Noticiário da Rádio Vaticano Noticiário da Rádio Vaticano
RedaÇão +390669883895 e-mail: brasil@vatiradio.va

Sumario del 20/09/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa Francisco em Assis: somente a paz é santa, não a guerra!

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - “Não podemos ficar indiferentes. Hoje o mundo tem uma sede ardente de paz.” “Não temos armas; mas acreditamos na força mansa e humilde da oração.” Foi o que disse o Papa Francisco na cerimônia conclusiva do Dia Mundial de Oração pela Paz, celebrada esta terça-feira (20/09) em Assis. 

Na esteira do 30º aniversário do histórico Encontro de Oração pela Paz convocado por João Paulo II (27 de outubro de 1986), reunindo líderes religiosos do mundo inteiro, o evento desta terça-feira teve como tema “Sede de Paz. Religiões e Culturas em Diálogo”, promovido Diocese de Assis, Famílias Franciscanas e a Comunidade romana de Santo Egídio.

Vimos a Assis como peregrinos à procura de paz

Já no início de seu discurso, após agradecer aos ilustres representantes das Igrejas, Comunidades cristãs e Religiões pela presença e participação, Francisco lembrou que todos se encontravam reunidos em Assis como peregrinos à procura da paz, movidos pelo desejo de testemunhar a paz, sobretudo pela necessidade de rezar pela paz, “porque a paz é dom de Deus e cabe a nós invoca-la, acolhê-la e construí-la cada dia com a sua ajuda”, frisou.

“Sair, pôr-se a caminho, encontrar-se em conjunto, trabalhar pela paz: não são movimentos apenas físicos, mas sobretudo da alma”, acrescentou; “são respostas espirituais concretas para superar os fechamentos, abrindo-se a Deus e aos irmãos. É Deus que no-lo pede, exortando-nos a enfrentar a grande doença do nosso tempo: a indiferença”.

Em seguida, o Pontífice caracterizou essa grande enfermidade: “É um vírus que paralisa, torna inertes e insensíveis, um morbo que afeta o próprio centro da religiosidade produzindo um novo e tristíssimo paganismo: o paganismo da indiferença”.

Mundo de hoje tem sede ardente de paz

“Não podemos ficar indiferentes. Hoje o mundo tem uma sede ardente de paz. Em muitos países, sofre-se por guerras, tantas vezes esquecidas, mas sempre causa de sofrimento e pobreza”, disse Francisco, lembrando sua visita à ilha grega de Lesbos (16 de abril passado), na qual viu nos olhos dos refugiados o sofrimento da guerra, a angústia de povos sedentos de paz.

“Penso em famílias, cuja vida foi transtornada; nas crianças, que na vida só conheceram violência; nos idosos, forçados a deixar as suas terras: todos eles têm uma grande sede de paz. Não queremos que estas tragédias caiam no esquecimento. Desejamos dar voz em conjunto a quantos sofrem, a quantos se encontram sem voz e sem escuta. Eles sabem bem – muitas vezes melhor do que os poderosos – que não há qualquer amanhã na guerra e que a violência das armas destrói a alegria da vida.”

A força mansa e humilde da oração

“Não temos armas; mas acreditamos na força mansa e humilde da oração. Neste dia, a sede de paz fez-se imploração a Deus, para que cessem guerras, terrorismo e violências”, disse ainda o Santo Padre.

A paz que invocamos, a partir de Assis, não é um simples protesto contra a guerra, nem é sequer «o resultado de negociações, de compromissos políticos ou de acordos econômicos, mas o resultado da oração», acrescentou Francisco citando palavras João Paulo II no Encontro de Oração pela Paz de 30 anos atrás.

“Procuramos em Deus, fonte da comunhão, a água cristalina da paz, de que está sedenta a humanidade: essa água não pode brotar dos desertos do orgulho e dos interesses de parte, das terras áridas do lucro a todo o custo e do comércio das armas.”

Diferença não é motivo de conflito

Dirigindo-se aos líderes religiosos, o Papa lembrou que nossas tradições religiosas são diversas. “Mas para nós, a diferença não é motivo de conflito, de polêmica ou de frio distanciamento”, observou.

“Hoje não rezamos uns contra os outros, como às vezes infelizmente se deu na História. Ao contrário, sem sincretismos nem relativismos, rezamos uns ao lado dos outros, uns pelos outros.”

“Continuando o caminho iniciado há trinta anos em Assis, onde permanece viva a memória daquele homem de Deus e de paz que foi São Francisco, «uma vez mais nós, aqui reunidos, afirmamos que quem recorre à religião para fomentar a violência contradiz a sua inspiração mais autêntica e profunda».”

Só a paz é santa; não a guerra

“Não nos cansamos de repetir que o nome de Deus nunca pode justificar a violência. Só a paz é santa; não a guerra!”, exclamou o Papa.

Francisco ressaltou que a oração e a vontade de colaborar comprometem uma paz verdadeira, não ilusória: “não a tranquilidade de quem esquiva as dificuldades e vira a cara para o lado, se os seus interesses não forem atingidos”.

