defensores de seus interesses.

A segunda recomendação de Francisco é que os bispos devem ser capazes de ‘iniciar aqueles que lhes foram confiados’ no abismo do amor.

“Sua única perspectiva seja ver seus fiéis em sua unicidade, fazendo de tudo para chegar até eles e não poupar nenhum esforço para recuperá-los. Pensem na emergência educativa, na transmissão de conteúdos e valores, no analfabetismo afetivo, nos caminhos vocacionais, no discernimento nas famílias, na busca da paz. Tudo isso requer iniciação e percursos guiados com perseverança, paciência e constância, que são os sinais que distinguem o bom pastor de um mercenário”.

Vocações

O Pontífice aconselha ainda aos novos bispos a manterem a sua intimidade com Deus e a cuidarem com atenção especial das estruturas de iniciação das Igrejas, especialmente dos seminários. “Não se deixem tentar pelos números e a quantidade das vocações, mas procurem a qualidade; não privem os seminaristas da firme e carinhosa paternidade; cresçam-nos até que se sintam ‘tranquilos como crianças nos braços de suas mães’; livres de acatar o desejo de Deus, mesmo quando não lhes parece doce como estar no ventre materno”.

Enfim, o Papa apontou uma última consideração para tornar pastoral a Misericórdia: o verbo ‘acompanhar’. “Acompanhar primeiramente, e com paciência e solicitude, o clero; tentando reavivar nos sacerdotes a consciência que Cristo é a ‘sua parte e fonte de herança’”.

Famílias

“Acompanhar também, com prudência e responsabilidade, o acolhimento de candidatos à incardinação em suas Igrejas. “A relação ente uma Igreja local e seus sacerdotes é incindível, não se aceita o ‘clero vagante’, que transita de um lugar para outro”.

Enfim, o acompanhamento de todas as famílias, principalmente as mais feridas, sem ‘passar além’ de suas fragilidades. “Aproximem-se sem medo, façam-lhes companhia no discernimento e com empatia.

O discurso aos novos bispos se encerrou com a bênção do Papa, pai e irmão. “Pedirei a Deus que caminhe com vocês”, concluiu Francisco.

(SP-CM)

inizio pagina

Papa faz visita-surpresa a pacientes de dois hospitais de Roma

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Na tarde de hoje, o Papa Francisco fez mais visitas-surpresa no âmbito das ‘sextas-feiras da misericórdia’ deste Ano Jubilar ao ir ao encontro das ‘periferias existenciais’. Há poucos dias da canonização de Madre Teresa, que desenvolveu um importante serviço em favor da vida, o Santo Padre visita duas instituições sanitárias importantes da capital italiana.

 

Visita aos pequenos pacientes do San Giovanni, no coração de Roma

A primeira delas aconteceu no Pronto Socorro e na Unidade Neonatal do Hospital San Giovanni de Roma, onde estão internadas 12 crianças recém-nascidas com vários tipos de doenças. Cinco desses bebês (dos quais, dois são gêmeos) estão entubados em terapia intensiva e, apesar da situação grave, recebem assistência e cuidados em uma estrutura com equipamentos modernos e adequados a altos padrões. No andar superior do San Giovanni, Papa Francisco visitou também a unidade infantil onde outras crianças estão hospitalizadas.

O Santo Padre foi recebido com surpresa por toda a equipe de médicos e enfermeiros, pais e pequenos pacientes. Como de regra nos hospitais, Francisco precisou usar máscara de proteção, além de se submeter a todas as precauções higiênicas para respeitar o ambiente. Cada incubadora que recebia um paciente, também ganhava o conforto do Papa. Os pais também foram saudados e encorajados pelo gesto simbólico do Pontífice neste Ano Santo da Misericórida. 

O conforto aos doentes em fase terminal do Policlínico Gemelli

Em seguida o Papa foi até o Policlínico Universitário Gemelli de Roma, da Universidade Católica Sacro Cuore. O Pontífice visitou a unidade “Hospice Villa Speranza”, uma estrutura dedicada aos doentes com câncer e que atende 30 pacientes em fase terminal. Na sua chegada, os responsáveis deram as boas vindas ao Santo Padre que desejou saudar cada doente, um por um no seu quarto. Foi uma grande surpresa para todos, pacientes e familiares que viveram em plena sexta-feira à tarde um momento de misericórdia unido a fortes emoções, lágrimas e sorrisos de alegria.

A importância da vida

Com mais essa obra simbólica no Ano da Misericórdia, Papa Francisco quis dar um sinal significativo sobre a importância da vida desde o seu primeiro instante até o seu final natural. Acolher a vida e garantir a sua dignidade em cada momento do seu desenvolvimento é um ensinamento sempre enfatizado pelo Santo Padre.

 Com essa dupla visita, Francisco imprimiu mais uma vez a sua marca concreta e tangível de quanto é fundamental – para viver a misericórdia – a atenção às situações mais frágeis e precárias. (AC)

inizio pagina

Papa: a "lógica do depois do amanhã" e a transformação após a morte

◊  

Rádio Vaticano (RV) – “Se Cristo não ressuscitou, tampouco nós ressuscitaremos”. A partir deste trecho da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios, o Papa desenvolveu sua meditação matutina na Casa Santa Marta, na manhã desta sexta-feira (16/09). Francisco então enfatizou a “lógica da redenção até o final”.

 

O Pontífice notou, com um pouco de amargura, que quando recitamos a última parte do Credo, o fazemos com pressa porque nos amedronta pensar ao futuro, à ressurreição dos mortos.

Lógica de Cristo

“É fácil para todos – observou – entrar na lógica do passado, porque é concreta”, e também é “fácil entrar na lógica do presente, porque o vemos”. Mas quando olhamos para o futuro, então pensamos que seria “melhor não pensar”. “Não é fácil – reiterou – entrar na totalidade desta lógica do futuro”.

“A lógica de ontem é fácil. A lógica do hoje é fácil. A lógica do amanhã é fácil: todos morreremos. Mas a lógica do depois de amanhã, esta é difícil. E isto é aquilo que Paulo quer anunciar hoje: a lógica do depois de amanhã. Como será? Como será isso? A ressurreição. Cristo ressuscitou. Cristo ressuscitou e está bem claro que não ressuscitou como um fantasma. No trecho de Lucas sobre a ressurreição: “Toquem-me”. Um fantasma não tem carne, não tem ossos. “Toquem-me. Deem-me de comer”. A lógica do depois do amanhã é a lógica na qual entra a carne”.

Perguntamo-nos, retomou o Papa, “como será o céu?”, se “estaremos todos lá”, mas “não entendemos aquilo que Paulo quer que entendamos, esta lógica do depois do amanhã”. E aqui, advertiu, “somos traídos por um certo agnosticismo” quando pensamos que “será tudo espiritual” e “temos medo da carne”.

Piedade espiritualista

Não esqueçamos, disse Francisco, “que esta foi a primeira heresia”, que o Apostólo João condena: ‘Quem diz que o Verbo de Deus não se fez carne, é do anticristo’.

“Temos medo de aceitar e levar às últimas consequências a carne de Cristo. É mais fácil uma piedade espiritualista, uma piedade de nuances; mas entrar na lógica da carne de Cristo, isto é difícil. E esta é a lógica do depois do amanhã. Nós ressuscitaremos como Cristo ressuscitou, com a nossa carne”.

