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Sumario del 21/09/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa na Audiência: perdão e doação; pilares da convivência fraterna

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Cidade do Vaticano (RV) – “Misericordiosos como o Pai” foi o tema da Audiência Geral desta quarta-feira (21/09), na Praça S. Pedro. 

Não obstante a chuva que caiu sobre Roma nas primeiras horas do dia, cerca de 25 mil fiéis ouviram o Papa Francisco falar que ser misericordioso não é um slogan, mas um compromisso de vida.

“Mas é realmente possível amar como Deus ama e ser misericordioso como Ele?”, questionou o Pontífice, que explicou:

“Se olharmos a história da salvação, vemos que toda a revelação de Deus é um incessante e incansável amor pelos homens: Deus é como um pai e como uma mãe que ama de amor insondável. A morte de Jesus na cruz é o ápice da história de amor de Deus com o homem. Um amor tão grande que só Deus pode realizar.”

Se comparado com este amor sem medida, prosseguiu o Papa, é evidente que o nosso parecerá imperfeito. “Ser perfeito significa ser misericordiosos”, afirmou. Mas quando Jesus nos pede para sermos misericordiosos como o Pai não pensa na quantidade, mas no compromisso dos discípulos de se tornarem sinais, canais, testemunhas da misericórdia infinita de Deus.

Perdoar e doar-se

Por isso, a Igreja só pode ser sacramento da misericórdia de Deus no mundo, em todos os tempos e por toda a humanidade. Na prática, acrescentou Francisco, ser misericordioso significa saber perdoar e doar-se. Jesus não pretende subverter o decurso da justiça humana, todavia recorda aos discípulos que para ter relações fraternas é preciso suspender os juízos e as condenações.

“O cristão deve perdoar. Por quê? Porque foi perdoado. Todos nós que estamos aqui nesta Praça fomos perdoados. Todos nós, em nossas vidas, sentimos necessidade do perdão de Deus. Porque fomos perdoados, devemos perdoar. Todos os dias rezamos no Pai-Nosso: perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. Assim é fácil perdoar. Se Deus me perdoou porque não posso perdoar? Sou maior que Deus? Entenderam bem isso?"

Dignidade

“Julgar e condenar o irmão que peca é errado”, destacou o Papa. “Não temos o poder de condenar o nosso irmão que erra, não estamos acima dele: mas temos o dever de recuperá-lo à dignidade de filho do Pai e de acompanhá-lo no seu caminho de conversão.” “Deus não quer renunciar a nenhum de seus filhos”, frisou o Pontífice.  

Perdoar é o primeiro pilar que sustenta a comunidade cristã, continuou. O segundo é doar-se. Estar disposto a doar-se obedece a uma lógica coerente: na medida em que se recebe de Deus, se doa ao irmão, e na medida em que se doa ao irmão, se recebe de Deus!

Portanto, concluiu o Papa, o amor misericordioso é o único caminho a percorrer.

“Quanta necessidade temos todos nós de sermos um pouco mais misericordiosos, de não falar mal dos outros, de não julgar, de não falar mal com críticas, com inveja, com ciúme. Não! Perdoar, ser misericordiosos, viver a nossa vida no amor e doar. Este amor permite aos discípulos de Jesus não perder a identidade recebida por Ele, e reconhecer-se como filhos do mesmo Pai. Não se esqueçam disso: misericórdia e dom. Perdão e doação. E assim o coração se alarga no amor. Ao invés, o egoísmo, a raiva faz com que o coração se torne pequeno, duro como uma pedra. O que vocês preferem: um coração de pedra ou um coração cheio de amor?", perguntou aos fiéis na Praça. "Se preferirem um coração repleto de amor, sejam misericordiosos!"

Alzheimer

Ao final da Audiência, Francisco recordou que neste dia 21 de setembro celebra-se o 23º Dia Mundial do Doente de Alzheimer, que este ano tem como tema “Lembre-se de mim”.

“Convido todos os presentes a 'lembrarem-se', com a solicitude de Maria e com a ternura de Jesus Misericordioso, dos que padecem deste mal e de seus familiares para que sintam a nossa proximidade. Rezemos também pelas pessoas que assistem os doentes, que sabem colher suas necessidade, inclusive as mais imperceptíveis, porque vistos com olhos repletos de amor."

(bf)

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Audiência geral: rezar pelos doentes de Alzheimer e seus familiares, diz o Papa

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Cidade do Vaticano (RV) – Setembro é o Mês Mundial da Doença de Alzheimer e nesta quarta-feira (21) se celebra o dia do paciente acometido pela doença, data lembrada pelo Papa Francisco durante a audiência geral. O Santo Padre pediu à multidão presente na Praça São Pedro que siga o exemplo de Jesus e Maria, lembrando-se de quem sofre de Alzheimer e também dos familiares que cuidam com amor dos doentes – como bem sugere o tema da jornada deste ano que diz “Lembre-se de mim”. 