“Não o cinismo de quem se lava as mãos dos problemas alheios; não a abordagem virtual de quem julga tudo e todos no teclado dum computador, sem abrir os olhos às necessidades dos irmãos nem sujar as mãos em prol de quem passa necessidade”, enfatizou.

Após afirmar ser a paz um fio de esperança que liga a terra ao céu, o Pontífice disse tratar-se de uma palavra tão simples e ao mesmo tempo tão difícil. Paz quer dizer perdão, acolhimento, colaboração e educação, disse.

Concluindo, o Papa lembrou que nosso futuro é viver juntos. “Por isso, somos chamados a libertar-nos dos fardos pesados da desconfiança, dos fundamentalismos e do ódio”.

Líderes da nações não se cansem de promover a paz

“Nós, como Chefes religiosos, temos a obrigação de ser pontes sólidas de diálogo, mediadores criativos de paz. Dirigimo-nos também àqueles que detêm a responsabilidade mais alta no serviço dos povos, aos líderes das nações, pedindo-lhes que não se cansem de procurar e promover caminhos de paz, olhando para além dos interesses de parte e do momento.”

A paz é uma responsabilidade universal, lembrou Francisco, fazendo uma exortação: “Assumamos esta responsabilidade, reafirmemos hoje o nosso sim a ser, juntos, construtores da paz que Deus quer e de que a humanidade está sedenta.” (RL)

inizio pagina

Apelo pela Paz, pela oração que protege e ilumina o mundo

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Na cerimônia de conclusão do encontro em Assis e depois do discurso do Papa na Praça de São Francisco, no final da tarde desta terça-feira (20), foi respeitado um minuto de silêncio em memória das vítimas das guerras e do terrorismo em todo o mundo. Em seguida, um representante do budismo japonês leu o Apelo pela Paz para toda a assembleia que acompanhava o encerramento. 

Um grupo de crianças, então, recebeu uma cópia do documento que será doada para os representantes de países de todo o planeta no sentido de frutificar a mensagem de Assis no mundo. Para representar o momento, Papa Francisco fez a entrega do Apelo pela Paz envolvido num ramo de oliveira – símbolo da paz – a uma criança.

Na sequência da cerimônia, o Santo Padre foi quem começou a acender o candelabro para iluminar para a esperança e também foi o primeiro a assinar o documento. E, assim, sucessivamente, os representantes religiosos também acenderam as suas velas para compor o candelabro, e assinaram o apelo conjunto, acreditando nesse ato concreto de misericórdia, compartilhado em um grande abraço humanitário pela paz.

No texto do Apelo pela Paz, as primeiras referências remontam o ano de 1986 quando, a convite do Papa João Paulo II, o encontro inter-religioso abraçou homens e mulheres de diferentes religiões e provenientes do mundo todo para “afirmar o vínculo indivisível entre o grande bem da paz e uma autêntica atitude religiosa”.

Com a guerra, todos perdem, incluindo os vencedores

“Daquele evento histórico, teve início uma longa peregrinação que, tocando muitas cidades do mundo, envolveu inúmeros crentes no diálogo e na oração pela paz; uniu sem confundir, gerando amizades inter-religiosas sólidas e contribuindo para extinguir não poucos conflitos. Este é o espírito que nos anima: realizar o encontro no diálogo, opor-se a todas as formas de violência e abuso da religião para justificar a guerra e o terrorismo. E todavia, nos anos intercorridos, ainda muitos povos foram dolorosamente feridos pela guerra. Nem sempre se compreendeu que a guerra piora o mundo, deixando um legado de sofrimentos e ódios. Com a guerra, todos perdem, incluindo os vencedores.”

A oração protege o mundo

O apelo, então, para que a oração pela paz seja uníssona e instrumento de conciliação e amor diante dos conflitos atuais que assolam o mundo:

“Dirigimos a nossa oração a Deus, para que dê a paz ao mundo. Reconhecemos a necessidade de rezar constantemente pela paz, porque a oração protege o mundo e ilumina-o. A paz é o nome de Deus. Quem invoca o nome de Deus para justificar o terrorismo, a violência e a guerra, não caminha pela estrada d’Ele: a guerra em nome da religião torna-se uma guerra contra a própria religião. Por isso, com firme convicção, reiteramos que a violência e o terrorismo se opõem ao verdadeiro espírito religioso.”

Um tempo novo, uma família de povos

O respeito à pluralidade para a construção de uma sociedade de paz também se faz presente no Apelo pela Paz, com pensamento especial a quem sofre por causa da guerra: os pobres, as crianças, os jovens, as mulheres. E é com eles que se clama: “Não à guerra!”, não cair no vazio o grito de dor de tantos inocentes. O Apelo implora “aos Responsáveis das nações que sejam desativados os moventes das guerras: a ambição de poder e dinheiro, a ganância de quem trafica armas, os interesses de parte, as vinganças pelo pasado” e que “cresça o esforço concreto para remover as causas subjacentes aos conflitos: as situações de pobreza, injustiça e desigualdade, a exploração e o desprezo da vida humana”.