O Papa recordou que os primeiros cristãos se perguntavam como Jesus ressuscitou e observa que “na fé da ressurreição da carne, estão enraizadas as mais profundas obras de misericórdia, porque há uma conexão contínua”. De outro lado, prosseguiu, São Paulo sublinha com ênfase que todos seremos transformados, o nosso corpo e a nossa carne serão transformados.

Transformação da carne

Ainda, recorda que o Senhor “fez-se ver e tocar e comeu junto com os discípulos após a ressurreição”. E esta “é a lógica do depois do amanhã, aquela que temos dificuldade de entender, na qual todos encontramos dificuldades para entrar”:

“É um sinal de maturidade entender bem a lógica do passado, é um sinal de maturidade se mover na lógica do presente, aquela de ontem e aquela de hoje. É também um sinal de maturidade ter a prudência para enxergar a lógica do amanhã, do futuro. Mas é preciso uma grande graça do Espírito Santo para entender esta lógica do depois do amanhã, depois da transformação, quando Ele virá e nos levará às nuvens, todos transformados, para permanecer sempre com Ele. Peçamos ao Senhor a graça desta fé”.

(ag/rb)

inizio pagina

Papa: Continuo a sonhar com um novo humanismo europeu

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – “Continuo a sonhar com um novo humanismo europeu, para o qual servem memória, coragem, sã e humana utopia. Neste caminho de humanização, a Europa, berço dos direitos e da civilização, é chamada não tanto a defender espaços, mas sim em ser uma mãe geradora de processos, portanto fecunda, porque respeita a vida e oferece esperanças de vida”. 

Assim escreve o Papa Francisco na mensagem de saudação enviada aos participantes do encontro que teve início esta sexta-feira em Sarajevo sobre Obras de Misericórdia na Europa, promovido pela Comissão do Conselho das Conferências Episcopais Europeias (CCEE) Caritas in Veritate e por um grupo de organismos eclesiais atuantes na Europa.

Na mensagem endereçada ao Presidente do Conselho do episcopado europeu, Cardeal Péter Erdö, o Santo Padre escreve que “o importante encontro recorda a todos os fieis a solicitude por aqueles que se encontram em necessidade: pobres migrantes, refugiados, encarcerados, desempregados, doentes no corpo e no espírito”.

Francisco acrescenta que “para contribuir para o renascimento da Europa, a Igreja, mãe cuidadosa, se esforça para ir de encontro às feridas da humanidade, para curá-las com o bálsamo da misericórdia divina. Neste sentido, vos encorajo, representantes do episcopado europeu, para envolverem sempre mais as vossas comunidades e as diversas realidades caritativas e assistenciais no compromisso em anunciar o Evangelho aos que perderam, por várias causas, o sentido para suas vidas”.

O Papa Francisco exorta os organismos presentes no  encontro em Sarajevo a “individuares caminhos e percursos novos para garantir àqueles que vivem e chegam na Europa, as capacidades de integração, diálogo e renascimento para tornar-se uma única família dos povos”.

Participam do Encontro delegados de vários organismos eclesiais atuantes na Europa, como Caritas Europa, Comece, Comissão Justiça e Paz Europa, Federação Europeia das Associações dos Médicos Católicos, Comissão Internacional Católica para as Migrações, Comissão Internacional para a Pastoral Católicas nas prisões – seção europeia, Federação Europeia dos Bancos Alimentares, Centro Europeu para as questões dos trabalhadores, União Internacional Cristã dos Dirigentes de Empresa.

(JE)

inizio pagina

Pesar do Papa pela morte de ex-Presidente italiano, Carlo Ciampi

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Apenas soube da notícia do falecimento do ex-Presidente da República italiana, Carlo Azeglio Ciampi, ocorrido esta sexta-feira (16/09), o Papa Francisco enviou um telegrama a sua esposa, Franca Pilla.

O Santo Padre apresentou a ela, aos filhos e todos os  familiares, suas “ mais sinceras condolências”, “neste momento de dor, pela morte do Senador Carlo Azeglio Ciampi, que desempenhou responsabilidades públicas com discrição e forte sentido do Estado”.

Ao recordar a sincera amizade que ligava “este ilustre homem das instituições a São João Paulo II – diz o Papa -  elevo fervorosas orações de sufrágio, invocando do Senhor a paz eterna para a sua alma”.

O Pontífice conclui a mensagem concedendo a sua Bênção Apostólica.

Carlo Azeglio Ciampi faleceu esta sexta-feira, aos 95 anos, em uma clínica romana. O Senador foi Presidente da República de 1999 a 2006, Presidente do Conselho de Ministros em 1993 e 1994 e Ministro do Tesouro de 1996 a 1999.

 

(JE)

 

inizio pagina

Papa a Dom Pizzaballa: cristãos permaneçam ativos e presentes na Terra Santa

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência na manhã desta sexta-feira (16/09), no Vaticano, Dom Frei Pierbattista Pizzaballa, nomeado em 24 de junho passado administrador apostólico “sé vacante” do Patriarcado Latino de Jerusalém e consagrado bispo no dia 10 do corrente. Em entrevista à Rádio Vaticano, eis o que disse o religioso franciscano sobre este encontro com o Santo Padre:

Dom Frei Pierbattista Pizzaballa:- “Foi um encontro muito fraterno, amigável. Falamos sobre meu mandato, seu significado e as expectativas.”

RV: Quais são as esperanças e as preocupações do Papa com a Terra Santa neste momento? Qual a sua percepção?

Dom Frei Pierbattista Pizzaballa:- “Sobretudo, percebi um claro conhecimento dos problemas, inclusive das perspectivas que existem na Terra Santa. Portanto, está muito por dentro da situação. Seu desejo é de que a Igreja possa ser lugar de encontro para todos, que a comunidade cristã permaneça ativa, muito viva e presente e, por conseguinte, se faça tudo o que for possível para ajudar a comunidade cristã num contexto muito complicado.”

RV: Como o senhor iniciará esse novo encargo na Terra Santa?

Dom Frei Pierbattista Pizzaballa:- “Iniciarei esse novo encargo, em primeiro lugar, ouvindo todos e querendo deixar espaço para todos – naturalmente com um senso crítico –, de modo a entender aonde o Senhor nos quer levar e, ademais, conduzir a Igreja com firmeza e amor ao mesmo tempo.”

RV: Quais são, neste momento, as maiores dificuldades para os cristãos e, em particular, para a comunidade católica da Terra Santa?

Dom Frei Pierbattista Pizzaballa:- “As dificuldades são de diferentes tipos: internas e externas. Do ponto de vista interno, digamos, a unidade. É importante preservar a unidade, a comunhão, a harmonia, não somente dentro da Igreja católica – porque isso já existe –, mas também dentro do mundo cristão, portanto, também com as outras Igrejas não católicas. Isso é fundamental. Sendo limitado o número de cristãos – somos poucos –, é importante que os cristãos, todos, tenham uma só voz. Portanto, acabar com os ciúmes entre as Igrejas, em suma. Do ponto de vista externo, que a comunidade cristã se apresente unida como um interlocutor crível, não por seus números – porque não são tantos –, mas pela qualidade da sua presença. Auxiliar os cristãos, sobretudo na Jordânia, na Terra Santa, favorecendo todas as iniciativas que ajudem a comunidade cristã a progredir no âmbito formativo, no âmbito também do trabalho, porque, afinal de contas, sempre é preciso ser concreto.”