Essa forma de demência degenerativa atinge 5% das pessoas com mais de 60 anos. Após os 65, o risco de desenvolvê-la dobra a cada cinco anos, segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz). Existem fatores importantes e que também são considerados de risco: hipertensão, diabetes, obesidade, tabagismo e sedentarismo. Alguns estudos apontam que, se esses fatores forem controlados, podem retardar o aparecimento da doença.

Os casos da doença no Brasil

No mundo, estima-se que mais de 35 milhões de pessoas sofram com a doença. Só no Brasil há mais de um milhão de casos – a maior parte deles ainda sem diagnóstico. O decurso da doença é lenta e, em média, os pacientes vivem de 8 a 10 anos a mais depois de terem diagnosticado o Alzheimer.

Em entrevista à Rádio Vaticano, a presidente da Federação Italiana de Alzheimer, Gabriella Salvini Porro, abordou a importância dos cuidadores para os doentes.

PorroO papel dos familiares é essencial. Os familiares das pessoas com demência já eram raramente considerados, agora é ainda mais difícil. O familiar, além dessas coisas, é importante porque é a pessoa que conhece melhor o doente, e a pessoa com demência precisa de um ambiente sereno e uniforme, o mesmo em que sempre viveu. Mas isso não significa que outras pessoas não possam assistir esses doentes: os cuidadores, as pessoas que podem ajudar a família ou, ainda, quando a família realmente não consegue mais, a casa de repouso, a estrutura protetiva.”

Os familiares dos doentes também precisam de apoio

A presidente da entidade italiana comentou também sobre a qualidade de vida possível para um paciente tratado adequadamente já que, até o momento, não existe cura para a doença. Mas os avanços da medicina têm permitido que os pacientes tenham uma sobrevida maior e uma qualidade de vida melhor, mesmo na fase grave do Alzheimer.

Porro“’Tratado adequadamente’ significa que ao seu redor seja criado um ambiente amigável. E devem ser oferecidos ainda ajuda e apoio a todos os cuidadores porque a assistência a um doente de Alzheimer é estressante. Como a doença é devastadora para um doente, também acaba sendo para quem cuida. Na verdade, existem pesquisas bem nesse sentido: os familiares dos pacientes de Alzheimer ficam doentes mais frequentemente e têm também doenças importantes. Então é muito importante que eles sejam seguidos e ajudados.”

I Caminhada da Memória e Conscientização do Alzheimer

No Brasil, a Abraz está convocando familiares, cuidadores e profissionais engajados na causa para a I Caminhada da Memória e Conscientização do Alzheimer, marcada para o próximo sábado (24), no Parque Villa Lobos, em São Paulo. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas no site www.memorywalkbrasil.com.br. (AC)

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Papa faz saudação especial a peregrinos turcos na audiência geral

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Cidade do Vaticano (RV) – Ao final da audiência geral desta quarta-feira (21) na Praça São Pedro, Papa Francisco se dirigiu em modo especial aos fiéis turcos, provenientes da arquidiocese de Esmirna, a terceira maior cidade do país, depois de Istambul e Ancara. O bispo Lorenzo Piretto acompanhava o grupo que recebeu a seguinte mensagem do Santo Padre:

“Queridos irmãos e irmãs, esta experiência de graça ajuda vocês a permanecer sempre firmes na fé e a testemunhar o Evangelho da misericórdia na vida de todos os dias. Asseguro a minha oração e com afeto abençoo vocês e as suas famílias”.

Francisco e os peregrinos de língua árabe

O Papa também dirigiu sua saudação aos peregrinos de língua árabe “em particular aqueles provenientes do Iraque e do Oriente Médio. Cada gesto de misericórdia” feito com generosidade e bondade reflete no mundo “o eco do amor divino. Sejam, então, a janela pela qual Deus se manifesta para enfaixar as feridas da humanidade com o bálsamo da Sua Misericórdia”, disse ainda o Papa que deu a sua bênção, dizendo: “O Senhor abençoe todos e os proteja do maligno”. (AC)

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México: pesar do Papa pela morte de dois sacerdotes sequestrados

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco manifestou seu pesar pela morte de dois sacerdotes no México. 

Pe. Alejo Nabor Jiménez Juárez e Pe. José Alfredo Suárez de la Cruz, respectivamente pároco e vigário da paróquia de Nossa Senhora de Fátima, de Poza Rica (Estado de Veracruz), foram sequestrados no último domingo (18/09) e seus corpos foram encontrados sem vida um dia depois à beira de uma estrada.