“Abra-se, finalmente, um tempo novo, em que o mundo globalizado se torne uma família de povos. Implemente-se a responsabilidade de construir uma paz verdadeira, que esteja atenta às necessidades autênticas das pessoas e dos povos, que impeça os conflitos através da colaboração, que vença os ódios e supere as barreiras por meio do encontro e do diálogo. Nada se perde, ao praticar efetivamente o diálogo. Nada é impossível, se nos dirigimos a Deus na oração. Todos podem ser artesãos de paz; a partir de Assis, renovamos com convicção o nosso compromisso de o sermos, com a ajuda de Deus, juntamente com todos os homens e mulheres de boa vontade.” (AC)

Confira o texto na íntegra:

Apelo pela Paz (Assis, 20 de setembro de 2016)

Homens e mulheres de diferentes religiões, congregamo-nos, como peregrinos, na cidade de São Francisco. Aqui em 1986, há trinta anos, a convite do Papa João Paulo II, reuniram-se Representantes religiosos de todo o mundo, pela primeira vez de modo tão participado e solene, para afirmar o vínculo indivisível entre o grande bem da paz e uma autêntica atitude religiosa. Daquele evento histórico, teve início uma longa peregrinação que, tocando muitas cidades do mundo, envolveu inúmeros crentes no diálogo e na oração pela paz; uniu sem confundir, gerando amizades inter-religiosas sólidas e contribuindo para extinguir não poucos conflitos. Este é o espírito que nos anima: realizar o encontro no diálogo, opor-se a todas as formas de violência e abuso da religião para justificar a guerra e o terrorismo. E todavia, nos anos intercorridos, ainda muitos povos foram dolorosamente feridos pela guerra. Nem sempre se compreendeu que a guerra piora o mundo, deixando um legado de sofrimentos e ódios. Com a guerra, todos perdem, incluindo os vencedores.

Dirigimos a nossa oração a Deus, para que dê a paz ao mundo. Reconhecemos a necessidade de rezar constantemente pela paz, porque a oração protege o mundo e ilumina-o. A paz é o nome de Deus. Quem invoca o nome de Deus para justificar o terrorismo, a violência e a guerra, não caminha pela estrada d’Ele: a guerra em nome da religião torna-se uma guerra contra a própria religião. Por isso, com firme convicção, reiteramos que a violência e o terrorismo se opõem ao verdadeiro espírito religioso.

Colocamo-nos à escuta da voz dos pobres, das crianças, das gerações jovens, das mulheres e de tantos irmãos e irmãs que sofrem por causa da guerra; com eles, bradamos: Não à guerra! Não caia no vazio o grito de dor de tantos inocentes. Imploramos aos Responsáveis das nações que sejam desativados os moventes das guerras: a ambição de poder e dinheiro, a ganância de quem trafica armas, os interesses de parte, as vinganças pelo passado. Cresça o esforço concreto por remover as causas subjacentes aos conflitos: as situações de pobreza, injustiça e desigualdade, a exploração e o desprezo da vida humana.

Abra-se, finalmente, um tempo novo, em que o mundo globalizado se torne uma família de povos. Implemente-se a responsabilidade de construir uma paz verdadeira, que esteja atenta às necessidades autênticas das pessoas e dos povos, que impeça os conflitos através da colaboração, que vença os ódios e supere as barreiras por meio do encontro e do diálogo. Nada se perde, ao praticar efetivamente o diálogo. Nada é impossível, se nos dirigimos a Deus na oração. Todos podem ser artesãos de paz; a partir de Assis, renovamos com convicção o nosso compromisso de o sermos, com a ajuda de Deus, juntamente com todos os homens e mulheres de boa vontade.

inizio pagina

Papa em Assis: combater a poluição da indiferença com o oxigênio do amor

◊  

Assis (RV) – Na parte da tarde, após encontros particulares com alguns líderes religiosos, o Papa se reuniu com os representantes cristãos na Basílica inferior de São Francisco para a oração ecumênica. 

Em sua meditação, o Pontífice refletiu sobre as palavras que ressoam ao contemplar Jesus crucificado: “Tenho sede!”

A sede é, ainda mais do que a fome, a necessidade extrema do ser humano, disse o Papa, mas representa também a sua extrema miséria. Não necessitamos somente de água, mas sobretudo de amor, “elemento não menos essencial para se viver”.

Para Francisco, as palavras de Jesus nos interpelam, pedem acolhimento no coração e resposta com a vida. “Na sua exclamação ‘tenho sede’, podemos ouvir a voz dos que sofrem, o grito escondido dos pequenos inocentes a quem é negada a luz deste mundo, a súplica instante dos pobres e dos mais necessitados de paz”, disse o Papa.

E prosseguiu: “Imploram paz as vítimas das guerras que poluem os povos de ódio e a terra de armas; imploram paz os nossos irmãos e irmãs que vivem sob a ameaça dos bombardeamentos ou são forçados a deixar a casa e emigrar para o desconhecido, despojados de tudo”.

O Pontífice recordou que todos eles são membros feridos e sedentos da carne de Cristo. Têm sede, mas, como Jesus, recebem o “vinagre amargo da rejeição”. São vítimas que muitas vezes se deparam com o silêncio ensurdecedor da indiferença, com o egoísmo de quem se sente incomodado, “com a frieza de quem apaga o seu grito de ajuda com a mesma facilidade com que muda de canal na televisão”.