RV: Como o senhor vê o processo de paz neste momento?

Dom Frei Pierbattista Pizzaballa:- “Neste momento, a meu ver, não há nenhum processo nem de paz nem de guerra. Graças a Deus não há a guerra, mas muito menos a paz. Portanto, é uma situação ambígua que se encontra estagnada, num impasse há muito tempo, porque as duas partes não se falam. Portanto, é preciso intervir também sobre isso, não certamente com a presunção de que todos estão a nos ouvir, porém, insistir em todos os níveis, a fim de que essa negociação – esse diálogo mais do que negociação – seja retomado o quanto antes possível.”

RV: O que é preciso para que essa negociação possa ser retomada?

Dom Frei Pierbattista Pizzaballa:- “É preciso vontade. Se tem algo que é totalmente claro, e que foi longamente discutido em detalhes, é propriamente a negociação palestino-israelense. Se não há negociação, se não se retoma é simplesmente por falta de vontade, de confiança. É preciso, em primeiro lugar, reconstruir as bases para que haja um mínimo de confiança para dialogar.”

RV: Quais são suas esperanças?

Dom Frei Pierbattista Pizzaballa:- “Nossa esperança está em Jesus, que venceu o mundo. Portanto, não devemos desistir. Mesmo se a situação é difícil, devemos continuar trabalhando, a fim de que tenhamos a paz sobretudo entre nós. Ademais, não podemos alterar de modo contundente as sortes do Oriente Médio, mas podemos no pequeno contexto em que nos encontramos ser um pequeno exemplo de paz. Essa é a nossa esperança.” (RL)

inizio pagina

Papa recebe líder budista Tendai

◊  

Rádio Vaticano (RV) – O Papa recebeu na manhã desta sexta-feira (16/09), o venerável Koei Morikawa, 257º Tendai Zasu, Sacerdote Supremo da denominação budista japonesa Tendai.

A audiência foi concedida às vésperas do encontro “Sede de Paz”, que reunirá líderes religiosos de diversas confissões em Assis, a partir de domingo. O evento recorda os 30 anos do Dia de Oração pela Paz desejado por São João Paulo II e terá a participação do Papa Francisco, no dia 20.

Além de Morikawa, estarão presentes ao encontro o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, o Arcebispo de Cantuária e Primaz da Igreja da Inglaterra, Justin Welby, o Patriarca Sírio Ortodoxo de Antioquia, Efrem II.

O nome dos representantes do Judaísmo e do Islamismo ainda devem ser confirmados.

(rb)

inizio pagina

Papa encontra Hilarion: relações bilaterais entre Roma e Moscou

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – As relações bilaterais entre a Santa Sé e Moscou voltaram a ser discutidas na audiência que Papa concedeu na manhã desta quinta-feira (15/09), ao Metropolita de Volokolamsk, Hilarion Alfeyev, Presidente do Setor das Relações Eclesiásticas Exteriores do Patriarcado de Moscou e um dos principais colaboradores do Patriarca Kirill.

Em outubro de 2014, o Metropolita russo esteve no Vaticano como convidado e como "delegado fraterno" para participar do Sínodo dos Bispos sobre a Família e também havia sido recebido pelo Papa.

Diplomacia

À época, foram abordados temas relacionados com a agenda das relações bilaterais entre o Patriarcado de Moscou e a Igreja Católica Romana, bem como a situação no Oriente Médio e a perseguição contra os cristãos.

Um dos pontos delicados entre Moscou e Roma é o da primazia dos Patriarcados ortodoxos. A Santa Sé mantém relações muito estreitas com o Patriarcado Ecumênico de Constantinopla que, na Ortodoxia, tem primazia de honra, contestada pelo Patriarcado de Moscou.

(MT)

inizio pagina

Bispos EUA sobre migrações: não sufocar a solidariedade

◊  

Washington (RV) - Os católicos dos EUA são convidados a “superar as divisões partidárias” sobre temas que dizem respeito aos migrantes, recordando a mensagem evangélica e os ensinamentos sociais da Igreja, fundados no acolhimento ao estrangeiro.

É o que afirma o bispo auxiliar de Seattle e presidente do Comitê para as Migrações da Conferência Episcopal dos EUA, Dom Eusebio Elizondo, numa declaração em vista do Encontro de cúpula sobre refugiados e migrantes que se realizará na sede das Nações Unidas, em Nova York, na próxima segunda-feira, dia 19 do corrente.

Não sufocar a solidariedade e o espírito de comunidade

“Estamos imersos num contexto social que evidencia as divisões e desacordos e sufoca a solidariedade e um autêntico espírito de comunidade”, afirma o prelado, segundo reporta a agência Sir.

Os bispos católicos estadunidenses reconhecem a necessidade, para as nações, de controlar suas fronteiras, mas reiteram, ao mesmo tempo, “o direito de emigrar para as pessoas que não conseguem encontrar meios de sustento em seu próprio país ou se obrigadas a fugir de perseguições e violência”.

“As nações soberanas devem encontrar o modo para responder a esse direito”, lê-se na declaração de Dom Elizondo.

Todos devem poder viver livres e com dignidade

Não basta, portanto, “acolher os migrantes em nossas comunidades”, porque “os líderes políticos e religiosos desta nação devem trabalhar com os líderes dos outros países para criar as condições a fim de que as pessoas não sejam obrigadas a emigrar”, acrescenta o prelado estadunidense.

Daí, o apelo final da Igreja nos EUA a promover “o bem comum em todos os lugares”, e a construir um mundo “no qual todos possam ter acesso às oportunidades econômicas, políticas e sociais que permitem viver livres e com dignidade”. (RL)

inizio pagina

Familiares das vítimas de Nice serão recebidos pelo Papa

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – A partir do meio-dia do sábado, 24 de setembro, o Papa Francisco vai receber na Sala Paulo VI voluntários e familiares das vítimas do ataque de Nice. O encontro foi confirmado nesta sexta (16) pela Sala de Imprensa da Santa Sé.

 

Ataque no Dia da Queda da Bastilha

Na tragédia de Nice de 14 de julho mais de 80 pessoas morreram e outras dezenas ficaram feridas. Durante a noite, a comunidade local participava da festa pelo aniversário da Queda da Bastilha quando um tunisiano de 31 anos atacou a multidão com um caminhão, em plena avenida à beira-mar, a Promenade des Anglais (Passeio dos Ingleses).  

Segundo a agência de notícias AdnKronos, na delegação que será recebida pelo Papa estarão presentes também o prefeito da cidade de Nice, Christian Estrosi, e o presidente da entidade Amitie’ France-Italie, Paolo Celi, que explicou: “conosco estarão todas as pessoas que trabalharam na tragédia, sem nenhuma distinção de religão”. (AC)

inizio pagina

Igreja no Brasil



Cardeal Hummes leva os mártires de Natal ao Papa

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - Em entrevista à RV na manhã desta sexta-feira (16/09), o Cardeal Cláudio Hummes, Presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia, revela como surgiu a intenção da canonização dos primeiros protomártires nativos do Brasil.