Em um telegrama o Secretário de Estado, Card. Pietro Parolin, afirma que o Papa ficou profundamente consternado com o assassinato dos dois sacerdotes, “vítimas de uma violência indesculpável”.

“Sua Santidade, ao manifestar mais uma vez sua firme condenação a todo atentado à vida e à dignidade das pessoas, exorta o clero e os agentes pastorais da diocese a continuarem com energia sua missão eclesial, apesar dos obstáculos”, lê-se no texto.

A área onde os sacerdotes foram sequestrados é conhecida pela presença e domínio dos cartéis de droga. A Conferência Episcopal mexicana expressou sua dor e indignação diante da violência contra os dois presbíteros, neste novo episódio que atinge a Igreja Católica no país.

(bf)

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Dedicatória do Papa transmite paz aos frades de Assis e ao mundo

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Cidade do Vaticano (RV) – Papa Francisco deixa mais uma vez suas pegadas de esperança e paz, desta vez através de uma dedicatória escrita de próprio punho em espanhol, por ocasião da sua recente visita a Assis no Dia de Oração pela Paz. Dirigida aos frades do Sacro Convento, a mensagem toma proporções maiores ao transmitir a paz também a todos nós. O texto diz o seguinte:

“Peço a nosso Senhor de abençoar todos os irmãos deste convento. Que os encha de paz de maneira que possam transmitir a paz a cada um de nós que somos seus irmãos. Desejo que conservem a 'conventualidade' e a 'minoridade', assim serão capazes de fazer crescer a comunidade entre os homens e, como menores, ser modelo de serviço. São os desejos deste irmão menor e servo.” Assinado, Francisco

Assis é paz e resposta à violência

A mensagem foi divulgada pelo diretor da Sala de Imprensa do Sacro Convento de Assis, Pe. Enzo Fortunato, afirmando que “de Assis parte o empenho concreto de cada dia pela paz. E diria que Assis é a resposta aos fundamentalismos, é a resposta à violência. Assis é paz. O nome de Deus é paz”. Pe. Enzo também falou à Rádio Vaticano sobre a importância das horas em oração vividas com o Papa e os líderes religiosos na cidade franciscana:

Pe. Enzo“Eu diria um dia memorável que devemos retomar continuamente para o diálogo inter-religioso para a construção da paz na nossa sociedade e no mundo. Perante uma guerra em pedaços, como já definiu Papa Francisco, de Assis parte uma 'paz em pedaços', lenta, trabalhosa, implacável e que alcançará o seu objetivo. E, também, os três caminhos que devemos seguir: é preciso ter a coragem de denunciar as situações de opressão e violência e essa foi a primeira parte do discurso do Papa. É preciso ter a coragem de denunciar também a instrumentalização da fé sobre a violência e o Papa citou o nome e o sobrenome daquelas situações em que Deus é usado de maneira imprópria. E, ao final, a frase que concluiu o discurso de que a paz é uma responsabilidade universal, pertence, isto é, a todos e é uma realidade artesã e que nos empenha diariamente.” (AC)

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48 milhões de crianças são migrantes forçados, denuncia Parolin na ONU

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Nova Iorque (RV) – “48 milhões de crianças são obrigadas a deixar suas casas e milhares de crianças migrantes desacompanhadas estão perdidas, tornando-se presas fáceis de abusadores e exploradores”, denuncia o Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, na 71ª Sessão da Assembleia Geral da ONU.

Pronunciando-se no encontro em andamento em Nova Iorque sobre a questão dos refugiados e migrantes, o purpurado reiterou que “todos os indivíduos têm o direito de permanecer em paz e segurança nas sua terra e em seus países de origem”. Mas o que se vê, são milhões de pessoas que “arriscam tudo, vivendo em condições miseráveis”, e milhares que “perderam a vida enquanto tentavam fugir dos conflitos, da violência, da pobreza extrema, da exclusão social, das perseguições e das várias formas de discriminação”.

Apelo para erradicar as causas das migrações forçadas

Disto, o apelo “urgente” da Santa Sé em favor de “esforços políticos e multilaterais para erradicar as causas profundas dos vastos movimentos e do deslocamento forçado das populações”: “Conflitos e violência, inumeráveis violações dos direitos humanos, degradação ambiental, pobreza extrema, comércio e tráfico de armas, corrupção e obscuros planos comerciais e financeiros”.

Ao mesmo tempo – afirmou o Cardeal Secretário de Estado – “é necessário garantir que os fundos para o desenvolvimento sejam distribuídos igualitariamente e com transparência, entregues e usados apropriadamente”.