Perante essas vítimas, exortou o Papa, os cristãos são chamados a ser “árvores de vida”, que absorvem a poluição da indiferença e restituem ao mundo o oxigênio do amor.

“Conceda-nos o Senhor estar unidos a Ele e próximos de quem sofre. Ele nos guarde a todos no amor e nos congregue na unidade, para nos tornarmos o que Ele deseja: ‘um só’”, foi a súplica final do Pontífice.

Eis o pronunciamento do Santo Padre na íntegra:

"À vista de Jesus crucificado, ressoam também para nós as suas palavras: «Tenho sede!» (Jo 19, 28). A sede é, ainda mais do que a fome, a necessidade extrema do ser humano, mas representa também a sua extrema miséria. Assim contemplamos o mistério do Deus Altíssimo, que Se tornou, por misericórdia, miserável entre os homens.

De que tem sede o Senhor? Certamente de água, elemento essencial para a vida; mas sobretudo de amor, elemento não menos essencial para se viver. Tem sede de nos dar a água viva do seu amor, mas também de receber o nosso amor. O profeta Jeremias expressou o comprazimento de Deus pelo nosso amor: «Recordo-Me da tua fidelidade no tempo da tua juventude, dos amores do tempo do teu noivado» (Jr 2, 2). Mas deu voz também ao sofrimento divino, quando o homem, ingrato, abandonou o amor, quando – parece dizer também hoje o Senhor – «Me abandonou a Mim, nascente de águas vivas, e construiu cisternas para si, cisternas rotas, que não podem reter as águas» (Jr 2, 13). É o drama do «coração árido», do amor não correspondido; um drama que se renova no Evangelho, quando, à sede de Jesus, o homem responde com vinagre, que é vinho estragado. Como profeticamente lamentou o salmista, «deram-me (…) vinagre, quando tive sede» (Sal 69/68, 22).

«O Amor não é amado»: tal era, segundo algumas crónicas, a realidade que turvava São Francisco de Assis. Por amor do Senhor que sofre, não se envergonhava de chorar e lamentar-se em voz alta (cf. Fontes Franciscanas, n. 1413). Esta mesma realidade nos deve estar a peito ao contemplarmos Deus crucificado, sedento de amor. Madre Teresa de Calcutá quis que, nas capelas de cada comunidade, estivesse escrito perto do Crucifixo: «Tenho sede». Apagar a sede de amor de Jesus na cruz, através do serviço aos mais pobres dos pobres, foi a sua resposta. Na verdade, o Senhor é saciado pelo nosso amor compassivo; é consolado quando, em nome d’Ele, nos inclinamos sobre as misérias alheias. No Juízo, chamará «benditos» aqueles que deram de beber a quem tinha sede, aqueles que ofereceram amor concreto a quem estava necessitado: «Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes» (Mt 25, 40).

As palavras de Jesus interpelam-nos, pedem acolhimento no coração e resposta com a vida. Na sua exclamação «tenho sede», podemos ouvir a voz dos que sofrem, o grito escondido dos pequenos inocentes a quem é negada a luz deste mundo, a súplica instante dos pobres e dos mais necessitados de paz. Imploram paz as vítimas das guerras que poluem os povos de ódio e a terra de armas; imploram paz os nossos irmãos e irmãs que vivem sob a ameaça dos bombardeamentos ou são forçados a deixar a casa e emigrar para o desconhecido, despojados de tudo. Todos eles são irmãos e irmãs do Crucificado, pequeninos do seu Reino, membros feridos e sedentos da sua carne. Têm sede. Mas, frequentemente, é-lhes dado, como a Jesus, o vinagre amargo da rejeição. Quem os ouve? Quem se preocupa em responder-lhes? Deparam-se muitas vezes com o silêncio ensurdecedor da indiferença, o egoísmo de quem se sente incomodado, a frieza de quem apaga o seu grito de ajuda com mesma facilidade com que muda de canal na televisão.

À vista de Cristo crucificado, «poder e sabedoria de Deus» (1 Cor 1, 24), nós, cristãos, somos chamados a contemplar o mistério do Amor não amado e a derramar misericórdia sobre o mundo. Na cruz, árvore de vida, o mal foi transformado em bem; também nós, discípulos do Crucificado, somos chamados a ser «árvores de vida», que absorvem a poluição da indiferença e restituem ao mundo o oxigénio do amor. Do lado de Cristo, na cruz, saiu água, símbolo do Espírito que dá a vida (cf. Jo 19, 34); do mesmo modo saia de nós, seus fiéis, compaixão por todos os sedentos de hoje.

Como a Maria ao pé da cruz, conceda-nos o Senhor estar unidos a Ele e próximos de quem sofre. Aproximando-nos de quantos vivem hoje como crucificados e tirando a força de amar do Crucificado Ressuscitado, crescerão ainda mais a harmonia e a comunhão entre nós. «Com efeito, Ele é a nossa paz» (Ef 2, 14), Ele que veio anunciar a paz àqueles que estavam perto e aos que estavam longe (cf. Ef 2, 17). Ele nos guarde a todos no amor e nos congregue na unidade, para nos tornarmos o que Ele deseja: «um só» (Jo 17, 21)". 