Dom Cláudio foi recebido pelo Papa Francisco no dia 15/09, com o Arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha, no Vaticano, para tratar do andamento do processo.

Segundo Dom Cláudio, em outubro próximo, a causa retorna para a Congregação das Causas dos Santos, para ser avaliada e encaminhada ao Pontífice. Ouça aqui:  

“Levantei esta causa tempo atrás com o Papa Francisco, lembrando que ele havia canonizado outros beatos históricos antigos e que não há mais muita documentação a ser levantada. Ele já canonizou o beato Anchieta, o Padre Fabro, um dos fundadores da Companhia de Jesus. Numa audiência que tive com ele, me recordei destes nossos mártires e pensei ‘Por que não apresentar ao Papa esta questão?’ e escrevi em um memorando ‘se não era possível pensar numa canonização’. Ele reagiu muito positivamente e me disse para conversar com o Cardeal Amato, com o Presidente da CNBB, com o Arcebispo de Natal foi o que eu fiz. E na carta do Cardeal Amato constava o meu nome porque eu tinha apresentado a questão ao Papa. E foi por isso que Dom Jaime quis que eu estivesse com ele nesta audiência (do dia 15/09, ndr) neste momento em que ele sabe que a coisa está andando bem”.

(CM)

inizio pagina

Santa Sé presente em debate sobre comunicação no Rio

◊  

Rádio Vaticano (RV) – O Prefeito da Secretaria para as Comunicações da Santa Sé, Mons. Dario Viganò, está no Rio de Janeiro onde participa de um evento sobre comunicação promovido pela Arquidiocese do Rio de Janeiro.

No segundo dia do Seminário de Comunicação Social promovido pela Arquidiocese do Rio de Janeiro, no Centro de Estudos e Formação do Sumaré, trouxe como debate a importância de se atualizar para evangelizar com eficácia.

“Hoje o problema é que a Igreja vive uma prática, uma ação eclesial na qual se dá a salvação dentro de um contexto sociocultural, que é um contexto muito diferente daquele que tínhamos 50 anos atrás”, destacou o Prefeito.

(arqrio)

inizio pagina

Quadro de violência contra povos indígenas permanece no Brasil

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – O Relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil foi publicado nesta quinta-feira (15/09), pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi). 

O documento evidencia a permanência do quadro de omissão dos poderes públicos em relação aos direitos dos povos indígenas.

As omissões mais graves são especialmente em relação ao direito à terra, o que impacta drasticamente no direito deles viverem de acordo com o seu modo tradicional, ambos reconhecidos e garantidos pela Constituição Federal.

“Porque se repetem e se aprofundam as mesmas práticas criminosas, sem que medidas tenham sido efetivamente adotadas?”, questiona o presidente do Cimi e Arcebispo de Porto Velho, Dom Roque Paloschi. “Até quando teremos que apresentar esses relatórios?", sublinhou.

Dados de 2015

O Cimi registrou 18 conflitos relativos a direitos territoriais e 53 casos de invasões possessórias, exploração ilegal de recursos naturais e danos diversos ao patrimônio dos povos, sendo que o Maranhão é o estado com o maior número de registros, com 18 casos.

Em 2015, segundo os dados oficiais da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e do Distrito Sanitário Especial Indígena do Mato Grosso do Sul (Dsei-MS), houve 137 assassinatos de indígenas em todo o país, sendo que 36 deles foram registrados pelo Dsei-MS. Os dados da Sesai, no entanto, não permitem uma análise mais aprofundada, visto que não apresentam informações detalhadas das ocorrências, tais como faixa etária das vítimas, localidade e povo. Os dados sistematizados pelo Cimi registraram um total de 54 vítimas, sendo que 20 das ocorrências aconteceram no Mato Grosso do Sul, que novamente é o estado com o maior número de casos.

Com base na Lei de Acesso à Informação, o Cimi obteve, da Sesai e do Dsei-MS, dados parciais da mortalidade indígena na infância. Somando as duas bases de dados, chega-se a um total de 599 óbitos de crianças menores de 5 anos em todo o país. Trata-se de números parciais, visto que pelo menos três Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dsei) deixaram de informar se houve mortes na área de sua abrangência (Alto Rio Juruá, Bahia e Parintins).

As três principais causas das mortes foram: pneumonia não especificada, com 48 mortes (8,2%); diarreia e gastroenterite de origem infecciosa resumível, com 41 mortes (7%). Pneumonia, diarreia e gastroenterite são doenças perfeitamente tratáveis, mas causaram a morte de pelo menos 99 crianças menores de 5 anos.

A região Norte do país concentra o maior número de óbitos, com 349 mortes de crianças menores de 5 cinco anos, ou 58% do total dos dados parciais. Os povos indígenas mais afetados são das áreas de abrangência dos Dsei Xavante, com 79 óbitos, Alto Rio Solimões, com 77 óbitos, e Yanomami, com 72 óbitos.

Retrocesso e criminalização

Nas análises publicadas no relatório, o Cimi avalia que a ofensiva sobre os direitos indígenas realizada pelos Três Poderes, e protagonizada especialmente pela bancada ruralista no Congresso Nacional, assim como pelo Executivo em relação à omissão nas demarcações de terras, é diretamente responsável pela permanência do quadro de severa violência e violações aos povos indígenas no Brasil, assim como pelo agravamento dos cruéis ataques no Mato Grosso do Sul.

Nesse contexto, em um dos textos da apresentação, o Secretário executivo do Cimi, Cleber César Buzatto, ressalta a agudez da criminalização em 2015.

“A tentativa de criminalizar lideranças indígenas, profissionais de antropologia, organizações e pessoas da sociedade civil que atuam em defesa dos projetos de vida dos povos indígenas no Brasil também foi intensificada pelos ruralistas em 2015”, avalia Buzatto, referindo-se, por exemplo, às Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) contra o Cimi, instalada na Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul, e a da Funai e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), instalada na Câmara dos Deputados.

 Acesse na íntegra: Relatório de Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil 

 (CIMI-VM)

 

inizio pagina

Após vandalismo, imagem de Nossa Senhora é reinaugurada no RS

◊  

Rádio Vaticano (RV) – A imagem dedicada a Nossa Senhora de Caravaggio foi reinaugurada na última semana em Farroupilha (RS).

No início do ano a imagem havia sido alvo da ação de vândalos, que depredaram parte da imagem inclusive ateando fogo ao momumento.

Dom Alessandro Ruffinoni mencionou a alegria de estar inaugurando este marco da devoção na região da Serra Gaúcha, no dia em que a Igreja celebrou a Natividade de Nossa Senhora e a Diocese de Caxias do Sul, seus 82 anos de fundação, em 8 de setembro. 

 (rv)

 

inizio pagina

Igreja na América Latina



Colômbia: Cardeal Parolin na assinatura do Acordo de Paz

◊  

Bogotá (RV) – Ao menos 13 Presidentes latino-americanos e Chefes dos principais organismos multilaterais confirmaram a participação em Cartagena, em 26 de setembro, da assinatura do Acordo de Paz entre Governo colombiano e as FARC, antecipou a Chanceler María Ángela Holguín.