Não, portanto, à “globalização da indiferença” denunciada pelo Papa. Sim, pelo contrário, ao “renovado empenho em proteger toda a pessoa da violência e da discriminação, para garantir uma qualidade de assistência sanitária apropriada e para proteger aqueles que são mais vulneráveis, particularmente as mulheres e crianças”.

Muros nunca são a solução para os problemas sociais

“Os muros e as barreiras entre as pessoas e os povos – quer físicas como legislativas – nunca são uma solução aceitável para os problemas sociais”, afirmou o Secretário de Estado. “Tais barreiras dividem as pessoas e os povos, causam tensões entre eles e enfraquecem e impedem o desenvolvimento”.

Neste sentido, “não obstante as dificuldades, os interesses eleitorais e as legítimas preocupações, as nossas responsabilidades exigem superar os medos e os obstáculos e trabalhar por um mundo onde os indivíduos e os povos possam viver em liberdade e dignidade”.

Não perder de vista nomes e rostos que estão por trás das estatísticas

“Enquanto buscamos encontrar os modos mais eficazes para responder aos desafios colocados pelos movimentos sem precedentes de refugiados e de migrantes – foi a advertência do Cardeal – não deveríamos nunca perder de vista a pessoa real, com os nomes e os rostos que estão por trás das estatísticas”.

Uma “abordagem” – precisou o Cardeal Parolin,  citando o Papa – que “requer o pleno compromisso por uma humanidade que antes de tudo, reconheça os outros como irmãos e irmãs, que queira construir pontes e rejeite a ideia de construir muros para tornar-se mais segura”.

Papel decisivo das organizações religiosas e cristãs nas emergências

“O enorme e complexo desafio que o grande movimento de refugiados e migrantes apresenta, pode ser resolvido somente se trabalharmos juntos”, afirmou Parolin, exortando ao diálogo e à colaboração “entre as nações, organismos internacionais e agências humanitárias” e mencionou o papel decisivo desempenhado pelas organizações religiosas e pelas comunidades cristãs, as quais, seguidamente, são as primeiras a responder às emergências humanitárias”.

(JE/RP)

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Papa chega aos 33 milhões de seguidores no Twitter

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Cidade do Vaticano (RV) – Os números do Twitter do Papa Francisco não param de crescer. No dia 21 de setembro, às 15h15min, a conta @pontifex alcançou a marca dos 31 milhões de seguidores. 

Desde 19 de julho, ou seja, em apenas 64 dias, 1 milhão de novos seguidores juntaram-se aos outros 30 milhões.

A conta de Francisco está entre as dez maiores por número de seguidores e é a primeira absoluta entre os perfis ligados à líderes espirituais e religiosos.

O número de seguidores da conta em inglês e espanhol somam 71% do total. O restante, está distribuído nas outras 7 línguas. Em português, o percentual é de 8%, ocupando a quarta colocação.

Eis as percentagens:

Espanhol 39%, inglês 32%, italiano 13%, português 8%, polonês 2%, latim 2%, francês 2%,alemão 2% e árabe 1%.

 

(je/sismógrafo)

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Igreja no Mundo



Católicos e luteranos alemães: Curar a memória, testemunhar Jesus Cristo

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Munique (RV) – A Conferência Episcopal Católica alemã (DBK) e o Conselho da Igreja Protestante na Alemanha (EKD) apresentaram em Munique, na última sexta-feira  (16/09), um novo documento ecumênico conjunto intitulado “Curar a memória, testemunhar Jesus Cristo”.

Celebração conjunta da Reforma: Grande evento ecumênico

O texto de 92 páginas, fruto de um trabalho iniciado em 2012 - e que ao menos em parte tem como precursor o documento “Do Conflito à Comunhão”, publicado em 2013 pelo Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos e pela Federação Luterana Mundial  - foi apresentado com satisfação pelos dois respectivos Presidentes, o  Cardeal Reinhard Marx e seu colega Bispo (Landesbischof)  Heinrich Bedford-Strohm, que reiteraram a intenção de recordar conjuntamente o aniversário de “um grande evento ecumênico”, em referência aos 500 anos da Reforma Protestante.

Purificação da memória

O título do documento sintetiza toda a ação de caráter cultural e pedagógico implementado na África do Sul com o fim do apartheid, explicaram os representantes das duas Igrejas na apresentação do documento. “Cura, restauração, ou se quisermos, purificação”, entendido quer como referência às recíprocas feridas destes 500 anos, quer a todos os passos do caminho ecumênico pós-conciliar não ainda concluídos, mas sobretudo não sempre conhecido e não assimilado plenamente no tecido  conectivo das respectivas comunidades.