 

inizio pagina

Encontro em Assis: as velas em intenção a cada país em guerra

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Durante a oração ecumênica dos cristãos na tarde desta terça-feira (20), na Basílica inferior de São Francisco, em Assis, foram lembrados, um a um, os nomes dos países em guerra. 

Afeganistão, Birmânia, Burundi. E, depois, Iraque, Síria, Ucrânia e Iêmen. Uma vela foi acesa para cada país. A invocação de 27 nomes foi acompanhada pelo canto e pela oração dos representantes de todas as confissões cristãs, reunidas com o Papa Francisco.

Dessa forma, foram lembrados assim, um por vez, os países marcados pela guerra, “contaminados pelo vírus do ódio e do conflito”. Para cada um desses países alguns jovens acenderam uma vela, como uma luz de esperança. É um gesto que foi observado com profunda atenção pelo Papa Francisco, o Patriarca Bartolomeu e o Primata Anglicano Welby que presidiram a oração ecumênica dos cristãos. (AC)

inizio pagina

Papa Francisco almoça com líderes religiosos e refugiados

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Durante a visita do Santo Padre a Assis pelo Dia Mundial de Oração pela Paz nesta terça-feira (20), por volta das 13h foi realizado um almoço comunitário no refeitório do Sacro Convento, que fica ao lado da Basílica de São Francisco.

O Papa Francisco pôde almoçar com 12 refugiados provenientes de países em guerra, atualmente acolhidos pela Comunidade de Santo Egídio, e compartilhar a mesa com os líderes religiosos que participam do encontro pela paz na cidade. Na ocasião, o presidente da entidade, Marco Impagliazzo, lembrou dos 25 anos do Patriarcado de Bartolomeu I. (AC)

inizio pagina

Papa chega a Assis para o Dia de Oração pela Paz

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco chegou de helicóptero às 10h55min da manhã desta terça-feira (20/09) a Assis, para o Dia Mundial de Oração pela Paz, no âmbito do evento “Sede de Paz. Religiões e Culturas em diálogo”, promovido pela Diocese de Assis, Famílias Franciscanas e Comunidade de Santo Egídio.

Depois de aterrissar no Campo Esportivo “Migaghelli”, em Santa Maria dos Anjos, Francisco foi de automóvel até o Sacro Convento de Assis, onde foi recebido, entre outros, pelo Patriarca de Constantinopla, Bartolomeu I; o Patriarca Sírio-ortodoxo de Antioquia Ignatius Efrem II; pelo Vice-Presidente da Universidade de Al-Azhar, Egito, Abbas Schuman; pelo Arcebispo de Cantuária e Primaz da Igreja Anglicana Justin Welby, pelo Rabino Chefe de Roma, Riccardo di Segni, entre outros.

Juntos, dirigiram-se ao Claustro de Sisto IV, onde aguardavam representantes de Igrejas e Religiões de todo o mundo, além dos Bispos da Úmbria. O Santo Padre saudou um a um os presentes.

Às 13 horas, no refeitório do Sacro Convento, O Papa pode almoçar com 12 refugiados provenientes de países em guerra, atualmente acolhidos pela Comunidade de Santo Egídio e compartilhar a mesa com os líderes religiosos que participam do encontro. Na ocasião, o Presidente da comunidade lembrou os 25 anos do Patriarcado de Bartolomeu I.

A partir das 15 horas, o Pontífice teve encontros com seis líderes religiosos: dois ortodoxos, um anglicano, um muçulmano, um judeu e um filósofo, enquanto as diversas religiões encontravam-se em diferentes locais de Assis para rezar.

Às 16 horas, teve lugar na Basílica Inferior de São Francisco uma oração ecumênica, momento em que foram citados todos os países em guerra. Para cada um foi acesa uma vela.

Ao final da oração dos cristãos, o Papa dirigiu-se ao palco junto ao Rabino argentino Abraham Skorka, o Vice-Presidente da Universidade de Al-Azhar, Prof. Abbas Schuman e O Conselheiro Supremo da escola Budista Tendai, Japão, Molto Gijun Sugirani.

Na cerimônia conclusiva, diversos líderes religiosos se pronunciaram, seguidos pelo Discurso do Santo Padre.

A seguir, foi respeitado um momento de silêncio em memória das vítimas da guerra e do terrorismo, feita a leitura do Apelo pela Paz 2016, o acendimento de velas, a assinatura do Apelo e entrega do mesmo à crianças que o levam aos representantes das nações e por fim o abraço da paz. 

Às 13 horas, no refeitório do Sacro Convento, O Papa pode almoçar com 12 refugiados provenientes de países em guerra, atualmente acolhidos pela Comunidade de Santo Egídio e compartilhar a mesa com os líderes religiosos que participam do encontro. Na ocasião, o Presidente da comunidade lembrou os 25 anos do Patriarcado de Bartolomeu I.