Após participar em Nova Iorque de compromissos ligados à Nunciatura Apostólica e da abertura do 71º período de Sessões Ordinárias na ONU, o Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin se encontrará no dia 24 com o Presidente colombiano Juan Manuel Santos, viajando no dia seguinte para Cartagena, para participar do evento.

Entre os mandatários que confirmaram a presença estão os Presidentes de Cuba, Raúl Castro – cujo país foi o anfitrião das conversações entre as partes - , da Venezuela, Nicolás Maduro e do Chile, Michelle Bachelet, garantes do processo de paz.

Também participarão os Presidentes do México, Enrique Peña Nieto; Guatemala, Jimmy Morales; Honduras, Juan Orlando Hernández; El Salvador, Salvador Sánchez Cerén; Panamá, Juan Carlos Varela; Costa Rica, Luis Guillermo Solís; Equador, Rafael Correa; Peru, Pedro Pablo Kuczynski; Paraguai, Horacio Cartes e República Dominicana, Danilo Medina.

Participarão ainda os Secretários Gerais das Nações Unidas, Ban Ki Moon e da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro.

Também confirmaram presença a alta representante da União Europeia, Federica Mogherini; os Presidentes do Banco Mundial, Jim Young Kim; do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno.

A assinatura do Acordo colocará fim a 52 anos de conflito armado.

(JE)

inizio pagina

Igreja no Mundo



Amatrice: de padres itinerantes a uma igreja provisória

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – O outono no hemisfério norte começa só na próxima semana, mas a instabilidade de 5 dias em diversas regiões da Itália e prevista pelos meteorologistas já começou nesta sexta-feira (16). Os maiores problemas decorrentes de fortes chuvas e temporais, porém, atingem as cidades que sofreram com o terremoto de 24 de agosto: muitas famílias estão vivendo em acampamentos.

Pequenos problemas foram registrados nas estruturas que recebem os alunos durante as aulas, além dos locais em ruínas e já danificados pelo abalo sísmico. Tanto que Fabrizio Curcio, chefe do Departamento da Proteção Civil, em entrevista à Rádio Rai, disse que estão incentivando as pessoas a abandonarem as barracas para que possam usufruir de outras estruturas disponíveis. Existem inclusive planos de evacuação para transferir quem é hóspede nos acampamentos para lugares mais seguros. “Mas obviamente devemos respeitar a vontade deles e a ligação com o território”, disse ele.

Amatrice ganha igreja provisória

Para este domingo (18), no entanto, os fiéis poderão participar da celebração eucarística em uma nova estrutura. Uma barraca improvisada de 110 metros quadrados foi erguida para receber as comunidades da região de Amatrice.

Padres itinerantes à serviço da comunidade

Segundo o sacerdote que reza missas no acampamento e como descreve o L’Osservatore Romano, atualmente “não há lugares de culto. Não tem mais igreja, não tem mais um lugar onde se possa acolher uma comunidade. É claro que o importante é a comunidade, é o que realmente faz sentido neste momento. Deus quis que a gente se transformasse em padres itinerantes nesta fase. Há muita história difícil, há famílias em que as crianças foram mortas e os avós se salvaram, há outras em que os pais morreram, os avós, todos. Existem mães que ficaram sozinhas no mundo, sem marido e sem filhos. Nós estamos aqui para ajudar, para nos colocar à serviço”. (AC) 

inizio pagina

Congresso Eucarístico italiano: "Eucaristia, fonte de missão"

◊  

Gênova (RV) - O Cardeal Angelo Bagnasco, Presidente da Conferência Episcopal da Itália (CEI), e Enviado Especial do Papa, inaugurou nesta quinta-feira (15/9), em Gênova, o 26° Congresso Eucarístico Nacional Italiano, que se concluirá no próximo domingo, dia 18.

O evento, qie reúne todas as realidades eclesiais da Itália entorno do mistério Eucarístico, promovido pelos Bispos da Itália, tem como tema: "Eucaristia, fonte da missão: em vossa misericórdia viestes ao encontro de todos".

Este 26° Congresso Eucarístico italiano tem a finalidade de levar os fiéis a “viverem uma renovada experiência de Deus, que vem salvar os homens; a Eucaristia conduz a Igreja para além de dos seus confins, a convite do Santo Padre".

O Congresso Eucarístico realiza-se no âmbito do Ano Santo da Misericórdia “para que os fiéis se abram, de modo convincente e generoso, ao dom da misericórdia de Deus, fonte inesgotável de toda renovação pessoal e comunitária".

A misericórdia, portanto, é o eixo central do evento, que se realiza em Gênova. A alegria que emana da experiência da misericórdia “proporciona um novo frescor às Comunidades eclesiais e um novo impulso ao anúncio do Evangelho".

Ao refletir sobre a Eucaristia “fonte da missão” e sobre a misericórdia, o Congresso se articula em quatro momentos: contemplar a santidade misericordiosa de Deus, que vai ao encontro do homem; redescobrir a riqueza da celebração Eucarística na vida da Igreja; indicar a relação entre a Eucaristia e a transformação missionária; e descobrir os ambientes da vida social, onde a Eucaristia precisa de testemunho renovado cristão.

O Cardeal Angelo Bagnasco, - Presidente da Conferência Episcopal Italiana e Arcebispo de Gênova, - afirmou que o Congresso conta momentos voltados à caridade, catequese e oração, sobretudo em vista do terremoto que abalou o centro da Itália no último dia 24 de agosto.

“Ajudar os nossos irmãos e irmãs atingidos pelo terremoto – disse o Cardeal Bagnasco - é uma escolha em nome da caridade e da missionariedade, duas consequências fundamentais da experiência Litúrgica e Eucarística”.

Durante estes três dias de Congresso Eucarístico Nacional, 50 grupos eclesiais fazem obras de misericórdia, corporais e espirituais, em vários lugares da cidade de Gênova, além das catequeses sobre a Eucaristia em igrejas genovesas.

No âmbito do Congresso – concluiu o Arcebispo de Gênova – a juventude da Itália apresentará a proposta “missão dos jovens entre os jovens”, como fruto missionário do Congresso Eucarístico, evento de esperança e misericórdia”. (MT)

inizio pagina

Doações para vítimas do terremoto: "a caridade que mata a sede"

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Todas as igrejas na Itália estarão mobilizadas neste domingo (18) para receber as doações que serão destinadas às pessoas que sofreram com o recente terremoto no centro do país, no final de agosto. A coleta foi lembrada pelo Cardeal Angelo Bagnasco, presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI) e enviado especial do Papa, durante a inauguração de mais um Congresso Eucarístico Nacional em Gênova, nesta quinta-feira (15). 

A caridade que mata a sede

O purpurado disse que “a caridade não tem músculos para serem mostrados, mas pequenas ânforas para serem levadas, ânforas também capazes de matar a sede dos pobres no corpo e no espírito”. A coleta que será feita no domingo em todas as dioceses, acrescentou o arcebispo de Gênova, “vai nessa direção: um sinal de compartilhamento solidário que se une à oração por aqueles que foram duramente atingidos pelo terremoto no centro da Itália”.