“Palavra comum”

Sinteticamente, o documento poderia ser definido como “uma Palavra comum”, disseram o Cardeal Marx e Dom Heinrich.  Comum porque representa a base teológica para as celebrações que ganharão corpo neste outono em diversas localidades de toda a Alemanha e se concluirão em 31 de outubro de 2017, aniversário da publicação das famosas “teses” por Lutero e considerada, de fato, o início da Reforma Protestante.

De fato, já é grande a expectativa para o evento conjunto previsto para Hildesheim, na Baixa-Saxônia, em 17 de março próximo, véspera do II Domingo da Quaresma. Católicos e luteranos também escreveram diversas orações para uso comum nas diversas iniciativas ao longo das celebrações.

Vontade de perdoar e olhar para o futuro

Depois de uma série de aniversários caracterizados por acusações recíprocas, “desta vez será diferente”, prometem o Cardeal Marx e Dom Heinrich no Prefácio. “Será um momento extraordinário para as nossas comunidades. Depois de séculos de fechamentos, hoje existe a vontade de perdoar e olhar para o futuro”, completam.

Conflito enraizado na memória coletiva

O texto apresenta um preciso panorama do ponto de vista histórico em relação ao “acontecimento” envolvendo Lutero, um acontecimento assumido dentro da igreja Católica a nível político (cfr. Dieta de Worms, 1521) e ligada às guerras de religiões que ensanguentaram a Europa antes e depois dele. Conflito tão “profundamente enraizado na memória coletiva”, cujo impacto histórico chega até os nossos dias, mesmo que “com o Vaticano II tenha se iniciado a respirar um novo ar”.

Cultura da memória

A primeira parte do texto é dedicada à “cultura da memória”, com uma descrição das diversas perspectivas e recíprocas feridas do passado e sucessivamente um olhar sobre os passos realizados pelo movimento ecumênico, sem negligenciar as numerosas questões ainda abertas, como a da Eucaristia, mas tudo numa perspectiva de grande esperança para o futuro: “é necessário resistir à tentação de tomar a própria identidade como medida teológica”.

Precisamente sobre isto concentrou-se grande parte da apresentação do documento em Munique. “Aquele de 2017 será o primeiro aniversário na história celebrado conjuntamente por parte de duas Igrejas separadas”, repetiram com satisfação os dois bispos.

Mas o documento não para por aí. Em linha com toda uma obra de reavaliação e estima pela figura de Lutero (cfr as palavras do Papa Francisco na coletiva de imprensa no voo de retorno da Armênia: “as suas intenções não eram erradas, era um reformador”,  ou o recente texto do Cardeal Kasper, “Martinho Lutero, uma perspectiva ecumênica”, Queriniana, 2016), o Cardeal Marx sublinhou:

“Como católicos, podemos reconhecer com todas honestidade que a sua intenção era a de renovar a Igreja Católica, não fundar outra. Queria chamar a atenção ao Deus clemente e misericordiosos e despertar as pessoas de seu tempo”.

“É necessário admitir com toda sinceridade que os conflitos do passado, hoje aparecem um tanto vergonhosos”, acrescentou por sua vez o Bispo Heinrich.

Tratar conjuntamente os acontecimentos do passado

“Os preconceitos por tantos anos enraizados nas nossas Igrejas poderiam constituir um obstáculo à reunificação - explica o Presidente dos Bispos Católicos alemães – por isto é tão necessário  tratar juntos os acontecimentos do passado e pedir perdão a Deus hoje. Estou seguro de que o processo espiritual da cura da memória e a recíproca reconciliação permitirá de aproximarmo-nos com sinceridade e compreendermo-nos um ao outro nas respectivas posições. Se pode dizer que uma ferida está curada, somente se, tocando-a, a cicatriz não faz mais mal...”.

Cura da memória

O processo de “cura da memória” representa uma parte essencial das iniciativas conjuntas pré-dispostas pela EKD e pela Conferência Episcopal alemã, para recordar o aniversário de 2017, um processo que, por vontade das Igrejas, não deverá estar limitado dentro dos dois grupos, mas chegar à sociedade para assumir a conotação de uma “autêntica reconciliação” de toda sociedade alemã.

Peregrinação à Terra Santa

No contexto das orações comuns, assume um papel relevante a peregrinação conjunta entre os membros dos dois Conselhos de Presidência que se realizará de 16 a 22 de outubro próximo à Terra Santa, local da origem da única fé em Jesus Cristo.

 

(je/vatican insider)

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Formação



Card. Hummes: "Mais autonomia para diáconos permanentes casados"

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Cidade do Vaticano (RV) – Quais são os maiores desafios para a Igreja na Amazônia? Que balanço o Cardeal Cláudio Hummes, Presidente da Comissão Episcopal da Amazônia da CNBB, pode fazer, depois de visitar dezenas de prelazias e dioceses na região? E ainda, quais são as indicações do Papa Francisco para enfrentar questões como a carência de sacerdotes nas comunidades amazônicas? Em entrevista à RV, o Cardeal, também Presidente da Rede Eclesial Pan-amazônica, REPAM, fala da preocupação e das propostas abordadas em seus encontros com o Pontífice, na Casa Santa Marta.