A partir das 15 horas, o Pontífice teve encontros com seis líderes religiosos: dois ortodoxos, um anglicano, um muçulmano, um judeu e um filósofo, enquanto as diversas religiões encontravam-se em diferentes locais de Assis para rezar.

Às 16 horas, teve lugar na Basílica Inferior de São Francisco uma oração ecumênica, momento em que foram citados todos os países em guerra. Para cada um foi acesa uma vela.

Ao final da oração dos cristãos, o Papa dirigiu-se ao palco junto ao Rabino argentino Abraham Skorka, o Vice-Presidente da Universidade de Al-Azhar, Prof. Abbas Schuman e O Conselheiro Supremo da escola Budista Tendai, Japão, Molto Gijun Sugirani.

Na cerimônia conclusiva, diversos líderes religiosos se pronunciaram, seguidos pelo Discurso do Santo Padre.

A seguir, foi respeitado um momento de silêncio em memória das vítimas da guerra e do terrorismo, feita a leitura do Apelo pela Paz 2016, o acendimento de velas, a assinatura do Apelo e entrega do mesmo à crianças que o levam aos representantes das nações e por fim o abraço da paz. 

(rb)

inizio pagina

Francisco: rezar ao Deus da paz independente da religião

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Antes de partir para Assis, o Papa celebrou a missa na capela da Casa Santa Marta na terça-feira (20/09) e, em sua homilia, explicou com que espírito partiu para a cidade de S. Francisco. 

“Não existe um deus da guerra”. A guerra, a desumanidade de um bomba que explode fazendo mortos e feridos, fechando a estrada para a ajuda humanitária que não pode chegar até as crianças, aos idosos e aos doentes é obra do “maligno”, que “quer matar todo mundo”. Por isso, é necessário rezar, e também chorar pela paz, todas as religiões unidas na convicção de que “Deus é Deus de paz”.

Não tapar os ouvidos

“Hoje, homens e mulheres de todas as religiões, iremos a Assis. Não para fazer um espetáculo: simplesmente para rezar e rezar pela paz”, foram as primeiras palavras do Papa na homilia. E em todos os lugares, como pediu o Papa numa carta a todos os bispos, hoje foram organizados “encontros de oração” que convidam “os cristãos, os fiéis e todos os homens e as mulheres de boa vontade, de qualquer religião, a rezar pela paz”, já que – exclamou novamente – “o mundo está em guerra! O mundo sofre!”

“Hoje, a Primeira leitura termina assim: ‘Quem tapa os ouvidos ao clamor do pobre, também há de clamar, mas não será ouvido’. Se nós hoje fechamos os ouvidos ao clamor desta gente que sofre sob as bombas, que sofre a exploração dos traficantes de armas, pode ser que, quando caberá a nós, não obteremos respostas. Não podemos fechar os ouvidos ao grito de dor desses nossos irmãos e irmãs que sofrem pela guerra”. 

A guerra começa no coração

A guerra, “nós não a vemos”, disse o Papa. “Nos assustamos” por “qualquer ato de terrorismo” mas “isso não tem nada a ver com aquilo que acontece naqueles países, naquelas terras onde dia e noite as bombas caem e caem” e “matam crianças, idosos, homens e mulheres...”. “A guerra está distante?”, pergunta-se o Papa. “Não! Está muito perto”, porque “a guerra atinge a todos”, “a guerra começa no coração”:

“Que o Senhor nos dê paz ao coração, nos tire qualquer vontade de avidez, de cobiça, de luta. Não! Paz, paz! Que o nosso coração seja um coração de homem e mulher de paz. Além das divisões das religiões: todos, todos, todos! Porque todos somos filhos de Deus. E Deus é Deus de paz. Não existe um deus da guerra: aquele que faz a guerra é o maligno, é o diabo, que quer matar todos”.

Sentir vergonha

Diante disso não podem haver divisões de fé, reitera Francisco. Não basta agradecer a Deus porque talvez a guerra “não nos atinge”. “Sim, agradeçamos por isso – disse – mas pensemos também aos outros”:

“Pensemos hoje não somente nas bombas, nos mortos, nos feridos; mas também nas crianças e idosos a quem a ajuda humanitária não chega com alimentos e remédios. Estão famintos, doentes! Porque as bombas impedem isso. E, enquanto hoje rezamos, seria bom que cada um de nós sentisse vergonha. Vergonha disso: que os humanos, os nossos irmãos, sejam capazes de fazer isso. Hoje, dia de oração, de penitência, de lágrimas pela paz; dia para ouvir o grito do pobre. Este grito que abre nosso coração à misericórdia, ao amor e nos salva do egoísmo.

(bf/rb)

inizio pagina

Igreja no Brasil



Maringá se prepara para a Noite de Oração pela Paz

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Em comunhão ao Encontro Inter-religioso que acontece nesta terça-feira (20) em Assis, na Itália, homens e mulheres de diferentes denominações religiosas de Maringá (PR) se preparam para a 13ª Noite de Oração Pela Paz marcada para esta quarta-feira (21). Segundo a Arquidiocese local, um dos principais momentos será a palestra com o sheik Rodrigo Rodrigues, de São Paulo.