“Queremos que a Itália perceba que está acontecendo alguma coisa no seu ventre, alguma coisa verdadeira e bonita que interessa ao país”, disse o Card. Bagnasco no seu discurso no Congresso da CEI. Uma iniciativa paralela ao pensamento do Papa Francisco que “é conosco com aquele carinho próximo e paterno que todo mundo conhece e retribui”.

Os critérios da missão

“Justamente porque a Igreja não é uma organização, mas o Corpo de Cristo, o espaço de encontro com Ele, a comunidade dos discípulos, sacramento de luz, mistério de salvação e de graça”, disse o arcebispo, “a nossa tarefa não é aquela de escolher os terrenos, os lugares, as pessoas, as categorias: devemos, em vez disso, ter a passagem larga e abundante do braço e, sobretudo, do coração. Os critérios da missionariedade, como de cada pastoral, são aqueles das pessoas”. (AC/AdnKronos)

inizio pagina

Assis: "Nossa Mãe Terra" chega a 12ª edição

◊  

Assis (RV) – Chega a 12ª edição o encontro internacional “Nossa Mãe Terra”, que de 17 a 20 de setembro , reunirá em Assis 23 palestrantes para falar sobre ecologia, energia alternativa, religiões, homem e natureza.

O encontro – promovido pelo Sagrado Convento de Assis e pelo Ministério do Ambiente italiano – insere-se neste ano no encontro internacional “Sede de paz – religiões e culturas em diálogo”.

O encontro sobre o ambiente contará com a participação, entre outros, do Custódio do Sagrado Convento de Assis, Padre Mauro Gambetti e do Ministro do Ambiente e da Tutela do Território e do Mar, Gian Luca Galletti.

Festival

A Orquestra de Câmara “Os Filarmônicos de Roma” abrirá o evento no final da tarde do dia 17, na Praça inferior da Basílica de São Francisco. O primeiro painel – “Cuidado e salvaguarda da Criação” – terá lugar no dia 19 de setembro, às 9h30min, e será presidido pelo Diretor do Corriere dela Sera, Luciano Fontana.

Os outros painéis -  “Comida e água para todos” e “As religiões e a salvaguarda da Criação” – serão realizados na parte da tarde do dia 19 e na manhã da terça-feira, 20 de setembro, sendo presididos, respectivamente, pelo Vice-Presidente do Ideasolidarietè, Augusto Forti e pelo Presidente da Union Libéral Israélite de France, Jean-François Bensahel.

“É o momento de mudar os nossos estilos de vida para proteger a criação, com o empenho e a determinação propostos por Francisco de Assis – declarou o Diretor da Sala de Imprensa do Sagrado Convento de Assis, Padre Enzo Fortunati - e entregá-lo às futuras gerações. É um compromisso que deve dizer respeito a todos, como recordou diversas vezes o Papa Francisco. Ninguém deve sentir-se excluído do empenho cotidiano de salvaguardar o Criação, com o uso correto, respeitoso e solidário dos recursos”.

(JE)

inizio pagina

Universidades públicas da Índia seguem os passos de Madre Teresa

◊  

Rádio Vaticano (RV) - São 3 as universidades públicas da Índia que se empenham em manter viva a herança de Santa Teresa de Calcutá, trabalhando na sociedade com maior atenção ao âmbito social, colocando-se a serviço dos mais pobres e necessitados.

Em entrevista à Agência Fides, Padre Paul CM, há anos na direção do Departamento de Comunicação na Universidade de Dom Bosco no Estado de Assam disse que "é uma iniciativa louvável. Demonstra que quase 20 anos depois da morte de Madre Teresa, o seu trabalho ainda inspira não só a imaginação dos jovens nas escolas mas também os acadêmicos que admiram o empenho de Madre Teresa no serviço à humanidade"

As três universidades do Estado de Assam que desejam sempre mais seguir os passos de Madre Teresa organizam atividades sociais são: Guwahati University, a Dibrugarhe University e a Cotton College State University. 

As obras e os princípios do serviço de Madre Teresa têm um forte impacto na sociedade:

"Estamos elaborando alguns projetos sociais que envolverão os estudantes", revela Mridul Hazarika, vice-chanceler da Guwahati University.

"Os trabalhos de Madre Teresa nos incentivam: os institutos de formação tem necessidade da inspiração de Madre Teresa e ao mesmo tempo uma abordagem para a sociedade", afirma Kumar Alak Buragohain o Vice-chanceler da Dibrugarh University.

"É necessário sensibilizar e envolver os estudantes no trabalho social ensinando-os como crescer com a responsabilidade social", conclui Dhruba Jyoti Saikia, vice-chanceler da Cotton College State University.

(Fides-VM)

inizio pagina

Formação



Laudato si - Mudar de Rumo

◊  

Capítulo 20

MUDAR DE RUMO 

FRANCISCO Irmãs, irmãos. A paz esteja com vocês! A paz e o amor e a felicidade! Eu, Francisco de Assis, cantei e louvei a Deus, pela irmã Mãe Terra, que nos sustenta e produz os mais variados frutos com coloridas flores e plantas! A Terra, nossa casa comum! Você me procurou primeiro, irmã Mãe Terra. Agora sou eu quem te procura. Necessito conversar contigo. Necessito teu conselho de mãe.

TERRA   Fala, Francisco, meu filho.

FRANCISCO Estou assustado, Mãe Terra. Nestes dias falei com todas as criaturas de Deus.

TERRA   E o que te disseram?

FRANCISCO O mesmo que você. Dizem-me que se não mudarmos de rumo, este mundo         acaba. Que se os seres humanos insistem nessa forma de viver, de produzir,  de consumir, de gastar e descartar, isto acaba. Será que ainda temos tempo, Mãe Terra?

TERRA   Se tivessem aprendido com as mães que cuidam de seus filhos, de suas filhas... Se tivessem aprendido das mulheres que cuidam da vida, da terra, das sementes… Mas não o fizeram. 

GALOPE DISTANTE

TERRA   Não sei se ainda há tempo, Francisco, não sei… Não está ouvindo ao longe  um galope de cavalos?

FRANCISCO  Sim, ouço... O que são, quem são?

TERRA   São os cavaleiros... Cavaleiros dos acontecimentos terríveis que estão para acontecer... se não mudarmos de rumo.

GALOPE DO PRIMEIRO CAVALO

TERRA   Olha o primeiro... Um cavalo branco anunciando a vitória das corporações, o triunfo dessa ideia do crescimento infinito, do mercado sem controle… Com essa mentira de que os recursos do planeta nunca vão acabar me esgotam até o limite e mais além do limite…

FRANCISCO A vitória do deus dinheiro.

GALOPE DO SEGUNDO CAVALO

TERRA  Olha, Francisco, olha o segundo cavalo. É vermelho... Vermelho de sangue, como as guerras, as infinitas formas de violência... Invadem países para roubar petróleo, para ficar com as minas de coltan, com as minas de ouro… Guerras com armas cada vez mais mortíferas que arrasam a casa comum…

FRANCISCO …e sacrificam os mais frágeis. 

GALOPE DO TERCEIRO CAVALO

TERRA  O terceiro cavaleiro vem montado em um cavalo amarelo. É a cor da fome. Mães com os peitos secos, crianças mortas antes do tempo, anciões miseráveis, sem forças… A fome, o grande pecado do mundo. Um bilhão de seres humanos vão dormir hoje sem comer, passando fome.