Clique para ouvir a reportagem completa 

 

Visitas são muito bem recebidas

“Fazer estas visitas foi uma ideia feliz. Vale a pena, sou muito bem acolhido pelos bispos que visitamos. Na verdade, é bom ressaltar que são visitas; eu não vou lá para cobrar alguma coisa, para dirigir ou ter algum tipo de poder de decisão, não. Nossas visitas são fraternas. Faço-as em nome da CNBB e de alguma forma também em nome do Papa, que está feliz que as façamos. O povo gosta de ouvir falar sobre a Amazônia, mas também sobre o Papa, então a acolhida é sempre boa. Fazemos celebrações, encontros, palestras, e sobretudo a grande problemática da Amazônia e da Igreja missionária na Amazônia. Quando o Papa e eu estamos juntos sempre falamos da Amazônia”.

A carência de ministros ordenados

“Sempre se tem conversado sobre os desafios da Igreja ali. O Papa acompanha muito de perto e um dos grandes desafios de que sempre conversamos é a falta de ministros ordenados. Em grande parte das comunidades, pouquíssimas vezes há a Eucaristia, não tem confissão sacramental, e não tem unção dos enfermos porque faltam padres”.

Situação está mais grave do que há alguns anos

“Vemos também hoje que a presença física de padres nas aldeias indígenas também é menor do que já era uma vez, e vamos percebendo que isto já é uma vocação muito especial, a de um padre realmente missionário, que vai lá morar e viver com eles nas aldeias – o que seria o ideal. Até os sociólogos os dizem, que nós perdemos porque não temos mais ninguém lá, ao posto que os outros, pentecostais, por exemplo, instituem com facilidade pastores nas aldeias, e nós não temos alguém presente ali, que esteja ali sempre. Então essas questões a gente discute, aprofunda e conversa”.

Maior presença e autonomia dos diáconos permanentes casados

“O Papa insiste muito atualmente que as dioceses e prelazias da Amazônia invistam muito mais em diáconos permanentes casados para começar esta presença maior. É isto que ele está insistindo no momento. Depois, ele diz: ‘futuramente se verá como isso vai. Ele tem muita preocupação com isto: ter gente que mora ali dentro. Além disso, o diácono que assume uma ou um grupo de aldeias deve ter uma autonomia maior de trabalho do que tem hoje normalmente. Tudo isso significa que deve ser elaborado um esquema pastoral para que este diácono possa ter mais autonomia e sentir-se realmente responsável por esta comunidade; e não apenas alguém que ajude o padre, que é pároco de uma grande área”.

“Como fazer tudo isso? São estas as questões que a gente vai conversando”. 

(CM)

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O Jubileu da Misericórdia dos missionários da Consolata

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Cidade do Vaticano (RV) – A edição desta quarta-feira (21/09) do “Porta Aberta no Ano da Misericórdia” é dedicada aos missionários da Consolota, que no Brasil celebraram o Jubileu refletindo a missão e seu carisma a partir da Bem-Aventurada Irene Stefani, chamada Nyaatha, morta 10  anos atrás na Somália.

O Pe. Gianfranco Graziola, atual vice-coordenador nacional da Pastoral Carcerário, entrevistou a Irmã Simona Brambilla, Superiora-Geral das Missionárias da Consolata, em visita ao Brasil. Ir. Simona fala sobre o testemunho da Bem-aventurada no contexto da misericórdia.

O Porta Aberta dá destaque também à visita que o Papa Francisco realizou na terça-feira (20/09) a Assis, para celebrar os 30 anos do histórico encontro promovido por S. João Paulo II com os líderes religiosos mundiais.  O Definidor-Geral da Ordem Franciscana para a América Latina, Fr. Valmir Ramos, faz a sua análise no contexto do Ano jubilar.