O sheik muçulmano é graduado em Educação e Ciências Islâmicas na Arábia Saudita e membro do Conselho Superior dos Teólogos Islâmicos no Brasil. O evento gratuito, aberto a toda a comunidade, começa às 20h no Auditório Dona Guilhermina em Maringá e deve reunir ainda representantes do cristianismo, budismo, islamismo, espiritismo, candomblé, umbanda e da fé bahá’i.

De acordo com a imprensa local, a Noite de Oração pela Paz será dividida em blocos: cada líder religioso terá espaço para falar sobre a paz para depois dar abertura às apresentações culturais. Um grupo de mulheres e crianças muçulmanas vão cantar em árabe (com tradução simultânea), outro grupo formado por índios vai cantar em forma de oração e, por último, o coral da Arquidiocese de Maringá também fará a sua apresentação. (AC)

inizio pagina

Igreja na América Latina



Card. Parolin: colombianos livres e responsáveis no processo de paz

◊  

Bogotá (RV) - O Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, que na próxima segunda-feira (26/09) estará na Colômbia para a assinatura dos acordos de paz entre governo colombiano e guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), “no máximo respeito pela autonomia das instituições”, “pedirá a Deus que ilumine o povo colombiano a fim de que, atuando conscientemente e na máxima liberdade, com responsabilidade e bem documentado, participe das decisões que dizem respeito ao bem comum do país, tão querido pelo Papa Francisco”. É o que afirma um comunicado conjunto da Nunciatura apostólica em Bogotá e da Conferência Episcopal Colombiana.

O purpurado aceitou o convite do governo a presidir, na próxima segunda-feira, em Cartagena de Índia no país andino, à liturgia que precederá à cerimônia de assinatura, “a fim de rezar pela concórdia e a reconciliação do povo desta nobre Nação, de profundas raízes católicas e tão apreciada pela comunidade internacional, que está buscando construir uma sociedade de paz”. (RL)

inizio pagina

Igreja no Mundo



Bartolomeu I: cristãos chamados a dar testemunho profético

◊  

Assis (RV) – No encontro ecumênico realizado na Basílica Inferior de Assis, antes do  Papa Francisco pronunciaram-se o Arcebispo de Cantuária e o Patriarca Ecumênico de Constantinopla.

O Primaz da Igreja Anglicana, Justin Welby, afirmou vivermos em um mundo que tem dificuldade em distinguir aquilo que custa daquilo que vale, e a resposta que nos dá Cristo, é que o recebamos livremente, mesmo acreditando que somos ricos.

Deus – disse Welby - nos oferece a riqueza verdadeira, aquela que nos preenche, e recordou que Ele nos chama a escutar – por meio da voz dos abandonados e dos mais pobres;  nos chama a comer, antes de tudo na Eucaristia, onde encontramos mais do que podemos imaginar para nos tornarmos generosos; nos chama a ir de encontro a Jesus na sua misericórdia e nos chama a confiar, de que a misericórdia de Deus seja suficiente, e assim, respondendo a estes chamados, nos sentiremos alimentados como Ele nos promete, e recebendo a misericórdia e a paz, nos tornamos mensageiros de misericórdia e de paz, com ações reveladoras de misericórdia.

Após tomou a palavra o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, que ressaltou que hoje, é pedido aos cristãos um testemunho de comunhão e para oferecer a paz ao outro, ao diferente, ao distante, ao desconhecido, é necessário o testemunho real, que é o martírio.

Para podermos gritar “Vem Senhor Jesus” aos irmãos sedentos de paz - observou Bartolomeu I – devemos atravessar a metànoia, "uma conversão intrínseca, uma mudança radical de mentalidade, um profundo arrependimento" e “sermos capazes, como cristãos, de colocar em prática aquilo que em síntese nos chama a fazer o Livro do Apocalipse: Escuta, Conversão e Testemunho Profético”.

“Escuta”, é a capacidade de ouvir o grito de Deus para a humanidade e ouvir o grito de nosso próximo, mas para ouvir, devemos aprender a saborear o silêncio, que deve permear a nossa vida , nos colocar em relação com Deus e com os irmãos, que nos liberta de toda cadeia, engano e inquietação.

“Conversão”, ou seja, a capacidade de levar o coração e mente a mudar de rota, a convergir somente para Ele. A metànoia, portanto, como passagem obrigatória para purificar a memória para vencer o mal que aflige a humanidade, esta doença espiritual, tortuosa, que quer afastar o todo do turo, antes que oferecer a ação de graças eucarística.

“Testemunho Profético”, como a presença no Encontro em Assis. E para que o testemunho dos cristão seja profético, “deve existir uma verdadeira κοινωνία, então, poderemos oferecer água viva a quem tem sede, água que não tem fim, água de paz em um mundo sem paz, água que é profecia e todos que ouvirão Jesus que dirá três vezes “Sim, voltarei logo!”.

Após o pronunciamento do Papa Francisco foram citados os diversos países em guerra e para cada qual, foi acesa uma vela.

inizio pagina

Dom Paglia: o milagre de Assis, sonho comum para a humanidade

◊  

Assis (RV) - Participa também do encontro de Assis, Dom Vincenzo Paglia, que viu nascer a experiência da paz e de diálogo da Comunidade de Sant'Egidio, da qual por muitos anos foi o assistente espiritual e hoje é presidente da Pontifícia Academia para a Vida. A Rádio Vaticano ouviu Dom Paglia sobre este importante evento.