FRANCISCO E não será por falta de comida, mas sim por excesso de cobiça.

GALOPE DO QUARTO CAVALO

TERRA   E o quarto vem em um cavalo negro. Negro como o petróleo. Como os gases sujos que aquecem o planeta. Como as florestas convertidas em cinzas. É o cavaleiro da morte. O que anuncia a mudança climática.

FRANCISCO E os seres humanos ainda terão tempo, Mãe Terra? Poderão impedir a catástrofe?

TERRA   Depende de duas coisas, Francisco. A primeira, que os pobres, os homens e as mulheres descartados por este sistema que já não se aguenta, abram sua mente.

FRANCISCO Por que diz isso, Mãe Terra?

TERRA   Porque jogam a culpa em Deus de tudo o que lhes acontece. Se os filhos morrem de fome, dizem:

MULHER Foi a vontade de Deus.

TERRA   O patrão abusivo os explora, os abusa...

HOMEM Por algo será. Deus quis assim.

TERRA   Se adoecem por respirar ar com chumbo. Se a empresa mineradora contamina o rio com mercúrio.

MULHER O que podemos fazer? Entrego a justiça a Deus.

TERRA   Quando não têm trabalho nem teto nem terras...

VÁRIOS Rezemos, irmãos, Deus proverá!

FRANCISCO Mas não basta rezar. Em minha terra diziam: Deus ajuda a quem se ajuda.

TERRA   Também jogam a culpa em Deus do que acontece comigo. Inundações, furacões, mudança do clima...

HOMEM Castigo de Deus por nossos pecados!

TERRA   Se acontece uma seca acendem velas para que Deus mande chuva. São como bebês que esperam tudo da mamãe.

FRANCISCO Os maus pregadores lhes ensinaram essa resignação.

TERRA   Talvez você também, Francisco, quando pregava.

FRANCISCO Sim, Mãe Terra, eu também. E por isso, como o meu xará Francisco, quero pedir perdão por todos os erros que dissemos em nome de Deus.

TERRA   Pois já é tempo de abrirem os olhos e descobrirem os responsáveis!

FRANCISCO Diga em voz alta, Mãe Terra. Denuncia-os.

TERRA   Os responsáveis são os empresários, os banqueiros, os políticos, os governantes dos países ricos que exploram os países pobres. E os governantes dos países pobres que se deixam comprar pelos ricos.

FRANCISCO  A esses abusivos não lhes preocupa o que acontece nem o que pode acontecer…

TERRA   Não lhes interessam os direitos das gerações futuras! Ouça, Francisco: os indígenas destas terras do Norte quando decidiam mudanças em seu ambiente sempre faziam uma pergunta muito sábia:

ANCIÃO Como o que vamos fazer afetará as sete gerações que virão depois de nós?

FRANCISCO Mãe Terra, disseste que a solução dependia de duas coisas. A primeira, que os pobres abram sua mente. E a segunda, imagino, que os poderosos abram seu coração.

TERRA   Você sempre foi ingênuo, Francisco. Não. Os que têm tudo negam os problemas, são indiferentes ante a dor dos outros. Têm o coração de pedra. O poder e o dinheiro os embriagou, como a besta do apocalipse. Não vão abrir seu coração e muito menos seu bolso.

FRANCISCO        E então, Mãe…?

TERRA   O que eles têm que abrir, assim como os pobres, é sua mente. Porque a catástrofe afetará primeiro os mais débeis. E depois, também a eles. Quando um barco afunda, todos afundam. Os gases do aquecimento global não conhecem fronteiras. Seus filhos e seus netos também não sobreviveram. Suas cidades serão tragadas pelo mar. Queimarão de calor, igual aos pobres.

FRANCISCO        Os pobres esperando tudo de Deus.

TERRA   E os poderosos achando que são deus… Como se fossem amos e senhores da Criação. 

FRANCISCO Mas não são Deus. Nós humanos não somos donos de ti, Mãe Terra, só guardiões. Porque não te recebemos de herança de nossos antepassados.  A tomamos emprestado de nossos filhos, de nossas filhas.

TERRA   Tuas palavras são sábias, Francisco. Sagradas.

FRANCISCO Louvado sejas, meu Senhor, presente em todo o universo

E na menor de tuas criaturas.

Vós, que rodeias com vossa ternura tudo o que existe, derrama em nós a força de vosso amor para que cuidemos da vida e da beleza para que vivamos sem ferir a ninguém. Alenta-nos em nossa luta pela justiça, pelo amor e pela paz.

TERRA   Que assim seja, irmão Francisco.

FRANCISCO Assim será, irmã Mãe Terra.

Diz o Papa Francisco em sua encíclica Laudato Si, Louvado Sejas:

As previsões catastróficas já não se podem olhar com desprezo e ironia. Às próximas gerações, poderíamos deixar demasiadas ruínas, desertos e lixo. O ritmo de consumo, desperdício e alteração do meio ambiente superou de tal maneira as possibilidades do planeta, que o estilo de vida atual – por ser insustentável– só pode desembocar em catástrofes, como aliás já está a     acontecer periodicamente em várias regiões... A esperança convida-nos a reconhecer que sempre há uma saída, sempre podemos mudar de rumo, sempre podemos fazer alguma coisa para resolver os problemas. (Laudato Si, 161, 61)

E disse o Papa Francisco no Encontro com os Movimentos Populares na Bolívia:

Terra, teto e trabalho para todos nossos irmãos e nossas irmãs. Já disse e repito: são direitos sagrados. Vale a pena, vale a pena lutar por eles. Que o clamor dos excluídos se ouça na América Latina e em toda a terra. 

PERGUNTAS PARA O DEBATE

1- Você é otimista ou pessimista sobre o futuro da Terra?

2- Você está de acordo com isso de que “Deus proverá”? Por que sim ou por que não?

3- Podemos ser cristãos sem ter consciência ambiental? O que significa cidadania ecológica?

 

inizio pagina

Terra Santa: deixar as armas físicas e do domínio sobre o outro

◊  

Rádio Vaticano (RV) - Em discurso no Conselho de Segurança na quinta-feira (15/09), o Secretário-geral da ONU Ban Ki-Moon afirmou que a solução de "Dois Estados" para Israel e Palestina está em risco e que o objetivo pode ser substituído pela "realidade de um Estado de violência e ocupação perpétua".

Neste contexto, o nosso convidado em nosso espaço de missão é o jesuíta Bruno Franguelli, colaborador do Programa Brasileiro que viveu recentemente uma experiência na Terra Santa. Bianca Fraccalvieri conversou com ele.

 

“Infelizmente, nós queremos dominar, queremos colonizar, queremos o nosso espaço e não estamos preocupados com o outro. Então, o primeiro passo seria descobrir onde é que o egoísmo está tomando conta do nosso coração”, disse Bruno.