(bf)

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LG: As novas concepções eclesiais pré-conciliares

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Cidade do Vaticano (RV) - No nosso espaço Memória Histórica - 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos continuar a tratar da Constituição dogmática Lumen Gentium

Nós temos dedicado um amplo espaço à Constituição dogmática Lumen Gentium, um dos mais importantes documentos do Concílio Vaticano II. No capítulo de hoje de nosso programa, vamos recordar os fatores pré-conciliares que foram fundamentais na elaboração deste documento. Padre Gerson Schmidt, incardinado na Arquidiocese de Porto Alegre, tem nos acompanhado na exposição dos documentos do Concílio e na edição de hoje, nos traz a reflexão "As novas concepções eclesiais pré-conciliares":

"O Concílio Vaticano II abriu novos horizontes na concepção da Igreja, descritas nas páginas densas e preciosas da Lumen Gentium. Devemos aqui lembrar alguns pontos fundamentais desse pensamento, amadurecido nas reflexões antes e durante o Concílio Vaticano II:

1. Primeiro: sair do pensamento do caráter eclesial simplesmente corporativo, que coloca a Igreja em paralelo com as sociedades civis, para mergulhá-la inteiramente no mistério salvífico de Cristo, Cristo-cabeça, do qual recebe a Igreja sua intrínseca orientação no mundo, ou seja, o mistério de Cristo que abre o horizonte e o sentido da missão da Igreja;

2. Segundo: A Igreja deixar de girar em torno da hierarquia para reencontrar-se como comunhão de todos os batizados, enriquecida com os dons, carismas e ministérios de cada um deles; todos os ministérios procedem da dimensão ministerial da Igreja, de realizar assim sua missão no mundo e na história. Esse processo foi uma lenta concepção articulada no decorrer do século XX, consolidada no Concílio Vaticano II.

Esse novo pensamento foi concretizado por confluência de fatores diversos, diversos movimentos anteriores ao Concilio. Vamos relembrá-los aqui um a um:

1º. O movimento litúrgico, centrado inicialmente em ambientes monásticos. Figuras monásticas pré-conciliares se destacaram como dom Guéranger em Solesmes e dom Walter em Beuron, que foram paulatinamente ajudando a descobrir em ambientes mais amplos que todos os batizados eram partícipes – ou seja, participantes e atuantes - no mistério celebrado pela Igreja. Por isso, também, a expressão repetida na Sacrosanctum Concilium (Liturgia) “Participação ativa dos fiéis”.

2º. Uma gradativa busca de uma espiritualidade cristocêntrica: a pessoa de Cristo se relaciona pessoalmente com os homens, de um modo singular nos sacramentos, sobretudo na Eucaristia; A concentração ou centralização em Cristo leva consigo uma mais profunda compreensão de seu Corpo Místico¹.

3º. Em uma sociedade que se inclinava ao anonimato e que chegava a provocar guerras mortíferas ressurgia o desejo do espírito comunitário e humanitário, que favorecia as relações humanas e concretas. A Igreja se apresentava como o espaço privilegiado para esse espírito comunitário e fraterno.

4º. A necessidade de situar a fé cristã na sociedade e da Igreja se fazer presença em ambientes descristianizados, exigia a revalorização do laicato e, consequentemente, uma eclesiologia mais flexível e dinâmica.

5º. O surgimento dos estudos bíblicos e sua inserção na eclesiologia provocou uma nova seiva nas concepções anteriores.

6º. Também o florescimento da patrística produziu novos e fundamentais temas à eclesiologia: sua dimensão essencialmente missionária, a leitura comparativa da Igreja, a ideia de recapitulação, a relação entre encarnação e gênero humano.

7º. As novas situações históricas em que se encontrava a Igreja diante de novos desafios no âmbito ecumênico que se ia criando, as experiências missionárias, as urgências e emergências evangelizadoras.

Todos esses fatores pré-conciliares foram fundamentais para a construção da Constituição dogmática Lumen Gentium. É dentro desse prisma que se forma e se compila o documento mais importante do Concílio, sem o qual não se entende os outros. É dentro dessa ótica, dessa concepção eclesial, que se entende as palavras da Constituição Apostólica Humanae Salutis, de João XXIII, que convoca o Concílio em 1961 e que diz assim: “uma apresentação da Igreja sempre viva e sempre jovem, que sente o ritmo do tempo e que, em cada século, se torna o novo esplendor, irradia novas luzes, realiza nova conquistas, permanecendo, contudo, sempre idêntica a si mesma, fiel à imagem divina impressa na sua face pelo esposa que a ama e protege, Jesus Cristo”.

¹ Y. CONGAR, Autour du renouveau de l'ecclésiologie: VI nt 11 (1939) 11.

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Atualidades



Vestfália, Alemanha, sede do próximo Encontro das Religiões pela Paz

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Berlim (RV) -  A próxima edição do Encontro das Religiões mundiais pela Paz, promovido pela Comunidade de Santo Egídio, será realizado em setembro de 2017 na Alemanha, nos territórios da Paz de Vestfália, de 1648, que pôs fim à Guerra dos Trinta Anos iniciada em 1618 e à Guerra dos Oitenta anos, entre a Espanha e os Países Baixos. 

O encontro do próximo ano terá lugar, assim, em Münster e em Osnabrück, as duas dioceses envolvidas na organização, que são também as duas cidades onde foram firmados os Tratados de Paz que colocaram fim às guerras de religião na Europa.