R. - Ver multiplicar os homens e mulheres de religiões diferentes que se encontram em paz, no respeito, no diálogo, no encontro com um sonho comum para toda a humanidade, creio que seja realmente a semente de esperança para o futuro da humanidade. É necessário. Eu poderia dizer que é como um grande sinal dos tempos, ver exatamente que é possível o que parece impossível aos olhos dos homens. Eu acho que seja um milagre que se realiza. Realmente, em Assis nestes dias se respira a paz, a esperança. Sente-se o Concílio Vaticano II. Aqui, deixe-me dizer isto: é palpável e daquela pequena semente da Nostra Aetate temos uma Arca de Noé que, em um mundo atravessado por conflitos, por feridas terríveis, pode representar o futuro da paz de homens e mulheres de crenças e culturas diferentes, mas que sabem viver juntos.

P - João Paulo II disse: “Todos devemos nos sentir comprometidos na construção da paz, também nas pequenas coisas" ...

R. - Sim, aquela noite se encerrou com essas palavras “A paz procura seus artesãos”. Não disse, procura os seus grandes artistas, mas os artesãos, como se quisesse dizer que todos nós podemos construir a paz começando pela nossa casa, depois o edifício, o condomínio, o mercado, as praças, as cidades, os países, os continentes, e o mundo inteiro. Eis porque a mensagem que parte de Assis com esse espírito que falava João Paulo II, não está muito longe de nós, e talvez reservada aos especialistas, aos diplomatas, às grandes personalidades do mundo, não! A paz está nas mãos de todos. Está nas mãos de homens e mulheres comuns, ou melhor, eu gostaria de acrescentar: se é assim, também os grandes da Terra serão forçados a tomar os caminhos da paz. Neste sentido, há uma força dos povos que deve ser redescoberta e, especialmente, deve ser praticada novamente. (SP)

inizio pagina

Atualidades



México: dois sacerdotes sequestrados encontrados mortos

◊  

Poza Rica (RV) - Dois sacerdotes, Alejo Nabor Jimenez Juarez e José Alfredo de la Cruz foram encontrados mortos depois de serem sequestrados no Estado de Veracruz, na costa do Golfo do México. De acordo com informações dos investigadores, os dois religiosos foram sequestrados domingo na cidade de Poza Rica. Seus corpos foram encontrados à beira da estrada.

O terceiro sequestrado, o motorista, foi encontrado vivo e agora está sob a proteção da polícia local, que até o momento não deu detalhes sobre o ocorrido.

A área onde foram sequestrados os sacerdotes é tristemente conhecida pela presença e domínio dos cartéis de tráfico de drogas. A Conferência Episcopal mexicana exprime dor e indignação diante da violência contra os dois sacerdotes, neste novo fato de sangre que atinge a Igreja Católica no país. (SP)

 

 

inizio pagina

Papa em Assis: diálogo para compreender a grandeza do outro

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Quase 800 anos atrás, período em que cristãos e muçulmanos se confrontavam nas cruzadas, São Francisco indicou e colocou em prática o caminho a seguir: o diálogo.

Séculos se passaram e o exemplo do Santo de Assis continua sendo o único meio válido para a paz, num período em que a humanidade vive a “III Guerra em pedaços”, como a define o Papa Francisco.

Quem evoca este episódio de S. Francisco neste Dia de Oração pela Paz é o Definidor-Geral da Ordem Franciscana para a América Latina, Fr. Valmir Ramos, que recorda: “O dom da paz é incomensurável”. 

"O caminho da paz é realmente o diálogo, unir as forças e, antes de mais nada, olhar aquilo que é realmente o bem da humanidade. O valor da paz é incomensurável, ninguém consegue medir a importância e o valor da paz, talvez as pessoas que passam por situações de violência ou quem sabe, piores ainda, de guerra, é que podem de fato valorizar um minuto de paz. Foi uma iniciativa extraordinária, iluminada por Deus, que S. João Paulo II convocou este momento de encontro em 1986 para a Oração pela paz e, em Assis, que é muito significativo por causa da ação, do modo de vida de S. Francisco de Assis. Por isso, realmente, este é um caminho muito importante que o Papa Francisco quis continuar.

O diálogo, como fez S. Francisco, é uma forma de compreensão e respeito do outro. S. Francisco de Assis foi conversar com os muçulmanos num período muito difícil da humanidade, quando os cristãos tentavam reconquistar alguns lugares, especialmente na Terra Santa através das cruzadas, ele foi conversar com os chamados “inimigos” não com armas, mas como irmão. Talvez por isso que o Papa S. João Paulo II tenha escolhido Assis como um local de encontro das lideranças religiosas para rezar pela paz, porque ele compreendeu perfeitamente que o diálogo é um caminho para a paz e hoje, mais do que nunca, o diálogo é o caminho para se compreender a grandeza do outro."

inizio pagina