(MJ)

inizio pagina

Atualidades



"Construir um Brasil onde todos se sintam em casa"

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Qual é o Brasil querido pelos brasileiros? E os brasileiros que vivem no exterior, como nós, como estamos vivendo a crise política, econômica e social em nosso país? Na festividade nacional do 7 de setembro, a Independência, nossos compatriotas se reuniram em Roma no Colégio Pio Brasileiro, a residência de muitos sacerdotes estudantes na Itália. Ali nós encontramos o Padre Arlindo Dias, conselheiro geral dos missionários do Verbo Divino.

Na avaliação do religioso, a sensação é que o Brasil está dividido entre os que querem que todos vivam bem, felizes e em dignidade; e os que usam os bens do país para seu próprio benefício.

“Quem quer que tenha um coração brasileiro quer ver o Brasil renascer desta catástrofe atual. E para que isto aconteça, são necessárias três coisas: que vá avante a luta contra a corrupção, que os culpados sejam punidos. ‘Ser político é trabalhar para o bem comum’; é necessária uma limpeza nos partidos, que o que foi tirado do povo lhe seja restituído”.

"Em segundo lugar, a democracia: a última palavra é sempre do povo".

"Em terceiro, não podemos abrir mão dos direitos conquistados pelos pobres. Se quisermos um Brasil com justiça e solidariedade, sem violência, é preciso tutelar as minorias, negros, pobres e mulheres". 

Ouça a avaliação do Padre Arlindo Dias, clicando aqui: 

(CM)

inizio pagina

Alerta da Anistia Internacional: 75 mil refugiados no deserto

◊  

Rádio Vaticano (RV) - A Anistia Internacional divulgou imagens de satélite que mostram cemitérios improvisados e túmulos no meio do deserto na “terra de ninguém” entre a Síria e a Jordânia. 

Os depoimentos recolhidos por organizações para os Direitos Humanos no aterro de areia conhecido como "berm" mostram um quadro desesperador de sofrimento humano e evidenciam a trágica consequência da falta de responsabilidade na crise global dos refugiados.

Na próxima semana, líderes mundiais se reuniram em Nova Iorque para discutir o tema.

“A situação em berm é uma fotografia das consequências da vergonhosa falta de responsabilidade na crise dos refugiados, na qual muitos países que fazem fronteira com a Síria decidiram fechar suas fronteiras ” – declarou Tirana Hassan, Diretora de Crise da Anistia Internacional.

Os países que fazem fronteira com a Síria, entre eles a Jordânia, que hospeda 650 milhões de refugiados - acolheu a maior parte das pessoas em fuga do conflito, colocando à prova os próprios recursos. Na véspera desse encontro internacional, a Anistia Internacional apela aos líderes mundiais que assumam compromissos concretos para receber uma parte dos refugiados, reduzindo assim a pressão sobre os países que já hospedam um grande número de pessoas.

A Organização para os Direitos Humanos também pede à Jordânia que garanta o ingresso imediato no país dos refugiados que se encontram em berm.

Fome, doenças e morte

Após o atentado de 21 de junho que causou a morte de sete agentes do Controle de Fronteira, a Jordânia fechou a fronteira de Rukban e Hadalat bloqueando completamente a já limitada forma de assistência humanitária em berm.

Abu Mohamed se encontra no local há cinco meses e afirma que depois do atentado de 21 de junho as coisas pioraram: “A situação humanitária é péssima, sobretudo para as crianças. Temos água para beber mas nada de comida e leite. É terrível. Muitas pessoas morreram. Em um mês temos arroz e lentilha e um quilo de damasco seco, nada além disso. A moral das pessoas em Rukban é abaixo de zero”.

As imagens de Rukban mostram dois cemitérios improvisados com dezenas de túmulos debaixo das tendas dos refugiados. A ausência de cuidados médicos adequados e a dramática condição de vida no local tem consequências letais. A falta de higiene, a situação sanitária e o limitado acesso de água potável tem provocado numerosos casos de hepatite que é a principal causa de morte entre as crianças. Outro número expressivo de mortes são de mulheres grávidas. 

As imagens de satélite obtidas pela Anistia Internacional mostram que desde outubro de 2015 a população na região aumentou. Em Rukbal o número de refugiados passou de 368 no ano passado para 6563 a julho e 8295 em setembro de 2016. Esse recente crescimento confirma que nos últimos meses milhares de sírios continuaram a fugir de crimes de guerra e outros graves violações dos direito humanos.

O Ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Mohammed al-Momani, disse à Anistia Internacional que reconhece que a situação humanitária é difícil e declarou "que o seu país está pronto a assumir a sua parte de responsabilidade”. O Ministro solicitou a ONU e a comunidade internacional para fazer o mesmo.

“Sem dúvidas o tema da segurança é importante. Mas proteger os cidadãos da Jordânia negando assistência humanitária e proteção a quem precisa desesperadamente não deveria ser feito” – comentou Hassan

As Nações Unidas estão negociando com as autoridades da Jordânia planos que preveem a abertura de centros de distribuição de ajudas humanitárias a dois quilômetros da fronteira.

“O empenho real e ações concretas para aumentar os locais de reinserção dos refugiados é um desafio do encontro de líderes mundiais. Se não encontrarem soluções a longo prazo para as pessoas abandonadas em berm, o mundo não terá falido somente no âmbito da Síria e da Jordânia, mas também em dar uma solução à crise global dos refugiados” – concluiu Hassan.

(Anistia Internacional – VM)

inizio pagina

OMI comemoram 200 anos de história em Capítulo Geral

◊  

Rádio Vaticano (RV) - O 36º Capítulo Geral dos Missionários Oblatos de Maria Imaculada - OMI, que teve início no último dia 14 de setembro e vai até 12 de outubro, em Roma, traz o tema: Evangelizar pauperibus misit me - "O Senhor me chamou para evangelizar os pobres".

A assembleia reúne 82 religiosos e 38 sacerdotes, irmãos do mundo inteiro para viver o que suas Constituições e Regras chamam de “um tempo privilegiado de reflexão e conversão comunitárias. Juntos e unidos à Igreja, discernimos a vontade de Deus nas necessidades urgentes da nossa época e lhe agradecemos pela obra de salvação que leva a cabo por meio de nós” (Constituição OMI).

Dom da Fé

O Superior Geral, Padre Louis Lougen, convidou os Oblatos a pedir a Deus o dom da fé:

"Viemos aqui, em primeiro lugar, como homens de fé, ou seja, homens que enxergam além do que é óbvio e têm sabedoria. Cremos que Jesus nos trouxe aqui como seus missionários. Ele quer incutir em nós a novidade e a força do Espírito, neste corpo especial de Oblatos chamado Capítulo Geral".

E acrescentou: "Não é apenas uma outra reunião, um Capítulo a mais. Não podemos nos questionar se o Capítulo será útil ou não. Sabemos que o Espírito de Jesus está entre nós e nos fala. Temos que fazer do Capítulo Geral, um evento que toque toda a congregação". 

Oblatos conectados

A Congregação vive a era digital: a abertura do Capítulo foi transmitida ao vivo para os Oblatos no mundo inteiro. Os missionários oblatos foram fundados em 1816 por Santo Eugênio, em Aix de Provenza (França). Hoje são mais de 4.400 membros que desempenham seu serviço em 70 países (mais de 700 na África, 1.450 na Europa, 630 na Ásia, 360 na América latina, 750 no Canadá, 480 nos Estados Unidos). 

(VM)

inizio pagina