O anúncio foi feito em Assis pelo Bispo de Münster, Dom Heinrich Timmerevers, ao final do Dia Mundial de Oração pela Paz, do que tomaram parte importantes líderes religiosos e culturais.

A Paz de Vestfália foi negociada durante três anos pelos representantes dos católicos e protestantes, reunidos em Münster (onde tinha precedência a França católica) e em Osnabrück (onde tinha precedência a Suécia protestante).

As conversações de paz, iniciadas em 1644 em Münster e Osnabrück, envolviam o fim da Guerra dos Oitenta Anos entre Espanha e Países Baixos e da Guerra dos Trinta Anos na Alemanha.

(JE)

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A avaliação da Igreja Luterana sobre o Encontro pela Paz em Assis

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Roma (RV) – "O valor fundamental de Assis 2016 é duplo e está no grande confronto de ideias e experiências e na oportunidade de encontro e conhecimento direto que ofereceu, a quem quer trilhar o longo caminho de construção da paz". esta foi a avaliação da Igreja Evangélica Luterana na Itália (CELI) sobre o Encontro pela Paz realizado em Assis sob o título “Sede de Paz: religiões e cultura em diálogo”.

O evento assumiu para o mundo luterano um ulterior significado, pois realizou-se na proximidade da abertura do Luther 2017, o ano da celebração dos 500 anos da reforma, que será caracterizado também pela abertura à religiões e culturas diferentes.

A Igreja Luterana divulgou divulgou o comentário do Decano Heiner Bludau, participante do encontro representando a Federação Luterana Mundial (LWF, sigla em inglês).

“Refletir, debater, conhecer-se ou mesmo encontrar-se novamente com representantes de outras Igrejas cristãs e de tantas outras fés religiosas, é uma oportunidade única na construção e na consolidação de um longo, mas comum e concreto percurso de paz”, avalia o Decano Bludau.

O religioso luterano recorda que o evento realiza-se 30 anos após o Dia Mundial de Oração pela Paz  do qual participaram em Assis, os representantes de todas as grandes religiões mundiais, e assume um caráter ainda mais importante “à luz da complicada fase histórica pela qual está atravessando a humanidade”.

Bludau cita alguns “momentos significativos” que teve a oportunidade de viver no encontro em Assis, como o debate sobre o Iraque, do qual participaram expoentes do Islã (xiita e sunita), do cristianismo e das populações curda e yazidi.

Ele afirma também que jamais esquecerá o encontro com Audish Basa Rebwar, religioso da Igreja caldeia no Iraque, “um encontro – confidenciou -  que me tocou também a nível pessoal, também em função das minhas origens, visto que nasci em Bagdá”.

Ao concluir, o Decano considera que o compromisso da Igreja Luterana com a paz deve crescer, com projetos concretos, à exemplo daquilo já é realizado pela Federação das Igrejas Evangélicas na Itália, como a iniciativa dos Corredores Humanitários para acolher, assistir e apoiar quem foge das guerras e chega na Europa em busca de uma esperança. “Mas também – acrescenta – estimulando e facilitando, dentro de nossas comunidades, um debate sobre o significado da paz, (...), que é um tema bíblico que deveria merecer maior atenção”.

(JE)

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Mil moradores de Nice e familiares das vítimas em audiência com o Papa

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Cidade do Vaticano (RV) – Uma delegação de mais de mil pessoas, como descrevem as agências de notícias internacionais, entre moradores da cidade francesa de Nice, familiares das vítimas e voluntários que auxiliaram na tragédia do dia 14 de julho vai participar da audiência com o Papa Francisco. O encontro está marcado para o próximo sábado, 24 de setembro, na Sala Paulo VI.

O grupo virá acompanhado do prefeito da cidade, Christian Estrosi; do presidente da entidade Amizade França-Itália, Paolo Celi; do bispo, Dom André Marceau, e de representantes das comunidades de muçulmanos e judeus. Segundo Paolo Celi em entrevista à agência Ansa, “os familiares das vítimas da tragédia de 14 de julho e os cidadãos de Nice agradecem o Papa pelos profundos sentimentos de afeto e de proximidade demonstrados nessa trágica circunstância. E, em especial, pelo extraordinário encontro programado para o próximo sábado”.

Ataque no Dia da Queda da Bastilha

Mais de 80 pessoas morreram e outras dezenas ficaram feridas na tragédia de Nice de 14 de julho. Durante aquela noite, a comunidade local participava da festa pelo aniversário da Queda da Bastilha quando um tunisiano de 31 anos atacou a multidão com um caminhão, em plena avenida à beira-mar, a Promenade des Anglais (Passeio dos Ingleses). (AC)

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